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BULLYING: VOCÊ PODE PROTEGER SEU FILHO!
Prof.ª Drª Marisa Meira
 
Bullying é um termo inglês que surgiu na Noruega em um estudo realizado na década de 1970. No 
Brasil, o tema só passa a ser estudado no final da década de 1990.
 Essa palavra advém do termo inglês Bully, algo como valentão e permanece sem tradução 
no Brasil. Mas, embora o termo seja novo, o fenômeno é bem antigo, tão antigo quanto a escola. 
De modo geral, refere-se a comportamentos que envolvem agressões físicas e/ou psicológicas que 
ocorrem de maneira intencional e repetitiva e sem uma motivação específica 
 Esse conceito é importante porque fica claro que não se trata de brincadeira. Em uma 
situação de brincadeira todos se divertem, com o bullying alguns se divertem as custas do sofrimento 
de outros.
 O bullying é registrado em escolas públicas e particulares. A diferença está na postura que 
cada escola toma frente aos casos. 
 Embora algumas escolas venham desenvolvendo projetos nesta área, de modo geral no 
Brasil ainda não há um trabalho sistemático voltado para a eliminação do bullying .
 O bullying ocorre entre meninos e meninas, embora os meninos se envolvam mais e as formas 
utilizadas sejam um tanto diferentes. Entre os meninos há mais casos de violência física, e entre as 
meninas prevalecem formas de violência psicológica tais como a exclusão, isolamento e intrigas.
 Em linhas gerais o bullying é um fenômeno universal que pode ser detectado tanto em 
países ricos quanto nos mais pobres.
 Nos EUA há uma particularidade importante. O acesso fácil dos jovens às armas de fogo 
vem produzindo várias tragédias como nos casos de homicídios coletivos nas escolas.
 Na Europa o bullying se manifesta mais em formas de segregação social e até de xenofobia. 
 Atitudes xenofóbicas incluem desde o impedimento à imigração de estrangeiros ou de 
pessoas pertencentes a diferentes culturas e etnias, consideradas como ameaça, até a defesa 
do extermínio desses grupos. Por esta razão, a xenofobia tende a ser normalmente associada a 
preconceitos étnicos ou ligados a nacionalidade. Estereótipos pejorativos de grupos minoritários e 
conflitos de crenças podem levar a situações de ódio extremo.
 No Brasil as principais formas de bulyying são: verbal, física, psicólógica e virtual. 
Formas mais comuns, personagens e consequências do bullying
Alguma vez você já foi ofendido ou presenciou alguém ser ofendido com a utilização de palavrões 
ou apelidos ofensivos como, por exemplo: quatro olhos para os que usam óculos, baleia para os 
que estão acima do peso considerado ideal, macaco para os negros, vareta para os que estão muito 
magros e tantos outros? São todos exemplos de formas verbais de bulliyng.
 Vamos a outras cenas que você também pode ter presenciado como vítima ou expectador: 
crianças e jovens que sistematicamente apanham na escola, são empurrados, beliscados, roubados 
ou tem seus pertences destruídos. Esses são expressões da forma física e material do bullying.
 Mas o bullying não para por aí. Diariamente crianças e jovens são humilhados, excluídos, 
discriminados, chantageados, intimidados, envolvidos em intrigas, difamados. Essas são as formas 
psicológicas e morais do bullying. 
 Existe ainda uma forma felizmente pouco comum, mas que por vezes ocorre, que é o 
bulliyng sexual que envolve o abuso, violação e assédio.
 Finalmente existe o bullying virtual ou ciberbullying que é praticado com o auxílio de 
ferramentas tecnológicas disponíveis em computadores e celulares e que envolvem ameaças, 
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ofensas, boatos e humilhações, muitas vezes com a utilização de fotos e vídeos comprometedores 
(reais ou não). Esta tem sido considerada a forma mais cruel de todas, porque se propaga muito 
rapidamente e expõe a vítima de modo muito humilhante diante de toda a sociedade. 
 O bullying envolve três personagens: as vítimas, os agressores e os espectadores.
