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Resposta á Acusação

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OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
► INTRODUÇÃO 
O presente assunto é um dos mais importantes 
nas provas da OAB, seja pela grande incidência 
em questões práticas ou pela vasta quantidade 
de assuntos que envolve, o que também faz com 
que ele seja bem explorado em provas discursi-
vas. 
Iremos abordar primeiramente a resposta à acu-
sação no rito comum ordinário e sumário, men-
cionando todas as peculiaridades desta peça de 
defesa. Posteriormente, iremos abordar a res-
posta à acusação no rito do tribunal do júri de 
forma isolada, tendo em vista as suas particula-
ridades. 
 
► MOMENTO EM QUE OCORRE A RES-
POSTA À ACUSAÇÃO 
A resposta à acusação é o procedimento a ser 
adotado após o recebimento da denúncia ou da 
queixa, onde o acusado deve, no prazo de 10 
dias, arguir, se for o caso, matéria preliminar, ou 
seja, toda e qualquer falha de natureza proces-
sual apresentada na peça acusatória, objeti-
vando induzir a uma possível absolvição sumá-
ria ou motivar exceções. Além disso, na res-
posta à acusação o réu deverá alegar tudo o que 
interesse a sua defesa, oferecer documentos e 
justificações, especificar as provas pretendidas 
e arrolar testemunhas, qualificando-as e reque-
rendo sua intimação, quando necessário. Ou 
seja, procuram-se três elementos para haver a 
resposta à acusação: ter havido denúncia ou 
queixa, esta ter sido recebida e o réu ter sido ci-
tado. 
Vale lembrar que a resposta à acusação é uma 
peça OBRIGATÓRIA, ou seja, se ela não for 
feita o processo não anda, havendo nulidade por 
afronta ao princípio da ampla defesa e do con-
traditório. A antiga defesa prévia era antes um 
ato meramente formal, mas com as mudanças 
ocorridas em 2008, mais precisamente com a o 
advento da Lei nº 11.719 de 2008, regra geral, a 
resposta à acusação é a única oportunidade de 
apresentar TODA a tese de defesa por escrito, 
pois os memoriais, via de regra, são realizados 
de forma oral, sendo exceção a apresentação 
desta última peça por escrito. 
Tamanha é a importância da resposta à acusa-
ção que caso ela não seja apresentada no prazo 
legal, ou se o acusado, citado, não constituir de-
fensor, o próprio juiz nomeará um defensor para 
oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 
10 dias, nos termos do art. 396-A, § 2º, do CPP. 
Caso a resposta à acusação seja feita pela de-
fensoria pública o prazo DOBRA, pois a lei que 
instituiu a defensoria pública previu este benefí-
cio, nos termos da Lei Complementar nº 80/94, 
art. 44, I, art. 89, I e art. 128, I. 
O prazo de 10 dias da resposta à acusação ini-
cia-se a partir da citação, valendo salientar que 
é um prazo contado de forma processual. 
 
► CONTEÚDO DA RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
A resposta à acusação é a oportunidade que o 
réu possui de apresentar, por escrito, toda a sua 
matéria de defesa, razão pela qual o candidato 
deve ter um bom domínio acerca de quais maté-
rias podem ser alegadas nesta peça. 
 
► FUNDAMENTAÇÃO DA RESPOSTA À 
ACUSAÇÃO NO RITO ORDINÁRIO, SUMÁRIO 
E SUMARÍSSIMO 
A Resposta à Acusação tem seu fundamento 
nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo 
Penal. 
 
► DEMAIS INFORMAÇÕES SOBRE RES-
POSTA À ACUSAÇÃO 
1ª) Oferecimento de documentos e requeri-
mento de produção de provas: Deve haver uma 
solicitação formal de juntada de documentos 
como certidões, alvarás e atestados, bem como 
de produção de provas que a defesa julgue ne-
cessário (exame de corpo de delito, acareações, 
busca e apreensões, entre outros). 
2ª) Oferecimento de justificações: Estas justifi-
cações nada mais são do que a arguição de pos-
síveis excludentes de ilicitude, previstos no ar-
tigo 23 do CP que acarretarão a absolvição su-
mária nos termos do art. 397, I, do CPP. Ex: Se 
a defesa entender que no caso analisado existe 
um estado de necessidade, causa de exclusão 
de ilicitude e consequentemente, do crime, deve 
arguir já na resposta à acusação, como forma de 
tentar forçar a absolvição sumária. 
 
 
 
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OAB XIX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
3ª) Arrolar testemunhas e qualificá-las: Devem 
ser listadas todas as testemunhas e obrigatoria-
mente qualificadas, mediante indicação de to-
dos os elementos de identificação possíveis 
destas. Não se admite arrolamento de testemu-
nhas sem a devida qualificação. 
 
OBSERVAÇÃO 
O requerimento de intimação das testemu-
nhas não é obrigatório, podendo estas serem 
arroladas independentemente de intimação. 
Todavia, recomenda-se fazer o pedido de ex-
pedição de intimação. Caso não tenham sido 
intimadas e não compareçam para serem ou-
vidas, as testemunhas não poderão ser con-
duzidas coercitivamente, nem substituídas 
por outras, o que pode prejudicar substancial-
mente a defesa. 
 
OBSERVAÇÃO 
Rito ordinário até 8 testemunhas por parte e 
por acusado (art. 401 CPP); Rito sumário até 
5 testemunhas por parte e por acusado (art. 
532 CPP). 
 
MUITO IMPORTANTE 
A resposta à acusação, sempre que possível, 
deve tentar levar a uma absolvição sumária, de-
vendo este pedido ser explícito na peça. 
 
► RESPOSTA À ACUSAÇÃO NO JUIZADO 
ESPECIAL CRIMINAL 
Nos Juizados Especiais Criminais (art. 81 da Lei 
9.099/95), a resposta à acusação é feita oral-
mente, nada impedindo que haja a sua feitura 
por meio escrito. Novamente, vale lembrar que 
a resposta à acusação é obrigatória, se ela não 
for feita o processo não anda havendo nulidade 
por afronta ao princípio da ampla defesa. A an-
tiga defesa prévia era antes um ato meramente 
formal, mas com as mudanças ocorridas em 
2008, regra geral, a resposta à acusação e a 
única oportunidade de apresentar a tese de de-
fesa por escrito, pois as alegações finais, via de 
regra, são realizadas de forma oral, e a exceção 
é que ela seja realizada por escrito. 
 
