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CANTEIRO DE OBRAS: PLANEJAMENTO DO SISTEMA PRODUTIVO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

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0 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA 
INSTITUTO CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA 
 
 
 
 
RAMIRO LOBATO DO VALLE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CANTEIRO DE OBRAS: 
PLANEJAMENTO DO SISTEMA PRODUTIVO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças – MT 
2016 
1 
RAMIRO LOBATO DO VALLE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CANTEIRO DE OBRAS: 
PLANEJAMENTO DO SISTEMA PRODUTIVO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, 
para obtenção do grau de Bacharel em 
Engenharia Civil, à Universidade Federal de 
Mato Grosso no Campus Universitário do 
Araguaia, sob orientação da Profª. Ms. Susana 
Dalila Dolejal Berté 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Barra do Garças – MT 
2016 
2 
 
3 
-
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ofereço essa publicação à minha família, amigos e 
namorada. Ofereço também à minha orientadora, 
pelo grande apoio dedicado, e a todos os irmãos que 
contribuíram de forma direta ou não na confecção 
deste material. 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“I read somewhere how important it is in life 
not necessarily to be strong... but to feel 
Strong” 
Alexander Supertramp. 
6 
RESUMO 
 
 
O setor da construção civil desenvolveu-se, ao longo dos anos, de maneira informal, o que 
refletiu na desorganização do canteiro de obras, uma vez que a tomada de decisões vinha sendo 
executada à medida que os problemas iam acontecendo. Entretanto, diversos estudos vêm 
mostrando que não há mais espaço para esse tipo de conduta, uma vez que é no canteiro que 
todo o processo produtivo se desenvolve, fazendo com que as empresas busquem cada vez mais 
desenvolver planejamento prévio de todas as ações. Nesse cenário, este trabalho possui o 
objetivo de analisar o planejamento do sistema produtivo da construção civil, com foco no 
projeto do canteiro de obras, a partir de revisão bibliográfica, constatando que tal planejamento 
é fundamental na busca por aumento da qualidade e produtividade no canteiro, assim como o 
aumento da segurança e satisfação dos trabalhadores. 
 
 
Palavras- chave: Canteiro de obras, planejamento, qualidade, produtividade. 
 
 
7 
ABSTRACT 
 
 
The construction sector has developed informally, over the years, which reflected in the 
disorganization of the building site, once the decision-making had been executed as the 
problems were going happening. However, many studies comes showing there isn’t more space 
for this such conduct, once it’s in the building site that all productive process it’s developed, 
making companies to seek increasingly to develop advance planning of all actions. In this 
scenario, this work has the purpose of review the planning of the production civil engineering 
system, focusing on the building site’s project, from bibliographic review, concluding that such 
planning it’s essential for the search of increased quality and productivity at site, as well as 
increased security and worker satisfaction. 
 
 
Key-words: building site, planning, quality, productivity. 
 
 
8 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1- Armazenamento de cimento ................................................................................ 25 
Figura 2- Armazenamento de agregados ............................................................................. 26 
Figura 3- Armazenamento de blocos e aço ......................................................................... 27 
Figura 4- Armazenamento de tubos em PVC ...................................................................... 28 
Figura 5- Considerações geométricas quanto ao posicionamento da grua .......................... 34 
 
 
 
 
9 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1- A B C = Importância decrescente quanto a proximidade. ................................... 18 
Tabela 2- Áreas necessárias para estocagem materiais ....................................................... 29 
Tabela 3- Indicadores gerais para avaliação da capacidade de um sistema de transportes para 
a movimentação vertical de materiais.................................................................. 32 
 
10 
 SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10 
2. OBJETIVOS .............................................................................................................. 11 
2.1 GERAL .................................................................................................................... 11 
2.2 ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 11 
3. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 11 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 12 
4.1 CONCEITUAÇÃO DA NR-18 ............................................................................... 13 
4.2 PCMAT- PROGRAMA DE CONDIÕES E MEIO AMBIENTE DO 
TRABALHO .................................................................................................................. 13 
4.3 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO ......................................... 14 
4.4 TIPOLOGIA DO TERRENO .................................................................................. 14 
4.5 PLANEJAMENTO DO CANTEIRO ...................................................................... 16 
4.6 LAYOUT DO CANTEIRO ..................................................................................... 17 
4.7 ELEMENTOS DO CANTEIRO DE OBRA ........................................................... 20 
4.8 ÁREAS DE VIVÊNCIA E OPERACIONAIS ........................................................ 20 
4.8.1 Refeitórios ..................................................................................................... 21 
4.8.2 Área de lazer ................................................................................................. 22 
4.8.3 Vestiários ....................................................................................................... 22 
4.8.4 Instalações sanitárias ................................................................................... 23 
4.8.5 Escritório da obra ........................................................................................ 24 
4.8.6 Armazenamento ........................................................................................... 24 
4.8.7 Central de produção de argamassa e concreto .......................................... 31 
4.8.8 Central de carpintaria ................................................................................. 31 
4.8.9 Guarita e portaria ........................................................................................ 32 
4.9 SISTEMAS DE TRASNPORTE ............................................................................. 32 
4.91 Acesso à obra ................................................................................................. 35 
4.92 Linhas de fluxo ..............................................................................................36 
5. METODOLOGIA .................................................................................................... 38 
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................ 39 
7. CONCLUSÃO ........................................................................................................... 40 
11 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 41 
 
12 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
Consolidado como um dos grandes pilares da economia nacional, o setor da construção 
civil vem passando por uma série de mudanças no País, uma vez que há um crescente aumento 
da competitividade no setor e maior exigência dos usuários. Buscar qualidade e produtividade 
tornou-se fundamental para os empreendimentos terem sucesso no mercado. 
De acordo com Souza (2000): 
Dentro desse contexto, o estudo do canteiro de obras torna-se 
instrumento extremamente importante na busca da tão propalada qualidade e 
produtividade no processo produtivo, na medida em que é lá que grande parte 
das ações, visando sua obtenção, acontecem. 
 
O canteiro de obras é a área destinada à execução dos serviços e apoio aos trabalhadores 
da construção civil, sendo que a NR-18 “Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria 
da Construção” de 2015 o define como “área de trabalho fixa e temporária onde se desenvolvem 
operações de apoio e execução de uma obra”. A NB-1367 “Áreas de Vivências em Canteiros 
de Obras” de 1991, acrescenta ainda que os canteiros são compostos por áreas operacionais e 
áreas de vivência. 
O planejamento do canteiro busca organizar o processo produtivo, minorando os 
transportes e as perdas, dando suporte na criação do layout do canteiro, no dimensionamento e 
disposição das áreas operacionais e de vivência, na definição do sistema de transporte, no 
armazenamento de materiais e na procura por oferecer maior segurança e satisfação para os 
trabalhadores. 
Nesse sentido, o presente trabalho visa elencar os tópicos necessários à implantação do 
canteiro de obras e mostrar os benefícios do planejamento e da sistematização do processo 
produtivo. 
 
 
13 
2. OBJETIVOS 
 
 
2.1 GERAL 
 
 
Estudar o tema de gerenciamento de obra, com foco no planejamento do canteiro de 
obras e sua relação com a qualidade e produtividade no processo produtivo 
 
 
2.2 ESPECÍFICOS 
 
 
 Apontar diretrizes a serem seguidas no planejamento do sistema produtivo baseado nas 
normas disponíveis e em material levantado; 
 Abordar os aspectos dispostos na NR-18 e NB-1367 necessários para um layout ideal de 
canteiro de obras. 
 
