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bizu direito penal: Tipos de Dolo

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10/10 
Dolo de Ímpeto- está relacionado ao crime em que o agente atua com emoção. Não pré medita, decorre em virtude de uma emoção momentânea. Ex.: um homicídio em que o agente atua com o dolus malus do momento foi no momento que ele decidiu praticar o crime.
Dolo de Propósito- tem haver com a ideia de pré-meditação. Pré medita o crime que vai praticar.
OBS.: Isso não tem relevância do ponto de vista prático, mas é importante por na conta do conhecimento. Não implica, por exemplo, na aplicação de uma pena mais grave. A premeditação não tem relevância nenhuma para o direito penal.
Vocês podem também ouvir falar em:
Dolo Geral (esse tem relevância prática grande)- o agente quer praticar determinado crime, mas ele comete um equívoco, no momento em que o crime efetivamente esta sendo praticado ele já não teve aquele dolo o dolo ocorreu de forma antecedente em relação aquela conduta.
EX.: Tício pretende matar Mévio dá uma paulada na cabeça de Mévio acreditando que Mévio morreu atira-o dentro do mar, mas na realidade ele não tinha morrido daí ele morre por afogamento porque foi atirado dentro do mar.
Essa é hipótese de dolo geral. O dolo de matar se encontra no momento que o agente realiza a primeira conduta (paulada na cabeça), note que houve duas condutas, na segunda (joga no mar) ele não esta mais atuando dolosamente, mas é nesse momento que ele mata a vítima efetivamente por conta do afogamento. O dolo, no entanto, segundo a doutrina abrange toda a conduta praticada pelo agente. 
Ex.: Tício quer matar Mévio, pretendendo ser bem discreto administra veneno a Mévio, mas ele fica apenas desacordado porque a quantidade de veneno é insuficiente para matá-lo, Tício, no entanto, acredita que ele morreu para ocultar o crime ele simula um suicídio, coloca-o pendurado pelo pescoço em uma corda para simular o enforcamento daí Mévio morre do enforcamento e não do envenenamento. Funciona também como dolo geral, pois abrange todas as 2 condutas praticadas.
A doutrina não é unanime, parte da doutrina diz que a solução para esse caso seria a seguinte Tício recebia por homicídio tentado em relação à primeira conduta praticada e por homicídio culposo em relação à segunda. Mas ATENÇÃO!!!, esse não é o melhor ponto de vista, o melhor é considerar o DOLO GERAL, que abrange todas as condutas e que o agente responde pelo crime de homicídio doloso, ess é o POSICIONAMENTO DOUTRINÁRIO largamente DOMINANTE.
Não confundam o DOLO GERAL com a hipótese de aberratio causem ou como conhecido pela doutrina o erro em relação ao nexo causal. Embora, nas duas ocorra erro diferentemente do que ocorre na hipótese de dolo geral, na aberratio causem o agente pratica apenas uma conduta, o erro na verdade incide justamente no curso causal que ele pretende que a conduta tome (na execução). Ex.: Tício quer tirar a vida de Mévio atirando-o no rio, mas quando ele o empurra apesar de cair no rio ele bate com a cabeça e morre por TCE e não por afogamento, ele morreu antes de se afogar por causa da pancada, o agente pratica apenas uma conduta e o erro incide no nexo causal, onde a intenção era matá-lo por afogamento, mas o que ocorre é a morte pela pancada, que é indiferente porque ele responde por homicídio doloso do mesmo jeito.
Quando um agente tem a intenção de causar uma lesão corporal, mas mata a vitima, ocorre dessa forma um crime de lesão corporal seguido de morte, que essa forma chama-se de crime preterdoloso, a presença de um preterdolo, a conduta antecedente do agente gera um resultado que não era por ele esperado, quando se pratica a conduta o agente não quer matar 
(ele atua com animus lesendi), ou seja, o dolo é a lesão corporal e a morte da vítima é produzida culposamente. Esse resultado é tido não a titulo de dolo, mas de culpa. Então o crime não é de homicídio porque o dolo é de lesão corporal e não de homicídio. Se a conduta típica implica na realização completa os elementos do tipo objetivo seria o dolo e ele não realizou um dos elementos do homicídio o elemento subjetivo, logo sua conduta não foi crime de homicídio foi lesão corporal, mas ele responde pela morte a título de culpa (homicídio culposo), daí responde de forma mais grave do que o crime de lesão corporal. Então no crime preterdoloso o dolo se encontra no antecedente, mas o resultado ocorre a título de culpa. 