► RESPOSTA À ACUSAÇÃO PARA OS CRI-
MES PREVISTOS NA LEI DE LICITAÇÃO 
A resposta à acusação, é possível ainda, na Lei 
8.666/93 que institui normas para a licitação e 
contratos. O art. 104 da referida lei prevê o cabi-
mento da Resposta à acusação, no prazo de 10 
dias, contados do interrogatório do acusado. 
 
► RESPOSTA À ACUSAÇÃO PARA OS CRI-
MES PREVISTOS NO CÓDIGO ELEITORAL 
O Código Eleitoral traz, em seu artigo 359, pará-
grafo único, a possibilidade de apresentação da 
Resposta à Acusação para os crimes previstos 
no Código Eleitoral – Lei nº 4.737/65, e deverá 
ser apresentada em 10 dias. 
Destaca-se que, o mencionado dispositivo traz a 
expressão “alegações escritas”. Assim, caso o 
tema seja abordado na peça prático-profissio-
nal, recomenda-se escrever RESPOSTA À 
ACUSAÇÃO, com fundamento no artigo 359, 
parágrafo único do Código Eleitoral. Todavia, se 
for cobrado em uma questão discursiva, reco-
menda-se a utilização do termo descrito no Có-
digo Eleitoral, qual seja, ALEGAÇÕES ESCRI-
TAS. 
 
► RESPOSTA À ACUSAÇÃO NO RITO DO 
TRIBUNAL DO JÚRI 
A resposta à acusação no rito do Tribunal do júri 
segue a mesma lógica da resposta à acusação 
no rito ordinário e sumário, devendo ser reali-
zada no prazo de 10 dias a contar da citação do 
acusado ou do momento que este ou seu defen-
sor constituído, comparecer em juízo, em casos 
de citação inválida ou feita por edital. Não sendo 
procedida esta resposta, o juiz nomeará defen-
sor para oferece-la, no prazo de 10 dias, conce-
dendo-lhe vista aos autos. Os artigos que funda-
mentam a resposta à acusação no rito do júri 
são 406 a 408 do Código de Processo Penal. 
Um ponto de suma importância no rito do Tribu-
nal do Júri diz respeito ao pedido que poderá ser 
feito neste rito, tendo em vista que, além das 
matérias tratadas na resposta à acusação do rito 
comum ordinário e sumário que poderá ser ob-
jeto de pedido também no rito do tribunal do júri, 
quandose pretender tratar do mérito já na res-
posta à acusação no rito do tribunal do júri, o pe-
dido poderá ser de: 
Absolvição Sumária – Neste caso utiliza-se por 
analogia as hipóteses de absolvição sumária 
constantes no art. 397 do CPP, tendo em vista 
 
 
 
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3 
que NÃO existe um artigo específico que trate 
destas hipóteses de absolvição no rito do tribu-
nal do júri. Ou seja, embora não exista previsão 
em lei a manifestação da absolvição sumária, no 
rito do júri, atualmente muitos doutrinadores de-
fendem a tese de que a defesa deve adentrar, 
em alguns casos, no mérito da questão, já na 
resposta à acusação, objetivando a decretação 
da absolvição sumária. A hipótese prevista no 
art. 415 do CPP, apesar de conter o mesmo 
nome, trata-se de absolvição sumária diversa da 
tratada em sede de resposta à acusação. Sobre 
esse artigo falaremos nos memoriais. 
 
► RESPOSTA À ACUSAÇÃO X DEFESA 
PRÉVIA (OU PRELIMINAR) 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO = é o nome da peça 
no Rito comum ordinário, rito comum sumário e 
no rito do tribunal do júri. Ela ocorre com o pro-
cesso penal já em curso, ela ocorre após o início 
do processo, este começa com o RECEBI-
MENTO da peça acusatória. Ela é considerada 
de natureza PROCESSUAL e tem como objetivo 
promover a absolvição sumária do réu. Ela é 
considerada obrigatória e caso NÃO seja apre-
sentada deverá ser nomeado um defensor pú-
blico para a sua realização, sob pena de nuli-
dade absoluta do processo pelo cerceamento de 
defesa. 
DEFESA PRELIMINAR = é feita ANTES do re-
cebimento da peça acusatória, sendo de natu-
reza PRÉ-PROCESSUAL, não é considerada 
obrigatória e tem como objetivo que a ação pe-
nal não se inicie. 
 
► ARGUIÇÃO DAS PRELIMINARES 
Nas preliminares, deve-se fazer o levantamento 
de todas as falhas técnicas, de natureza proces-
sual, que possam existir na peça de acusação, 
como a ausência de justa causa, a inépcia da 
peça acusatória, falta de interesse processual 
da ação, crime prescrito, fato atípico, dentre ou-
tros. 
Lembrando que não se deve entrar no mérito 
propriamente dito da defesa, mas apenas discu-
tir questões formais ou técnicas. 
 
Existe uma sequência a ser seguida para a ale-
gação das preliminares, vejamos: 
1. ART. 107 CP – CAUSAS EXTINTIVAS DE 
PUNIBILIDADE 
No caso de existir uma causa de extinção da pu-
nibilidade não era para sequer ter havido ação 
penal, razão pela qual elas devem ser arguidas 
preliminarmente. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
Se o caso for de queixa-crime deve-se verifi-
car se houve decadência ou perempção (art. 
60 do Código de Processo Penal), pois se ale-
gará em preliminar da resposta à acusação a 
ocorrência destes institutos. Normalmente em 
queixa-crime, é muito comum haver a existên-
cia de uma preliminar desta natureza, como a 
renúncia ao direito de queixa, o perdão, pe-
rempção, etc. 
 
2. ART. 109 CP – PRESCRIÇÃO 
Deve-se ficar atento para verificar se já houve a 
prescrição do crime que foi supostamente prati-
cado pelo réu, pois a prescrição é outra causa 
extintiva da punibilidade prevista no art. 107, IV 
e 109 do Código Penal. São cinco tipos de pres-
crição: Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP), 
Prescrição Intercorrente (PI), Prescrição Retro-
ativa (PR), Prescrição Superveniente (PS) e 
Prescrição da Pretensão Executória (PPE). 
 