 
3. JUSTIFICATIVA 
 
 
A indústria da construção civil representa setor de fundamental importância econômica 
em grande parte dos países. No Brasil, este setor passa por um período de mudanças positivas 
que visam melhorar seu desempenho, garantir maior segurança, rapidez, economia e 
praticidade. Qualidade e produtividade tornaram-se, mais do que nunca, temas obrigatórios a 
serem discutidos pelas empresas do setor construtivo. 
A produtividade está intimamente ligada ao poder de utilização dos recursos produtivos 
disponíveis em uma empresa, tal como espaço físico, ferramentas, mão-de-obra, insumos, 
transporte, entre outros. Isso faz com que um minucioso planejamento seja fundamental na 
implantação do canteiro. Um canteiro de obras bem projetado tem impacto significativo sobre 
os custos e a duração da obra. 
 
Neste sentido, Tommelein (1992, apud, SAURIN; FORMOSO, 2006) fala que embora 
seja reconhecido que o planejamento do canteiro desempenha um papel fundamental na 
eficiência das operações, cumprimento de prazos, custos e qualidade da construção, os gerentes 
geralmente aprendem a realizar tal atividade somente através da tentativa e erro, ao longo de 
muitos anos de trabalho. 
14 
Nesse cenário, esta pesquisa propõe estudar o sistema produtivo da construção civil, 
desde a concepção do terreno até a definição dos transportes internos, sempre norteada pelas 
normas técnicas disponíveis, a fim de que se possa contribuir no auxílio à empresas e gerentes 
de obras. 
 
 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
 
Este item apresenta de forma objetiva os componentes básicos para a implantação do 
canteiro de obras, de acordo com os preceitos da NR-18 de 1995 e NB-1367 de 1991. 
Conforme Sampaio (1998), esta Norma Regulamentadora (NR-18): 
 
[...] estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e 
organização, que objetivam a implantação de medidas de controle e sistemas 
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de 
trabalho na indústria da construção. 
 
Segundo a NR-18 (2015), define-se canteiro de obras como “Área de trabalho fixa e 
temporária onde se desenvolvem operações de apoio e execução de uma obra”. 
Já a NB-1367 (1991): “Áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria 
da construção, dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência”. 
Para Saurin e Formoso (2006, p.17): 
 
O planejamento logístico estabelece as condições de infraestrutura para o 
desenvolvimento do processo produtivo, estabelecendo, por exemplo, as 
condições de armazenamento e transporte de cada material, a tipologia das 
instalações provisórias, o mobiliário dos escritórios ou as instalações de 
segurança de uma serra circular. De acordo com a definição adotada, 
considera-se que o planejamento de assuntos de segurança no trabalho não 
relacionados às proteções físicas, tais como o treinamento da mão-de-obra ou 
as análises de riscos, não fazem parte da atividade planejamento de canteiro. 
Tal definição deve-se a complexidade e as particularidades do planejamento 
da segurança. 
 
De acordo com Gehbauer (2002), 
 
A escolha dos métodos a serem usados e as decisões tomadas durante o 
planejamento geral da obra têm relação direta e interagem com o planejamento 
do canteiro de obras. Este planejamento orienta-se na execução dos trabalhos 
e no fluxo de materiais, e o seu objetivo principal consiste em minimizar os 
percursos dos transportes mais volumosos e frequentes dentro do canteiro. 
 
15 
4.1 CONCEITUAÇÃO DA NR-18 
 
 
A norma regulamentadora número 18 (NR-18), tem como título “condições e meio 
ambiente de trabalho na Indústria da construção civil”. A aprovação desta norma se deu pela 
Portaria nº 3.214 (Brasil, 1978) e com o passar dos anos sofre constantes atualizações que são 
executadas através das argumentações no Comitê Permanente Nacional – CPN e nos Comitês 
Permanentes Regionais – CPR’s, os quais são constituídos por Unidades. 
No que se refere à NR-18, Gehbauer (2002), diz que 
 
As exigências com relação às instalações do canteiro são preponderantemente 
decorrentes de imposições legais. Por isto, o dimensionamento, tipo e 
organização dos elementos de um canteiro de obras devem obedecer antes de 
tudo as determinações da NR-18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho 
na Indústria da Construção. 
 
Segundo Freitas (2014) os objetivos da NR-18 entram em prática com base no Programa 
de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção - PCMAT, o qual, 
devidamente implementado, coopera para a uniformização das instalações de segurança, sendo 
um admirável ponto inicial para a gestão de segurança e saúde do trabalho da construção. 
 
 
4.2 PCMAT- PROGRAMA DE CONDIÕES E MEIO AMBIENTE DO TRABALHO 
 
 
De acordo com a NR-18, o PCMAT é documento fundamental e obrigatório para 
empreendimentos com vinte ou mais trabalhadores, e é elaborado por profissional legalmente 
habilitado na área de Segurança do Trabalho. Deve-se incluir a esse documentomemoriais 
sobre condições e meio ambiente de trabalho nas atividades e operações, projeto de execução 
das proteções coletivas em conformidade com as etapas de execução da obra, especificações 
técnicas das proteções coletivas e individuais a serem utilizadas, cronograma de implantação 
das medidas preventivas definidas no PCMAT, Layout inicial e atualizado do canteiro de obras, 
além de programa educativo contemplando a temática de prevenção de acidentes e doenças do 
trabalho como também suas medidas preventivas. 
 
 
 
 
 
16 
4.3 OBJETIVOS DO PLANEJAMENTO DO CANTEIRO 
 
 
De acordo com Saurin e Formoso (2006, p.18), o processo de planejamento do canteiro 
busca: 
 
A melhor utilização do espaço físico disponível, de forma a 
possibilitar que homens e máquinas trabalhem com segurança e eficiência, 
principalmente através da minimização das movimentações de materiais, 
componentes e mão-de-obra. 
 
Os diversos objetivos que um bom planejamento de canteiro precisa atingir estão 
divididos em dois grupos, conforme Tommelein (1992, apud. SAURIN; FORMOSO, 2006, 
p.18): 
 
(a) objetivos de alto nível: promover operações eficientes e seguras e manter 
alta a motivação dos empregados. No que diz respeito à motivação dos 
operários destaca-se a necessidade de fornecer boas condições ambientais de 
trabalho, tanto em termos de conforto como de segurança do trabalho. Ainda 
dentre os objetivos de alto nível, pode ser acrescentada à definição de 
Tommelein (1992) o cuidado com o aspecto visual do canteiro, que inclui a 
limpeza e impacto positivo perante funcionários e clientes. Não seria exagero 
afirmar que um cliente, na dúvida entre dois apartamentos (de obras 
diferentes) que o satisfaçam plenamente, decida comprar aquele do canteiro 
mais organizado, uma vez que este pode induzir uma maior confiança em 
relação a qualidade da obra; 
(b) objetivos de baixo nível: minimizar distâncias de transporte, minimizar 
tempos de movimentação de pessoal e materiais, minimizar manuseios de 
materiais e evitar obstruções ao movimento de materiais e equipamentos. 
 
 
4.4 TIPOLOGIA DO TERRENO 
 
 
O setor da engenharia possui uma variedade imensa de atividades construtivas, por isso, 
o canteiro de obras normalmente apresenta características distintas uns dos outros conforme o 
tipo da obra que esteja sendo executada. Illingworth (1993, apud SAURIN; FORMOSO, 2006) 
indica que os canteiros são divididos em restritos, amplos e longos e estreitos e caracterizados 
conforme mostrado abaixo: 
 Restritos: a área construída ocupa o terreno quase que por completo. Esses são os canteiros 
mais comuns em áreas centrais das cidades, possuindo difícil acesso; 
17 
 Amplos: a área construída ocupa apenas uma pequena parte do terreno disponível. Neste 
caso, há tanto uma maior disponibilidade de acesso para veículos como maiores espaços para 
armazenamento de material e áreas de vivência. Este tipo de canteiro é base geralmente para 
obras de médio e grande porte, em áreas mais afastadas da zona urbana, como, por exemplo, 
usinas, indústrias, barragens, etc.; 
 Longos e Estreitos: possui apenas uma das dimensões sendo restritas, possuindo possíveis 
acessos em poucos pontos do canteiro. São exemplos deste tipo de canteiro as obras de 
ferrovias e rodovias, obras de saneamento, etc. 
Illingworth (1993, apud SAURIN; FORMOSO, 2006) declara que os canteiros do tipo 
restrito são os que demandam mais cuidados no ato do planejamento, devendo-se, para tanto, 
seguir uma abordagem aprofundada. Com isso, salienta duas regras fundamentais que sempre 
devem ser seguidas no caso de planejamento de canteiros restritos: procurar atacar a princípio 
a fronteira mais difícil e buscar a criação de espaços utilizáveis no nível do térreo tão cedo 
quanto possível. 
Saurin e Formoso (2006) sugerem que a obra tenha início a partir da divisa mais 
problemática do canteiro, assim como que se aplique a segunda regra à obras nas quais o subsolo 
ocupe o terreno quase que em sua totalidade: 
 
