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Code Division Multiple Access (CDMA) O uso da técnica de multiplo acesso CDMA é mais recente que o FDMA e o TDMA. No CDMA os usuários transmitem simultaneamente na mesma freqüência. A ortogonalidade é conseguida através da adição de uma nova dimensão, a seqüência código, esta por sua vez produzirá um espalhamento espectral do sinal. Assim, uma sequência código CDMA diferente é atribuída a cada usuário, sendo tarefa do receptor detectar o sinal a partir da sua correspondente sequência, separando-a das transmissões relativas aos demais usuário do sistema. Suponha que queremos transmitir uma seqüência de bits a uma taxa de bR bits/ s utilizando uma modulação de pulsos binários e retangulares, de modo que cada símbolo tenha um intervalo de duração de bb RT 1 s. A maneira convencional de transmitir pode ser escrita pela expressão abaixo. Por simplicidade vamos considerar o pulso conformador com resposta temporal retangular. Assim, )(trectTb é o pulso retangular de amplitude unitária e de duração bT , e kd assumindo os valores .1 A correspondente densidade espectral do sinal em banda base )()( tAdtx é dada pela expressão, O procedimento básico da geração de um sinal CDMA é a partir da sequência de dados de usuário )(td , multiplicá-la por uma sequência código )(tc . A figura abaixo ilustra este esquema. Gerador da sequência código Por sua vez a sequência código de cada usuário, é composta por N Elementos binários, chamados “chips”, que também assumem valores .1 Sendo que cada chip tem duração bTTc . Podemos escrever a sequência código de comprimento de N chips que se repete periodicamente como, Assumindo por simplicidade que cb NTT , teremos os sinais em banda base no tempo e suas correspondentes densidades espectrais como a seguir, O espalhamento espectral provocado pela sequência código, é medido pelo fator de espalhamento, denotado por SF( Spread Factor), e dado por cb TTSF . Sinal de dados Sequência código Sinal transmitido Assumindo que o receptor conhece a sequência código transmitida, e está perfeitamente sincronizado com a sequência recebida. A estrutura básica para demodular o sinal CDMA pode ser representada conforme abaixo. Assim temos temporalmente na cadeia de demodulação, Gerador local da sequência código X(t) Saída do filtro integrador Devido ao espalhamento espectral causado pelo sistema CDMA, suas primeiras aplicações foram de uso militar, uma vez que o sinal espalhado tende a se confundir com o nível de ruído do sistema e desta forma sendo mais difícil de detectar e interferir. A robustez do sistema CDMA a um sinal interferente de banda estreita pode ser observada, considerando-se um sinal interferente I , tal que o sinal observado na entrada do receptor é dado pela expressão, Assim relação sinal/interferente na entrada do receptor pode ser escrita como: Após o processo de demodulação CDMA, o sinal na saída do receptor desprezando a presença de ruído e considerando perfeita sincronização da sequência código, será dado pela expressão, )()()( tIctAdtz Assim a densidade espectral do sinal mais a sua interferência na saída do receptor será, E a relação sinal/Interferente, Ou seja o processo de demodulação CDMA melhora a relação Sinal/Interferente que se observa na entrada do receptor. Note que a interferência de banda estreita passou a ser uma interferência de banda larga, de maneira que a energia do sinal interferente é espalhada em uma banda SF vezes maior, e portanto reduz o efeito sobre o sinal útil, uma vez o receptor volta a concentrar a energia do sinal útil na sua banda original. SF também é chamado ganho de processamento. Transmissão e recepção com múltiplos sinais CDMA No CDMA cada usuário gera o sinal de espectro de propagação da maneira discutida anteriormente, mas com a particularidade de que cada um utiliza uma sequencia código distinta. Do ponto de vista espectral, o sinal transmitido por cada usuário compartilha a mesma banda dos demais usuários, conforme representação da figura abaixo dos sinais em banda base equivalente. Transmissores CDMA Considerando um sistema com 3 usuários, o sinal na entrada do receptor, desprezando os efeitos de ruído, pode ser escrito como: E o sinal na saída do receptor do usuário 1 terá a forma A B C Observa-se que a saída do receptor é contaminada pelos sinais dos demais usuários, que aparecem como sinais interferentes em relação ao sinal desejado. Esta interferência depende claramente de: 1. As propriedades de correlação cruzada entre as sequências. 2. O número de usuários simultâneos no sistema, uma vez que o número de sinais interferentes terá relação direta com o número de usuários. 3. A relação de potência com que o sinal de cada usuário é recebido na estação rádio base ( A, B e C no exemplo). 4. 