OBSERVAÇÃO 
 
PPP = prescrição da pretensão punitiva (pela 
pena em abstrato) 
PI = prescrição intercorrente ou processual, 
que ocorre durante o curso do processo (pela 
pena em abstrato) 
PPE = prescrição da pretensão executória 
(após o trânsito em julgado, pela pena em 
concreto) 
 
Ainda em relação à prescrição, deve-se ter cui-
dado com as hipóteses em que o prazo prescri-
cional é reduzido pela metade, nos termos do 
art. 115 do Código Penal. Como no caso de o 
réu ser menor de 21 anos a data do crime ou 
maior de 70 anos de idade na data da sentença. 
Lembrando que, segundo atual posicionamento 
jurisprudencial, o Estatuto do Idoso NÃO alterou 
o prazo prescricional previsto no art. 115 do CP, 
 
 
 
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4 
razão pela qual ainda prevalece que o réu de-
verá ter 70 anos de idade na data da sentença 
para poder se beneficiar da redução do prazo 
prescricional. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
A prescrição, via de regra, tem sua contagem 
iniciada na data do fato (data da consumação 
do crime), contudo, devemos estar atentos às 
seguintes hipóteses: 
 
 Tentativa: do dia em que cessou a tenta-
tiva, ou seja, da data do último ato de exe-
cução. 
 Crimes permanentes: do dia em que ces-
sou a permanência. Se cessar após o rece-
bimento da denúncia ou após a data da pri-
são do agente, o dies a quo será a data do 
recebimento da inicial ou da prisão, respec-
tivamente. 
 Crimes continuados: trata-se de ficção jurí-
dica de crime único, não havendo termo ini-
cial de contagem do prazo para cada crime, 
o que interessa é o último ato. 
 Crimes qualificados pelo resultado: do dia 
em que se produziu o resultado mais grave. 
 Crimes de bigamia e falsificação do regis-
tro civil: do dia em que o fato se tornou co-
nhecido pela autoridade. 
 Crimes contra a dignidade sexual de crian-
ças e adolescentes: da data em que a vítima 
completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse 
tempo já houver sido proposta ação penal, 
aos crimes cometidos após a entrada da Lei 
nº 12.650/12. 
 
3. ART. 564 CPP – NULIDADES 
O art. 564 do Código de Processo Penal lista to-
das as nulidades, só que na resposta à acusa-
ção e memoriais elas são essenciais, valendo 
lembrar as seguintes nulidades de suma impor-
tância contidas neste artigo: 
 
I – Incompetência, suspeição e suborno: A 
alegação deste tipo de nulidade está intima-
mente ligada ao assunto “Exceções”, previsto no 
art. 95 do CPP. Ela é uma peça processual a ser 
usada quando a peça acusatória deveria ter sido 
rejeitada, mas foi recebida. Vamos supor que 
existia uma falha técnica da ação, porém mesmo 
sendo caso de rejeição liminar, o juiz acaba re-
cebendo a denúncia ou queixa. Neste caso, será 
cabível a exceção prevista no art. 95 CPP, pois 
houve falha no recebimento da peça acusatória. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
A regra é que as matérias das exceções se-
jam apresentadas de forma apartada e AN-
TES da resposta à acusação ou SIMULTANE-
AMENTE a esta. 
Entretanto, como a peça de exceções dificil-
mente será cobrada de forma isolada em uma 
questão prática da OAB, vem se admitindo a 
alegação de toda a matéria das exceções na 
própria resposta à acusação e em sede de 
preliminar. 
 
Vale lembrar que o rol das exceções é TAXA-
TIVO. Regra geral, existindo uma das hipóte-
ses do art. 95 será cabível a exceção, porém 
se não for qualquer das hipóteses do art. 95 
não caberão exceções. 
 
Estas exceções subdividem-se em duas es-
pécies: 
• Dilatórias – quando não buscam o encerra-
mento do processo, mas apenas a sua regu-
larização; 
• Peremptórias – quando buscam o encerra-
mento do processo sem apreciação do mérito; 
 
As principais exceções são as seguintes: 
• Suspeição – dilatória 
• Impedimento – dilatória 
• Incompetência – dilatória 
• Litispendência – peremptória 
• Coisa Julgada – peremptória 
• Ilegitimidade da parte – peremptória 
 
a) Suspeição e impedimento: O STF já se ma-
nifestou no sentido de que o tratamento proces-
sual do reconhecimento das suspeições será o 
mesmo na hora que identificar o impedimento. 
Isso não está previsto na lei, é jurisprudencial. A 
suspeição vai se manifestar quando, no caso 
concreto, tiver alguma circunstância que irá aba-
lar, principalmente, a imparcialidade do magis-
trado. O impedimento é notório, taxativo. Alémwww.cers.com.br 
 
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Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
5 
disso, a exceção de suspeição ou impedimento 
pode ser alegada contra os demais serventuá-
rios da justiça. Ex. Juiz e MP ambos casados 
com parceiros diferentes, foram pegos na praia 
tomando uma cerveja juntos, mesmo que nada 
exista entre eles é colocada em suspeição a im-
parcialidade do julgamento. 
 
b) Incompetência do juízo: Importante desta-
car que na hipótese de incompetência do juízo, 
muitas vezes, as questões trazem as competên-
cias da justiça federal, art. 109, incisos IV, V, V-
A, VI, VII, IX, X, XI da Constituição Federal. 
 
I – os crimes políticos, previstos na Lei nº 
7170\83; 
 
II – as infrações penais praticadas em detri-
mento de bens, serviços ou interesse da União 
ou de suas entidades autárquicas ou empresas 
públicas, excluídas as contravenções e ressal-
vada a competência da Justiça Militar e da Jus-
tiça Eleitoral; 
Ex. Estelionato previdenciário praticado contra o 
INSS, ele está no art. 171, parágrafo 3º, do CP, 
havendo o aumento de pena de 1/3. Neste sen-
tido temos a Súmula 24 do STJ. 
Ex.2: Falsificação de moeda é crime sujeito à 
justiça federal, pois toda emissão de papel mo-
eda é de competência da justiça federal. 
Ex.3: Crimes contra o sistema financeiro. 
 
III – os crimes previstos em tratado ou conven-
ção internacional, quando, iniciada a execução 
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocor-
rido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
Tem os crimes transnacionais que são aqueles 
que começam a execução em um país e termina 
em outro, ele se inicia dentro ou fora do Brasil e 
deve terminar fora ou dentro do Brasil. 
Ex. Tráfico internacional de seres humanos. 
 
IV – as causas relativas a direitos humanos (EC 
45\2004) 
Nas hipóteses de grave violação de direitos hu-
manos, o Procurador-Geral da República, com a 
finalidade de assegurar o cumprimento de obri-
gações decorrentes de tratados internacionais 
de direitos humanos dos quais o Brasil seja 
parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribu-
nal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou 
processo, incidente de deslocamento de compe-
tência para a Justiça Federal. 
 
