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1° ANO CONTABILIDADE BASICA

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CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 1 
 
 
CONTABILIDADE GERAL 
 
1º ANO TÉCNICO – ADMINISTRAÇÃO / CONTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Professora: Cleide Comparcida 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 2 
 
Sumário 
OBJETIVOS PEDAGÓGICOS ................................................................................... 4 
CONTABILIDADE GERAL ........................................................................................ 5 
HISTÓRIA DA CONTABILIDADE ........................................................................... 5 
EVOLUÇÃO CONTÁBIL ......................................................................................... 7 
DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE ...................................................................... 15 
AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DA CONTABILIDADE SÃO: .................................... 15 
A contabilidade divide-se em duas grandes ramificações: ............................................... 16 
OS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE ................................................................. 17 
OS FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE ........................................................ 18 
EVENTOS DA CONTABILIDADE NO BRASIL ..................................................... 18 
Exercícios de fixação: ....................................................................................................... 20 
PATRIMÔNIO .......................................................................................................... 21 
BENS ................................................................................................................... 21 
Bens Móveis ..................................................................................................................... 21 
Bens Imóveis .................................................................................................................... 21 
Bens Tangíveis ................................................................................................................. 21 
Bens Intangíveis ............................................................................................................... 21 
DIREITOS ............................................................................................................ 22 
OBRIGAÇÕES ..................................................................................................... 22 
Aspectos qualitativos e quantitativos ............................................................................... 22 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) ............................................................................... 25 
Exercícios de fixação: ....................................................................................................... 25 
Equações Patrimoniais .......................................................................................... 27 
CAPITAL .............................................................................................................. 28 
Capital Social .................................................................................................................... 28 
Capital Próprio .................................................................................................................. 28 
Capital Integralizado e Capital a Integralizar ................................................................... 29 
Capital Autorizado ............................................................................................................ 29 
Capital de Giro ................................................................................................................. 30 
. Diferença entre Capital e Patrimônio .............................................................. 31 
FATOS CONTÁBEIS ............................................................................................ 31 
Modificativos ou Quantitativos ........................................................................................ 32 
Mistos ou Compostos ....................................................................................................... 32 
Exercícios de fixação: ....................................................................................................... 33 
Livro Diário ...................................................................................................................... 51 
Livro Razão ...................................................................................................................... 56 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 3 
 
Livro Caixa ....................................................................................................................... 62 
SPED FISCAL E CONTÁBIL .......................................................................... 67 
Sped Fiscal ........................................................................................................................ 69 
Exercícios de fixação: ....................................................................................................... 70 
OPERAÇÕES COM MERCADORIAS ..................................................................... 71 
INVENTÁRIOS ..................................................................................................... 71 
Periódico ........................................................................................................................... 71 
Permanente ....................................................................................................................... 72 
Sistemas Básicos de Avaliação dos Estoques .................................................................. 72 
Alterações do Valor das Compras .................................................................................... 73 
Alterações do Valor das Vendas ....................................................................................... 74 
RESULTADO DA CONTA MERCADORIAS ......................................................... 75 
APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - ARE .......................................... 81 
OBJETIVO DA APURAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ......................... 81 
Encerramento das contas de resultado .............................................................................. 82 
Resumo da apuração do resultado do exercício ............................................................... 82 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 4 
 
OBJETIVOS PEDAGO GICOS 
 
O Curso Técnico em Contabilidade está concebido para que se possa ter uma visão abrangente 
deste pilar basilar da Gestão que é a Contabilidade. O atual desenvolvimento tecnológico e o 
alargamento dos mercados exigem que o tecido empresarial se adapte em tempo útil a novas 
realidades e é neste contexto que surge a Contabilidade como instrumento eficiente de Gestão. 
 
Os principais objetivos do curso são: 
 
 Identificar os principais fatos patrimoniais de uma empresa. 
 Analisar a estrutura e a movimentação das contas. 
 Compreender a necessidade dos Trabalhos de Fim de Exercício. 
 Analisar as Demonstrações financeiras. 
 Distinguir a Contabilidade Geral da Contabilidade Analítica. 
 Identificar qual o papel da Contabilidade Analítica numa estrutura organizacional. 
 Efetuar o apuramento do Custo das Mercadorias Vendidas. 
 Abordar a importância da Contabilidade Orçamental. 
Permitindo aos formandos desenvolver competências técnicas na área.CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 5 
 
CONTABILIDADE GERAL 
 
HISTÓRIA DA CONTABILIDADE 
 
 
 
A história da contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às 
primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação e 
interpretação dos fatos ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para alcançar 
os fins propostos. 
 
Deixando a caça, o homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização 
econômica acerca do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida 
comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza 
individual. 
 
Ao morrer, o legado deixado por esta pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos 
filhos ou parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se patrimônio. O termo 
passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados. 
 
A origem da Contabilidade está ligada a necessidade de registros do comércio. Há indícios de que 
as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, 
sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. 
 
A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações 
de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 6 
 
simples registros ou relatórios sobre o fato. Mas as cobranças de impostos, na Babilônia já se faziam 
com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os negócios efetuados pelo 
governo de seu país no ano 2000 a.C. 
 
 
À medida que o homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber, 
quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses; tais informações 
não eram de fácil memorização quando já em maior volume, requerendo registros. 
 
Foi o pensamento do "futuro" que levou o homem aos primeiros registros a fim de que pudesse 
conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. 
 
Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que 
não poderia ser feito sem o devido registro, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa 
administrada. 
 
É importante lembrarmos que naquele tempo não havia o crédito, ou seja, as compras, vendas e 
trocas eram à vista. Posteriormente, empregavam-se ramos de árvore assinalados como prova de 
dívida ou quitação. O desenvolvimento do papiro (papel) e do cálamo (pena de escrever) no Egito 
antigo facilitou extraordinariamente o registro de informações sobre negócios. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 7 
 
 
 
 
A medida em que as operações econômicas se tornam complexas, o seu controle se refina. As 
escritas governamentais da República Romana (200 a.C.) já traziam receitas de caixa classificadas 
em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. 
 
EVOLUÇÃO CONTÁBIL 
 
CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se inicia com as primeiras civilizações e vai 
até 1202 da Era Cristã, quando apareceu o Liber Abaci , da autoria Leonardo Fibonaci, o Pisano. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 8 
 
 
ÁBACO 
 
A contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha como objeto o Patrimônio, 
representado pelos rebanhos e outros bens nos seus aspectos quantitativos. 
 
Os primeiros registros processaram-se de forma rudimentar, na memória do homem. Como este é um 
ser pensante, inteligente, logo encontrou formas mais eficientes de processar os seus registros, 
utilizando gravações e outros métodos alternativos. 
 
O inventário exercia um importante papel, pois a contagem era o método adotado para o controle dos 
bens, que eram classificados segundo sua natureza: rebanhos, metais, escravos, etc. A palavra 
"Conta" designa o agrupamento de itens da mesma espécie. 
 
As primeiras escritas contábeis datam do término da Era da Pedra Polida, quando o homem 
registrava os seus primeiros desenhos e gravações. 
 
Os primeiros controles eram estabelecidos pelos templos, o que perdurou por vários séculos. 
 
Os suméricos e babilônicos, assim como os assírios, faziam os seus registros em peças de argila, 
retangulares ou ovais, ficando famosas as pequenas tábuas de Uruk, que mediam aproximadamente 
2,5 a 4,5 centímetros, tendo faces ligeiramente convexas. 
 
Os registros combinavam o figurativo com o numérico. Gravava-se a cara do animal cuja existência 
se queria controlar e o numero correspondente às cabeças existentes. 
Na cidade de Ur, na Caldéia, onde viveu Abraão, personagem bíblico citado no livro Gênesis, 
encontram-se, em escavações, importantes documentos contábeis: tabela de escrita cuneiforme, 
onde estão registradas contas referentes á mão-de-obra e materiais, ou seja, Custos Diretos. Isto 
significa que, há 5.000 anos antes de Cristo, o homem já considerava fundamental apurar os seus 
custos. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 9 
 
Os egípcios legaram um riquíssimo acervo aos historiadores da Contabilidade, e seus registros 
remontam a 6.000 anos antes de Cristo. 
 
A escrita no Egito era fiscalizada pelo Fisco Real, o que tornava os escriturários zelosos e sérios em 
sua profissão. O inventário revestia-se de tal importância, que a contagem do boi, divindade adorada 
pelos egípcios, marcava o inicio do calendário adotado. Inscreviam-se bens móveis e imóveis, e já se 
estabeleciam, de forma primitiva, controles administrativos e financeiros. 
 