4. O fator de espalhamento ( ganho de processamento) cb TTSF , já que os sinais na saída do receptor poderão ter banda b T1 ou c T1 dependendo do caso. Sequências código ortogonais Idealmente seria interessante que a sequência código utilizada em cada um dos receptores fossem ortogonais entre si. Lembrando que a ortogonalidade implica em 0)()( dttctc j Tb i Considerando perfeita sincronização no receptor, teoricamente a capacidade de um sistema CDMA seria limitada pelo número de sequências ortogonais disponíveis. Sequências código ortogonais Sequências OVSF ( Ortoghonal Variable Spreading Factor) A família de sequências conhecidas como OVSF, empregada por exemplo mo sistema UMTS, define um conjunto de sequências ortogonais entre si, através de um conjunto de regras que permite que diferentes usuários estabeleçam comunicação simultaneamente de forma ortogonal e com diferentes ganhos de processamento. A família OVSF, define uma estrutura em arvore, em que a partir de um código [x] se gerem dois códigos [x x] e [x –x] com o dobro do comprimento do código original e também ortogonais entre si. Como pode ser observado na estrutura em árvore mostrada na figura abaixo, um dos problemas deste códigos é a escassez de sequências, uma vez só existem n2 sequência código para sequências de comprimento n2 . Outro problema das sequências ortogonais é que a ortogonalidade só estará garantida se as sequências estiverem perfeitamente alinhadas. Geração de códigos ortogonais OVSF No caso de desalinhamento entre as sequências, as propriedades de correlação cruzada podem ser bastante diversas. A figura abaixo mostra como o desincronismo entre usuários (no exemplo de um chip), ocasiona a perda da ortogonalidade gerando interferência mútua entre usuários. Perda de ortogonalidade por desincronização temporal No caso do enlace descendente, como a origem dos sinais dos diversos usuários partem do mesmo ponto (estação rádio base), e os sinais se propagam juntos, idealmente mantendo a ortogonalidade, a utilização de sequências ortogonais é viável. Na pratica há certa perda de ortogonalidade porém tolerável. Os sistemas UMTS usam a família OVSF para distinguir os diferentes usuários em uma mesma célula nos enlaces descendentes. Sequências código não ortogonais Em vista do exposto anteriormente, existe grande interesse no uso de sequências que não necessariamente apresentem propriedades de ortogonalidade para perfeitasincronização como no caso das sequências OVSF, mas que possuam propriedades de baixa correlação cruzada para qualquer situação de desalinhamento entre as sequências. A busca de sequências que apresentem estas propriedades é tema de intensa pesquisa já desde a década de 70. Uma das famílias mais conhecidas e empregadas na prática são as denominadas sequências Gold. Tipicamente a correlação cruzada em uma família de sequências de sequências Gold, de comprimento N é relativamente baixa, qualquer que seja o grau de desalinhamento. A função de autocorrelação das sequências Gold apresentam um pico na origem, e baixo valores de correlação para valores de já bem próximos à origem, como mostrado na figura abaixo. Esta característica facilita também o processo de sincronização. Autocorrelação das sequências Gold Interferência multiusuário no sistema CDMA Para ilustrar este processo, suponha a figura a seguir onde dois usuários 1 e 2 transmitem seus sinais com potência 1 P e 2 P , e se possuem perdas de propagação até a estação rádio base iguais a 1 L e 2 L respectivamente. Cenário de avaliação da interferência multiusuário Na entrada do demodulador da estação rádio base as relações Sinal/Interferente ( desprezando o ruído térmico), podem ser escritas como ; 2 2 1 1 ,1 c c I T L P T L P I S c c I T L P T L P I S 1 1 2 2 ,2 Devido ao ganho de processamento na saída teremos: ; ,1 2 2 1 1 ,1 SF I S T L P T L P I S i c b O SF I S T L P T L P I S o c b O ,2 1 1 2 2 ,2 Para o caso de M usuários transmitindo simultaneamente, o valor associado a i-ésima entrada será então, ; 1 , c M ij j j j b i i oi T L P T L P I S Considerando o caso em que todos os usuários possuem o mesmo requisito de qualidade. Então idealmente a potência recebida na estação rádio base é a mesma para todos os usuários, ( ][][ jjii LPLP ), teremos )1(,1 M SF I S o Assim verifica-se que o sistema CDMA possui uma capacidade limitada de suportar interferência multiusuário, e dado que um sistema requeira uma determinada qualidade melhor que ett IS arg então. ett IS SF M arg 1 Assim quanto maior o ganho de processamento CDMA, mais usuários podem ser tolerados, no entanto isto implica em um aumento de banda. Por outro lado quanto maior a qualidade do serviço menos usuários podem ser tolerados. Controle de potência no sistema CDMA Devido a transmissão simultânea de vários usuários no sistemas CDMA, a potência com que cada sinal é recebido tem uma influência direta nos níveis de interferência e consequentemente de qualidade observados. O ganho de processamento, fornece um