V – os crimes contra a organização do trabalho; 
Nos crimes contra a organização do trabalho, ou 
seja, os crimes que ofendam interesse coletivo 
da organização do trabalho ou o interesse cole-
tivo e geral dos trabalhadores. NA REGRA GE-
RAL os crimes contra a organização do trabalho 
são de competência da Justiça Estadual, salvo 
se tiver interesse coletivo envolvido, que a com-
petência será da justiça federal, como o art. 204 
e art. 206 do Código Penal. 
 
VI – crimes contra o sistema financeiro e a or-
dem econômico-financeira, nos casos previstos 
na Lei nº 7492\86; 
Todos os crimes contra o sistema financeiro na-
cional (Lei 7.492/86) são de competência da jus-
tiça federal, por expressa disposição do art. 26 
da referida lei, sendo a ação penal pública in-
condicionada intentada pelo Ministério Público 
federal perante a justiça federal. 
Nos crimes contra a Ordem Tributária a compe-
tência somente será da justiça federal se houver 
ofensa à competência de tributo da UNIÃO, nos 
demais casos, se o tributo for estadual ou muni-
cipal a competência será da justiça COMUM, 
como bem prevê o art. 1 a 3º da Lei nº 
8.137/1990. 
 
VII – os “habeas-corpus”, em matéria criminal de 
sua competência ou quando o constrangimento 
provier de autoridade cujos atos não estejam di-
retamente sujeitos a outra jurisdição; 
 
VIII – os crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves, ressalvada a competência da Jus-
tiça Militar; 
Deve-se levar em consideração apenas navios 
ou aeronaves de carga e passageiro de grande 
porte, capazes de fazer viagens internacionais 
se necessário. Logo, não é todo e qualquer 
crime cometido a bordo de navios ou aeronaves 
que será de competência da justiça federal. 
 
IX – os crimes de ingresso ou permanência irre-
gular de estrangeiro; 
 
 
 
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Direito Penal 
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6 
X – cumprimento de cartas rogatórias, após 
exame e expedição do STJ; 
 
XI – aplicação de sentença estrangeira, após ho-
mologação do STJ; 
 
XII – crimes contra comunidades e direitos cole-
tivos dos indígenas; 
NÃO é todo crime contra indígena que é da com-
petência da justiça federal, apenas os crimes 
que ofendam interesses coletivos ou difusos dos 
índios é que são da competência da justiça fe-
deral, se houver interesse individual de indígena 
envolvido, neste caso a competência será da 
justiça estadual, conforme súmula 140 do STJ. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
► Justiça Federal – cabe processar e julgar 
crimes cometidos contra funcionários públicos 
federais, no exercício de suas funções (Sú-
mula 145 do STJ) 
► Justiça Estadual – na regra geral, cabe pro-
cessar e julgar crimes praticados por funcio-
nários públicos federais, ainda que no exercí-
cio da função, caso estes crimes sejam da al-
çada estadual; 
► Crimes contra a fauna – a competência de-
penderá do local em que foi praticado o crime; 
sendo área de proteção ambiental da união, a 
competência será da Justiça Federal (Súmula 
91 do STJ foi revogada). 
► Tráfico de Drogas – regra geral será a com-
petência da Justiça Estadual (Súmula 522 do 
STF) 
► Crimes contra ou praticados por indígenas 
– regra geral será competente a Justiça Esta-
dual (Súmula 140 do STJ): 
► Falsificação e uso de documento relativo à 
autarquia federal – competência será da jus-
tiça federal, ainda que o documento seja utili-
zado em empresa ou instituição privada. 
No caso de crimes políticos (Lei de Segurança 
Nacional – Lei nº 7170/1983), a competência 
será da Justiça Federal e o 2º Grau de jurisdi-
ção será o STF, em recurso ordinário (CF, art. 
102, II, b). 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO 
 
Competência do Tribunal do Júri - Compete 
julgar os crimes dolosos contra a vida, tenta-
dos ou consumados. 
 
Cuidado com as cascas de banana: 
A competência por prerrogativa da função, 
desde que estabelecida na Constituição Fe-
deral, prevalece sobre a competência do júri 
(STF, HC 83.543/PE, 2ª T, Rel. Ellen Gracie, 
2004). Ex. Presidente da república em infra-
ções penais comuns tem prerrogativa de foro 
no STF, se ele vem a matar uma pessoa não 
será julgado pelo Tribunal do Júri e sim pelo 
STF. 
 
CUIDADO! Quando a prerrogativa de função 
for estabelecida EXCLUSIVAMENTE na 
Constituição Estadual, será competência do 
Tribunal do Júri e NÃO prevalecerá o foro por 
prerrogativa de função, nos termos da súmula 
721 do STF. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
Prefeito pode ser julgado pelo TJ ou TRF a 
depender de o crime ser da alçada estadual 
ou federal, além disso, o prefeito é julgado 
pelo Tribunal a que ele tiver o mandato, 
mesmo que o crime tenha sido cometido fora 
do município a que ele tem mandato, nos ter-
mos da Súmula 702 do STF. 
Ex. Prefeito – PE que comete homicídio con-
tra fiscal do ministério do trabalho quando 
este estava fazendo investigação do crime de 
redução à condição análoga de escravo, 
sendo julgado na justiça comum. Neste caso, 
entra-se com exceção de incompetência, pois 
o crime foi contra funcionário público federal 
em detrimento das razões que ele exerce e a 
competência é da Justiça Federal. 
 
OBSERVAÇÃO 
A história do assalto ao Banco do Brasil e o 
processo está na Justiça Federal, caberá ex-
ceção de incompetência, pois o Banco do Bra-
sil é SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA e a 
 
 
 
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Direito Penal 
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competência é da JUSTIÇA ESTADUAL (Sú-
mula 42 do STJ). 
OBS.: Se o crime for cometido contra a CAIXA 
ECONÔMICA FEDERAL a competência seráda JUSTIÇA FEDERAL. 
 
c) Exceção de coisa julgada: Importante saber 
duas coisas: 
1ª) Da sentença que decreta a extinção da puni-
bilidade com base em certidão de óbito falsa não 
caberá exceção de coisa julgada, pois a sen-
tença não fará coisa julgada. Só caberá a alega-
ção da exceção caso o juiz, quando da certidão 
de óbito acostada aos autos, não realizar o pro-
cedimento necessário para a averiguação da ve-
racidade da informação. 
2º) Não pode arguir exceção de coisa julgada 
em inquérito policial, pois este é mero procedi-
mento administrativo. 
 
d) Exceção de ilegitimidade da parte: Ocorre 
quando a ação penal é mal feita, pois era para 
ter havido rejeição liminar da denúncia em face 
da ilegitimidade da parte, mas a denúncia aca-
bou sendo recebida, mesmo não tendo a parte 
legitimidade para ingressar com a ação penal 
pública ou privada. 
 
