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LNDB, SLIDE PARA MELHOR ENTENDIMENTO

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Conceitos Jurídicos fundamentais
LINDB
Lei de Introdução às Normas
 do Direito Brasileiro
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 LINDB(art.1° ao 6°)
 Conceito
 É a lei que funciona como um manual de elaboração, vigência e eficácia das leis, bem como as regras e os princípios de aplicação, interpretação e integração do Direito. Deste modo, leciona WíLSON DE SOUZA CAMPOS BATALHA:
 "é um conjunto de normas sobre normas".
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LINDB(art. 1° ao 6°)
 As principais funções da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro são:
I) Determinar o início da obrigatoriedade das leis (art.1°);
II) Regular a vigência e eficácia das normas jurídicas (arts. 1° e 2°);
III) Impor a eficácia geral e abstrata da obrigatoriedade, não admitindo a ignorância da lei vigente (art. 3º);
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IV) Traçar os mecanismos de integração da norma legal, para a hipótese de lacuna na norma (art. 4°);
V) Delimitar os critérios de hermenêutica, de interpretação da lei (art. 5°);
VI) Regulamentar o direito intertemporal (art. 6°);
LINDB(art. 1° ao 6°)
LINDB(art. 1° ao 6°)
 Obrigatoriedade, vigência e eficácia das leis
 A lei somente se torna obrigatória quando tem potencial para produzir efeitos, ou seja, quando contém eficácia. Deste modo, uma lei é eficaz com sua entrada em vigor, quando se inicia sua vigência, e perde sua eficácia quando termina sua vigência.
 Portanto a vigência das leis, ou seja, o período de sua obrigatoriedade é de fundamental importância, sendo disciplinado nos artigos 1° e 2° da LINDB.
 
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No art.1° é informado que caso o legislador não informe no próprio corpo da lei prazo diverso, está entra em vigor 45 dias após a data de sua publicação. O período entre a publicação da lei e sua entrada em vigor é chamado de vocatio legis (vacância da lei), que é o período necessário para que a sociedade se adapte a lei.
LINDB(art.1°)
 LINDB(art. 1°)
 Nos estados estrangeiros a lei brasileira, quando admitida, entra em vigor 3 meses após sua publicação.(Art. 1°, paragrafo 1°)
 Caso, antes de a lei entrar em vigor, ocorrer alteração em seu texto o vocatio legis correrá à partir desta alteração.(Art. 1°, paragrafo 2°). No entanto, se a alteração for posterior à entrada em vigor, esta será considerada nova lei.(Art. 1°, paragrafo 3°)
 
