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Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 1 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo FUCAP – Faculdade Capivari 03/02/2016 A U D I T O R I A I ● ● ● Direitos autorais reservados Proibida reprodução parcial ou total, sem a prévia autorização do professor. Edilson.rabelo@gmail.com ● ● ● Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 2 A U D I T O R I A I Profº Edilson Citadin Rabelo Profº Edilson Citadin Rabelo Profº Edilson Citadin Rabelo Profº Edilson Citadin Rabelo Contador, Especialista em Planejamento Tributário (UNISUL), Mestre em Contabilidade Gerencial (UFSC), Professor em Cursos de Graduação e Pós- graduação, Consultor na área de Custos e Contabilidade Gerencial. Perito e Auditor Interno. Sócio proprietário da empresa RC Assessoria e Consultoria Ltda. E-mail: edilson.rabelo@gmail.com Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 3 Capítulo 1 CONCEITO E APLICAÇÃO DA AUDITORIA 1.1 – Noções Gerais 1.1.1 – Origem da Auditoria – Desenvolvimento Histórico A Auditoria é uma das aplicações dos princípios científicos da contabilidade, baseada na verificação e confirmação dos registros patrimoniais para observa-lhes a exatidão. Entre as diversas áreas de atuação do contador, a auditoria vem experimentando excepcional desenvolvimento quer no plano prático, quer no plano teórico. Não obstante a origem do termo em português, perfeitamente justificável no latim “auditoria”, na realidade a auditoria contábil nos veio do inglês “AUDIT” pois na Inglaterra nasceram, segundo se tem notícias, as primeiras manifestações da atividade de profissional do auditor contábil. A Auditoria surgiu primeiramente na Inglaterra, dominadora e controladora do comércio mundial e a primeira a instituir a taxação do imposto de renda. A evolução da auditoria ocorreu paralelamente ao desenvolvimento econômico, decorrente da revolução industrial, operada na segunda metade do século XVIII, que gerou grandes empresas formada de capital de muitas pessoas, imprimindo novas diretrizes as técnicas contábeis. A profissão de auditor, data do século XVIII, os profissionais se autonomeavam contadores públicos, executando, um trabalho pouco mais aprofundado do que aqueles efetuados pelos contadores comuns. No século XIX, aparece o denominado perito contador, cuja função básica era de descobrir erros e fraudes. A partir de 1900, a profissão do auditor tomou maior impulso através do desenvolvimento do capitalismo, tornando-se uma profissão propriamente dita. Em 1934 – com criação do Security and Exchange comission nos Estados Unidos, a profissão de auditor criou novo estímulo, pois as companhias que transacionavam ações na bolsa de valores foram obrigadas a utilizar-se dos serviços de auditoria, para maior fidedignidade as demonstrações financeiras. No Brasil o desenvolvimento da auditoria teve influência de: a) filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras; b) financiamento de empresas nacionais através de entidades internacionais; c) crescimento das empresas nacionais e necessidades de descentralização e diversificação das atividades; d) evolução do mercado de capitais e) criação das normas de auditorias promulgada pelo Banco em 1972 – resolução 220; Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 4 f) formação do Instituto de Auditores do Brasil, reconhecido pela resolução 317 do conselho Federal de contabilidade, em 1972 passando a chamar-se Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON – a partir de julho de 1982. g) criação da Comissão de Valores Mobiliários através da Lei nº 6.385, de 07/12/76. h) Lei das Sociedades Anônimas. Lei nº 6.404, de 15/12/76. 1.1.2. Auditoria – Conceito e objetivo a) Conceito de auditoria A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas ou externas, relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis decorrentes. A auditoria inclui exames que se julgarem necessários, para obter elementos de convicção, objetivando comprovar se os registros contábeis foram executados de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceitos e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico – financeiro do patrimônio, os resultados do período administrativos examinados. A auditoria mensura a adequação, exatidão e confiabilidades registros e demonstrações contábeis. Segundo Arthur W. Wolmes “A auditoria é o exame de demonstrações e registros administrativos, o auditor observa a exatidão, integridade e autenticidade de tais demonstrações, registros e documentos”. Segundo A.Lopes Sá “A auditoria é uma técnica contábil do sistemático exame dos registros, visando apresentar conclusões, críticas e opiniões sobre as situações patrimoniais e aquelas dos resultados, quer formadas, quer em processo de formação”. b) Objetivo da auditoria O objetivo do exame de auditoria pode ser descrito como sendo o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade dos registros e demonstrações contábeis, bem como da legitimidade dos atos da administração e de sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais. Sobre esses objetivos a auditoria exerce sua ação preventiva saneadora e moralizadora, para confirmar a veracidade dos registros e a confiabilidade dos comprovantes, com o fim de opinar sobre a adequação das situações e informações contidas nas demonstrações contábeis, na salvaguarda dos direitos dos proprietários, investidores e do próprio fisco. Por isso, a auditoria dá credibilidade ás demonstrações contábeis, e as informações nelas contidas. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 5 1.1.3. Auditoria: Técnica Contábil O objeto da contabilidade é o patrimônio administrado, e a auditoria é um dos meios de que ela ( a contabilidade) dispõe para atingir suas finalidades. Logo, a auditoria, sendo um dos meios utilizados pela contabilidade, tem o mesmo objeto: O patrimônio especificadamente no que tange ao seu controle e as informações sobre estado e variações. Assim, a auditoria completa e valoriza a contabilidade, pois o controle do objeto comum – O Patrimônio – confirma a confiabilidade dos meios que ela utiliza – o registro dos fatos e as demonstrações contábeis – e aperfeiçoa seus fins – divulgação de informações para fins de orientações administrativas e de investidores, cumprimento de obrigações legais e fiscais e controle patrimonial -, atestando a adequação dos registros e informações as deficiências observadas. A fiscalização, exercida pela auditoria sobre os registros e demonstrações contábeis, dá- lhe maior consistência e maior veracidade, por várias razões, entre as quais pode-se citar: a) o profissional que executa os registros o faz com maior atenção e rigor, pelo de saber que seu trabalho será examinado e seus erros apontados; b) empregados e administradores temem erros e fraudes, na certeza de que poderão ser apontados aos poderes superiores: c) os titulares do patrimônio prestam contas através de auditoria, a seus credores e ao fisco. 1.1.4. Reflexos da Auditoria sobre o Patrimônio A auditoria oferece à riqueza patrimonial, dando maior segurança e garantia: a) aos administradores: b) aos proprietários ou investidores: c) ao fisco: d) aos financeiros. Esta proteção apresenta sob osseguintes aspectos: a) ADMINISTRAÇÃO : redução de ineficiência, negligência, incapacidade e improbidade ( fraude ) dos empregados e administradores; b) PATRIMONIAL : melhor controle dos bens, direitos e obrigações; c) FISCAL : cumprimento das leis fiscais, evitando multas contra o patrimônio; d) TÉCNICO : utilização adequada das contas, eficiência dos serviços contábeis precisão das informações e a garantia de que as escrituração e as demonstrações estão de acordo com os princípios de contabilidade; e) FINANCEIRO: resguarda créditos de terceiros – fornecedores e financiadores; f) ECONÔMICO: assegura maior exatidão dos custos e veracidade dos resultados. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 6 1.1.5. Aspectos Administrativos e de Controle da Auditoria A auditoria é meio indispensável de confirmação de eficiência dos controles e fator de maior tranqüilidade para administração e de maior garantia para os investidores, bem para o próprio fisco. Para a empresa a auditoria oferece as seguintes vantagens: a) fiscaliza a eficiência dos controles internos; b) assegura maior correção dos registros contábeis; c) opina sobre a adequação das demonstrações contábeis; d) dificulta desvios de bens e pagamento indevidos; e) apura omissões nos registros de receitas Para os investidores, a auditoria oferece as seguintes vantagens; a) contribui para uma maior exatidão das demonstrações contábeis; b) possibilita melhores informações sobre a situação econômica e financeira; c) assegura maior exatidão dos resultados apurados Para o fisco, a auditoria oferece as seguintes vantagens; a) permite maior exatidão das demonstrações contábeis; b) assegura maior exatidão dos resultados apurados; c) contribui para maior observância das leis fiscais. