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1) Receptores Sensoriais

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Receptores Sensoriais; Circuitos para Processamento de Informações
Fisiologia - aula 1/NPC2
Maria Clara Ladeira
Para começar a parte de sensibilidade é preciso entender que a gente tem inúmeros diferentes tipos de receptores sensoriais. Isto é, a gente vai ter o neurônio cuja estrutura tem corpo, axônio, dendritos e terminação sináptica. Cada neurônio vai se ligar ao neurônio posterior, sempre com a informação passando das sinapses para os dendritos. E parte destes neurônios possuem dendritos extremamente longos com terminações sensitivas.
 	Então, eu vou ter neurônios que vão detectar alterações mecânicas (Mecanoreceptores), isto é quando eu estou encostando o meu dedo em uma superfície, eu tenho uma alteração mecânica no receptor que faz com que eu sinta que o dedo está encostando na superfície.
Eu tenho, também, sensores que identificam temperatura (Termoreceptores), é um outro tipo de receptor (de neurônio) que vai fazer esta transmissão. 
Existem, também, nociceptores, que são receptores que vão identificar dor.
Existem os receptores eletromagnéticos, representados pelos cones e bastonetes na retina, que detectam a luz que está sendo processada.
Já os quimioreceptores são capazes de detectar odor, sabor; e existem, por exemplo, no nariz. 
Obs: os receptores são específicos para suas determinadas funções.
Como os receptores funcionam:
	A gente vai ter em um neurônio, um determinado receptor que quando for deformado, ou seja, que quando for aplicado a ele uma determinada pressão, o receptor vai ativar o neurônio, que transmitirá a informação para frente. Isto pode acontecer por uma deformação mecânica do receptor, se for um receptor sensível para alterações mecânicas. Podem ser também, receptores sensíveis a alterações químicas, luz, temperatura. O que importa é que quando esse receptor recebe o estímulo que lhe é determinado, ele vai fazer o que toda célula faz para transmitir um impulso, ele muda a sua permeabilidade de membrana, abrindo o canal de sódio, cálcio e potássio. 
Então, com a abertura dos canais de sódio, há a entrada de sódio para dentro do receptor, levando a uma despolarização, em seguida a liberação de um neurotransmissor e ai a informação é transmitida. Teoricamente, a informação terminará no córtex. Então, é o cérebro que recebe essa informação através dos receptores que a estão enviando.
Linhas de transmissão são formadas por neurônios que recebem as informações e as mandam em direção a um neurônio final que está localizado no córtex.
Esses receptores táteis, térmicos, dolorosos, fotossensíveis têm um mecanismo de adaptação. Quando um estímulo é aplicado de maneira contínua, os receptores inicialmente se encontram com uma freqüência mais alta que vai reduzindo progressivamente a velocidade de transmissão. É como se mudasse o limiar para um estímulo que está continuamente ali, ou seja, muda a adaptação do receptor.
Ex: quando a gente vai tomar banho e a água está relativamente quente, você entra embaixo e de repente você se adapta. 
O único receptor que não se adapta é o da dor, a dor não se adapta. A partir do momento em que você teve um estímulo doloroso, ele se mantém.
Quando a gente fala que uma informação está sendo transmitida do braço ou da minha mão até o meu cérebro, eu estou mostrando para vocês que existe uma fibra nervosa que faz essa ligação. Isto é, um nervo é um conjunto de milhares de fibras nervosas. E estas fibras possuem diferentes espessuras, eu posso ter fibras finas e finas grossas, e o que as define é, principalmente, a quantidade de mielina que eu tenho em volta de cada uma delas. A mielina é extremamente importante, porque quanto mais mielinizada for a fibra, maior é a velocidade de transmissão do impulso nervoso. Então, a fibra fina transmite o impulso de maneira lenta e a fibra grossa transmite o impulso de maneira rápida.
Obs: corpo de neurônio se localiza principalmente no córtex e na medula (nos gânglios paravertebrais).
As fibras são divididas em letras (A alfa, A alfa/beta, A delta, C são as principais). A fibra mais fina que existe, ou seja, menos mielinizada, é a fibra C, que transmite a informação de maneira lenta. A fibra A delta é finamente mielinizada, depois eu tenho a fibra A alfa/beta e a fibra A alfa, que é a fibra mais mielinizada de todas.
O Sistema Nervoso Autônomo é constituído de fibras simpáticas e parassimpáticas, transmitidas por fibras finas, pouco mielinizadas. 
