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Biomol - exercícios para P2

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LISTA 4
6. O que são transposons. Exemplifique algum tipo de alteração gênica que eles podem causar? 
São porções do DNA que têm a propriedade de transposição. Podem mover-se de um ponto a outro e também “saltar” de um genoma de uma espécie para outra (exemplo: vírus para bactérias). Podem causar deleções, duplicações, infusões e fusões cromossômicas.
7. Descreva as condições necessárias para que duas bactérias conjuguem com sucesso. O que é uma célula Hfr (alta [High] frequência de recombinação)? Qual a diferença entre fator F e F'. 
	É necessário genes nos plasmídeos que confiram a capacidade de dirigir a transferência de uma célula para outra (plasmídeo conjugativo), de uma bactéria doadora para uma bactéria receptora. 
	A célula doadora produz uma fímbria sexual que estabelece um contato com a célula receptora. A retração da fímbria permite a aproximação das duas células e viabiliza a formação de um tubo de conjugação entre elas. Ocorre o início de clivagem e transferência da fita de DNA plasmidial em oriT. A fita clivada é desenrolada a partir da extremidade 5’ e passa pelo tubo de conjugação para a célula receptora e ao mesmo tempo que a fita complementar, aquela que fica na célula doadora, é sintetizada para substituí-la. A fita transferida serve de molde para a fita complementar a ela na célula receptora. No final do processo, uma cópia do plasmídeo fica na célula doadora enquanto que uma nova cópia do plasmídeo é gerada na célula receptora, que passa a ser chamada de transconjugante. 
	Uma célula Hfr é a integração de um fator F (plasmídeo conjugativo) ao cromossomo da bactéria, onde uma bactéria Hfr é capaz de ter seu cromossomo mobilizado ple aação dos genes (tra) plasmidiais. O fator F está presente no plasmídeo (transferência). Já F’ é o fator que apresenta a porção do gene para transferência.
8. Suponha que uma cepa Hfr de E. coli sensível à estreptomicina (StrS ), capaz de sintetizar os aminoácidos Leu e His, é misturada em meio de cultura com uma cepa F- que é resistente à estreptomicina e incapaz de sintetizar Leu e His. Após certo tempo, a conjugação é interrompida, colocando-se a mistura em um liquidificador e transferindo-se amostras da cultura para placas seletivas para testar se houve ou não conjugação. 
(a) Ocorre algum crescimento bacteriano quando as bactérias são transferidas para um meio contendo estreptomicina e na ausência de Leu e His? Explique este resultado. 
	- Sim, ocorre cresciemento bacteriano pois a cepa F- é resistente à estreptomicina e a cepa de F+ permanece enquanto o meterial genético de Hfr é transferido à cepa F-, conferindo a capacidade de sintetizar Leu e His, portanto só ocorrerá essas condições se a conjugação for completa. Somente uma população sobreviverá, enquanto que a população de cepa Hfr não sobreviverá e tampouco a F+ resistente à StrS, que não sintetiza Leu e His.
	- A conjugação ocorre da bactéria que é Hfr para a F-, logo a Hfr passará os genes que são capazes de sintetizar Leu e His para a cepa F- que é resistente à estreptomicina. No final, apenas F- sobrevive (agora é F+) pois a Hfr é sensível ao antibiótico e morre.
(b) Suponha que você repetiu o experimento com menor tempo de incubação antes de colocar a mistura no liquidificador. Explique porque agora as bactérias resistentes à estreptomicina crescem na ausência do Leu, mas necessitam de His.
	- A conjugação entre Hfr e F+ possivelmente foi interrompida e não foi transferido o gene que sintetiza His, por isso as bactérias necessitam de His.
	- Como houve menor tempo de incubação, não houve tempo o suficiente de passar todos os genes por conjugação, por isso que tal quadro é observado.
LISTA 5
1. Quando uma molécula de DNA de um organismo diferente entra em certas bactérias, o DNA estranho é frequentemente hidrolisado. Explique as bases enzimáticas deste fenômeno de restrição. Explique como o DNA estranho pode às vezes escapar desta hidrólise. Por que o DNA da própria bactéria não sofre hidrólise? 