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 7 Capítulo 2 PROFISSÃO CONTÁBIL E FUNÇÃO DO AUDITOR 2.1. Legislação aplicada a função contábil 2.1.1 Evolução profissional De início, a profissão de contabilista, resumia-se na escrituração de livros contábeis, um dos meios ou processos de que a contabilidade utiliza para atingir seu fim. A evolução das atividades econômicas e o crescimento das empresas exigiu o aumento de informações necessárias a boa técnica administrativas. Assim, surgiram dessa necessidade outros trabalhos especializados, tais como: a) organização e supervisão dos serviços contábeis; b) análise contábeis; c) apropriação de custos; d) levantamento de contas; e) auditoria e perícia. 2.1.2. Regulamento da Profissão Contábil Assim, temos: pelo Decreto n.º 20.158, de 30-06-1931 o primeiro passo para a regulamentação da profissão contábil no Brasil, que basicamente organizou o ensino comercial e regulamentou a profissão de contador.As escolas de contabilidade, então chamadas Escolas de Comércio, diplomavam duas categorias de profissionais: a) os guardas – livros (curso de 2 anos ); b) os contadores ( curso de 3 anos ) Pelo Decreto n.º 21.033, de 08-02-1932 – Estabelecia-se novas condições para o registro de contadores e guarda-livros e dava outras providências. Pelo Decreto – Lei n.º 1.535, de 23-08-1939 – Altera-se a denominação do curso de Perito – Contador e dá outras providências. Pelo Decreto – Lei n.º 6.141, de 28-12-1943 – cria a lei Orgânica do Ensino Comercial. Estabelece as bases de organização e regime do ensino comercial, objetivando formar profissionais aptos ao exercício de atividades específicas no comércio e bem como de funções auxiliares de caráter administrativos nos negócios públicos particulares. Pelo Decreto Lei n.º 7.988, de 22-09-1945 – Dispõe sobre o Ensino Superior de Ciências Econômicas e de Ciências Contábeis e atuarias. Pela Lei n.º 1.041, de 02-07-1951 – Desdobra-se o Curso de Ciências Contábeis e Atuarias. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 8 Pelo decreto Lei n.º 9.295, de 27-05-1946 – Cria-se o Conselho Federal de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Técnico em Contabilidade. A criação de um órgão oficial de fiscalização da profissão do contabilista da máxima aspiração profissional. 2.2. Legislação Aplicada à função de Auditor No Brasil o movimento de arregimentação de auditores iniciou-se em São Paulo, por volta de 1960, através do instituto de Contadores Públicos do Brasil. Dando prosseguimento ao movimento, posteriormente surgiram outras instituições pelo Brasil. Em 13 de dezembro de 1971, algumas associações se uniram e formou o Instituto de Auditores independentes do Brasil, entidade que foi reconhecida pela Resolução n.º 317, do Conselho Federal de Contabilidade e que a partir de julho de 1982 pelo IBRACON – Instituto Brasileiro de Contabilidade. O Amadurecimento de tais medidas deve-se ao desenvolvimento do Mercado de Capitais, reconhecendo-se a necessidade de intervenção do auditor independente em atividades públicas ou particulares. Assim a Lei n.º 4.728, de 14-07-1965, é o texto legal pioneiro a mencionar a auditoria e o auditor independente. O decreto n.º 67.090, de 20-08-1970, estabelece normas e fixa procedimentos de Auditoria para o serviço Público Federal. Dá à auditoria Contábil expressivo realce, conceituando os elementos básicos dos seus procedimentos e fixa seus objetivos. O Conselho Federal de Contabilidade, pela resolução n.º 321 de 14-04-1972, oficializou as Normas de Auditoria, que posteriormente foram alteradas pelas resoluções CFC 700/91 e 701/91 que aprovam a NBCT-11. A Resolução n.º 220, de 10-05-1972, do Banco Central do Brasil, instituiu a auditoria obrigatória para as Sociedades Anônimas registradas naquele Banco e que tinham ações cotadas no Mercado de capitais. A partir da Resolução n.º 220/72 do BCB, institucionalizou-se a Auditoria Independente no Brasil, tornando-se necessários a publicações de Normas e Procedimentos de Auditoria. A criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, pela Lei n.º 6.385, de 07-12- 1976, coube-lhe registrar e fiscalizar os auditores, habilitando-os à auditar. Estabelece também a responsabilidade civil dos Auditores Independentes. A Lei das Sociedades Anônimas, Lei n.º 6.404 de 15-12-1976, estabelece a obrigatoriedade da Auditoria independente para as companhias abertas e para as demonstrações contábeis de grupo de sociedades que inclua companhia aberta. Baixas normas contábeis e impões obediência aos princípios contábeis. Com base nas disposições legais antes transcritas, podemos enumerar algumas entidades sujeitas à Auditoria obrigatória: • Fundos em Condomínios; • Bolsas de valores; • SUDAM E SUDENE; • Associações de Poupança e Empréstimos sujeitos ao C.E.F; • Sociedade de Distribuidores de Valores e Títulos Mobiliários; Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 9 • Companhias Abertas e as que emitirem títulos negociáveis no mercado de capitais; • Empresas que operem com recursos do Sistema Financeiro de Habitação, administrado pelo C.E.F; • Sociedade de Investimentos; • Sociedades de Economia Mista, Federal, Estadual ou Municipal, sujeitas à fiscalização do respectivo Tribunal de Contas; • Empresas de Transporte Rodoviário internacional de cargas; • Empresas de Leasing ou Arrendamento Mercantil; • Sociedades Seguradoras; • Entidade de Previdência Privada; • Empresas que pretendam o registro como Companhia Aberta. 2.3. Exercícios da Profissão Contábil As formas de exercícios da profissão contábil podem ser consideradas sob os seguintes aspectos: a) quanto à extensão do trabalhos que podemexecutar; b) quanto ao vínculo de contabilista em relação e entidade empregadora; c) quanto ao exercício como profissional liberal. Em relação à extensão dos trabalhos que podem executar, existem duas categorias de profissionais de contabilidade, assim distinguidas por lei. a) Técnico em Contabilidade – Diplomado em Curso médio de contabilidade, admitidos nos Conselhos Regionais de Contabilidade – CRCs, na categoria de “Técnico em Contabilidade”. b) Bacharel em Ciências Contábeis – Diplomados em Curso Superior de Ciências Contábeis, admitidos para registro no Conselho de Contabilidade – CRCs, na categoria de “Contador”. Aos técnicos em Contabilidade somente é permitido executar uma parte dos trabalhos relacionados à técnica contábil, a saber: a) registro dos fatos contábeis ( escrituração ); b) elaboração de demonstrações contábeis; c) análise, exame, levantamento e verificações da própria escrituração. São atribuições privativas dos contadores, aquelas a que se refere, de maneira específica, a letra “e” do artigo 25, do decreto n.º 9.295, de 27-05-1946 e as descritas no artigo 6º da resolução n.º 7.107, de 13-12-1958 do conselho nacional de contabilidade. Podemos destacar, entre essas atribuições, as seguintes, consideradas, mais importante: Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 10 a) Auditoria; b) Perícia Judiciais extra judiciais; c) Revisão de balanço e contas em geral e revisão permanente e periódica de escritas; d) Assistência aos Conselhos Fiscais de Sociedade por ações; e) Assistência aos Comissários nas Concordatas e aos Sindicatos nas falências; f) Todos os demais trabalhos relacionados a contabilidade. O exercício da atividade contábil como profissional liberal, qualifica o Contador que exerce sua função em caráter liberal e independente. Por isso, são chamadas de Auditores “Externos” para serem diferenciados dos Auditores “Internos”, e “independentes”, por isso não terem vinculação ou subordinação à entidade qual prestam serviços. 2.4. Exercícios da Profissão do Auditor No Brasil, a denominação consagrada de Auditor Independente, designa o Contador que se dedica, como profissional liberal e independente, à auditoria externa. Quanto às formas de exercícios da atividade do Auditor Independente, distinguimos as seguintes: a) Individualmente – quando o Contador age sob sua responsabilidade e em nome individual, mesmo que na execução do trabalho conte com a colaboração de Assistentes ou auxiliares; b) Em participação com outros profissionais – quando o contador divide a responsabilidade com outros colegas participando com eles, em nome de todos, na execução de seus trabalhos; c) Com empresas de prestação de serviços – quando em conjunto com outros profissionais, constitui o auditor independente uma empresa de prestação de serviços profissionais de contabilidade. Outro aspecto importante relativamente ao exercício da profissão de Auditor é o da responsabilidade civil a que está sujeito na forma da lei. Assim, as empresas de auditoria contábil ou auditores contábeis independentes responderão, civilmente, pelos prejuízos que causarem a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício de suas funções – artigo 26§ 2º da lei n.º 6.385, de 07-12-1976. No que tange a capacitação e habilitação profissional do auditor, o Conselho Federal de Contabilidade, através da Resolução n.º 321 de 14-14-1972, aprovo as normas relativas à pessoa do Auditor, especificadamente quanto a “ Treinamento e competência Técnico Profissional” e “Independência”, que estabelecem as condições requeridas e o comportamento do auditor no exercício de suas funções. Como inerentes aos exercícios da profissão de auditor, cite-se os principais Órgãos de classe: Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 11 a) Conselho Federal de Contabilidade e os Conselhos Regionais de Contabilidade – criados pelo Decreto – lei n.