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Fisioterapia na Lesão Medular • DEFINIÇÃO: O TRM é um insulto traumático da medula que pode resultar em alterações das funções motoras, sensoriais e autonômicas normais. • EPIDEMIOLOGIA: Prevalência:906 casos para cada 1 milhão de habitantes. Idade e sexo: adultos jovens 16 a 30 anos(média aos 19 anos) sexo masculino 80% Etiologia traumática: 78,7%(AACD 2002) • ETIOLOGIA: Lesões traumáticas:80% - acidentes automobilísticos:44,5% - quedas:18,1% - atos de violência: 16,6% - lesões esportivas:12,7% Lesões não traumáticas:20% - tumores - infecções - vasculares - degenerativas - malformações - outras. • Mecanismo da lesão por trauma: - súbita flexão, hiperextensão, compressão vertebral ou rotação da coluna = luxação,fraturas dos corpos vertebrais, herniação de disco= medula sofre contusão, distensão, laceração ou esmagamento. • não exista correspondência entre a vértebra e o segmento medular subjacente • Como regra, costumamos somar dois ao número da vértebra para estimar o segmento medular correspondente, ou seja, em correspondência à oitava vértebra torácica temos o décimo segmento torácico medular. Importante Definir Clinicamente •Nível da lesão neurológica – Refere-se ao segmento mais caudal da medula espinhal que apresenta as funções sensitiva e motora normais em ambos os lados. • Nível sensitivo – Refere-se ao segmento mais caudal da medula espinhal que apresenta sensibilidade normal. • RAIZ MÚSCULO-CHAVE • C5 Bíceps braquial • C6 Extensor radial punho • C7 Tríceps braquial • C8 Flx com. prof. dos dedos • T1 Intrínsecos da mão • L2 Iliopsoas • L3 Quadríceps • L4 Tibial anterior • L5 Ext. longo do hálux • S1 Tríceps sural • DERMÁTOMOS TORÁCICOS: • T4 – MAMILO • T7- PROCESSO XIFOÍDE • T10- UMBIGO • T12- CRISTA ILÍACA • CLASSIFICAÇÃO: -Nível da lesão:cervical, torácico, lombar ou sacral. - Lesão completa :ausência total da função sensorial e/ou motora no segmento sacral mais baixo. - Lesão incompleta:preservação parcial da função sensorial e ou motora abaixo do nível neurológico e segmento sacral mais baixo. Quadro clínico: - Lesões incompletas com quadro distintos: a.Síndrome centromedular: -hiperextensão geralmente a nível cervical - perda de informações de dor e temperatura ao nível da lesão=interrompidas as fibras espinotalâmicas b. Síndrome medular anterior: -interrompe os tratos espinotalâmicos ascendentes e os motores descendentes - afeta o controle motor c.Síndrome de Brown-Sequard: - hemisecção da medula - as perdas são ipsilaterais:controle motor voluntário,proriocepção consciente e tato discriminativo. - contralaterais:sensações de dor e temperatura d.Síndrome da cauda equina: - lesões da raizes espinhais lombares ou sacras com alterações sensoriais e paralisia flácida dos mm.dos MMII, bexiga e intestino . • QUADRO CLÍNICO: - Choque medular ou espinhal: -duração de dias ou meses,média 3 semanas -arreflexia -anestesia(superficial e profunda) - paralisia flácida - arreflexia e atonia vesical = ABAIXO DO NÍVEL DA LESÃO • Deficiências motoras e sensitivas : - Tetraplegia:paralisia parcial ou completa dos 4 membros e do tronco, inclusive os músculos respiratórios.Lesões a nível cervical e 1º segmento torácico. - Paraplegia:paralisia completa ou parcial do tronco, ou parte do tronco e de MMII,resultante de lesões da medula torácica ou lombar ou raízes sacrais • Espasticidade/ hipertonia, clônus, Babinski e hiperreflexia . • Sensitivo:alteração abaixo do nível da lesão. • Alterações do SNA: perda das respostas termorreguladoras internas;vasodilatação paralítica. • Deficiências respiratórias:lesões altas entre C4 e C5 e acima de C4(paralisia do diafragma). • Disfunção vesico-esfincteriana: bexiga reflexa:lesões acima cone medular,há o esvaziamento de acordo com a atividade reflexa. bexiga flácida ou autonômica: lesões no cone medular(S5), retém a urina. • Disfunção intesitnal • Disfunção sexual:masculino:ausência de ereção e ejaculação feminino:ausência de ereção clitoriana e lubrificação vaginal. Complicações secundárias: - úlceras de pressão:alterações no turgor e elasticidade da pele e ciculatória, isquemia tecidual local. Locais mais acometidos: sacro, trocanteres, calcanhares e cotovelos. • Disreflexia autonômica:respostas autonômas acentuadas aos estímulos.Cefaléia intensa,pupilas dilatadas, visão embaçada, sudorese, congestão nasal e bradicardia. Nível acima de T6. • Hipotensão ortostática:queda da pressão sanguínea decorrente do deslocamento de posição horizontal para vertical • TVP: estase sanguínea • Dor:radicular,mecânica,irradiada. • Formação heterotópica:é a deposição do osso em torno de uma articulação. • Alterações psicossociais. • Diagnóstico:RX, TC,RM • TTO. MÉDICO: - Farmacologia - Cirurgias(realinhamento anatômico) - Órteses • Avaliação fisioterapêutica • TTO. FISIOTERAPÊUTICO: Fase aguda:Objetivos: - Diminuir os efeitos adversos do trauma e da imobilização - Prevenir complicações secundárias - Manter ADM - Evitar contraturas, deformidades e úlceras de decúbito - Enfatizar cuidados respiratórios Conduta: Exercícios respiratórios profundos (desobstrução e reexpansão) Reeducação funcional respiratória Estímulo à tosse Alongamento de musculatura respiratória - Exercícios de ADM -Alongamento passivo ,ativo-assistido,ativo de MMSS e MMII. -Posicionamento:mudança de décubito - elevação de MMII -Fortalecimento de MMSS(paraplegia) -Treino de sentar,controle de tronco,reações de equilíbrio, com estabilidade do local *. - Órteses: coletes tóraco-lombar,cervical,punho e dedos. • Fase ambulatorial: Objetivos: -Proporcionar uma maior independência funcional reintegrando o indivíduo à sociedade. Conduta: -Eletroterapia:FES -Método Kabat ou FNP -Método Bobath: treino de transferências,rolamentos, ponte, sentar-levantar. - Treino de AVD’S e transferências: - da cadeira para o tablado - cadeira banheiro - cadeira carro - cadeira chão - Mecanoterapia: prancha ortostática* - Hidroterapia - Órteses: acima , tutores(joelho-tornozelo- pé),andadores,muletas,cadeira de rodas tetraplegia:elétrica e reclinável paraplegia:ereta e manual Independência na cadeira:mobilidadetransferências mobilidade em espaços apertados e em terrenos acidentados rampas empinar • Deambulação: - lesões de T9 abaixo - treino de deambulação com órteses ,tutores,andadores e muletas. - barra paralela Equipe multidisciplinar: Terapia Ocupacional Psicólogo Nutricionista Neurocirurgião
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