O principal objetivo com isso é esquivar-se de fazer serviços em tal divisa 
quando, nas diversas fases posteriores da execução, a construção de outras 
frentes da edificação torna difícil o acesso a este local. Os motivos que podem 
determinar qual divisa é mais problemática são vários, tais como a existência 
de um muro de arrimo, vegetação de grande porte ou um desnível acentuado. 
A segunda regra aplica-se especialmente a obras nas quais o subsolo ocupa 
quase a totalidade do terreno, dificultando, na fase inicial da construção, a 
existência de um layout permanente. Exige-se, assim, a conclusão, tão cedo 
quanto possível, de espaços utilizáveis ao nível do térreo, os quais possam ser 
aproveitados para locação de instalações provisórias e de armazenamento, 
com a finalidade de facilitar os acessos de veículos e pessoas, além de 
propiciar um caráter de longo prazo de existência para as referidas instalações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
4.5 PLANEJAMENTO DO CANTEIRO 
 
 
Para Valadares (2004): 
 
É necessário salientar a importância da definição detalhada do sistema de 
produção objetivando o planejamento, como ferramenta fundamental na 
orientação para o desenvolvimento da execução das operações de produção, 
pois será ele, o ponto de equilíbrio e união da equipe no desempenho de suas 
tarefas, bem como no fiel cumprimento do ‘Projeto Específico de Implantação 
do Canteiro. 
Deve ser acrescentado ao escopo do planejamento do canteiro, o estudo do arranjo 
físico, o qual busca definir a melhor forma de posicionar suas locações e instalações 
temporárias, afim de que essa definição apoie as atividades produtivas da construção 
(VALADARES, 2004). 
De acordo com Neto (2014): 
 
O planejamento ineficaz do projeto de canteiro de obras ou layout, irá 
continuamente afetar a produtividade da obra, resultando no maior custo da 
produção, encarecendo o produto. Portanto, o canteiro de obras é uma 
estrutura dinâmica, mutável com o desenvolver da obra. Enquanto a obra vai 
sendo executada, o mesmo assume características e formas especiais em 
função da diversidade dos serviços, materiais e equipamentos presentes, 
caracterizando diferentes fases de configuração do canteiro. 
 
Segundo Saurin e Formoso (2006), o planejamento do canteiro compreende cinco etapas 
básicas: 
(a) Análise preliminar: etapa responsável pela coleta e análise de dados, sendo elemento 
norteador para a execução qualificada das demais etapas. A negligência nesta análise pode 
acarretar paralisações e atrasos nas etapas subsequentes. As empresas que padronizam as 
instalações do canteiro realizarão essa etapa com mais rapidez e facilidade, visto que muitas 
informações necessárias já se encontram viabilizadas. 
(b) Arranjo físico geral: a definição do arranjo físico geral abrange a definição a locação de 
cada uma das instalações no canteiro, sendo, desta forma, responsável pela distribuição, 
por exemplo, das áreas de vivência, áreas operacionais e de apoio à produção. 
(c) Arranjo físico detalhado: diz respeito à definição da posição de cada equipamento dentro 
do arranjo físico geral. Define, por exemplo, a disposição física de cada instalação dentro 
das áreas de vivência. 
19 
(d) Detalhamento das instalações: a partir da definição do arranjo, planeja-se a infraestrutura 
necessária para o funcionamento das instalações. Desta maneira, com base nos padrões da 
empresa, devem ser definidos, por exemplo, o tipo de mesas e cadeiras que serão usados 
no refeitório, tipos de armários nos vestiários, métodos de armazenamento de cada tipo de 
material, etc.(e) Cronograma de implantação: apresenta a sequência de fases de implantação do layout e as 
fases de execução da obra que exigem uma maior flexibilidade deste layout. 
O principal objetivo da consideração do layout, nesta etapa, conforme Saurin e Formoso 
(2006), é: 
[...] permitir que, na medida do possível, o projeto arquitetônico e os projetos 
complementares possam considerar as necessidades do projeto do canteiro de 
obras. Tal prática tende a evitar que o projeto do canteiro seja, como ocorre 
muitas vezes, uma mera consequência das restrições impostas pelos projetos 
executivos. 
 
Por fim, Valadares (2004) enfatiza que é inteligente buscar sugestões e opiniões dos 
profissionais envolvidos no dia a dia da obra, aqueles que lidam diretamente com o processo de 
execução, pois estes tendem a agregar valores pela vivência e conhecimento prático. Quando o 
planejamento é elaborado apenas por pessoal do escritório, que estão afastados dos problemas 
recorrentes da obra, certamente terá imperfeições, além de que pode ser recebido com ressalva 
por aqueles que não puderam participar. 
 
 
4.6 LAYOUT DO CANTEIRO 
 
 
Segundo Souza (2000), esta é a etapa do planejamento do canteiro em que se torna 
fundamental a experiência e a criatividade dos planejadores, pois é nela que os seus 
responsáveis irão fazer proposições para o arranjo do canteiro em cada uma de suas fases, 
buscando, da melhor maneira possível, ajustar as necessidades com a disponibilidade de áreas. 
Além deste, vários outros aspectos deverão ser levados em conta, como a questão da segurança, 
custos, etc., sempre entendendo que não há solução única, e sim, um universo de opções que 
podem se encaixar de forma favorável ou não, dependendo do contexto que estão inseridas. 
Para Franco (1992, aput NETO, 2014): 
 
O projeto do canteiro é um dos principais instrumentos para o planejamento e 
organização da logística de canteiro. Ele afeta o tempo de deslocamento dos 
20 
trabalhadores e o custo de movimentação dos materiais e interfere, portanto, 
na execução das atividades e também na produtividade global da obra e dos 
serviços. Apesar disto, existe pouca preocupação por parte das empresas com 
a elaboração de tal projeto. 
 
 
Neste mesmo sentido, Frankenfeld (1990): 
 
O planejamento de um canteiro de obras pode ser definido como o 
planejamento do layout e da logística das suas instalações provisórias, 
instalações de segurança e sistema de movimentação e armazenamento de 
materiais. O planejamento do Layout envolve a definição do arranjo físico de 
trabalhadores, materiais, equipamentos, áreas de trabalho e de estocagem. 
 
Para Nóbrega (2000, apud VALADARES, 2004) o objetivo do dimensionamento do 
canteiro é “eliminar os pontos críticos de produção, diminuir tempos gastos em deslocamentos 
e transportes, maximizando a quantidade de mão de obra, equipamentos, materiais e insumos a 
serem utilizados por unidade de espaço”. 
De acordo com Moreira (1996), todo o planejamento de arranjo físico sempre deve dar 
prioridade à facilitação e suavização do movimento do trabalho, seja para o fluxo de pessoas 
ou materiais. Para tanto, acredita que existem pelo menos três motivos para mostrar o quão são 
importantes as decisões tomadas sobre o arranjo físico no layout, a saber: mostra que estas 
afetam a capacidade da instalação e da produtividade das operações, implicam em gasto 
demasiado de dinheiro quando há alguma mudança em determinada área, além de que algumas 
mudanças podem interromper de forma indesejável a continuidade da obra. 
Neste mesmo raciocínio, Valadares (2004): 
 
Na escolha pelo arranjo físico deve ser considerada a sua flexibilidade, para 
que permita eventuais expansões, possibilitando o aumento da produção, ou 
troca de processos, proveniente da fase em que se encontra o empreendimento 
ou de modificações de produtos ou procedimentos de mercado, o que acontece 
sempre cada vez mais rápido. 
 
