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Os franceses da teoria da regulação Livro: acumulação e crise do capital Teoria da regulação está relacionada à forma da organização capitalista. Ideia: o sistema capitalista constitui diferentes regimes de acumulação. Conceito regulacionista trabalha com contradições nos regimes de acumulação. Quando há crescimento econômico há possibilidade para a constituição em regimes de acumulação.Em momentos de crise, há o rompimento do regime de acumulação. Passado esse momento o capitalismo volta à lógica de crescimento e surge um novo regime. As relações contraditórias se “encaixam”, mesmo que de maneira não plena, isso forma o regime de acumulação. Ideia de equilíbrio das relações contraditórias. Crítica do equilíbrio geral neoclássico e à rigidez de preços e salários (crítica da própria existência de rigidez) Os regulacionistas buscam quais são as forças que causam maior ou menor reação na relação de equilíbrio. “equilíbrio a partir de forças contraditórias, mas equilíbrio” Sawaya. Não há axiomas ou pressupostos. Apenas uma teoria sobre a lógica de movimento. Mantem-se a analise a partir de um conjunto de relações (Marx). Tudo é resultado de um conjunto de relações. Como a sociedade se organiza para sua reprodução social. Não existe idealismo. Busca ser histórico-materialista. Começa com o método dialético. Que considera a constante mutação da sociedade e tem como resultado um sistema regulacionista mutável. O objetivo do estudo é determinar as forças que formam o sistema e que o alteram. A crise é a manifestação da ruptura na forma de regulação social e econômica do sistema. O que constitui um regime de acumulação? A moeda é o centro da regulação, é a instituição básica. Regime monetário: Lógica que orienta a gestão de pagamentos e crédito. Regime do circuito de pagamentos no capitalismo. Os envolvidos são os participantes do sistema monetário como um todo, os bancos. A moeda portanto organiza o sistema. É como o sistema funciona. Regime da concorrência e regime do monopólio: Como se dá a forma de concorrência. Regime salarial: Regula as relações de trabalho Analisa a concentração de renda Questão central do regime de acumulação Dada a variabilidade na logica de acumulação capitalista, como se dá a viabilidade da regulação. Relação do Estado com a economia: O Estado garante a viabilidade do regime geral de acumulação em momentos de perturbação. O Estado organiza o regime monetário a partir do Banco Central. Organiza o regime de concorrência a partir de leis de concorrência e agências fiscalizadoras. Organiza o regime salarial a partir de leis de salário mínimo e benefícios, além de taxação progressiva e políticas de distribuição de renda. Portanto o Estado organiza tudo. A violência da moeda A moeda é o representante geral da riqueza Qual o papel que a moeda exerce? A moeda está no centro da organização da disputa pela riqueza. Moeda concentra o desejo das pessoas sobre a riqueza. Intermedia as relações da disputa entre mercadorias e a riqueza. Determina as características do capitalismo Moeda significa direitos sobre a riqueza, diretos sobre o alheio (ao que pertence aos outros). Portanto a moeda racionaliza as relações contratuais. A moeda como relação social: Instância normalizadora das relações sociais. Forma “obscura” de riqueza. Obceca os indivíduos. Promessa de autonomia para o possuidor. Torna as pessoas iguais Preço, quantidade de moeda, criado pela homogeneização que a própria moeda cria. “Preço é o nome monetário das mercadorias” Marx. Portanto a ideia de moeda neutra é sem sentido. Moeda estipula a relação entre os trabalhos privados. Isso critica a ideia neoclássica a qual os indivíduos estipulam os preços de acordo com suas preferências. O preço é, de fato, formado pela quantidade de valor trabalho existente na mercadoria. O preço em si, não é resultado de oferta e demanda, e sim do valor de troca que o produtor atribui à ele. O consumo é decorrente de uma relação mimética. Ao contrário da ideia de que o consumo seja uma satisfação de necessidades. Circuito financeiro: Rede de compromissos recíprocos entre os indivíduos. O sistema financeiro organiza esses compromissos. As teorias tem dificuldade de compreender que a moeda é o centro do sistema e das relações. A moeda ocupa, cada vez mais o centro das relações: M-D-M D-M-D’ D-D’ Neoclássicos foram incapazes de perceber o desejo que a moeda traz para o indivíduo. A moeda normaliza os desejos. Todos querem apenas mais moeda. Todos querem poder sobre as coisas. A moeda dá poder. Não se compreende a moeda se ela for considerada como algo externo às relações. A relação de troca é um processo de socialização que pressupõe o valor. Essa relação é sempre violenta e ninguém fica realmente satisfeito. A troca é algo assimétrico. Uma rivalidade antagônica que só é superada pelo terceiro elemento: a moeda. A moeda é então “fetichisada” e se torna o representante geral da riqueza. A rivalidade mimética considera o individuo como sujeito de sociabilidade. Ser é ter. O sujeito está submetido ao desejo mimético, ele se depara com um adversário insuperável, o meio que supera o adversário é a moeda. Formas de valor Na relação de escambo, onde existem dois valores de uso, não há base quantitativa para se estabelecer a relação. É a forma mais violenta. Na forma desdobrada não há acordo comum. Forma de violência fundadora. A moeda é o objeto escolhido para ser o representante legal, soberana e fiduciária que regula as relações de propriedade sobre uma mercadoria eleita. A moeda é a forma da unidade contra o caos. A moeda é um direito sobre a riqueza na forma de um número. Funções da moeda Unidade de conta: poder normalizador, linguagem de contas das mercadorias. Cada sujeito define seu valor social pelo preço do seu trabalho. Moeda de circulação (meio de transação): garante o pagamento em relação a outro bem. Reserva de valor: Moeda como soberana ideal Riqueza imaginária Exprime desejos em forma de valor Imprime ordens nas relações da distribuição da riqueza. Apropriação aparente como riqueza em si. É dominada pelos bancos O desejo de se obter reserva rompe o processo de circulação de mercadorias.
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