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Resumo 08

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ATOS ADMINISTRATIVOS 1/5 
 
 Fato: acontecimentos naturais ou que apenas indiretamente dependem do homem. Fato jurídico : quando esses 
acontecimentos produzem efeitos no mundo do direito. Ex. : a morte de alguém abre a sucessão. 
- Fato Administrativo: quando os mesmo acontecimentos naturais produzem efeito no mundo do Direito Administrativo. 
Ex. : a morte de um funcionário público que produz a vacância de seu cargo. Obs.: alguns doutrinadores reportam-se ao 
fato administrativo como a expressão de "atividade material no exercício da função administrativa” (JSCF), como seria o 
caso de uma apreensão de bens ou a dispersão de manifestantes. Não é tão o estrito o pensamento de tantos outros, 
que distinguem o fato administrativo, espécie do gênero fato jurídico, tanto como um evento material, como uma conduta 
humana, “voluntária ou involuntária, preordenada ou não para interferir na ordem jurídica”, mas capaz, à luz da lei, de 
gerar efeitos de direito (CABM). Assim, a prescrição e a decadência devem ser entendidas como fatos jurídicos, embora 
não correspondam a atividades materiais (vide abaixo “atos da Administração). 
 ATO: pressupõe ação humana direta, dirigida ao um determinado fim. Ato jurídico: ação humana que produz efeito 
jurídico. 
- ATO ADMINISTRATIVO: ação humana, realizada pelo agente público, que produz efeitos no âmbito específico do 
Direito Administrativo. HLM : “manifestação unilateral de vontade da Administração Pública ou de quem lhe faça as 
vezes que, agindo nessa qualidade tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir, declarar 
direitos ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. CABM: “declaração do Estado (ou de quem lhe faça as 
vezes), no exercício da prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a 
titulo de lhe dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade pelo órgão jurisdicional”. 
Na esteira desses valiosos conceitos podemos, então, sintetizar o ato administrativo como “toda manifestação 
unilateral de vontade da Administração Pública - ou de quem legitimamente lhe faça as vezes – voltada, com 
fundamento nas prerrogativas públicas e no cumprimento da lei, a viabilizar o exercício de direito ou impor 
obrigações aos administrados ou a si própria, com o objetivo de concretizar o interesse público”. 
CABM refere-se ainda aos atos “da Administração”, que se tratam daquelas operações que, malgrado realizadas por 
órgãos ou entidades públicas, não são regidos pelo Direito Administrativo (atos de gestão), como uma mera locação. 
Idem quanto aos atos materiais da Administração, como o ministério de uma aula ou a prática de uma cirurgia. 
 
 ELEMENTOS ou REQUISITOS DE VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO: 
 COMPETÊNCIA : atribuição legal para praticar o ato conferida a determinado agente. 
 FINALIDADE : objetivo de interesse público, indicado na lei. 
 FORMA : revestimento exterior do ato. Escrito. Possibilidade de ordens verbais. E através de sinais 
convencionais. Não confundir com meras irregularidades materiais. 
 MOTIVO : fundamentos de fato e de direito que autorizam a edição do ato. Fábrica poluidora. Não confundir com 
a motivação, que corresponde ao dever de explicitar os motivos. 
 OBJETO : àquilo que o ato se preordena, a situação jurídica que será criada, modificada ou comprovada. Objeto 
moral, lícito, certo e possível. 
 
Lei Paulista do Processo Administrativo (10.177/98. 
Artigo 8º - São INVÁLIDOS os atos administrativos que desatendam os pressupostos legais e regulamentares de 
sua edição, ou os princípios da Administração, especialmente nos casos de: 
I - incompetência da pessoa jurídica, órgão ou agente de que emane; 
II - omissão de formalidades ou procedimentos essenciais; 
III - impropriedade do objeto; 
IV - inexistência ou impropriedade do motivo de fato ou de direito; 
V - desvio de poder; 
VI - falta ou insuficiência de motivação. 
 
