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Aula 00 - DA

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CURSO DIREITO ADMINISTRATIVO 
– TEORIA E EXERCÍCIOS – 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
 
 
Prof. Edson Marques 
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1 
Olá, como vai? 
 
Estamos lançando o curso de Direito Administrativo, 
teoria e exercícios para o concurso da Polícia Federal, para o cargo de 
Delegado de Polícia Federal. 
 
Como foi divulgado, são 150 (cento e cinquenta) vagas 
de imediato. Contudo, os concursos da DPF em regra chegam a 
nomear 3 (três) vezes mais do que o número de vagas inicialmente 
declaradas. Então, é uma excelente oportunidade para ingressar em 
uma das melhores carreiras do serviço público federal. 
 
Então, antes de darmos início a esta aula 
(demonstrativa), deixe-me fazer uma breve apresentação, em 
especial para aqueles que não me conhecem. 
 
Sou o professor Edson Marques, ministro em cursos 
preparatórios para concursos, graduação e pós-graduação em Brasília 
nas cadeiras de Direito Administrativo e Direito Constitucional, 
estou aqui no Ponto já mais de quatro anos. 
 
Sou Defensor Público Federal, com atuação no STJ, 
já ocupei os cargos de Advogado da União, Analista Judiciário no STJ 
e STF, Técnico Judiciário no STJ, Técnico de Finanças e Controle no 
Min. Fazenda. Além disso, obtive aprovação em diversos concursos 
públicos, tal como Procurador da Fazenda Nacional, Delegado de 
Polícia Federal, Advogado Junior da CEF, Técnico Judiciário, Analista 
Judiciário – Execução de Mandados do TRF 1ª Região e do TJDFT, 
dentre outros. 
 
Bem, no que diz respeito ao concurso que estamos 
objetivando, ressalto que se, sem dúvida, é um dos mais importantes 
no serviço público federal, pois irá prover cargos de uma carreira 
diferenciada, com um importantíssimo papel a desempenhar para a 
sociedade, e, por isso mesmo um dos concursos mais disputados. 
 
Por isso, a preparação é extremamente necessária. E 
reforço que não se pode descuidar de nada. Seja da parte física, seja 
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da parte psicológica, seja dos estudos. 
 
Deixe-me contar um fato. Terminei a graduação em 
Direito em Ago/2001, e, com isso, em 2002, fiz o concurso para DPF 
(Delegado), estava bem preparado fisicamente (corria todos os dia 
uns 10 km) e também havia estudado todo o conteúdo. Resultado? 
Passei! Porém, não cuidei da parte psicológica, pensei que era 
besteirol e, resultado? Reprovei no Zulliger (dizia que eu não tinha 
resistência à frustração, que não tinha liderança e tinha agressividade 
demais)! 
 
No entanto, avaliando os testes, verifiquei que em 
outro havia 90% de perfil de liderança e resistência à frustração na 
média adequada (até porque se contasse toda a minha vida, iam falar 
que não existe frustração em mim, risos). Então, tive que ingressar 
com ação para tutelar a situação. O resultado final é que quando foi 
julgada eu já estava em outro lugar e não quis mais seguir em frente 
(já havia passado mais de cinco anos). 
 
Então, como é um teste, e para não terem os mesmos 
problemas que tive (ingressar com ação, demorar cinco anos para 
julgar, depois já não me interessar mais), é preciso cuidar de tudo. 
Desde agora! 
 
Pois bem! Como é da natureza dos cursos oferecidos 
pelo Ponto, temos um objetivo audacioso, qual seja: abordar todos os 
pontos do edital, de modo a te dar a possibilidade de conhecer a 
sistemática de como o CESPE cobra os institutos e, com isso, fazê-lo 
acertar o maior número de questões (TODAS, de preferência). 
 
Para isso, nosso roteiro será o seguinte: 
 
AULA 01: 1 Introdução ao direito administrativo. 1.1 Os 
diferentes critérios adotados para a conceituação do direito 
administrativo. 1.2 Objeto do direito administrativo. 1.3 
Fontes do direito administrativo. 2 Administração pública. 2.1 
Conceito de administração pública sob os aspectos orgânico, 
formal e material. 2.2 Órgão público: conceito e classificação. 
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2.8 Administração direta e indireta. 2.9 Autarquias. 2.10 
Fundações públicas. 2.11 Empresas públicas e privadas. 2.12 
Sociedades de economia mista. 2.13 Entidades paraestatais. 
2.14 Dispositivos pertinentes contidos na Constituição 
Federal de 1988. 
 