De fato, projetos de canteiro, quando bons, geram melhorias consideráveis no processo 
de produção. Segundo esse raciocínio: 
 
Eles visam, principalmente, promover a realização de operações seguras e 
manter a boa moral dos trabalhadores, além de minimizar distâncias e tempo 
para movimentação de pessoal e material, reduzir tempo de movimentação de 
21 
material, aumentar o tempo produtivo e evitar obstrução da movimentação de 
material e equipamentos. (FORMOSO et al, 2000 apud NETO, 2014). 
 
De acordo com Borba (1998, apud NETO, 2014) os princípios que norteiam a 
elaboração do layout de um canteiro de obras devem ser os mesmos do layout industrial, que 
estão dispostos abaixo: 
 
 Integração de todos os elementos e fatores: almoxarifados, entradas e 
saídas para operários distintos, para os clientes, disposição dos 
equipamentos etc.; 
 Mínima distância: o transporte nada produz, portanto deve ser minimizado 
e se possível eliminado; 
 Obediência do fluxo de operações: evitar cruzamentos, retornos, 
interferências e congestionamentos; 
 Racionalização do espaço: aproveitar as quatro dimensões (geométrica e 
temporal) – subsolo, espaços superiores para transportar, canalizações, 
depósitos pouco usados; 
 Satisfação e segurança do empregado: um melhor aspecto das áreas de 
trabalho promove tanto a elevação da moral do trabalhador quanto a 
redução de riscos de acidentes; 
 Flexibilidade: possibilidade de mudança dos equipamentos, quando 
evoluir ou modificar a linha de produtos – condições atuais e futuras. 
 
Em relação à proximidade desejável entre os elementos do canteiro, Souza (2000) diz 
que se deve listar, conforme a Tabela 1 mostrada abaixo, todos os elementos necessários ao 
canteiro de obras e o relacionamento entre cada um deles, referente à importância ou não de 
estarem próximos um do outro. 
Proximidades relativas desejáveis entre os itens do canteiro 
 
Tabela 1- A B C = Importância decrescente quanto a proximidade. 
Fonte: Souza (2000) 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
4.7 ELEMENTOS DO CANTEIRO DE OBRA 
 
 
Segundo Lins, (2012) “cada parte que compõe um canteiro é denominada ‘elemento’ do 
canteiro. Alguns podem não ser obrigatórios, dependendo do tipo de obra, outros podem ser 
acrescentados em situações particulares”. Lins (2012) classifica os elementos da seguinte 
forma: 
 Áreas de apoio operacionais, ligados diretamente com a produção do produto final, como é 
o caso do pátio de armação, a central de formas ou local de produção de massa; 
 Áreas de apoio à produção, que são os ambientes destinados à armazenagem de materias, 
como o almoxarifado, por exemplo; 
 Sistemas de Transportes, que será a definição de como se dará a locomoção de materiais e 
mão de obra pelo canteiro, incluindo transporte vertical, horizontal e sem decomposição de 
movimento. 
 Área de apoio técnico/administrativo, que é aquela destinada ao escritório do engenheiro ou 
técnico; 
 Área de vivência, destinada às atividades de alimentação, higiene, descanso, lazer, etc. 
 
 
4.8 ÁREAS DE VIVÊNCIA E OPERACIONAIS 
 
 
Baseado na definição da NR-18 (2015) as áreas de vivência são destinadas a suprir as 
necessidades básicas humanas de higiene, descanso, alimentação, lazer e convivência, devendo 
ficar em áreas distintas das áreas laborais. 
Com relação as áreas operacionais, Saurin e Formoso (2006) falam que elas 
correspondem àquelas que cumprem função de apoio à produção, acomodando os operários 
durante a maior parte do tempo da jornada de trabalho, diferente das áreas de vivência, que 
recebem os operários apenas em horários específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
4.8.1 RefeitóriosEm relação aos refeitórios, Saurin e Formoso (2006) sugerem: 
 
Considerando a inexistência de norma que estabeleça um critério para 
dimensionamento de refeitório, sugere-se o uso do parâmetro 0,8 m2 /pessoa. 
Este valor tem por base a experiência de diferentes empresas, considerando 
que os refeitórios dimensionados através dele demonstraram possuir área 
suficiente para abrigar todos os funcionários previstos, não se detectando 
reclamações. 
 
Segundo a NR-18 (2015) a implantação do refeitório exige dois parâmetros básicos. O 
primeiro, é a proibição de sua locação no subsolo ou porão. O segundo parâmetro é a 
inexistência de ligação direta entre suas instalações e as instalações sanitárias, ou seja, não 
possuir abertura direta com essas instalações. O segundo parâmetro, entretanto, não implica 
necessariamente em afastar o refeitório dos banheiros, pelo contrário, visto que sua proximidade 
facilita o uso dos lavatórios das instalações sanitárias pelos operários que irão usar o refeitório. 
Saurin e Formoso (2006) alertam para a necessidade de boa ventilação em um refeitório, 
visto que recebe muitos operários simultaneamente e conta com aquecedores de alimentos em 
seu interior. Uns dos métodos de ventilação natural mais usados é a execução de apenas meia- 
altura de uma das paredes ou o fechamento lateral por meio de telas de arame ou náilon, o que 
se torna um problema em regiões de clima muito frio. Entretanto, independente de qual método 
de fechamento for utilizado, é importante que a instalação permaneça isolada das áreas de 
produção e circulação. 
Estão listados abaixo algumas das exigências para a instalação de refeitórios, de acordo 
com o que estabelece a NR-18: 
(a) possuir piso de concreto, cimento ou de qualquer outro material lavável; 
(b) possuir paredes que permitam o isolamento durante as refeições; 
(c) ter capacidade que garanta o atendimento de todos os trabalhadores no horário das 
refeições; 
(d) possuir lavatório instalado na sua proximidade ou no seu interior para higiene das mãos 
por parte dos funcionários; 
(e) não ter comunicação direta com as instalações sanitárias; 
(f) ter pé-direito mínimo de 2,80m (dois metros e oitenta centímetros), ou respeitando-se o 
que determina o Código de Obra do Município da obra. 
24 
É importante lembrar que esta norma regulamentar também dispõe que, 
independentemente do número de trabalhadores e da existência ou não de cozinha, em todo 
canteiro de obra deve haver local exclusivo para o aquecimento de refeições, dotado de 
equipamento adequado e seguro para o aquecimento. É obrigatório o fornecimento de água 
potável, filtrada e fresca, para os trabalhadores, por meio de bebedouro de jato inclinado ou 
outro dispositivo equivalente, sendo recomendado que não seja usado copos de forma coletivos. 
 
 
4.8.2 Área de lazer 
 
 
A NB- 1367 de 1992 dispõe que: 
 Nas áreas de vivência devem ser previstos locais de uso exclusivo 
para recreação, equipados para jogos de salão (dominó, dama, bilhar, pingue-
pongue, etc.), sala de leitura e, quando houver disponibilidade, quadras 
esportivas, campo de bocha, malha, etc. 
 
Para Saurin e Formoso (2006) existem várias formas de implementação da área de lazer 
e recomendam: 
 
[...] uma consulta prévia aos trabalhadores acerca de suas preferências. Contudo, 
as características do canteiro podem restringir ou ampliar a gama de opções. Em 
caso de um canteiro amplo, por exemplo, é possível ter-se um campo de futebol 
ou mesmo uma situação pouco comum, tal como um espaço para cultivo de uma 
horta. 
Para os casos de canteiros restritos, Saurin e Formoso (2006) mostram que uma boa opção 
é instalar o refeitório como área de lazer, que poderia ser assim caracterizado pela instalação de 
uma televisão ou de jogos de tabuleiro, por exemplo. Embora a NR-18 (2003) só exija áreas de lazer 
em casos de canteiros com trabalhadores alojados, a existência dessas áreas pode alcançar 
resultados satisfatórios, visto que os trabalhadores ficariam mais motivados. 
 
