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10/5/2011 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CAMPUS DE RIO PARANAÍBA Óleos e Gorduras Óleos e Gorduras Óleos e Gorduras Óleos e Gorduras –––– PROPRIEDADES QUÍMICASPROPRIEDADES QUÍMICASPROPRIEDADES QUÍMICASPROPRIEDADES QUÍMICAS UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS As principais propriedades químicas dos óleos e gorduras são as propriedades químicas dos ácidos graxos (ácidos carboxílicos) . Do ponto de vista de tecnologia de óleos e gorduras, as reações mais importantes são a hidrólise/esterificação dos triglicerídeos, a hidrogenação, a saponificação e a oxidação dos ácidos graxos. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS HIDRÓLISE / ESTERIFICAÇÃO DOS TRIGLICERÍDEOS Triglicerídeos são formados pela esterificação de ácidos graxos com Glicerol. A reação inversa, Hidrólise, produz Diglicerídeos, Monoglicerídeos e Ácidos Graxos Livres. A hidrólise industrial é feita a temperaturas maiores que 100 oC, na presença de água e geralmente é catalisada por ácidos. Esse é o processo usado para a produção industrial de ácidos graxos. O processo pode ser catalisado também por enzimas (Lipases) na temperatura ambiente mas o alto custo das enzimas dificultam a utilização desse método. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS Nos óleos e gorduras usados como alimentos, a hidrólise dos triglicerídeos é o segundo modo de deterioração mais importante . Os ácidos graxos livres podem causar cheiro e sabor desagradáveis (rancidez hidrolítica) além de produzir fumaça nos processos de fritura. Na refinação dos óleos e gorduras, os ácidos graxos livres são eliminados durante a etapa de neutralização e são considerados perdas de processamento. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS A esterificação, é o processo reverso da hidrólise e forma os triglicerídeos na reação dos ácidos graxos com o glicerol. A esterificação pode ocorrer com qualquer tipo de álcool ou composto contendo hidroxilas. A esterificação de Álcoois de cadeia longa com ácidos graxos forma as "ceras" como a cera de abelhas e a de carnaúba. A esterificação do Etanol com ácidos de cadeia curta forma ésteres aromatizantes como o Caproato de Etila no maracujá. Alguns emulsificantes são produzidos pela esterificação parcial de ácidos graxos com o glicerol ou com açucares. Poliésteres de Sacarose (Olestra) e ácidos graxos, que não são digeridos pelo homem, estão sendo avaliados como substitutos para gorduras. 10/5/2011 2 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS A esterificação é uma reação catalisada por ácidos e bases e pode ocorrer nos seguintes casos: a) Alcoólise: reação entre triglicerídeos e álcoois , produzindo ésteres simples ou de álcoois de cadeia longa (ceras). b) Glicerólise: reação entre tiglicerídeos e glicerol, produzido mono e diglicerídeos. c) Interesterificação: reação de troca de ácidos graxos entre triglicerídeos provocando redistribuição aleatoria ("randomização") dos ácidos graxos entre os triglicerídeos. É um dos processos usados para a modificação das características físicas dos óleos e gorduras. A interesterificação não altera a composição em ácidos graxos do óleo ou gordura mas altera a distribuição dos ácidos graxos nos triglicerídeos. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS Hidrogenação Consiste na adição de hidrogênio nas ligações duplas dos ácidos graxos insaturados. É o principal método usado na modificação das propriedades físicas dos óleos e gorduras. É usado para transformar óleos (líquidos - insaturados) em gorduras (sólidas - saturadas). No processo de hidrogenação catalítica pode haver formação de ligações duplas trans, ou seja, gorduras trans, o que pode ser prejudicial à saúde se consumido em grande .quantidade. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS Saponificação. É a reação usada na fabricação de sabão. É a reação de ácidos graxos com bases formando um sal e água. Os sais de ácidos graxos são conhecidos como sabões. Os lipídeos podem ser classificados em "saponificáveis" e "insaponificáveis" (não contém ácidos graxos). A reação de saponificação é usada para a eliminação dos ácidos graxos durante a etapa de neutralização no processo de refinação dos óleos e gorduras. Triglicerídeos também podem reagir com bases formando sal, água e glicerol porem precisam de soluções mais concentradas. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS Oxidação A oxidação dos ácidos graxos insaturados é o principal problema de deterioração de óleos e gorduras. A reação e autocatalítica, ocorre espontaneamente, com a presença de traços (menos de ppb) dos elementos participantes. O processo de oxidação ocorre na posição alílica, ou seja carbono vizinho da dupla ligação. Uma vez formados os radicais livres eles se propagam rapidamente aumentando o consumo de oxigênio e começam, a ser preceptíveis as alterações organolépticas. 10/5/2011 3 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS A teoria clássica divide a reação em três etapas. A primeira etapa (iniciação) ocorre com a formação espontânea de radicais livres pela abstração de um átomo de Hidrogênio do carbono vizinho às ligações insaturadas dos ácidos graxos. A oxidação do Ácido Linoléico (C18:2) é da ordem de 50 vezes mais rápida que a do Ácido Oléico (C18:1). Esses radicais livres reagem com outros ácidos graxos formando novos radicais livres ou com oxigênio formando radicais livres peróxidos como numa reação em cadeia (propagação). A terceira etapa ocorre quando a concentração de radicais livres aumenta tanto que estes começam a reagir entre si, formando produtos estáveis (terminação). UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS Os primeiros peróxidos também podem ser formados por via enzimática, ou pela reação dos ácidos graxos insaturados com espécies de Oxigênio ativas, como o Oxigênio no estado Singlet - 1O2 formado por interação com a Clorofila na presença de luz. Esses peróxidos por sua vez, na presença de metais, formam novos radicais livres que vão propagar a reação. A formação de peróxidos em si não é muito importante do ponto de vista organoléptico, mas os peróxido se decompõem formando aldeídos, cetonas, ácidos graxos de cadeia curta e outras substâncias que dão cheiro e gosto desagradáveis aos óleos e gorduras (rancidez oxidativa). Além disso, podem reagir com proteínas, vitaminas e ácidos graxos essenciais, causando a perda do valor nutritivo dos alimentos. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS A reação de oxidação é inevitável nos óleos e gorduras. Entretanto, há vários fatores que podem diminuir a velocidade da reação. O primeiro fator é observado evitando-se a influência da luz do calor que são os fornecedores de energia para a reação e principalmente do Oxigênio que é o reagente mais importante. No caso da luz e calor, isto pode ser conseguido com o uso de embalagem e armazenamento apropriados. No caso do Oxigênio com o uso de atmosfera inerte. Alguns óleos e gorduras, principalmente as gorduras usadas em frituras, são parcialmente "Hidrogenados" para diminuir o grau de insaturação dos ácidos graxos. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS Em segundo lugar, evitando-se a presença de substâncias que agem como catalisadores da reação, ou seja, metais, clorofila, enzimas, etc. Isto pode ser conseguido com o processamento adequado (refinação) e com o uso de "sequestrantes de metais", como o Ácido Cítrico e o EDTA (na maionese). Mas o principal meio de retardar o processo de oxidação em óleos, gorduras e alimentos gordurosos, é a utilização dos "inibidores da reação em cadeia" , chamados de Antioxidantes. Os antioxidantes são (compostos fenólicos) substâncias que reagem com os radicais livres,tornado-os menos ativos. Os principais antioxidantes usados na indústria de alimentos são Tocoferois, BHT, BHA e TBHQ. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - PROPRIEDADES QUÍMICAS Reações dos ácidos Carboxílicos Além das reações citadas nos itens anteriores, o grupo carboxila dos ácidos graxos pode reagir como outros ácidos carboxílicos: - formando ésteres com Ácido Fosfórico, e Enxofre - formando amidas por reação com aminas (ligação peptídica) - formando Anidridos por desidratação - formando compostos halogenados (Cloretos Ácidos) - formando álcoois por redução 10/5/2011 4 UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CAMPUS DE RIO PARANAÍBA Óleos e Gorduras Óleos e Gorduras Óleos e Gorduras Óleos e Gorduras –––– FONTES FONTES FONTES FONTES PRODUTORASPRODUTORASPRODUTORASPRODUTORAS UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS A produção mundial de óleos e gorduras na safra 2006 foi de pouco aproximadamente que 150 milhões de toneladas, dos quais 140 milhões de toneladas foram de origem vegetal e o restante de origem animal. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Produção mundial de óleos e gorduras (milhares de litros) UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Produção mundial de óleos e gorduras UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Comércio mundial de óleos e gorduras UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Produtividade anual das principais oleaginosas no Brasil 10/5/2011 5 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Disponibilidade de óleos e gorduras no Brasil 2007/2008 (mil ton) UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS ÓLEOS E GORDURAS DE ORIGEM VEGETAL Quatro tipos de óleos representam 80 % dos 140 milhões de toneladas de óleos e gorduras vegetais produzidos no mundo durante a safra de 2006. Os 20 % restantes são divididos entre outros tipos. Outras fontes de óleos e gorduras tem importância apenas regional e produção pequena, praticamente insignificante em termos de comércio internacional. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Soja Embora a soja (Glycine soja ou Glycine max, L.) seja usada como alimentopara a população oriental há milhares de anos, somente depois de 1950 começou a ser cultivada em grande escala no ocidente. Atualmente é a oleaginosa mais importante no mundo. Em 2003-04, foram produzidas 190 milhões de toneladas de grãos de soja, representando 56 % do total de 336 milhões de toneladas de sementes oleaginosas produzidas no mundo. Os Estados Unidos, o Brasil e a Argentina são os maiores produtores com 66, 53 e 34 milhões de toneladas cada um, respectivamente, seguidos da China, Índia e UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Soja Essa grande produção se deve à facilidade de adaptação da cultura às condições de solo e clima de regiões que vão da Argentina aos Estados Unidos, à produtividade de 2,0 a 2,4 toneladas por hectare, e principalmente ao alto teor de proteínas de excelente qualidade (35 % no grão com 12 % de umidade). No ocidente, o resíduo da extração, farelo desengordurado com 45-48 % de proteína é usado principalmente (mais de 90 % da produção) como ração para animais. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Soja Devido ao alto teor de ácido Linolênico (C18:3 - 6-8 %) o óleo tem baixa resistência à oxidação. É um óleo "secativo", ou seja forma filmes de "plástico" quando espalhado sobre uma superfície. Por isto mesmo, parte da produção de óleo de soja é utilizada na fabricação de tintas e vernizes. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Palma Conhecido no Brasil como "azeite de dendê”, o óleo de palma é, hoje, o óleo mais produzido no mundo, com 45,1 milhões de toneladas na safra 2009-10 e é o óleo mais barato do mercado internacional. A planta é originária da África mas os maiores produtores são a Malásia com 50 % da produção e a Indonésia com 30 %. O Brasil produz (no Pará) aproximadamente 200 mil toneladas por ano e importa outro tanto. 10/5/2011 6 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Palma A palma (Elaeis guineensis Jacq.), é a planta com maior rendimento de óleo por área plantada. A produção do óleo começa no quarto ano depois do plantio e é economicamente viável por mais de trinta anos. Cada palmeira produz até 20 toneladas de frutos por ano. O fruto, com tamanho entre uma azeitona e um ovo, é formado por uma noz (palm kernel - palmiste - semente) que fica dentro de uma casca dura, envolta por uma casca fibrosa. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Palma O óleo de palma é extraído dessa casca fibrosa com o rendimento médio de 4 toneladas por hectare. O óleo bruto é vermelho, com cheiro e gosto característico e contem 50 % de ácidos graxos saturados, principalmente Palmítico. Refinado, é dividido em duas frações, uma menos saturada líquida á temperatura ambiente (Oleína) e outra sólida (estearina). A estearina e o óleo sem fracionar são usados na fabricação de margarinas ou como substituto de gorduras. A oleína é usada como óleo de salada em locais de clima quente, e como excelente óleo para fritura devido à sua alta resistência à oxidação. