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Apostilas com Aulas do Professor Paulo Coen

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CURSO – DELEGADO CIVIL Nº18 
 
DATA – 13/03/2014 
 
DISCIPLINA – MEDICINA LEGAL 
 
PROFESSOR – PAULO COEN 
 
MONITOR – SÍLVIA H. FACCION 
 
AULA 03 
 
 
EMENTA: 
Na aula de hoje serão abordados os seguintes pontos: 
1. Toxicologia forense; 
1.1. Toxicologia forense; 
1.2. Etiologias da intoxicação; 
1.3. Perícia toxicológica; 
1.4. Álcool e a Lei; 
1.5. Principais drogas; 
2. Sexologia forense; 
2.1. Conceito de sexo; 
2.2. Distúrbios do instinto sexual; 
3. Gravidez, parto e puerpério; 
3.1. Desenvolvimento sexual; 
3.2. Gravidez; 
3.3. Puerpério e estado puerperal. 
4. Perícias relacionadas à sexologia forense; 
4.1. Sedução – conjunção carnal; 
4.2. Estupro; 
4.3. Aborto; 
4.4. Infanticídio 
4.5. Impotências; 
5. Investigação de paternidade. 
 
 
 
1- Toxicologia forense: 
1.1. Toxicologia forense: tem como objetivos: 
 Diagnóstico. 
 Controle. 
 Profiláxia (prevenção) 
 Tratamento das intoxicações. 
 Toxicidade: substâncias que mesmo ingeridas em pequenas quantidades podem causar a 
morte. 
“Venenos ou tóxicos”: 
 “Substâncias de qualquer natureza que uma vez introduzidas, assimiladas e metabolizadas 
pelo organismo podem levar a danos da saúde física ou psíquica, inclusive a morte.” 
 “Substâncias que quando introduzidas no organismo em quantidades relativamente 
pequenas e agindo quimicamente, são capazes de produzir lesões graves à saúde, no 
caso do indivíduo comum e no gozo de relativa saúde” (Delton Croce). 
 Quaisquer substâncias da natureza podem atuar como tóxicos (até mesmo a água) 
 Nem todas podem ser consideradas como tal. Capacidade inerente de uma substância de 
produzir risco ou perito ao organismo. 
 Em toxicologia são estudadas apenas as poucas substâncias com essa característica. 
Classificação dos tóxicos: 
 Drogas, entorpecentes, psicotrópicos são: substâncias químicas que agem no cérebro, 
produzindo estados de excitação, depressão ou alterações variadas no psiquismo. 
 Podem ser: sólidos, líquidos, gasosos, naturais, artificiais, animais. 
“Toxicomanias” e “toxicofilia”: 
 Estado de intoxicação crônica ou periódica, prejudicial ao indivíduo e nociva à sociedade, 
pelo consumo repetido de determinada droga, seja ela natural ou sintética (O.M.S – 
Organização Mundial da Saúde). Pelo consumo repetido de determinada droga. 
 Características: 
 Compulsão: necessidade invencível do uso 
 Tolerância: aumento gradual da droga para ter os mesmos efeitos. 
 Dependência – física ou psíquica: tende a desencadear crises de abstinência na 
privação da droga. 
 Dependência química (farmacodependência): 
 Estado psíquico e às vezes físico causado pela interação entre o organismo e um ou 
mais fármacos caracterizado por modificações no comportamento e impulso 
irreprimível do uso da substância, seja por seus efeitos, seja para evitar mal-estar pela 
privação (O.M.S.). 
 Dependência psíquica: compulsão de consumo periódico ou contínuo da droga para 
obter prazer ou alívio de mal-estar. 
 Dependência física: marcada por transtornos de natureza física ou “pela síndrome da 
abstinência”, quando não há o consumo de droga (dor, tremores, alucinações). 
 
 
1.2. Etiologias da intoxicação - Como a pessoa pode iniciar a intoxicação: 
 Voluntária: homicida, suicida. 
 Acidental: doméstica, ambiental, ocupacional, medicamentosa, social. 
 Iatrogênica: mal uso de remédios (analgésicos, psicoterápicos, anorexígenos, etc) 
prescritos por médicos, e que acabam por gerar adição e dependência. 
Toxicocinética: 
 Caminho percorrido pela substância no organismo. Caminho da droga percorrido em uma 
pessoa: 
 Exposição: Parenteral (no seio, na veia)/ dérmica (pela pele)/ oral/ pulmonar/ mucosa/ 
conjuntiva (olhos). 
 Absorção: passagem do tóxico através das membranas até o sangue. 
 Excreção: renal, saliva, suor, unha, cabelos, esperma, mamária, fecal. 
Biotransformação: 
 Administração repetida de uma substância frequentemente estimula a atividade 
enzimática, aumentando a sua própria biotransformação. 
 Necessidade de doses crescentes para o mesmo efeito. 
1.3. Perícia toxicológica: 
 Distinção entre: traficante, usuário e usuário – traficante (aquele que trafica para sustentar 
o próprio vício). 
 Deve ser realizada a qualquer momento após a prisão. Deve ser feito o mais rápido 
possível após a prisão. 
 Evitar falso negativo devido à eliminação da droga do organismo. 
 Delton Croce: exame deve ser feito até 04 horas após a colheita da amostra: para evitar 
transformação que impossibilite a detecção. 
Laudo de constatação e laudo toxicológico: 
a) Laudo de constatação: 
 Não é a perícia, apenas informação após a prisão. Meramente para justificar uma prisão 
em flagrante, nada mais. 
 Não possui eficácia para comprovação de materialidade. 
 Apenas corrobora o auto de prisão em flagrante. 
b) Laudo toxicológico: 
 Exame toxicológico propriamente dito. 
 Exame químico que estabelece o diagnóstico e prova a materialidade do delito. 
 Indispensável à imputação e julgamento. 
Quesitos usuais: 
a) Há sintomas de uso de substâncias químicas que causem dependência física ou psíquica? 
b) Já há sinais de dependência física ou psíquica e em qual grau? 
 