 
4.8.3 Vestiários 
 
 
Conforme a NR-18, o vestiário deve se localizar na proximidade do alojamento e/ou/ 
entrada da obra, pois ali será o local onde o trabalhador, ao entrar na obra, pegará os seus 
equipamentos de proteção individual e partirão para a obra. 
25 
A NB-1367/1991 “áreas de vivências em canteiros de obras “fala que todo canteiro deve 
dispor, aos trabalhadores não alojados, instalações de vestiário para troca de roupas e guarda de 
pertences pessoais. A seguir a norma lista alguns requisitos que devem ser norteadores do 
planejamento de vestiários: 
 ser localizado tão próximo quanto possível da entrada da obra e das instalações sanitárias, 
com seu acesso protegido das intempéries; 
 não dispor de ligação direta com o refeitório; 
 serem separados os vestiários dos homens e das mulheres, com identificação nas portas; 
 ter pé-direito com no mínimo 2,50m; 
 possuir pisos impermeável e lavável, com caimentos para os ralos; 
 possuir divisórias internas, revestida de material liso, lavável e impermeável com altura 
mínima de 1,80m; 
 
 
4.8.4 Instalações sanitárias 
 
 
A NB-1367/1991 define as instalações sanitárias como sendo “locais destinados ao 
asseio corporal e/ou atendimento das necessidades fisiológicas de excreções, sendo proibida 
sua utilização para outros fins”. 
“Em obras com grande desenvolvimento horizontal podem ser colocados banheiros 
volantes em locais próximos aos postos de trabalho, com o objetivo de diminuir deslocamentos 
improdutivos durante o horário de trabalho” (Saurin e Formoso, 2006). 
A NB-1367/1991 sugere que os banheiros devem ser postos em locais de fácil e seguro 
acesso, não admitindo que ultrapasse os 150m a distância que separe estas instalações dos 
postos de trabalho. 
Além disso, a norma define mais alguns critérios relacionados ao planejamento das 
instalações sanitárias, tais como: 
(a) possuir disposição final das águas servidas ligadas a rede de esgoto; 
(b) deve existir recipiente com tampa para depósito de papéis usados junto ao lavatório e junto 
ao vaso sanitário; 
(c) a área individual para utilização do chuveiro deve possuir dimensões mínimas de 1,10m x 
0,90m; 
(d) recomenda que para cada local individual dos chuveiros deve existir um suporte para 
sabonete e um cabide de madeira para toalha; 
26 
(e) os lavatórios devem ser equipados com toalhas descartáveis para a secagem das mãos e 
sabonetes líquidos em dispenser, de forma a guardar a individualidade. 
 
 
 
4.8.5 Escritório da obra 
 
 
Para Saurin e Formoso, (2006) 
 
O escritório tem a função de proporcionar um espaço de trabalho isolado para 
que o mestre-de-obras e o engenheiro (somando-se a técnicos e estagiários, 
eventualmente) desempenhem parte de suas atividades. Além disso, uma 
função complementar é servir como local de arquivo da documentação técnica 
da obra que deve estar disponível no canteiro, incluindo projetos, cronograma, 
licenças da prefeitura, etc. 
 
Em relação à localização dessa instalação, Saurin e Formoso (2006) explica que é 
indicado que fique próxima ao almoxarifado, além de que seja posicionada nas imediações do 
portão de acesso de pessoas, tornando assim o escritório ponto de passagem obrigatório para as 
pessoas que entram na obra. Os autores ainda ressaltam a importância do posicionamento dessas 
instalações de uma maneira que possa proporcionar, ao engenheiro e/ou mestre, uma visão 
ampla da obra. 
 
4.8.6 Armazenamento 
 
 
Sendo o almoxarifado a principal instalação de vivência, xxxxxx (200xx) explica que: 
 
O almoxarifado serve para guardar ferramentas e equipamentos,bem como 
armazenar materiais que serão usados durante a construção. Como alguns 
materiais são sensíveis ao tempo, deve-se garantir a estanqueidade do local de 
armazenagem. Ele deve possuir, também, uma boa iluminação e ter um 
dimensionamento proporcional ao volume da obra. 
 
Saurin e Formoso (2006) explicam que o almoxarifado deve ser posicionado, no canteiro 
de obras, próximo as seguintes instalações: ponto de descarga de caminhões, elevador de carga 
e escritório da obra. A proximidade ao local de descarga baseia-se no fato de que o local de 
armazenagem da maioria dos materiais descarregados é no próprio almoxarifado. Já em relação 
ao elevador de carga, a proximidade é importante pois é através dele que se dará o transporte 
27 
vertical, no caso de obras prediais, da maioria dos materiais do almoxarifado. Por último a 
importância da proximidade com o escritório da obra, para garantir ao almoxarifado uma maior 
supervisão por parte da equipe técnica e mestre de obras. 
 
Szajubok et al (2006) fala que: 
 
Um ponto importante a ser considerado em relação ao planejamento na 
construção civil é a estocagem. Nesse sentido, uma boa gestão de estoques 
garantirá uma série de benefícios, tais como, diminuição da hora improdutiva, 
redução dos desperdícios, produção constante e consequentemente, aumento 
do lucro. 
 
“O conceito de armazenagem define-se basicamente no acúmulo de produtos ou 
insumos para sua utilidade em uma necessidade futura. Um estoque bem dimensionado e gerido 
contribui em muito para a otimização dos serviços e operações da obra”. (COELHO, 2015). 
Szajubok et al (2006) explica que: 
 
A proteção contra incertezas refere-se à defesa que o gestor deve ter em seu 
planejamento de estocagem: uma sobra para garantir a continuidade da 
produção no período entre fornecimento e demanda. Na construção os 
insumos para execução dos serviços chegam de acordo com a necessidade. No 
intuito de se contrapor ao fato de limitação de volume por veículo 
transportador e preços flutuantes, quantidades maiores do que as necessárias 
no momento são requisitadas. 
 
“Deve-se observar que o volume estocado é variável ao longo da execução da obra, de 
modo que, em relação à fase inicial da obra, pode haver necessidade de ampliar a área 
disponível nas fases seguintes em duas ou mais vezes”. (SAURIN E FORMOSO, 2006) 
Bonin et al. (1993 apud SAURIN E FORMOSO, 2006) apresentam as seguintes 
recomendações para o armazenamento de cimento nos canteiros de obra: 
(a) deve ser colocado um estrado sob o estoque para evitar a ascensão de umidade do piso; 
(b) o estrado deve estar localizado em área com piso ou contrapiso nivelado, podendo este ser 
constituído por uma chapa de compensado com 20 mm de espessura apoiada sobre 
pontaletes de madeira à 30 cm do solo; 
(c) as pilhas devem estar a uma distância mínima de 0,30 m das paredes e 0,50 m do teto do 
depósito para evitar o contato com a umidade e permitir a circulação do ar; 
(d) no caso de absoluta impossibilidade de dispor-se de locais abrigados, manter os sacos 
cobertos com lona impermeável e sobre estrado de madeira; 
28 
(e) evitar o uso de lona plástica de cor preta em regiões ou estações de clima quente; 
(f) as pilhas devem ter no máximo 10 sacos, seguindo indicação da NBR ISO 11228-3 
Ergonomia – Movimentação Manual de 2014. Uma boa prática é pintar nas paredes do 
depósito ou em paredes / pilares adjacentes uma faixa na altura correspondente a 10 sacos 
empilhados. No caso de armazenagem inferior a 15 dias, a NBR 12655 (ABNT, 1992) 
permite pilhas de até 15 sacos; 
(g) o armazenamento de todo material, principalmente o cimento, deve ser do tipo PEPS 
(primeiro que entra é o primeiro que sai). 
Abaixo é mostrado a Figura 1, que trata do armazenamento de cimento na obra: 
 
