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Cultivo do Cupuaçuzeiro no estado do Pará.

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Centro Universitário Luterano de Santarém/CEULS
Agronomia – 2016/1
CULTURA DO CUPUAÇUZEIRO
Atividade apresentada como requisito avaliativo de Grau 2 da disciplina de Fruticultura, sob tutoria do professor Edson. 
Yash Brendo
Santarém – Pará
Março de 2016
INTRODUÇÃO
O Cupuaçuzeiro (Theobroma grandiflorum (Willd. ex. Spreng.) Schum.), é uma fruteira nativa e que se desenvolve espontaneamente nas matas da região amazônica. Geralmente procurado pelo sabor típico de seus frutos, para produção de polpa e sementes que são utilizadas nas indústrias alimentícia e de cosméticos. 
O Estado do Pará é o maior produtor nacional de cupuaçu, seguido pelo Amazonas, Rondônia e Acre. O Pará possuía, em 2003, uma área cultivada de aproximadamente 9.330 há, com produção em torno de 30.417 t. de polpa nesse ano. Em 2012, de acordo com dados oficiais da SAGRI (Secretaria de Agricultura do Pará), a área colhida em 2012 foi de 12.996 há, com produção de 74.524 toneladas no mesmo ano.
Por sua boa adaptação à sombra, o cultivo do cupuaçu em consorcio com outras espécies frutíferas ou florestais torna-se uma alternativa viável para a diversificação da produção frutífera comercial com baixo impacto ambiental.
Atualmente, o cupuaçu está disseminado por toda a bacia amazônica e norte do Maranhão, chegando a atingir também o estado de São Paulo. Das espécies do gênero Theobroma, o cacau e o cupuaçu formam a dupla de maior importância, tanto no que se refere à situação econômica como nos aspectos sociais. O cupuaçu é tradicionalmente cultivado com maior frequência, em pequenas propriedades, ocupando mão-de-obra familiar e, geralmente, consorciado com outras culturas. Na pequena propriedade pode ser consorciado, no primeiro ano com a mandioca, milho, feijão, bananeira ou mamoeiro, proporcionando receita durante a fase jovem do cultivo.
ASPECTOS BOTÂNICOS
O gênero Theobroma pertence à família Sterculiaceae, juntamente com os gêneros Herrania, Guazuma e Cola, sendo constituído principalmente de espécies arbustivas, com altura variando de 5 m a 15 m, podendo, algumas delas, alcançar 20 m.
O nome cupuaçu vem da língua Tupy (Kupu = que parece com o cacau + uasu = grande). 
As folhas apresentam coloração rósea, quando jovens, e verde, quando maduras, com 25 cm a 35 cm de comprimento e 6 cm a 10 cm de largura com 9 a 10 pares de nervuras; as folhas jovens contêm pelos ferrugíneos, que se soltam facilmente.
O fruto é uma baga capsulácea de 12 cm a 25cm de comprimento e 10 cm a 12 cm de diâmetro, pesando em média 1,2 kg. O epicarpo é lenhoso, de coloração marrom, coberto com pelos ferrugíneos, que quando raspado, expõe outra camada clorofilada; o mesocarpo é esponjoso, pouco resistente e levemente mais duro que o endocarpo, que é macio, fino e claro, limitado internamente por uma película. As sementes, em média 36 por fruto, apresentam 2,5 cm de comprimento por 0,9 cm de espessura, superpostas em cinco colunas em torno de um eixo central. As sementes estão envolvidas por uma abundante polpa branco-amarelada de sabor ácido e cheiro agradável.
CULTIVARES
São conhecidos e explorados comercialmente apenas três cultivares do cupuaçu:
Cupuaçú-redondo _ apresenta frutos com as extremidades arredondadas, casca com 6 a 7 mm de espessura e peso médio de 1,5 kg, sendo o tipo mais cultivado na região amazônica. 
Cupuaçú-mamorana _ apresenta frutos com as extremidades alongadas, casca com 6 a 7 mm de espessura e peso médio de 2,5 kg.