 
c) Devido ao uso de drogas, o periciando no momento do exame apresenta-se capaz de 
entender o caráter ilícito de seus atos? 
d) E no momento da prisão em flagrante também o era? 
e) Devido ao uso de drogas, o periciando no momento do exame apresentava-se 
relativamente incapaz de entender o caráter ilícito de seus atos? 
f) E no momento da prisão em flagrante também o era? 
g) O quadro clínico do periciando exige tratamento em regime de internação hospitalar? 
1.4. Álcool e a lei: 
 Breve análise médico - legal da Lei 12.760 de 20 de dezembro de 2012 e da Resolução n 
432 do “Contran”. 
Álcool etílico: 
 Depressor do sistema nervoso central (e não é um estimulante, causa depressão). 
 Efeito inicial estimulante por ação direta da substância na córtex central através da 
corrente sanguínea. 
 Depressor da resposta sexual. 
 Em pequenas doses, abole certos comportamentos barreias sociais (ansiolítico). 
Alcoolismo: 
 “Conjunto de anomalias clínicas resultantes de intoxicação pelo consumo excessivo e 
prolongado de bebidas alcóolicas”. 
 Doença nº 303.9/2 na C.I.D. (Classificação Internacional de Doenças – serve para 
classificar doenças em caráter internacional, e com o número em qualquer lugar do mundo 
saberá do que se trata. Também serve para dar privacidade). 
 Inato (causa genética?) que se manifesta por algum dos tipos de psicoses alcóolicas, e 
não necessariamente externa. 
 Diferente do bêbado, pois o alcoolismo é um conjunto de anomalia clínica, resultante de 
consumo excessivo de bebida alcóolica prolongada no tempo. 
O.M.S.: o alcoolismo se processa em 04 fases: 
 1a fase – pré alcóolica sintomática ou fase Alfa de Jellineck: uso social do álcool e estado 
de gratificação após o consumo, duração média: poucos meses a 02 anos. 
 2a fase – prodrômica ou fase beta Jellineck: instalação do hábito de beber acompanhado 
de sentimento de culpa, vergonha, agressividade com possibilidade de períodos amnésia. 
 3a fase – fase crucial ou gama: consumo exagerado do álcool, agressividade, negligência 
pessoal e com o trabalho. Possível ocorrência de remissões e recidivas. 
 4a fase – fase crônica: decadência física, e social. Possibilidade de ocorrer psicose 
alcóolica, alucinações visuais e delirium tremens (a prova da dependência física, o corpo 
que sente falta e não apenas o aspecto psicológico). Se não morrer da própria 
dependênciafísica, pode resultar suicídio. 
Embriaguez: 
 Não se restringe aos efeitos decorrentes do uso do álcool etílico. Não se restringe só ao 
álcool, qualquer substância entorpecente. Art. 28, CP: consequências penais da 
embriaguez. 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
 
I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Embriaguez 
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos 
análogos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso 
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, 
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
Síndrome de abstinência: 
 Modalidade de transtorno mental codificada sob o número 292.0/3 na C.I.D. 
 Caracterizada no alcóolatra, por contrações musculares involuntárias, agitação extrema, 
vômitos incoercíveis, alucinações visuais e auditivas e terror intenso. 
 Não se restringe ao alcoolismo, sendo aplicável a outros entorpecentes também. 
Intoxicação alcóolica (embriaguez): 
03 fases (progressivas de acordo com o maior consumo da substância e de acordo com a 
tolerância individual ao álcool): 
 1a Fase de excitação: também chamada de “ebriedade subaguda” ou “ebriedade 
incompleta”. 
 Agitação/ excessos verbais/ presença de freios sociais no comportamento = consciência 
dos atos: responsabilidade penal. 
 Sanção pode ser diminuída se caracterizada a situação prevista no Parágrafo 2º do art. 28 
do CP. 
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, 
proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, 
a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com 
esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984). 
 2a Fase de confusão: “ebriedade aguda” 
 Forma de embriaguez completa. 
 Fala desconexa/ agressivo/ perda dos freios sociais, tanto em palavra quanto em 
ações. 
 Esquecimento dos atos praticados/ manifestação de arrependimento/ propósitos de 
abandono do vício. 
 Possível a não responsabilização penal das consequências dos atos praticados nesse 
estado, se caracterizada a situação prevista no parágrafo 2º do art. 28 do CP. 
 3a Fase comatosa: “fase superaguda” ou “fase do sono”: 
 Embriagues completa; 
 
 
 Agente penalmente irresponsável se verificada a previsão do parágrafo 2º do artigo 28 do 
CP. Desde que seja constatado que o agente não entrou nesse estado de forma 
voluntária. 
 Sono profundo, inconsciência, embora, na maioria dos casos não se possa considerar 
como verdadeiro estado de ‘coma’. 
Embriaguez patológica: 
 Condição mórbida; 
 Consumo desmedido do álcool por dependência química desenvolvida ao longo do tempo. 
 Pode apresentar desde excitação eufórica até o estupor e o coma alcoólico, podendo levar 
à morte. 
Formas de embriaguez patológica: 
 Embriaguez agressiva e violenta: estado em que delitos podem ser praticados, inclusive de 
forma ordenada e segura de forma a sugerir até mesmo premeditação. 
 Embriaguez excitomotora: inquietação que pode levar a raiva destrutiva com eventual 
amnésia lacunar posterior. 
 Embriaguez convulsiva: ocorrência de instintos destrutivos seguidos de episódios de 
convulsões epileptiformes. 
 Embriaguez delirante: tendência ao suicídio após ideias de autoacusação e auto-
destruição. 
-As formas acima não guardam relação de proporcionalidade com a quantidade de álcool ingerida. 
-Podem ocorrer mesmo após o consumo de mínimas doses da substância. 
-É causa de absolvição quanto a eventuais delitos praticados, com fundamento no inciso V do art. 
386 do CPP. 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que 
reconheça: 
V - existir circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena (arts. 17, 18, 19, 22 e 
24, § 1o, do Código Penal); 
-Alguns desses casos são abarcados pelo parágrafo único do art. 26 do CP. 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude 
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I- Não acidental: 
 
Voluntária: 
Completa art. 28, II, CP (não 
exclui a imputabilidade). 
Incompleta: Art. 28, II, CP (não 
exclui a imputabilidade) nos 
dois casos será imputável. 
 