II – Ilegitimidade da parte 
É outra nulidade que poderá ser arguida em 
sede de preliminar, sendo ela esclarecida no 
item anterior, quando da abordagem do assunto 
exceção de ilegitimidade da parte. 
 
III – Por falta das fórmulas ou dos termos se-
guintes 
É bastante comum a ocorrência das seguintes 
nulidades referentes a este ponto: 
Ausência do exame de corpo de delito nos cri-
mes que deixam vestígios. Deve ser observado 
o art. 158 do CPP, tendo em vista que nos cri-
mes que deixam vestígios o exame de corpo de 
delito é obrigatório, sob pena da alegação da nu-
lidade ora mencionada. 
Cuidado com a Jurisprudência do STJ refe-
rente ao estupro! Segundo o STJ, nos crimes 
que deixam vestígios é indispensável o exame 
de corpo de delito, salvo o de estupro, pois este 
pode ser demonstrado de outros meios. O Tribu-
nal leva em consideração que o exame de corpo 
de delito no estupro é altamente invasivo e não 
é razoável obrigar a realização do exame de 
corpo de delito. Logo, no caso especifico do es-
tupro não se deve arguir a nulidade referida. 
Ausência de intervenção do MP nos casos em 
que for necessário. Esta hipótese ocorre muito 
na ação penal privada subsidiária da pública. 
Quando o juiz recebe este tipo de ação o pro-
cesso é baixado e deve o MP se habilitar no pro-
cesso. Neste caso o MP poderá aditar a queixa 
em 3 dias ou oferecer denúncia substitutiva, se 
ele não o fizer no prazo de 3 dias o juiz irá pre-
sumir que não há o que ser editado. No caso 
acima ou o MP se habilita ou irá haver nulidade, 
ou seja, deve haver a intervenção do MP sob 
pena de nulidade. 
Essas são as hipóteses mais frequentes em 
prova. Mas, deve ser feita a leitura do artigo 564 
do Código de Processo Penal para conhecer as 
demais hipóteses. 
 
4. ART. 23 CP – CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO 
(EXCLUDENTES DE ILICITUDE DO FATO) 
Na Resposta à Acusação, o art. 396-A do CPP 
fala de justificações – nada mais são do que as 
hipóteses de exclusão de ilicitude do Art. 23 CP, 
que devem ser alegadas em preliminar. Se não 
há crime em decorrência de uma excludente de 
ilicitude NÃO era para ter havido sequer pro-
cesso. 
 
5. TODO E QUALQUER OUTRO DEFEITO 
QUE LEVARIA A OCORRÊNCIA DE REJEI-
ÇÃO LIMINAR NA PEÇA ACUSATÓRIA. 
Nesse caso, argui-se não só o art. 395 do Có-
digo de Processo Penal já abordado anterior-
mente, como toda e qualquer falha processual 
que venha a ocorrer durante o processo que de-
veria ter ocasionado a rejeição liminar da inicial 
acusatória. 
 
DICAS IMPORTANTES 
Da rejeição liminar da denúncia ou da queixa 
cabe recurso em sentido estrito – RESE (recurso 
este que será abordado em um capítulo especí-
fico), nos termos do art. 581, I, do CPP. Quando 
intenta com o RESE e o recurso for provido 
deve-se ter cuidado para não haver supressão 
de instância. Neste caso o órgão recursal pede 
para que o processo volte para o primeiro grau 
 
 
 
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e que a denúncia ou queixa seja recebida, o tri-
bunal devolverá o feito para o juiz singular rece-
ber a ação. O efeito do RESE neste caso é de-
volutivo, pois o órgão recursal cabe a reanálise 
da matéria. Haverá supressão de instância 
quando o órgão recursal superior analisa o mé-
rito sem que o órgão de primeiro grau tenha se 
manifestado, o órgão de 2º grau não pode ana-
lisar o que era para ser analisado pelo órgão de 
1ª instancia. Resumidamente: caso o magis-
trado rejeite liminarmente a denúncia ou a 
queixa, com base no art. 395 do CPP, esta não 
poderá ser recebida pelo Tribunal, no lugar do 
Juiz, pois estaria configurada supressão de ins-
tância. 
Ex: O juiz rejeita liminarmente a queixa por en-
tender ser ela inepta – caso o Tribunal dê provi-
mento ao recurso, devem os autos retornar a ori-
gem, para que o magistrado proceda ao recebi-
mento, sob pena de ocorrer supressão de ins-
tância. 
Caso o juiz rejeite a denúncia ou a queixa com 
base em qualquer outro fundamento que não os 
listados no art. 395 do CPP, poderá o Tribunal 
receber a peça acusatória, nos exatos termos da 
súmula 709 do STF. 
 
OBSERVAÇÃO 
 
Cada preliminar deve estar em um parágrafo, 
cada uma delas deve ser justificada normati-
vamente, em lei, e, além disso, não irá apro-
fundar as discussões de mérito. As prelimina-
res são de natureza técnica processual, há in-
dicação da falha e no mérito é que serão apre-
sentadas as teses que foram levantadas nas 
preliminares. 
 
ATENÇÃO! Esta sequência indicada pelos pro-
fessores para a arguição das preliminares 
(check list) é apenas para facilitar, durante a 
prova, a localização das principais possibilida-
des de preliminares possíveis de serem cobra-
das em sua prova. Assim sendo, caso o aluno 
escreva em ordem diversa da indicada, não es-
tará incorreto. 
 