2. Quais das seqüências abaixo são possíveis sítios de reconhecimento de uma enzima de restrição? Por que?
(a) 	5'-AGTC-3'	(b)	5'-ATCG-3'	(c)	5'-ACCT-3' 	(d)	5'-ACGT-3'
3'-TCAG-5'		3'-TAGC-5' 		3'-TGGA-5'		3'-TGCA-5' 
3. As enzimas de restrição Hind III e Hae III, que reconhecem e clivam respectivamente as seqüências de DNA:
 ↓ 			 ↓
(5') AAGCTT (3')		(5') GGCC (3')
(3') TTCGAA (5') 		(3') CCGG (5')
 ↑ 	 	 ↑
foram utilizadas separadamente para clivar a molécula do DNA dupla fita circular contendo a sequência abaixo:
.... AAGCTTTCAGCAGGCCTA .... 
.... TTCGAAAGTCGTCCGGAT .... 
Após a clivagem a solução foi aquecida para inativar a enzima de restrição e a solução foi esfriada lentamente após a adição ou não de NaOH 0,1M, para tornar a solução alcalina. Em que condições o DNA assim tratado apresentou-se circular quando observado ao microscópio eletrônico?
	A enzima de restrição Hae III não é capaz de formar um DNA recombinante circular porque ela cliva o DNA de forma reta formando uma extremidade cega, quebrando a ligação fosfodiester entre as bases. Para que ela consiga formar um DNA circular é necessário uma DNA ligase. Já a enzima de restrição Hind III é capaz de clivar o DNA de forma a possibilitar novas ligações de H (extremidades coesivas) desde que não seja em meio NaOH, que por sua vez, desprotona as bases e destroem as ligações de H.
4. Você deseja clonar um gene de levedura no fago lambda. Por que é conveniente clivar tanto o DNA de levedura quanto o DNA de lambda com a mesma enzima? Se as enzimas forem diferentes, que características devem ter as extremidades dos fragmentos para possibilitar a clonagem? 
5. Quais as enzimas são necessárias para clonagem de um fragmento de DNA em um vetor plasmidial? Como você poderia verificar se o fragmento de DNA foi corretamente inserido no plasmídeo após um experimento de clonagem? 
	Enzimas de restrição para clivar a região desejada e enzimas ligases de DNA para unir a região clivada ao vetor para clonagem. Pode-se constatar se o fragmento de DNA foi corretamente inserido no plasmídeo por seleção por antibióticos pois, se a bactéria tiver “englobado” o fragmento que garante resistência a um antibiótico, ela não morrerá na presença desse antibiótico. As que não o “englobaram” morrerão. Também é possível saber pelo uso de gel de agarose.
6. Como podemos construir uma biblioteca de genes a partir de DNA cromossomal purificado? 
7. Descreva o sequenciamento de DNA pelo método de interrupção controlada da replicação (método de Sanger). 
	1) Interrupção prematura da polimerização da cadeia de DNA por desoxirriboses-NTPs
	2) Adição de quantidades normais de desoxirribonucleotideos (dATP, dCTP, dGTP, dTTP), juntamente com pequenas quantidades de ddATP
	3) Adição de primer de oligonucleotídeo (fita simples) com excesso de dATP, dCTP, dGTP, dTTP
	4) Obetenção do molde DNA dupla fita desnaturada
	5) Hibridização do molde ao primer que pode estar radioativamente marcado com P32
	6) Extensão do primer dATP, dCTP, dGTP, dTTP
	7) Para a leitura da sequência utiliza-se gel de poliacrilamida
LISTA 6
1. Descreva a composição de subunidades da holoenzima e do cerne da RNA polimerase de E. coli, atribuindo funções às subunidades. Explique como uma mutação poderia dar origem a uma E. coli resistente ao antibiótico rifamicina 
	O cerne dessa enzima é composto pelas subunidades α, β e β’, formando o complexo α2ββ’. A holoenzima é a enzima completa, formada pela união do cerne da enzima com a subunidade σ, ou seja, α2ββ’σ.
	O cerne da enzima possui atividade de síntese de RNA a partir do DNA molde, mas somente a holoenzima inicia a síntese de RNA a partir do ponto correto do DNA. A subunidade α é responsável pela montagem do núcleo da enzima, reconhecimento do promotor, e liga-se a alguns ativadores. A subunidade β funciona como o centro catalítico do complexo. A subunidade β’ é responsável pela ligação da RNA polimerase ao DNA. E a subunidade
σ é responsável pela especificidade por promotor.
	A rifamicima atua na subunidade β, inibindo o passo de iniciação da transcrição. Se houver uma mutação que altere a conformação dessa subunidade, o antibioótico não conseguirá agir, ou seja, a E. coli será resistente a ele.