A sensibilidade pode ser dividida em dois tipos, uma sensibilidade chamada de superficial e outra chamada de profunda. Uma das grandes diferenças da sensibilidade superficial para a profunda é a velocidade com que a informação é transmitida. Porque, obviamente a velocidade muda de acordo com a espessura da fibra. 
A fibra C transmite calor e dor, a fibra delta transmite frio e dor. Ou seja, existe um tipo de sensibilidade que daremos o nome de sensibilidade superficial, pois se encontra principalmente na superfície, que vai transmitir dois tipos de estímulos: dor e temperatura. Depois, eu tenho uma fibra chamada de A alfa/beta que transmite uma informação mais rápida e vai transmitir a sensibilidade profunda, ela vai transmitir o tato fino, vibração e propriocepção consciente (capacidade que a pessoa tem de identificar de olhos fechados o grau de movimentação e de localização das partes do seu corpo). É uma sensibilidade profunda porque eu estou recebendo informação de articulação, músculo e tendão. E por último, a fibra que transmite a informação de maneira mais rápida é a A alfa, que transmite motricidade. 
A dor é transmitida por uma terminação nervosa livre, significa que não existe um receptor específico para ela. Essa terminação nervosa livre está presente principalmente na pele e na córnea, e ela transmite basicamente dor. 
Quando a gente começa a falar de sensibilidade, eu tenho os Corpúsculos de Meissner e os Discos de Merkel. Os Corpúsculos de Meissner estão localizados em um local que é preciso de uma grande sensibilidade, como, por exemplo, na ponta dos dedos. Os Discos de Merkel, também, estão localizados em extremidades, mas eles transmitem principalmente sinais contínuos. 
A gente tem órgão piloso terminal, como, por exemplo, o cabelo, que não possui sensibilidade. Porém, na raiz do cabelo existe um receptor, que caso ativado transmite a informação. Por fim, eu tenho o órgão terminal de Ruffini e o Corpúsculo de Pacini, que estão localizados nas áreas mais profundas. Sendo o Corpúsculo de Pacini extremamente importante para a adaptação rápida de movimento, e o Órgão Terminal de Ruffini é importante para os estalos contínuos, ou seja, você sabe que está sentado neste momento, em que posição está a perna, o braço.
A concentração desses receptores não é a mesma em todos os lugares do corpo. Por exemplo, se você pegar dois alfinetes e encostá-los na ponta dos dedos e nas costas; na ponta dos dedos é possível deduzir que são dois alfinetes encostando, já nas costas dependendo da distância não é possível diferenciar, parece que é um único estímulo. Isto ocorre, porque nas costas eu tenho muito menos receptores do que na ponta dos dedos.
Obs: não existe um receptor específico para vibração, na verdade, essa informação é transmitida por todos os receptores, principalmente Pacini e Meissner. 
Obs: cócegas e coceiras são terminações nervosas livres ativadas, com o objetivo de chamar a atenção para um pequeno estímulo que está naquela região. E uma maneira de acabar com a coceira é coçar até doer, pois como são transmitidos pela mesma via, na hora que começa a ter muita dor, a dor consegue se sobrepor a coceira. 
Sensibilidade Profunda:
Quando se fala em sensibilidade profunda, estamos falando de informações rápidas, vibração e propriocepção. Vamos imaginar um músculo qualquer, e esse músculo vai ter receptores que transmitirão uma informação, principalmente Ruffini e Pacini que são os mais profundos. As fibras são mais grossas, do tipo A alfa/beta, que são fibras mielinizadas e que transmitem a informação em alta velocidade.Do receptor a informação vai ser transmitida a partir do êmbolo, na hora que a informação chega na coluna, ela pode ir tanto pra posterior, quanto pra anterior, neste caso específico (propriocepção) vai para a posterior. 
Dentro do gânglio encontra-se o corpo do neurônio, este neurônio enviará uma fibra, que vai entrar na medula. Ao entrar na medula esta fibra pode ter três destinos diferentes, sendo o mais importante para esta aula a região do corno posterior da medula. Esse corno posterior da medula é dividido em dois tractos, o Grácil e o Cuneiforme.
Via do Sistema Coluna Dorsal – Lemnisco Medial
 
O que define se é um alto grau de localização ou um baixo grau de localização é, principalmente, o número de sinapses que o neurônio precisa fazer. Um neurônio que envia sua mensagem diretamente ao cérebro é muito bem localizado, já um neurônio que precisa transmitir a informação para outros neurônios, ele acaba sendo um neurônio pouco localizado.