Figura 1- Armazenamento de cimento. 
Fonte: Medeiros (2011) 
 
Em relação à estocagem de agregados miúdos e graúdos, Bonin et al. (1993 apud 
SAURIN E FORMOSO, 2006) observa os seguintes critérios listados abaixo: 
(a) devem ser construídas baias com contenções no mínimo em 3 lados, com cerca de 1,20 m 
de altura; 
(b) as pilhas de agregados devem ter altura até 1,5 m, a fim de reduzir o gradiente de umidade 
das mesmas; 
29 
(c) caso as baias se localizem em local descoberto, sujeito a chuva e / ou queda de materiais, 
deve ser colocado um telheiro de zinco ou uma lona plástica sobre as mesmas (Figura 2); 
(d) a largura das baias deve ser no mínimo de 3 m (igual a largura da caçamba do caminhão); 
(e) caso as baias não se localizem sobre uma laje, deve ser construído um fundo cimentado para 
evitar a contaminação do estoque pelo solo; 
(f) deve ser providenciada uma drenagem das baias para minimizar o problema de variação de 
umidade do agregado. Esta drenagem pode ser feita inclinando-se o fundo cimentado da 
baia em sentido contrário ao da retirada do material; 
(g) uma outra opção, caso não se deseje fazer o fundo cimentado, pode ser desprezar os últimos 
15 cm das pilhas, sendo estes depositados em solo previamente inclinado. 
Abaixo a Figura 2 exemplifica como armazenar agregados na obra: 
 
 
Figura 2 - Armazenamento de agregados. 
Fonte: Medeiros (2011) 
 
Saurin e Formoso (2006) definem algumas recomendações a serem seguidas para o caso 
de armazenamento de blocos e tijolos: 
 as pilhas devem permanecer estáveis, pra isso o local do estoque deve estar limpo e nivelado; 
 deve haver uma organização de modo que os blocos e tijolos sejam separados por tipos; 
30 
 é recomendado que esses materiais sejam armazenados o mais próximo possível do local de 
uso, ou próximo do equipamento de transporte vertical; 
 é recomendado que o local de armazenagem seja coberto. Quando não, o material deve ser 
coberto com uma lona, a fim de reduzir as variações dimensionais dos mesmos; 
 as pilhas devem possuir altura máxima de 1,40 m, considerando as condições de ergonomia 
NBR ISO 11228-3. 
Abaixo a Figura 3 mostra a forma de armazenamento de blocos e aço na obra: 
 
 
Figura 3 - Armazenamento de blocos e aço. 
Fonte: Medeiros (2011) 
Em relação ao armazenamento de aço, Medeiros (2011) sugere que o local de 
armazenagem esteja livre de umidade e protegido contra intempéries. O aço pode ser disposto 
em prateleiras, assim como em cavaletes ou empilhados no piso e organizados de acordo com 
31 
sua bitola. Isso facilita sua identificação, pois os aços não possuem o diâmetro nominal gravado. 
É recomendado que o aço não fiquei exposto a céu aberto por um período maior que três meses 
e que seja disponibilizado um espaço que possua comprimento mínimo de 12 metros. 
Além do exposto acima, Saurin e Formoso (2006) nos presenteiam com mais dicas de 
armazenamento: 
 é recomendado que as barras sejam separadas e estocadas com base no seu diâmetro, com as 
respectivas identificações do diâmetro; 
 o aço já dobrado e/ou cortado exige maior atenção quanto a medida de proteção, isso por 
que eles possuem a película protetora já rompida, que é formada pela reação de oxidação 
com o ar ambiente, quando o aço sai do trem de laminação que serve de proteção relativa 
das armaduras contra a corrosão. 
 nos canteiros com pouco espaço, recomenda-se armazenar o aço em ganchos presos na 
parede. 
Os tudo de PVC, de acordo com Medeiros (2011), devem ser estocados em locais 
fechados, como almoxarifados, que disponibilize uma área de pelo menos 2x6m, organizados 
baseado nas bitolas, e cobertos, livres da ação do sol conforme mostrado na Figura 4: 
 
Figura 4 - Armazenamento de tubos em PVC. 
Fonte: Medeiros (2011) 
 
“Para cada uma das fases do canteiro deve-se observar o cronograma de 
materiais/componentese de pessoal, detectando-se o pico de demanda dentro da fase”. 
(SOUZA, 2000) 
32 
Em relação ao dimensionamento das áreas destinadas a armazenamento de 
determinados materiais, a Tabela 2 mostra algumas relações referentes ao material, a 
quantidade, o modelo de estocagem e a área destinada: 
 
 
Tabela 2 - Áreas necessárias para estocagem materiais. 
Fonte: Souza (2000) 
 
Valadares (2004) explica que melhorias são alcançadas quando há o estudo prévio das 
instalações destinadas ao estoque, e este deve ser apresentado da seguinte forma: 
 Os estoques devem ser dispostos de tal forma que tenha uma maior organização quanto a 
identificação, quantificação e retirada de materiais; 
 É recomendado que o local de armazenamento seja amplo, capaz de abrigar todo o estoque 
em um só local, evitando os espaços vazios entre pilhas; 
 A organização da estocagem deve ser do tipo PEPS (primeiro que entra é o primeiro que 
sai), conforme mostrado no item de armazenamento de cimento. 
 
 
 
 
33 
4.8.7 Central de produção de argamassa e concreto 
 
 
Em relação às centrais de produção de concreto e argamassa, Saurin e Formoso (2006) 
explicam que: 
 
O layout desta área geralmente envolve a definição do local da betoneira e dos 
estoques de areia, cimento, brita, cal, e argamassa ensacada ou pré-misturada. 
A principal exigência é que o posto se situe nas proximidades do elevador de 
carga, tomando-se o cuidado de minimizar os cruzamentos de fluxo. 
 
Com o objetivo de racionalizar o sistema tradicional de produção de argamassa/concreto 
no canteiro, Saurin e Formoso (2006) recomenda as seguintes otimizações: 
 definição de um sistema dosador de água, como uma descarga atrelada a betoneira, com a 
finalidade de diminuir o esforço da mão de obra, diminuir o tempo de serviço e garantir uma 
homogeneidade do traço, evitando que o pedreiro tenha que corrigir o traço no seu posto de 
trabalho; 
 utilizar quadros definidores de traços para cada serviço, de acordo com projeto, fixado em 
local visível no porto de produção; 
 a definição dos traços deve ser feita baseada no saco de cimento completo, uma vez que 
minora a perda desse material e aumenta a precisão da dosagem. A dosagem feita desde 
modo, contudo, exige que a betoneira tenha capacidade mínima de 500 litros. 
 
 
4.8.8 Central de carpintaria 
 
 
No seu livro, Gehbauer (2002), afirma que: 
 
A fabricação ou pré-montagem de fôrmas no canteiro de obras requer a 
instalação de uma central de carpintaria cuja localização deve ser escolhida de 
modo a facilitar o fluxo do material. A pilha de tábuas e vigotes, por exemplo, 
deve estar localizada junto ao acesso da obra, e as serras, assim como a mesa 
de trabalho, posicionadas de modo que as peças de madeira possam ser 
retiradas da pilha longitudinalmente e posicionadas para o corte sem mudar 
de direção. A pré-montagem das fôrmas reduz o tempo necessário para a 
montagem no local de concretagem; no entanto, deve ser considerada nestes 
casos, a necessidade de um equipamento adequado para o transporte desses 
elementos, como por exemplo, a grua. Independentemente da fabricação, ou 
não, das fôrmas no próprio canteiro, a instalação de uma serra circular é 
indispensável. 
 
