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Corrigido Comunicação e Expressão 01

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Comunicação e Expressão
UNIDADE 1
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Comunicação e Expressão
Unidade 1 
Noções básicas de comunicação e linguagem
Apresentação
Seja bem vindo à unidade I da disciplina de Comunicação e Expressão.
Convido você a fazermos uma viagem sem sairmos da frente do computador, transitando pelo 
mundo mágico das modalidades de comunicação e dos diferentes tipos e mecanismos da lin-
guagem. Primeiro, vamos entender a que se refere o termo “Linguagem”, e posteriormente 
discutirmos os seguintes conteúdos:
•	 Modelo Comunicativo;
•	 Funções da Linguagem;
•	 Denotação e Conotação;
•	 Crítica ao Modelo de Jakobson;
•	 Variedades Linguísticas.
Portanto, pare tudo, e mergulhe no mundo encantado da diversidade da linguagem humana.
Você recebeu um livro texto (Comunicação e Expressão, autora: Telma de Carvalho Guima-
rães), que se destaca pela precisão e acurácia de suas informações, além de obras disponíveis 
na nossa biblioteca virtual e recursos, sejam vídeos, textos, sites etc., sugeridos para facilitar 
que todos se apoderem de forma reflexiva dos conteúdos a serem discutidos nessa disciplina. 
Nos momentos oportunos, você receberá o comando para acessar esses recursos didáticos.
Atividades e exercícios
O curso também apresentará questões a serem respondidas individualmente ou em grupo, 
além de um fórum para que, em conjunto, possamos discutir tópicos conflituosos do conteúdo.
Iniciando a primeira unidade, sugiro assistirmos ao vídeo de 10:56 minutos intitulado “O que é 
Linguagem”, trazendo a tona uma reflexão sobre o conceito e variações da linguagem humana, 
como também descrito nas páginas de 2 a 6 e 23 a 27 do livro texto:
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Comunicação e Expressão
Endereço do Vídeo Sugerido:
http://www.youtube.com/watch?v=I1Zusz__3e8.
Procure anotar as variações dos conceitos e tipos de linguagem, em especial as opiniões do Dr. 
José Luiz Fiorin (Professor da USP) e os processos de aquisição da linguagem descritos pela 
Dra Ana Luiza Bustamante Smolka (Professora da UNICAMP).
Com o intuito de revermos as ideias discutidas pelos professores supracitados no vídeo, é 
imprescindível que você faça uma leitura do texto “LINGUAGEM”, produzido pela equipe de 
confecção deste material, disponível no ambiente virtual (Texto 1: SAIBA MAIS). Além de definir 
Linguagem de forma reflexiva, pontua alguns conceitos básicos para a disciplina, como tipos, 
usos, valor simbólico e social da Linguagem; isso homogeneiza a turma, frente às diferentes 
origens acadêmicas e heterogeneidade dos discentes. Assim que você ler o texto supracita-
do, volte imediatamente para o próximo parágrafo, pois o desencadeamento adequado dessas 
ideias transformar-se-á numa excelente ferramenta de ensino-aprendizagem.
É importante que seja destacado no texto a:
•	 diferenciação entre Língua, Linguagem, Fala e Comunicação; 
•	 definição e exemplos de linguagem verbal e não verbal;
Diante do exposto, você irá se apoderar das variações e importância da Linguagem para o mun-
do moderno e as relações interpessoais e profissionais estabelecidas.
Agora, vamos exercitar o reconhecimento da linguagem não verbal. Convido você a avaliar os 
comportamentos dos serem humanos no momento da “Paquera” e “Conquista”.
-Será que homens e mulheres fazem movimentos padrões e de gêneros-específico para atraí-
rem o sexo oposto?
-Será que estas ações são conscientes/voluntárias?
Segue um link para que você faça uma leitura detalhada e possa acessar informações sobre 
essa temática. Assim, de forma descontraída e divertida exercitaremos o reconhecimento e 
exemplificação dos diferentes tipos de linguagem não verbal:
•	 “A Linguagem Corporal na Hora da Paquera: Como Tirar Proveito Disso” 
http://sereduc.com/u6W7Hm
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Comunicação e Expressão
Buscando exercitar o reconhecimento dos diferentes tipos de linguagem, observe obrigatoria-
mente o discurso explicativo de outros autores sobre o tema “Tipos de Linguagem” em ambos 
os endereços a seguir: 
•	 http://www.brasilescola.com/redacao/linguagem.htm
•	 http://sereduc.com/nxCHP8. 
Percebam que os autores trazem à tona outros aspectos e explica as modalidades da lingua-
gem por outras perspectivas, embora as definições e essência das informações apresentem-se 
de forma similar nos diferentes autores. Assim, organize melhor suas ideias diante das diversas 
perspectivas sobre os tipos de linguagem.
Após esta etapa de nivelamento e primeiros passos no arcabouço teórico da disciplina, inicia-