Culposa: 
Completa: art. 28, II, CP (não 
exclui a imputabilidade). 
Incompleta: Art. 28, II, CP (não 
exclui a imputabilidade) nos 
dois casos será imputável. 
 
 
II- Acidental - proveniente de: 
 
 
Caso fortuito: 
Completa: art. 28, §1º, CP 
(exclui a imputabilidade). 
 Incompleta: art. 28, §2º, CP (o 
agente responde pelo crime 
com atenuação da pena). 
 
Força maior: 
Completa: art. 28, §1º, CP 
(exclui a imputabilidade). 
Incompleta: art. 28, §2º, CP (o 
agente responde pelo crime 
com atenuação da pena). 
 
III- Patológica: Art. 26, caput ou parágrafo 
único, CP (exclui a 
imputabilidade ou causa 
diminuição da pena). 
 
IV- Preordenada: Art. 61, II, “l”, CP 
(circunstância agravante) 
 “Ebrietas non presumitur, onus probandi incumbit alleganti”: A embriaguez não pode ser 
presumida, o ônus da prova é de quem a alega. 
Diagnóstico da embriaguez: 
 No indivíduo vivo: exame somatopsíquico (corporal e psicológico). 
 No cadáver: exame das vísceras e do sangue venoso (corporal). 
Exame no indivíduo vivo: 
 Comportamento do embriagado ao tempo do evento criminoso com mais valor que o 
exame bioquímico. 
 Motivo: variedade da resposta ao álcool entre os indivíduos. 
 O julgador deveria conjugar os exames químico- periciais com outros elementos como, por 
exemplo, a prova testemunhal. 
 Exame somatopsíquico: para distinguir o alcoolista do doente ou do indivíduo em 
tratamento. 
 O observador deve verificar (é relativo): 
 Grau de dilatação das pupilas do agente. 
 
 
 Se há hipotensão arterial. 
 Se há hálito etílico. 
 Se há sialorréia (se há muita saliva- baba). 
 Vômitos com odor assemelhado a vinagre. 
 Ainda: loquacidade, confusão, arrogância, desorientação tempo-espacial, dificuldade na 
articulação das palavras, diminuição da sensibilidade térmica e dolorosa. 
 Testes simples que podem auxiliar no diagnóstico: 
 Coordenação motora: conseguir apanhar objeto minúsculo. 
 Realizar marcha ou manter equilíbrio: (sinal de Romberg). 
 Conseguir manter-se em pé estático com os pés juntos. Conseguir andar sobre uma linha reta (não é sinal de certeza). 
Obs1: Há jurisprudência que afirma que o exame clínico não é prova absoluta, mas sim apenas 
relativa de embriaguez sobretudo se efetuada pelo leigo. 
Obs2: A dosagem alcoólica no sangue deve esclarecer as dúvidas. Há porém, jurisprudência que 
afirma que o exame de alcoolemia positivo pode ser invalidado pela prova testemunhal, tendo em 
vista ser consabido que há etilistas com alcoolemia elevada, mas que se apresentam em estado 
de normalidade. 
Exame de dosagem alcoólica no sangue venoso: 
 Feita pelos métodos de Nicluox e Widmark. 
 Dosa quantitativamente o álcool em indivíduos quase normais ou normais. 
 Não é aplicável aos casos de embriaguez patológica: esses indivíduos podem reagir 
violentamente e praticar delitos mesmo após o uso de quantidades mínimas de álcool. 
 OBS: mesmo a assepsia do local da coleta com álcool, merthiolate, ou éter pode 
comprometer os resultados. 
Exame no cadáver: 
 A partir do exame das vísceras. 
 Ressalva: 
a) A putrefação produz substâncias que podem dar resultar falso positivo: as vísceras a 
serem submetidas a exames toxicológicos devem, portanto, ser guardadas sob 
refrigeração (devem ser guardadas a ≤ 4º C) para manter a qualidade do exame. 
b) Se morte violenta: preferível colher o sangue das vísceras ou do hemicórdio direito 
(coração) para evitar a difusão post mortem do álcool contido no estômago levando a erros 
no diagnóstico. 
 Observações (muito) importantes: 
Percentuais: 
 0,5 ml de álcool por litro de sangue: causa intoxicação inaparente. 
 1,0 ml de álcool por litro de sangue (ou 0,4 mg por litro de ar expelido): representa sério 
perigo quanto aos reflexos do agente, com consequências sobretudo na área de delitos de 
trânsito. 
 1,0 e 1,5 ml de álcool por litro de sangue: conduz à ebriedade. 
 1,6 e 3,0 ml de álcool por litro de sangue: embriaguez completa. 
 