 
 
 
 
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ESTRUTURA DA RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
___________ (Regra Geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁ-
RIA DE ___________ (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA 
COMARCA DE ________________ (Competência do Tribunal do Júri – regra geral) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ____ VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA SE-
ÇÃO JUDICIÁRIA DE _________________ (Crimes da Competência da Justiça Federal) 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ ZONA ELEITORAL DA COMARCA DE 
____ (crimes eleitorais – regra geral) 
 
Porém, se a comarca for a CAPITAL do Estado coloque: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
________ CAPITAL DO ESTADO DE __________ 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ____ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____________________ (Endereçamento no Juizado Especial:) 
 
Processo número: 
Coloque 4 dedos ou 3 dedos de espaçamento após o processo número para começar a qualificação, 
desde que quando for colocar o rol de testemunhas colocar o mesmo espaçamento, também de 4 ou 
3 dedos. Este dado já facilitará a qualificação, pois ela será de forma mais resumida, uma vez que se 
foi indicado o processo e pode-se fazer referência as folhas do processo. 
Qualificação: 
(Fazer parágrafo) Nome, já qualificado nos autos do processo às folhas (), por seu advogado e bastante 
procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença 
de Vossa Excelência, apresentar com fundamento nos artigos 396 e 396–A (OU artigo 406 – No caso de 
Tribunal do Júri) do Código de Processo Penal (não colocar abreviatura) a sua (sem saltar linhas) 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
(Pula-seuma linha) 
1. Dos Fatos 
O candidato deve externar os fatos de forma sucinta. Não copie igual aos fatos, se a questão deu 20 
linhas para os fatos devem-se usar menos linhas, umas 10, por exemplo. Deve-se fazer uma síntese, 
trazer os fatos de forma resumida. 
Os períodos devem ser sempre curtos, 5 ou 6 linhas. Recomenda-se primeiro narrar os fatos e depois 
arguir as preliminares no próximo ponto, tendo em vista que é melhor primeiro mencionar os fatos 
para depois se arguir eventuais defeitos decorrentes dos fatos. 
2. Das Preliminares 
Buscam-se falhas, defeitos que possam inviabilizar a defesa. NÃO se deve entrar no MÉRITO. Nas 
alegações das preliminares basta fazer um parágrafo apontando a preliminar, esta é uma indicação 
inicial de um erro, de um equívoco existente no processo. Ela é uma indicação de ordem técnica, 
devendo mencionar o fundamento legal. 
 DICA! Indique as preliminares na sequência a seguir: 
 
 
 
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Como já foi explicado existe uma sequência a ser seguida. Abra os artigos na seguinte ordem: 
1º) Art. 107 CP – Causas extintivas de punibilidade. 
2º) Art. 109 CP – Prescrição 
3º) Art. 564 CPP – Nulidades 
4º) Art. 23 CP – Causas de exclusão de ilicitude. 
5º) Deve-se buscar todo e qualquer outro defeito que levaria a ocorrência rejeição liminar da peça acusató-
ria. 
 
 OBS.: Com já foi dito, as preliminares são apenas mencionadas, no mérito é que se poderá apro-
fundar alguma tese das preliminares, como no caso da preliminar de exclusão da ilicitude. 
3. Do Mérito 
Deve-se alegar o que mais salta aos olhos, devendo demonstrar conhecimento. Se nas preliminares 
citou-se o instituto jurídico, como, por exemplo, legitima defesa, deve discorrer sobre os requisitos da 
legitima defesa. Deve-se discorrer sobre os institutos demonstrando os requisitos do instituto. Toda 
vez que falar de uma preliminar deve-se falar no mérito sobre ela em um parágrafo. 
Deve-se mencionar de forma geral, segundo a melhor doutrina, ou segundo o entendimento da dou-
trina dominante, ou conforme o entendimento dos tribunais superiores. 
 
 OBS.: Ao elaborar sua tese de defesa tente sempre demonstrar a necessidade de absolvição su-
mária do réu. 
 
 DICAS! 
• Sempre quando for discutir o mérito deve-se discorrer sobre o instituto de direito penal já demonstrando 
que em cada elemento do instituto há o enquadramento deste no caso concreto. Faça períodos sempre 
curtos, no máximo de 5 ou 6 linhas. 
• Deve-se explorar bem a tese principal. 
• Entretanto vale ressaltar que no mérito também se deve mencionar as preliminares que já foram suscita-
das, comentando-as de forma mais resumida do que a tese principal. 
4. Dos Pedidos 
• PEDIDO PRINCIPAL = ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. 
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência que decrete 
a absolvição sumária do acusado, nos termos do art. 397 do Código de Processo Penal – indicar o inciso 
correspondente (Rito do Júri – peça também a absolvição sumária, mencionando também o art. 397 do 
CPP) como medida de preservação da mais lídima justiça. 
Vale transcrever o art. 397 do CPP: 
Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o 
juiz devera absolver sumariamente o acusado quando verificar: 
I – a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; 
II – a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inim-
putabilidade; 
 
► O caso foi de isenção de pena do cliente em decorrência da exclusão da culpabilidade. 
Ex. Sujeito estava submetido à coação moral irresistível art. 22 do CP. 
Ex. Estrito cumprimento de superior hierárquico a ordem não manifestamente ilegal. 
Ex. Inexigibilidade de conduta diversa. 
 
OBS.: Salvo a hipótese de inimputabilidade, neste caso o sujeito é “louco”, nos termos do art. 26 do CP, 
o sujeito era inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de comportar-se de acordo com 
este entendimento. Neste caso NÃO se pode fundamentar a inimputabilidade no pedido de absolvição su-
mária, pois ele é doente mental, devendo receber medida de segurança. 
 
 
 
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III – que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou 
Ex. Contaram a história de algum que cometeu crime de dano contra o próprio patrimônio 
Ex. Pessoa é acusada de invadir o próprio domicilio. 
IV – extinta a punibilidade do agente. 
DICAS! 
• Absolvição Sumaria do art. 397 CPP – é para os crimes do Rito Ordinário. Esta absolvição sumária ocorre 
após o recebimento da denúncia e antes da instrução probatória. 
• Absolvição Sumaria do rito do tribunal do júri – se a resposta à acusação for no rito do tribunal do júri peça 
a absolvição sumária e INDIQUE por ANALOGIA o ARTIGO 397 do CPP. O Código de Processo Penal não 
prevê a resposta à acusação com pedido de absolvição sumária para o rito do Tribunal do Júri, pois a 
absolvição sumária do art. 415 CPP é um instituto completamente diferente do art. 397 CPP. Não se deve 
confundir a absolvição sumária da resposta à acusação com a absolvição sumária do art. 415 CPP, este 
artigo fala de absolvição sumária, o nome é o mesmo, mas os institutos jurídicos são distintos, pois a ab-
solvição sumária do art. 415 ocorre no FINAL DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA e é alegada em sede de 
MEMORIAIS. Por conta disso, como não existe artigo de lei que fundamente a absolvição sumária no Rito 
do Júri para a resposta à acusação, deve-se alegar por analogia o art. 397 do CPP. 
 