remos o conteúdo através da leitura do nosso livro texto (Comunicação e Expressão), mais 
precisamente as páginas 1, 2, 3 e 4, referente ao item “Modelo Comunicativo e Funções da 
Linguagem”. Caro aluno (a), fique atento aos elementos imprescindíveis para se efetuar uma 
comunicação:
•	 Emissor;
•	 Mensagem;
•	 Canal;
•	 Código;
•	 Receptor.
Como descrito na Figura localizada na porção superior da página 3, trazendo uma reflexão 
através do “Modelo comunicativo de Roman Jakobson”, veja um histórico sobre a concepção 
dos modelos e elementos da comunicação. Esta análise reflexiva representa uma excelente 
oportunidade para evidenciar o dinamismo da linguagem científica. 
Em seguida, entre nas páginas 5 e 10 do livro texto, uma reflexão sobre as funções da lingua-
gem:
•	 Referencial ou denotativa;
•	 Emotiva ou expressiva;
•	 Conativa ou apelativa;
•	 Fática;
•	 Metalinguística e poética,
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Comunicação e Expressão
Com destaque para o quadro comparativo da página 7, que resume as características de reco-
nhecimento de todas as funções da linguagem.
É importante perceber que uma situação comunicativa pode conter várias funções, ocorrendo 
geralmente o predomínio de uma delas. Por isso, em cada texto estudado, podemos dizer que 
uma determinada função é a predominante, embora outras funções também possam ser identi-
ficadas naqueles mesmos textos.
Visando maximizar suas chances de aprendizagem, construímos um material extra para você 
(SAIBA MAIS). É uma leitura obrigatória, que abordará assuntos periféricos, porém não menos 
importantes aos que compõem o livro texto. Este material muito o ajudará a desenvolver pen-
samentos críticos sobre o conteúdo e consequentemente ter um excelente desempenho nas 
atividades avaliativas. 
SAIBA MAIS
TEXTO 1 “LINGUAGEM”
TEMA: LINGUAGEM
Uma das principais diferenças entre os seres humanos e os outros animais é a nossa capacida-
de de utilizar a linguagem, não só para estabelecer uma interlocução com nossos semelhantes, 
mas também para refletir sobre nós mesmos e sobre o mundo em que vivemos. 
Por meio das línguas, seja oral ou escrita, um tipo particular de linguagem, expressamos valo-
res abstratos, definimos o que é bom e mau, justo e injusto. 
Escrita e fala são modalidades comuns à maioria das línguas, e o modo como se organizam 
definem identidades para os grupos que as utilizam. Desde sempre, as sociedades humanas 
julgam as pessoas pela maneira como falam e escrevem. 
A linguagem é uma atividade humana que, nas representações de mundo que constrói, revela 
aspectos históricos, sociais e culturais. É por meio da linguagem que o ser humano organiza e 
dá formas às suas experiências. Seu uso ocorre na interação social e pressupõe a existência de 
interlocutores. São exemplos de diferentes linguagens utilizadas pelo ser humano: as línguas 
(português, alemão, italiano, holandês, guarani etc.), a pintura, a música, a dança, os logotipos, 
os quadrinhos, os sistemas gestuais, entre outros. 
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Comunicação e Expressão
IMPORTANTE
LINGUAGEM - é a capacidade comunicativa que têm os seres humanos de usar intencio-
nalmente qualquer sistema de sinais significativos para comunicar seus pensamentos, ideias, 
sentimentos e experiências. É todo e qualquer sistema de sinais que serve de meio de comuni-
cação entre os indivíduos (Prof. Vitor Dorneles).LÍNGUA - é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo, que, por si só, não pode nem 
criá-la, nem modificá-la; ela não existe se não em virtude duma espécie de contrato estabeleci-
do entre membros da comunidade (Prof. Vitor Dorneles).
FALA - é a realização concreta de uma língua, feita por um indivíduo de uma comunidade em 
um determinado ato de comunicação. 
COMUNICAÇÃO - é o espaço de troca de sensações, vivências, informações com o outro. A 
comunicação é, depois da sobrevivência física, a mais básica e vital de todas as necessidades. 
2 - TIPOS DE LINGUAGEM 
As diferentes linguagens representam uma dada realidade por meio de signos, isto é, de sinais 
que significam. Assim, dependendo dos sinais utilizados, pode-se falar em duas formas de lin-
guagem: 
VERBAL: aquela que utiliza a língua (oral ou escrita), que tem a palavra, ou signos linguísticos, 
por sinal.
Exemplo 1:
Vôo
Alheias e nossas as palavras voam. 
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas, 
as palavras voam. 
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Comunicação e Expressão
Voam as palavras como águias imensas. 
Como escuros morcegos, como negros abutres, 
as palavras voam. 
Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós, 
em redor de nós as palavras voam. 
E às vezes pousam. 
Cecília Meireles
Exemplo 2:
 