Lei nº 4.717/65 – Lei da Ação Popular 
Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: 
a) incompetência; 
b) vício de forma; 
c) ilegalidade do objeto; 
d) inexistência dos motivos 
e) desvio de finalidade. 
Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de nulidade observar-se-ão as seguintes normas: 
a) a incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou; 
b) o vício de forma consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à 
existência ou seriedade do ato; 
c) a ilegalidade do objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato 
normativo; 
d) a inexistência dos motivos se verifica quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é 
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; 
e) o desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou 
implicitamente, na regra de competência. 
 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 2/5 
 
 Mérito do ato administrativo: O mérito do ato administrativo consubstancia-se na valoração dos motivos e escolha 
do objeto do ato pela Administração, quando autorizada a decidir sobre a conveniência, a oportunidade e a justiça do 
ato a realizar. Destarte, como asseverado por Seabra Fagundes, o “merecimento é aspecto pertinente apenas do ato 
discricionário”. No ato vinculado inexiste esta opção, mas sim restrição ao acatamento das imposições legais. Mesmo 
assim o mérito do ato administrativo poderá ser revisto e anulado pelo Poder Judiciário desde que permeado por alguma 
ilegalidade (vide proporcionalidade, razoabilidade, moralidade). Não poderá o julgador, contudo, substituir o juízo de 
conveniência e oportunidade do administrador pelo seu próprio. 
4. Cabe ao Poder Judiciário, no Estado Democrático de Direito, zelar, quando provocado, para que o administrador atue 
nos limites da juridicidade, competência que não se resume ao exame dos aspectos formais do ato, mas vai além, 
abrangendo a aferição da compatibilidade de seu conteúdo com os princípios constitucionais, como 
proporcionalidade e razoabilidade. 7. No que tange ao controle jurisdicional de atos impositivos de sanção a servidor 
público, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça evoluiu no sentido de que, diante dos princípios que vinculam o 
regime jurídico disciplinar, não há falar em discricionariedade da Administração, devendo o controle exercido pelo 
Poder Judiciário incidir sobre todos os aspectos do ato. Precedente. MS 12.988/DF, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJ 
12/2/08. (STJ. REsp 1001673 / DF, 2007/0254568-0. Relator Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA. T5 - QUINTA TURMA. 
J. 06/05/2008. DJe 23/06/2008). 
 
Perfeição, validade e eficácia. 
Ato administrativo PERFEITO, segundo o magistério de CABM, é aquele que “completou o ciclo necessário à sua 
formação”, ou seja, que venceu todas as fases necessárias à sua produção. 
Ato administrativo VÁLIDO, por evidente, é aquele que corresponde integralmente às exigências do ordenamento 
jurídico. 
Ato administrativo EFICAZ é aquele que se em contra em plenas condições de gerar seus efeitos típicos, não 
dependendo, para esse fim, de qualquer complementação ou providência posterior. 

 ATRIBUTOS (qualidades ou características essenciais) DO ATO ADMINISTRATIVO: correspondem à 
Supremacia do Poder Público, que possibilitam à AP, na defesa do interesse coletivo, proceder com eficiência no 
cumprimento de suas funções. 
 PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE ou de VERACIDADE: os atos administrativos sempre se presumem legítimos ou 
verdadeiros, podendo assim ter execução imediata. Cabe ao particular demonstrar e provar sua ilegalidade. 
Enquantonão invalidado produz efeitos jurídicos. Presunção “juris tantum”. 
 IMPERATIVIDADE (Poder de império ou de autoridade): pode o ato ser editado e executado sem a consulta e/ou a 
concordância do particular sobre o qual possa recair seus efeitos. Ex. : mudança de mão de direção de uma rua; a 
escolha de uma rua para sediar uma feira livre. 
 EXIGIBILIDADE: impõe ao administrado obrigações sem necessidade de ordem judicial. Vide determinação de 
limpeza ou construção de muro em terreno baldio, a poda de árvores que possam por em risco a rede elétrica. Em 
face de eventual desobediência poderá impor, na forma da lei, sanções ao recalcitrante – COAÇÃO MORAL ao 
acatamento do ato - (embora não possa, no caso de uma multa por exemplo, forçá-lo a pagá-la, devendo buscar o 
Poder Judiciário para tanto). 
 AUTO-EXECUTORIEDADE ou EXECUTORIEDADE: consiste na possibilidade de execução do ato imediata e 
diretamente pela própria AP, compelindo materialmente o administrado, independente de ordem judicial – COAÇÃO 
FÍSICA. Entretanto, somente será legitima dentro do âmbito administrativo, não podendo ser invocada, por exemplo, 
para que a AP proceda à cobrança contenciosa de uma multa. Indispensável que tais atos sejam sempre precedidos 
de notificação e acompanhado de auto circunstanciado, a fim de comprovar a legalidade da atuação pública, 
podendo, “a posteriori”, ser intentadas as medidas judiciais mais necessárias à defesa dos interesses e patrimônio 
público. As exigências do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório não extinguiram esse atributo, 
levando apenas à restrição de seu campo de utilização, para reserva-lo aos casos em que o interesse público correr 
perigo iminente (cfe, jurisprudência e doutrina ). Exs.: Demolição ou embargo de uma construção clandestina; a 
inutilização de gêneros impróprios ao consumo; interdição de imóveis e atividades (atos de polícia administrativa). 
Casos em que se aplica a AUTO-EXECUTORIEDADE: 
 quando a lei prevê expressamente; e, 
 casos de medida urgente à defesa e garantia do interesse público confiado pela Lei à Administração. Nos demais 
casos, em que não há tempo hábil à via judiciária, diz-se que a auto-executoriedade está implícita no sistema 
legal. 
 Ao administrado sempre caberá o emprego dos remédios constitucionais e legais para impedir, mesmo 
preventivamente, a ação executória da Administração, e ainda pleitear a indenização do dano já ocorrido. 