 
 Acima de 2, 0 ml/l Costuma haver ataxia: movimentos descoordenados, com o agente 
tanto em situação estática quanto motora, bem como confusão. 
 3,0 e 4,0 ml de álcool por litro de sangue: reconhece-se a embriaguez comatosa. 
 5,0 e 6,0 ml de álcool por litro de sangue: pode haver morte por parada respiratória. b 
 A velocidade da embriaguez está diretamente relacionada com a quantidade de conteúdo 
gástrico, isto é, de estômago cheio fica embriagado mais rápido. 
 Se ingerido em jejum, o álcool é rapidamente absolvido, sendo 80% da quantidade 
ingerida já absorvida no estômago e os 20% restantes no intestino. 
 No indivíduo que ingeriu alimentos gordurosos ou mesmo leite, fenômeno se inverte, com 
absorção gástrica de apenas 20% sendo o restante absorvido de forma mais lenta no 
intestino. 
 Quando o estômago está vazio, o álcool absorvido pode ser detectado no exame 
laboratorial apenas 05 minutos após a ingestão sendo que a concentração máxima de 
alcoolemia se dá em 30 minutos a 2 horas após a ingestão. 
 A velocidade com que o álcool é ingerido também é determinante do tempo para 
manifestação da embriaguez. 
 A eliminação do álcool do organismo é feita quase que exclusivamente (98%) pelo fígado. 
 O restante fica a cargo dos rins, pele e pulmões na ordem de 7 a 10 ml por hora. 
 Após 24 horas nenhum álcool será encontrado, será encontrado no sangue (exceto se se 
tratar de álcool metílico). 
Exame com etilômetro (bafômetro): 
 Utilizar o ar expirado, que é introduzido cem um pequeno balão que contém ácido sulfúrico 
e permanganato de potássio. 
 Cientificamente válido diante da correlação entre a concentração de álcool no ar alveolar 
(dos pulmões) e na corrente sanguínea. 
 A nova Resolução 432/13 do Conselho Nacional de Trânsito – CONTRAN- de 29 de 
janeiro de 2013 traz novos valores aferidos via “bafômetro”. 
 Pode apresentar falso positivo: por exemplo, pessoas que possam utilizar medicamentos 
(xaropes) de odor comparável no hálito a álcool. 
1.5. Principais drogas: 
 Derivados do ópio: 
 Ópio – origem: Fruto imaturo “Papaver somniferum” (papoula). 
 Obtém-se: mais de duas dezenas de derivados, tais como morfina, heroína, codeína. 
 Compostos usados como soníferos ou analgésicos, em uso hospitalar e doméstico. 
 Semelhantes à morfina: o alívio da dor. 
 Pode gerar tosse ou diarreia. 
Heroína: 
 Fabricada a partir da morfina presente no ópio. 
 Ingerida pela via parenteral (injetada) ou pirólise (fundido). 
 Produz efeito entorpecente em 01 a 05 minutos. 
 Atravessa a barreira placentária, isto é, pode chegar ao feto. 
 Efeitos: 
 Euforia e disforia (sentimento de flutuar agradável e bem- estar) sensação de 
autoconfiança. 
 Em doses maiores, ansiedade desagradável e depressão. 
 
 
 Analgesia. 
 Sonolência e diminuição da libido. 
 Causa depressão respiratória e a morte no caso de overdose. 
 Eliminação do organismo: em 08 horas (morfina), em 30 a 40 h (heroína) e 24h (codeína). 
Compostos benzodiozepínicos: 
 Drogas ansiolíticas usadas no tratamento da ansiedade, insônia, crises convulsivas 
severas, tremores e dores de cabeça. Ex. diazepam/ oxazepam, etc. 
Cocaína: 
 Extraídas da folha da planta “erythoxylum coca”. 
 Inicialmente usado como anestésico local. 
 Folhas mascadas para diminuir a fome. 
 Consumida aspirada, diluído em água, injetada. 
 Adultera-se com; talco ou vidro quebrado. 
 Metabolizado no fígado. 
 Efeitos: 
 Euforia, excitação. 
 Alucinação. 
 Erotismo, alucinações auditivas. 
 Desinibição, insônia. 
 Anorexia, demência, paranoia e psicose tóxica. 
Crack: 
 Dejeto na produção da cocaína 
 Ação mais rápida que a cocaína. 
 Dura menos duradoura (cerca de 20 minutos). 
 Queimado e inalado. 
 Obtido da mistura da pasta de cocaína com bicabornato de sódio. 
Maconha: 
 Obtida dos brotos da “cannabis sativa”. 
 Inalado após queimado em forma de cigarro. 
 Substância ativa; THC – 9 – Gama – Transtetrahidrocanabinol. 
 Efeitos: 
 Hiperemia conjuntiva (olhos vermelhos). 
 Aumento do apetite. 
 Sonolência. 
 Preguiça, riso fácil. 
 Comprometimento da memória recente. 
 Efeitos médicos comprovados: ansiolítico = antidepressivo em doentes terminais (câncer, 
aids, etc). 
Ecstasy (MDMA): 
 Princípio ativo: metileno-droxi-metanfetamina. 
 Efeitos: empatia e conforto, abertura emocional. 
 
 
 Efeitos posteriores: queda da libido, lesões no cérebro, fígado e coração; depressão 
profunda, suicídio. 
 Consumo: via oral (comprimidos ou pó aspirável). 
2. Sexologia forense: 
 “Disciplina científica que estuda as questões relacionadas com o sexo em seus aspectos 
médicos, jurídico, filosóficos e sociológicos.” Bonnet, 1993. 
 Ramo da medicina legal que se dedica aos estudos dos fenômenos relacionados com a 
reprodução humana, desde a concepção até o puerpério. 
 “Ramo da Medicina Legal que estuda a solução dos problemas jurídicos que o sexo pode 
suscitar.” Bonnet 1993. 
2.1. Conceito de sexo: 
 Genético: 
 Cromossômico; 
 Cromatínico. 
 Endócrino; 
 Morfológico: 
 Propriamente dito; 
 Dinâmico ou copulativo. 
 Psicológico; 
 Jurídico. 
Sexo genético: 
 Ser humano: 46 cromossomos: 
 22 pares autossômicos 
 1 par sexual. 
 Homem 44ª +XY 
 Mulher 44ª +XX 
 Cada gameta carreia metade da carta genética determinando o sexo cromossômico. 
 Óvulos: 22 A + X 
 Espermatozóides: 22 A +X / 22 A + Y. 
 Sexo cromatínico: 
 Ou sexo nuclear; 
 Presença do corpúsculo cromatínico (um cromossomo X que se torna inativo, corpúsculo 
de Barr – 1949). 
Sexo endócrino: 
 Determinado pelas glândulas reprodutivas além da tireóide e hipófise. 
 Sexo gonâdico apareceno início da vida intra-uterina (~40º - 45º dia); 
 
 
 Antes da determinação do sexo gonâdico, o embrião é sempre morfologicamente 
feminimo; 
 Processo de masculinização depende da produção hormonal do testículo na fase 
embrionária; 
 Constituição hormonal básica de cada sexo (Bonnet, 1993). 
 