º 9.295, de 27-05-1946, cuja finalidade é o registro e a fiscalização do exercício da profissão de contabilista. b) Comissão de Valores Mobiliários – CVM, instituída pela lei n.º 6.385, de 07-12-1976, trata-se de uma entidade autárquica e vinculada ao Ministério da Fazenda. Funciona como Órgãos fiscalizados do mercado de Capital no Brasil. O Auditor externo “Independente” ou Empresas de prestação de serviços profissionais de auditoria, para exercerem atividades de valores mobiliários, estão sujeitos a prévio registro na Comissão de valores Mobiliários. De Conformidade com as Normas Anexas à Instrução CVM n.º 04 de 24-10-1978, o registro de Auditor Independente na Comissão de Valores Mobiliários é privativo do Contador ou equiparados legalmente e de sociedade Civil constituída exclusivamente para a prestação de serviços profissionais de Auditoria e demais serviços de contabilidade inerentes a profissão. Para o registro de “Auditor independente – Pessoa Física”, deverá o interessado comprovar cumulativamente: � - estar registrado em Conselho Regional de Contabilidade, na categoria de Contador; � - haver exercido atividade de auditoria por período não inferior a cinco anos; � - estar exercendo atividade de auditoria, mantendo escritório profissional legalizado, em nome próprio, com instalações compatíveis com exercício da atividade de auditoria independente. Para o registro de “Auditor Independente – Pessoa Jurídica”, deverá o interessado comprovar cumulativamente: � - estar inscrito no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, sob forma de sociedade civil, constituída para a prestação de serviços profissionais de auditoria e demais serviços inerentes à profissão de contador: � - serem os sócios, exclusivamente, contadores legalmente habilitados ou equiparados legais; constar do contrato social, ou do ato constitutivo equivalente, cláusula dispondo que a sociedade responsabilizar-se à pela reparação de danos que causar a terceiros por culpa ou dolo no exercício da atividade profissional, e que os sócios responderão, solidária e ilimitadamente, pelas obrigações sociais depois de esgotados os bens da sociedade; � - estar registrada em Conselho Regional de Contabilidade, inclusive seus sócios, diretores e responsáveis técnicos; � - haverem exercido atividade de auditoria, por período não inferior a cinco anos, os sócios, diretores e responsáveis técnicos; � - manter escritório profissional legalizado, em nome da sociedade, com instalações compatíveis com o exercício da atividade de auditoria independente. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 12 c) Instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON, que a partir do mês de julho de 1982 sucede o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IAIB, fundado a 13-12-1971. O instituto Brasileiro de Contadores – IBRACON, tem como objetivo básico: � - Fixar princípios de contabilidade; � - elaborar normas e procedimento relacionados com auditoria (interna e externa e perícia contábil). 2.5. Condições Relativas à Funções de Auditor Muitos são as condições exigidas para o exercício da função de auditor, podendo-se destacar, entre elas as relativas: a) à Pessoa do auditor; b) à Empresa auditada; c) às condições materiais para esse exercício. 2.5.1. Condições Relativas à Pessoa do Auditor: São varias as condições que o auditor deve preencher para o exercício da profissão, destacando-se principalmente as condições culturais e técnicas, que exigem formação profissional em nível superior. De um modo geral, as condições relativas à pessoa do auditor classificam-se em: a) legais b) culturais c) técnicas d) intelectuais e) morais f) de integraçãoprofissional g) de educação e civismo h) de ética profissional. 2.5.1.1. Condições legais O profissional deverá ser registrado no Conselho Regional de Contabilidade – CRC, na categoria de contador. Pra atuar em determinadas áreas regulamentadas, tais como: - Mercado de Capitais; - Companhias abertas; Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 13 - Sistema segurador; - Sociedade de economia mista; - Outras mais; O auditor independente deverá providenciar seu registro junto aos receptivos órgãos controladores, principalmente: - Comissão de Valores Mobiliários – CVM; - Caixa Econômica Federal; - Repartições Federais, Estaduais e Municipais. 2.5.1.2. Condições Culturais O auditor independente deve possuir conhecimentos gerais bastante amplos, incluindo noções básicas sobre as seguintes matérias: a) Língua pátria ( para estudo de redações e relatórios ); b) Matemática Financeira; c) Legislação Comercial e Fiscal; d) Organização e Administração de Empresas; e) Economia e Finanças Empresariais; f) Processamento de Dados. 2.5.1.3. Condições Técnicas: O auditor independente deve ser profundo conhecer da matéria fundamental de sua profissão, que é a contabilidade, destacando-se: a) Princípios Fundamental de Contabilidade, que compreendem - preceitos fundamentais da ciências contábil; - preceitos secundários ( convenções contábeis ); - normas disciplinadoras da escrituração; - normas disciplinadoras da elaboração de demonstrações b) Sistemas Contábeis c) Técnicas contábeis, que compreendem; - escrituração ( registros dos fatos ); - demonstrações contábeis; - auditoria; - análise de balanço. d) Planificação e Organização Contábil. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 14 2.5.1.4. Condições Intelectuais: As condições intelectuais são básicas para o desenvolvimento cultural e técnico do auditor, sem as quais inexiste praticamente a possibilidade de evolução e êxito profissional. O auditor deve reunir as seguintes qualidade intelectuais: a) Inteligência; b) Agilidade e independência mental; c) Opinião própria; d) Ser estudioso e pesquisador; e) Espírito analítico e observador; f) Comunicação Objetiva, adequada e Clara; g) Criativo; h) Raciocínio lógico/ Análise e Síntese. 2.5.1.5. Condições morais: Para o exercício da função de auditor independente, há diversos requisitos morais a serem observados, que são de fundamental significação, dado o caráter de interesse público de seu trabalho e a natureza de sua atuação, relacionada a interesses econômicos e financeiros da coletividade. Dentre esses requisitos, podemos citar as seguintes: a) Integridade (inatacável); b) Idoneidade; c) Caráter ilibado (puro) d) Padrão Moral elevado; e) Justiça e imparcialidade; f) Meticulosidade; g) Profissional/Técnico. 2.5.1.6. Condições de integração Profissional: O auditor deverá ser inteiramente integrado em sua classe e dedicado à sua classe e dedicado à sua profissão, ressaltando-se a necessidade de ter: a) Dignidade profissional; b) Vivência na profissão; c) Independente profissional; d) Filiação a entidade de classe; e) Respeito à categoria a que pertence; f) Consciência da responsabilidade profissional; g) Zelo e disciplina; h) Liderança. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 15 2.5.1.7. Condições de Educação e Civismo: A função do auditor, por compreender fiscalização e julgamento de atos de terceiros, envolve dedicados problemas de relações humanas, que exigem um comportamento educado e compreensivo. O espírito público e o respeito aos direitos de terceiros a às autoridades são necessários para reforçar sua isenção de ânimo no julgamento de interesses em choque. Assim. O auditor deve ser: a) Educado e compreensivo; b) respeitoso com colegas, clientes e funcionários; c) habilidoso no trato; d) dotado de espírito público; e) respeitador dos direitos de terceiros. f) Comportamento Verbal. 2.5.1.8. Condições de Ética Profissional. O auditor, além das normas gerais de ética, deve sujeitar-se a normas específicas, próprias de sua profissão e decorrentes da natureza de sua atividade, relacionada com interesses econômicos e financeiros de terceiros, algumas vezes em posição antagônicas, como é o caso do fisco e do contribuinte, do devedor e do credor, do reclame e do reclamado, do acionista majoritário e dos minoritários. Assim, além das condições morais de ordem geral, o auditor deve também respeitar a ética profissional exigindo-se que: a) Não disputar clientes com colegas, abster-se de: - fazer publicidade comercial; - elogiar seus negócios próprios serviços; - pleitear clientes de colegas; - oferecer comissões para agenciamento; - aviltar honorários; - fazer concorrência desleal. b) Manter elevado padrão de serviços. c) Basear-se somente em elementos seguros de convicção. d) Cobrar honorários justos. e) Independência profissional. f) Sigilo Profissional. g) Consideração pela categoria e colegas. h) Respeito ao código de ética. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 16 2.5.2. Condições relativas à Empresa Auditada Para o exercício da auditoria externa, é necessário que a empresa auditada ofereça as seguintes condições: a) escrituração clara e atualizada; b) documentação devidamente arquivada; c) controles internos eficientes; d) acesso a registros, documentos, demonstrações e departamentos da empresa; e) liberdade funcional. 