As "Partidas de Diário" assemelhavam-se ao processo moderno: o registro iniciava-se com a data e o 
nome da conta, seguindo-se quantitativos unitários e totais, transporte, se ocorresse, sempre em 
ordem cronológica de entradas e saídas. 
 
Pode-se citar, entre outras contas: "Conta de Pagamento de Escravos", "Conta de Vendas Diárias", 
"Conta Sintética Mensal dos Tributos Diversos", etc. 
 
Tudo indica que foram os egípcios os primeiros povos a utilizar o valor monetário em seus registros. 
 
Usavam como base, uma moeda, cunhada em ouro e prata, denominada "Shat". Era a adoção, de 
maneira prática, do Princípio do Denominador Comum Monetário. 
 
Os gregos, baseando-se em modelos egípcios, 2.000 anos antes de Cristo, já escrituravam Contas 
de Custos e Receitas, procedendo, anualmente, a uma confrontação entre elas, para apuração do 
saldo. Os gregos aperfeiçoaram o modelo egípcio, estendendo a escrituração contábil às várias 
atividades, como administração pública, privada e bancária. 
 
NA BÍBLIA 
 
Há interessantes relatos bíblicos sobre controles contábeis, um dos quais o próprio Jesus relatou em 
Lucas capítulo 16, versos 1 a 7: o administrador que fraudou seu senhor, alterando os registros de 
valores a receber dos devedores. 
 
No tempo de José, no Egito, houve tal acumulação de bens que perderam a conta do que se tinha! 
(Gênesis 41.49). 
Houve um homem muito rico, de nome Jó, cujo patrimônio foi detalhadamente inventariado no livro de 
Jó, capítulo 1, verso 3. Depois de perder tudo, ele recupera os bens, e um novo inventário é 
apresentado em Jó, capítulo 42, verso 12. 
 
Os bens e as rendas de Salomão também foram inventariados em 1º Reis 4.22-26 e 10.14-17. 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 10 
 
Em outra parábola de Jesus, há citação de um construtor, que faz contas para verificar se o que 
dispunha era suficiente para construir uma torre (Lucas14.28-30). 
 
Ainda, se relata a história de um devedor, que foi perdoado de sua dívida registrada (Mateus 18.23-
27). 
 
Tais relatos comprovam que, nos tempos bíblicos, o controle de ativos era prática comum. 
 
CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, 
quando apareceu o Tratactus de Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas) de Frei 
Luca Pacioli, publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde 
à teoria dos números positivos e negativos, obra que contribuiu para inserir a contabilidade entre os 
ramos do conhecimento humano. 
 
No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e 
pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá. 
 
 
 
Estudavam-se, na época, técnicas matemáticas, pesos e medidas, câmbio, etc., tornando o homem 
mais evoluído em conhecimentos comerciais e financeiros. 
 
Se os sumérios-babilônios plantaram a semente da Contabilidade e os egípcios a regaram, foram os 
italianos que fizeram o cultivo e a colheita. 
Foi um período importante na história do mundo, especialmente na história da Contabilidade, 
denominado a "Era Técnica" , devido às grandes invenções, como moinho de vento, aperfeiçoamento 
da bússola, etc., que abriram novos horizontes aos navegadores, como Marco Pólo e outros. 
 
A indústria artesanal proliferou com o surgimento de novas técnicas no sistema de mineração e 
metalurgia. O comércio exterior incrementou-se por intermédio dos venezianos, surgindo, como 
consequência das necessidades da época, o livro caixa, que recebia registros de recebimentos e 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 11 
 
pagamentos em dinheiro. Já se utilizavam, de forma rudimentar, o débito e o crédito, oriundos das 
relações entre direitos e obrigações, e referindo-se, inicialmente, a pessoas. 
 
O aperfeiçoamento e o crescimento da Contabilidade foram a consequência natural das 
necessidades geradas pelo advento do capitalismo, nos séculos XII e XIII. O processo de produção 
na sociedade capitalista gerou a acumulação de capital, alterando-se as relações de trabalho. O 
trabalho escravo cedeu lugar ao trabalho assalariado, tornando os registros mais complexos. No 
século X, apareceram as primeiras corporações na Itália, transformando e fortalecendo a sociedade 
burguesa. 
 
No final do século XIII apareceu, pela primeira vez a conta "Capital" , representando o valor dos 
recursos injetados nas companhias pela família proprietária. 
 
O método das Partidas Dobradas teve sua origem na Itália, embora não se possa precisar em que 
região. O seu aparecimento implicou a adoção de outros livros que tornassem mais analítica a 
Contabilidade, surgindo, então, o Livro da Contabilidade de Custos. 
 
No início do Século XIV, já se encontravam registros explicitados de custos comerciais e industriais, 
nas suas diversas fases: custo de aquisição; custo de transporte e dos tributos; juros sobre o capital, 
referente ao período transcorrido entre a aquisição, o transporte e o beneficiamento; mão-de-obra 
direta agregada; armazenamento; tingimento, etc., o que representava uma apropriação bastante 
analítica para época. A escrita já se fazia no moldes de hoje, considerando, em separado, gastos com 
matérias-primas, mão-de-obra direta a ser agregada e custos indiretos de fabricação. Os custos eram 
contabilizados por fases separadamente, até que fossem transferidos ao exercício industrial. 
 
CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai de 1494 até 1840, com o aparecimento 
da Obra "La Contabilità Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche" , da autoria de 
Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria. Obra marcante na história da Contabilidade. 
 
Em 1492, é descoberta a América e, em 1500, o Brasil, o que representava um enorme potencial de 
riquezas para alguns países europeus. 
 
Em 1517, ocorreu a reforma religiosa; os protestantes, perseguidos na Europa, emigram para as 
Américas, onde se radicaram e iniciaram nova vida. 
 
A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se estabelecer o controle das inúmeras riquezas 
que o Novo Mundo representava. 
 
A introdução da técnica contábil nos negócios privados foi uma contribuição de comerciantes italianos 
do séc. XIII. Os empréstimos a empresas comerciais e os investimentos em dinheiro determinaram o 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 12 
 
desenvolvimento de escritas especiais que refletissem os interesses dos credores e investidores e, ao 
mesmo tempo, fossem úteis aos comerciantes, em suas relações com os consumidores e os 
empregados. 
 
O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na 
Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. 
 
FREI LUCA PACIOLI escreveu "Tratactus de Computis et Scripturis" (Contabilidade por Partidas 
Dobradas), publicado em 1494, enfatizando que à teoria contábil do débito e do crédito corresponde à 
teoria dos números positivos e negativos. 
 
Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista entre outras profissões. Deixou muitas obras, destacando-
se a "Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá", impressa em Veneza, na qual 
está inserido o seu tratado sobre Contabilidade e Escrituração. 
 
Pacioli, apesar de ser considerado o pai da Contabilidade, não foi o criador das Partidas Dobradas. O 
método já era utilizado na Itália, principalmente na Toscana, desde o Século XIV. 
O tratado destacava, inicialmente, o necessário ao bom comerciante. A seguir conceituava inventário 
e como fazê-lo. Discorria sobre livros mercantis: memorial, diário e razão, e sobre a autenticação 
deles; sobre registros de operações: aquisições, permutas, sociedades, etc.; sobre contas em geral: 
como abrir e como encerrar; contas de armazenamento; lucros e perdas, que na época, eram "Pro" e 
"Dano"; sobre correções de erros; sobre arquivamento de contas e documentos, etc. 
 
Sobre o Método das Partidas Dobradas, Frei Luca Pacioli expôs a terminologia adaptada: 
"Per " , mediante o qual se reconhece o devedor; 
"A " , pelo qual se reconhece o credor. 
Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor, e depois o credor, prática que se usa até hoje. 
 
A obra de Frei Luca Pacioli, contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na Toscana, no século 
XV, marca o início da fase moderna da Contabilidade. A obra de Pacioli não só sistematizou a 
Contabilidade, como também abriu precedente que para novas obras pudessem ser escritas sobre o 
assunto. É compreensível que a formalização da Contabilidade tenha ocorrido na Itália, afinal, neste 
período instaurou-se a mercantilização sendo as cidades italianas os principais interpostos do 
comércio mundial. 
 