Glândulas Sexos 
Masculino Feminino 
 
Ovários 
 
X 
Estrógeno 
Progesterona 
Andrógenos urinários 
Testículo Testosterona X 
Supra- renal Corticosteróides 
17 Cetosteróides 
Andrógenos urinários 
17 Cetosteróides 
Corticosteróides 
Andrógenos 
Urinários 
Lóbulo anterior da hipófise Gonadotropina Gonadotropina 
Sexo morfológico: 
 Estados patológicos de intersexualidade podem gerar dúvidas quanto ao sexo, geralmente 
facilmente definido pela morfologia dos órgãos genitais internos e externos. 
Sexo psicológico: 
 Além dos aspectos de natureza orgânica, outros fatores externos podem ter repercussão 
sexual. 
 Podem levar desde um comportamento característico de cada sexo até desvios 
patológicos (v. adiante); 
 São eles de ordem: 
 Social; 
 Religiosa; 
 Educacional; 
 Familiar. 
Sexo jurídico: 
 O constante no registro civil. 
 Podem conter erros de natureza culposa (presença de estados inter-sexuais) ou dolosa. 
2.2. Distúrbios do instinto sexual: 
 Não há consenso quanto às espécies; 
 Embora a orientação sexual não deva ser considerada transtorno, o Código Internacional 
de Doenças (CID) tem o homossexualismo (F66) como tal: 
 CID 10-F66: Transtornos psicológicos e comportamentais associados ao desenvolvimento 
sexual e à sua orientação. 
 
 
 F66.0: Transtorno de maturação sexual; 
 F66.1: Orientação sexual egodistônica; 
 F66.2: Transtorno de relacionamento sexual; 
 F66.8: Outros transtornos do desenvolvimento psicossexual; 
 F66.9: Transtorno do desenvolvimento sexual, não especificado. 
 Muitas denominações ainda utilizadas pela doutrina são arcaicas. 
 São divididas em distúrbios: 
 Quantitativos do distúrbio sexual; 
 Qualitativos. 
 Quantitativos:...... 
 Aumento: 
 Erotismo: satiríase (masculino) e ninfomania (uteromania) 
 Lubricidade senil. 
 Diminuição: 
 Anafrodisia; 
 Frigidez. 
 Qualitativos: 
 Desvios dos instinto; 
 Aberrações sexuais. 
 Inversão (homossexualismo): Masculino/ feminino. 
Distúrbios do instinto sexual – quantitativos: 
 Erotismo: 
 Aumento exagerado do apetite sexual: 
 Satiríase (masculino) 
 Ninfomania (feminino) 
 Distingue-se do priapismo: 
 Ereção patológica; 
 Sem prazer sexual, doloroso; 
 Fundado em causas psíquicas. 
 Distingue-se do dom-juanismo: 
 Tendência a proceder de maneira sedutora e libertina (masculino) 
 Relacionamentos inconsistentes visando a conquista amorosa. 
 Lubricidade senil: 
 Exacerbação do apetite sexual em idade provecta; 
 
 
 Perturbação sexual que pode conduzir atos libidinosos, atentados ao pudor, prodigalidade. 
 Anafrodisia: 
 Diminuição do instinto sexual, masculino; 
 Associação a alterações psicológicas ou glandulares. 
 Frigidez: 
 Diminuição do instinto sexual feminino; 
 Associado a alterações psicológicas ou glandulares; 
 Pode levar à androfobia (horror ao sexo masculino). 
Distúrbios do instinto sexual – qualitativos: 
 Gerontofilia ou crono-inversão: 
 Predileção de jovens por pessoas de idade avançada. 
 Pedofilia: 
 Predileção pela prática sexual com crianças; 
 Pode ser hétero ou homossexual 
 Hebefilia: 
 Predileção pela prática sexual com adolescentes do sexo masculino entre 10 e 16 anos; 
 Pode ser hétero ou homossexual. 
 Bestialismo, zoolagnia, zoofilismo, zoofilia, zoorerastia: 
 Prática de atos libidinosos com animais. 
 Zooerastia prática do atoa sexual em si com animais. 
 Necrofilia: 
 Compulsao pela prática sexual com cadáveres; 
 Um dos mais sérios distúrbios sexuais. 
 Homossexualismo: 
 De acordo com a doutrina utilizada pode ser educacional/ psicogênica/ hormonal. 
 Cabe distinguir: 
 Homossexualismo; 
 Intersexualismo; 
 Transexualismo; 
 Intersexualismo: 
 Falta de definição sexual decorrente de alterações genéticas ou hormonais; 
 Genitália externa ou interna indefinida; 
 Comumente estéril. 
 