Fonte: www.elsonfroes.com.br
NÃO VERBAL: aquela que utiliza qualquer código que não seja a palavra, como a música, que 
tem o som por sinal, a dança, que tem o movimento por sinal, a mímica, que tem o gesto por 
sinal, a pintura, a fotografia e a escultura, que têm a imagem por sinal etc.
ATENÇÂO: “A leitura não-verbal é uma maneira peculiar de ler: visão/leitura, espécie de 
olhar tátil, multissensível (...). Não se ensina como ler o não-verbal: exige uma leitura, se 
não desorganizada, pelo menos sem ordem estabelecida, convencional ou sistematizada.” 
FERRARA, (1996, p. 19.).
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Exemplo 1: GESTOS E CULTURA – O CORPO FALA
 
 
LINGUAGENS: GESTOS: pt.slideshare.net/.../linguagem-do-corpo-
 
LINGUAGENS: DANÇA (COREOGRAFIA VASOS DO ESPETÁCULO “4 POR 4” – 2002, pt.slideshare.
net/.../linguagem-do-corpo)
 
LINGUAGENS: DANÇA (DÉBORA COLKER EM “CASA”, 1999, pt.slideshare.net/.../linguagem-do-cor-
po-)
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Comunicação e Expressão
CEREJA, William Roberto. Texto e Interação. Um proposta de produção textual a partir de gê-
neros e projetos.
FIORIN, José Luiz. Linguagem e ideologia. São Paulo. Ática. 2003.
ORGANIZANDO AS IDEIAS
Exemplo 2: FOTOGRAFIA E DESENHO (Caricaturas)
 
Carlos Drummond de Andrade DESENHO de C. Drummond
(Fonte: www.projetomemoria.art.br/drummond/vida/o-desenho.jsp)
Exemplo 3: CHARGE
 
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=charge+o+rio+balavilha&rlz=
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Comunicação e Expressão
3 - USOS DA LINGUAGEM
USAMOS A LINGUAGEM para pedir ou transmitir informações na maior parte do tempo, mas, 
além do intuito comunicativo, a linguagem deve dar conta também das necessidades subjeti-
vas, que se expressam nas palavras, nos sentimentos, nas sensações, nas emoções.
ATENÇÂO: “A linguagem é um fato exclusivamente humano, um método de comunicação 
racional de ideias, emoção e desejos por meio de símbolos produzidos de maneira 
deliberada”. Rabaça& Barbosa (1987, p. 367).
Textos Verbais
•	 Utilização da palavra (tanto oral, como escrita);
•	 Textos orais: utilizam da fala como meio de produção e realização;
•	 Textos escritos: utilizam da escrita como meio de produção e realização;
•	 Há gêneros que têm produção escrita e realização oral, como os telejornais;
•	 Há gêneros que têm produção oral e realização escrita, como os bate-papos.
Textos Orais
•	 Debate Regrado;
•	 Aula Expositiva;
•	 Conversa Espontânea;
•	 Sarau;
4 - O VALOR SIMBÓLICO DA LINGUAGEM
“As linguagens utilizadas pelos seres humanos pressupõem conhecimento, por parte de seus usuários, do 
valor simbólico dos seus signos. Se não houvesse acordo com relação a esse valor, ou seja, se não fosse 
possível aos usuários de uma mesma linguagem identificar aquilo a que determinado signo faz referência, 
qualquer interação através da atividade da linguagem ficaria prejudicada, pois não haveria comunicação”. 
(Abaurre & Pontara, 2006, p. 3)
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5 - O VALOR SOCIAL DA LINGUAGEM 
“Tudo o que ser humano alcançou de crescimento cultural está ligado à linguagem. Sem ela, a cultura não 
existiria, e os conhecimentos não poderiam ser transmitidos de geração para geração. A linguagem torna 
possível o desenvolvimento e a transmissão de culturas, bem como o funcionamento eficiente e o controle 
dos grupos sociais”. (Campedelli & Souza, 1998, p. 10)
A linguagem nas suas diferentes modalidades e variações representa hoje um pilar da socie-
dade moderna, seja por gestos, sinalizações, signos, fala ou escrita, entre outros. Através das 
antigas cartas ou dos modernos e-mails, dos msn e whatsapp, com mensagens telegráficas e 
abreviadas, a linguagem pode possibilitar a instantaneidade em tempo real das ações huma-
nas. Com sua ausência, a civilização humana moderna teria que se reinventar.
Ainda pensando em você, especialmente no seu crescimento intelectual e consequentemente 
profissional, foi criado pela Equipe EAD da UNINASSAU vários SAIBA MAIS. Aqui segue o 
SAIBA MAIS II, intitulado Texto 1: “A COMUNICAÇÃO, SEUS ELEMENTOS E AS FUNÇÕES 
DA LINGUAGEM”. Neste material, você encontrará com maiores detalhes os mecanismos dos 
processos de comunicação e suas variações, e entenderá melhor as funções da linguagem 
(referencial, emotiva, poética, conativa, fática e metalinguística), seja ela formal ou não formal, 
escrita ou falada.
NOVAMENTE RECORRA AO SAIBA MAIS
A COMUNICAÇÃO, SEUS ELEMENTOS E AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM
Estamos o tempo todo nos comunicando, seja através da escrita, de gestos, do manuseio de 
livros, jornais e revistas. 
Assim, ocorre em toda interação verbal:
há um emissor, chamado também de enunciador ou locutor, que emite uma mensagem a um 
receptor, também chamado de enunciatário ou de interlocutor. 
 