 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS: 
Quanto ao seu OBJETO ou à Posição Jurídica da AP: 
 de Império (ou de autoridade) : todos aqueles que a AP pratica utilizando das prerrogativas decorrentes da sua 
supremacia sobre o particular ou servidor. Ex. : Desapropriações e interdições de atividades. Podem ser gerais 
ou individuais, mas sempre unilaterais. 
ATOS ADMINISTRATIVOS 3/5 
 
 de Gestão : quando a AP não se utiliza da supremacia do Poder Público. Ex. : atos puramente de administração 
e nos negociais com particulares, quando inexiste a exigência de coercibilidade. Portanto nem sempre serão 
atos administrativos típicos, especialmente quando levados a efeito sob regime de direito privado. 
 de Expediente : aqueles que se destinam tão-somente a dar andamento a papeis e processos que tramitam 
pelas repartições, sem entrar na decisão do mérito. 
Quanto ao seu REGRAMENTO ou à Liberdade da Administração em sua prática: 
 Vinculados ou regrados : aqueles que a lei estabelece os requisitos e condições de sua regulamentação. 
Praticamente inexiste liberdade para o administrador, que fica adstrito aos pressupostos legalmente estabelecido 
para a sua validade. 
 Discricionários : são aqueles que a AP pode praticar com liberdade de escolha do seu conteúdo, de seu 
destinatário, de sua conveniência e oportunidade, bem como do modo de realização. Trata-se do poder 
discricionário da AP. Não se confunde com o ato arbitrário que ofende a lei. 
Quanto à FORMAÇÃO DO ATO ou à composição da vontade produtora do ato: 
 Simples : é o que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ( despacho do chefe da 
seção ) ou colegiado ( decisão do conselho dos contribuintes ); 
 Complexo : é o que se forma com a conjugação de vontade de mais de um órgão administrativo (diferentes). 
CABM dá exemplo da lista tríplice, formada por um órgão, recaindo o poder de nomeação a outro. 
 Composto : depende da vontade única de um órgão, mas também da verificação de outro para se tornar 
exeqüível. É o caso da autorização que depende de visto da autoridade superior. Este visto cumpre o papel de 
simples ratificação, não pronunciando como manifestação de vontade como no ato complexo. 
Quanto aos EFEITOS DO ATO ou ao seu conteúdo: 
 Constitutivo: cria uma situação jurídica, ou seja, passa a existir um direito ou uma obrigação para os 
administrados ou para a própria administração pública. Ex.: outorga de uma licença. 
 Desconstitutivo ou extintivo: extingue determinada situação jurídica. Ex.: revogação. 
 declaratório: reconhece uma situação jurídica anterior, possibilitando que ela tenha efeitos. Ex.: declaração de 
prescrição de uma ação ou de decadência de um direito. 
 Alienativo: transfere bens ou direitos. Venda, permuta ou doação de bem público. 
 Modificativo: alteram situações pré-existentes, sem extinguir direitos nem obrigações. Ex.: mudança da mão de 
direção das vias públicas. 
 Abdicativo: aquele em que o titular abre mão de um direito. É incondicional, irretratável, imodificável e 
irreversível. Ex.: renúncia fiscal. 
 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS : 
 ATOS NORMATIVOS: lembrar do Poder Normativo/Regulamentador. Atos voltados à expedição de normas, sempre 
dentro dos limites legais, e no afã de viabilizar a melhor aplicação das leis e dos atos normativos superiores. Próprio a 
todo agente público, no restrito âmbito de sua competência. Vide: 
 Decretos e Regulamentos: privativos do Chefe do Executivo, visam explicitar a lei, garantindo o seu fiel 
cumprimento (art. 84, IV, CF) . Individuais : específicos às nomeações. 
 Instruções normativas: art. 87, parágrafo único, II, da CF. Utilização pelos Ministros de Estado. Também, e 
com o mesmo sentido, podem ser utilizado por outras autoridades. 
 Regimentos: destinam-se a reger o funcionamento de órgãos colegiados e corporações legislativas. É A LEI 
DA CASA. Normalmente posto em vigência por intermédio de Resolução (do presidente ou da Mesa). 
Estabelece a tramitação de expedientes, recursos administrativos e o funcionamento dos seus órgãos. Art. 96, I, 
a, CF. 
 Resoluções: atos expedidos individualmente pelas mais altas autoridades do executivo, desde que não o Chefe 
desse Poder, pelos presidentes de Tribunais, órgãos legislativos e colegiados administrativos. Para disciplinar 
matéria de sua competência exclusiva. 
 Deliberações: atos normativos emanados dos órgãos colegiados (por seus membros e não pelos seus 
dirigentes). Subordinado à lei e ao regimento. 
 