 Em geral, os agressores escolhem como vítimas aqueles que não conseguem reagir às 
provocações, que estão em uma situação de desigualdade de poder, que aparentam serem mais 
frágeis psicologicamente e terem baixa autoestima, que apresentam poucas habilidades de 
socialização ou que desviam de algum modo do padrão considerado correto no que se refere 
à características físicas (peso, altura, tamanho das orelhas, cor da pele, tipo de cabelo, etc.), 
pertencimento a etnias, religião, orientação sexual, estilo de roupas ou ainda comportamentos 
(como por exemplo ser “nerd”, estudar demais, ser amigo dos professores, etc.).
 As consequências mais comuns para as vítimas são: sofrimento intenso com perda 
da autoestima, problemas psicossomáticos e desinteresse pela escola. Em casos mais graves 
podem ocorrer fobia escolar que por vezes provoca o abandono completo da escola, ansiedade 
generalizada, transtorno de pânico, depressão, anorexia, bulimia, homicídio e suicídio.
 Quanto aos expectadores, existem os passivos que não tomam nenhuma atitude, apenas 
observam, e os ativos que tomam iniciativas para apoiar a ação dos agressores ou para proteger a 
vítima de algum modo. Boa parte dos expectadores teme se tornar também uma vítima.
 As consequências para ambos os tipos de expectadores são muito negativas. É muito 
comum a ocorrência de sentimentos de culpa, seja por não terem ajudado as vítimas, seja por 
terem contribuído para o seu sofrimento. Além disto, a convivência com situações frequentes 
de violência contribui para a formação de pessoas amedrontadas e omissas. Também é preciso 
considerar que nestes casos estes modelos violentos de relações sociais tem grandes chances de 
serem repetidos no futuro, colocando os expectadores no papel de agressores.
 Os agressores que praticam o bullying em geral buscam demonstrar poder e reunir 
colegas em torno de sua liderança. Para eles as consequências mais comuns são a deformação da 
personalidade e dificuldade de estabelecer relações de respeito e confiança que podem perdurar 
por toda a vida. Eles desumanizam as vítimas e se desumanizam também porque aprendem a 
construir relações com base no medo e não no afeto.
 Como se pode concluir, trata-se de um fenômeno extremamente negativo que precisa ser 
combatido e eliminado.
Sinais De Alerta: Como Saber Se Seu Filho Está Sendo Vítima De Bullying
Não é fácil para os pais saberem que seus filhos estão sendo vítimas de bullying, porque eles 
acabam se tornando “reféns” da situação e raramente pedem ajuda. Em geral, sentem-se 
envergonhados e não querem que as famílias se decepcionem por terem um filho frágil, não 
popular na escola, enfim um filho não ideal. Além disto, sentem-se intimidados já que têm medo de 
represálias por parte dos agressores que frequentemente os ameaçam de diferentes formas.
 Por este motivo é muito importante estar atento a alguns sinais emitidos pelas crianças e 
jovens, os quais podem ser observados em casa, tais como:
• Próximo do horário de início das aulas apresentam variadas desculpas para não irem à escola, 
podendo queixar-se de dores de cabeça, enjoo, dores de cabeça, tonturas, vômitos etc.;
• Têm dificuldades para dormir ou o sono é agitado;
• Apresentam mudanças frequentes e intensas de humor;
• Em geral são pouco procurados por colegas e os convites para passeios não são frequentes;
• As atividades escolares ficam por fazer ou são feitas com desleixo e desinteresse;
• Os materiais escolares aparecem frequentemente danificados;
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• Por vezes voltam da escola com hematomas, arranhões, roupas amassadas ou rasgadas;
• Falam muito pouco sobre o que ocorre na escola, podendo demonstrar incômodo e 
desconforto quando a família aborda este assunto.
Na escola também é possível observar sinais expressivos nas crianças e jovens tais como:
• No recreio ficam isolados;
• Na sala de aula apresentam atitudes de retraimento;
• Mostram-se frequentemente tristes;
• Nos jogos ou atividades em grupo são os últimos a serem escolhidos;
• Não têm amigos;• São excluídos de atividades em grupo.
 Estudos feitos recentemente no Brasil e em outros países demostram que a grande maioria 
dos casos de bullying ocorre dentro da sala de aula e no recreio, ou seja, situações em que há a 
presença de adultos. Entretanto, dificilmente se tomam atitudes para coibir este tipo de violência. 