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Comunicação e Expressão
(Fonte: sites.google.com/site/revolucaodosmeiosdecomunicacao/o-processo-de-comunicacao)
A mensagem , o que foi transmitido, contém um referente ou contexto, aquilo a que se refere, o 
assunto. E o que uma pessoa transmite a outra na forma de linguagem (CEREJA,2001).
Para emitir a mensagem, o emissor utiliza um código, que permite ao receptor compreendê-la, 
e faz isso por meio de um canal, ou contato. Esse canal é que conduz a mensagem do emissor 
para o receptor.
Exemplos de canais:
Fundamental: não há comunicação unilateral. A comunicação é, basicamente, um ato de parti-
lha, o que implica, no mínimo, bilateralidade. 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM
A linguagem pode ser usada de diferentes formas pelo emissor de uma mensagem durante um 
processo de comunicação. A escolha precisa da função da linguagem mais adequada aumenta 
as chances de êxito no processo de comunicação, ou seja, a reação desejada no receptor.
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Comunicação e Expressão
Sempre buscando uma finalidade específica, a linguagem está diretamente ligada à função que 
se deseja dar a ela. Estas funções se relacionam com os Elementos da Comunicação. Observe 
o infográfico abaixo referente aos elementos de comunicação e suas funções:
 
(Fonte: http://www.soportugues.com.br/secoes/estil/estil13.php)
FUNÇÃO EMOTIVA (OU EXPRESSIVA) 
É aquela centralizada no emissor, que revela suas opiniões e emoções. Nela, prevalece a pri-
meira pessoa do singular, interjeições e exclamações. 
Exemplo:
A lua que eu te dei
Posso te falar dos sonhos, das flores, de como a cidade mudou... /Posso te falar do medo, do meu desejo, do 
meu amor... /Posso falar da tarde que cai /E aos poucos deixaver no céu a lua /Que um dia eu te dei”.
Ivete Sangalo
Observe que essa música está centrada na expressão dos sentimentos, emoções do emissor. É 
um texto subjetivo, pessoal. O destaque dado ao emissor é reforçado pela presença de verbos 
e pronomes na primeira pessoa. 
FUNÇÃO REFERENCIAL (OU DENOTATIVA)
É aquela centrada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade. Objetiva, dire-
ta, denotativa, prevalece nela a terceira pessoa do singular . Linguagem usada nas Ciências, na 
arte realista, no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros científicos. Ocorre quando 
o referente (ou o contexto) é posto em destaque.
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Comunicação e Expressão
Leia este texto:
FÍSICOS EQUACIONAM NÓS PARA GRAVATAS
Dois físicos de uma das mais conceituadas universidades do Reino Unido - a de Cambridge- 
fizeram um estudo matemático para descrever nós de gravata com equações.
Os físicos equacionaram os movimentos necessários para fazer os quatro nós mais usados e 
propuseram seis novos nós. Eles concluíram também que há 85 maneiras diferentes de atar 
uma gravata.
Segundo os autores do trabalho, Thomas Fink e Yong Mao, sua pesquisa é inédita e foi feita nas 
horas vagas. O estudo foi publicado na revista científica Nature. Para transformar nó de gravata 
em equações , os dois classificaram os quatros nós mais comuns de acordo com seu tamanho 
e forma. Depois, identificaram as sequências de movimentos para fazê-los.
O número de movimentos para esquerda, para a direita e para o centro feitos quando se ata 
uma gravata determina a forma do nó. 
Os dois pesquisadores representaram as sequências de movimentos por uma rede de “cami-
nhos” ou linha que se cruzaram. Eles desenvolveram então fórmulas correspondentes ao ca-
minho de cada movimento. O modelo matemático que descreve cada nó é o conjunto dessas 
equações.
 (Folha de São Paulo, 5/3/1999).
Caro aluno observe que a intenção do autor desse texto é informar o leitor sobre os resultados 
dos estudos feitos por um grupo de pesquisadores ingleses a respeito dos nós de gravata e 
suas equações correspondentes. A linguagem é clara, direta e precisa, procurando traduzir a 
realidade com objetividade, sem deixar chance para o leitor subjetivar as informações. Segue 
abaixo mais um exemplo de função referencial:
Portinari: valorização do Brasil e da arte
Filho de imigrantes italianos, Cândido Portinari nasceu no dia 30 de dezembro de 1903, numa 
fazenda de café nas proximidades de Brodósqui, em São Paulo. Com a vocação artística flo-
rescendo logo na infância, Portinari teve uma educação deficiente, não completando sequer o 
ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuava 
na restauração de igrejas passa pela região de Brodósqui e recruta Portinari como ajudante. 
Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro.
Após a leitura do texto acima, você deve ter percebido que se trata de mais um texto em que a 
intenção principal do autor é informar, no caso atual, sobre o pintor Cândido Portinari.
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Comunicação e Expressão
FUNÇÃO POÉTICA
Ocorre quando a própria mensagem é posta em destaque.
O verbo infinitivo
Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor, nascer
Respirar, chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar
 
Para poder nutrir-se; e despertar 
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito.
E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito
Vinicius de Moraes
Agora você deve perceber que o poeta extrapola a informação sobre o que é o amor e procura 
chamar a atenção para o modo como foi organizada a mensagem, o texto. Ao selecionar as 
palavras que compõem o texto, o poeta escolheu as que realçam a sonoridade do conjunto, tra-
zendo a rima para os versos. O uso de recursos literários na construção da linguagem evidencia 
a função poética, que ocorre principalmente em textos literários, tanto em prosa como em verso.
FUNÇÃO APELATIVA (OU CONATIVA)
É aquela que se centraliza no receptor. Carrega traços de persuasão. O emissor procura in-
fluenciar o comportamento dele. Frequentemente usada nos discursos, sermões e propagan-
das que se dirigem diretamente ao consumidor.
 
