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STUDIUM e REGNUM - Cultura, ensino e sociedade no Ocidente nos séculos XII e XIII

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE FILOSOFIA
DISCIPLINA: HISTÓRIA DA FILOSOFIA MEDIEVAL II
PROFESSOR: EDSON ADRIANO MOREIRA
ALUNO: WILLIAM GUSTAVO DA SILVA MACEDO
SEMINÁRIO III
STUDIUM E REGNUM. Universidade e poder no século XIII (pp. 243 – 257)
 
Jacques Verger em sua obra “Cultura, ensino e sociedade no Ocidente nos séculos XII e XIII”, especificamente no décimo capítulo desta, intitulado: Studium e Regnum – Universidade e poder no século XIII, apresenta, dentro do contexto de criação das universidades, que há inicialmente a divisão dos poderes atuais da cristandade daquela época em três virtudes, isto é, três grandes instituições de força e poder na era da Idade Medieval. Dessa forma, o poder político, ou seja, o poder dos príncipes, reis e imperadores, fora conhecido como regnum; bem como esta havia uma segunda forma de poder, o poder eclesiástico, o poder do papado, do clero e da Igreja, que ficou conhecido como sacerdotium; e, por fim, surge um terceiro poder, o studium, o poder do estudo, do saber, que foram espécies de centros de estudos, os quais foram implantados por Carlos Magno, com sede na Universidade de Paris e que posteriormente pôde ser difundido e multiplicado para outras regiões da Europa.
Em sua gênese, temos como objetivo a divisão do poder feudal em três grandes instituições e suas relações de poder no século XIII, entre estes: regnum, sacerdotium, e o studium; e partir de tais como surgem as primeiras Universidades. Assim, cada um destes expõe sua função dentro do contexto histórico medieval que visa apresentar a postura da universidade diante dos poderes presentes. Assim, o capítulo décimo do livro de Jacques Verger aponta como características fundamentais a posição dos poderes vigentes em frente à terceira forma de poder, isto é, o studium.
	Inicialmente, o autor nos apresenta o capítulo dividido em três tópicos principais. No primeiro, apresenta-se uma exposição sobre a Universidade entre a Igreja e o Estado, no qual temos uma posição do autor referente ao papel da Igreja e do Estado frente a criação e desenvolvimento das Universidades. Neste mesmo capítulo também se encontra a posição do autor tendo em vistas a posição do imperador Frederico II e a fundação da Universidade de Nápoles em 1224, bem como as Universidades nas Sietes Partidas de Afonso X, o Sábio.
	Nessa perspectiva, a posição da universidade entre a Igreja o Estado apresenta, desde os capítulos anteriores, uma grande visibilidade no que compete ao apoio por mestres e estudantes a criação das universidades. Nota-se que estes tomam consciências favoráveis e expõem suas posições favoráveis ao nascimento das universidades. Dessa forma, com o apoio da cristandade os estudantes passam a possuir garantias por meio dos poderes institucionais garantidos pelas instituições. Porém, tais privilégios, não foram dados de modo de modo totalmente bondoso e generoso. Havia no fundo de tais privilégios um interesse, uma visão em que se obtiveriam, posteriormente, bons investimentos e fins lucrativos com tais ações. A favor da Igreja havia a formação de pessoas dotadas de boas argumentações e técnicas favoráveis a doutrinação e controle da heresia. Bem como para o reino, a formação de secretários e juristas bem instruídos para o poder monárquico.
	Desse modo é possível observar que no que condiz a posição da Igreja esta visava com gerar fortunas, bem como formar bons pregadores instruídos. Assim, o papel da Igreja é bastante considerável, é tanto que na França é possível observar que grande parte do papado gozava de favores especiais, do mesmo modo podia ser notificado em Bolonha, porém de modo mais moderado. No que compete a relação de poder do reino com as universidades, o autor nos apresenta duas importantes visões, isto é, a situação de Nápoles e das Universidades ibéricas.
	Para a compreensão da Universidade de Nápoles podemos, inicialmente, notificar que esta surgiu em 05 de junho de 1224 segundo uma carta circular remetida por Frederico II, o qual decidiu instituir um Studium generale em Nápoles com fins em fins destinados a formação de funcionários públicos, zelosos e dóceis. E importante notificar que nesse modelo de universidade os membros do reino não necessitariam se deslocar de seus locais habituais, nem de seus familiares e teriam mestres bem capacitados ao ensino para os fortalecerem, porém de modo obrigatório, pois, não poderiam seus súditos deixar seu reino e irem para outras universidades ou era isso ou nada. 
	Desse modo, Frederico II proíbe qualquer contato com as Universidades de Bolonha, visto que estas eram suas principais rivais, no entanto o imperado afirmar acolher outros estudantes, até que determinar um banimento imperial. Nesse aspecto, há quatro tentativas de instauração da proposta fredericana de um studium generale em Nápoles, no entanto todas não bem sucedidas.
	Pode-se, portanto, compreender que o tipo de Universidade imposto por Frederico II em Nápoles era diferente dos até então apresentado pelo autor em sua obra. Em Nápoles, especificamente, temos um modelo de formação que visa uma concepção de Estado, de bem comum. Sendo assim, o fracasso proferido pelo autor não remete a formação de profissionais juristas, mas a ausência de tradições culturais daquele grupo como ocorria em outras universidades.
	No que compete as Universidades nas Sietes Partidas de Afonso X é importante dizer que estas são uma vasta compilação jurídica voltada para o ensino superior na Idade Média criada por Afonso X, o sábio, entre 1256 e 1265. A primeira Partida trata do poder da Igreja, do papado e do clero; o segundo é voltado para o rei, para a nobreza e o povo e os outros cinco são direcionados ao direito privado e a justiça penal.
	As partidas apresenta uma divisão do studium de dois modos: studium generale e o studium particulares. O primeiro compreende o contexto de um grande conjunto de escolas numa grande cidade instruído pelos poderes do regnum e do sacerdotium; o segundo se refere a compreensão de simples escolas. Assim, há um forte apoio destes poderes para corroborar com o ensino na época, visando ajudas mutuas. 
	Quanto ao modele de universidade de Nápoles imposto pelo imperador Frederico II o autor, por meio das Siete Partidas apresenta que tal modelo foge do conceito de universidade proposto, por mais que se formassem juristas e secretários bem instruídos, nesse modelo há diferenças do modelo de Universidades como a de Bolonha e de Paris, com a presença de um reitor estudantes e de uma autonomia mais abrangente gerida pelos próprios estudantes, que não favoreceu ao progresso de tal modelo.
	Por fim, com o crescimento e desenvolvimento das universidades os poderes que se fixavam a este terceiro poder e tiraram seus proveitos, e assim, entre o studium e o regnum as universidades se difundiram em toda Europa, tendo, pois, a Universidade de Salamanca se transformado numa das mais fortes no final de Idade Média.
Referências
VERGER, J. Cultura, ensino e sociedade no Ocidente nos séculos XII e XIII. Bauru: EDUSC, 2001.
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