2.5.3. Condições Materiais para o exercício da Auditoria Para que o auditor possa exercer sua função é necessário que lhe seja oferecidas as seguintes condições materiais: a) sala reservada, vedada a acesso de terceiros; b) local claro, arejado e confortável; c) mesas e arquivos modernos; d) máquinas de escrever calcular; e) papéis e material de escritórios; f) honorários adequados e condizentes com o alto grau de responsabilidade. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 17 Capítulo 3 ORGANIZAÇÕES PROFISSIONAIS NA AUDITORIA CONTÁBIL 3.1. Constituição e funcionamento Os auditores independentes poderão exercer sua profissão através da sociedade profissional para isso constituídas. Tais sociedades devem preencher determinados requisitos para que possam ser constituídas e, conseqüentemente, possam funcionar. São requisitos para a construção e funcionamento de sociedades profissionais: a) Requisitos Legais; b) Requisitos Técnicos; c) Requisitos Materiais. 3.1.1. Requisitos Legais São requisitos legais para construção de uma sociedade de prestação de serviços profissionais de contador: a) elaboração de um contato de constituição de sociedade civil, entre os sócios que a comporão ( todos contadores ); b) registro do contato no Cartório de Registro de Títulos e Documentos; c) registro da sociedade no Conselho Regional de Contabilidade da região em que estiver sediada, bem como registro secundário em outros Conselhos das regiões onde pretendem exercer atividade; d) registro da sociedade e de seus sócios, desde que sejam todos contadores, registrado na Comissão de Valores Mobiliários – CVM; e) inscrição junto as repartições fiscais e previdenciários competentes. 3.1.2. Requisitos técnicos Consiste em ter a sociedade capacitada técnico – profissional para o exercício da atividade. Presume-se que este requisito é preenchidoquando todos os sócios da sociedade sejam contadores e tenham mais de 5 anos de exercício profissional como auditores. 3.1.3. Requisitos materiais As sociedades de auditores devem oferecer as melhores condições materiais de trabalho possíveis, incluindo: a) escritório amplo, com salas claras, arejadas, bem iluminadas e bem decoradas, com sobriedade, mas oferecendo agradáveis condições de trabalhos; Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 18 b) mobiliários funcional. Adequado escolhido para fins que se tem em vista; c) máquinas de escrever, calcular e de contabilidade modernas e eficientes, que facilitem o trabalho dos funcionários, tornando-os mais perfeitos e rápidos. 3.2. Vantagens das organizações profissionais As organizações que congregam vários contadores trazem algumas vantagens em relação aos profissionais que trabalhes individualmente, destacando-se: a) a reunião de vários profissionais: permite maior divisão do trabalho e a formação de especialistas em cada setor de trabalho; b) as organizações possuem maiores recursos materiais e técnicos para a execução de determinados serviços; c) a conjunção de esforços de uma equipe e execução de trabalhos com maior rapidez, evitando o retardamento da apuração de certos fatos; d) os recursos materiais da sociedade, bem como o número de profissionais nela envolvidos, permitem a criação de seminários e cursos de aperfeiçoamento e de treinamento para a melhor preparação do pessoal; e) a existência de vários profissionais, que podem substituir-se uns aos outros e assegura a continuidade dos trabalhos evitando interrupções em caso do impedimentos temporários ou definidos; f) as organizações possuem profissionais de várias categorias o que permite a utilização de auxiliares para a execução de trabalhos menos importantes, reduzindo custos. 3.3. Contatos de auditoria Antes de formar o contato com cliente, há várias considerações a serem feitas pelo auditor, que deverá estabelecer diversos entendimentos no sentido de esclarecer convenientemente sobre os serviços que serão executados. Assim, os passos a serem seguidos até a contratação dos serviços são: a) contato com o cliente; b) apresentação de Carta Proposta; c) contrato de prestação de serviços. 3.3.1. Contato com o cliente Em seu primeiro contato com o cliente, deve o auditor: a) saber se a empresa tem ou teve serviços de auditoria externa; b) caso negativo, esclarecer o cliente sobre o alcance da auditoria e suas limitações c) esclarecer que o Parecer sobre o Balanço somente será emitido se forem obtidos elementos de convicção julgados suficientes para formar opinião; Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 19 d) esclarecer sobre as responsabilidade do auditor perante a Lei e a ética profissional; e) obter esclarecimento sobre: - natureza do trabalho desejado; - fim a que se destina o exame ( avaliação da extensão e profundidade ); - sistema de escrituração utilizado; - segurança dos controles internos. Feitos os contatos iniciais, quase sempre se impõe um levantamento analítico da escrituração e dos controles interno, por isso deve ser tratado: a) Procedimento de levantamento antes da apresentação do orçamento, porém com enumeração especial, previamente combinada e não inclusa no preço orçado para auditoria. b) Levantamento feito após a contratação dos serviços, sendo seu custo incluído no preço do trabalho orçado. 3.3.2. Carta Proposta A Carta Proposta tem por vantagem central evitar extensão demasiada do instrumento de Contato, por isso devem ficar vinculado ao mesmo, dele fazendo parte integrante. Além disto, pela sua própria forma a proposta tem maiores probabilidades de extensão e a ampliação, o que nem sempre; e feito com desembaraço nos Contatos. A proposta deve ter um caráter mais esclarecedor, mesmo de norma que regule entre as partes. São itens principais da Carta Proposta: a) objetivo da auditoria das informações contábeis; b) responsabilidade da administração pelas informação contábeis; c) referencias legais e regulamentos aplicáveis, ou pronunciamento de órgão profissionais; d) formas de relatórios ou comunicação sobre resultados dos trabalhos executados; e) acesso a quaisquer registros, documentos ou informações solicitados relativas a auditoria; f) o fato de que, devido a profundidade a natureza dos exames, e as limitações a eles inerentes, bem como as limitações relativa a quaisquer sistema de controle interno, há um risco de que alguma falha relevante nas demonstrações possa não ser descoberta. 3.3.3. Contrato de Prestações de Serviços Os contadores de Prestação de Serviços Profissional de Auditoria são decorrentes de um acordo prévio, entre duas partes interessadas: Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 20 a) o auditor ( pessoal natural ou jurídica ); b) a empresa ( cliente do auditor ). De acordo com a situação contratual temos: LOCADOR, que é o auditor; LOCATÁRIA, que é o cliente; As principais variações que se processem em tais contratos, são: a) quanto aos limites do objeto ( o objeto é a auditoria ); b) prazo de duração do Contrato; c) preço ou remuneração do profissional; d) formas de pagamento; e) relação de trabalho. O limite do objeto pode variar, pois o auditor poderá prestar: - auditoria analítica ou detalhada; - auditoria do Balanço ( apenas ); - auditoria das contas; - auditoria especial. O prazo poderá ser também variável cobrindo: - um exercício social; - um semestre ( apenas ); - uma gestão completa de diretoria. O preço oscila muito e julga-se que deve ter por base o tempo despendido para execução e autoridade do trabalho. A forma de pagamento também oscila, podendo ser em prestações mensais, semestrais, em quotas e data certa. A relação do trabalho depende de cada caso e dos sistemas de execução do auditor. 3.4. Organização do Quadro Pessoal Nas empresas de prestação de serviços de auditoria, podem-se apresentar um quadro de pessoal formado, das seguintes funções: - Sócios - Supervisores e dirigentes ou contador geral - Contadores Sênior - Assistentes ou sub – contadores - Aprendizes ou Técnicos em Contabilidade - Auxiliares; Escrituração Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 21 Digitação Arquivistas Conferentes Estafetas (boy). - Profissionais assistentes ou especialistas: Advogados Desenhistas Economistas Administradores e outros 3.4.1. Carreira do Profissional de Auditoria Assim como na auditoria externa, na auditoria interna o auditor pode seguir carreira na profissão, uma vez que começa de níveis baixos e vai subindo conforma aperfeiçoamento e experiência. Para que o auditor ingresse em uma empresa de auditoria, além de cumprir com os pré - requisitos básicos o auditor passa pela seguinte escala: Auditor Trainee Auditor Júnior Auditor Sênior ou Pleno Auditor Supervisor ou Coordenador Gerente ou Chefe de Auditoria Gerente Geral ou Diretor de Auditoria Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 22 Auditor Trainee Auditor Júnior Auditor Sênior Supervisor de Gerente ou Chefe de Pleno Auditoria Auditoria Gerente Geral ou Diretor de Auditoria INSTRUÇÃO Curso superior em Curso Superior Curso superior completo Curso Superior Completo Curso Superior e de BÁSICA andamento ou completo e se PossívelPós preferência Pós Graduação completo graduação na Área INSTRUÇÃO Curso de Formação Curso de Formação Cursos que integram o Cursos que integram o atendimento de Programas ESPECIALIZADA básica em auditoria, específica e básica da Plano Básico de plano básico de de certificação de auditor, no ministrado pela Auditoria desenvolvimento para desenvolvimento para pais ou no Exterior, quando empresa ou entidade Auditor Sênior ou Pleno Supervisor de possível por ela reconhecida. EXIGÊNCIA Registro no Idem Idem Idem LEGAL Competente Conselho Profissional CONHECIMENTO Visão Abrangente de Visão Abrange de Idem Toda a escala de trabalho, ANTERIOR atuação de Auditoria atuação de Auditoria e a tempo de função e empresa modalidade de auditoria TEMPO DE 0 a 02 anos 02 a 05 anos 05 a 10 anos 05 a 10 anos Ter Ocupado as funções de EXPERIÊNCIA NA Supervisor por pelo menos 08 ÁREA a 10 anos. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 23 Para cada uma destas funções são exigidos então os seguintes pré – requisitos. AUDITOR? QUEM É ESSE PROFISSIONAL? MAIS UM CUSTO PARA A EMPRESA ou É MUITO MAIS QUE UM ASSESSOR? É UM FISCAL ou TRAZ NOVAS IDÉIAS? TOMA TEMPO DOS EMPREGADOS ou ALERTA NO MOMENTO OPORTUNO? É UMA EXIGÊNCIA LEGAL ou CONTRIBUI SIGNIFICATIVAMENTE PARA AUMENTAR O LUCRO DA EMPRESA? TENDE A DESAPARECER ou ALCANÇA O SUCESSO? 3.5. Organização Operacional Técnica Operacionalmente a auditoria exige, tecnicamente, distribuições de tarefas, de acordo com as fases do trabalho. Evidentemente, tanto mais serão distribuídas as funções, quanto maior a quantidade de trabalho a executar. Basicamente as funções assim se distribuem: 1. Planejamento; 2. Execução dos planos; 3. Avaliação dos planos; 4. Relatórios; 5. Pareceres, conclusões e interpretação. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 24 Cada fase comporta subdivisões constituir-se em autêntico sistema, como por exemplo: - Contatos e abordagens iniciais - Avaliação de controle interno - Programa de trabalho - Cronograma de execução - Distribuição de pessoal. Os escritórios organizam-se com a finalidade de atender com eficiência e dentro dos prazos necessários. As tarefas de planejamento, pareceres, conclusões e interpretações, devem ser executadas, pelos profissionais de mais alto nível; as de execução podem envolver pessoal de nível médio e de menor nível; as de avaliações e relatórios pertencem ao alto nível, mas é indispensável que seja cumprida por “altíssimo” grau. Poder-se-ia grupar, por importância, a seguinte maneira (ordem decrescente de exigência de cultura e de recursos mentais): I Grupo – Altíssimo Nível - Planejamento - Pareceres, conclusões e interpretações. II Grupo – Alto nível - Avaliação dos planos - Relatórios III Grupo – Médio Nível - Execução dos Planos Esta ordem de cultura e valor profissional é a que na pratica se faz presente. Ela também comprova a possibilidade de um auditor autônomo, isoladamente executar grandes tarefas, ficando a seu cargo à parte de planejar, avaliar e concluir, e a execução a cargo de pessoal da própria empresa, sob sua supervisão. Em números de horas, geralmente, a execução absorve cerca de 80% das tarefas. Os trabalhos que exigem maior participação cultural são, quase sempre, os de menor consumo de tempo. Pode-se planejar em um dia o que se leva um mês para executar; e o que se executou pode ser avaliado e relatado em mais de dois dias, por exemplo. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 25 Capítulo 4 NORMAS USUAIS DE AUDITORIA 4.1. Conceito e Origem das Normas de Auditoria Por normas de Auditoria são entendidas as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão contábil, objetivando regulamentar o exercício da função de auditor independente, estabelecendo orientação e diretrizes para o exercício de suas funções. Elas estabelecem conceitos básicos sobre as exigências em relação à pessoa do auditor, à execução de seu trabalho e ao parecer que deverá ser por ele emitido. As normas dizem respeito não apenas a qualidades profissionais do auditor, mas também à sua avaliação pessoal pelo exame efetuado e do relatório emitido. À medida que as necessidades determinam a aplicação de novas normas, que são aceitas pela profissão, elas passam a ser designadas Normas Usuais de Auditoria ou Normas de Auditoria Geralmente Aceitas. Como é perfeitamente compreensível, o país mais economicamente evoluído e, conseqüentemente mais adiantados do ponto de vista profissional foram os primeiros a estabelecer normas de auditoria. Assim, as primeiras normas de auditoria surgiram nos Estados Unidos da América e foram sendo aperfeiçoadas no decorrer dos tempos por dezenas de pronunciamentos, periodicamente consolidados através de novos pronunciamentos. No Brasil, as primeiras normas de auditoria foram compiladas em 1972, com base na experiência de outros países mais adiantados. Esse trabalho foi elaborado pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (atual IBRACON), e as normas foram oficializadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, por meio da Resolução n. º 321/72 e confirmadas pela resolução n. º 220, de 15-05-72 do Banco Central do Brasil, posteriormente revogada pelas resoluções 700/91 e 701/91. As normas usuais de auditoria, reconhecidas e aprovadas na forma da Resolução CRC 700/91, do Conselho Federal de Contabilidades com as geralmente aceitam são: a) Normas Relativas à Pessoa do Auditor b) Normas Relativas à Execução do Trabalho, c) Normas Relativas ao Parecer. 4.2. Normas Relativas a Execução dos trabalhos As Normas Relativas à execução dos trabalhos são as diretrizes que os auditores devem ter em mente durante a realização dos seus trabalhos. Serão vistas com mais profundidades em capítulo específico. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 26 4.3. Normas Relativas ao Parecer São as regras que deverão ser seguidas durante a elaboração do Parecer. Serão vistas com mais profundidade em Capítulo Específica. 4.4. Parecer dos Auditores independentes De Acordo com a Resolução CFC n. 820/97, o Parecer dos Auditores Independentes é um documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis nele indicadas. Se não houver declaração em contrário, constante no próprio parecer, entende-se que o auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento dos usuários, as informações divulgadas nas demonstrações contábeis, tanto em termos de conteúdo quanto de forma. Na falta de indicação no parecer, considera-se que a opinião do auditor é relativa a todas as demonstrações que a entidade está obrigada a elaborar. Como o auditor assume, por meio do parecer, responsabilidade técnico-profissional definida, inclusive de ordem pública, é indispensável que o parecer obedeça às características estabelecidas nas normas do Conselho Federal de Contabilidade. Entretanto, se as conclusões do auditor se mostrarem inadequadas, ele estará sujeito a responder administrativa e judicialmente pelas incorreções que tenha cometido na execução dos trabalhos de auditoria. Esse é um dos principais motivos que levam o auditor a fundamentar seu trabalho em papeis de trabalho, de forma a poderdemonstrar os procedimentos adotados em cada uma das fases da auditoria e as conclusões apresentadas no parecer. Em geral o parecer é relativo ao exercício encerrado e ao exercício imediatamente anterior. De acordo com a resolução CFC n. 820/97, o parecer deve ser datado e assinado pelo contador responsável pelos trabalhos e conter seu numero de registro no Conselho Federal de Contabilidade. O parecer deve expressar, clara e objetivamente, se as demonstrações contábeis auditadas, em todos os aspectos mais relevantes, na opinião do auditor, estão adequadamente representando ou não a situação do patrimônio e as suas modificações no período considerado, de acordo com os Princípios Fundamentais de Contabilidade, as Normas Brasileiras de Contabilidade e, se for o caso, a Legislação específica que rege as atividades da entidade. DATA DO PARECER ���� A data do parecer deve corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade. Ainda que o parecer seja redigido em data posterior, nele o auditor fará constar o dia de encerramento das atividades na entidade auditada. RESPONSABILIDADE DO AUDITOR E DA ADMINISTRAÇÃO DA ENTIDADE ���� O auditor deve mencionar no parecer as suas responsabilidades e as das administração, evidenciando que: a) A administração é responsável pela preparação e pelo conteúdo das demonstrações contábeis (O contabilista que as tem responsabilidade técnica); b) O auditor é responsável pela opinião que expressa sobre as demonstrações objeto dos seus exames. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 27 ESTRUTURA DO PARECER ���� O parecer do auditor é composto, basicamente, de 3 parágrafos: 1) O relativo à identificação das demonstrações contábeis e dos períodos auditados e à definição das responsabilidades da administração e dos auditores; 2) O relativo à extensão dos trabalhos; 3) O que expressa a opinião do auditor sobre as demonstrações contábeis. CLASSIFICAÇÃO DO PARECER ���� De acordo com a natureza a opinião que contém, o parecer pode ser: 1) sem ressalva 2) com ressalva 3) adverso 4) com abstenção de opinião O parecer não deve ser confundido com atestado ou certificado. Na realidade o auditor nada atesta ou certifica, apenas apresenta sua opinião. O auditor tem o dever de efetuar sugestões para o aprimoramento do sistema contábil e de controles internos da entidade.O parecer é de exclusiva responsabilidade de contador registrado no CRC, denominado auditor independente ou auditor externo. A auditoria independente, a auditoria interna e a perícia contábil são as únicas exceções que o técnico contábil não poderá exercer, sendo somente o Contador graduado que poderá exercer estas funções. ENTREGAR O MATERIAL COMPLEMENTAR AOS ALUNOS Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 28 Capítulo 5 FORMAS DE AUDITORIA 5.1. Auditoria de acordo com a Extensão do trabalho De acordo com a extensão do trabalho, a auditoria pode ser: a) Auditoria geral, b) Auditoria específica ou parcial c) Revisão limitada 5.1.1 Auditoria Geral É aquela exercida sobre todos os elementos componentes de patrimônio, bem como sobre todas as operações de um exercício. Por esse motivo, a auditoria geral e integral é a mais completa, pois atinge o máximo de extensão e profundidade nos exames. 5.1.2 Auditoria Específica É aquela feita em apenas uma ou algumas das demonstrações contábeis, ou de livros, ou atos de gestão e como objetivos especiais. Ex: Apurar a situação econômica –Financeiro Conferir custos Apurar desvios e malversações do Patrimônio. 5.1.3. Revisão limitada É o exame do conjunto de demonstrações contábeis de um período sem, no entanto, aplicar todos os procedimentos de auditoria requeridos na auditoria convencional, com a extensão e profundidade necessária. Na revisão limitada, a investigação está voltada para assegurar-se da existência de violações evidentes dos Princípios Fundamentais de Contabilidade. O Princípio de Contabilidade, Geralmente Aceita foram determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução CFC n. º 530, de 23 de outubro de 1981, e hoje são chamados de Princípios Fundamentais de Contabilidade, conforme resolução n. º 750-93 do CFC que são: 5.2. Auditoria de Acordo com a Profundidade dos Exames De acordo com a profundidade dos exames a auditoria pode ser: a) Auditoria integral; b) Auditoria por testes (amostragem); Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 29 c) Revisão Analítica. 5.2.1. Auditoria Integral Compreende o exame de todos os registros contábeis de todos os documentos e controles da entidade. Esse tipo de auditoria nem sempre é aconselhável por seu elevado custo, além de exigir a quase permanência do auditor na empresa, por tempo integral. É, entretanto, viável em caso de auditoria interna, quando há equipe organizada para esse fim. O auditor externo não precisa proceder à revisão integral para obter elementos de convicção quando a confiabilidade dos registros contábeis de uma entidade, principalmente quando ela possui eficientes controles internos. A auditoria parcial, entretanto, quando tem por objetivo apurar erros e fraudes, geralmente deve ser integral, pois somente assim ela poderá alcançar seus objetivos. 5.2.2. Auditoria por testes Compreende o exame de determinada porcentagem dos registros dos documentos ou dos controles, considerando suficiente para que o auditor faça seu juízo sobre exatidão e a legitimidade dos elementos examinados. A profundidade da auditoria é determinada pelo próprio auditor considerado: a) Os fins a que se destina a auditoria; b) O grau de confiança que merece os controles internos. Quando a empresa possui auditoria interna e bons controles, o auditor pode optar por reduzida porcentagem de testes sobre o total das operações, desde que julgue serem eles suficientes para lhe assegurar os elementos de convicção de que necessita. No julgamento da profundidade, com que deve ser realizado o exame, o auditor deve levar em conta os seguintes fatores: a) Relevância – é o elemento ou fato de maior importância ou influência em relação ao objetivo do exame; b) Risco Provável – é a carência ou deficiência de comprovação dos fatos ou elementos prováveis; c) Relatividade – é o item de maior ou menor risco que se pode incorrer em face da deficiência ou imaterialidade em relação ao objetivo do exame. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 30 5.2.3. Revisão analítica Consiste no exame profundo e minucioso de todo o fluxo dos controles internos para verificar se são deficientes e se estão sendo rigorosamente obedecidos e de exame analítico das operações de determinada natureza ou de certo período do ano. Assim, constatada a existência de deficiência nos controles internos ou detectados erros nos registros ou na documentação em que eles se apóiam, o auditor deve aprofundar seus exames para obter elementos de convicção que o autorizem a emitir sua opinião. O exame do fluxo do controle interno deve abranger vários casos de cada um dos tipos de operações da entidade. Exemplo: Compra Entrada / almoxarifado Venda Recebimentos / Produto da Venda Através da revisão analítica, portanto, verificamos e conferimos flutuações significativas e itens incomuns, mediante análise e comparação de coeficientes, quocientes e índices, buscando explicações plausíveis para tais flutuações. Como resultadode tal revisão, o auditor poderá obter informações que ele julgue necessárias para formar sua opinião sobre a adequabilidade ou não das demonstrações contábeis. 5.3. Auditoria de Acordo com a sua Natureza De acordo com a natureza, a auditoria pode ser: a) Auditoria permanente: � Continuada; � Periódica b) Auditoria eventual ou especial; c) Auditoria de balanço com fins específicos 5.3.1 Auditoria Permanente É a auditoria exercida em caráter permanente. A auditoria permanente traz muitas vantagens para a empresa aditada, e para o próprio auditor, como veremos: Vantagens para a empresa aditada: a) O auditor faz uma só vez o levantamento do sistema de organização e controle internos da empresa, para sua avaliação e conseqüentemente programação da auditoria. b) Conhecidas as falhas e deficiências da organização e dos controles da empresa, o auditor não somente aponta essas anormalidades, mas também tem interesse em sua regularização. c) A familiarização do auditor com a organização e as operações da empresa torna mais eficiente seu trabalho, o que reduz o tempo de execução. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 31 d) Permite ao auditor dar á empresa, também em caractere permanente, eficiente assessoramentoem assuntos contábeis e físicas. Vantagens para o auditor: a) Realiza os levantamentos prévios, para programação da auditoria, apenas uma vez, limitando-se a fazer modificações futuras no programa, somente em caso de alterações nas condições iniciais das organizações e controles internos da empresa. b) A familiarização com as operações os controles e a organização da empresa simplificam seus trabalhos, permitindo –lhe maior grau de segurança nos elementos de convicção que recolhe para julgamento. c) A existência de clientes em caráter permanente facilita a programação dos trabalhos e permite a manutenção de equipe estável de assistente e auxiliar. d) O cliente permanente assegura ao auditor um rendimento certo, com o qual ele pode contar para atender as suas despesas fixas. 5.3.1.1. Auditoria Continuada É continuada quando o programa de trabalho visa ao exame permanente e contínuo das operações registradas e dos controles internos. A auditoria continuada traz para a empresa a vantagem de fiscalização constante, pelo auditor, cuja presença freqüente na empresa pode auxiliar na resolução de problemas contábeis que surgirem. 5.3.1.2. Auditoria Periódica É periódica quando o programa prevê visitas periódicas do auditor, cada trimestre, e semestre, ano ou outro período. Esse tipo de auditoria traz vantagens para auditor, relativas à execução de trabalho, pois poderá ser programada para execução após os trabalhos trimestrais, semestrais, ou anuais de entidade. Traz o inconveniente do acúmulo de trabalho nos períodos imediatamente anteriores e posteriores ao encerramento dos balanços da entidade. Para as empresas, a auditoria periódica é, geralmente, menos onerosa que a continuada. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 32 5.3.1.3. Auditoria Eventual ou Especial É aquela que se realiza com fins específicos, sem caráter permanente, podendo ser geral ou parcial, integral ou para testes. O auditor poderá ser chamado a executar a auditoria geral com o fim especial de opinar sobre a exatidão das contas e atos da gestão daquele período. De acordo com as condições peculiares da empresa e seus controles internos, o auditor julgará se deve proceder a exames integrais ou por testes (amostragem). A auditoria para a qual ele está sendo contratado poderá, entretanto, não ter caráter geral, mas sim parcial e específico, como a de exame de determinadas contas patrimoniais ou de resultado, ou de certos atos de gestão. 5.3.1.4 Auditoria de Balanço com fim Específico Poderá ter por objetivo apenas as demonstrações contábeis periódicas (balanço patrimonial e outras demonstrações, com o fim de): a) Acautelar interesses de acionistas e investidores; b) Controle administrativo; c) Concessão de crédito; d) Atender a exigência legal; e) Apurar o valor real do patrimônio líquido da entidade. De acordo com o fim a que se destina o parecer sobre o balanço, o auditor poderá dosar a extensão e a profundidade do exame, de forma que obtenha elementos convincentes de prova que o autorizem a dar o parecer, destinado a fim específico. 