 
34 
4.8.9 Guarita e portaria 
 
 
A existência de uma portaria formal, com um funcionário trabalhando exclusivamente 
como porteiro, só é justificável em obras de grande porte nas quais há um grande fluxo diário 
de pessoas e veículos. Nestas obras a portaria geralmente é aproveitada para abrigar o vigia, 
visto que este trabalhará somente no turno da noite (SAURIN E FORMOSO, 2006). 
Assim sendo, Saurin e Formoso (2006) falam que existem dois critérios, difíceis de 
serem cumpridos com simultaneidade, a serem levados em consideração em relação a 
localização dessa guarita-portaria. O primeiro requisito está relacionado com a função que a 
portaria tem de controlar a entrada e saída de pessoas e caminhões, exigindo que esta instalação 
fique próxima do portão de acesso de pessoas e veículos. O segundo requisito está relacionado 
com a função de vigia, o que exige que a instalação tenha uma visão ampla e global do canteiro 
de obras, principalmente do almoxarifado e das divisas. 
 
 
4.9 SISTEMAS DE TRASNPORTE 
 
 
“Quanto ao sistema de transporte da obra, muitas vezes são diversas as opções possíveis 
para a sua composição, mas deve ser observado, no entanto, que nem todas as soluções 
encontradas são atraentes em termos de custo benefício proporcionado” (FORTUNATO, 2003). 
Para Gehbauer (2002): 
Os transportes verticais e horizontais podem ser considerados como pontos 
chaves em qualquer canteiro de obras, pois chegam a representar até 80% das 
atividades de uma construção. Este fato evidencia a necessidade de uma maior 
racionalização desta atividade, e o planejamento prévio da obra é de 
fundamental importância para isso. 
 
De forma a simplificar o caminho para a definição de um sistema de transportes, Souza 
(2000) sugere que as possíveis opções encontradas sejam passadas pela análise das seguintes 
etapas: 
 No que se refere a tecnologia construtiva adotada, descartar as opções inviáveis; 
 No que se refere a demanda da obra, verificar sistemas capazes de supri-la. 
35 
Ainda conforme Souza (2000), no que se refere à segunda etapa, a demanda da obra 
deve ser analisada no momento de pico de utilização do sistema e compara-la com a capacidade 
deste. 
A seguir, a Tabela 3, na qual é utilizada para verificação da capacidade de sistemas: 
 
 
Tabela 3 - Indicadores gerais para avaliação da capacidade de um sistema de transportes para a movimentação 
vertical de materiais. 
 
Fonte: Souza (2000) 
 
Para Fortunato (2003), é importante que o responsável pela elaboração possua, com 
bastante precisão, as datas de locação, o período de utilização e a data de devolução dos 
equipamentos a serem locados. Deve-se, portanto, baseado em um bem elaborado cronograma 
físico, utilizar cada equipamento durante a fase da obra que ele é realmente produtivo. 
Segundo Coelho (2006), o transporte horizontal é aquele realizado por equipamentos 
que atuam ao longo de um mesmo plano enquanto que o transporte vertical é aquele 
desenvolvido para transportar os materiais e insumos ao longo dos diversos pavimentos do 
empreendimento. Na construção, os principais meios de transporte horizontal utilizados são: 
 Girica: carrinho de mão aperfeiçoado com capacidade para suportar grandes cargas, com o 
eixo centralizado, minorando o efeito da carga para o trabalhador; 
 Carrinho hidráulico ou Transpalete: para transporte de cargas paletizadas, tendo em seus 
garfos a funcionalidade de encaixe nos paletes para transporte dos mesmos; 
36 
 Empilhadeira: maquinário com função de transportar carga e descarga de paletes. Mais 
utilizados em galpões onde os materiais são armazenados em cima de paletes. 
No que se refere ao posicionamento do elevador de carga, Souza (2000) cita alguns 
parâmetros que devem ser levantados em análise: 
 Distância em relação ao recebimento; 
 Localização em relação ao estoque; 
 Locação em relação aos processos intermediários; 
 Distância em relação aos pontos de entrega; 
 Segurança quanto a queda de materiais; 
 Proximidade com a casa de máquinas; 
 Localizar o segundo elevador próximo ou distante? 
 Analisar, com o decorrer da obra as mudanças no canteiro e dos materiais a serem 
transportados. 
Em relação ao posicionamento da grua, Souza (2000) diz que é preciso fazer algumas 
considerações geométricas a fim de que se possa verificar possíveis regiões para o 
posicionamento do equipamento.A região possível, destacada na Figura 5, é determinada a 
partir da intersecção das áreas que cumprem os requisitos abaixo: 
 Possuir distância suficiente das edificações vizinhas, a fim de que se evite a aproximação 
da lança da grua com tais edificações; 
 Estar localizada o mais próximo possível do local de recebimento dos materiais a serem 
transportados; 
 Localizar-se o mais próximo possível do local mais distante do carregamento da grua a ser 
servido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Figura 1 mostra algumas considerações geométricas referentes ao posicionamento da grua. 
 
37 
 
Figura 5 - Considerações geométricas quanto ao posicionamento da grua. 
Fonte: Souza (2000) 
 
 
4.91 Acesso à obra 
De acordo com Saurin e Formoso (2006), o portão de acesso de pessoas deve ser 
exclusivo, ficando separado do acesso de veículos e é recomento seguir os seguintes requisitos 
para definir a sua localização: 
 Possua identificação explícita mostrando que ali é o acesso de pessoas; 
 Possua inscrição com o número do terreno; 
 Seja munido de dispositivo de tranca para manter o portão permanentemente fechado e 
possua puxador para facilitar sua abertura; 
 É recomendado também a colocação de uma caixa de correios acoplada ao portão ou 
na sua proximidade; 
 Construção de acesso coberto para entrada de pessoal, servindo como passagem 
obrigatória para a entrada e saída de pessoas na obra. 
 
Em relação ao acesso coberto, Saurin e Formoso (2006) explica que ele deve se 
estender do portão de acesso até uma área coberta, de tal forma que o trajeto evite o passei 
pelas áreas de produção e armazenamento, devendo-se privilegiar a passagem pelas áreas de 
vivências e escritório da obra. Neste trajeto pode ser fixado cartazes com informações do 
38 
empreendimento e setas indicando os locais da obra e seus devidos equipamentos de 
segurança. 
 
Se tratando do portão de acesso de veículos, Saurin e Formoso (2006) falam que sua 
localização deve ser estudada em paralelo com a definição do arranjo das instalações 
destinadas ao armazenamento de materiais, devendo-se propor quantos portões sejam 
necessários para garantir que seja evitado ao máximo o transporte dos materiais 
descarregados, devendo-se atentar às condições de restrição da escolha do local do portão, 
como por exemplo a existência de uma árvore. 
Em relação a construção do portão de acesso de veículos, Saurin e Formoso (2006) 
recomendam as seguintes medidadas: 
 
 A fim de se facilitar a abertura e o fechamento, além de se ocupar menos espaço, o 
portão deve ser de correr; 
 É indicado que o trilho de corrimento do portão seja posicionado na parte superior, 
uma vez que trilhos inferior não se adaptam a terrenos inclinados; 
 Para permitir o acesso de qualquer tipo de caminhão, o portão deve ter altura livre de 
pelo menos 4,50m; 
 É importante a identificação do portão de veículos, de forma similar ao portão de 
acesso de pessoas. 
 
4.92 Linhas de fluxo 
 
De acordo com Saurin e Formoso (2006): 
As vias de circulação de pessoas e equipamentos no canteiro devem ser 
explicitadas no planejamento de layout através de linhas de fluxo. Na obra, 
devem ser pavimentadas e delimitadas, de preferência por meio de cones, 
corrimãos metálicos ou corrimãos de madeira. As fitas de segurança não são 
tão eficientes devido à sua pouca resistência ao vento e à esforços. 
 