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Comunicação e Expressão
(FONTE , material Seja ético, 2012)
Agora, observe que a intenção principal dessa mensagem é estimular o receptor a fazer uma 
viagem, com destaque para as vantagens dessa escolha, em detrimento das outras operadoras 
aéreas. Para obter sucesso nesse ato de comunicação, o emissor utiliza vários recursos verbais 
e não verbais para persuadir o futuro candidato a viajar pela agência da TAM.
FUNÇÃO FÁTICA
Centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar 
a eficiência do canal. Conversa superficial, usada na linguagem das falas telefônicas, sauda-
ções e similares.
Observe os possíveis starts de diálogo comumente utilizados na porta de uma danceteria:
— E aí, meu!
—Tudo em cima?
—Tudo.
— É isso aí, a gente se vê.
Perceba que as falas dessa interação verbal não têm a intenção de dar nenhuma informação 
nova, mas somente testar o canal da comunicação.
Após essas leituras, você terá mais propriedades sobre o assunto e perceberá que a comu-
nicação é, basicamente, um ato de partilha, o que implica, no mínimo, bilateralidade, ou seja, 
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Comunicação e Expressão
duas pessoas dispostas a interagir cognitivamente. Sempre que nos comunicamos temos um 
objetivo, toda vez que interagimos com outras pessoas há uma intenção, seja ela explícita ou 
implícita.
Sempre buscando uma finalidade específica, a linguagem está diretamente ligada à função que 
se deseja dar a ela. Estas funções se relacionam com os Elementos da Comunicação e impõem 
à sociedade uma velocidade e dinamismo mais adequados às demandas do mundo moderno. 
Daí, podemos refletir: como seria a sociedade sem a comunicação rápida e quase instantânea? 
Não conseguimos nem pensar, uma vez que já estamos mergulhados e dependentes da comu-
nicação digital, que tanto facilita a vida das sociedades modernas.
Após você ter estudado o que é linguagem, seus tipos, funções etc., convido-lhe para analisar-
mos as diversas formas de construção da linguagem, seja Denotativa ou Conotativa com suas 
diferentes nuanças, códigos, linguagem natural, informatividade, ruído e redundância. Para 
isso, faça uma leitura detalhada das páginas 10 a 23 do livro texto, procurando resumir todas as 
informações e seus respectivos exemplos. Esse tipo de construção muito ajudará para um bom 
desempenho na nossa primeira avaliação. Segue uma lista dos principais pontos:
•	 observe as características da Denotação;
•	 fique atento às particularidades da Conotação;
•	 perceba os diferentes tipos de Figuras de Linguagem;
•	 entenda e reconheça a Metonímia;
•	 defina e saiba identificar a Hipérbole;
•	 conceitue e reconheça a Personificação;
•	 entenda e saiba identificar a Ironia;
•	 leia com atenção as críticas ao modelo de comunicação de Jakobson;
•	 analise os Processos e os elementos de comunicação;
•	 identifique o Emissor;
•	 caracterize o Receptor;
•	 analise os diferentes tipos de Canal;
•	 avalie os diferentes tipos de Ruído.
Dando sequência ao conteúdo dessa Unidade, convido você a analisarmos as variações lin-
guísticas, seja geográfica ou social. Como falante do português, você já teve ter presenciado 
situações em que a língua é usada de forma bastante diferente daquela que você se habituou a 
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Comunicação e Expressão
falar ou ouvir nos meios de comunicação ou em outros espaços de convivência. Essadiferença 
pode manifestar-se no vocabulário utilizado, na pronúncia ou na estrutura de palavras e frases. 
Você já deve ter observado, até mesmo em programas de rádio e de televisão, que há dife-
renças na forma como os comunicadores constroem as sentenças, ou na forma de pronunciar 
palavras. Observe os exemplos seguintes: Em São Paulo, as pessoas descem do ônibus. No 
Rio de Janeiro, elas saltam do ônibus. Em Caxias do Sul, elas desembarcam! Você também já 
deve ter ouvido que o português do Brasil é diferente do português de Portugal.
Para uma boa assimilação deste último conteúdo, faça uma Leitura detalhada das páginas 23 a 