5.4. Auditoria de acordo com os Fins a que se Destina De acordo com os fins a que se destina, a auditoria pode ser realizada com as seguintes finalidades: a) Acautelar interesses de acionistas e investidores; b) Controle administrativo; c) Apura erros e fraudes; d) Concessão de créditos; e) Atender a exigências legais; f) Apurar o valor real do patrimônio líquido; Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 33 5.4.1. Acautelar Interesses de Acionistas e Investidores Quando os acionistas e demais investidores não tomam parte na administração da empresa, é natural que desejam acautelar seus interesses, exigindo auditoria geral e permanente de todos os atos da administração, para que se certifiquem da lisura de seu procedimento. A auditoria para esse fim abrange as demonstrações contábeis que encerram a prestação final de contas dos administradores e sobre as quais o auditor dá seu parecer final. 5.4.2. Controle Administrativo Em países economicamente desenvolvidos, é a auditoria para fins de controle administrativos a que adquire maior relevância. Para fins administrativos, a mais eficiente é a auditoria geral e permanente, ou poderá ser parcial (específica), seja interna ou externa, pois ela age psicologicamente sobre todos os funcionários que administram valores, os quais se sentem permanentemente controlados, dificultando assim muitos erros e fraudes. 5.4.3. Apurar Erros e Fraudes Já disseram que a auditoria legal e permanente dificulta a ocorrência de erros e fraudes, mas também dissemos que não se deve levar ao exagerado a interpretação das possibilidades de sua total eliminação, pois isso somente seria possível com fiscalização integral e constante de todos os registros contábeis, bem como de todos os atos de administradores e funcionários. A auditoria para apurar erros e fraudes, entretanto é aquela contratada por empresas que não mantém auditores e que os procuram somente nos momentos em que o erro ou fraude se manifesta. Nessa hipótese, a administração sabe que há alcance em caixa, ou desvio de mercadorias dos estoques, ou fala de prestação de contas de cobradores e responsáveis pelos valores e receber, mas desconhece a causa da irregularidade, bem como seu volume e seu autor. Esse é o caso característico da auditoria específica, integral e eventual, visando ao exame dos registros e controles relativos a determinado elemento patrimonial. 5.4.4. Concessão de Crédito A auditoria para fins de concessão de crédito geralmente é exigida pelo financiador em perspectiva, que deseja conhecer a realidade do estado econômico e financeiro da empresa para a qual vais conceder crédito. Poderá tratar-se de auditoria geral, com conseqüente emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, ou simplesmente de auditoria parcial, com o fim de verificar a situação de liquidez e de rentabilidade da empresa. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 34 5.4.5. Atender a Exigências Legais Esta pode ser considerada com mais recente finalidade da auditoria, pois ela nasceu no Brasil com o advento da Lei n. º 4.728 de 14/07/1965, que institui o mercado decapitais, consagrando a auditoria independente. Destaque-se ainda a Lei n. º 6.404, de 15/12/1976 (Lei das Sociedades por Ações). 5.4.6. Apurar o valor Real do Patrimônio Líquido Este trabalho é de real importância e responsabilidade e se destina, geralmente, a determinação do valor do patrimônio líquido, para efeito de: a) Retirada ou admissão de sócios ou acionistas; b) Colocação de ações no mercado, com ágio; c) Venda da empresa, ou seu controle acionário; d) Fusão, incorporação e cisão da sociedade; e) Liquidação da sociedade. O processo exige a avaliação atualizada dos valores patrimoniais. Esta avaliação nem sempre pode ser feita pelo auditor, que deve contar, para isso, com o concurso de avaliadores especializados em cada um dos elementos que compões o patrimônio. Ao auditor compete, neste caso: a) Conferir e Confirmar a existência dos bens; b) Corrigir o balanço patrimonial, substituindo os valores históricos pelos valores atualizados; c) Apurar o valor do patrimônio líquido atualizado 5.5. Auditoria de Acordo com a Relação do Auditor com a Entidade Auditada De acordo com a relação do auditor com a entidade aditada, a auditoria pode ser: a) Auditoria interna; b) Auditoria externa; 5.5.1. Auditoria Interna É aquele realizado por profissionais habilitados legalmente funcionário da empresa, em caráter permanente. A auditoria interna tem por objetivo verificar os dados contábeis, revisar o sistema contábil e de controle interno, aconselhar e auxiliar administração. O auditor interno deve exerce sua função com total obediência a norma de auditoria e ao vínculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à administração da empresa deve ser apenas sob aspecto funcional. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 35 Pelo fato de permanecerem em tempo integral na empresa os auditores internos podem programar uma auditoria geral e contínua, com revisão integral de todos os registros contábeis e verificações periódicas das existências físicas – estoques, títulos, dinheiro ativo fixo, etc. A auditoria interna geralmente não objetiva a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis, sendo executada mais para fins administrativos internos do que para prestação de contas de terceiros. A vantagem da auditoria interna é a existência dentro da própria organização de um departamento que exerce permanente controle – antecedente, concomitante e conseqüente – de todos os atos da administração. A desvantagens da auditoria interna e o risco de que os funcionários do departamento de auditoria sejam envolvidos pela rotina de trabalho e só examinem aquilo que lhes é oferecido para o exame. 5.5.2. Auditoria Externa É aquela realizada por profissional liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego, o qual poderá ser contratado para a auditoria independente ou eventual. Atendendo para o fim a que se destina a auditoria, o auditor independente realiza-a com seus próprios métodos e conveniência, desde que obedeça a norma usual de auditoria e obtenha os elementos de convicção com os quais possa dar parecer sobre a matéria examinada. A independência do auditor externo deve ser absoluta e jamais poderá aceitar imposições da empresa quanto ao procedimento que deverá adotar para a realização da auditoria, nem quanto ás conclusões a que deve chegar. Somente, o auditor deve julgar a extensão e a profundidade que deverá dar ao exame, bem como a procedência e validade das provas, para tirar suas conclusões e oferecer deram parecer final sobre a matéria examinada. Essa independência do auditor externo exige grande preparo cultural e técnico bem como sólida formação moral. 5.5.3. Diferença entre a Auditoria Interna e a Externa De forma global, o trabalho executado pela auditoria interna é plenamente idêntico aquele executado pela auditoria externa. Ambas realizam seus trabalhos utilizando-se das mesmas técnicas da auditoria; ambas têm sua atenção voltada para o controle interno como ponto de partida de seu exame e formulam sugestões de melhoria para as deficiências encontradas, e ambas modificam a extensão de seu trabalho de acordo com as suas observações e a eficiências dos sistemas contábeis e de controle interno existentes. Entretanto, os trabalho executados pelos auditores internos e externos tem suas diferenças básicas caracterizadas como exposto no quadro a seguir: Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 36 AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA A auditoria é realizada por um funcionário da empresa 1 A auditoria é realizada através da contratação de um profissional independente O objetivo principal é atender as necessidades da administração 2 O objetivo é atender as necessidades de terceiros no que diz respeito á fidedignidade das informações financeiras A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizada para desenvolver aperfeiçoamento e para induzir ao cumprimento de políticas e normas sem estar restrito aos assuntos financeiros 3 A revisão das operações e do controle interno é principalmente realizada para determinar a extensão do exame e a fidedignidade das demonstrações financeiras O trabalho é subdividido em relação as áreas operacionais e as linhas de responsabilidade administrativa 4 O trabalho é subdividido em relação as principais contas do balanço patrimonial e das demonstrações do resultado O auditor diretamente se preocupa com a intercepção e prevenção de fraude 5 O auditor incidentalmente se preocupa com a intercepção e prevenção de fraudes, a não ser que haja possibilidades de substancialmente afetar as demonstrações financeiras O auditor deve ser independente em relação às pessoas cujo trabalho ele examina, porém subordinado as necessidades e desejos da alta administração 6 O auditor deve ser independente em relação à administração, de fato a de atitude mental A revisão das atividades da empresa é continuada 7 O exame das informações comprobatórias das demonstrações financeiras é periódicas, geralmente anual. 