 
 Transexualismo: 
 Alteração psicológica que leva o indivíduo a querer pertencer ao sexo oposto. 
 Pode chegar à transformação sexual cirúrgica. 
 Não admite ser considerado homossexual. 
 Travestismo: prazer sexual no uso de veste do sexo oposto, tem noção de seu sexo 
fenotípico e Não deseja a mudança. 
 Cromo-inversão: 
 Atração sexual (obsessiva) por pessoas de cor diferente; 
 Só considerada patológica se obsessiva. 
 Narcisismo: 
 Culto exagerado do próprio corpo; 
 Mais comum nas mulheres; 
 Nos homens é chamado metrossexualidade: termo utilizado para definir o homem que 
gasta parcela importante do tempo e dinheiro (>30%) com sua aparência e estilo de vida. 
 Erotomania: 
 Ausência de desejo carnal; 
 “Amor platônico”. 
 Auto-erotismo ou aloerotismo: 
 Ápice sexual atingido sem presença de parceiro, de modo contemplativo. 
 Erotografia ou Erotografomania: 
 “Desvio caracterizado pelo gosto de escrever assuntos de cunho puramente erótico” (Paes 
da Cunha in fomes, 2003). 
 Exibicionismo: 
 Desvio caracterizado por prazer incontrolável na exposição da genitália. 
 Mixoscopia ou Voyeurismo: 
 Prazer obtido na contemplação do ato sexual praticado por terceiros. 
 Fetichismo: 
 Excitação anormal e predileção por certas partes do corpo do parceiro ou ainda por seus 
objetos ou pertences. 
 Topo- inversão: 
 Prazer sexual pela prática de coito ectópico ou atos eróticos diversos da conjunção carnal. 
 São considerados normais como jogos eróticos. 
 
 
 Edipismo: 
 Tendência ao incesto (relações sexuais com parentes muito próximos). 
 Pigmalionismo: 
 Excitação por estátuas; 
 Seria uma modalidade rara e menos severa de necrofilia (Croce, 1998). 
 Flotteurismo: 
 Distúrbio do comportamento sexual caracterizado pela necessidade de tocar ou esfregar-
se em outras pessoas (geralmente em locais públicos, com grande concentração de 
pessoas). 
 Pluralismo, triolismo: 
 Prática sexual com 03 ou mais parceiros ao mesmo tempo. 
 Vampirismo: 
 Prazer sexual obtido pela prática pela ingestão de sangue do parceiro (geralmente sangue 
menstrual). 
 Riparofilia: 
 Atração sexual por pessoas com péssimos hábitos de higiene. 
 Urolagnia: 
 Prazer sexual em contemplar o parceiro no ato de micção. 
 Coprofilia: 
 Prazer sexual ligado ao ato da defecação ou contato direto com as fezes. 
 Coprolalia: 
 Prazer sexual pelo uso de expressões chulas por parte do parceiro. 
 Sadismo: 
 Excesso de crueldade e prazer obtido pelo sofrimento imposto ao parceiro. 
 Termo derivado de Donatien Alphonse François (1740 – 1814), autor francês cujas obras 
descrevem tais práticas. 
 Masoquismo: 
 Prazer sexual obtido pelo sofrimento físico ou moral. 
 Deriva das obras de Leopold von Sacher- Masoch (1835-1895) 
 Sadomasoquismo: 
 
 
 Prazer sexual que o indivíduo obtém ao simultaneamente provocar sofrimento no parceiro 
e experimentar dor. 
 Flagelatismo ou flagelação: 
 Forma de sadismo onde o prazer sexual é obtido por meio de chicotadas. 
3. Gravidez, parto e puerpério: 
 
3.1. Desenvolvimento sexual: 
 Homem: 
 Maturidade sexual inicia entre 11 e 13 anos (testosterona) 
 Declínio hormonal com inicio em torno dos 40 anos chegando próximo a zero em torno dos 
80 anos; 
 Caracteres sexuais primários, aumento do pênis, bolsa escrotal,testículos, etc. 
 Caracteres sexuais secundários distribuição de pelos, efeitos sobre a voz, pele, etc. 
 Mulher: 
 Maturidade sexual inicia em torno de 08 anos (estrogênio); 
 Menarca entre os 11 e 15 anos; 
 Ciclos irregulares entre 45 e 50 anos até cessar (~60 anos); 
 Caracteres sexuais primários: aumento dos genitais e mamas; 
 Caracteres sexuais secundários: distribuição da gordura corpórea, pelos, etc. 
Ciclo menstrual: 
 Alteração cíclica de estrogênios e progesterona. 
 Ovulação e alteração do endométrio. 
 Ciclo normal: 28 dias (podem chegar a 20 – 45 dias ). 
 Fecundação: exige presença de espermatozoides viáveis logo após a ovulação: período 
fértil da mulher – 24 horas. 
 Tabela: 
 Ciclo de 28 dias: ~14º dias 
 Ciclo de 20 dias: ~6º dia Explica os insucessos do método. 
 Ciclo de 45 dias: ~ 1º dia 
3.2. Gravidez: 
 Óvulo  fecundação  ovo: ocorre antes ou logo após a penetração do óvulo na trompa 
uterina (Falópio); 
 Duração: 40 semanas (280 dias); 
 Feto sobrevive sem cuidados especiais > mínimo de 196 dias ou máximo de 294 dias. 
 Não há relato de nascidos > 300 dias após a fecundação. 
Consequências no direito: 
 
 
 Causa suspensiva do matrimônio para a mulher nos 10 meses seguintes à viuvez ou 
desfazimento da sociedade conjugal: art. 1523, II, CC; 
Art. 1.523. Não devem casar: 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez 
meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; 
 Presunção pater ist est (art. 1597, I, CC): presunção de concepção na constância do 
casamento dos filhos nascidos ao menos 180 dias após estabelecida a convivência 
conjugal. 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência 
conjugal; 
 Gestação: 
 Prazo legal mínimo 180 dias; 
 Prazo legal máximo 300 dias. 
Diagnóstico da gravidez: 
 Relevância da precisão do método: 
 Direito civil: anulação do casamento e sucessões; 
 Direito do trabalho: estabilidade; 
 Direito penal: adequação do regime prisional 
 Métodos: 
 Clínicos; 
 Instrumentais; 
 Laboratoriais. 
 Clínicos: 
 Sinais de probabilidade (precoces): 
 Cessação da menstruação; 
 Modificações das mamas; 
 Secreção láctea; 
 Máscara gravídica. 
 Aumento de volume do vente; 
 Alterações da genitália. 
 Sinais de certeza (tardios): 
 Movimentos do feto; 
 Auscultação do feto. 
Consequências da declaração de gestação pela paciente: 
 