Foi a Itália o primeiro país a fazer restrições à prática da Contabilidade por um indivíduo qualquer. O 
governo passou a somente reconhecer como contadores pessoas devidamente qualificadas para o 
exercício da profissão. A importância da matéria aumentou com a intensificação do comércio 
internacional e com as guerras ocorridas nos séculos XVIII e XIX, que consagraram numerosas 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 13 
 
falências e a consequente necessidade de se proceder à determinação das perdas e lucros entre 
credores e devedores. 
 
 
 
CONTABILIDADE DO MUNDO CIENTÍFICO - período que se inicia em 1840 e continua até os dias 
de hoje. 
 
 
 
O Período Científico apresenta, nos seus primórdios, dois grandes autores consagrados: Francesco 
Villa, escritor milanês, contabilista público, que,com sua obra "La Contabilità Applicatta alle 
administrazioni Private e Plubbliche", inicia a nova fase; e Fábio Bésta, escritor veneziano. 
Os estudos envolvendo a Contabilidade fizeram surgir três escolas do pensamento contábil: a 
primeira, chefiada por Francisco Villa, foi a Escola Lombarda; a segunda, a Escola Toscana, chefiada 
por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Bésta. 
 
Embora o século XVII tivesse sido o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a 
calculadora, a ciência da Contabilidade ainda se confundia com a ciência da Administração, e o 
patrimônio se definia como um direito, segundo postulados jurídicos. 
 
Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à universidade. A Contabilidade começou a ser 
lecionada com a aula de comércio da corte, em 1809. 
FÁBIO BESTA 
1845 – 1922 
 
Besta nasceu em Teglio de Valtellina, na Lombardia, em 17 de janeiro de 1845. Sua 
família era considerada nobre, mas suas condições econômicas eram precárias. 
 
Seguidor de Francesco Villa superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou 
o elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir 
patrimônio como objeto da Contabilidade. Foi, também, o chefe da terceira Escola 
Veneziana. 
Em 1891, Fábio Besta inicia a era do controle. Besta foi o primeiro e é o maior 
contador moderno. Ele desenvolve a teoria materialística das contas. Juntamente 
com Pacioli, é considerado o maior vulto da Contabilidade. 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 14 
 
A obra de Francesco Villa foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido 
pelo governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa 
teve o cargo de Professor Universitário. 
 
Francisco Villa extrapolou os conceitos tradicionais de Contabilidade, segundo os quais escrituração 
e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Para ele, a Contabilidade 
implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem a matéria 
administradas, ou seja, o patrimônio. Era o pensamento patrimonialista. 
 
Foi o inicio da fase científica da Contabilidade. 
 
Fábio Bésta, seguidor de Francesco Villa, superou o mestre em seus ensinamentos. Demonstrou o 
elemento fundamental da conta, o valor, e chegou, muito perto de definir patrimônio como objeto da 
Contabilidade. 
 
Foi Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Bésta, quem pela primeira vez, em 1923, definiu patrimônio 
como objeto da Contabilidade. O enquadramento da Contabilidade como elemento fundamental da 
equação aziendalista, teve, sobretudo, o mérito incontestável de chamar atenção para o fato de que a 
Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão. 
 
Entretanto a escola Européia teve peso excessivo da teoria, sem demonstrações práticas, sem 
pesquisas fundamentais: a exploração teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas, 
inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade necessária, principalmente, na Contabilidade 
Gerencial, preocupando-se demais em demonstrar que a Contabilidade era uma ciência ao invés de 
dar vazão à pesquisa séria de campo e de grupo. 
 
A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se a fase de predominância norte-americana dentro da 
Contabilidade. 
 
ESCOLA NORTE-AMERICANA enquanto declinavam as escolas europeias, floresciam as escolas 
norte-americanas com suas teorias e práticas contábeis, favorecidas não apenas pelo apoio de uma 
ampla estrutura econômica e política, mas também pela pesquisa e trabalho sério dos órgãos 
associativos. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants foi de extrema 
importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis; várias associações 
empreenderam muitos esforços e grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total 
integração entre acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as 
escolas europeias, onde as universidades foram decrescendo em nível, em importância. 
 
A criação de grandes empresas, como as multinacionais ou transnacionais, por exemplo, que 
requerem grandes capitais, de muitos acionistas, foi a causa primeira do estabelecimento das teorias 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 15 
 
e práticas contábeis, que permitissem correta interpretação das informações, por qualquer acionista 
ou outro interessado, em qualquer parte do mundo. 
 
Nos inícios do século atual, com o surgimento das gigantescas corporações, aliado ao formidável 
desenvolvimento do mercado de capitais e ao extraordinário ritmo de desenvolvimento que os 
Estados Unidos da América experimentou e ainda experimenta, constitui um campo fértil para o 
avanço das teorias e práticas contábeis. Não é por acaso que atualmente o mundo possui inúmeras 
obras contábeis de origem norte-americanas que tem reflexos diretos nos países de economia. 
 
NO BRASILl, a vinda da Família Real Portuguesa incrementou a atividade colonial, exigindo – devido 
ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos Estados – um melhor aparato fiscal. Para 
tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do 
Brasil (1808). As Tesourarias de Fazenda nas províncias eram compostas de um inspetor, um 
contador e um procurador fiscal, responsáveis por toda a arrecadação, distribuição e administração 
financeira e fiscal. 
Hoje, as funções do contabilista não se restringem ao âmbito meramente fiscal, tornando-se, num 
mercado de economia complexa, vital para empresas informações mais precisas possíveis para 
tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem ganhando destaque no mercado 
em Auditoria, Controladoria e Atuarial. 
 
São áreas de analise contábil e operacional da empresa, e, para atuários, um profissional raro, há a 
especialização em estimativas e análises; o mercado para este cresce em virtude de planos de 
previdência privada. 
 
DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE 
 
Contabilidade é a ciência que permite, através de suas técnicas, manter um controle permanente do 
patrimônio da empresa. 
 
PATRIMÔNIO é um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma pessoa jurídica, 
avaliado economicamente. 
 
O patrimônio é o OBJETO da Contabilidade. 
 
O OBJETIVO da Contabilidade é o estudo e o controle do patrimônio e suas variações visando ao 
fornecimento de informações que sejam uteis para a tomada de decisões econômicas. 
 
AS PRINCIPAIS FUNÇÕES DA CONTABILIDADE SÃO: 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 16 
 
 Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; 
 Organizar um sistema de controle adequado a empresa; 
 Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente por meio de 
demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; 
 Analisar os demonstrativos com a finalidade apuração dos resultados obtidos pela empresa; 
e 
 Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a 
serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros, e alertando para eventuais 
problemas. 
 
AS PRINCIPAIS TÉCNICAS CONTÁBEIS UTILIZADAS PELA CONTABILIDADE 
SÃO: 
 
 Escrituração consiste no registro, em livros próprios (Diário, Razão, Caixa e Contas 
Correntes), de todos os fatos administrativos, bem como dos atos administrativos 
relevantes que ocorrem no dia a dia das empresas; 
 Demonstrações Contábeis são os relatórios técnicos que apresentam dados extraídos dos 
registros contábeis da empresa. As demonstrações mais conhecidassão o Balanço 
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; 
 Auditoria é a verificação da exatidão dos dados contidos nas demonstrações contábeis, 
através do exame minucioso dos registros de contabilidade e dos documentos que deram 
origem a eles; 
 Análise de Balanços compreende o exame e a interpretação dos dados contidos nas 
demonstrações contábeis, a fim de transformar esses dados em informações uteis aos 
diversos usuários da contabilidade; 
 Consolidação de Balanços corresponde a unificação das demonstrações contábeis da 
empresa controladora e de suas controladas, visando a apresentar a situação econômica e 
financeira de todo o grupo, como se fosse uma única empresa. 
 
A contabilidade divide-se em duas grandes ramificações: 
 
 Pública ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito 
público e representação gráfica de seu patrimônio, visando três sistemas distintos: 
orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objetivos ramificando-se 
conforme sua área de abrangência em federal, municipal e autarquias. 
 Privada ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito 
privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seu patrimônio, 
dividindo-se em civil e comercial. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 17 
 
 Contabilidade Civil é exercida pelas pessoas que não tem como objetivo final o lucro, 
mas sim o instinto de sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em: Doméstica – 
exercida pelas pessoas físicas em geral, individualmente ou em grupo. Contabilidade 
Social – usada pelas pessoas que tem como objetivo final o bem-estar social da 
comunidade, tais como: clubes, associações de caridade, sindicatos, igrejas, etc. 
 Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram atividades que 
objetivam o lucro. Divide-se em: Contabilidade Mercantil – usada por pessoas com 
objetivo social de compra e venda direta de mercadorias. Exemplo: Supermercados, 
sapataria e açougues. Contabilidade Industrial – exercida por pessoas que tem como 
objetivo social a produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento 
ou da transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de riquezas. 
Exemplo: indústria de móveis, pecuária e agricultura. Contabilidade de Serviços – é 
usada pelas pessoas que tem como objetivo social a prestação de serviços. Exemplo: 
Estabelecimento de ensino, telecomunicações e clínicas médicas. 
 