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Colza Com 14 milhões de toneladas o óleo de Colza (Brassica napus, B. campestris) representa 13 % da produção de óleos e gorduras vegetais. Até a década de 1950, a maior parte da produção era na China e na Índia. Devido ao alto teor de Ácido Erúcico (C22:1), o óleo era considerado impróprio para o consumo humano no ocidente, e erausado principalmente para a produção de sabões, tintas e lubrificantes. O resíduo da extração contem substancias tóxicas para os animais. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Colza Com 18,4 milhões de toneladas o óleo de Colza (Brassica napus, B. campestris) representa 13 % da produção de óleos e gorduras vegetais. Até a década de 1950, a maior parte da produção era na China e na Índia. Devido ao alto teor de Ácido Erúcico (C22:1), o óleo era considerado impróprio para o consumo humano no ocidente, e erausado principalmente para a produção de sabões, tintas e lubrificantes. O resíduo da extração contem substancias tóxicas para os animais. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Colza Na décadas de1960 e 1970, pesquisadores do Canadá desenvolveram variedades de sementes contendo baixos teores de substâncias tóxicas, óleo com baixos teores de ácido Erúcico (menos de 0,5 %) e patentearam essas variedade com o nome deCANOLA ( Canadian low acid ). Atualmente, cerca de 40 % da produção de óleo de colza é óleo de canola sendo o Canadá o maior produtor com cerca de 3 milhões de toneladas por ano. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Colza O óleo de canola tem aplicações semelhantes às do óleo de soja, também tem alto teor de Ácido Linolênico (6 -10 %) e portanto, baixa resistência à oxidação, mas é considerado o óleo com o menor teor de ácidos graxos saturados. No Brasil, o óleo é muito caro e importado da Argentina. O óleo de colza continua sendo produzido para consumo na indústria química, no ocidente e também como alimento no oriente. Na Europa, é considerado uma matéria prima promissora para a produção de "biodiesel ". 10/5/2011 7 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Girassol Com 9 milhões de toneladas, o óleo de girassol (Helianthus annuus) representa aproximadamente 8 % do total de óleos vegetais produzidos. Embora a planta seja originária da América do Norte, os maiores produtores são a Rússia, a Argentina com 26 % e 22 % respectivamente, seguidos da França e Estados Unidos. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Girassol O rendimento é da ordem de 2000 Kg de sementes contendo até 40 % de óleo e 25 % de proteína de boa qualidade, por hectare. No Brasil, quase todo o óleo é importado da Argentina. O óleo, considerado de alta qualidade,tem altos teores de Ácido Linoléico, é usado como óleo de salada e em frituras devido à alta resistência à oxidação. Atualmente estão sendo desenvolvidas variedades com altos teores de ácido oléico. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Os sete óleos secundários Amendoim Planta provavelmente originaria da América do Sul, já era cultivada pelos Incas desde 3000 AC. Os portugueses e espanhóis espalharam o amendoim (Arachis hypogaea) pelo mundo. As sementes contem 45 % de óleo de excelente qualidade, rico em Ácido Oléico, e que é um dos mais caros entre os óleos vegetais devido ao sabor característico (mesmo refinado) e à alta resistência à oxidação quando usado em frituras. Os maiores produtores são a China e a Índia com 30 % e 25 % da produção mundial , respectivamente. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Amendoim A plantação de amendoim para óleo já foi muito importante o Brasil e em países africanos mas diminuiu depois da década de 1970, devido a problemas com a "aflatoxina" e com o surgimento de (raros) casos de alergia. A produção da semente voltou a crescer mas dirigida principalmente para o uso em produtos de confeitaria. Nos Estados Unidos, a "manteiga de amendoim" é um alimento tradicional. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Algodão A planta (Gossypium hirsutum) é cultivada pela fibra que é usada para a fabricação de linhas e tecidos. A extração e principalmente a refinação do óleo foram desenvolvidos para aproveitar a semente. Os maiores produtores são a China, os Estados Unidos , a Índia e a Rússia. O óleo bruto é escuro e rico em Ácido Oléico, mas precisa ser refinado para o consumo. Refinado é muito resistente à oxidação tendo boa utilização com óleo de salada e para frituras. Tem tendência à cristalização na forma, sendo usado como ingrediente na formulação de bases para margarinas. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Algodão Já foi muito comum no Brasil mas a produção diminuiu devido à pragas que atacaram as plantações. Atualmente, com o desenvolvimento de novas espécies resistentes volta ser produzido em quantidades significativas. 10/5/2011 8 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Coco A gordura de coco (Cocos nucifera) é produzida por prensagem da noz do coco seca. Os maiores produtores são a Indonésia, as Filipinas e a Índia. A gordura é caracterizada pelo alto teor de Ácido Láurico (C12:0 > 50 %). A maior parte da produção é usada na fabricação de sabões, mas devido ao ponto de fusão bem definido e de baixa temperatura (25 oC) é usado em preparações para cobertura de produtos gelados e confeitarias especiais. O uso em frituras não é recomendado devido à facilidade de hidrólise e ao gosto forte característico do Ácido Láurico. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Palmiste É o coquinho do dendê (Palm kernel). Os maiores produtores são os produtores de óleo de palma, Malásia e Indonésia. A composição e características do óleo (3,6 milhões de toneladas em 2003-04) são semelhantes às da gordura de coco mas o custo é bem menor. A maior parte da produção é usada na fabricação de sabão. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Milho O milho (Zea mays) é uma das plantas mais antigas cultivadas pela humanidade. É originário da América e foi levado á Europa por Cristóvão Colombo. O óleo é extraído do germe que é um subproduto do processamento do milho para a produção de farinhas ou amido. Tem cor amarelada, alto teor de Ácido Linoléico, alta resistência à oxidação e é muito caro. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Oliva É o óleo vegetal mais caro e o único consumido em larga escala sem passar pelo processo de refinação. A oliveira (Olea europea), originária da Ásia, é característica das civilizações ao redor do mar Mediterrâneo há milhares de anos. Os maiores produtores são a Espanha (30 %) e a Itália (20 %), seguidas da Grécia, Turquia e Síria. Cerca de 10 % da produção mundial é dos paises do norte da África (Tunísia, Marrocos). A Argentina tem uma produção pequena. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Sésamo O gergelim (Sesamum indicum, Pedaliaceae), é originário da Pérsia (Iran). A planta é cultivada nas regiões tropicais e temperadas (latitudes 40°N a 40°S). As sementes são usadas no preparo de comidas típicas das regiões produtoras e para a produção de óleo. O maior produtor é a Índia (27 %), seguida da China (20 %) e Sudão (10 %). As sementes contem em média 50 % de óleo mas a qualidade varia muito de ano para ano. O óleo, que também é consumido sem refinação, é rico em ácidos Oléico e Linoléico, e extremamente resistente à oxidação devido à presença de "sesamol" , um antioxidante natural muito poderoso. É muito caro, a produção é pequena e geralmente consumida pela população local. Também é usado como cosmético e em aplicações medicinais. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Óleos e gorduras especiais. Cacau A planta (Theobroma cacao, Sterculiacae) é originaria do Brasil, mas atualmente é cultivada também na África e na América Central. O grão contem 50 a 60 % de gordura e é usado principalmente para a fabricação de chocolates. - Illipe (Shorea stenoptera) produzida no Sul da Ásia. Tem composição, propriedades físicas e plasticidade semelhantes a da manteiga de cacau. - Kokum (Garcinia indica) ; Sal (Shorea robusta), produzidas na Índia; Gordura de Caroço de manga (Mangifera indica), em composições diferentes, mas propriedades físicas e plásticas semelhantes à manteiga de cacau. 