Buscar

Resumo 06

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – p. 1/6 
 
PODER, em sentido amplo, significa capacidade geral para agir, ou ainda, no âmbito das relações entre os 
órgãos públicos e também entre agentes públicos, como o predomínio hierárquico de uns sobre outros. Todos os 
agentes públicos, na condição de gestores da coisa pública, são investidos com os poderes específicos do cargo ou 
função que ocupam, assim para que possam eficientemente desempenhar suas atribuições em prol da satisfação das 
necessidades coletivas. Tais poderes – atributos do cargo ou função – não podem ser utilizados como privilégios 
daquele que os detém, devendo, e em sentido diametralmente oposto, ser sempre reconhecidos como uma decorrência 
do DEVER geral de agir, cujo cumprimento impõe-se sempre obrigatório ao agente público, como exigência legal, moral 
e do interesse público (vide princípio da indisponibilidade do interesse público). 
 
PODER-DEVER (ou ainda DEVER-PODER, consoante CABM) DE AGIR : O poder para o agente público sempre 
terá o significado de dever para com a comunidade e administrados, os quais tem direito à prestação pública 
correspondente. Esse dever de administrar, de exercer as competências públicas, sempre haverá de se manifestar 
diligente e tempestivo, probo, impessoal, legal, razoável e proporcional, sendo irrenunciável pelo agente público. Com 
efeito, o direito dos administrados não dá margem à liberalidades pelo administrador. 
A par desse, o primeiro, emergem também como deveres básicos de todos os agentes públicos : 
Dever de EFICIÊNCIA: lembremo-nos do princípio da eficiência, inserto no “caput” do art. 37 da CF. Alude, pois, à 
produtividade (rendimento), perfeição, desembaraço, rapidez e adequação técnica com que o agente desempenha a sua 
função, consoante parâmetros legalmente estabelecidos. Poderá a AP poderá dispensar o servidor, em face de sua 
ineficiência, mediante procedimento avaliatório periódico de desempenho (arts. 41, III, 169, § 4º, e 247 da CF), na forma 
da lei complementar, geralmente consignando os Estatutos pena demissória para a “ineficiência intencional e reiterada”. 
Dever de PROBIDADE: decorrente do princípio da moralidade, identifica-se com a atuação ao bom administrador, 
justo e honesto, de proceder leal e de boa fé. A Lei nº 8.429/92 elenca várias figuras correspondentes a atos de 
improbidade administrativa, dando-lhes a seguinte classificação: a) os que importam enriquecimento ilícito; b) os que 
causam prejuízo ao Erário; c) os que atentam ontra os princípios da Administração Pública (dispõe, em seu art. 4º, que 
“os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trata dos assuntos que lhe são afetos” ), declarando, em seu 
art. 11, que “constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública 
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições”, 
alinhando, na seqüência, uma séria de condutas. 
Dever de PRESTAR CONTAS : Trata-se, sem dúvida, de dever correlato à moralidade, próprio do regime 
republicano e, consequentemente, do sistema representativo, onde o governante administra a “res publica” como mero 
mandatário, devendo, portanto, prestar constas de seus atos. Decorre naturalmente, pois, como encargo de quem 
administra bens e interesses alheios (todos, não só dinheiro), segundo mandato que o obriga a atuar com zelo e 
eficiência na conservação correlata. Abrange os integrantes da AP direta e indireta, e ainda aos particulares 
subvencionados pelo Estado. 
 