 ATOS ORDINATÓRIOS: São ordens emitidas aos servidores (determinações, esclarecimentos, instruções) que visam 
bem orientá-los no exercício de suas funções. Caráter técnico, procedimental, de eficiência e padronizante. Decorrente 
do poder hierárquico. SÓ ATUAM NO ÂMBITO INTERNO DA REPARTIÇÃO (não vinculam, pois, os administrados, que 
não se encontram subordinados à AP). Vide: 
 Instruções: ordens escritas e gerais, do superior ao subalterno. Explicando como proceder em face de 
determinados casos. Portarias: idem. 
 Ordens de Serviço (dirigidas especialmente aos chefes de certos serviços, no mais das vezes trazendo 
especificações técnicas); 
 Ofícios: comunicações escritas, contendo orientações, recomendações, chamamentos, convites etc.Circular : 
caráter de uniformidade. 
 Despachos: decisões administrativasexaradas em papéis, resolvendo processos e requerimentos. Despachos 
normativos: com aplicação em casos idênticos, malgrado expedido à solução de caso individual. 
 
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 ATOS ENUNCIATIVOS: atos administrativos formais (não veiculam manifestação de vontade da AP). Não contém 
normas e nem ordens, e ainda não servem à relações negociais. Conteúdo meramente declarativo. Retratam uma 
determinada situação. Vide : 
 Certidões: art. 5º, XXXIV, “b”, da CF : relata ou reproduz fatos ou situações ocorridas que se encontram 
registradas nas repartições públicas. 
 Atestados: comprova um fato ou situação geralmente transeunte. Passíveis de modificações constantes. 
Atestado de frequência. 
 Pareceres: manifestações de órgãos técnicos sob determinado assunto posto em consulta. Caráter meramente 
opinativo, dependente de sua aprovação. 
 
 ATOS PUNITIVOS: sempre contém uma sanção, imposta àqueles que infringem disposições : legais; regulamentares 
e/ou normativas;ordinatórias. Aplicam-se aos servidores e particulares (cláusulas contratuais ou disposições legais). 
Devem decorrer de regular apuração, ainda que pelos meios sumários, assegurado a possibilidade de defesa ( recurso ) 
ao administrado. Faltas e sanções devem estar previstas na lei. Obrigatória submissão às normas do devido processo 
legal administrativo. Vide : 
 Multa Administrativa: imposição pecuniária pelo descumprimento de um dever imposto pelo poder de polícia 
administrativa; 
 Interdição de atividade: vedação da prática de atos sujeitos ao controle da AP. Sempre com oportunidade para 
a defesa. 
 Destruição de coisas: ato sumário, como a inutilização de produtos ou instrumentos nocivos ou de uso 
 