 
 Gestação declarada: imagina tempo de gestação, confirmada pelo diagnóstico. 
 Metassimulação da gravidez: admite gestação, mas mente quanto ao tempo. 
 Suposição da gravidez: pena estar grávida, mas não se confirma. 
 Simulação da gravidez: sabe NÃO estar grávida, mas mente estar. 
 Dissimulação da gravidez: sabe ESTAR grávida, mas nega. 
 Desconhecimento da gravidez: Não sabe que está grávida. 
Nascimento: 
 Parto: conjunto de fenômenos mecânicos e fisiológicos que levam à expulsão do feto e 
anexos do corpo da mãe; 
 Início: rompimento da bolsa; 
 Término: expulsão da placenta (dequitação); 
 “A termo”/ prematuro/ natural ou cirúrgico/ em vida ou post mortem. 
Obs: Para o direito penal quando se trata de parto normal o útero tem as contrações até que o 
feto seja expelido, a criança é nascida na primeira contração uterina efetiva (não sendo alarme 
falso), já na cesariana é considerado nascido vivo a partir do corte efetuado na barriga da mãe, 
não sendo mais tutelado como aborto e sim homicídio. 
3.3. Puerpério e estado puerperal: 
 Puerpério: período compreendido entre o parto e o retorno do útero ao seu estado normal. 
Quadro fisiológico que atinge todas as mulheres que dão à luz. 
 Psicose puerperal: RARO quadro de grave alteração psicológica nessa fase. 
 Estado puerperal: 
 Não tem conceito unânime na doutrina; 
 Alguns autores negam sua existência baseando-se em atingir somente mulher que tiveram 
gestações indesejadas ou provenientes de classes sociais desfavorecidas; 
 Perturbação de caráter agudo e transitório que, por influencia simultânea de fatores 
fisiológicos, psicológicos e sociais, acomete a parturiente ou a puérpera, até então 
mentalmente são, afetando seu comportamento e podendo impelí-la à prática do 
infanticídio. 
 Estado puerperal pode agravar estado mental patológico pré- existente também levando 
ao infanticídio; 
 A patologia existia, mas somente é relevada em decorrência do parto; 
 Função do perito – observar: 
 Recenticidade do parto; 
 Se houve sofrimento incomum à gestantes antes do parto; 
 Parturiente recorda do ocorrido; 
 Histórico de psicopatia anterior; 
 Comprovação de perturbação mental capaz de levar ao crime. 
Estado puerperal: 
 Delito de mão própria: mas quem auxilia mãe ou executa a seu pedido, responde por 
infanticídio também (art. 30 CP); 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo 
quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 Infanticídio putativo: matar outro infante nascido supondo tratar-se do seu, Se a vítima for 
criança não recém- nascida ou adulto, responde por homicídio; 
 Não se admite a forma culposa: é possível o infanticídio ainda durante (Damásio de Jesus, 
Direito Penal, V. 2) 
 Exigência da perícia para constatação: indispensável RT, 598.338; 421.91; 
 Já houve decisão do júri reconhecendo infanticídio sem apoio no exame médico legal: RT 
473.301; 
 Para Croce (2006) decisão do júri reconhece estado puerperal em desarmonia com o 
laudo pericial é “contrária a prova dos autos”: RT 377.111. 
Condições clínicas diversas do estado puerperal: 
 Psicose toxiinfecciosa puerperal: reações esquizofrênicas, melancolia, depressão ansiosa, 
auto- acusação, delírios, febre. Não há influência do estado puerperal; é doença mental 
(art. 26, CP). 
 Na lactação: ideias delirantes que podem levar ao suicídio ou ocisar o filho, não é estado 
puerperal, doença mental (art. 26, CP); 
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental 
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de 
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Redução de pena 
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude 
de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado 
não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de 
acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 Depressão pós parto: consequência das alterações no cotidiano da vida da mulher com a 
gestação, alterações de afeto, temor do parto, tratável com psicoterapia e eventualmente 
remédios antidepressivos. 
4. Perícias relacionadas à sexologia forense: 
4.1. Sedução”- conjunção carnal: 
 O exame ainda tem interesse em outras perícias: 
 Hímen- anatomia: 
 Membrana presente entre a vulva e a vagina; 
 Com orifícios para passagem do fluxo menstrual ou imperfurado; 
 Classificação (Croce, 1998). 
 Pode ser: 
 Ausente; 
 Imperfurado; 
 Perfurado; 
 Atípico / múltiplo; 
 Resistente; 
 Complacente; 
 Não complacente (rompível); 
 Fenestrado com apêndice pendente/ saliente. 
Quanto ao orifício himenal: 
 