• PEDIDO SUBSIDIÁRIO 
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Apenas por cautela, no caso de não ser acolhida a tese de absol-
vição sumária, requer que seja decretada a anulação do recebimento da peça acusatória em razão da visível 
nulidade (alegar a nulidade ou outra tese subsidiária) 
Ex. se for nulidade pede-se a anulação do recebimento da peça acusatória 
 
Arrolamento e intimação das testemunhas. 
No final dos pedidos deve-se fazer parágrafo pedindo o arrolamento e intimação das testemunhas 
ao final arroladas. Não se esqueça de pedir intimação. 
Após terminar os pedidos pula 1 linha e coloca 
 
Nestes termos, (no canto da página) 
Pede deferimento. (em outra linha sem saltar) 
Após salte 2 ou três linhas, vá para o meio da página e coloque 
Comarca, data (centralizado). 
Advogado, OAB 
Este espaço é o mesmo do início da peça, espaço deixado antes de realizar a qualificação. 
 
Rol de testemunhas. 
1. 
2. 
3. 
 
 DICA! Para evitar que o corretor não vire para outra página o ideal é que se termine na mesma página. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
CASOS PRÁTICOS 
 
Caso Prático Resolvido 
 
Henrique, brasileiro, estudante da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, residente e domiciliado 
na cidade de Natal, foi denunciado pelo Ministério Público, nos seguintes termos: “No dia 12 de agosto 
de 2014, por volta das 22h00min, na Cidade de Natal, situada no Estado do Rio Grande do Norte, o réu 
Henrique, subtraiu para si, sem o emprego de violência ou grave ameaça o automóvel de Amadeu, jor-
nalista, quando o veículo se encontrava estacionado na referida Universidade, conforme informação cons-
tante no Inquérito Policial que embasa esta peça acusatória, sendo denunciado pelo crime tipificado no 
art. 155, § 1º do Código Penal.” 
A investigação do delito foi bastante complicada A investigação do delito foi bastante complicada, pois as 
testemunhas ouvidas em sede policial não sabiam da existência do crime, tão pouco quem teria cometido 
o delito. Após demasiada busca da autoria criminosa, Henriquefoi encontrado, sendo interrogado em 
sede policial e informando que de fato tinha praticado a conduta, mas porque precisava do carro para 
levar Adriano, estudante da mesma Universidade, ao hospital, pois este estava tendo um infarto no mo-
mento, situação confirmada por Adriano, que também foi encontrado e relatou que só conseguiu sobre-
viver em virtude da rapidez do socorro. 
O representante do Ministério Público ofereceu a denúncia, tendo o juiz da 3º Vara Criminal da Comarca 
de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, recebido a exordial acusatória no dia 10 de setembro 
de 2014, acolhendo a imputação em todos os seus termos. 
Perícias no local e no veículo foram realizadas e acostadas aos autos, bem como laudo médico atestando 
a intercorrência cardíaca de Adriano, sendo Henrique citado no dia 07 de outubro de 2014 (terça-feira). 
Contratado por Henrique, redija a peça processual cabível ao caso, desenvolvendo as teses defensivas 
que podem ser extraídas do enunciado com indicação dos respectivos dispositivos legais. Apresente a 
peça no último dia do prazo para protocolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
NATAL CAPITAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 
Processo número: 
 
 
 
 Henrique, já qualificado nos autos do processo às folhas ( ), por seu advogado e bastante procurador 
que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa 
Excelência, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal apresentar a sua 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
1. Dos Fatos 
 O agente foi denunciado pela prática do crime capitulado no artigo 155, parágrafo 1º do Código Penal, 
pois teria subtraído, sem emprego de violência ou grave ameaça o veículo de Amadeu, que se encontrava 
estacionado na Universidade. 
 Localizado e interrogado em sede policial, Henrique confirmou a prática da conduta, realizando-a 
porque o seu colega de Universidade, no momento, estava tendo um infarto, informação confirmada pelo 
estudante que também foi ouvido na fase inquisitorial e pelo laudo médico juntado ao processo. 
 O representante do Ministério Público ofereceu a denúncia, tendo o juiz da 3º Vara Criminal da Co-
marca de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, recebido a exordial acusatória em todos os seus 
termos. 
 Perícias no local e no veículo foram realizadas e acostadas aos autos, bem como laudo médico ates-
tando a intercorrência cardíaca de Adriano, sendo Henrique citado para oferecimento da resposta à acusa-
ção. 
2. Das Preliminares 
 Preliminarmente cumpre esclarecer a ocorrência manifesta do estado de necessidade, causa de ex-
clusão da ilicitude do fato, nos termos do artigo 23, I em combinação com o artigo 24, ambos do Código 
Penal. 
 É imperioso destacar, ainda, em sede de preliminar, que não existe interesse de agir, faltando uma 
condição para o exercício da ação penal, nos termos do artigo 395, II, do Código de Processo Penal. 
3. Do Mérito 
 Cumpre esclarecer que, no caso concreto, resta configurada a excludente de ilicitude de estado de 
necessidade, pela simples leitura das provas produzidas no decorrer do processo, razão pela qual o reque-
rente deveria ter sido absolvido sumariamente. 
 Consta dos autos que o agente, no intuito socorrer um colega de Universidade, subtrai um veículo 
estacionado na localidade, para levá-lo ao hospital, salvando, assim, a sua vida. 
 Conforme ensina a melhor doutrina, percebe-se que todos os requisitos do estado de necessidade 
estão presentes no caso concreto, nos exatos termos dos artigos 23, I e 24 do Código Penal. 
 O agente estava diante de um perigo atual (é o perigo que está ocorrendo, é o perigo presente, 
concreto), pois Adriano, estudante da Universidade, estava tendo um infarto. Houve ameaça a direito alheio 
já que a vida de outrem estava em jogo. A situação de perigo não foi causada voluntariamente pelo reque-
rente, tendo em vista que não criou a situação pela qual decorreu. 
 Não havia outra forma de proteger a vida do estudante, ou seja, não tinha alternativa senão a sub-
tração do veículo no intuito de garantir a vida de Adriano. E, por fim, o sacrifício do direito ameaçado do 
requerente, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se, ou seja, a situação de perigo atual pela qual 
passou o agente não exigia que ele sacrificasse o direito à vida de outrem em virtude do patrimônio de 
Amadeu. 
 Desta forma, estão presentes todos os requisitos do estado de necessidade, razão pela qual a ab-
solvição sumária se impõe a Henrique. 
 