USO E ABUSO DE PODER : Os poderes administrativos tem limites certos e forma legal de utilização, de maneira 
que jamais poderão ser exercidos em dissonância aos princípios e normas do Direito Administrativo, sob pena de 
invalidade, geradora de conseqüências e responsabilidades civil, penal (ver Lei de Abuso de Autoridade) e 
administrativo-disciplinar. O USO DO PODER corresponde, na realidade, a um dever de todo administrador, eis que 
configura em indispensável instrumento para a consecução do bem-estar social. Não é, pois, ilimitado ou incondicional. 
Deve estar subordinado à lei, à moralidade e ao interesse público, sob pena de ilegitimidade. O ABUSO DE PODER 
ocorre quando a autoridade, decerto que competente para praticar o ato (regularmente investida de poder para praticá-
lo): ultrapassa os limites de suas atribuições (estabelecidas na lei ou no regulamento) ou se desvia das finalidades 
públicas. Isso ocorrendo estaremos sempre diante de um ato ilícito e, portanto, nulo. Ao Estado sempre caberá indenizar 
(art. 37, § 6º, da CF) todos os atos cometidos com abuso de poder que causar danos materiais ou morais. Para a 
doutrina tradicional manifesta-se nas seguintes formas : 
 Excesso ou Abuso de Poder: é o caso da autoridade competente que exorbita em seus poderes 
administrativos, exercendo-os além do que a lei lhe permite. Recordemo-nos da Lei nº 4.898/65, que visando preservar 
as liberdades individuais disciplina os crime cometidos com Abuso de Autoridade ou de Poder. Sempre invalida o ato e 
gera responsabilidade para o seu autor. 
 Desvio de Finalidade ou de Poder: aqui a autoridade atua nos limites de sua competência, mas pratica o ato por 
motivos ou fins diversos dos objetivados pela lei ou pelo interesse público (casos de perseguição ou favoritismos com 
aparência legal). Atuação conforme a lei, mas não de acordo com o Direito, pois o interesse público é substituído pelo 
particular. Ex. transferência do servidor, como forma de punição, a pretexto de satisfazer o interesse do serviço público. 
Desapropriação com finalidade privada. LPA/SP - Da Invalidade dos Atos: artigo 8º - São inválidos os atos 
administrativos que desatendam os pressupostos legais e regulamentares de sua edição, ou os princípios da 
Administração, especialmente nos casos de: V - desvio de poder. A Lei da Ação Popular também consigga o desvio de 
finalidade como vício nulificador do ato jurídico. 
 Omissão da Administração: trata-se da negativa do cumprimento do dever-poder de agir. O silêncio da 
Administração, a priori, não possui nenhuma significação, redundando apenas em omissão. Por vezes, raras, a norma 
pode indicar que o silêncio, após certo prazo, implica aprovação ou denegação de um determinado pedido. Porém, 
inexistindo previsão dessa espécie, o silêncio da Administração caracterizará Abuso de Poder, corrigível pela via 
administrativa ou judicial. Ao Poder Judiciário caberá impor à Administração o exercício do ato omitido ou suprir os seus 
 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – p. 2/6 
 
efeitos. De se ressaltar, portanto, que diversamente do Direito Privado, o silêncio não pode ser entendido, de regra, 
como qualquer espécie de concordância. O retardamento do ato também importa em abuso de poder, uma vez que, 
como ocorre com a omissão plena, lesa o patrimônio jurídico individual. Obs.: vide crime de prevaricação e outros contra 
a AP. 
O SILÊNCIO da Administração: Não possui, em princípio, nenhum significado, tratando-se de consumada 
omissão. Vide: 
 → LPA federal – Lei nº 9.784/99: 
Art. 2
o
, p.u. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, 
salvo autorização em lei; 
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como 
própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. 
CAPÍTULO XI - DO DEVER DE DECIDIR - Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir 
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. 
→ LPA São Paulo: 
Artigo 24 - Em nenhuma hipótese,a Administração poderá recusar - se a protocolar a petição, sob pena de 
responsabilidade do agente. 
Artigo 33 - O prazo máximo para decisão de requerimentos de qualquer espécie apresentados à Administração 
será de 120 (cento e vinte) dias, se outro não for legalmente estabelecido. 
§ 1º - Ultrapassado o prazo sem decisão, o interessado poderá considerar rejeitado o requerimento na esfera 
administrativa, salvo previsão legal ou regulamentar em contrário. 
§ 3º - O disposto no § 1º deste artigo não desonera a autoridade do dever de apreciar o requerimento. 
Artigo 50 – idem quanto a recursos administrativos. 
 
