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Cresce a distância entre ricos e famintos

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Cresce a distância entre ricos e famintos
	
	
Como o Mundo produz seus alimentos
Cronologia
Pré-História
Os primeiros alimentos eram obtidos pela caça, pesca e coleta de vegetais. Cerca de 500 mil anos atrás os ancestrais do homem aprenderam a usar o fogo, passando a assar e cozinhar sua comida. 
Na última era glacial (há 40 mil anos), os homens começaram a conservar a carne por alguns meses usando três métodos: a secagem, a defumação e o congelamento em covas no subsolo. 
A domesticação de animais começou em 12 mil anos a. C., no Oriente Médio, inicialmente com os cachorros e, depois, com as cabras. A pecuária garantiu um fornecimento regular de carne e leite. 
A agricultura surgiu há 8000 anos na Mesopotâmia, com o cultivo do trigo e da cevada. Os grãos, transformados em farinha, podiam ser conservados por muito tempo. A população se tornou sedentária.
Antiguidade
Os egípcios desenvolvem o processo de salgar a carne e o peixe para conservá-los por mais tempo. A dieta básica incluía pão de trigo, hortaliças (cebola, alho, alface) e frutas (melões, figos, abacates). 
Em Roma difunde-se o uso do pilão para a moagem de condimentos, que passam a serem usados em larga escala: 80% das receitas levam pimenta-do-reino. 
Preferência marcante pelas carnes gordas.
Era moderna
A batata americana, cultivável em solos muito pobres, é adotada pela Irlanda, Inglaterra e Holanda no século 17, e pelo resto do continente no século 18. Abre caminho para o crescimento populacional. 
Em 1804, Nicolas Appert, inaugura a primeira fábrica de alimentos enlatados. Ele colocava o alimento num recipiente bem fechado e fervia o invólucro. Passou a fornecer carne para tropas de Napoleão. 
O primeiro refrigerador moderno (usando a compressão de gases) é patenteado em 1851 nos Estados Unidos, e se difunde no último quarto do século, sobretudo para conservar carnes e leite. 
No século 19, o consumo de açúcar e de óleos vegetais se populariza na Europa. Surgem as grandes indústrias de alimentos nos EUA (Heinz, Nabisco, Campbell), Cresce o consumo de carne.
Século 20
Os alimentos vitaminados se difundem nos Estados Unidos a partir de 1920. O bife, o hambúrguer, a batata frita, as sopas enlatadas e os flãs gelados passam a fazer parte da dieta habitual dos EUA. 
Frutas tropicais tornam-se populares no Primeiro Mundo: laranja, banana, tangerina, abacaxi, maracujá conquistam os mercados dos EUA e Europa. 
As lanchonetes de fast-food se espalham nos EUA a partir de 1950. Nos anos 70, a preocupação com a saúde leva à difusão de comidas sem colesterol, com poucas calorias e baixos teores de gordura. 
Na década de 80, o uso do forno de microondas e dos freezers provocam a popularização da comida congelada nos países desenvolvidos. A pizza é o prato que ganha mais adeptos. 
Como o Mundo produz seus alimentos
Base da dieta alimentar, a produção de grãos gera 80% dos alimentos consumidos no planeta e divide-se principalmente entre milho, trigo e arroz. Entre os maiores produtores mundiais, destacam-se a China e os EUA. Os chineses privilegiam o plantio do arroz, enquanto os americanos preferem o milho, que é o grão mais cultivado no mundo.
No relatório sobre o estado mundial da agricultura e da alimentação, de 1997, a FAO constatou que “há uma diferença crescente entre os países com alto nível de consumo de alimentos e os com baixo”. 
Em outras palavras, os ricos estão engordando, e os muitos pobres estão cada vez mais famintos. 
Nos 20 países em pior situação, a média de fornecimento de energia por alimentos caiu de 1.941 kcal/dia por habitante para 1.853 kcal/dia por dia – na comparação entre o triênio de 1989 a 1991 e de 1993 a 1995. 