	Eu tenho receptores, então, que estão localizados na ponta do meu pé e esses receptores estão transmitindo tato fino, propriocepção e vibração. Esses receptores sobem por nervos até chegar perto do neurônio, antes da medula se localiza o corpo desse neurônio, e ai o receptor entra na medula. Entrou na medula posterior, ele vai automaticamente subir pelo funículo posterior da medula (tractos Grácil e Cuneiforme) até o tronco cerebral, onde ele vai fazer sinapse com corpos de neurônios chamados de núcleos Grácil e Cuneiforme.
	Existem três ramos, um deles vai participar dos reflexos medulares, um outro ramo que vai dar origem aos feixes espinocerebelares e um ramo que vira pra cima e segue pela mesma via até o cérebro do mesmo lado, vai fazer sinapse com os núcleos Grácil e Cuneiforme, fez sinapse nos núcleos Grácil e Cuneiforme ele vai chegar a decussação das pirâmides, onde ele vai trocar de lado. Passou para o outro lado, ele entrará numa estrutura essencial para a sensibilidade, que é o tálamo. No tálamo encontra-se outro grupo de neurônios, que mandarão informações para o córtex.
	Obs: A Sífilis é uma doença que acomete principalmente o funículo posterior da medula, fazendo com que o paciente perca a propriocepção.
	Obs: Um paraplégico é uma pessoa que teve um trauma na medula, teve sua via cortada, ou seja, além de não possuir motricidade, ele não possui também sensibilidade e propriocepção, ele não “sabe” que as pernas estão lá.
	O córtex cerebral é dividido em diferentes áreas, chamadas de áreas de Brodmann, e o cérebro vai ser dividido em porção posterior e anterior pela fissura central, e os neurônios responsáveis pela sensibilidade estarão localizados no giro pós-central. Então, esse giro corresponde a três áreas de Brodmann e nele eu tenho um alto grau de localização, principalmente, por conta do mapa de Beinkel(? Não entendi o nome), que tanto na parte motora quanto na parte sensitiva existe um grupamento de neurônios para receber informações de cada parte do corpo humano, então cada via vai terminar num ponto diferente do córtex.
	As áreas de maior sensibilidade são: dedo, mão e boca. Portanto, o número de neurônios que eu tenho é muito maior para essas áreas do que, por exemplo, para o brônquio. Ou seja, eu tenho áreas que eu preciso ter muito mais sensibilidade (área da língua, do lábio), então um pouco dessa localização será determinada por isso. 
	Se eu tiver uma lesão na área sensorial-somática, que recebe a informação bruta da periferia (consistência, tamanho, forma), primeiro o paciente perde a capacidade de localizar as áreas do corpo, ele não consegue avaliar diferença de pressão, peso. Uma das características mais interessantes da lesão dessa área é a perda da chamada estereognosia (capacidade de reconhecer objetos pelo tato de olhos fechados), ou seja, eu perco a capacidade de identificar formas e volumes. Porém, o paciente continua sentindo dor e temperatura.
	Além dessa área, existe uma segunda área chamada de área de associação, onde os neurônios pegam a informação e fazem sua associação, como, por exemplo, reconhecer uma caneta, um chaveiro. Lesões nesta área fazem o mesmo quadro clínico, ou seja, o paciente perde a capacidade de reconhecer objetos pelo tato, perde a capacidade processar a informação que chega até ali. Existem pacientes com lesões nessa área, que dependendo do lado da lesão, apresentarão morfossíntese. Ou seja, pacientes com lesões no lado direito do cérebro começam a não reconhecer o lado esquerdo do corpo.
	Essa sensibilidade profunda vai ser extremamente importante para a gente avaliar tanto a posição do corpo de maneira estática, quanto a parte de movimento (sinestesia).
	Obs: o neurologista sabe através de exames, pela divisão de dermátomos, onde provavelmente está a lesão na medula. Outra importância destes dermátomos é que eles valem para sensibilidade profunda e também para sensibilidade dolorosa.
	Obs: Herpes Zoster é um vírus (da catapora) que se encontra presente no gânglio e em determinadas situações este vírus é ativado e faz uma lesão exatamente no trajeto do neurônio, faz como se fosse uma cobra, e por isso cobreiro.
	Existe uma área extremamente importante para a integração de sensibilidade, que é o tálamo. A informação sensitiva passa pelo tálamo para ir para o córtex sensitivo, para posteriormente ir para a área de associação. Em alguns casos, a dor e a temperatura irão terminar no tálamo, terminando no tálamo o paciente pode ter a capacidade de sentir dor e temperatura mesmo se eu tirar o córtex principal medular.

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