 Talvez pelo fato de que boa parte das pessoas tende a achar que o bullying é apenas uma 
brincadeira entre crianças e jovens. Talvez ainda porque segundo as mesmas pesquisas TODAS as 
pessoas já estiveram envolvidas em algum momento de suas vidas em situações de bullying seja 
no papel de agressores, expectadores ou vítimas, o que acaba levando a uma naturalização do 
fenômeno, visto como um ritual negativo mas inevitável e até necessário para o “fortalecimento” 
das pessoas.
 Assim, por diferentes razões, temos alunos e escolas que se calam diante da situação!
 Por este motivo, é fundamental o contato frequente das famílias com os professores e 
demais integrantes da equipe escolar, tais como coordenadores, diretores e funcionários. 
O que os pais podem fazer para proteger seus filhos do bullying
Para proteger efetivamente crianças e jovens do bullying é preciso desenvolver ações concretas na 
escola e em casa.
Ações na escola
A escola é corresponsável direta nestes casos e precisa tomar medidas preventivas e educativas, 
entre as quais destacamos:
1. Em primeiro lugar, reconhecer a existência do bullying em suas diversas formas e tomar 
consciência dos prejuízos que ele pode trazer para o desenvolvimento de todos os envolvidos. Isto 
significa romper com a visão ingênua de senso comum de que os episódios que envolvem violência 
física ou psicológica devem ser tratados como brincadeiras normais entre crianças e jovens que 
sempre existiram e que nunca deixarão de existir;
2. Desenvolver processos de formação continuada com todos os profissionais da escola para que se 
tornem capazes de identificar e intervir adequadamente nos casos de bullying; 
3. Conduzir uma discussão a mais ampla possível acerca do tema, mobilizando a comunidade 
interna e externa à escola, a qual possa culminar na elaboração e implantação de estratégias 
coletivas de caráter preventivo e educativo;
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4. Envolver todos os alunos, abrindo espaços para que possam falar livremente sobre o tema e com 
isto, contribuir para que compreendam todas as origens e a extensão do problema, bem como a 
necessidade de transformações nas relações sociais que estabelecem dentro e fora da escola;
5. Buscar parcerias com profissionais especializados que possam auxiliar no desenvolvimento e 
avaliação das ações;
6. Construir regras coletivas de funcionamento que sejam capazes de acabar com a impunidade e, 
principalmente, de reforçar a necessidade da convivência ética, solidária, acolhedora e respeitosa 
para que um dia todos possam afirmar: NESTA ESCOLA NINGUÉM PRATICA BULLYING.
Ações na família
As escolas não poderão desenvolver estas ações com êxito sem o apoio efetivo das famílias.
Além de participarem ativamente da vida escolar e da vida da escola é preciso que os pais:
1. Estejam sempre atentos para eventuais mudanças de comportamento ou sinais que podem 
indicar que seus filhos estão envolvidos em situações de bullying, sejam eles vítimas, agressores ou 
expectadores ativos ou passivos;
2. Assumir uma posição firmemente contrária a qualquer tipo de bullying, orientando os 
filhos para as consequências negativas e para a desumanização decorrente de todo ato de violência 
física, verbal ou psicológica;
3. Educar para a coletividade, ensinando valores éticos, defendendo os direitos de todas as 
pessoas e combatendo todos os tipos de preconceitos;
4. Conhecer de modo o mais próximo possível as vivências sociais de seus filhos, 
estabelecendo relações de confiança e respeito mútuo que sinalizem que sempre será possível 
dialogar de modo aberto e empático;
5. No que se refere ao Ciberbullying os pais devem estar mais atentos as ações e 
envolvimentos dos filhos com a internet, orientando para os perigos e riscos deste meio.
 Em alguns casos a família deve avaliar a necessidade de um encaminhamento pra 
acompanhamento psicológico.
 Vamos proteger nossas crianças e jovens!
 Bullying não é natural, não é bom, não é humano!
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Profª Drª Marisa Eugênia Melillo Meira
Profa. Dra. Marisa Eugênia Melillo Meira, mestre em Filosofia da Educação pela 
PUC-SP e doutora em Psicologia Escolar e Desenvolvimento Humano pelo 
Instituto de Psicologia da USP, docente da UNESP, pesquisadora e especialista 
em educação familiar e escolar, aprendizagem e desenvolvimento humano.
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