 ATOS NEGOCIAIS : não confundir com contratos administrativos. Aqui falamos de atos unilaterais da administração, 
porém contando com interesse recíproco (coincidem as pretensões da AP e do particular). Atos BIFACES (não há 
convergência de vontades – não há transação - para a realização de um único fim. Exaure-se um e inicia-se outro) para 
HLM. Sempre há a atribuição de certos interesses ao interessado (portanto, um negócio jurídico). Sempre atos 
específicos, ou seja, individuais, voltados à pessoa certa. Assim somente geram efeitos para as partes envolvidas, 
segundo os ditames do interesse público. Vide : 
 Licença : Ato vinculado e definitivo (gera direito adquirido) Ex. : licença para construir, para exercer uma 
determinada profissão ou atividade). Atende a um direito subjetivo do administrado 
 Autorização : Ato discricionário e precário (não gera direito adquirido, pois não há direito subjetivo à obtenção 
ou continuidade pelo administrado) Ex. : autorização para porte de arma de fogo, para o uso especial de bem 
público, para dirigir veículos). ALVARÁ : trata-se apenas do documento que exterioriza, dá forma, à licença e à 
autorização. 
 Admissão : pode ser vinculado ou discricionário, nos termos da lei. Ex. : Admite à alguém a prestação de um 
serviço público, deferindo-lhe a inclusão num estabelecimento governamental : Hospital, escola (mediante 
concurso de habilitação), biblioteca pública. 
 Dispensa : vinculado ou precário. ex. : Exime o particular de uma determinada obrigação : dispensa do serviço 
militar ou do pagamento da tarifa de metrô pelo sexuagenário. 
 Homologação : ato administrativo vinculado. Atine à legalidade, que uma vez sob controle dá vez à 
concordância do superior imediato. A esse cabe apenas tal verificação, restando ao funcionário corrigir o ato. 
 Visto : análise da legalidade formal apenas, dando encaminhamento ao papel. 
 Renúncia : a AP extingue, unilateralmente, um crédito ou direito próprio. Irretratável. Vinculadíssimo 
(indisponibilidade dos interesses públicos). Anistia fiscal. 
 
INVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 
 Revogação – mérito administrativo 
(conveniência, oportunidade e justiça ) 
Efeito ‘ex nunc’ não retroage 
 * AP 
 Anulação - ilegitimidade / ilegalidade, 
imoralidade, ausência de interesse público 
Efeito ‘ex tunc’ retroage 
 
* PJ Anulação - ilegitimidade / ilegalidade, 
imoralidade, ausência de interesse público 
Efeito ‘ex tunc’ retroage 
 
Formas de extinção do ato administrativo : 
Caducidade : hipótese de decurso de prazo. Vide autorização de porte de arma concedida pelo prazo “x”. Ao final 
desse prazo, não havendo renovação, exauriu-se o ato. 
Decaimento : hipótese vinculada à mudança do regime legal (autorização de caça emitida em face de terminada lei, 
sendo que essa atividade passa a ser proibida pela lei nova). 
Renúncia : sempre ato do particular, que desiste de direito que lhe fora deferido pela AP (o repúdio a um título 
honorífico, após a aceitação). 
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Recusa : hipótese de não aceitação pronta do mesmo agraciamento. 
 
 REVOGAÇÃO : é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada pela AP (somente por ela), por 
motivo de conveniência ou oportunidade. É o desfazimento do ato, decerto que fulcrado no poder discricionário e 
SEMPRE EM NOME DO INTERESSE PÚBLICO. Poder de revisão - princípio da autotutela . Esta extinção sempre 
haverá de decorrer de outro ato administrativo. Trata-se de poder de revisão, implícito na função pública (princípio da 
autotutela), e inerente à justiça interna, através da qual a AP afere a conveniência, a oportunidade e a razoabilidade de 
seus atos, para mantê-los ou invalida-los, segundo as exigência do bem comum, sem necessidade do contraditório. 
ATOS IRREVOGÁVEIS : como aqueles assim declarados por lei; os consumados ou exauridos (apreensão e destruição 
de mercadoria imprópria ao consumo); os vinculados (como a licença para construir, cuja solução prende-se àquele 
legalmente prescrita); os meros atos administrativos (certidão, atestado (não expressam vontade administrativa); os que 
conferem direito adquirido (CF, art. 5º, XXXVI). Limites à faculdade de revogação : respeito aos direitos subjetivos 
públicos criados pelo ato anterior. 
 