 
 
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 Apenas por cautela, cumpre esclarecer a falta de uma condição para o exercício da ação penal, qual 
seja, o interesse de agir. Ora, como o agente está amparado pela excludente da ilicitude do fato de estado 
de necessidade, artigo 23, I e artigo 24, ambos do Código Penal, haverá a exclusão do crime, razão pela 
qual o processo penal não terá um fim útil, já que não será aplicada uma pena privativa de liberdade ao final 
do processo, restando configurada a falta de interesse de agir. 
4. Dos Pedidos 
 Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição sumária do réu, com fundamento 
no artigo 397, inciso I do Código de Processo Penal, em virtude da existência manifesta de causa excludente 
da ilicitude do fato, qual seja, estado de necessidade. 
 Apenas por cautela, não sendo acolhido o pedido de absolvição sumária, o que não se espera, re-
quer-se ao douto julgador seja decretada a anulação do recebimento da peça acusatória em virtude da 
ocorrência manifesta de falta de pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal, nos 
termos do artigo 395, II, do Código de Processo Penal. 
 Por fim, requer, desde logo, que sejam intimadas e inquiridas as testemunhas ao final arroladas. 
 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
 
Natal, Rio Grande do Norte, 17 de outubro de 2014. 
Advogado, OAB. 
 
 
Rol de testemunhas: 
1. 
2. 
3. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
CASO PRÁTICO PROPOSTO 
 
Gabriela, no dia 10 de julho de 2015, em seu aniversário de 22 anos, depois de ter ingerido bebida alcoó-
lica de forma voluntária, começa a discutir com Catarina, da mesma idade, em virtude desta ter aberto 
um dos presentes que Gabriela tinha ganho. Face à discussão, as duas iniciaram agressões mútuas, 
ocasião em que Catarina, munida de um canivete, começa a agredir Gabriela, com a intenção de lesionar 
a amiga. Gabriela, revida a agressão com socos e pontapés em Catarina, pegando o canivete da amiga, 
no intuito de cessar a agressão, sendo a briga apartada pelos amigos da festa. 
Em virtude das lesões sofridas, Catarina foi levada ao hospital e, por estar muito nervosa com o ocorrido, 
começou a ter um sangramento muito forte, o que acarretou na perda do seu bebê, pois estava grávida 
de 07 semanas e, no dia do aniversário de Gabriela, também foi comemorar pela sua gravidez com os 
amigos, sendo estado gestacional do conhecimento de todos os convivas. Assim que deixou o estabele-
cimento de saúde, foi a Delegacia competente informar os fatos e, após prestar os seus esclarecimentos, 
foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para a realização da perícia traumatológica,mas não fez o 
exame porque no dia tinha muita gente, esquecendo-se, todavia, de realizar a perícia posteriormente. 
Gabriela foi chamada em sede policial, mas não compareceu, pois estava viajando para um Congresso. 
Duas testemunhas presenciais também depuseram em sede policial, confirmando a prática da lesão de 
Gabriela em Catarina, informando ser de conhecimento das pessoas da festa o estado gestacional da 
vítima. 
Ainda em sede policial, Juliana, amiga de Gabriela e de Catarina, ao prestar o seu depoimento, informou 
que Gabriela só lesionou a agente porque Catarina se encontrava munida de um canivete, tentando 
agredi-la, mas sem sucesso em virtude da péssima pontaria. Além disso, informou também que acusada 
e vítima são muito amigas e que a discussão se iniciou porque as duas estavam sob efeito de substância 
alcoólica. 
Com base nas informações colhidas na fase inquisitorial, o representante do Ministério Público ofereceu 
denúncia pela prática do delito de lesão corporal gravíssima, com fundamento no art. 129, § 2º, V do 
Código Penal. 
A exordial acusatória foi recebida pelo Juiz da 12ª Vara Criminal da Comarca de Alfa, capital do Estado 
Beta, amigo íntimo e professor de Catarina, entendendo o magistrado que a inicial cumpriu todos os 
requisitos previstos no art. 41 do Código de Processo Penal. A citação de Gabriela ocorreu em 14 de 
julho de 2015, terça-feira. Em face da situação hipotética apresentada, na condição de advogado consti-
tuído por Gabriela, redija a peça processual adequada à defesa de sua cliente, alegando AS TESES 
DEFENSIVAS pertinentes. Date o documento no último dia do prazo para protocolo. 
 
 
 
 
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16 
RESPOSTA: 
 
Peça: RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo 
Penal. 
 
Competência: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 12ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE ALFA CAPITAL DO ESTADO DE BETA. 
 
Teses: 
 Indicação da preliminar de nulidade em virtude de suspeição do Juiz, por ser amigo íntimo da 
vítima, nos termos do art. 564, I em combinação com o art. 254, I, ambos do Código de Processo 
Penal. 
 Indicação da preliminar de ausência do exame de corpo de delito com fundamento no art. 564, III, 
“b” em combinação com o artigo 158, todos do Código de Processo Penal. 
 Indicação da preliminar de legítima defesa, causa de excludente de ilicitude ao teor do disposto 
no artigo 23, II em combinação com o artigo 25, ambos do Código Penal. 
 Indicação da preliminar de ausência de justa causa e necessidade/interesse para o exercício da 
ação, nos termos do art. 395, II e III do Código de Processo Penal. 
 Desenvolvimento fundamentado acerca do instituto da legítima defesa, nos termos dos artigos 23, 
II e 25, todos do Código Penal. 
 Desenvolvimento fundamentado da nulidade do processo pela suspeição do magistrado, bem 
como da falta do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, conforme previsão 
nos artigos 564, I e III, “b”, além dos artigos 158 e 254, I, todos do Código de Processo Penal. 
 Desenvolvimento fundamentado acerca da ausência de justa causa para o exercício da ação e 
interesse/necessidade de agir, já que não há prova da materialidade do crime, com fundamento 
no artigo 395, II e III do Código de Processo Penal. 
 
Pedidos: 
 Pedido de absolvição sumária, com indicação do art. 397, inciso I, do Código de Processo Penal, 
em virtude da existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato. 
 Pedido de anulação do recebimento da peça inicial em virtude da nulidade pela suspeição do 
magistrado, bem como pela falta de exame de corpo de delito, nos termos do artigo 564, I e III, “b” 
em combinação com o artigo 158 e artigo 254, I, todos do Código de Processo Penal. 
 Pedido de anulação do recebimento da peça acusatória em virtude da ocorrência manifesta de 
falta de pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal, bem como ausência 
de justa causa, com fundamento no artigo 395, II e III do Código de Processo Penal. 
 Pedido de intimação e inquirição das testemunhas.

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