OS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE 
 
São as pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessam pela situação da empresa e 
buscam nos instrumentos contábeis as suas respostas. Podem ser divididos em: internos e externos. 
 
Os usuários internos são todas as pessoas ou grupos de pessoas relacionadas com a empresa e que 
tem facilidade de acesso às informações contábeis como: gerentes, administradores, funcionários e 
diretoria. 
 
Os usuários externos são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem facilidade de acesso direto às 
informações contábeis, mas que as recebem de publicações das demonstrações pela entidade, tais 
como: bancos, concorrentes, governo, fornecedores e clientes. 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 18 
 
OS FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE 
 
POSTULADOS: A Contabilidade repousa, basicamente, em dois postulados – proposição ou 
observação de certa realidade não sujeita à verificação e numa lei maior de Contabilidade que 
definem o ambiente econômico, social e político no qual esta deve atuar – são eles: 
 
 Entidade Contábil: Em primeiro lugar, há a necessidade da existência da entidade contábil, 
ou seja, uma pessoa para quem é mantida a Contabilidade. Não havendo entidade, não há, 
evidentemente, a contabilidade aplicada. Cabe aqui ressaltar que a Contabilidade é mantida 
para a entidade como pessoa distinta dos sócios, ou seja, não se deve misturar as 
movimentações da entidade com as dos proprietários. Pessoas físicas e jurídicas não devem 
ser confundidas, ou sócios não devem ser confundidos com empresas. 
 
 Continuidade da Empresa: A Continuidade da empresa é baseada no pressuposto de que a 
empresa é algo em andamento, em continuidade, que funcionará por prazo indeterminado. 
 
PRINCÍPIOS: originam-se da necessidade do estabelecimento de um conjunto de conceitos, 
princípios e procedimentos que não somente são utilizados como elementos disciplinadores do 
comportamento do profissional no exercício da Contabilidade, mas que permitem aos demais 
usuários fixar padrões de comparabilidade e credibilidade na elaboração das demonstrações. Os 
princípios básicos, essenciais ao exercício da Contabilidade são: 
 
 Princípio do Custo como Base de Valor; 
 Princípio da Realização da Receita e Confrontação da Despesa; 
 Princípio do Denominador Comum Monetário; 
 Princípio da Competência. 
CONVENÇÕES CONTÁBEIS: são mais objetivas e tem a função de indicar a conduta adequada que 
deve ser observada no exercício profissional da Contabilidade. São elas: 
 
 Convenção da Objetividade; 
 Convenção da Materialidade; 
 Convenção da Consistência; 
 Convenção do Conservadorismo. 
EVENTOS DA CONTABILIDADE NO BRASIL 
 
 Alguns eventos que marcaram o desenvolvimento da Contabilidade no Brasil. 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 19 
 
 1.850 - Publicação do Código Comercial Brasileiro, na qual instituiu a obrigatoriedade da 
escrituração contábil e elaboração anual da demonstração de resultado e do balanço geral. 
 1.902 - A primeira escola de contabilidade no Brasil, sob a forma de escola de comércio, foi a 
Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado, que surgiu em 1902 como Escola Prática 
de Comércio. Três anos mais tarde, o decreto federal nº 1.339/ 2005 reconheceu ... 
 1926 - No dia 25 de abril, comemora-se o Dia da Contabilidade. Nesse dia, em 1926, o 
Senador João Lyra Tavares, patrono da contabilidade no Brasil, defendeu a regulamentação 
da profissão contábil no Congresso Nacional. A regulamentação ocorreu através do Decreto 
 1.931 - 30 de julho, publicação do decreto nº. 20.158 na qual organizou o ensino comercial e 
regulamentou a profissão contábil. 
 1.940 - Publicação do decreto nº. 2.627, a primeira Lei das Sociedades por Ações. 
 1.945 - A profissão contábil foi considerada como uma carreira universitária. 
 1.946 - Fundação da FEA-USP, instituição do curso de ciências contábeis e atuariais 
 1.971 - Publicação do livro Contabilidade Introdutória, equipe de professores da Criação do 
Conselho Federal de Contabilidade e dos respectivos conselhos regionais. 
 1.971 - Publicação do livro Contabilidade Introdutória, equipe de professores da FEA-USP. 
 1.972 - Resolução 220 – Circulares 178 e 179 do Banco Central do Brasil. A circular 178 
obrigou o registro dos auditores independentes no Banco Central e a circular 179 tratou dos 
princípios e normas de contabilidade (não listou os princípios, apenas normatizou); e O 
Conselho Federal de Contabilidade baixou a resolução nº. 321, que conceituou os Princípios 
Fundamentais de Contabilidade Geralmente Aceitos (PCGA) e adotou as normas (quase que 
na íntegra) e procedimentos de auditoria elaborados pelo IAIB, atual IBRACON. 
 1.976 - Publicação da Lei 6.404, a nova Lei das Sociedades Por Ações (em vigor); e Criação 
da Comissão de Valores Mobiliários. 
 1.977 - Publicação do Decreto-lei nº. 1.598 – adequou o Regulamento do Imposto de Renda 
(RIR) à nova Lei das Sociedades por Ações e estendeu as normas e princípios contábeis da 
Lei das Sociedades por Ações às demais empresas. 1.993 - Publicação da Resolução CFC 750, que estabeleceu os novos princípios 
fundamentais de contabilidade (em vigor). 
 1.995 – Publicação da Lei nº. 9.249, que eliminou a correção monetária das demonstrações 
contábeis. 
 2007 - Quem escolher a área agora tem uma vantagem: uma lei de 2007 fez com que as 
normas da contabilidade no Brasil passassem a seguir padrões internacionais, obrigando 
cursos e profissionais a se atualizarem. "Com a mudança, as empresas brasileiras são 
obrigadas a adequar-se a normas internacionais de contabilidade, e a substituição da lei 
6404/76 para 11638/2007”. 
 2.008 – Mais uma alteração pela Medida Provisória 449/2008. 
 2.009 – M.P convertida em lei pela 11.941. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 20 
 
 2010 - O Brasil deu um passo importante ao aderir às regras do International Financial Report 
Standard – IFRS. O IFRS é o padrão internacional de contabilidade que o Brasil passa a 
adotar a partir de 2010, que compreende um conteúdo vasto de normas contábeis. 
 
Exercícios de fixação: 
1- O objeto da Contabilidade é: 
a) O Balanço Patrimonial 
b) A escrituração 
c) O Patrimônio 
d) Registrar os fatos administrativos 
2- Qual a definição de contabilidade? 
3- Quais são os usuários da contabilidade? 
4- Quais são as técnicas contábeis 
5- Quais são os postulados contábeis 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 21 
 
PATRIMO NIO 
 
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa, ou a uma entidade, 
avaliado em moeda. 
 
Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio, chamada Ativo. 
As obrigações representam a parte negativa do Patrimônio, chamada Passivo. 
 
BENS 
São bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em dinheiro, sendo utilizado 
na realização do objetivo principal de seu proprietário. São as coisas úteis, capazes de satisfazer as 
necessidades das pessoas e das empresas. Os bens classificam-se em: Bens Móveis, Bens Imóveis, 
Bens Tangíveis e Bens Intangíveis. 
 
Bens Móveis 
São móveis os bens passíveis de remoção sem dano, seja por força própria ou por força alheia. Ou 
seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que não são fixos ao solo. Ex.: dinheiro, veículos, móveis, 
utensílios, máquinas, estoques, animais (que possuem movimentos próprios, semoventes), etc. 
 
Bens Imóveis 
São imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e subsolo) sem 
destruição ou dano, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão de ser total, ou parcialmente 
destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios, terrenos, construções, etc. 
 
Bens Tangíveis 
Também chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens que constituem uma 
forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.: veículos, terrenos, dinheiro, móveis e 
utensílios, estoques, etc. 
 