 ANULAÇÃO : é a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal (quer pela frontal 
contrariedade ao texto de lei, quer pelo abuso de poder, quer pela violação dos princípios do Direito), feita pela própria 
AP ou pelo PJ. Trata-se de uma dever da AP. CASSAÇÃO do ato, pressupõe a expedição de um ato legítimo que se 
torna ilegal na sua execução. Ex. : nos atos administrativos negociais, cuja execução fica a cargo do particular, que o 
obteve legalmente, mas descumpre seus termos aos executá-lo. Porte de arma (mediante autorização - discricionário), 
licença para construir (mediante licença - vinculado ). Forma de anulação do ato jurídico. 
Prazo para a anulação : A doutrina tem sustentado, majoritariamente, que não há prazo para a anulação dos atos 
administrativos ilícitos. Alguns autores, como Seabra Fagundes, discordam dessa posição, defendendo o MESMO 
PRAZO DA AÇÃO POPULAR : 5 anos. Esse prazo prescricional também corresponde ao das ações pessoais contra a 
Fazenda. Nessa esteira tem se pronunciado a jurisprudência. A Lei Federal nº 9.784/99 : em 5 anos, contados da data 
que praticados, salvo má-fé – art. 54. 
Terceiro de boa-fé : Terceiro não é parte. AP anula nomeação de um funcionário, mas não os atos por este praticados, 
não prejudicando os terceiros pelos mesmos atingidos caso não tenham concorrido para a invalidade. 
Anulação e Indenização : neste caso a AP assume a condição de violadora do Direito, razão pela qual, em tendo 
produzido prejuízos, haverá de indenizar. 
 
 CONVALIDAÇÃO : Implica na supressão retroativa da ilegalidade de um ato administrativo. Os autores inclinam-se 
a reconhecer a possibilidade de convalidação apenas dos atos anuláveis (vícios sanáveis). Vide legislação federal(art. 
50, VIII e 55 da Lei Federal 9.784/99) e estadual (art. 11 da Lei Paulista nº 10.177/98). Sempre poderão ser 
convalidados os que carregarem atos meras irregularidades. 
CABM, citando o magistério de Wanda Zancaner, aduz a seguinte regra : 
I – sempre que a AP esteja perante ato suscetível de convalidação e que não tenha sido impugnado pelo interessado, 
terá a obrigação de convalida-lo (torná-lo compatível como o direito,em nome da segurança jurídica) – ressalvada a 
hipótese de vício de competência em ato discricionário (posto que a autoridade competente então poderia ter juízo 
discricionário diverso). 
II – deparando-se com ato insuscetível de convalidação, estará na obrigação de invalidá-lo, exceto se a situação jurídica 
já esteja estabilizada pelo Direito (como no caso de haver escoado o prazo prescricional, ou de um quadro, por exemplo, 
em que os nefastos efeitos gerados torne a anulação demasiadamente gravosa aos interesses protegidos pela ordem 
jurídica se em comparação com os resultados do ato censurável. Ex. : loteamento irregular licenciado ilegitimamente, 
cujo vício viesse a por em risco inúmeras moradias já edificadas por um grande número de famílias de baixa renda. 
 
A Lei Paulista nº 10.177/98 prevê a respeito : Artigo 11 - A Administração poderá convalidar seus atos inválidos, quando a 
invalidade decorrer de vício de competência ou de ordem formal, desde que:I - na hipótese de vício de competência, a convalidação 
seja feita pela autoridade titulada para a prática do ato, e não se trate de competência indelegável; II - na hipótese de vício formal, este 
possa ser suprido de modo eficaz. § 1º - Não será admitida a convalidação quando dela resultar prejuízo à Administração ou a 
terceiros ou quando se tratar de ato impugnado. § 2º - A convalidação será sempre formalizada por ato motivado. 
 
Já a Lei Federal nº 9.784/99 dispôs : Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, 
e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Art. 55. Em decisão na qual se 
evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão 
ser convalidados pela própria Administração.

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