certo grau de imunidade em relação aos demais usuários, porém os níveis de potência também exercem papel fundamental na qualidade do sinal recebido na estação rádio base. Assim há necessidade de um mecanismo de controle e ajuste dos níveis de potência recebidos de forma a garantir a qualidade de cana conexão. Suponha a mesma situação vista anteriormente, onde os usuários 1 e 2 querem estabelecer conexão com um nível de qualidade que por simplicidade consideraremos o mesmo e igual a ett IS arg , assim deve ser satisfeitas as condições ; arg 2 2 1 1 1 etT cN b I S T L P P T L P I S etT cN b I S T L P P T L P I S arg 1 1 2 2 2 Das desigualdades anteriores, basta que se satisfaçam as condições de igualdade, sendo assim resulta um sistema de equações com duas incógnitas 1 P e 2 P , cuja solução é dada por: ; 2 arg 2 arg arg 11 etT etT N etT I S SF I S SFP I S LP ; 2 arg 2 arg arg 22 etT etT N etT I S SF I S SFP I S LP Pode-se observar que a potencia necessária para transmissão, é função das próprias perdas associada ao respectivo caminho de transmissão, de modo que quanto mais distante o terminal da estação rádio base, maior será a potência que o mesmo deverá transmitir. Dado que na prática as condições de propagação variam ao longo do tempo,( )(tLL ii ),a potência que o móvel deve transmitir deve variar dinamicamente ao longo do tempo. Existem algumas estratégias para determinação da potência que o móvel deverá transmitir ao longo do tempo, conforme a seguir: Controle de potência em malha aberta: Nesta estratégia, a estação rádio base transmite uma potência conhecida T P , em um sinal de referência contínuo (piloto), e modula uma sequência código também conhecida. O terminal móvel mede a potência recebida R P , e estima as perdas de propagação entre a base o móvel, conforme descrito na figura abaixo Sinal piloto para medida de potência em malha aberta. No caso de sistemas TDD, onde o enlace de subida e o enlace de descida compartilham a mesma frequência, a estratégia de sinal de piloto representa uma solução aceitável, uma vez que, como o canal é o mesmo, as perdas medidas na enlace de descida reproduzem com boa precisão as perdas que serão observadas no enlace de subida. Não obstante, no caso de sistemas FDD, em que os canais de subida e descida são duplexados em frequência, este tipo de estratégia não é suficientemente precisa, uma vez que pode haver diferença significativa nos fenômenos percebidos entre os canais subida e descida. Nos sistemas CDMA, recordando que o número de usuários suportados aumenta com SF e diminui com ett IS arg . Resulta que se o sinal recebido estiver sendo atacado por um desvanecimento Rayleigh, é necessário um aumento elevado de potência e de maneira quase instantânea como forma de compensar o desvanecimento rápido do canal. Controle de potência em malha fechada: Dado a importância que tem o mecanismo de controle de potência no sistema CDMA, um mecanismo em malha aberta em geral será insuficiente. Sendo necessário desta forma, definir mecanismos mais precisos de controle de potência. Para isto lança-se mão de mecanismos de controle em malha fechada. Neste caso, e pensando no controle de potência do enlace ascendente, oterminal móvel transmite um sinal de controle para a estação rádio base, esta por sua vez mede a potencia do sinal recebido, e retorna um comando solicitando o aumento ou a diminuição de potência. A figura a seguir ilustra o mecanismo de controle em malha fechada. Representação do mecanismo de controle de potência em malha fechada no enlace ascendente. Exemplo: Os canais dedicados nos sistemas UMTS incorporam um controle de potência em malha fechada, com um canal de sinalização associado com taxa de 1500 ciclos por segundo ( 1500 comandos de controle de potência por segundo). Se for enviado um comando “1”, é uma indicação de que o terminal móvel deve aumentar a potência transmitida em 1dB ( em alguns casos 2dBs), ao passo que se “0” é enviado, o terminal móvel deve diminuir a sua potência em 1dB ( alternativamente 2 dBs). Para poder decidir se este mecanismo é capaz de compensar as flutuações do canal, se requer que a velocidade de reação do controle de potencia em malha fechada seja superior ao ritmo de variação do canal. Dado que a resolução é de 1 comando a cada 666.66 us, neste intervalo o canal não deve ter variado de maneira significativa. Pode- se considerar como critério prático, que dentro de um intervalo de tempo de 0.2 c o canal não varia de forma significativa. Dessa forma, determine qual a máxima velocidade que os móveis são esperados de se deslocar. Sabendo que o sistema opera na frequência de 2GHz e que v f f m m ; 13.4 1 Ou seja, é razoável assumir que para velocidades até 40km/h, o sistema de controle de potência UMTS que trabalha em malha fechada é capaz de compensar variações rápidas do canal.
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