Antes da locação de qualquer instalação de armazenamento, Saurin e Formoso 
(2006) indica que deve ser executado um nivelamento ou até mesmo o contrapiso da referida 
área de forma a facilitar a circulação dos equipamentos de transportes. Em relação a 
39 
circulação de caminhões, é importante que o solo seja estável, com devida drenagem e tratado 
com uma camada de brita, caso necessário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
5. METODOLOGIA 
 
 
Este capítulo propõe descrever os procedimentos metodológicos que embasam esta 
pesquisa, que, com base nos objetivos, se caracteriza como exploratória, e baseada nos 
procedimentos técnicos utilizados, levantamento bibliográfico. 
Para Cervo et al. (2007), a pesquisa exploratória dispensa a formulação de uma hipótese, 
restringindo-se em definir os objetivos e buscar informações sobre o assunto de estudo, sendo 
recomendada quando se tem pouco conhecimento acerca da problemática estudada, enquanto 
que para Gil (2002) a pesquisa bibliográfica é desenvolvida baseada em material já elaborado, 
tendo nos livros e artigos científicos as suas principais fontes. 
O trabalho constituiu-se em duas etapas, sendo que a primeira foi responsável pelo 
levantamento bibliográfico referente ao assunto, procurando obter a maior quantidade e 
qualidade de informações possíveis, para a partir daí organizá-las em tópicos a serem 
apresentados em seções. 
A segunda etapa da pesquisa conta com um layout de canteiro de obras (Anexo), em um 
terreno hipotético de 800,00 m² com área construída de 282,60m. Em relação a construção, será 
adotado o concreto como método construtivo da estrutura. As paredes serão de alvenaria, as 
telhas cerâmica e a estrutura do telhado em madeira. Estima-se que o pico máximo de 
trabalhadores no canteiro é 18 pessoas. O layout foi desenvolvido utilizando o software de 
desenho AutoCad (Autodesk) e sempre norteado pelos princípios expostos na pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 
 
 
No estudo ligado ao sistema produtivo da construção civil, é perceptível que quando 
busca-se por excelência da qualidade e produtividade, a discussão a respeito do planejamento 
dos canteiros de obra deve ser feita de forma contínua e intensa, tendo em vista que é ali que o 
empreendimento ganha vida. 
O projeto do canteiro visa oferecer melhor condição de trabalho a todas as pessoas 
envolvidas no processo, de forma a organizar o ambiente de trabalho, proporcionando maior 
segurança e satisfação aos trabalhadores. O principal desafio na implantação dos canteiros é 
fazer com que este seja flexível e atenda a obra em suas diversas etapas, sempre satisfazendo 
as necessidades dos trabalhadores, procurando com que eles foquem todo seu potencial nos 
serviços diários. 
Em relação às perdas de materiais, o planejamento visa controlá-las, definindo qual 
sistema de transporte é apropriado para a obra e dando parâmetros para o dimensionamento e 
modelo de armazenamento, uma vez que estes são os principais responsáveis pelas perdas nas 
obras. A forma como se dá o armazenamento na obra, assim como a definição dos espaços 
necessários, são norteados pelas normas técnicas NR-18 e NB-1367. 
Nota-se que não existe um projeto de canteiro modelo para todas as obras. Em cada caso 
deve ser verificado quais as necessidades da obra e feito uma análise criteriosa do projeto de 
locação da edificação e do cronograma físico detalhado, que serão determinantes para a 
definição da disposição e dimensionamento de cada uma das instalações do canteiro, 
procurando sempre diminuir as distâncias. 
Definida a disposição das diversas instalações, baseado pela premissa de diminuir 
distâncias, assim como o sistema de transporte, o responsável pelo projeto deve organizar tudo 
em um layout detalhado do canteiro, mostrando nele a disposição de cada instalação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
7. CONCLUSÃO 
 
 
Mediante o exposto, nota-se que as empresas que buscam aumento da qualidade e 
produtividade e uma maior segurança dos seus trabalhadores precisamentrar em discussão 
quanto ao estudo e planejamento dos seus canteiros de obras. Não há mais espaço para as 
tomadas de decisões à medida que os problemas vão acontecendo. 
Percebemos, entretanto, que as empresas, em especial as de pequeno e médio porte, 
criam uma certa restrição quanto ao planejamento e execução do canteiro de obras, quase 
sempre optando pelo “tocador de obra” em detrimento ao “gerente de obra”. 
Este trabalho, por meio de sua pesquisa bibliográfica, verifica diretrizes a serem 
seguidas no planejamento do projeto do canteiro, mostrando como se organiza da melhor 
maneira possível o layout do canteiro, sempre na premissa de atingir o máximo de qualidade, 
produtividade e segurança para os trabalhadores. 
Vale destacar que o sucesso de qualquer ideia ou modelo de planejamento só será 
alcançado com dedicação total do material humano envolvido, procurando sempre satisfazer 
aos anseios mais amplos da empresa e suprir as necessidades dos trabalhadores envolvidos. 
Desta maneira, concluímos que as empresas que investem no planejamento do sistema 
produtivo da construção estão dando um enorme passo na busca contínua por excelência na 
qualidade e produtividade dos seus empreendimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8. REFERÊNCIAS 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB 1367: Áreas de vivência em 
canteiros de obras. Rio de Janeiro, 1991. 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2014). NBR ISO 11228-3 
Ergonomia – Movimentação Manual – Parte 3: Movimentação e cargas leves e alta frequência 
de repetição. Brasil 
 
BONIN, L.C., et al. Manual de referência técnica para estruturas de concreto armado 
convencionais. Sinduscon/RS: Programa de qualidade e produtividade na construção 
civil/RS,1993. 
 
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na Indústria da Construção. Redação dada pela Portaria n° 4, 4 de julho de 1995. Manuais de 
Legislação – Segurança e Medicina do Trabalho, Ed. Atlas, São Paulo, 61ª Ed., v.2. p. 246-
307, 2007. 
 
COELHO, Guilherme Pereira. Estudo de logística aplicada a canteiro de obras. 2015. 89 p. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Escola Politécnica, Universidade Federal do 
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. 
 
FORTUNATO, José Américo. Estudo comparativo entre um canteiro de obras horizontal e 
outro vertical, focando a organização em função do espaço físico disponível. 2003. 80p. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 
2003. 
 
FRANKENFELD, N. Produtividade. Rio de Janeiro: CNI, 1990. 
 
FREITAS, J. P. O. Gerenciamento de obra: implantação do programa de condições e meio 
ambiente de trabalho. 2014. 41p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação)- UFMT, Barra 
do Garças, 2014. 
 
GEHBAUER, Fritz, et al. Planejamento e gestão de obras: um resultado prático da cooperação 
técnica Brasil-Alemanha. Curitiba: CEFET-PR, 2002. 
LINS, Luis André. Organização do canteiro de obras: um estudo aplicativo na Construção do 
Centro de Convenções de João Pessoa – PB. 2012. 57 p. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação) – UFPB, Centro de Tecnologia, João Pessoa, 2012. 
 
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de desperdício. 2014. 61 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - UniCEUB, Brasília, 
2014. 
 
44 
SAMPAIO, José Carlos de A. NR-18: manual de aplicação. São Paulo: Pini, 1998. 
 
SAURIN, Tarcisio Abreu; FORMOSO, Carlos Torres. Planejamento de canteiros de obra e 
gestão de processos. Porto Alegre: ANTAC, 2006. 112 p. v. 3 
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de obras na produtividade e qualidade da construção civil. 2013. 37p. Monografia (Graduação) 
- UniFOA, Volta Redonda, 2013. 
 
SOUZA, U.E.L. Projeto e implantação do canteiro. 1. ed. São Paulo: Tula Melo, 2000. Coleção 
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VALADARES, Claudio Francisco C. Metodologia para processos de implantação de canteiros 
de obra em edifícios residenciais: um estudo de caso na cidade de Campos dos Goytacazes. 
2004. 207 p. Dissertação (Pós-Graduação/Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, 
Niterói, 2004.

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