36 do livro texto. Nessa leitura você encontra de forma bastante organizada, didática e aprofun-
dada, todo o arcabouço teórico sobre variações linguísticas, aprendendo a explicar e reconhe-
cer os seus diferentes tipos. Destaco as variações sincrônicas ressaltadas no gráfico da página 
26 e a linha ascendente dos registros ou níveis de linguagem da página 31. Como sugestão, 
relacione em uma folha à parte os itens mais importantes, em especial aqueles que se referem 
à linha evolutiva entre a linguagem menos formal e mais formal.
Agora, para enriquecer sua leitura, recorra à Seção SAIBA MAIS III, através do material intitula-
do Texto 3: “AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS E OS NÍVEIS DE LINGUAGEM”.
SAIBA MAIS III: “AS VARIEDADES LINGUÍSTICAS E OS NÍVEIS DE LINGUAGEM”.
Um pouco de história
Muitos linguistas estudaram a linguagem humana ao longo dos tempos. Até o século XVII, o 
que eles faziam, na verdade, era selecionar uma língua e analisar nos seus aspectos fonéticos 
(sons), semânticos (sentido), sintáticos (gramaticais) e morfológicos (estrutura). Mas poucos 
sabiam sobre como funcionavam as outras línguas. Com a chegada do século XVII, surgiu a 
vontade de criar uma língua comum a todas as pessoas, sem que tivéssemos que estudar o 
inglês, por exemplo, para falar com os britânicos, ou o espanhol, para falarmos com os argen-
tinos. Foi a partir desse desejo de construir uma língua universal, que os linguistas foram for-
çados a estudar diferentes línguas ao mesmo tempo, fazendo comparações em todos os seus 
aspectos. Assim, apesar de não conseguirem a tal “língua universal” descobriram princípios 
comuns entre todas as línguas do mundo. Entre eles, o Princípio da Variação Linguística. No 
século XIX o polonês Lázaro Luiz Zamenhof criou o Esperanto. Um idioma internacional plane-
jado para servir de meio de comunicação entre duas pessoas que falam idiomas diferentes. Se 
quiser conhecer um pouco sobre o Esperanto, visite o site http://kke.org.br/perguntas. Mas o Es-
peranto não foi, e não é totalmente eficiente, porque não permite criar ironias e ambiguidades, 
dificultando seu emprego, mesmo tendo uma gramática bastante simples e, portanto, acessível. 
No final do século XIX, os estudiosos se interessaram em encontrar uma língua-mãe, que tivera 
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Comunicação e Expressão
dado origem às demais línguas. Nesse estudo, descobriram que o idioma sofre alterações de 
maneira ordenada, em consequência do uso que um grupo faz desse idioma. A partir daí, Ferdi-
nand Saussure passou a estudar a linguagem verbal humana e, em 1916, publicou o livro Lin-
guística Geral. A preocupação do linguista não é determinar o que é certo ou errado na língua, 
mas analisar seus usos e estruturas por um determinado grupo de usuários dessa língua. Para 
os linguistas, não é errado dizer “A gente sabemo esses negoçu tudo.” Desde que a mensagem 
seja entendida em determinado contexto comunicativo, ela será objeto de estudo para compre-
ender porque os indivíduos se comunicaram assim. Porque essa estrutura gramatical não está 
de acordo com a língua padrão. E o que é a língua padrão? É um dos níveis de linguagem que 
estudaremos em breve, ainda nesta aula.
Como já perguntamos antes: o idioma usado no Brasil inteiro é, realmente, o mesmo? Não se 
pode esperar que em todas as regiões do Brasil se fale a mesma língua portuguesa. A língua se 
modifica, ou varia, de acordo com a necessidade do falante. Sempre que precisamos de uma 
estrutura adaptada ou nova, mudamos a nossa língua. Por isso, de acordo com o Princípio da 
Variação Linguística, todas as línguas mudam no tempo e no espaço. Existem diferentes tipos 
de Variação Linguística e podemos dividi-los em dois grupos principais: variações diacrônicas 
(ou históricas) e variações sincrônicas.
FIQUE ATENTO!
Diacrônico = ao longo do tempo
Sincrônico = ao mesmo tempo
1.1 Variações Diacrônicas
No século XIX, você encontraria um folheto como este:
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Comunicação e Expressão
 