Atenção no aberratio causam o dolo é de homicídio,mas ocorre um erro de execução. No preterdoloso citado acima não, pois o dolo é de causar a lesão corporal e não a morte. O direito penal não permite que um resultado não desejado seja punido dolosamente, o agente é punido pelo que deseja, pela intenção (vontade consciente), no entanto o tratamento penal para ele será mais rigoroso do que se ele causasse simplesmente a lesão porque afinal de contas ele tem que dar conta também do resultado já que ele causou uma morte. Apesar de não a pretender. 
O dolo também pode ser classificado em:
 Dolo direto- pode ser classificado em de primeiro grau e de segundo grau
 e 
 Dolo indireto- pode ser classificado em:
 Cumulativo- quando o agente percebe o duplo resultado, ele atua com consciência, alternativo ou eventual
O nosso código penal nos ajuda a entender o dolo, pois tem um artigo que diz exatamente o que consiste o crime doloso (art.18) ‘‘diz-se crime doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.’’ Essa é a definição legal de crime doloso que nos temos no código. Mas atenção essa definição da uma visão retorcida do que vem a ser o crime doloso.
De início essa referência ao resultado o que da para impressão em relação a esse conceito é que o dolo ele se refere a um elemento tão somente nos crimes materiais (quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo). Então quer dizer que, por exemplo, nos crimes de mera conduta não é preciso dolo não é, o dolo não é elemento do crime, você pratica o crime mesmo sem atuar dolosamente. Então já daí começa um grande erro. 
Afirma-se que querer o resultado se identifica com o chamado dolo direto e esse assumiu o risco de produzir com o chamado dolo eventual, mas isso não é exatamente assim, pois é um pouco mais complicado do que agente imagina ser.
De fato de um modo geral a forma querer o resultado é uma forma ligada ao dolo direto e assumir o risco de produzir o resultado é uma forma ligada ao dolo eventual, mas vocês observarão agora que é um pouco mais complicado do que agente imagina.
Dolo Cumulativo é quando o agente percebe o duplo resultado. Ele atua com consciência e vontade com relação a um duplo resultado. Ex.: Tício agride Mévio não apenas para ferir, mas também para humilhá-lo ofendê-lo, que é injuria real (que é lesão mais o animus injuriandi, ou seja, uma cumulação de designos). 
O dolo alternativo Ex.: Tício agride Mévio para matar ou no mínimo para ferir.
Outro problema da questão do querer o resultado não da conta integralmente do chamado dolo direto, pois ter a intenção de matar é apenas uma das dimensões do dolo, sequer esgota a dimensão do dolo direto, o querer matar, o subtrair coisa alheia móvel e etc., na realidade a intenção traduz tão somente o dolo direto de primeiro grau (também chamado por alguns de dolo intencional). Notem então como a definição legal de crime doloso é incompleta. Porque a intenção de querer o resultado se refere tão somente ao dolo direto de primeiro grau, não abrange o dolo direto de segundo grau. 
Você pode praticar um crime com dolo direto de primeiro grau ainda que você tenha dúvida do resultado que deseja produzir, pois isso nada interfere no dolo eventual.
No dolo direto de segundo grau o agente produz um determinado resultado lesivo que na realidade ele não quer, não tem a intenção, inclusive para ele era ate melhor que não se produzisse o resultado, porém ele tem plena consciência que se comportar daquela maneira o resultado vai se produzir, ele sabe que o resultado será uma consequência necessária daquela conduta, por isso ele é também chamado pela doutrina de dolo necessário. Então se trata de um crimecometido com dolo direto só que não intencional ou de primeiro grau, mas de segundo grau ou necessário. Ex.: Tício é um terrorista e quer matar um chefe de estado quando ele estiver viajando para uma reunião na Suíça no avião presidencial explodindo-o mas além do chefe de Estado ele mata as demais pessoas que estão no avião, dessa forma ele atuou com dolo direto de primeiro grau com relação ao chefe de Estado, mas com relação aos demais também foi homicídio doloso, no entanto com dolo direto de segundo grau ou necessário, pois ele tinha plena consciência que ele não iria só matar quem ele estava querendo mas também as demais pessoas que estavam dentro do avião e apesar dele não querer esse resultado ele sabia que iria se produzir. 
Por fim, nos temos o chamado dolo eventual, que conforme descrito acima a expresso “assume o risco de produzir o resultado”, ela não esta relacionada ao dolo direto e sim ao dolo indireto e individual. Muita atenção nesta expressão, pois nela reside um problema, porque ela é muito mal compreendida, pois não podemos tomá-la ao pé da letra, pois se assim fizermos tudo vai ser crime doloso, não vai mais existir crime culposo tudo vai ser crime com dolo direto ou eventual. Essa expressão é interpretada pela doutrina e pelos tribunais, eles que apontam para uma compreensão que temos que ter para essa expressão. De modo geral encontramos duas teorias mais importantes (cujas denominações variam a depender por onde vocês estejam estudando). Quando reconhecer quando ma conduta é dolosa, quando é praticada com dolo eventual?