Bens Intangíveis 
Também chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os bens que não 
constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.: nome comercial (marca), patente 
de invenção, ponto comercial, o domínio de internet, etc. 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 22 
 
DIREITOS 
São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios presentes ou futuros. É o 
poder de exigir alguma coisa. Pode ser, por exemplo, o valor que uma empresa receberá decorrente 
de uma venda a prazo. O comprador já levou a mercadoria, porém ainda não pagou então a empresa 
tem o direito de receber o valor correspondente. 
Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários a receber, aluguéis a receber, contas a receber, 
títulos a receber, etc. 
 
OBRIGAÇÕES 
São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física). 
Quando se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patrimônio a partir do momento que o 
fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresa passa a ter uma obrigação com o 
fornecedor, representada por uma conta a pagar equivalente ao preço do bem. Assim como aumenta 
de um lado o Ativo (bem) da empresa, de outro lado aumenta o Passivo (obrigação) da empresa. 
Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis a pagar, contas a pagar, Fornecedores ou 
Duplicatas a pagar (referente a compra de mercadorias a prazo), impostos a pagar (ou impostos a 
recolher), etc. 
 
Aspectos qualitativos e quantitativos 
 
Aspectos qualitativos 
Consiste em especificar, seguindo a natureza de cada um. Veja: 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 23 
 
Permite ter uma noção mais precisa do tamanho do Patrimônio, porém essas informações ainda não 
são suficientes para saber o tamanho do Patrimônio da empresa. Daí surge a necessidade do 
seguinte aspecto: o quantitativo. 
 
Aspectos quantitativos 
Consiste em dar aos Bens, Direitos e Obrigações seus respectivos valores, levando-nos a conhecer 
o valor do Patrimônio da empresa. Veja: 
 
Os aspectos qualitativos e os aspectos quantitativos são usados para avaliar o tamanho do 
Patrimônio da empresa. 
 
Todas as vezes que forem extraídas demonstrações baseadas nos registros contábeis da empresa, 
nelas deverão estar ressaltados os aspectos qualitativos e quantitativos ‘elementos especificados 
com seus respectivos valores em moeda. 
 
Representamos o Patrimônio em um gráfico simplificado, em forma de T: 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 24 
 
O T , tem dois lados. No lado esquerdo, colocamos os Bens e os Direitos. 
 
No lado direito, colocamos as Obrigações: 
 
Então fica: 
 
Elementos positivos: Bens e Direitos 
Elementos negativos: Obrigações 
Os elementos positivos são denominados componentes Ativos, e o seu conjunto forma o Ativo. 
Os elementos negativos são denominados componentes Passivos, e o seu conjunto forma o Passivo. 
Veja, então, como fica o gráfico: 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 25 
 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL) 
 
A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações), mas contém uma 
natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os direitos dos acionistas, sócios ou 
titular da empresa individual em relação ao patrimônio da pessoa jurídica. 
 
Representa aquilo que, de fato, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efetiva, o que lhe sobra depois de 
pagar todas as suas dívidas. 
 
O Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do ativo (+) e do passivo (-) de uma entidade em 
determinado momento, ou seja, se a empresa tem um Ativo (bens + direitos) de R$100.000,00 e um 
Passivo (obrigações) de R$40.000,00, o Patrimônio Líquido dessa entidade será de R$60.000,00. 
 
 Ativo 
R$100.000,00 
 Passivo 
R$40.000,00 
 Patrimônio Líquido 
R$60.000,00 
Total 
Ativo R$100.000,00 
Total 
Passivo R$100.000,00 
 
Sendo 
assim: 
A = P + PL 
 
O PL também figura no lado do Passivo em virtude de o capital, reservas, etc., pertencerem aos 
proprietários da empresa (sócios, acionistas) e não deixa de ser uma obrigação da empresa pessoa 
jurídica para com os proprietários pessoa física. 
 
Exercícios de fixação: 
1- No patrimônio da empresa, qual dos exemplos abaixo é considerado um direito? 
a) Caixa 
b) Estoque 
c) Contas a receber 
d) Salários a pagar 
e) Máquinas e equipamentos 
 
2- Entende-se por bens: 
a) Tudo que se pode comprar com dinheiro 
b) Todo produto que a indústria de transformaçãoproduz e que pode ser avaliado 
economicamente 
c) Qualquer móvel ou imóvel 
d) Qualquer coisa que possa satisfazer as necessidades humanas e possa ser avaliado 
economicamente. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 26 
 
3- Entende-se por obrigação? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
4- Qual o conceito de patrimônio líquido? 
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________ 
 
5- Classifique os elementos em: 
a) Bem 
b) Direito 
c) Obrigação 
d) Ativo 
e) Passivo 
ELEMENTOS A B C D E 
Computador 
Mesa 
Duplicatas a receber 
Impostos a recolher 
Alugueis a receber 
Dinheiro em caixa 
Fornecedores 
Clientes 
Veículos 
Salários a pagar 
Mercadorias 
Carnês a pagar 
Terreno 
Promissórias a pagar 
Estoque de material de expediente 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 27 
 
Equaçõ es Patrimõniais 
Situação Líquida Patrimonial é a diferença entre o Ativo e o Passivo. 
SL = A - P 
 
O estado patrimonial de uma empresa pode apresentar-se de diferentes maneiras na equação 
patrimonial: 
 
a) Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido  Indica uma situação de normalidade da empresa, pois 
o conjunto de bens e direitos supera as obrigações (há PL positivo). É uma situação favorável, 
positiva ou superavitária. 
 
b) Ativo = Patrimônio Líquido (sendo Passivo = 0)  Não existe obrigações para com terceiros, o 
que geralmente ocorre na abertura da empresa, sendo o passivo igual a zero. 
 
c) Ativo = Passivo (sendo PL = 0)  Neste caso, não existe capital próprio, o que significa que o 
ativo da empresa foi totalmente financiado com recursos de terceiros. É um estado de alerta, pois a 
empresa está com dificuldades financeiras. É uma situação nula ou compensada. 
 
d) Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo  Nesta situação, a empresa se encontra em estado de 
insolvência, uma parcela das obrigações ficará sem ser paga, mesmo que a empresa venda todo o 
seu ativo. Ou seja, o ativo não é suficiente para liquidar todas as dívidas. Para eliminar o déficit, deve-
se aumentar o PL com o acréscimo de capital por parte dos seus proprietários. Esta é uma situação 
denominada Passivo a Descoberto. É uma situação desfavorável, negativa ou deficitária. 
 
Em resumo, os bens, direitos e obrigações podem ser chamados de componentes patrimoniais, 
sendo o patrimônio representado da seguinte forma: 
 
PATRIMÔNIO 
Ativo Passivo 
Bens 
e 
Direitos 
Obrigações 
Patrimônio 
Líquido 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 28 
 
CAPITAL 
O Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de capitais, 
cuja origem dos capitais está representada pelo Passivo e a aplicação 
dos capitais pelo Ativo. 
 
O capital é o conjunto de recursos postos à disposição da empresa, 
seja por terceiros ou por proprietários (passivo ou patrimônio líquido). 
Ou seja, é a soma das riquezas ou recursos acumulados que se 
destinam à produção de novas riquezas. 
 
A expressão Capital tem vários significados distintos, os quais 
veremos a seguir. 
 
 
Capital Social 
É o investimento inicial feito pelos proprietários da empresa e corresponde ao patrimônio líquido 
inicial. Ele só é alterado quando os proprietários realizam investimentos adicionais (aumentos de 
capital) ou desinvestimentos (diminuições de capital). Também pode receber a denominação Capital 
Nominal ou Capital Integralizado 
 
Capital Próprio 
Constitui a riqueza líquida à disposição dos proprietários. É a soma do capital social, suas variações, 
os lucros e as reservas. Ou seja, é aquele que se originou da própria atividade econômica da 
entidade, como lucros, reservas de capital e reservas de lucros. Equivale ao Patrimônio Líquido 
(ou Situação Líquida). 
 
Capital de Terceiros 
 
Corresponde ao passivo real ou passivo exigível (obrigações) da 
empresa e representa os investimentos feitos com recursos de terceiros. 
Por exemplo: compra de um imóvel financiado pelo banco em 12 vezes 
(Financiamentos a pagar) ou compra de mercadorias (estoque) com 
pagamento a prazo (Fornecedores). 
 
 
Capital Total à Disposição da Entidade 
Corresponde à soma do passivo + patrimônio líquido da empresa e representa o total dos recursos 
utilizados no financiamento das atividades (Passivo Total). É igual a soma de todas as origens que 
estão a disposição da entidade e que estão aplicadas no Ativo (em decorrência do método das 
partidas dobradas). 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 29 
 
Passivo total = Ativo total = Patrimônio bruto = Total das origens = Total das Aplicações = Capital 
Total a Disposição da Entidade 
 
Capital Integralizado e Capital a Integralizar 
Os recursos destinados pelos proprietários à formação do Capital Social nem sempre estão 
disponíveis para serem transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade 
(empresa) no ato de constituição da mesma. Ou seja, nem sempre o capital encontra-se totalmente 
integralizado (ou realizado). O Capital Social só é integralizado (realizado) quando os recursos 
correspondentes são transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade. 
 