PODERES EM ESPÉCIE: tratam-se dos atributos do cargo ou da função que capacitam o agente público a 
desempenhar as atividades compatíveis aos encargos que lhe são atribuídos, os quais sempre se identificarão com as 
exigências do serviço público e a satisfação dos interesses da coletividade. Obedecem à seguinte classificação: 
 
 PODER VINCULADO OU REGRADO : o correto seria aludir à competência vinculada ou regrada, pois neste 
caso o agente público somente pode e deve agir em conformidade às imposições do Direito Positivo, ou seja, a lei 
determina os elementos e requisitos para a prática de um ato, vinculando totalmente o agente público ao seu texto. A 
inobservância de qualquer requisito legal caracterizará o ato como nulo. HLM salienta que dificilmente se encontrará um 
ato totalmente vinculado. Portanto, chamaremos de vinculado o ato que apresentar, PREPONDERANTEMENTE, 
elementos vinculados, isto é, em maior número do que aqueles deixados ao alvedrio do administrador. Serão sempre 
vinculados os seguintes elementos: a competência; a finalidade; a forma; outros que a norma legal indicar. Ex. a 
aposentaria compulsória do servidor público que atingir os 70 anos de idade. 
Lei Complementar nº 734/93 – SP - Institui a Lei Orgânica do Ministério Público e dá outras providências. 
Artigo 122 - O ingresso nos cargos iniciais da carreira dependerá da aprovação prévia em concurso público de 
provas e títulos, organizado e realizado pela Procuradoria-Geral de Justiça. 
̕§ 3º - São requisitos para o ingresso na carreira: I - ser brasileiro; II - ter concluído o curso de bacharelado em 
Direito, em escola oficial ou reconhecida; III - estar quite com o serviço militar; IV - estar no gozo dos direitos políticos; V 
- ter idade inferior a 40 (quarenta) anos, ou a 45 (quarenta e cinco) anos, se funcionário público; VI - gozar de boa saúde, 
física e mental; VII - ter boa conduta social e não registrar antecedentes criminais incompatíveis com o exercício da 
função. 
 
 PODER DISCRICIONÁRIO: observa-se a competência discricionária naquelas hipóteses em que o Direito 
concede à Administração, de modo explícito ou implícito, alguma liberdade para a prática do ato no tocante à sua 
oportunidade, conveniência ou conteúdo. O ato, assim, jamais será contrário à lei (arbitrariedade), pois a liberdade a que 
se reporta se dá quanto a ação realizada “dentro da lei”. Perceba-se que o campo de liberdade a que se encontra 
limitado o exercício do Poder Discricionário resume-se ao chamado mérito do ato, ou seja, à possibilidade de valoração 
dos motivos e da escolha do objeto do ato pela Administração, quando legalmente autorizada a decidir sobre a 
conveniência, a oportunidade e justiça do ato a realizar. 
Nessa linha, JCSF conceitua esse poder (competência) como “prerrogativa concedida aos agentes 
administrativos de elegerem, entre várias condutas possíveis, a que traduz maior conveniência e oportunidade para o 
interesse público”. Vale esclarecer que a conveniência refere-se àquilo que “convém” (apropriado, adequado) para a 
satisfazer o interesse público, enquanto a oportunidade alude ao “momento” certo para a prática do ato. E nessa esteira 
completa CABM, identificando a discricionariedade como “a margem de liberdade que remanesça ao administrador para 
eleger, segundo critérios consistentes de razoabilidade, um, dentre pelo menos dois comportamentos, cabíveis perante 
cada caso concreto, a fim de cumprir o dever de adotar a solução mais adequada à satisfação da finalidade legal”. 
Lei Federal n
o
 10.826/03. 
Art. 4
o
 Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a efetiva necessidade, 
atender aos seguintes requisitos: 
 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – p. 3/6 
 
 I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de antecedentes criminais fornecidas 
pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, 
que poderão ser fornecidas por meios eletrônicos; 
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa; 
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo, atestadas na 
forma disposta no regulamento desta Lei. 
Lei nº 1.437, de 21 de novembro de 1966 – Aprova o CÓDIGO DE OBRAS do Município de Sorocaba 
Artigo 346 - Qualquer edificação só poderá ser iniciada se o interessado possuir o "alvará de construção". 
Artigo 359, parágrafo único - O órgão competente possui o direito de indagar e constatar os destinos das obras em 
seu conjunto e seus elementos competentes e recusando aquêles que forem julgados inadequados ou 
inconvenientes sob os pontos legislados por êste Código. 
A discricionariedade será sempre relativa e parcial, posto que o agente público sempre estará vinculado à lei no 
que pertine à competência, forma e finalidade, sobre as quais nunca haverá possibilidade de escolha. Vê-se, pois, que 
também inexiste ato absolutamente discricionário. A discricionariedade pura, adverte LVF, somente haverá nos atos 
políticos (portanto estranhos à atividade administrativa). A discricionariedade encontra plena justificativa na 
impossibilidade de previsão legal de todas as atividades inerentes ao cotidiano administrativo. Além disso, visando a real 
satisfação do interesse público, impõe-se que ao administrador – sempre próximo da realidade e diante do caso concreto 
– sejam viabilizadas as condições para que melhor atue (respeitados os critérios de razoabilidade, proporcionalidade, 
boa-fé, lealdade, igualdade, impessoalidade etc.) em busca dos fins (sempre concernentes à utilidade pública) almejados 
pela norma. 
 