2. Quando uma cultura de E. coli em crescimento é submetida a um rápido aumento de temperatura, um novo e característico conjunto de genes é altamente expresso. Explique como ocorre esta alteração na expressão dos genes. 
	Quando a bactéria é submetida a aumento de temperatura, a conformação das chaperonas é alterada, deixando o fator σ32 livre. Esse fator também tem sua conformação secundária alterada (por exemplo quebra de ligações de H), de forma que fica linear e consegue interagir com genes que irão transcrever proteínas de choque térmico que protegem contra o aumento de temperatura. Assim, as chaperonas e o fator σ32 podem voltar à sua conformação inicial, enovelados. Isso é importante para que não haja desenovelamento e destruição da bactéria por morte celular.
3. As DNA polimerases necessitam de um iniciador, ao qual se liga um novo nucleotídeo para o crescimento da cadeia polinucleotídica. É’ necessário um iniciador para a ação da RNA polimerase? Que subunidades da RNA polimerase bacteriana são necessárias para a iniciação da transcrição a partir de um promotor? E para a terminação da transcrição? 
	Não, a ação da RNA polimerase não necessita de um iniciador (primer). Porém, é necessário que a subunidade σ reconheça a sequência de DNA que indica a partir de qual desoxirribonucleotídeo a síntese deverá ser iniciada. Ou seja, a subunidade σ é responsável pela especificidade pelos promotores (sequências de DNA) que sinalizam onde a síntese de RNA deve ser iniciada. 
Para a terminação, existem dois mecanismos. Pode ser formado um grampo de terminação, que desestabiliza o híbrido DNA:RNA. O outro é pela proteína P, que inativa as sequências que participam da terminação, desfazendo o contato entre RNA e fita molde (helicase). Nesses processos estão envolvidas as subunidades do cerne da enzima - α, β e β’.
4. Uma pequena cadeia de RNA sintetizado in vitro tem a seguinte seqüência: 
5'- AUGUACCGAAGUGGUUU - 3'
a) Coloque os grupos fosfato e um asterisco naqueles que serão radiativos quando a transcrição for feita na presença de [γ 32P]-ATP 
5'- P-P-P-A-P-U-P-G-P-U-P-A-P-C-P-C-P-G-P-A-P-A-P-G-P-U-P-G-P-G-P-U-P-U-P-U-OH - 3'
b) Faça o mesmo para [α 32P]-UTP
5'- P-P-P-A-P-U-P-G-P-U-P-A-P-C-P-C-P-G-P-A-P-A-P-G-P-U-P-G-P-G-P-U-P-U-P-U-OH - 3'
5. A seqüência de um segmento de uma molécula de DNA dupla fita é: 
(a) 5'-ATCGCTTGTACGGA-3' 
(b) 3'-TAGCGAACATGCCT-5' 
Quando este segmento serve de molde para a RNA polimerase de E. coli ele dá origem a um segmento de RNA com a seguinte seqüência: (c) 5'-UCCGUACAAGCGAU-3'. Indique: 
a) a fita codificadora; (b)
b) a fita senso; (b)
c) a fita molde; (a) 
d) a fita anti-senso. (a) 
6. Descreva como os mRNAs, rRNAs e tRNAs são modificados nas bactérias? Indique as modificações que podem ocorrer. 
LISTA 7
1. Defina expressão gênica constitutiva. Compare expressão gênica induzida com repressão gênica. Use o esquema proposto por Jacob e Monod para o operon da lactose e defina os termos operon, gene estrutural, gene regulador, operador, promotor, indutor, repressor e corepressor. 
2. Numa cultura de E.coli em um meio contendo tanto lactose quanto glicose, qual dos açúcares é metabolizado preferencialmente? Qual é o mecanismo que permite esta seletividade? O que acontece quando a glicose se esgota durante o crescimento da bactéria? 
	A glicose é metabolizada preferencialmente. Na presença de glicose, ocorre a diminuição da transcrição de operons que codificam para enzimas envolvidas na degradação de outros açúcares, como a lactose. Mesmo que esta esteja presente no meio, através do mecanismo de repreensão pelo catabólito.
	Esse efeito é mediado pelo cAMP e pela proteína CRP (receptora de cAMP). Essa é uma indutora que se liga na região promotora e à RNA polimerase, estimulando a transcrição dos genes do operon lac (regulador positivo).
	À medida que a glicose se esgota, ocorre o aumento dos níveis intracelulares de cAMP e a subsequente ligação de CRP à região ativa no promotor. A presença de lactose no meio desloca o repreensor e, então, ocorre a transcrição dos genes do operon lac.