10/5/2011 9 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Mamona (Ricinus communis, Euphorbiacae) O Brasil já foi o maior produtor mas atualmente chega a importar pequenas quantidades. A produção mundial é da ordem de 1,2 a 1,4 milhões de toneladas por ano sendo a Índia (70 %) o maior produtor atualmente . As sementes contem até 55 % de um óleo muito claro contendo 90 % de Ácido Ricinoléico (C18:1 , 9cis, 12-hidroxi). O óleo e a torta (resíduo da extração do óleo) de mamona não podem ser usado como alimento. O óleo é matéria prima para a produção de lubrificantes, plásticos, tintas e vernizes. A torta é usada como adubo. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Linho Cultivado atualmente nas regiões temperadas do Canadá, Argentina, Índia e Estados Unidos, o Linho (Linum usitatissimum, Linacae) já era conhecido no Egito antigo, pela utilidade das fibras na confecção de cordas e tecidos finos. As sementes contém cerca de 34 % de um óleo com mais de 50 % de Ácido Linolênico. É um óleo secativo que se oxida e polimeriza facilmente, sendo usado para a produção de tintas. A produção mundial é da orcem de 600 000 toneladas por ano, sendo o Canadá (40 %) o maior produtor. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Óleos de menor importância comercial Arroz A produção mundial de arroz é da ordem de 400 milhões de toneladas por ano, sendo a China (30 %), a Índia (20 %) e a Indonésia (10 %) os maiores produtores. O farelo de arroz é o resíduo (8 %) do polimento dos grãos e contem de 15 a 20 % de óleo. Infelizmente, o farelo contem uma lipase extremamente ativa que hidrolisa rapidamente os triglicerídeos tornado antieconômica a extração do óleo. Quando a enzima é inativada, obtem-se um óleo de excelente qualidade, semelhante ao óleo de milho. A produção mundial é da ordem de 300 000 toneladas ano. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Outros óleos - São de importância regional e sem grande significado comercial. - Papoula - (Papaver somniferum, Papaveracae). Cultivada na Europa Central pelas sementes ricas em óleo de excelente qualidade e na Ásia pelo ópio. A produção mundial de óleo é da ordem de 1200 toneladas sendo a Romênia o maior produtor. - Carthamo ou Safflower - (Carthamus tintorius, Composae). Cultivado em algumas regiões dooriente e nos Estados Unidos. A semente contem 30 a 40 % de óleo com alto teor de Ácido Linoléico. A produção mundial é da ordem de 30 000 toneladas,sendo a Índia o maior produtor. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Outros óleos - Semente de Uva - (Vitis vinifera, Vitacae). Produzido em regiões produtoras de vinhos.Tem composição semelhante à do óleo de girassol. - Outros - Há dezenas de outros óleos de importância regional, como, por exemplo, o óleo ou gordura de Babaçu e o óleo de castanha do Pará, no Norte do Brasil ou de noz macadamia, na Austrália. Os processo de extração são geralmente artesanais, a qualidade dos produtos geralmente é baixa e do ponto de vista do comércio internacional a produção é insignificante. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Óleos usados como cosméticos ou com fins medicinais. - Abacate - (Persea gratissima, Lauracae). É usado na indústria de cosméticos. Tem altos teores de matéria insaponificável (2 %) , principalmente esteróis.. - Black-currant (Ribes nigrum, Saxifragacae), Borage (Borago officinalis, Boraginacae), Evening primrose (Oenothera biennis, Onagracae) - Todas com altos teores de Ácido Gama Linolênico. - Germe de trigo - Fonte de Tocoferóis ( Vitamina E ). -Shea butter (Butyrospermum parkii, Sapotaceae); Pentadesma butter (Pentadesma butyracea, Guttiferae) produzidas na África, são fontes de esteróis e Ácido Cinâmico, usados em dermatologia. 