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�PAGE � SUMÁRIO 31. INTRODUÇÃO � 42. TRAJETÓRIA LEGAL DO EMPREGADO DOMÉSTICO � 63. CONTRATO DE TRABALHO � 4. CLINICA DE REPOUSO......................................................................................7 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................9 REFERENCIAS..........................................................................................................10 �� INTRODUÇÃO Este trabalho tem a intenção de relacionar os temas “contrato de trabalho e legalização de empresa” a fim de apresentar de forma sucinta, a trajetória legal do trabalhador doméstico e os processos formais para abertura de uma clínica de repouso. A palavra “doméstica” vem do latim e significa domus (casa). Há tempos remotos, era comum os senhores feudais transferirem algumas escravas das lavouras, para os trabalhos domésticos em suas residências. Denominadas “mucamas”, as mesmas tinham a função de cozinhar, limpar a casa, cuidar das crianças dos senhores das terras e, em alguns casos, amamentar os filhos de tais senhores, ou seja, tornavam-se mães de leite. Com a revolução industrial e, posteriormente, com a proibição do trabalho escravo no território brasileiro, a única forma de inserção imediata no mercado de trabalho para os ex-escravos foi à procura de trabalho nas casas das pessoas, oferecendo os mesmos serviços já prestados anteriormente. Com isso, o trabalho doméstico estabelece uma analogia aos escravos. Na pesquisa realizada por Melo (2002) junto a Associação das Empregadas Domésticas do Rio de Janeiro, ele identifica na fala de uma das empregadas domésticas que “a necessidade maior era a de diminuir o que denominavam de ranço da senzala, que vinculava a doméstica à mucama, a escrava que serve”. Gradativamente, o trabalho doméstico vem conquistando mudanças significativas na sociedade e transformando ideologias e pensamentos pré-estabelecidos. Atualmente, o Ministério do Trabalho e Emprego (2013) define o trabalhador doméstico como [...] aquele maior de 18 anos que presta serviços de natureza contínua (frequente, constante) e de finalidade não-lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas. Assim, o traço diferenciador do emprego doméstico é o caráter não-econômico da atividade exercida no âmbito residencial do empregador. Nesses termos, integram a categoria os seguintes trabalhadores: empregado, cozinheiro, governanta, babá, lavadeira, faxineiro, vigia, motorista particular, jardineiro, acompanhante de idosos, dentre outras. O caseiro também é considerado trabalhador doméstico, quando o sítio ou local onde exerce a sua atividade não possui finalidade lucrativa. trajetória legal do empregado doméstico Por algum tempo a profissão de empregado doméstico esteve prejudicado na relação trabalhista, pois não tinha uma legislação própria e assim, aplicava-se a ela o que se referia aos trabalhadores previstos no Código Civil de 1916. Após a entrada em vigor de decretos, que foram transformados em lei, o empregado doméstico passou a ser equiparado ao trabalhador urbano, mas com a Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, o mesmo passou a ficar excluído da legislação, ficando então desprovido de proteção. É a partir de 1941, que a profissão de empregado doméstico começa a conquistar suas próprias legislações. Primeiramente com a vigência do Decreto-Lei n° 3.078 e, posteriormente a Lei n° 5.859, de 11 de dezembro de 1972, a chamada “lei da doméstica”, regulamentada pelo Decreto nº 71.885, de 9 de março de 1973, na qual foi reconhecida e regulamentada, estendendo parte da legislação a estes trabalhadores. Entre os principais direitos alcançados estão: Férias de 20 dias úteis a cada ano completo de serviços prestados; Acesso aos benefícios e aos serviços da Lei Orgânica da Previdência Social na qualidade de segurados obrigatórios (para os quais o empregador deveria pagar 8 % em relação ao salário mínimo e outros 8 % deveriam ser pagos pelo próprio trabalhador); Multas pelo não cumprimento desse pagamento, variando entre 10 e 50 % sobre o valor devido. Por sua vez, a Constituição Federal de 1988, concedeu uma extensão dos direitos e garantias aos empregados em geral, sobretudo, aos empregados domésticos. Com base no art. 7° da Constituição Federal de 1988, os empregados passam a ter direito a: Salário mínimo; Irredutibilidade do salário; Décimo terceiro salário; Repouso semanal remunerado; Férias anuais remuneradas; Licença à gestante; Licença paternidade; Aviso – prévio de despedida; Aposentadoria. No que se refere à lei da doméstica 5859/72, ocorreram algumas atualizações que vieram a acrescentar aos direitos já conquistados. Em 23 de março de 2001 através da Lei 10.208 é implementado o seguro-desemprego para o empregado dispensado sem justa causa, que receberá o valor referente a um salário mínimo, no período de 3 (três) meses, de forma continua ou alternada e, em 19 de julho de 2006 através da Lei 11.324 é vedado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado doméstico por fornecimentos de alimentação, vestuário higiene ou moradia. Recentemente, o Deputado Federal Carlos Gomes Bezerra apresentou ao Senado Federal um