3. Para o cultivo de E.coli utilizaram-se meios contendo além dos sais necessários, os componentes: 
a) lactose		b) lactose + glicose
c) glicose	 	d) glicose + cAMP
e) lactose + glicose + cAMP 
Analise a produção de β-galactosidase em cada caso, justificando a sua resposta. 
	a) A β-galactosidase catalisa a hidrólise de lactose para formar glicose e galactose na E. coli. Na presença de lactose, essa enzima é sintetizada pois a lactose modifica a afinidade do promotor, facilitando a ligação dele com a RNA polimerase e não com o DNA, possibilitando a síntese da β-galactosidase. Essa condição é a de maior produção de β-galactosidase.
	b) Na presença de glicose e lactose, a E. coli vai usar a glicose preferencialmente como fonte de energia. Somente quando acabar a glicose, a β-galactosidase será produzida para hidrolizar a lactose, portanto haverá menor produção de β-galactosidase do que na condição do item a).
	c) Na presença de glicose, a E. coli vai usá-la preferencialmente como fonte de energia. Como não há lactose, esta não irá se complexar ao repressor, o qual não se ligará à RNA polimerase, portanto não haverá produção de β-galactosidase. Essa é a condição de menor produção da β-galactosidase.
	d) Na presença de glicose, a enzima adenilciclase é inibida, diminuindo a produção de cAMP. Este seria um ativador da produção de β-galactosidase ao se ligar com a proteína CAP e facilitar a ligação do promotor com RNA polimerase. Porém, na prensença de glicose, a E. coli a utiliza como fonte de energia e não a lactose para modificar a afinidade do promotor com a RNA polimerase e possibilitar a síntese da β-galactosidase. Nessa condição há a menor produção da β-galactosidase, sendo maior apenas do que na condição do item c), devido à presença de cAMP.
	e) A presença de lactose facilita a ligação do promotor com a RNA polimerase pois se complexa com o repressor, aumentando a afinidade do promotor pela RNA polimerase e produzindo a β-galactosidase. Além disso, a presença do cAMP como ativador da produção de β-galactosidase aumenta a produção dessa enzima. Porém, a presença de glicose inibe a produção de cAMP e faz com que a E. coli a utilize como fonte de energia. Assim, essa é a condição de maior produção de β-galactosidase, sendo menor apenas do que na condição descrita no item a).
4. Qual o efeito da deleção do gene regulador lac I do operon lac? Haveria outro tipo de mutação resultando no mesmo efeito? 
	O gene lac I codifica um repressor que, na ausência de lactose, liga-se ao operador e bloqueia a transcrição dos três genes estruturais (lac Z, β-galactosidase; lac Y, permease; lac A, transacetilase). Se houver deleção do lac I, o repressor não será codificado, não haverá ligação com o operador e a transcrição dos três genes não será bloqueada. Se houvesse uma mutação no operador, que o impedisse de se ligar ao repressor, também não seria possível bloquear a trasncrição dos três genes estruturais.
5. Um mutante incapaz de crescer tanto em galactose quanto em arabinose, além de diversas outras fontes de carbono, foi isolado de uma cultura de E. coli do tipo selvagem. Que tipo de mutação pode ter produzido estes resultados? 
6. Algumas mutações constitutivas no operon da lactose ocorrem no operador (O) ao invés do gene regulador (I). Analisando uma bactéria diplóde parcial para o operon Lac responda as questões abaixo: 
(a) Você esperaria que um mutante O- fosse dominante ou recessivo em relação ao alelo selvagem O+ 
(b) A mutação constitutiva no sítio operador atua em cis ou trans? 
(c) Proponha um experimento envolvendo os genes I+,O-, O+ e Z+ que confirme
a sua resposta no ítem (b). Assuma que é possível diferenciar a quantidade de enzima produzida no diploide (++) daquela produzida no haploide (+). 
(d) Mostre de forma análoga se a mutação constitutiva no gene regulador (I-) atua em trans ou em cis. 
7. Por que o triptofano é chamado de co-repressor na regulação do operon das enzimas biossintéticas deste aminoácido? Qual o efeito provável da deleção do gene regulador trp R? 
	Porque o triptofano liga-se ao repressor formando um complexo [triptofano+repressor] que só se liga à região operadora quando estão em associação.
	A provável consequência da deleção do gene regulador trp R é a ausência da regulação na síntese do triptofano, que será sintetizado continuamente, já que não terá a proteína repressora trp R para ligar-se e então inibir a expressão do operon do triptofano.