 
 Comissurados; 
 Acomissurados; 
 Atípicos. 
Quanto à existência e localização de rupturas: 
 Classificadas pelo legista pelo número (1 a 5); 
De acordo com o mostrador de relógio. 
Comprovação química do coito: 
 Existência de fosfatase ácida ou esperma na cavidade vaginal; 
 Descrição das lesões no hímen é descrito pelo perito como a posição dos ponteiros do 
relógio. 
 Não se rompe unicamente pelo coito (pode ser por outros traumas); 
 Cicatrização rápida (~21 dias): brevidade para perícia. 
4.2. Estupro (art. 213, CP): 
 Comprovação da cópula vagínica; 
 Agora só quando necessária com a lei 12.015/09 inclui outros atos libidinosos e a vítima 
pode ser masculina; 
 Se virgem, ruptura do hímen, se não sinais de violência ou sêmen; 
 NÃO há necessidade de ejaculação, só comprovação de violência/ grave ameaça E 
penetração (ainda que parcial) do pênis na vagina; 
 Se violência real: demonstrar lesões; 
 Mulheres com vida sexual ativa: demonstração de violência física e sêmen; 
 Inclui o art. 214 do CP (atentando violento ao pudor) 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal 
ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela 
Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 
(dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 2o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Atentado violento ao pudor (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
Art. 214 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir 
que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal: Vide Lei nº 8.072, de 
25.7.90 (Revogado pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos: (Incluído pela Lei nº 8.069, de 
1990) 
Englobam os antigos art. 214 e 216/ CP: atentado violento ao pudor e atentado ao pudor 
mediante fraude: 
 Diversas agressões podem ser englobadas sob o mesmo tipo penal; 
 Perícia deve demonstrar ato libidinoso diverso da conjunção carnal (fluídos corporais, 
mordidas, etc); 
 Quando mediante fraude a demonstração é difícil; 
 Tambem aqui foi suprimido o elemento “mulher honesta” 
 
 
 Tanto homem quanto mulher podem ser vítimas. 
4.3. Aborto: 
 Abortamento: ato de abortar. 
 Aborto: produto do abortamento. 
 Aborto doloso: somente permitido no O.J. nas hipóteses do art. 128/CP: 
 Aborto terapêutico (inc. I): 
 Gestante em perigo de vida; 
 Perigo relacionado diretamente com a gravidez; 
 Interrupção fará cessar 
 Seja único meio de salvar a gestante; 
 Recomendável a opinião conjunta de mais de dois médicos. 
 Aborto sentimental (inc. II): 
 Gestação decorrente de estupro; 
 Jurisprudência admite também em atentado violento ao puro (analogia in bonam partem). 
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: (Vide ADPF 54) 
Aborto necessário 
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante 
ou, quando incapaz, de seu representante legal. 
 Aborto eugênico: 
 Por anomalia fetal (feto anencéfalo). 
Abortamento – conceitos: 
a) “Morte do produto da concepção em qualquer momento da gravidez” (Bonnet, 1993). 
b) “Expulsão prematura e violentamente provocada do produto da concepção, 
independentemente de todas as circunstâncias de idade, viabilidade e mesmo de formação 
regular” (Tardieu”. 
Meios empregados para o aborto: 
 Medicamentosos (tóxicos); 
 Mecânicos; 
 Difícil perícia: exame local e laboratorial; 
 Examina-se o feto quando achado (maternidade determinada por DNA). 
4.4 Infanticídio: 
 A perícia tem que determinar se o concepto nasceu com vida. 
 Art. 123, CP: 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou 
logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
 
 Etapas da perícia: 
 1ª Determinar se o produto da concepção nasceu com vida (feto nascente ou infante, 
nascido com ou sem respiração); 
 2ª Se a mulher agiu sob influência do estado puerperal 
 É fundamental para haver infanticídio a vida extra- uterina, docimasias ou provas 
ocasionais; 
 Provas de vida extra- uterina: 
 Docimasias (comprovação da respiração); 
 Provas ocasionais. 
 Corpos estranhos nas vias aéreas; 
 Substâncias alimentares no tubo digestivo; 
 Sinais de reações vitais nas lesões do cadáver. 
 Comprovam o estado mental da parturiente (puerperal). 
4.5. Impotências: 
 Impotência coeundi: incapacidade do homem em manter relação sexual. 
 Acopulia: incapacidade da mulher me manter relações sexuais. 
Impotência x esterilidade: 
 Impotência generandi: esterilidade masculina. 
 Impotência concipiendi: esterilidade feminina. 
 Doutrina: impotência coeundi e acopulia podem constituir erro essencial. Casamento 
anulável: art. 1550, III, CC, c/c art 1557, III, CC (somente se ignorado pelo outro cônjuge). 
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558; 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: 
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave 
e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge 
ou de sua descendência; 
 Homem: 
 Impotência generandi. 
 Impotência Coeundi; 
 Esterilidade; 
 Fisiológica (idade); 
 Fisiopática (malformação) 
 Orgânica (lesões nervosas/ circulatória) 
 Psíquica 
 Mulher: 
 Impotêmncia concipiendi: esterilidade. 
 Acopulia: orgânica (malformações) / psíquica. 
 
 
 Impotência psíquica feminina: 
 Frigidez: impossibilidade de atingir o orgasmo; 
 Vaginismo: contração espástica da musculatura vaginal impedindo a cópula; 
 Dispareunia: dor na relação sexual; 
 Coitofobia: aversão patológica ao conúbio. 
5. Investigação de paternidade: 
 Mater sempre certa est; pater est quem nuptiam demonstrat: art. 1597, CC; 
 Meia – verdade maternidade pode ser investigada; 
 Determinação da identidade civil e para fins sucessórios; 
 Provas: genéticas e não- genéticas (França e Croce, 1998). 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência 
conjugal; 
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por 
morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes 
de concepção artificial homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do 
marido. 
DNA (deoxyribonucleic acid): 
 Molécula que é encarregada da transmissão de informações genéticas de todos os seres 
vivos. 
 Na identificação criminal: compara-se a amostra do local do crime com a do suspeito; 
 Na paternidade: 
 Lembrar que o DNA do é 50% do pai e 50% da mãe 
 Coloca-se lado a lado as três amostras: pais e filho 
 Havendo alguma faixa sem correspondência: exclui. 
 DNA tem grau de certeza ~98%. 
 Questiona-se hoje a possibilidade de contaminação das amostras e das tabelas de 
frequência genica utilizadas no cálculo de probabilidade:dúvidas sobre a inicial 
“infalibilidade” do método.

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