Quando um sócio se compromete formalmente (mediante contrato social) a entregar certa 
importância para compor o Capital Social da entidade à qual pertence, em data futura, embora 
subscrita, aquela parcela do capital, correspondente aos recursos não entregues, encontra-se a 
integralizar (ou a realizar). 
 
Subscrição é o ato jurídico formal pelo qual o sócio, acionista ou titular da empresa individual assume 
a obrigação de transferir bens ou direitos para o patrimônio da entidade à qual está vinculado. 
 
Sendo assim, o capital subscrito pode ou não estar integralizado. Se, ato contínuo à subscrição, a 
titularidade dos bens e direitos é transferida para o patrimônio da entidade, então o capital estará 
subscrito e integralizado. Caso contrário, embora o capital esteja subscrito, ainda se encontrará a 
integralizar. 
 
Capital Autorizado 
O capital próprio de Sociedades Anônimas de Capital Aberto (que negociam suas ações em bolsa ou 
balcão), a partir da Lei nº6.404/1976, (Lei das S.A.) foi instituído como Capital Autorizado. 
 
Antes desta Lei, toda mudança na Constituição do Capital Social só poderia ser feita através de uma 
alteração de estatuto, contrato ou registro da empresa na Junta Comercial ou Cartório de Registro 
Civil das Pessoas Jurídicas, mas, com a nova Lei, nas Sociedades Anônimas a Assembleia Geral dos 
acionistas pode delegar ao Conselho de Administração (órgão executivo das S.A.) a faculdade de 
elevar o Capital Social até um determinado limite autorizado. 
 
Exemplo: A empresa tem um Capital Social de R$500.000,00, um Capital Integralizado de 
R$300.000,00 e um Capital Autorizado de R$800.000,00. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 30 
 
 
 
Capital de Giro 
Existem dois tipos de investimentos que aempresa recebe quando inicia suas atividades. Um é 
conhecido como investimento fixo, que serve para a aquisição de máquinas, móveis, prédios, 
veículos, enfim, para investir em itens do ativo imobilizado. O outro é conhecido como Capital de Giro. 
Capital de giro é uma parte do investimento que compõe uma reserva 
de recursos que serão utilizados para suprir as necessidades 
financeiras da empresa ao longo do tempo. Esses recursos ficam nos 
estoques, nas contas a receber, no caixa, no banco, etc. É o conjunto 
de valores necessários para a empresa fazer seus negócios 
acontecerem (girar). Existe a expressão "Capital em Giro", que seriam 
os bens efetivamente em uso. 
 
O estoque de uma empresa é formado e mantido em função das 
necessidades do mercado consumidor, portanto, ele está sempre 
sofrendo mudanças de investimentos, seja em tipos de itens ou em 
quantidades. Quanto maior a necessidade de investimento nos 
estoques, mais recursos financeiros a empresa deverá ter. 
 
Nas vendas, quanto mais prazo você oferece ao cliente ou quanto 
maior for a parcela de vendas a prazo no seu faturamento, mais 
recursos financeiros a empresa deverá ter. 
 
 
É nos Bancos e no Caixa que fica uma parte dos recursos financeiros disponíveis da empresa, ou 
seja, aquela que a empresa pode utilizar a qualquer tempo para honrar os seus compromissos 
diversos. 
 
Dependendo do saldo inicial, das entradas e das saídas, pode ocorrer uma falta ou uma sobra desses 
recursos em um momento específico, dia ou semana. Para isto não ocorrer, as decisões de compra e 
venda devem ser tomadas com critérios estabelecidos. Sempre que uma decisão for tomada, é 
necessário que seja feita uma análise sobre a disposição dos recursos financeiros da empresa para 
isso. Se for tomada uma decisão de compra em excesso ou de dar mais tempo para os clientes nas 
vendas a prazo, a empresa deverá ter uma quantidade maior de dinheiro (recursos financeiros). Se 
esse recurso não existe, a entidade vai precisar utilizar recursos emprestados de bancos, de 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 31 
 
fornecedores ou de outras fontes, o que gerará uma necessidade de pagamentos de juros, 
diminuindo a margem de lucro do negócio. 
 
Portanto, administrar o capital de giro da empresa significa avaliar o momento atual, as faltas e as 
sobras de recursos financeiros e os reflexos gerados por decisões tomadas em relação a compras, 
vendas e à administração do caixa. 
 
Em resumo, Capital de giro (capital circulante ou capital de trabalho) indica a parte do patrimônio que 
sofre constante movimentação nas empresas, tais como as disponibilidades e os valores realizáveis, 
diferenciando-se entre estes os créditos, os estoques e os investimentos. São excluídos, portanto, os 
capitais permanentes (ativo fixo ou imobilizado, investimentos permanentes) e o ativo pendente, que 
compreende valores contingentes como, por exemplo, despesas do exercício seguinte 
. 
Diferença entre Capital e Patrimônio 
 
Tanto Capital quanto Patrimônio podem, em termos mais amplos, serem considerados sinônimos. 
 
Porém é necessário distingui-los, tendo em vista que a expressão capital pode assumir nos termos 
contábeis todos os significados descritos acima, enquanto o Patrimônio será sempre o conjunto de 
bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa. 
 
 
IMPORTANTE: 
 
Não confunda dinheiro com capital. Na Contabilidade, os dois termos 
são coisas distintas. O capital é formado por dinheiro ou qualquer 
outro bem (móvel ou imóvel) e até por créditos. Se o capital 
pertencer aos sócios ou aos proprietários, será chamado de capital 
próprio, porém, se pertencer a pessoas ou empresas alheias à 
entidade, será chamado de capital de terceiros. O capital, seja 
próprio ou alheio, sempre estará investido (aplicado) no Ativo da 
entidade, podendo estar materializado em dinheiro, estando na conta 
Caixa ou conta Bancos pertencente à entidade. 
FATOS CONTÁBEIS 
Fatos contábeis (ou fatos administrativos) são ocorrências que têm por efeito a alteração da 
composição do Patrimônio, seja em seu aspecto qualitativo ou em seu aspecto quantitativo. 
 
São todos os eventos que ocorrem na empresa, passíveis de se determinar um valor monetário. O 
registro de um fato contábil pode ou não alterar o valor do Patrimônio Líquido da empresa. 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 32 
 
Classificam-se em três grupos: Fatos contábeis permutativos (qualitativos ou compensativos), Fatos 
contábeis modificativos (ou quantitativos) e Fatos contábeis mistos (ou compostos). 
 
Permutativos, Qualitativos ou Compensativos 
São fatos que acarretam uma troca (permuta) entre elementos do ativo, do 
passivo, ou de ambos, porém sem provocar alteração no Patrimônio Líquido, 
alterando apenas a composição qualitativa dos elementos pertencentes ao 
Patrimônio. Ex.: compra de uma máquina à vista - ocorre a permuta de um 
bem (dinheiro) por outro bem (máquina), ambos elementos do ativo. 
Débito Crédito 
A A 
P P 
A P 
P A 
PL PL 
 
 
Modificativos ou Quantitativos 
São fatos que alteram a composição do Patrimônio e modificam para mais (modificativos 
aumentativos) ou para menos (modificativos diminutivos) a situação líquida da empresa. 
 
Modificativos aumentativos: envolvem uma conta patrimonial e uma 
conta de receita, aumentando o Patrimônio Líquido (PL). Ex.: Receita 
de vendas, receita de aluguel, etc. 
Débito Crédito 
A PL/R 
P PL/R 
 
 
Modificativos diminutivos: envolvem uma conta patrimonial e uma 
conta de despesa, diminuindo o Patrimônio Líquido (PL). Ex.: 
pagamento de despesas em geral, etc. 
Débito Crédito 
PL/D A 
PL/D P 
 
 
Mistos ou Compostos 
São os que envolvem simultaneamente um fato permutativo (qualitativo) e um fato modificativo 
(quantitativo), alterando o Patrimônio Líquido (PL), ou seja, a troca de elemento patrimonial com lucro 
ou prejuízo. 
 