8. Demonstrou-se que o operon para a biossíntese do aminoácido fenilalanina de uma bactéria é regulado por um mecanismo de atenuação. O que pode ser afirmado sobre a seqüência de aminoácidos do peptídeo líder para este operon? Explique.
LISTA 8
1. Dada a semelhança entre valina e isoleucina e a maior concentração de Val em relação à Ile (5:1) em E. coli, os cálculos indicam que a isoleucil-tRNA sintetase deveria incorporar às proteínas, erroneamente, valina em lugar de isoleucina a cada 40 reações. Entretanto, o erro acontece apenas 1 vez em cada 3000 reações. Porque esta diferença?
	Os erros durante a síntese de proteínas são minimizados através da ligação do aminoácido à sua enzima correspondente - as aminoacil-tRNA-sintetases (aaRSs). Também existe um mecanismo de correção de erro quando algum aminoácido similar é ligado. As aaRSs possuem especificidade variável, sendo que algumas ativam somente um tipo de aminoácido. 
Há também na molécula do tRNA três áreas que podem interagir com a aaRSs: a haste aceptora (local da ligação com o aminoácido), haste D e a haste do anticódon, sendo que a liberação do aminoácido ao tRNA não carregado, feita pelas aaRSs, é um mecanismo de correção de erro essencial aos organismos.
A molécula da Ile possui um metil a mais do que a Val, sendo que provavelmente haverá um impedimento estérico na ligação com o sítio da Ile. Essa diferença na conformação dos dois aminoácidos também minimiza a ocorrência de erros.
2. Em um experimento verificou-se que Cys-tRNACys pode ser convertido a Ala-tRNACys e usado num sistema in vitro de síntese de proteínas.
(a) Se o Ala-tRNACys for marcado com 14C no aminoácido, a alanina marcada seria incorporada na proteína sintetizada no lugar de outros resíduos de Ala? Explique.
	Não, pois a aminoacil-tRNA-sintetase somente iria liberar o aminoácido cisteína para tRNACys, pois o mecanismo de correção de erro das aaRSs não permite que a alanina se ligue, somente a cisteína.
(b) O que o experimento indica sobre a importância da precisão da reação da aminoacil-tRNA sintetase em relação ao processo global da síntese protéica?
	O experimento indica a especificidade das aaRSs, sendo que esse mecanismo de correção de erros feito pelas aaRSs foi fundamental para o desenvolvimento dos organismos.
3. Assumindo que cada nucleosídeo na coluna da esquerda está na primeira posição de um anticódon, com qual(is) nucleotídeo(s) na coluna da direita ele vai parear durante uma interação códon-anticódon, se cada um dos nucleotídeos da direita estiver na terceira posição (3') de um códon?
anticódon 		códon
(a) Adenosina-P 	(1) Adenosina-P
(b) Citidina-P 	(2) Citidina-P
(c) Guanosina-P 	(3) Guanosina-P
(d) Inosina-P 		(4) Uridina-P
	(a)=(4) / (b)=(3) / (c)=(2) / (d)=(1)
4. De acordo com o princípio de oscilação no pareamento de bases ("wobble"), qual o número mínimo de tRNAs necessário para decodificar os seis códons de leucina - UUA, UUG, CUU, CUC, CUA e CUG ? Explique.
	Serão necessários 4 tRNA para decodificar os 6 códons de Leu. Pois o pareamento da terceira base do códon com o anticódon é menos rígido, chamado pareamento oxilante. Esse pareamento mantém a distância usual entre as riboses. Então, os pareamentos possíveis são:
	
5. Num sistema de síntese de proteínas in vitro, que permita o início e término da síntese em qualquer seqüência de RNA, que peptídeo seria produzido pelo poli-ribonucleotídeo 5'-UUUGUUUUUGUU-3'? Indique qual o aminoácido N-terminal e o C-terminal do polipeptídeo obtido.
	
6. O códon AUG funciona tanto para iniciar uma cadeia polipeptídica quanto para dirigir a incorporação de uma metionina em posições internas de uma proteína. Quais os mecanismos de seleção do códon AUG para a iniciação da tradução em bactérias?