CONCEITO JURÍDICO INDETERMINADO (vago, impreciso, fluído): reporta-se a “expressões vocabulares que 
comportam indeterminação de sentido, o que exige que o aplicador produza sua delimitação no caso concreto” (MJF). 
 Conceitos técnicos: aposentadoria por invalidez, bens de valor histórico (vinculação a parecer técnico). 
 Conceitos de experiência: bons antecedentes, jogo de azar (interpretação à luz do sentido usual). 
 Conceitos de valor: notório saber jurídico, falta grave, procedimento indecoroso (hipóteses passíveis de 
discricionariedade). 
→ LPA Federal: 
Art. 2
o
 A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, 
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e 
eficiência. 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se 
dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação. 
→ LPA São Paulo: 
Artigo 4º - A Administração Pública atuará em obediência aos princípios da legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade, razoabilidade, finalidade, interesse público e motivação dos atos administrativos. 
Artigo 5º - A norma administrativa deve ser interpretada e aplicada da forma que melhor garanta a realização do 
fim público a que se dirige. 
 
CONTROLE DOS ATOS DISCRICIONÁRIOS PELO PODER JUDICIÁRIO:CF, art. 5º, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
Neste controle o Juiz não deverá realizar o papel que cabe exclusivamente ao administrador, procedendo, 
mediante juízo de conveniência e oportunidade, a avaliação se o ato atende ou não o interesse público. Haverá de 
sindicar todos os aspectos de legalidade do ato administrativo (notadamente a razoabilidade e a proporcionalidade), sem 
imiscuir-se em juízos puramente administrativos. 
“4. Cabe ao Poder Judiciário, no Estado Democrático de Direito, zelar, quando provocado, para que o 
administrador atue nos limites da juridicidade, competência que não se resume ao exame dos aspectos formais do 
ato, mas vai além, abrangendo a aferição da compatibilidade de seu conteúdo com os princípios constitucionais, 
como proporcionalidade e razoabilidade. 7. No que tange ao controle jurisdicional de atos impositivos de sanção a 
servidor público, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça evoluiu no sentido de que, diante dos princípios que 
vinculam o regime jurídico disciplinar, não há falar em discricionariedade da Administração, devendo o controle 
exercido pelo Poder Judiciário incidir sobre todos os aspectos do ato. Precedente. MS 12.988/DF, Rel. Min. FELIX 
FISCHER, DJ 12/2/08”. (STJ. REsp 1001673 / DF, 2007/0254568-0. Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA. T5 - 
QUINTA TURMA. J. 06/05/2008. DJe 23/06/2008). 
 
 PODER REGULAMENTAR OU NORMATIVO: Poder–dever ou dever-poder de editar normas que assegurem a 
fiel execução da lei, “criando os mecanismos de complementação indispensáveis à sua aplicabilidade”. (JSCF). 
Remanesce ao administrador público a obrigação de respeito à lei, sendo vedado contrariá-la, ampliá-la ou inová-
la. Desserve o vertente instrumento para fazer “direito novo”, tarefa essa confiada com exclusividade ao Poder 
Legislativo: CF, art. 5º, II:ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. 
LPA/SP, artigo 6º - Somente a lei poderá: I - criar condicionamentos aos direitos dos particulares ou impor - lhes 
deveres de qualquer espécie; e II - prever infrações ou prescrever sanções. 
 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – p. 4/6 
 