Não por acaso, o PIB per capita desses países (a maioria localizada na África ao sul do Saara) caiu 4,2% entre 1990 e 1994. 
Ao mesmo tempo, a população dos 14 países que mais comem viu seu consumo de energia alimentar subir de 3.135 kcal/dia para 3.234 kcal/dia e o PIB per capita (que já era o maior de todos) crescer 2,5%. Mas na média vai tudo bem. 
Dados da FAO mostram que nas últimas três safras mundiais de cereais, a produção foi maior do que o consumo global. Com o excedente, as reservas internacionais cresceram de 14% para 18$ do 1,9 bilhão de toneladas de trigo, arroz e outros grãos consumidos por ano no mundo – um nível aceitável.
Segundo nutricionistas o consumo diário de proteína de um adulto deve ser de, no mínimo, 0,8 g e, no máximo 1,2g. Um adulto de 70kg, por exemplo, deve consumir diariamente entre 56g e 84g de proteína.
Ampliando-se a análise para todos os tipos de alimentos, a média mundial de comida disponível para o consumo humano direto cresceu 19% nos 35 anos até 1996. Chegou a 2.720 kcal/dia (quilocalorias) por pessoa, superando o mínimo recomendável de 2.200 kcal/dia. 
Contrariando as visões alarmistas da década de 60, todas as projeções recentes feitas para o futuro indicam que, até onde é possível antever, o ritmo de crescimento da produção de comida dará conta do aumento da população mundial. 
“Em 2025, os fazendeiros do mundo estarão produzindo cerca de 3 bilhões de toneladas de cereais para alimentar uma população de cerca de 8 bilhões de pessoas”, prevê Tim Dyson, professor da London School of Economics. 
Ou seja: não há risco de faltar comida no mundo agora, nem no futuro. Mas há e continuará havendo muita fome no mundo. 
O relatório de junho da mesma Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação reporta que, entre outros, 1 milhão de pessoas sofre com falta de comida na Somália, outras 4,6 milhões precisam de assistência alimentar na Etiópia. 
A fome não se limita à África: há cerca de 180 mil pessoas precisando de ajuda por causa da seca na Jordânia, e a crise alimentar na Coréia do Norte já provocou de 2 a 3 milhões de morte desde 1995. 
No total, cerca de 800 milhões de pessoas (13% da população mundial) são consideradas subnutridas pela FAO. Elas vivem em mais de 30 países, tão distantes quanto Cuba e Mongólia, ou Tanzânia e regiões isoladas da Rússia. 
Para Nikos Alexandratos, pesquisador da FAO, a visão de que a persistência da insegurança alimentar e da subnutrição não é um problema de produção, mas de distribuição é totalmente correta – desde que se refira ao mundo como um todo.
“Mas essa conclusão não ajuda muito”, completa o autor, em texto para um colóquio promovido pela Academia de Ciências dos EUA em dezembro passado. Por isso, Alexandratos enfatiza: é a falha em desenvolver a agricultura e aumentar a produção de comida localmente que está no coração do problema da insegurança alimentar. 
As causa são a falta de acesso à educação, boas sementes, fertilizantes e água. A isso se somam a pobreza e instabilidade política e as guerras, principais fatores para disseminação da fome. 
Com o crescimento populacional concentrado justamente nos países pobres da África e do Sudeste Asiático, o problema tende a se agravar no futuro. As projeções indicam que eles terão que multiplicar sua importação de alimentos. 
A FAO estabeleceu como meta reduzir o número de subnutridos crônicos no mundo de 800 milhões para a metade em 2015. Mas os estudos de Alexandratos indicam que em 2010 ainda vão existir 680 milhões de famintos.
 
Se o mundo consumisse como os EUA...
... a produção de grãos no planeta em 2050 seria igual a 7,92 bilhões de toneladas ou 3,9 vezes a produção anual

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