5.5.4. Auditoria Operacional O termo Auditoria Op. Surgiu em 1947 a partir da “Declaração de Responsabilidade do Auditor Interno” por afirmar que o auditor além de lidar com a matéria contábil, lida com assuntos de natureza operacional. Com base nisto a “Auditoria Operacional” passa a ser Auditoria não contábil. A auditoria operacional é tipicamente exercida pelas pessoas da auditoria de gestão, acrescentando-se ainda os administradores; gerentes; e os economistas. O objetivo deste tipo de auditoria é ode “vigiar as transações sob a ótica da economicidade, eficiência e eficácia e das causas e dos efeitos decorrentes, verificar a efetividade de programas específicos diante do posicionamento da empresa em seu ambiente Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 37 te atuação e o significado do desempenho obtido diante de metas-desafios estabelecidos nos vários campos de resultados maximizadores do valor da entidade”. Por isso esta auditoria também é conhecida como auditoria dos 3 E’s ( Economia, Eficiência, Eficácia ). Esta auditoria tende a certificar a efetividade dos controles internos e apontar soluções alternativas para que o desempenho operacional possa ser melhorado. Bem como também medir o grau de entendimento das necessidades dos clientes e acompanhar, mediante indicadores do nível de eficiência, o desvio em relação ao desafio – padrão. Com isso pode-se afirmar qual o objetivo Geral da Auditoria Operacional é a de assessorar a administração no desempenho efetivo de suas funções e responsabilidades. Algumastécnicas utilizadas pela auditoria operacional seriam: a seleção de amostras para determinadas; a apreciação dos desvios reais ou potenciais; avaliação da informação financeira relacionada, prova de verificação e confirmação das evidências; testes sobre resultados desejados X resultados obtidos, etc... Analisando estas informações Cruz conclui que com relação ao nível de relacionamento envolvido, a auditoria de gestão, “ apresenta a características de manter o auditado distante na fase de elaboração, uma vez que utiliza dados e informações publicadas’’. E na Auditoria Operacional ‘’é comum que o auditado tenha vista do relatório e sobre o mesmo emita pontos de concordância e divergência. Além disto, nos limites adequados e de conformidade com técnicas apropriadas,podem haver consultas ao auditado durante a análise.’’ 5.5.5. Auditoria de Gestão A auditoria de gestão é exercida por “auditores independentes; auditores independentes; contadores das financeiras e gerencial; gerentes de operações;. Técnicos de controle externo; funcionários do controle governamental sobre instituições financeiras; empresas financiadas ou de atividade controlada ; auditores internos das empresas em geral.’’ Esse tipo de atividade tem com o objetivo segundo cruz o de ‘’vigiar a produção e avaliar os resultados alcançados diante de objetivos e metas fixados para um determinado período dentro da tipicidade própria .’’ Dizem também que o resultado a ser alcançado com este tipo de auditoria é o de identificar possíveis desvios quais atividades e ou departamentos que não estão atingindo o padrão. A auditoria de gestão utiliza como principais recursos técnicos à adequação ao curso padrão; teste de efetividade; indicadores de desempenho; circularização de informações sobre existências; recomendações punitivas, saneadores ou estimuladoras. Esta Auditoria tende a auxiliar a administração quanto ao planejamento estratégico e tático no processo decisório, informando se estes são adequados, eficientes e eficazes, entre outros assuntos que dizem respeito ao gerenciamento das empresas. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 38 Esta Auditoria também vai avaliar e examinar: Os sistemas políticos, critérios de procedimentos utilizados pela empresa na sua área de planejamento estratégico, tático e no processo decisório; e qualidade da estrutura de controle interno e sua observância. 5.5.6. Auditoria de Sistemas Informatizados Este tipo de auditoria tem como objetivo informar sobre: a) Adequação, eficácia, eficiência e desenvolvimento dos sistemas e respectivos procedimento de segurança; b) Custo relativo e economicidade no uso dos investimentos despendidos em Processamento de Dados. A auditoria de sistemas Informatizado ira avaliar e examinar: a) Processo planejamento, desenvolvimento, teste e aplicação de Sistemas; b) Estrutura lógica, física, ambiental, organizacional de controle, segurança e proteção dos ativos específicos; sistemas e documentações, software e informações; c) Qualidade da estrutura de Controle Interno sistêmico e de sua observância em todos os níveis gerenciais. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 39 Capítulo 6 ORGANIZAÇÃO DE FIRMA DE AUDITORIA INDEPENDENTE 6. ORGANIZAÇÃO DE FIRMA DE AUDITORIA INDEPENDENTE 6.1. Formas de exercício da atividade de Auditor Independente Quanto às formas de exercícios da atividade do auditor independente, distinguem-se as seguintes: • Individualmente: O Contador age sob sua responsabilidade e em nome individual, mesmo que na execução do trabalho conte com a colaboração de outros colegas, como assistentes ou auxiliares. • Em participação com outros profissionais: O contador devide a responsabilidade com outros colegas, participando, com eles, em nome de todos, na execução de seus trabalhos. • Por meio de organização que congregue vários profissionais, operando sob denominação social ou firma em nome coletivo: Neste o auditor terá que constituir uma empresa de prestação de serviços. Podendo prestar outros tipos de serviços: • Serviços de assessoria tributária; • Serviços de consultoria de organização: desenvolvimento e instalação de sistemas de contabilidade de custos, assessoria em elaboração de orçamentos e análise de variações, assessoria em projeto de sistemas e equipamentos para processamento eletrônico de dados, etc.; • Serviços a empresas de pequeno porte. Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 40 Capítulo 7 ORIGEM, EVOLUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA AUDITORIA 7.1. Causas do surgimento da Auditoria interna A administração da empresa, com a expansão dos negócios, sentiu a necessidade de dar maior ênfase às normas ou procedimentos internos, devido ao fato de que o administrador, ou em alguns casos o proprietário da empresa, não poderia supervisionar pessoalmente todas as suas atividades. Entretanto, de nada valia a implantação desses procedimentos internos sem que houvesse um acompanhamento, no sentido de verificar se estes estavam sendo seguidos pelos empregados da empresa. O auditor externo ou independente, além de sua opinião ou parecer sobre as demonstrações contábeis, passou a emitir um relatório comentário, no qual apresentava sugestões para solucionar os problemas da empresa, que chegaram a seu conhecimento no curso normal de seu trabalho de auditoria. Entretanto, o auditor externo passara um período de tempo muito curto na empresa e seu trabalho estava totalmente direcionado para o exame das demonstrações contábeis. Para atender a administração da empresa seria necessário uma auditoria periódica, surgindo assim o auditor interno, como uma ramificação da profissão de auditor externo, e, consequentemente, do contador. O auditor interno é um empregado da empresa, e dentro de uma organização ele não deve estar subordinado aqueles cujo trabalho examina. Alem disso, o auditor interno não deve desenvolver atividades que ele possa vir um dia a examinar (como por exemplo, elaborar lançamentos contábeis), para que não interfira em sua independência. 7.2. Fatores que exigem atualmente a atuação do auditor, de modo especial no Brasil. Como a auditoria é a técnica contábil por meio da qual são confirmados os registros realizados pela contabilidade, sua atuação interessa principalmente às seguintes pessoas e/ ou órgãos: • Executivos e empresas, que não podem fiscalizar todos os atos de seus subordinados; • Investidores que não tomam parte ativa na administração de uma sociedade (é o caso dos acionistas em sociedades abertas); • Financiadores e fornecedores que desejam ver confirmada a possibilidade de liquidação de seus créditos; • O fisco, que tem na auditoria idônea uma colaboração útil para orientação dos contribuintes e para evitar sonegação de impostos; • O poder público, quando se trata de empresas ou entidades de interesse coletivo que devem sofrer controles e fiscalização do Estado. O surgimento e o progresso da auditoria verificaram-se, em todos os países do mundo, como conseqüência dos seguintes fatores: Auditoria I 2016 Prof. Msc. Edilson Citadin Rabelo 41 • O crescimento de empresas, cuja complexidade e ramificações tornam impossível aos administradores controlarem todos os atos de seus subordinados; • O aparecimento cada vez em maior número, das sociedades abertas; • A utilização, sempre crescente, de capitais de terceiros por parte das empresas, principalmente de financiamentos de entidades particulares e empréstimos junto
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