Ao agente público socorre unicamente a possibilidade de fixar obrigações subsidiárias ou derivadas, quais sejam 
aquelas que possuam absoluta correspondência e adequação às obrigações legalmente impostas. Ex.: indicação da 
relação de documentos que o interessado deve apresentar para comprovar fato jurídico previsto na lei. 
Fundamento constitucional: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, 
promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
Art. 87, p.u.. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições estabelecidas nesta Constituição e na 
lei: II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos; 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de 
delegação legislativa; 
Lei complementar nº 1.195 , de 17 de janeiro de 2013 
Transforma o Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN em autarquia, 
Artigo 47 - O detalhamento da organização e atribuições do DETRAN-SP, e de seus órgãos, serão estabelecidos 
no Regulamento da Autarquia, que deverá ser aprovado por decreto. 
Artigo 48 - Dentro do prazo de 90 (noventa) dias, contados da data da vigência desta lei complementar, será 
editado decreto que aprovará o Regulamento do DETRAN-SP. 
 Decreto nº 59.055, de 9 de abril de 2013 
Artigo 1º - Fica aprovado o Regulamento do Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN-SP, transformado em 
autarquia pela Lei Complementar nº 1.195, de 17 de janeiro de 2013, constante do anexo que faz parte integrante deste 
decreto. 
ANEXO a que se refere o artigo 1º do Decreto nº 59.055, de 9 de abril de 2013 Regulamento do 
Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN-SP 
CAPÍTULO I - Do Órgão e de suas Finalidades até CAPÍTULO VIII - Disposições Gerais e Finais 
 
 PODER REGULAMENTAR E PODER REGULADOR 
Lei nº 9.472/97. 
Art. 8° Fica criada a Agência Nacional de Telecomunicações, entidade integrante da Administração Pública 
Federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada ao Ministério das Comunicações, com a função de 
órgão regulador das telecomunicações (...). 
Art. 19. À Agência compete adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o 
desenvolvimento das telecomunicações brasileiras, atuando com independência, imparcialidade, legalidade, 
impessoalidade e publicidade, e especialmente: 
IV - expedir normas quanto à outorga, prestação e fruição dos serviços de telecomunicações no regime público; 
X - expedir normas sobre prestação de serviços de telecomunicações no regime privado; 
XII - expedir normas e padrões a serem cumpridos pelas prestadoras de serviços de telecomunicações quanto 
aos equipamentos que utilizarem; 
XIV - expedir normas e padrões que assegurem a compatibilidade, a operação integrada e a interconexão entre 
as redes, abrangendo inclusive os equipamentos terminais; 
Portanto, como resta fácil concluir, o exercício do poder regulamentar ou normativo da Administração Pública visa 
a realização do interesse público, mediante a criação de condições para que as lei venham a ser efetiva, eficaz e 
fielmente executadas, abe ao Tais normas objetivarão preparar os órgãos da Administração para dar adequado e 
eficiente cumprimento à lei, explicando-a e viabilizando a aplicação de seus comandos. CABM realça sua utilidade 
procedimental e uniformizante, estabelecendo critérios limitadores da discricionariedade administrativa, bem como de 
detalhamento e esclarecimento da lei, assim ensejando interpretação padrão e afinada ao interesse público. Frise-se 
uma vez mais: não pode o agente público, no exercício deste poder, modificar ou contrariar a lei, nem dispor sobre 
matéria constitucionalmente reservada à lei. As regras de edição do regulamento devem, conforme o precitado autor, 
ser necessariamente observadas igualmente em relação a todos os demais atos gerais do Poder Executivo (resoluções, 
instruções, portarias, regimentos etc.), de edição própria a outras autoridades que não o Chefe do Poder Executivo. 
→ LPA São Paulo: 
Artigo 12 - São atos administrativos: 
I - de competência privativa: 
a) do Governador do Estado, o Decreto; 
b) dos Secretários de Estado, do Procurador Geral do Estado e dos Reitores das Universidades, a Resolução; 
c) dos órgãos colegiados, a Deliberação; 
II - de competência comum: 
a) a todas as autoridades, até o nível de Diretor de Serviço; às autoridades policiais; aos dirigentes das entidades 
descentralizadas, bem como, quando estabelecido em norma legal específica, a outras autoridades administrativas, a 
Portaria; 
b) a todas as autoridades ou agentes da Administração, os demais atos administrativos, tais como Ofícios, 
Ordens de Serviço, Instruções e outros. 
 