10/5/2011 10 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Óleos usados como cosméticos ou com fins medicinais. - Almond seed - Amêndoa (Prunus amygdalus, Rosacae); Hazel-nut - Avelã (Corylus avellana, Betulinae). Walnut - Nogueira - (Juglans regia, Juglandacae) - Todas, nozes ou amêndoas, ricas em ácido Oléico e matéria insaponificável (esteróis ) . São usadas como óleos medicinais ou cosméticos UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS ÓLEOS E GORDURAS DE ORIGEM ANIMAL Sebo ( Tallow ) A gordura é extraída do tecido adiposo de bovinos (10 a 20 % da carcaça ). A composição média é de 25 % de Ácido Palmítico (C16:0), 20 % de Esteárico (C18:0) e 40 % de Oléico (C18:1) além de pequenas quantidades (2,5 %) de ácidos graxos poliinsaturados, ácidos graxos saturados com número impar de carbono (2,0 %), ramificados (1,0 %) ou com menos de 16 carbonos (1,0 %). Devido à hidrogenação dos ácidos graxos insaturados no rúmen, a gordura contem até 10 % de Ácido Elaídico (C18:1 , 9-trans). UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Sebo ( Tallow ) Até a década de 1970, a oleína separada do sebo era uma das principais gorduras usadas em operações de frituras nas principais cadeias de lanchonetes do mundo por causa do sabor característico e da extraordinária resistência à oxidação. Com a campanha contra gorduras saturadas, o consumo de sebo bovino na alimentação humana tem diminuído constantemente. Os Estados Unidos são os maiores produtores mas exportam a maior parte da produção para países como o México e a China e Rússia. A Austrália e grande produtora e consumidora. O sebo bovino é uma matéria prima tradicional e importante na indústria química para a produção de glicerina, álcoois de cadeia longa, aminas, ésteres, detergentes, emulsificantes, vernizes, graxas, etc. O sabão tradicional é produzido industrialmente, com uma mistura de 85 % de sebo e 15 % de gordura de coco. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Banha ( Lard ) É extraída do tecido adiposo da carcaça de suínos. A composição depende da alimentação dos animais. A banha de porcos alimentados com ração a base de soja integral podem conter até 25 % de Ácido Linoléico mas a composição média tradicional é de 24 % de Ácido Palmítico (C16:0) , 15 % de Esteárico (C18:0) e 40 % de Oléico (C18:1) além de 10-12 % de ácidos graxos poliinsaturados e 2 % ácidos graxos saturados com menos de 16 carbonos. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Banha ( Lard ) Devido ao alto teor de ácidos graxos saturado, o consumo de banha na alimentação humana tem diminuído mas o consumo ainda é grande em parte da Europa e na China, sendo ainda usada em produtos específicos de massas, como ingrediente na produção de embutidos ou como gordura pela população de menor renda. O islamismo proíbe o consumo de produtos de origem suína. Por outro lado, devido à tendência ao consumo de alimentos com menores teores de gordura, a produção de suínos está sendo dirigida para raças com maior produção de carne e menos gordura. UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Óleo de pescado. O óleo de peixe é subproduto da pesca industrial de peixes de pequeno porte. A baleia embora não seja peixe, já foi uma fonte importante o que causou a extinção de algumas espécies. O óleo de pescado geralmente é muito insaturado , com altos teores de ácidos EPA - Eicosapentaenoico - C20:5 -3 (12-19 %) e DHA - Docosapentaenoico - C22:6 - -3 (4-8 %). O teor de óleo varia conforme a espécie ou a época de captura mas pode chegar a 18 % na sardinha e 21 % no Arenque. Atualmente o Japão é o maior produtor, seguido dos países da Escandinávia. Cerca de metade da produção é usada no preparo de rações para a criação industrial de peixes. Dez por cento é usada em produtos farmacêuticos e o restante na alimentação humana geralmente depois de hidrogenada para aumentar a resistência à oxidação. 10/5/2011 11 UFV/CRP –ÓLEOS E GORDURAS - FONTES PRODUTORAS Manteiga . A manteiga não é propriamente uma gordura mas uma forma emulsionada (80 % de gordura) da gordura do leite, produzida à partir do processamento do creme de leite. É caracterizada por conter Ácido Butírico (3 %) e outros ácidos graxos de cadeia curta e média (5%). Contem 9% de Ácido Miristico (C14:0), 24 % de Ácido Palmítico (C16:0) , 11 % de Esteárico (C18:0 e 28 % de Oléico (C18:1) além de 2 % de ácidos graxos poliinsaturados. A manteiga já foi considerada uma gordura nobre, pelo sabor único e pelas característica de plasticidade. Com a campanha contra o Colesterol e os ácidos graxos insaturados incentivada pelos fabricantes de gordura hidrogenada e margarina, o consumo depois de dum período de declínio estabilizou-se nos últimos anos, na faixa de 6 milhões de toneladas por ano.
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