Mistos aumentativos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e 
uma ou mais contas de receita (venda com lucro, aumenta PL). Ex.: 
recebimento de duplicatas com juros, pagamento de duplicatas com 
desconto, reforma de dívida com desconto, vendas com lucro, 
pagamentos de obrigações com desconto, etc. 
Débito Crédito 
A P/PL/R 
A/P A/R 
 
 
Mistos diminutivos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e 
uma ou mais contas de despesa (venda com prejuízo, diminui PL). 
Ex.: recebimento de duplicatas com desconto, pagamentos de 
duplicatas com juros, reforma de dívida com juros, etc. 
Débito Crédito 
PL PL/P 
A/P/D A 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 33 
 
Os fatos contábeis alteram o Patrimônio sob seus dois aspectos básicos: o qualitativo e 
o quantitativo. Ao analisar os fatos permutativos, observa-se que estes provocam variações 
estritamente qualitativas, isto é, modifica-se apenas a natureza dos elementos patrimoniais 
envolvidos. Já os fatos modificativos e os fatos mistos geram mudanças reais na expressão 
monetária da situação líquida, ou seja, provocam variações de natureza quantitativa. 
 
OBS.: Não confunda fato com ato administrativo. O ato administrativo, ao contrário do fato 
administrativo, não produz de imediato qualquer alteração no Patrimônio e não deve ser registrado na 
contabilidade. Se contabilizado, é chamado de operação extrapatrimonial (conta de compensação). 
 
Encarregar um empregado a desempenhar determinada tarefa constitui um ATO ADMINISTRATIVO. 
Agora, pagar a ele o seu salário define um FATO ADMINISTRATIVO, pois estará alterando o 
Patrimônio da entidade. 
 
Exercícios de fixação: 
1- Coloque Vse verdadeira e F se falsa: 
( ) a Situação Líquida Patrimonial é igual à soma do Ativo com o Passivo. 
( ) a Situação Líquida Patrimonial será sempre negativa. 
( ) a Situação Líquida Patrimonial é igual ao do Ativo diminuído das obrigações. 
 
2- Complete: 
a) Quando o total dos bens e direitos for menor que o total das obrigações, a SL será 
_______________. 
b) Quando o Ativo for igual ao __________________, a SL será nula. 
c) Quando o total das obrigações for menor que o Ativo, a SL será __________________. 
d) SL Positiva é o mesmo que SL _______________________. 
 
3- Complete: 
a) SL Positiva 
b) SL Negativa 
c) SL Nula 
( ) SL Superavitária 
( ) Passivo a Descoberto. 
( ) Situação Deficitária. 
 
4- Quando os débitos de uma empresa excedem o seu patrimônio bruto, dizemos que a 
situação líquida é: 
a) superavitária 
b) ativa 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 34 
 
c) nula 
d) favorável 
e) deficitária 
 
 
5- Não corresponde ao conceito de Passivo exigível: 
a) capital de terceiros 
b) capital alheio 
c) débitos da empresa 
d) recursos correntes 
e) obrigações 
 
 
6- Não é o mesmo que Capital próprio: 
a) bens + direitos – obrigações 
b) capital aplicado - capital de terceiros 
c) patrimônio bruto - capital alheio 
d) recursos não correntes - passivo não circulante 
e) capital total à disposição da empresa - capital aplicado 
 
 
7- A diferença entre o capital total à disposição da empresa e os recursos não correntes 
corresponde: 
a) ao passivo exigível 
b) ao capital de terceiros 
c) às exigibilidades a longo prazo 
d) ao passivo circulante 
e) aos débitos da empresa 
 
 
8- Ao levantar o seu Patrimônio, uma empresa apurou os seguintes valores: 
 
 Bens $23.000 
 Direitos $31.000 
Obrigações $42.000 
 
1) O Ativo da empresa totaliza: 
a) $23.000 
b) $31.000 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 35 
 
c) $42.000 
d) $54.000 
e) $12.000 
 
2) O total do Passivo da empresa é: 
a) $54.000 
b) $12.000 
c) $42.000 
d) $30.000 
e) $15.000 
 
3) O Patrimônio Líquido da empresa importa em: 
a) $12.000 
b) $36.000 
c) $30.000 
d) $25.000 
e) $41.000 
 
4) O Passivo exigível é igual a: 
a) $10.000 
b) $36.000 
c) $42.000 
d) $23.000 
e) $31.000 
 
5) Na elaboração do Balanço Patrimonial da empresa, o Passivo totaliza: 
a) $10.000 
b) $31.000 
c) $42.000 
d) $23.000 
e) $54.000 
 
 
9- Ocorrerá aumento patrimonial de uma empresa, sempre que houver: 
a) recebimento de direitos 
b) reversão de reservas de lucros 
c) aumento do capital social 
d) aumento das reservas patrimoniais 
e) conversão de debêntures em ações 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 36 
 
 
 
Os seguintes itens representam elementos do patrimônio de uma entidade econômica: 
a) Computador e periféricos do escritório da empresa 
b) Conjunto de escritório com mesa e cadeira giratória. 
c) Valor referente a uma duplicata a receber de terceiros. 
d) Veículo, ano de fabricação 2010. 
e) Empréstimos efetuados junto ao banco. 
f) Valor referente a uma duplicata emitida por um fornecedor. 
g) Estoque de mercadorias para revenda. 
h) Valor referente à folha de pagamento de salários da empresa que serão pagos no 5º dia 
útil do mês seguinte. 
i) Valor referente a um adiantamento feito pela empresa a um fornecedor. 
j) Valor referente ao ICMS que a empresa deverá recolher no mês seguinte. 
k) Móveis e utensílios da empresa. 
l) Empréstimos efetuados junto a um sócio da empresa. 
m) Valor referente ao FGTS, que deverá ser depositado até o 10º dia útil do mês seguinte. 
n) Estoque de material de embalagens da empresa. 
 
1) Quais dos itens acima representam bens da empresa? 
 
2) Quais dos itens acima representam direitos da empresa? 
 
3) Quais dos itens acima representam obrigações da empresa? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 37 
 
 
CONTAS 
 
 
 
Conta é o nome técnico que identifica cada componente do 
patrimônio (Bens, Direitos e Obrigações ou Patrimônio Líquido) e 
cada elemento de resultado (Despesas e Receitas). 
A função da conta é representar a variação patrimonial que um fato 
promove no patrimônio da empresa. Todo fato mensurável em 
dinheiro é representado por uma conta. 
É através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu 
papel. Todos os acontecimentos que ocorrem diariamente na 
empresa (como compras, vendas, pagamentos e recebimentos) são 
registrados pela contabilidade em contas próprias. 
Assim, toda movimentação de dinheiro efetuada dentro da entidade é registrada em uma 
conta denominada Caixa, os objetos comercializados pela entidade são registrados em uma 
conta denominada Mercadorias/Estoques, e assim por diante. 
 
Exemplo: Suponha que você vá ao banco e efetue um depósito em seu próprio nome. Sendo 
correntista do banco, você terá uma conta aberta em seu nome, o que significa dizer que o 
valor depositado vai ser anotado em um registro, destinado a demonstrar todas as suas 
transações com o banco, chamado Conta. Da mesma forma que o banco, as empresas 
utilizam contas para registrar as transações ocorridas. 
 
TEORIA DAS CONTAS 
Ao longo da história da Contabilidade, a classificação das contas tem dividido os 
doutrinadores entre várias respostas, resultando em formas diferentes de classificação e 
interpretação das contas. Isto fez com que aparecessem várias escolas defensoras de seus 
princípios para justificar os critérios adotados para classificação das contas. Entre as teorias 
apresentadas pelas escolas, três delas se tornaram as mais importantes: Teoria personalista, 
Teoria materialista e Teoria patrimonialista. 
 
Teoria Personalista 
Para a escola personalista, as contas (elementos patrimoniais) podem ser representadas 
por pessoas com as quais são mantidas relações jurídicas, ou seja, que se relacionam com a 
entidade em termos de débito e crédito. Todos os débitos efetuados nas contas dessas 
pessoas representam suas responsabilidades, enquanto todos os créditos representam seus 
direitos em relação ao titular do Patrimônio. 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 38 
 
 
Por essa teoria, as contas são classificadas segundo a natureza da relação jurídica que essas 
pessoas mantêm com o titular do Patrimônio. 
 