A primeira delas é chamada de Teoria da Probabilidade (bastante aceita na Alemanha e na Espanha)- esta diz que quanto maior for à probabilidade da conduta do agente produzir um resultado lesivo mais ela se aproxima do dolo eventual, ou seja, a conduta praticada com dolo eventual, o dolo eventual representa uma probabilidade muito alta do agente de produzir o resultado lesivo, ele não tem nada haver com dolo direto, pois ocorre nas hipóteses que o agente nem tem a intenção de produzir o resultado, nem entende como necessário aquele resultado. De acordo com essa teoria no dolo eventual o agente não quer o resultado, não prever o resultado como produção necessária de sua conduta, mas ele tem plena consciência de que o resultado é altamente provável, de que existe uma grande probabilidade do resultado ser causado por essa conduta, mas ainda assim ele realiza a conduta.
EX.: Tício está caçando uma anta no meio dela ele percebe que ela esta em certa distância quando ele aponta a arma ele percebe que lá também está Mévio, e ele sabe que naquela distancia não tem como saber que com certeza ele vai acertar o tiro, a probabilidade dele errar o tiro é muito alta, mesmo assim ele atira e ao invés da anta ele mata Mévio, daí ele praticou um homicídio doloso com dolo eventual segundo a teoria da probabilidade, porque ele assumiu o risco de assumir o resultado porque a probabilidade era muito grande, embora ele não quisesse matar Mévio (pois senão seria dolo direto), daí tem que se fazer um juízo ex post, ou seja, posterior a ação tomando como base em critérios tais quais envolvem a probabilidade dela errar o tiro. Essa teoria no Brasil é bem aceita. Mas tem um defeito em relação a teoria do dolo, pois o intelectualismo dessa teoria, ela resume tudo a consciência do agente, tudo depende dela, ao grau de risco que ele esta correndo, porém o dolo não é só isso, pois além da consciência o dolo é também é vontade e nessa teoria o aspecto volitivo não conta não tem essa relevância , o elemento vontade pode ser extremamente desfavorável com a conduta desse tipo, mas se usarmos a teoria da probabilidade diríamos que o agente praticou um crime culposo e é um absurdo, ou seja, temos que considerar ambos os elementos na consideração do dolo eventual. Daí essa teoria não é muito aceita aqui no Brasil.
Outra é a Teoria da Confiança (muito citada pela doutrina estrangeira) que o critério para avaliar se o individuo atuou com dolo eventual. Essa teoria diz que o indivíduo não atua com dolo eventual quando ele tendo previsto o resultado confia e acredita que o resultado não vai se produzir. Apesar de ter vários adeptos (inclusive na Europa) eu não considero uma teoria boa, porque nesse caso os “otimistas” vão praticar sempre crime culposo e os pessimistas sempre crime doloso com dolo eventual.
A teoria largamente aceita e dominante, majoritária em termos jurisprudenciais (STF, STJ) no Brasil é a Teoria do Consentimento- Ela diz que atua com dolo eventual o agente que prevendo como possível um dado resultado lesivo produzido por sua conduta consente na produção do resultado. Essa teoria não me agrada porque quando agente fala consentir parece algo mais forte do que querer do que o dolo direto de primeiro grau, consentimento não pode ser entendido como querer de verdade, a palavra ideal seria tolera, então quem consente na verdade tolera a produção do resultado, ele não quer o resultado, este é desagradável, ele não o prevê como algo necessário, pois acredita que não vai ocorrer, embora saiba que possa ocorrer, mas se ocorrer “paciência”. Ele tolera a produção do resultado, este não é desejado pelo agente.
Então assumir o risco é tolerar a produção do resultado é encarar como algo indiferente, como no exemplo da caçada. No momento que ele aponta a arma para o animal mesmo tendo uma pessoa próxima esta presente a previsão, que é comum a todas as formas de dolo, prevê o resultado como possível. Ele prevê a possibilidade de errar e matar o sujeito, mas ele não quer nem saber, atira na anta, mas erra e mata Mévio, então praticou homicídio doloso com dolo indireto tipo eventual.
A prova do dolo é sempre mais complicada! 
A forma de franco diz que o agente prevê a possibilidade de produzir o resultado e porem diante disso o agente diz que haja o que houver eu não desisto, entre desistir de realizar a conduta e não produzir o resultado e agir correndo o risco de produzir o agente segue em frente e age.
Todo dolo envolve um previsão, em todas as hipóteses de dolo na conduta do agente tem que está presente à previsão, ou seja, quando ele realiza a conduta ele realiza mentalmente o resultado.

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