Projeto Legislativo que visava alterar a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e demais trabalhadores urbanos e rurais. Com a aprovação em segundo turno, por unanimidade, a Proposta de Emenda à Constituição, nº 66 de 2012, popularmente conhecida como PEC das Domésticas, novos direitos são assegurados à categoria dos empregados domésticos. Antes da PEC das Domésticas ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a mesma passa por modificações, resultando assim, na Emenda Constitucional n° 72, promulgada em 02 de abril de 2013 em solenidade realizada pela Mesa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Desse modo, os direitos dessa categoria são mostrados na tabela abaixo: Tabela n° 01 – Direitos legais dos empregados domésticos Salário mínimo e 13° salário Jornada de trabalho e descanso FGTS Férias remuneradas Hora extra Seguro desemprego Contribuição para o INSS Creche e pré-escola (para filhos de até 5 anos Demissão sem justa causa Licença maternidade/paternidade remunerada Seguro contra acidente do trabalho Salário-família pago ao dependente Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (2013). Vale salientar que, alguns dos novos direitos terão aplicação imediata como à jornada de trabalho de 44 horas semanais e o pagamento de hora extra, outros necessitarão de regulamentação e instruções dos órgãos competentes, tais como: proteção contra demissão arbitrária e sem justa causa, salário-família, auxílio-creche, seguro contra acidente de trabalho, recolhimento obrigatório do FGTS, seguro-desemprego e adicional noturno. CONTRATO DE TRABALHO O Contrato de Trabalho é um acordo, podendo ser instituído de forma verbal ou escrito, com a finalidade de firmar uma relação empregatícia entre o empregador e o empregado contendo prazo determinado ou indeterminado e cláusulas claras capazes de informar os direitos, os deveres e as obrigações de ambos os lados. Perante as bases legais, o contrato de trabalho formal deve ser escrito e registrado em Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS. Ainda, o mesmo deve respeitar algumas regras como: São proibidos de trabalhar menores de 14 anos; Contratados como aprendiz entre 14 e 16 anos; Menores de 18 anos não podem realizar trabalhos noturnos ou arriscados. Vale salientar que, o contrato de trabalho dos empregados domésticos em nada difere dos outros empregados. Sublinhamos ainda, que estamos considerando o novo contrato de trabalho incluindo os benefícios e a nova carga horária como mostra o modelo abaixo:Fonte: Vital Caló Filho (2013) clinica de repouso Diante dos novos direitos conquistados, os empregados domésticos ainda encontram desafios a serem superados. Um deles é a rescisão do Contrato de Trabalho. Com a PEC sancionada, esperava-se que o empregado doméstico que atuava na informalidade tivesse sua situação regularizada. No entanto, nos primeiros meses, começa a surgir um aumento significativo em demissões e, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) a estimativa é que cada vez mais cresça essa porcentagem. O impacto causado pela referida lei tem surtido efeitos negativos, a exemplo, os empregadores estão rescindindo os contratos de trabalho e optando em se virarem sozinhos; os funcionários com temor de ficarem desempregados e perderem suas rendas estão preferindo continuar a trabalhar ilegalmente a aderir à nova lei; aumenta a cada dia o número de empregados domésticos desempregados. Enfim, podemos considerar como “um efeito colateral”. Em virtude dessas reviravoltas, a população fica prejudicada, em especial, os idosos que, em geral, dependem de cuidados especiais para sobreviver. Com isso, o mercado passa a exigir uma solução para o impasse, ou seja, expande as Clínicas de Repouso por causa das mudanças e do alto custo financeiro. Nessa perspectiva, a clínica de repouso é o ideal para atender as necessidades de familiares que optam por deixar seus parentes idosos nesse ambiente, isso ocorre por diversos motivos: porque o local é apropriado para atendimento médico, porque a casa oferece companhias para os idosos, porque os seus filhos não têm tempo para cuidar deles e ainda, porque não aguentam mais viver sozinhos e querem fazer novas amizades. Para abrir uma clinica de repouso é preciso atentar para algumas formalidades legais indispensáveis para sua validação. Primeiro passo é buscar um nome empresarial, ou seja, verificar na Junta Comercial do seu Estado se você poderá utilizar o nome que deseja. Em seguida, registrar o Contrato Social + CNPJ + Inscrição Estadual, se a resposta for positiva, o próximo passo será elaborar o Contrato Social ou o Requerimento de Empresário e registrá-lo na Junta Comercial do Estado. Concomitantemente, dá-se entrada no CNPJ através do Documento Básico de Entrada (DBE), cujo software está disponível no site da Receita Federal. Terceiro passo é o Alvará Municipal, devendo providenciar o registro da empresa na prefeitura municipal para requerer o Alvará Municipal de Funcionamento e o Sanitário, se for o caso. Assim que a empresa possuir a inscrição municipal ela estará apta para funcionar regularmente. Por fim, o quarto e último passo é registrar junto a ANVISA. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), uma resolução instituída em 2005 define normas de funcionamento para casas de repouso que recebem idosos. O descumprimento dessas regras pode implicar na interdição total do estabelecimento. Assim, atentamos para estrutura física e funcionários necessários em uma clínica de repouso. O imóvel precisa ter, pelo menos, cinco quartos grandes, três banheiros, cozinha e sala. Também é necessário que haja remédios, móveis feitos sob medida, leitos, cadeira de rodas, macas, equipamentos médicos e andarilho. Os quartos podem ser individuais ou compartilhados, de acordo com a necessidade de cada um. Os corredores, salões e quartos devem ser bem ventilados, a luz natural deve entrar e o ideal seria que todos os dormitórios fossem virados para o sol da manhã, pois não é tão quente como no período da tarde. Se for possível ter uma área verde na casa de repouso, melhor ainda. O contato com a natureza é muito bom para todos, traz uma energia fundamental tão buscada pelos idosos e nessas áreas também pode haver atividades que deixem os idosos mais contentes, como: ginástica, encontros com rodas de música, de canto, entre outras. O número mínimo de funcionários para atuar numa clínica de repouso é dez: � CONsiderações finais Diante dos achados, fica evidente que a PEC 72/2013 reflete a modernização dos direitos dos empregados domésticos, chegando para afastar quaisquer resíduos herdados da época escravocrata que ainda persistiam nas relações de trabalho. Tal conquista é significante para o desenvolvimento do país no qual passa a incluir um contingente de, aproximadamente, 6,6 milhões de empregados domésticos nas garantias legais, assim, o empregado doméstico é considerado como um trabalhador qualquer. Por fim, salientamos que os desdobramentos práticos da nova lei serão definidos aos poucos pela Justiça do Trabalho, à medida que empregados e empregadores comecem a se adaptar. Nessa esteira, será preciso uma grande cooperação entre órgãos fiscalizadores, sociedade, empregados e empregadores, para que as vitórias consignadas no texto constitucional sejam efetivadas e respeitadas. REFERÊNCIAS BRASIL. Comunicados do Ipea. Situação atual das trabalhadoras domésticas no país. Nº 90. 2011. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D302E6FAC0130460298591B4D/IPEA_Comunicado90.pdf> Acesso em: 06/09/2013. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Trabalhador Doméstico. Brasília – DF, 2013. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/trab_domestico/> Acesso em: 06/10/2013. COSTA, Mariana. Novas regras para domésticas aumentam procura por casas de repouso no Rio. 2013. Disponível em: <http://economia.uol.com.br/empregos-e-carreiras/noticias/redacao/2013/04/26/novas-regras-para-domesticas-fazem-crescer-procura-por-casas-de-repouso-no-rio.htm> Acesso em: 06/10/2013. FILHO, Vital Caló. Direito Doméstico: modelo de contrato de trabalho para empregado doméstico. 2013. Disponível em: <http://vitalvereador.wordpress.com/2013/04/13/direito-domestico-modelo-de-contrato-de-trabalho-para-empregado-domestico/> Acesso em: 14/10/2013. MELO, Hildete Pereira de. Trabalhadoras Domésticas. 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Sites de busca: http://direitodomestico.com.br/?page_id=76 Acesso em: 14/10/2013. http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2013/05/09/os-novos-empregados-domesticos/ Acesso em: 17/10/2013 http://www.novonegocio.com.br/ideias-de-negocios/como-abrir-uma-casa-de-repouso/ Acesso em: 29/09/2013. � Sistema de Ensino Presencial Conectado ciências contábeis ANA PAULA dos santos souza trabalho DOMÉSTICo: potencialidades e fragilidades da pec 72/2013 João Pessoa 2013 ANA PAULA dos santos souza trabalho DOMéSTICo: potencialidades e fragilidades da pec 72/2013 Trabalho de Ana Paula dos Santos Souza apresentado ao Curso Ciências Contábeis da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Contabilidade Empresarial e Trabalhista orientada pelo Prof° Valdeci Da Silva Araújo e pela Profª Vânia Machado. João Pessoa 2013 Modelo de Contrato de Trabalho para o Empregado Doméstico Pelo presente instrumento particular, a Srª.(dados pessoais), doravante denominado empregador, e a Srª. (dados pessoais) doravante designado empregado,celebram o presente Contrato de Trabalho, com arrimo na Emenda Constitucional n° 72, 02 de abril de 2013 e regido pelas cláusulas abaixo transcritas e demais disposições legais vigentes: Cláusula I – DA EXPERIÊNCIA, INÍCIO E FIM Cláusula II – DAS FUNÇÕES Cláusula III – DO LOCAL DE TRABALHO Cláusula IV – DO SALÁRIO Cláusula V – DO HORÁRIO E JORNADA DE TRABALHO Cláusula VI – DOS DIAS DE DESCANSO Cláusula VII – DAS FÉRIAS Cláusula VIII – DOS DESCONTOS Tendo assim justo e contratado, assinam as partes o presente instrumento em duas vias, na presença das testemunhas abaixo. Local, data. ___________________________________ Empregador ___________________________________ Empregado Testemunhas: _______________________________ _______________________________ DUAS ENFERMEIRAS DOIS TÉCNICOS DE ENFERMAGEM UM MÉDICO UMA FAXINEIRA UM FISIOTERAPEUTA DUAS COZINHEIRAS O DONO, PARA CUIDAR DA ADMINISTRAÇÃO
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