Na Teoria personalista, temos três tipos de contas (pessoas): 
 
a) Proprietários: consiste nos responsáveis pelas contas do patrimônio líquido e suas 
variações, como receitas e despesas. São, portanto, contas dos proprietários: Capital social, 
Receita de vendas, Custo da mercadoria vendida (CMV), ICMS sobre vendas, Devoluções de 
vendas, Receitas financeiras, Reserva legal, etc. 
 
b) Agentes consignatários: consiste nas pessoas (contas) a quem a entidade confia a guarda 
os bens (Ativo), ou seja, que representam os bens. São, portanto, contas dos agentes 
consignatários: Caixa, Banco, Veículos, Móveis, Terrenos, etc. 
 
c) Agentes correspondentes: consiste nas pessoas que representam as contas de direitos 
(Ativo) ou obrigações (Passivo). São terceiros, que se situam na posição de devedor ou 
credor da entidade. São, portanto, contas dos agentes correspondentes as contas em que a 
entidade mantém esse tipo de relação jurídica, como por exemplo, Clientes e Fornecedores. 
Os clientes devem à empresa o valor correspondente a suas compras a prazo e os 
fornecedoressão credores da empresa em relação às vendas a prazo que a esta foram 
feitas. Daí resulta que Clientes é conta devedora e Fornecedores é conta credora. 
 
Teoria Materialista 
A escola materialista se opôs a teoria personalista, defendendo que as contas representam 
entradas e saídas de valores e não simples relações de débito e crédito entre pessoas 
(excluídas as relações com terceiros). 
 
Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta, a relação entre as contas e a 
entidade é uma relação material e não pessoal, de sorte que a conta só deve existir 
enquanto houver também o elemento material por ela representado. 
 
As contas dividem-se em: 
 
a) Integrais (ou Elementares): são as representativas dos bens, dos direitos e das obrigações 
da entidade, ou seja, Ativo e Passivo Exigível. 
 
b) Diferenciais (ou Derivadas): são as representativas do Patrimônio Líquido, das receitas e 
das despesas da entidade. 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 39 
 
 
Teoria Patrimonialista 
 
É a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo ela, criada por Vincenzo Masi, o objeto 
de estudo da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. A contabilidade tem como 
finalidade controlar este patrimônio e apurar o resultado das empresas. 
 
Estas contas se classificam da seguinte forma: 
 
a) Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (Ativo), das 
obrigações (Passivo) e do Patrimônio Líquido (PL) da entidade. 
 
b) Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas da 
entidade. 
 
Classificação das Contas 
 
Em consequência da Teoria Patrimonialista, atualmente mais usada e aceita como a mais 
adequada entre os contadores, as contas são classificadas em dois grandes grupos: as 
contas patrimoniais e as contas de resultado. 
 
Contas Patrimoniais 
São aquelas contas que representam o Ativo (indica a existência de Bens e Direitos) e o 
Passivo (indica a existência de Obrigações e Patrimônio Líquido da entidade, formado pelo 
capital social, as reservas e os prejuízos acumulados). São essas contas que representam o 
Patrimônio da empresa, através do Balanço Patrimonial. 
 
Contas de Resultado 
São as Receitas e as Despesas do período, que devem ser encerradas no final do exercício 
para que se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou prejuízo, será 
incorporado ao Patrimônio através da conta Prejuízos acumulados (quando o resultado for 
negativo), ou Reserva de lucros (quando o resultado for positivo). 
 
São acontecimentos que modificam a situação líquida da empresa e representam variações 
no Patrimônio da entidade. Estas contas não fazem parte do Balanço Patrimonial, mas 
permitem que o resultado do exercício seja apurado. 
 
Classificação das Contas quanto ao Funcionamento do Mecanismo Débito e Crédito 
 
Quanto a sua funcionalidade, as contas se dividem em: 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 40 
 
 
Contas Unilaterais - são aquelas que sofrem variações somente em um sentido (registro a 
débito ou registro a crédito). Ex: as contas de receitas serão via de regra creditadas e as de 
despesas debitadas. 
 
Contas Bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos, aceitando tanto 
registro de débito quanto de crédito. Ex: Caixa, Banco Conta Movimento, Duplicatas a 
receber, etc. Elas podem apresentar tanto saldo devedor quanto saldo credor. Quando 
apresenta saldo devedor, é chamada de Conta bilateral ativa e quando apresenta saldo 
credor, é chamada de Conta bilateral passiva. 
 
PLANO DE CONTAS 
 
Plano de Contas (ou Elenco de Contas) é o conjunto de contas, previamente estabelecido, 
que norteia os trabalhos contábeis de registro de fatos e atos inerentes à entidade, além de 
servir de parâmetro para a elaboração das demonstrações contábeis. 
 
A montagem de um Plano de Contas deve ser personalizada, por empresa, já que os 
usuários de informações podem necessitar detalhamentos específicos, que um modelo de 
Plano de Contas geral pode não compreender. 
 
Objetivos do Plano de Contas 
 
Seu principal objetivo é estabelecer normas de conduta para o registro das operações da 
organização e, na sua montagem, devem ser levados em conta três objetivos fundamentais: 
 
a) atender às necessidades de informação da administração da empresa; 
 
b) observar formato compatível com os princípios de contabilidade e com a norma legal de 
elaboração do balanço patrimonial e das demais demonstrações contábeis (Lei 6.404/76, a 
chamada "Lei das S/A”); 
 
c) adaptar-se tanto quanto possível às exigências dos agentes externos, principalmente às da 
legislação do Imposto de Renda. 
 
Elenco de contas e correspondente conjunto de normas 
 
O Plano de Contas, genericamente tido como um simples elenco de contas constitui na 
verdade um conjunto de normas do qual deve fazer parte, ainda, a descrição do 
funcionamento de cada conta - o chamado "Manual de Contas", que contém comentários e 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 41 
 
indicações gerais sobre a aplicação e o uso de cada uma das contas (para que serve, o que 
deve conter e outras informações sobre critérios gerais de contabilização). 
 
Contas do Balanço Patrimonial 
 
A empresa deve manter escrituração contábil com base na legislação comercial e com 
observância das Normas Brasileiras de Contabilidade. 
 
O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis que visa a evidenciar, de forma 
sintética, a situação patrimonial da empresa e dos atos e fatos consignados na escrituração 
contábil. 
 
Essa demonstração deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei 
6.404/76 (chamada “Lei das S/A”) e segundo os Princípios Fundamentais de Contabilidade. 
 
Tal estrutura de contas, dentro do conceito legal da própria Lei 6.404/76 (artigos 176 a 182 e 
artigo 187), em síntese, se compõe de: 
 
ATIVO PASSIVO 
 
CIRCULANTE 
NÃO CIRCULANTE 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
INVESTIMENTOS 
IMOBILIZADO 
INTANGÍVEL 
CIRCULANTE 
NÃO CIRCULANTE 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
 
Como exemplo, temos a conta "Caixa", que registrará o dinheiro em espécie (papel-moeda) 
disponível na tesouraria da empresa. Trata-se de uma conta do Ativo Circulante, subgrupo 
Disponibilidades. 
 
Sugiro que o Plano de Contas contenha, no mínimo, 4 (quatro) níveis: 
 
Nível 1: 
 
Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas, Custos e Despesas. 
 
Nível 2: 
 
 
 
 
CONTABILIDADE GERAL – 1º ANO TÉCNICO - 2016 42 
 
Ativo: Circulante, Não Circulante / Passivo e Patrimônio Líquido: Circulante, Não Circulante e 
Patrimônio Líquido. / Receitas: Receita Bruta, Deduções da Receita Bruta, Outras Receitas 
Operacionais / Custos e Despesas Operacionais. 
 
Nível 3: Contas que evidenciem os grupos a que se referem, como por exemplo: 
 
Nível 1 - Ativo 
Nível 2 - Ativo Circulante 
Nível 3 - Bancos Conta Movimento 
 
Nível 4: Sub-contas que evidenciem o tipo de registro contabilizado, como por exemplo: 
 
Nível 1 - Ativo 
Nível 2 - Ativo Circulante 
Nível 3 - Bancos Conta Movimento 
Nível 4 - Banco A 
 
Abaixo, segue um exemplo bem simples de uma estrutura de plano de contas em 4 níveis: 
 
1 ATIVO 
 
1.1 ATIVO CIRCULANTE 
1.1.1 Caixa 
1.1.1.01 Caixa Geral 
1.1.2 Bancos C/Movimento 
1.1.2.01 Banco Alfa 
1.1.3 Contas a Receber 
1.1.3.01 Clientes 
1.1.3.02 Outras Contas a Receber 
1.1.3.09(-) Duplicatas Descontadas 
1.1.4 Estoques 
1.1.4.01 Mercadorias 
1.1.4.02 Produtos Acabados 
1.1.4.03 Insumos

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