 ATO REGULAMENTAR OU NORMATIVO AUTÔNOMO: sob esta denominação encontramos os de atos 
administrativos que regulamentam ou normatizam determinadas situações, inclusive prevendo direitos e obrigações, sem 
sem, como já vimos (CF, arts. 5º, II, e 84, IV), o necessário lastro legal, ou seja, de forma autônoma. Registrando-se 
 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – p. 5/6 
 
raras, mas honrosas exceções, inclina-se maciçamente a doutrina a apontar a inconstitucionalidade da hipótese, posição 
referendada pela nossa Suprema Corte. 
“Para que ficasse caracterizada a ofensa direta ao art. 5º, II da Constituição, seria necessário apontar a 
inexistência de lei imprescindível à fundamentação de validade do decreto (hipótese de inconstitucional decreto 
autônomo), ou, então, que algum pontodo decreto fosse incompatível com o texto da lei que lhe deveria servir como 
fundamento de validade, interpretada conforme a Constituição, ou declarado inconstitucional, ainda que sem redução de 
texto” (STF. AI 737543 AgR/SP - Relator Min. JOAQUIM BARBOSA - 28/08/2012 - Segunda Turma - DJe-183,18-09-
2012). 
“1. INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Objeto. Admissibilidade. Impugnação de decreto autônomo, que 
institui benefícios fiscais. Caráter não meramente regulamentar. Introdução de novidade normativa. Preliminar repelida. 
Precedentes. Decreto que, não se limitando a regulamentar lei, institua benefício fiscal ou introduza outra 
novidade normativa, reputa-se autônomo e, como tal, é suscetível de controle concentrado de 
constitucionalidade. 2. INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Decreto nº 27.427/00, do Estado do Rio de Janeiro. 
Tributo. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. Benefícios fiscais. Redução de alíquota e 
concessão de crédito presumido, por Estado-membro, mediante decreto. Inexistência de suporte em convênio celebrado 
no âmbito do CONFAZ, nos termos da LC 24/75. Expressão da chamada “guerra fiscal”. Inadmissibilidade. Ofensa aos 
arts. 150, § 6º, 152 e 155, § 2º, inc. XII, letra “g”, da CF. Ação julgada procedente. Precedentes. Não pode o Estado-
membro conceder isenção, incentivo ou benefício fiscal, relativos ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços – ICMS, de modo unilateral, mediante decreto ou outro ato normativo, sem prévia celebração de convênio 
intergovernamental no âmbito do CONFAZ” (STF. ADI 3664/RJ - Relator Min. CEZAR PELUSO - 01/06/2011 - 
Tribunal Pleno - DJe-181, 21-09-2011). 
Em certa e limitadíssima medida figurando como exceção à regra, mas servindo exatamente para confirmá-la, alguns 
autores apontam para o inciso VI do art. 84 da CF (redação dada pela EC 32), que assim dispõe: 
“Compete privativamente ao Presidente da República: 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;” 
 
