A Totalidade Concreta

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A Totalidade Concreta
A realidade objetiva é um todo coerente em que cada elemento está em relação com cada elemento. Estas relações formam correlações concretas entre si, das mais variadas formas, mas sempre determinadas.
Não se pode conhecer a essência analisando apenas uma parte de um todo, nem o conjunto das partes de um todo individualmente (amputando o todo), pois ficaríamos com um universo reduzido de fatores amontuados, o que inviabilizaria qualquer construção efetiva de conhecimento . Muito menos analisar um todo, sem a dialética, pois isso nos levaria a uma imagem obscura da realidade. 
Numa totalidade o conhecimento das partes e do todo pressupõem uma reciprocidade, pois o que da o significado para o todo ou suas várias partes que o formam são as determinações, dispostas em relações que completam o todo.
Para se poder abstrair o todo, ele precisa ser estruturado e hierarquizado (seus elementos e relações). Não significa fazer listagens de tudo que haja no todo, mas sim tentar descobrir a lógica de suas conexões (que representa sua essência, sua lei). Fazer aproximações necessárias desde o átomo mais simples do todo a sua totalidade geral e real (menor ao maior, nunca se esquecendo de suas conexões).
No lado do núcleo essencial do todo (lógica das conexões) há também uma infinidade de acidentes, contigências. Assim existem duas ordens e dois ritmos de movimento, um mais rápido (acidentes) e um mais lento (essência). A essência é o agente unificador do todo, logo articula as contigência ao todo. Quanto maior o tempo da essência (no movimento), maior é a velocidade de mudança, desaparecimento e surgimento de acidentes. É exatamente esta essência lógica que constitui a possibilidade de reconhecimento pretérito e da possibilidade relativa de se predizer o futuro da totalidade. 
O grau de predição varia conforme o grau das mediações e aproximações realizadas nas conexões do todo no estudo.
Quando a totalidade é conhecida pela dialética em sua concreticidade, percebemos quatros pontos universais. Primeiro, ela apresenta um conjunto de relações com uma determinada centralidade em relação com sua conexões. Segundo, ela apresenta uma simultaneadade como uma unidade concreta das contradições que se chocam em seu interior expressando seu movimento e conteúdo. Terceiro, é evidente que uma totalidade possui outras totalidades subordinadas a ela e ela mesma é subordinada de uma mais complexa. Quarto, também fica evidenciado seu caráter histórico , transitório da totalidade, de qualquer totalidade dada.
Toda totalidade possui categorias-chaves, que ao se investigar elas, deve-se pegar categorias comprovadamente eficazes para resultados cietíficos ou, se for a primeira vez que se faz o esforço de investigar esta totalidade, precisa-se puxar as categorias-chaves à testa da análise logo em que são descobertas e identificadas.
Fonte para o resumo: revista Outubro do Instituto de Estudos Socialistas, nº 15, 2007.
Resumo por mim.