Cupuaçú sem-semente _ também conhecido como “sem caroço” ou cupuaçu-de-massa. O mutante original desse clone foi encontrado pela primeira vez, em 1949 no sítio de Pacajás, próximo a Cametá, no Estado do Pará. O formato do fruto é arredondado, sendo a sua principal característica a ausência de sementes. O peso médio do fruto é de 2,5 kg, chegando a atingir 4,0 kg. O rendimento médio de polpa dos tipos sem-sementes é de 70%, enquanto os com sementes é de 30%.
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
Dentro do gênero Theobroma, o fruto do cupuaçu é o que apresenta maior tamanho. O cacau e o cupuaçu formam a dupla mais importante do ponto de vista econômico e social. O cupuaçu é tradicionalmente cultivado com maior frequência, em pequenas propriedades, ocupando mão-de-obra familiar e, geralmente, em consorcio com outras culturas. Na pequena propriedade pode ser consorciado, no primeiro ano com a mandioca, milho, feijão, bananeira ou mamoeiro, proporcionando receita durante a fase jovem do cultivo, culminando com a melhoria da qualidade de vida dos pequenos produtores.
O Cupuaçuzeiro é uma espécie bem adaptada ao sombreamento e por isso naturalmente apresenta vocação para cultivos consorciados com espécies heliófilas de grande porte, tais como: seringueira, castanha-do-pará, mogno e frutíferas de porte florestal, participando como componente de sistemas agroflorestais, sem provocar danos ambientais, em função das suas características restauradoras e conservadoras.
CLIMA E SOLO
Cultivado em regiões de clima tropical que apresentam temperaturas médias anuais acima de 22ºC, mais de 1500 mm de pluviosidade anual de forma bem distribuída e umidade relativa acima de 75%. Por recomendação, os solos mais propícios ao cultivo são os areno-argilosos, profundos e com boa drenagem.
PROPAGAÇÃO
Por sementes
É o método mais utilizado para realizar a propagação do cupuaçu. As sementes devem vir de matrizes sadias, vigorosas, precoces e de alta produtividade. Devem ser escolhidos os maiores frutos, sem manchas na casca e sem rachaduras e dentre estes as maiores sementes, rejeitando as pequenas, chocas ou danificadas. Em média, em 1 kg de sementes tem-se de 140 a 200 sementes, sendo recomendável prever uma perda de 20% das mudas. 
A temperatura de germinação ideal para qualquer substrato é de 25 a 30ºC. A germinação ocorre aos 10 dias e deve-se repicar as mudas para os sacos de polietileno quando estas atingirem a altura de 20 cm, fazendo a seleção de mudas por desenvolvimento, formação e estado de sanidade.
Os canteiros devem ter no máximo 20 m de comprimento, de 1,0 a 1,2 m de largura e altura entre 20 cm a 30 cm, para facilitar o manejo. 
Em sacos plásticos, a semeadura é feita a uma profundidade de 2 cm e a germinação ocorre entre 13 a 25 dias após o semeio. O percentual de germinação gira em torno de 90% para sementes bem selecionadas e tratadas.
O substrato utilizado para formação de mudas é composto por uma mistura de esterco de curral ou composto orgânico bem curtido, areia e cinza, na proporção de 4:3:1:1. As mudas permanecem no viveiro até o momento que precedo o plantio, sendo expostas ao sol gradualmente e o plantio deve ser realizado quando a muda atingir de 40 a 60 cm de altura, o que normalmente ocorre de 6 a 8 meses após a semeadura.
Propagação Vegetativa
O método vegetativo mais utilizado é a enxertia, sendo utilizada para induzir precocidade de produção e homogeneidade nas plantas, possibilitando a reprodução de material genético de qualidade superior e a formação de plantas com porte baixo, proporcionando melhor manejo de poda e menor perda de frutos quebrados ao caírem espontaneamente quando maduros. O porta-enxerto utilizado é o próprio Cupuaçuzeiro e neste caso, deve-se ter o cuidado na escolha de matrizes, uma vez que, no Cupuaçuzeiro ocorre autoincompatibilidade gamética, sendo recomendado enxertos de diferentes matrizes. Para enxertia, os porta-enxertos devem ter entre 8 a 9 meses, com 8 mm a 10 mm de diâmetro a 10 cm do colo e com altura entre 70 cm a 80 cm. Atentar para que a área do caule destinada a enxertia esteja livre de lesões. O diâmetro do garfo não deverá ser maior que o diâmetro do porta-enxerto decapitado a 10 cm do colo.