(Fonte: http://sereduc.com/W53Sv6)
As expressões “Pharmacia popular” e “productos chimicos pharmaceuticos” parecem bem di-
ferentes de como as vemos hoje, não é? Nos dias de hoje, se passarmos em frente a uma far-
mácia popular, certamente encontraremos produtos químicos. Essas mudanças são represen-
tações de variação diacrônica (ou histórica). Existem outros exemplos no site de origem dessa 
imagem: http://sereduc.com/4LHoFt
1.2 Variações Sincrônicas
Já as Variações Sincrônicas (que acontecem em um mesmo tempo, ou em um mesmo momen-
to histórico) se dividem em quatro tipos:
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Comunicação e Expressão
1.2.1 Variações diatópicas (ou regionais)
Cada região apresenta características próprias quanto à geografia, ao clima, aos colonizadores, 
à cultura etc. Logo, cada uma delas criou termos próprios para se expressar.
Em Santa Catarina, por exemplo, todos os anos, acontece a “Festa da Bergamota”.
Nessa festa, ainda, ocorre à prova de “veloterra”.
 
Bergamota é a fruta chamada de “laranja cravo” no Nordeste, de “mexerica” em São Paulo e 
em Minas Gerais e de “tangerina” no Rio de Janeiro. E a “veloterra”? Nada mais é do que uma 
corrida de motocross. 
Escute e leia uma canção gaúcha em http://sereduc.com/S8kodI . Quem não é do Sul certa-
mente tem dificuldades para entender o que está sendo cantado. A diferença entre a língua 
portuguesa utilizada em Portugal e aqui no Brasil também demonstra as variações diatópicas. 
No livro Schifaizfavire (Dicionário de Português), o escritor Mario Prata descreve, de forma 
bem humorada, verbetes com significados diferentes no Brasil e em Portugal. Você já deve ter 
presenciado algumas brincadeiras com as palavras “rapariga”, “camisola”, “putos”, cujos signifi-
cados são bem diferentes do que utilizamos no Brasil. Nenhuma dessas palavras é pejorativa, 
difamatória.
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Está com curiosidade para saber seus significados?
Segundo o autor, os verbetes acima, em português brasileiro, tem os seguintes significados:
Rapariga
Saber que é moça todo mundo sabe. O que o brasileiro não sabe é como se aproximar de uma 
rapariga. Dizem que são dificílimas. São necessários meses e meses de intenso trabalho de 
persuasão.
Camisola
No verão, você vai ouvir muito, mas muito mesmo, nas transmissões das corridas de bicicleta, 
uma paixão europeia, os locutores dizendo que o primeiro classificado vai vestir a camisola 
amarela. Não se assuste: ele não vai subir as montanhas do Norte vestido de mulher, não. Qua-
se todo tipo de camisa é camisola. Grande, pequena, larga, apertada, de homem, de mulher. 
Tudo camisola. Mas há controvérsias. Uns dizem que camisola tem que ser de lã. Só suéter é 
camisola? De algodão não vale. Eu desisti de entender. A nossa camiseta, por exemplo, é ca-
misola interior.
Putos
São os quase adolescentes. Devem ser chamados assim porque todo adolescente está sempre 
puto com alguma coisa.
1.2.2 Variações diastráticas (ou sociais)
Os usuários da língua são pessoas diferentes e, portanto apresentam características diferentes 
em função do nível de escolaridade, da idade (maturidade), do sexo, da profissão e dos grupos 
sociais de que fazem parte. São essas característicasque compõem um grupo de critérios uti-
lizados para analisar as variações diastráticas ou sociais.
Nível de escolaridade – Quanto maior o tempo de escolarização de uma pessoa, maior a possi-
bilidade de sua escrita e sua fala serem conforme a norma gramatical (ou norma culta), já que 
é a escola que propaga as normas da gramática.
Faixa etária – Como o mundo muda, os que vivem nele se adéquam à realidade em que vivem. 
Você, certamente, não fala como seus pais e, muito menos, como seus avós. Assim como na 
variação diacrônica, o tempo muda as pessoas e a forma delas se comunicarem.
EXEMPLOS
Eu e meus irmãozinhos fomos a uma festinha na casa de amiguinhos.
Eu e os brothers fomos a uma balada na casa da galera.
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Eu e meus colegas fomos a uma reunião na casa de amigos.
Sexo – A educação dada a homens e a mulheres, geralmente, não é a mesma e isso se reflete 
na forma de se comunicar de cada um deles. As mulheres, por exemplo, se utilizam de diminu-
tivos e vocábulos mais meigos. Já os homens estão habituados a utilizar palavras mais fortes 
e agressivas como demonstração de virilidade. Durante muito tempo os homens se utilizaram 
mais dos palavrões do que as mulheres. Hoje elas passaram a utilizar com maior frequência 
como consequência da aproximação da vida social masculina. Ainda sobre as diferenças de 
gênero, pesquisas registram que as mulheres costumam ser mais atentas na utilização das 
normas gramaticais em relação aos homens, inclusive quando possuem o mesmo nível de es-
colaridade.
Profissão – Certas profissões apresentam expressões características de seu dia a dia. Os ad-
vogados, por exemplo, usam frequentemente termos latinos. Muitas vezes não compreensíveis 
para outras profissões. A variação típica de um grupo profissional é chamada de jargão.
Grupos sociais – Existem diferentes formas de agrupamento social: os jovens, os surfistas, os 
funkeiros. Além das roupas, comportamentos e ideologias diferentes, os grupos se caracterizam 
por uma linguagem própria, que os destaca dos demais grupos. Assim podem ser incluídos ou 
excluídos aqueles que não dominam os aspectos da “tribo”.
1.2.3 Variações diamésicas (oralidade e escrita)
Você já deve ter percebido que a oralidade (quando falamos) e a escrita apresentam caracterís-
ticas bem diferentes. As variações diamésicas são exatamente as diferenças entre a oralidade 
e a escrita. Segundo Mesquita:
Por abranger todas as relações cotidianas do homem, a língua precisa de certos cuidados para 
que desempenhe o importante papel da comunicação. Convém, por isso, notar que entre a lín-
gua oral ou a falada e a escrita há diferenças bem acentuadas. Escrever uma história, por mais 
simples que ela seja, é diferente do ato de contá-la oralmente. Cada uma dessas modalidades 
de expressão tem suas características, seus fundamentos, suas necessidades e suas realiza-
ções.
(MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da Língua Portuguesa. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. Pag. 
20.)
Veja as principais diferenças de quando falamos e quando escrevemos na lista abaixo.
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ORALIDADE 
Os momentos de envio da mensagem e de recebimento são simultâneos. 
É possível negociar o sentido do que foi dito com o receptor, além de corrigir-se quando neces-
sário.
Os interlocutores interagem continuamente, interferindo um no discurso do outro. 
Não se pode voltar atrás no que foi dito.
O processo de produção é transparente e o receptor vê os erros e as correções do emissor. 
Tende a ter maior tolerância a erros, visto que não é elaborado com antecedência. 
Predominam as frases curtas e simples.
Predomina a voz ativa e a ordem direta: “Vamos revisar os elementos da comunicação”.
ESCRITA
Há diferença entre o momento de produção e o de recebimento da mensagem.
O emissor deve prever dúvidas do receptor e esclarecer no momento da produção textual. 
O emissor produz o texto sozinho e depois o receptor decodifica a informação.
É possível repensar e reescrever o texto quantas vezes quiser. 
O processo fica oculto, pois o receptor tem acesso apenas ao texto final.
Tende a ter maior cobrança, portanto mais formalidade, já que o emissor teve tempo de elaborar 
seu texto. 
Predominam as frases longas e os períodos compostos, mais complexos. 
Uso frequente da voz passiva e da ordem indireta: “Serão revisados os elementos da comuni-
cação”. 
 
