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SANEAMENTO BÁSICO - Direito da infraestrutura

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SANEAMENTO BÁSICO – RICARDO MARCONDES MARTINS
COMPETÊNCIAS DA UNIÃO
- Art. 21, XX, CRFB/88: compete à União instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos.
Em cumprimento a este dispositivo, foi editado o Estatuto da cidade (Lei nº 10.257/01), que estabelece diretrizes gerais para a política urbana;
A PNMU (Lei Federal nº 12.527/12), que estabelece a política nacional da mobilidade urbana.
- Art. 21, XIX, CRFB/88: compete à União instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso.
A regulamentação deste artigo s deu através da lei nº 9.433/97.
- Art. 22, IV, CRFB/88: compete à União legislar privativamente sobre águas.
A regulamentação ocorreu com o código de águas (Decreto nº 24.643/034, que foi alterado pelo Decreto lei nº 852/38)
PORTANTO:
A CRFB/88 não atribuiu à União Federal competência para prestar serviço de saneamento básico, mas somente para editar diretrizes (norma geral) sobre ele.
CONCEITO
Lei nº 11.445/07 (art. 3º, I):
Saneamento básico é o conjunto de serviços, infraestrutura e instalações operacionais, que abarcam:
Abastecimento de água potável (atividades, infraestrutura e instalações necessárias ao abastecimento público)
Esgotamento sanitário (atividades, infraestrutura e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final dos esgotos)
Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos (conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo das vias públicas)
Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas (atividades, infraestrutura e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, transporte e detenção/retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição das águas drenadas).
NATUREZA JURÍDICA:
O conceito de “serviço público” é controverso.
 Conceito amplo: 
Para Leon Diguit (fundador da Escola do Serviço Público), serviço público abarca praticamente todas as ações do poder público, regidas pelo Direito Administrativo.
Na doutrina brasileira, Hely Lopes segue esta linha.
 Conceito restrito: 
É o adotado pela CRFB/88, no art. 30,V e 175.
- Função Pública x Serviço Público = 
Função pública, ao contrário do serviço público, não pode ser transferida a terceiro, ou seja, é indelegável, ressalvada expressa determinação legal em sentido contrário. Exemplo função pública que foi objeto de ressalva: serviços notariais (art. 236, CRFB/88), que são exercidos por delegação de competência.
Serviços Públicos são atividades materiais de fornecimento de comodidades ou utilidades.
- Serviço público x Atividades uti universi =
Todo serviço público pode ser prestado direta ou indiretamente, ressalvada determinação constitucional em sentido contrário. Para ser prestado indiretamente, deve ser especificado (fruição singular).
O serviço público pode ser individualizado na fruição (identificar a relação jurídica entre o prestador do serviço e o usuário).
As atividades uti universi não podem ser passíveis de concessão ou permissão, pois não podem ser prestadas de maneira indireta.
PORTANTO:
De acordo com o conceito restrito adotado pela CRFB/88, nem toda a atividade estatal de saneamento básico pode ser considerada “serviço público”. 
É serviço público = fornecimento de água potável, esgotamento básico, manejo de resíduos sólidos quando de bens privados (Súmula vinculante nº 19 – a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o art. 145,II, da CRFB/88).
Não é serviço público = limpeza urbana, drenagem, atividades cujo destinatário não pode ser individualizado (não passíveis de outorga por concessão ou permissão). 
TITULARIDADE DOS SERVIÇOS 
Quem tem competência para prestar?
- Serviços Federais:
Todos os serviços federais estão previstos no art. 21 da CRFB/88 (competências).
Não estando previsto um serviço ali, não é possível considerá-lo um serviço federal.
- Serviços Estaduais/Municipais:
A CRFB/88 não arrola todos os serviços estaduais ou municipais, mas prevê rol exemplificativo no art. 25 e 30. 
Exemplo: serviço local de gás canalizado (serviço estadual); transporte coletivo (serviço municipal).
Os serviços de interesse local são de competência municipal, os que restarem são residualmente considerados de competência estadual. 
O termo “interesse local” é controverso, pois segundo a doutrina constitucional, inexiste interesse local que não seja indiretamente interesse de todos. Daí que a melhor interpretação se encaminha no sentido de predominância do interesse local, assim entendido aquele interesse que é melhor conhecido em suas particularidades pelos habitantes de uma cidade ou vila.
 SANEAMENTO BÁSICO:
É de interesse local, pois interessam mais aos habitantes de determinada cidade do que da região como um todo. 
Posição do STF (STF, ADI 2077 MC/BH, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgado em 06.03.2013, DJE: 08.10.2014)
Anteriormente, a lei nº 6.528/78 (revogada pela lei nº 11.445/07) estabelecia que todos os estados, por meio de companhias estaduais, deveriam realizar estudos para a fixação das tarifas de saneamento básico. 
Este diploma normativo deixava entender que a política nacional de saneamento básico anteriormente vigente à CRFB/88 deveria ser encabeçada por empresas estaduais. 
Por isso, quase todos os estados da federação tem empresas de saneamento básico. Em SP, se chama SABESP

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