IMPLANTAÇÃO DO POMAR
Para instalação do pomar poderão ser escolhidas áreas ocupadas com mata, capoeira ou áreas de pastagens. Em qualquer situação, é importante verificar a profundidade do solo e retirar as amostras para a análise química. Os solos deverão ser de preferência, profundos e bem drenados.
PREPARODO SOLO
Consiste na derruba, ou raleamento da vegetação existente, balizamento, calagem e drenagem (se necessário) e plantio de sombreamentos definitivos ou provisórios requeridos pela cultura, por se tratar de uma cultura adaptada às condições de sub-bosque.
ESPAÇAMENTO
O espaçamento pode variar de 5 x 5 m (400 plantas/há) até 8 x 8 m (156 plantas/há). Esse espaçamento depende principalmente do tipo de plantio (consorciado ou não), ser será definitivo ou temporário, além da fertilidade do solo: em solos férteis e ricos em matéria orgânica, o Cupuaçuzeiro apresenta um desenvolvimento bastante exuberante. E casos de plantio adensado, há necessidade de se realizar podas de formação e manutenção a fim de facilitar a colheita e os tratos culturais.
ABERTURA DE COVAS E PLANTIO
As covas, para qualquer tipo de muda (de semente ou enxertada), possuem dimensões de 0,40 x 0,40 x 0,40 m com espaçamento variando de 8 x 8 m até 5 x 5 m. 
SOMBREAMENTO
Na maioria dos pomares são realizados dois sombreamentos, um provisório de outro definitivo. Em geral, o provisório é feito com Bananeira (Musa spp.) em espaçamento de 3 x 3 m. Já o definitivo é feito com espécies florestais de valor econômico em espaçamentos variando de 15 x 15 m até 20 x 20 m.
TRATOS CULTURAIS
 ERVAS DANINHAS 
As plantas invasoras competem com a cultura em água, luz, espaço, nutrientes e pelos efeitos alelopáticos, devido à liberação de toxinas que dificultam ou impedem o crescimento normal das plantas cultivadas nutrientes. Recomendas e efetuar dois a três coroamento e três roçagens durante o ano.
PODA
O objetivo da poda dos Cupuaçuzeiros é induzir a formação de plantas de porte baixo para facilitar o controle cultural de doenças como a vassoura de bruxa; reduzir a perda de frutos danificados ao cair no solo; facilitar a colheita. 
O Cupuaçuzeiro necessita de três tipos de poda: poda de formação e desbrota, realizada para mante o equilíbrio fisiológico e a boa formação da copa da planta; retirada de ramos baixos e brotações abaixo de 1,5 m de altura. É feita no primeiro ano de vida da planta quando é cortado o broto terminal para promover a divisão do tronco principal da planta em dois e facilita a distribuição do peso dos frutos na copa. A poda de manutenção ou limpeza é feita no final de cada safra e tem por objetivo eliminar os ramos indesejáveis, praguejados ou doentes.
ADUBAÇÃO E CALAGEM
A calagem deve ser realizada 20 dias antes do plantio. O critério utilizado é a elevação da saturação por bases do solo a 50% utilizando-se a seguinte formula:
NC = Necessidade de calcário com PRNT corrigido para 100%;
T = Capacidade de troca de cátions; );
;
V1 = 100 x S/T
V2 = valor da Saturação por bases desejada (50%);
Na adubação de plantio deve-se incorporar na cova de 40 x 40 x 40 cm, 10 litros de esterco de curral curtido ou 3 litros de esterco de galinha ou 1 litro de torta de mamona, 10g por planta de FTE BR 12 e a dose de fosforo recomendada. 
Até o primeiro ano deve-se usar o superfosfato triplo ou simples como fonte de fosforo e a partir do segundo ano, o fosfato natural reativo. 