1.2.4 Variações diafásicas (níveis de linguagem)
Essas variações são de extrema importância para a compreensão do que estudamos nesta 
disciplina. Como o objetivo da disciplina de Comunicação e Expressão – EAD é preparar você 
para se comunicar no contexto formal que o meio profissional exige, precisa conhecer bem o 
conceito de registro. Registro ou nível de linguagem é a variante linguística relacionada ao grau 
de formalidade nas situações comunicacionais. 
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Comunicação e Expressão
Sempre que você se comunica, deve ter o hábito de observar em que contexto comunicativo 
está inserido, para utilizar o nível de linguagem adequado. Ainda que os linguistas digam que 
não existe o certo e o errado na língua, você deve ter consciência de que existe sim o que é ade-
quado e o que é inadequado para cada situação. Para tanto, vamos ver quais são os principais 
níveis de linguagem e, assim, fazer a escolha certa na hora de empregá-los.
Linguagem culta, padrão ou formal – No nível culto, você diz: “Entregue-me os documentos”. 
Esse nível está de acordo com as normas gramaticais, segue a gramática tradicional, que de-
termina as regras. É a linguagem ideal para correspondências oficiais (escrita) ou em palestras 
e conferências (oralidade).
Linguagem coloquial ou informal – Neste nível, você pode dizer: “Me dá os documentos.”. 
São possíveis pequenos desvios da gramática normativa. É utilizada em uma carta ou e-mail a 
um amigo ou parente (escrita) ou em uma conversa com colegas e amigos (oralidade).
Linguagem vulgar ou inculta – Este nível apresenta diversas inadequações se formos levar 
em conta a gramática normativa. Mas, em situações de comunicação oral, pode ser usada sem 
prejuízo para o emissor. Você poderia até dizer: “Dá cá os documentos.” E não seria despresti-
giado ou mal interpretado, desde que utilizasse esse nível em um bilhete na geladeira (escrita) 
ou em uma conversa familiar (oralidade).
É importante você saber que as variações diafásicas (ou de registro) perpassam por todas as 
outras variações; ou seja, independente de qual variedade linguística você use, sempre poderá 
se expressar de maneira mais ou menos formal, de acordo com a situação comunicacional em 
que estiver.
Você deve ter percebido que a variação linguística é natural e decorre do fato de que as línguas 
são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores como região geográfica, sexo, 
idade, profissão, classe social dos falantes e grau de formalidade do contexto. Essas variações 
podem ser Diacrônicas (ao longo do tempo) ou Sincrônicas (ao mesmo tempo).
Você também deve ter observado a diferenciação entre Linguagem culta, padrão ou formal; 
linguagem coloquial ou informal e Linguagem vulgar ou inculta, que correspondem às deno-
minações dadas à variedade linguística, diamésicas ou diafásicas. Embora essa variação seja 
natural, os falantes de uma comunidade linguística têm, em geral, a expectativa de que todas 
as pessoas falem de uma mesma maneira. Essa expectativa, socialmente definida e difundida, 
pressupõe uma forma “correta” de uso da língua, o que implica a existência de formas “erradas”. 
Esta é à base do preconceito linguístico.
Você também deve ter observado que é comum criarmos um preconceito linguístico, que é o 
julgamento negativo que é feito dos falantes em função de variedades linguísticas que utilizam.Imagine a seguinte situação: Um médico fala para o paciente:
“E preste atenção: Esse medicamento não deve ser tomado em caso de função da medula in-
suficiente, após o tratamento citostático ou doenças do sistema hematopoiético. Ok?”
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Agora, pergunto a você:
1.	 Foi conveniente e seguro o médico utilizar esta linguagem?
2.	 Quais os efeitos de sentido que podem provocar a fala do médico?
3.	 Será que ele atingirá os seus objetivos: informar ao paciente os cuidados necessários 
para tomar o medicamento? 
Alternativamente, se você precisar recordar rapidamente a essência dos conteúdos abordados, 
está disponível na página 38 do livro texto um resumo de todos os pontos vivenciados, intitulado 
“Recapitulando”, que muito facilitará a retomada do assunto no futuro.
Ao término desta aula e do primeiro capítulo do nosso livro texto, sugiro fortemente a leitura dos 
capítulos 1 e 2 do livro Comunicação e Linguagem, disponível na biblioteca virtual, respondendo 
as questões de fixação das páginas 25, 26, 27 e 28 do capítulo 1, e 53, 54, 55 e 56 do capítulo 2.
Agor,a responda as questões abertas (Exercício de fixação e Panorama) presentes na página 
37 do livro texto, além das 15 questões objetivas disponíveis no Ambiente Virtual que tratam dos 
conteúdos abordados nesta aula, trazendo à tona os pontos estudados mais importantes e mais 
frequentes em provas de concursos no país.
Assim, concluímos a primeira Unidade, desejando que você tenha aprendido esse assunto tão 
gostoso de discutir e se aprofundar. Encontro com você na segunda unidade, para discutirmos 
sobre “O que é gramática e o que precisa saber sobre ela”. 
Até lá.

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