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Fármacos Antipsicóticos 
Psicofarmacologia 
 
Os fármacos antipsicóticos ou neurolépticos são utilizados como sinônimos para referir-se a 
fármacos prescritos principalmente para o tratamento da esquizofrenia, mas eficazes também para 
outras psicoses e estados de agitação. Os antipsicóticos têm sido utilizados na clínica desde a década 
de 60, a reserpina e a cloropromazina foram os primeiros fármacos a se mostrarem eficazes nas 
psicoses. Posteriormente, foram substituídas por fármacos mais novos. Com a introdução de uma 
farmacoterapêutica para esses pacientes, reduziu os casos de internação e contenção em casas de 
saúde e hospícios, proporcionando aos pacientes e seus familiares uma melhor qualidade de vida. 
 
O termo “psicose” refere-se a distúrbios mentais variados. A esquizofrenia é um tipo particular de 
psicose, onde o paciente apresenta consciência lúcida e acentuado distúrbio de percepção. A 
patogênese da esquizofrenia é desconhecida. Primeiro episódio ocorre na adolescência ou em adultos 
jovens, onde 25% apresentam somente um episódio agudo, 25% estado permanente e 50% dos 
indivíduos apresentam episódios recorrentes ao longo da vida. A esquizofrenia tem prevalência de 
1% na população geral. Acredita-se que esse tipo de psicose pode decorrer de hereditariedade; 
prevalência de 10% entre irmãos de pais esquizofrênicos e 40% de concordância entre gêmeos 
monozigóticos. Os pacientes apresentam os seguintes sintomas divididos em: 
 
- Sintomas positivos: delírios e alucinações, fala e comportamento desorganizados, afeto 
incongruente; 
- Sintomas negativos: isolamento social, redução da produção e fluência de pensamento e da fala, 
embotamento afetivo. Acrescentados de redução da cognição (atenção e memória), ansiedade e 
depressão, podendo evoluir para tentativa de suicídio. 
 
Algumas teorias tentam explicar as psicoses, uma teoria neuroquímica que constitui a mais 
minuciosa hipótese e a base racional da farmacoterapia é a hipótese da dopamina. Diversas 
observações experimentais e clínicas evidenciaram que a hiperatividade dopaminérgica precipita os 
sintomas positivos; a síntese excessiva de dopamina, a liberação excessiva de dopamina DOPA leva 
a um aumento na expressão de receptores dopaminérgicos; o abuso da anfetamina produz sintomas 
positivos; a análise post morten indicou aumento do número de receptores dopaminérgicos e que os 
fármacos antipsicóticos atuariam por antagonizar os receptores D2. Esta teoria não está completa 
tendo em vista que se a esquizofrenia envolvesse apenas desequilíbrio da atividade dopaminérgica os 
antipsicóticos seriam eficazes em todos os pacientes, todavia são apenas parcialmente eficazes. 
 
A transmissão dopaminérgica é reconhecida no cérebro em cinco vias ou sistemas dopaminérgicos 
importantes: 
- As vias mesolímbica-mesocortical estão relacionadas ao comportamento que se projeta dos corpos 
celulares próximos da substância negra até o sistema límbico e o neocórtex. 
 
- A via nigroestriatal consiste em neurônios que se projetam da substância negra até o núcleo 
caudal e o putâmen, esta via está relacionada na coordenação de movimentos voluntários. 
 
- O sistema tuberoinfundibular liga os núcleos arqueados e neurônios periventriculares ao 
hipotálamo e à hipófise posterior. A dopamina liberada neste sistema inibe fisiologicamente a 
secreção de prolactina. 
 
 
Acredita-se que os antipsicóticos sejam capazes de bloquear a dopamina nos sistemas 
mesolímbico e mesofrontal. O antagonismo da dopamina no sistema nigroestriatal explica o efeito 
indesejável conhecido como parkinsonismo induzido. A hiperprolactinemia que acompanha o 
tratamento com antipsicóticos é causada pelo bloqueio do efeito inibitório da dopamina sobre a 
produção de prolactina. 
 
O alvo dos antipsicóticos são os receptores dopaminérgicos. Estes receptores consistem de duas 
famílias distintas, os grupos de receptores semelhantes a D1 e semelhantes a D2. 
 
Os antipsicóticos bloqueiam de modo estereosseletivo os receptores dopaminérgicos subtipo D2, em 
sua maior parte, e sua afinidade está correlacionada com sua potência clínica. 
 
Os antipsicóticos podem ser divididos em antipsicóticos típicos, fármacos com ações proeminentes 
nos receptores D2; e antipsicóticos atípicos, que constituem uma geração nova de fármacos com 
antagonismo nos receptores D2 menos marcante, consequentemente menor ocorrêcia de efeitos 
extrapiramidais. 
 
Os antipsicóticos típicos de estruturas químicas derivadas de fenotiazínicos, tioxantênicos e 
butirofenona (Figura) bloqueiam os receptores D2 em todas as vias dopaminérgicas no SNC, 
principalmente na região mesolímbica e mesocortical. Esse bloqueio reflete uma melhora do 
paciente esquizofrênico em relação aos sintomas positivos, já que estudos sustentam a ideia de que a 
hiperatividade da área mesolímbica estaria relacionada com estes sintomas. Entretanto, os 
antipsicóticos típicos são relativamente menos eficazes no controle dos sintomas negativos. A 
hipótese de que os sintomas negativos relacionam-se com uma hipoatividade dos neurônios 
mesocorticais, dessa forma o antagonismo dos receptores D2 não seja capaz de corrigir esses 
sintomas. Muitos dos efeitos adversos dos antipsicóticos típicos refletem a ligação destes fármacos 
aos receptores D2 nos núcleos da base (via nigroestriatal) e na hipófise.

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