Para as adubações de manutenção as doses de fosforo devem ser aplicadas de uma só vez no início do período das chuvas. N e Mg devem ser parcelados em duas aplicações: 60% no início das chuvas e 40% no final. Para o potássio a proporção é 60 e 40%.
	Época
	N
	P no solo (mg dm3) *
	K no solo (mg dm3) *
	
	
	0 – 10 
	11 – 20 
	>20
	0 – 40 
	41 – 90 
	>90 
	
	(g/planta)
	P2O5 (g planta-1)
	K2O (g planta-1)
	1º ano
	30
	50
	25
	10
	40
	30
	20
	2º ano
	60
	60
	30
	15
	60
	40
	25
	3º ano
	80
	90
	45
	20
	100
	70
	35
	4º ano
	80
	90
	45
	20
	100
	70
	35
	5º ano
	100
	110
	50
	25
	150
	110
	60
	6º ano
	100
	120
	60
	30
	150
	110
	60
	7º ano
	120
	130
	65
	30
	180
	140
	70
*Extrator Mehlich
Quando os teores de P e K no solo forem 50% maiores do que os limites superiores definidos na tabela, recomenda-se não adubar com esses nutrientes.
PRAGAS E DOENÇAS
PRAGAS E SEU CONTROLE
No que se refere às pragas, alguns coleópteros atacam as folhas da planta causando perfurações no limbo. A lagarta Elbella patrobas, também ataca as folhas. A larva de Nyssodrystes sp aloja-se no interior do fruto. Outra praga que ocorre no cupuaçu, é a broca dos galhos, que é um cerambicideo, Ecthoea quadricornis. Em qualquer caso de ataque de pragas, é prudente consultar um técnico para identificação e recomendação de controle do mesmo.
DOENÇAS E SEU CONTROLE
A enfermidade que causa os maiores danos econômicos para a cultura, é a Vassoura-de-bruxa, Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer. A expansão dos cultivos comerciais na Amazônia e a falta de adoção de medidas de controle concorrem para o a aumento da incidência da doença, provocando uma grande redução na produção de frutos. Como medida de controle recomendasse a retirada das vassouras verdes e ou secas das plantas e em seguida realizar a queima das mesmas. Após a retirada das vassouras pulverizar com uma mistura de 20g de benomil, ou 60g de fungicida cúprico + 20ml de óleo vegetal + 1ml de espalhante adesivo para 600ml de água.
O uso de clones resistente a doença é uma outra alternativa que deverá ser adotada. Outras doenças menos importantes, também afetam a cultura do Cupuaçuzeiro, tais como: Morte Progressiva, Lasiodiplodia theobromae (Pa) Griff & Maubl. Essa enfermidade ataca o cupuaçu em qualquer idade, desde a fase de mudas até a fase adulta e pode estar relacionada a deficiências nutricionais ou em plantas que sofreram ferimentos.
Mancha de Phomopsis, Phomopsis sp., ocorre praticamente em todo cultivo de Cupuaçuzeiro na Amazônia, causando prejuízos consideráveis, reduzindo área foliar e consequentemente a produção da planta. Os sintomas se caracterizam por lesões circulares de coloração marrom que evoluem para esbranquiçadas, pardas ou avermelhadas quando do amadurecimento das folhas. Em casos de ocorrência, pode ser realizado como forma de controle 1g de benomil para cada litro de água ou 3g de óxido cuproso na dosagem de 3g do produto comercial para 1 litro de água. 
COLHEITA
Na Amazônia, a floração ocorre, normalmente, de julho a dezembro e frutificação no período de agosto a abril. Da floração à colheita há um período em torno de 4 a 5 meses. A produção das plantas cresce a partir das primeiras safras e se estabiliza por volta do quinto ano após o plantio. No quinto ano de cultivo a produção pode chegar a 20 a 30 frutos/planta/ano. A produtividade é influenciada pela cultivar, pelo clima, pelo solo, pelas práticas e manejo. O início da produção ocorre entre o 18º e 24º mês após o plantio. A colheita é feita manualmente quando os frutos maduros caem, exalando um cheiro característico e agradável.

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