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 Segundo o princípio da continuidade da lei, a lei somente perderá sua eficácia quando é modificada ou revogada por outra lei, ou no caso de vigência temporária .
 A revogação pode ser expressa, quando uma lei posterior expressamente determina que outra deixará de existir; e pode ser tácita, quando uma lei nova disciplina totalmente a matéria de lei anterior com ela incompatível.
LINDB(art. 2°)
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LINDB(art. 2°)
A revogação, expressa ou tácita, pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação).
Obs: A lei revogada, salvo disposição em contrário, não se restaura com a perca de vigência da lei revogadora.(Eficácia repristinatória)
 LINDB(art. 3°)
 Obrigatoriedade da lei 
 Como característica básica, está consagrado no art. 3.º da Lei de Introdução o princípio da obrigatoriedade da norma, pelo qual ninguém pode deixar de cumprir a lei alegando não conhecê-la.
 Este princípio é um dos pilares que fundamentam a publicação das leis em Diário Oficial e seu consequente vocatio legis.
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. Desta forma , a teoria da necessidade social, seguida no Brasil por Maria Helena Diniz entre outros doutrinadores, implica que para uma lei ser conhecida deve ser amplamente divulgada. Contudo, não se deve entender de que há uma presunção absoluta (iure et iure) de que as leis são conhecidas, como comenta Zeno Veloso, com razão e filiado à teoria da necessidade social:
LINDB(art. 3°)
 LINDB(art. 3°)
 “Não se deve concluir que o aludido art. 3.º da LICC está expressando uma presunção de que todos conhecem as leis. Quem acha isto está conferindo a pecha de inepto ou insensato ao legislador. E ele não é estúpido. Num País em que há um excesso legislativo, uma superprodução de leis, que a todos atormenta, assombra e confunde – sem contar o número enormíssimo de medidas provisórias –, presumir que todas as leis são conhecidas por todo mundo agrediria a realidade”.
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 LINDB(art. 4°)
 Integração da norma em caso de lacuna
 As lacunas das leis são áreas não legisladas ou omissas das normas legais e que devem ser preenchidas pelos operadores do direito, comando este extraído do art. 4° da LINDB e do art. 126 do Código de Processo Civil, pelo qual “O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito”.
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LINDB(art. 4°)
 Deste modo, as formas de integração são: analogia, costumes e princípios gerais de direito. 
*Analogia: é a aplicação de uma norma próxima ou de um conjunto de normas próximas, não havendo uma norma prevista para um determinado caso concreto. Dessa forma, sendo omissa uma norma jurídica para um dado caso concreto, deve o aplicador do direito procurar no próprio ordenamento jurídico, permitida a aplicação de uma norma além do seu campo inicial de atuação.
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 LINDB(art. 4°)
 Obs: No Direito penal e tributário somente é permitida a analogia ("in bonam partem'), ou seja, somente para beneficiar o réu.
 *Costumes: Desde os primórdios do direito, os costumes desfrutam de larga projeção jurídica. No passado havia certa escassez de leis escritas, realidade ainda hoje presente nos países baseados no sistema da Common Law, caso da Inglaterra. Em alguns ramos jurídicos, o costume assume papel vital, como ocorre no Direito Internacional Privado.
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 Os costumes podem ser conceituados como sendo as práticas e usos reiterados com conteúdo lícito e relevância jurídica. Isso porque em vários dos dispositivos da novel codificação é encontrada referência aos bons costumes.
 Segundo Rubens Limongi França: “é necessário que o costume esteja arraigado na consciência popular após a sua prática durante um tempo considerável, e, além disso, goze da reputação de imprescindível norma costumeira”.
LINDB(art. 4°)
LINDB(art. 4°)
Por fim, destaque-se que a jurisprudência consolidada pode constituir elemento integrador do costume (costume judiciário ou jurisprudencial). Como exemplo, podem ser citados os entendimentos constantes em súmulas dos Tribunais Superiores (STF, STJ,STE e TST).
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*Princípios gerais do direito:
- Nelson Nery Jr. e Rosa Nery: “Princípios gerais de direito. São regras de conduta que norteiam o juiz na interpretação da norma, do ato ou negócio jurídico. Os princípios gerais de direito não se encontram positivados no sistema normativo. São regras estáticas que carecem de concreção. Têm como função principal auxiliar o juiz no preenchimento das lacunas”.
 LINDB(art. 4°)
LINDB(art. 4°)
-Maria Helena Diniz: os princípios são “cânones que não foram ditados, explicitamente, pelo elaborador da norma, mas que estão contidos de forma imanente no ordenamento jurídico. Observa Jeanneau que os princípios não têm existência própria, estão ínsitos no sistema, mas é o juiz que, ao descobri-los, lhes dá força e vida. Esses princípios que servem de base para preencher lacunas não podem opor-se às disposições do ordenamento jurídico, pois devem fundar-se na natureza do sistema jurídico, que deve apresentar-se como um ‘organismo’ lógico, capaz de conter uma solução segura para o caso duvidoso”.
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- Vislumbradas tais definições, constata-se que confrontados com as normas jurídicas, os princípios são mais amplos, abstratos, muitas vezes com posição definida na Constituição Federal.
LINDB(art. 4°)
LINDB (art. 5º)
 Hermenêutica e interpretação jurídica
Art. 5º. Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
LINDB (art. 5º)
 Em relação ao fim social, a mesma autora afirma que: “pode se dizer que
não há norma jurídica que não deva sua origem a um fim, um propósito ou um motivo prático, que consistem em produzir, na realidade social, determinados efeitos que são desejados por serem valiosos, justos, convenientes, adequados à subsistência de uma sociedade, oportunos, etc”
LINDB (art. 5º)
No que tange ao bem comum, sua noção é bastante complexa e composta de inúmeros elementos ou fatores. De qualquer forma, são reconhecidos comumente como elementos do bem comum a liberdade, a paz, a justiça, a utilidade social, a solidariedade ou cooperação, não resultando o bem comum da simples justaposição destes elementos, mas de sua harmonização face à realidade sociológica.
 LINDB(art. 6°)
 Direito Intertemporal
 O art. 6.º da Lei de Introdução, além de trazer regra semelhante pela qual “a lei nova terá efeito imediato e geral respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada”, procura conceituar as categorias acima, da seguinte forma:
-Coisa julgada: é a decisão judicial prolatada, da qual não cabe mais recurso (art. 6.º, § 3.º, Lei de Introdução).
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 -Direito adquirido: é o direito material ou imaterial incorporado no patrimônio de uma pessoa natural, jurídica ou ente despersonalizado. Pela previsão do § 2.º do art. 6.º da Lei de Introdução, “consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ela, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha tempo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem”. Como exemplo pode ser citado um benefício previdenciário desfrutado por alguém.
LINDB(art. 6°)
LINDB(art. 6°)
-Ato jurídico perfeito: é a manifestação de vontade lícita, emanada por quem esteja em livre disposição, e aperfeiçoada. De acordo com o que consta do texto legal (art. 6.º, § 1.º, Lei de Introdução), o ato jurídico perfeito é aquele consumado de acordo com lei vigente ao tempo em que se efetuou. Exemplo: um contrato anterior já celebrado e que esteja gerando efeitos.
LINDB(art. 6°)
 A partir desses conceitos, pode-se afirmar que o direito adquirido é o mais amplo de todos, englobando os demais, uma vez que tanto no ato jurídico perfeito quanto na coisa julgada existiriam direitos dessa natureza, já consolidados. Em complemento, a coisa julgada também deve ser considerada um ato jurídico perfeito, sendo o conceito mais restrito.
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 Bibliografia
Carlos Roberto Gonçalves: Direito Civil Brasileiro vol.1
Elpídio Donizette: Curso Didático de Direito Civil
Flávio Tartuce: Manual de Direito Civil
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