 PODER HIERÁRQUICO (de ordenação) ou PODERES DECORRENTES DA HIERARQUIA (MSZDP): 
Hierarquia, para o nosso corrente estudo, pode ser conceituada como a relação de subordinação entre os vários órgão e 
agentes do Poder Executivo (típica da função administrativa), com a distribuição de atribuições e gradação de autoridade 
de cada nível 
Objetivos do Poder Hierárquico: 
 ORDENAR as atividades da Administração, repartindo e escalonando as funções entre os agentes de seus 
órgão, de modo que cada um possa exercer convenientemente o seu encargo. O Poder Hierárquico impõe o DEVER DE 
OBEDIÊNCIA aos agentes inferiores em relação às ordens e instruções “legais” (emitidas de acordo com a lei e a 
finalidade pública) emanadas dos superiores. Aos subordinados descabe o cumprimento de ordens manifestamente 
ilegais, não lhes sendo lícito, no entanto, proceder à apreciação da oportunidade e da conveniência das determinações 
superiores. 
 COORDENAR essas atribuições com vistas ao engrossamento e funcionamento harmônico de todos os 
serviços a cargo de seus órgãos; 
 CONTROLAR o cumprimento das leis e das normas administrativas, a conduta e o rendimento funcional de 
cada servidor; 
 CORRIGIR os erros administrativos pela ação revisora dos superiores hierárquicos. 
Poderes decorrentes da hierarquia: 
 DAR ORDENS : orientando os subalternos nos casos concretos. Contrapartida : o dever de obedecer. 
 FISCALIZAR ou CONTROLAR : vigilância permanente sobre os atos praticados pelos subalternos, com o 
escopo de mante-los dentro das exigências da legalidade e da moralidade; 
 REVER ou CORRIGIR: vide princípio da autotutela, já estudado. A cargo dos superiores, que apreciarão os 
atos realizados pelos inferiores em todos os seus aspectos (competência, forma, finalidade, conveniência, oportunidade, 
justiça, moralidade e finalidade), para mantê-los ou invalidá-los 
→ LPA Federal: 
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-
los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 
→ LPA São Paulo: 
Artigo 10 - A Administração anulará seus atos inválidos, de ofício ou por provocação de pessoa interessada, 
salvo quando: I - ultrapassado o prazo de 10 (dez) anos contado de sua produção; II - da irregularidade não resultar 
qualquer prejuízo; III - forem passíveis de convalidação. 
 DELEGAR: conferir a outrem (geralmente um subordinado) competência que originalmente lhe pertencia. 
Somente poderá ser recusada se o subordinado não possuir condições de bem cumpri-la. OM ressalta que o ato de 
delegação, escrito, especifica as competências delegadas, os limites da atuação da autoridade que recebe a delegação, 
sua duração e objetivos. Este instituto justifica-se ante a necessidade de conferir maior agilidade e celeridade a certas 
decisões, que poderão ser tomadas com maior justiça por aquele mais próximo ao problema. 
 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – p. 6/6 
 
→ LPA Federal: 
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua 
competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for 
conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. 
 Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos 
respectivos presidentes. 
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: 
I - a edição de atos de caráter normativo; 
II - a decisão de recursos administrativos; 
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. 
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. 
1
o
 O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a 
duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. 
§ 2
o
 O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. 
§ 3
o
 As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão 
editadas pelo delegado. 
→ LPA São Paulo: 
Artigo 19 - Salvo vedação legal, as autoridades superiores poderão delegar a seus subordinados a prática de 
atos de sua competência ou avocar os de competência destes. 
Artigo 20 - São indelegáveis, entre outras hipóteses decorrentes de normas específicas: 
I - a competência para a edição de atos normativos que regulem direitos e deveres dos administrados; 
II - as atribuições inerentes ao caráter político da autoridade; 
III - as atribuições recebidas por delegação, salvo autorização expressa e na forma por ela determinada; 
IV - a totalidade da competência do órgão; 
V - as competências essenciais do órgão, que justifiquem sua existência. 
Parágrafo único - O órgão colegiado não pode delegar suas funções, mas apenas a execução material de suas 
deliberações. 
 AVOCAR: é o chamar para si atribuições inerentes ao subordinado. Trata-se de medida excepcional e que, 
portanto, depende de adequada justificativa. Jamais poderá ser realizada de modo a “esvaziar” as competências do 
órgão inferior. 
→ LPA Federal: 
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação 
temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
→ LPA São Paulo: 
Artigo 19 - Salvo vedação legal, as autoridades superiores poderão delegar a seus subordinados a prática de 
atos de sua competência ou avocar os de competência destes. 
 
 PODER DISCIPLINAR:é o que a Administração dispõe para punir internamente as infrações funcionais dos 
servidores e demais pessoas sujeitas aos órgãos e serviços que lhe são próprios. Abrange o poder de apuração das 
infrações e de aplicação de penalidade administrativas a e particulares legal ou contratualmente submetidos à sua 
disciplina. 
É correlato ao Poder Hierárquico, mas com ele não se confunde (existente nos Poderes Legislativo e Judiciário, 
onde não há relações de subordinação entre seus membros). Tem sua razão de ser na moralidade, na eficiência e no 
aperfeiçoamento do serviço público. Sua aplicação sempre estará vinculada ao respeito aos princípios constitucionais do 
devido processo legal e da ampla defesa. 
Trata-se de poder-dever: vide crime de condescendência criminosa (CP, art. 320 - Deixar o funcionário, por 
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte 
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, 
ou multa). 
 
_________________________________________________________________

Outros materiais