	Na síntese de proteínas em bactérias, além do códon iniciador AUG, podem ser utilizados os códons GUG ou UUG. Existem dois tRNA que podem carregar a metionina. O tRNA iniciador (tRNAi) está ligado a uma metionina contendo seu radical amino formilado, gerando a molécula de N-formil-metionil-tRNA (tRNAfmet). Esse tRNA é utiliado apenas como iniciador, reconhecendo os códons AUG, GUG e UUG. A outra molécula de tRNA carregando uma metionina (tRNAmet) reconhece os códons AUG internos, nunca participando do complexo de início da tradução. Por isso, a leitura dos códons AUG e GUG depende da sua localização no mRNA. Quando AUG está no início, é lido como uma formil-metionina; quando está inserido na região codificadora, é lido como uma metionina. O mesmo acontece para o códon GUG, que na região interna na região codificadora corresponde a uma valina.
7. Para cada uma das etapas da tradução, descritas abaixo, dê o nucleotídeo trifosfato envolvido como cofator e o número de ligações fosfato de alta energia utilizadas.
a) Ativação do aminoácido
b) Formação do complexo de iniciação 70S (bactérias)
c) Entrada do aminoacil-tRNA no ribossomo
d) Formação da ligação peptídica
e) Translocação
f) Terminação
8. Considere a seguinte seqüência de um fragmento de DNA isolado de bactéria:
5' CTGATAAGGGATTTAAATTATGTGTCAATCACGAATGCTAATCGCTTAACACTTC 3'
a) Assumindo que esta seqüência corresponde à seqüência da fita codificadora, qual seria a seqüência de aminoácidos do polipeptídeo produzido quando um mRNA transcrito deste gene for traduzido? Que características na seqüência do mRNA determinam qual é o códon iniciador? Considere a primeira base como o início da transcrição.
RELATÓRIO
Objetivo
Mensurar a atividade da β-galactosidase na presença de IPTG, indutor que, ao se ligar à proteína repressora, causa uma mudança conformacional que impede a ligação dela ao operador, ou seja, impede a inibição e permite a produção da enzima β-galactosidase. Portanto, é na presença do indutor IPTG que se verifica a maior atividade dessa enzima.
Resultados obtidos
Atividade da β-galactosidase = 1000*DO420nm / tempo(min)*volume(mL)*DO600nm
DO420nm = obtida
DO600nm = dado
Indutor + (0μL) → 1000*0 / 10*0*1,38 = 0 unidades
Indutor + (50μL) → 1000*0,210 / 10*0,05*1,38 = 304,35 unidades
Indutor + (100μL) → 1000*0,451 / 10*0,1*1,38 = 326,81 unidades
Indutor - (0μL) → 1000*0 / 10*0*1,56 = 0 unidades
Indutor - (50μL) → 1000*0 / 10*0,05*1,56 = 0 unidades
Indutor - (100μL) → 1000*0,023 / 10*0,1*1,56 = 14,74 unidades
Questões
1. O que você pode concluir sobre o genótipo da cepa analisada? Explique com chegou a esta conclusão usando o modelo de Jacob e Monod para o operon Lac.
	O genótipo da cepa analisada é I+O+Z+. Sem o indutor, a proteína codificada pelo gene do inibidor (repressora) conseguia inibir o operador, ou seja, I+, então as enzimas não eram produzidas e não era verificada atividade da β-galactosidase, o que mostra que não há mutação no operador, ou seja, O+. Com o indutor, houve uma mudança conformacional na proteína codificada pelo gene do inibidor, a qual não conseguiu inibir o operador, então as enzimas foram produzidas e verficou-se maior atividade da β-galactosidase, ou seja, Z+.
2. Uma cepa cujo genótipo é I-O+Z+ apresenta o mesmo comportamento que uma cepa com genótipo I+O-Z+? Qual é esse comportamento? Proponha um experimento genético para distinguir
entre estas duas cepas. Lembre-se que o repressor atua em trans e o operador atua só em cis.
	A cepa I-Z+O+ tem mutação na proteína repressora, a qual não inibe o operador e a β-galactosidase é codificada, resultando num produto amarelo. A cepa I+O-Z+ não tem mutação nessa proteína, mas tem no operador, então a inibição também não é realizada e ainda há produção de β-galactosidase, resultando também num produto amarelo. Ou seja, há atividade de β-galactosidase em ambos os casos.
	Se for introduzido um plasmídeo na cepa I-O+Z+ que permita a codificação de uma proteína repressora viável, haverá inibição do operador e não haverá codificação da β-galactosidase, resultando num produto incolor. O mesmo procedimento na cepa I+O-Z+ não altera a cor do produto, pois a proteína em questão já era viável antes - o problema está no operador que possui mutação e não é inibido por aquela proteína, resultando num produto ainda amarelo.

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