AULA 02: 1.4 Regime jurídico-administrativo: princípios do 
direito administrativo. 1.5 Princípios da administração 
pública. 
 
AULA 03: 4 Poderes da administração pública. 4.1 
Hierarquia: poder hierárquico e suas manifestações. 4.2 
Poder disciplinar. 4.3 27 Poder de polícia. 4.4 Polícia judiciária 
e polícia administrativa. 4.5 Liberdades públicas e poder de 
polícia. 4.6 Principais setores de atuação da polícia 
administrativa. 
 
AULA 04: 3 Atos administrativos. 3.1 Conceitos, requisitos, 
elementos, pressupostos e classificação. 3.2 Fato e ato 
administrativo. 3.3 Atos administrativos em espécie. 3.4 
Parecer: responsabilidade do emissor do parecer. 3.5 O 
silêncio no direito administrativo. 3.6 Cassação. 3.7 
Revogação e anulação. 3.8 Processo administrativo. 3.9 Lei 
nº 9.784/1999. 3.10 Fatos da administração pública: atos da 
administração pública e fatos administrativos. 3.11 Formação 
do ato administrativo: elementos, procedimento 
administrativo. 3.12 Validade, eficácia e autoexecutoriedade 
do ato administrativo. 3.13 Atos administrativos simples, 
complexos e compostos. 3.14 Atos administrativos 
unilaterais, bilaterais e multilaterais. 3.15 Atos 
administrativos gerais e individuais. 3.16 Atos 
administrativos vinculados e discricionários. 3.17 Mérito do 
ato administrativo, discricionariedade. 3.18 Ato 
administrativo inexistente. 3.19 Teoria das nulidades no 
direito administrativo. 3.20 Atos administrativos nulos e 
anuláveis. 3.21 Vícios do ato administrativo. 3.22 Teoria dos 
motivos determinantes. 3.23 Revogação, anulação e 
convalidação do ato administrativo. 
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AULA 05: 7 Licitações. 7.1 Conceito, finalidades, princípios e 
objeto. 7.2 Obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade e 
vedação. 7.3 Modalidades. 7.4 Procedimento, revogação e 
anulação. 7.5 Sanções penais. 7.6 Normas gerais de 
licitação. 7.7 Legislação pertinente: Lei nº 8.666/1993 e suas 
alterações; Lei nº 10.520/2002 e suas alterações, bem como 
demais disposições normativas relativas ao pregão; Instrução 
Normativa do STN nº 1/1997 e suas alterações. 7.8 Sistema 
de registro de preços. 
 
AULA 06: 8 Contratos administrativos. 8.1 Conceito, 
peculiaridades e interpretação. 8.2 Formalização. 8.3 
Execução, inexecução, revisão e rescisão. 8.4 Convênios e 
consórcios administrativos. 
 
AULA 07: 5 Serviços públicos. 5.1 Concessão, permissão, 
autorização e delegação. 5.2 Serviços delegados. 5.3 
Convênios e consórcios. 5.4 Conceito de serviço público. 5.5 
Caracteres jurídicos. 5.6 Classificação e garantias. 5.7 
Usuário do serviço público. 5.8 Extinção da concessão de 
serviço público e reversão dos bens. 5.9 Permissão e 
autorização. 
 
AULA 08: 11 Bens públicos. 11.1 Classificação e caracteres 
jurídicos. 11.2 Natureza jurídica do domínio público. 11.3 
Domínio público terrestre: evolução do regime jurídico das 
terras públicas (urbanas e rurais) no Brasil. 11.4 Terras 
devolutas. 11.5 Vias públicas, cemitérios públicos e portos. 
11.6 Utilização dos bens públicos: autorização, permissão e 
concessão de uso, ocupação, aforamento, concessão de 
domínio pleno. 11.7 Limitaçõesadministrativas. 11.8 
Zoneamento. 11.9 Polícia edilícia. 11.10 Zonas fortificadas e 
de fronteira. 11.11 Florestas. 11.12 Tombamento. 11.13 
Servidões administrativas. 11.14 Requisição da propriedade 
privada. 11.15 Ocupação temporária. 
6 Intervenção no domínio econômico: desapropriação. 
 
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AULA 09: 10.11 Improbidade administrativa. 10.12 Lei nº 
8.429/1992. 10.13 Lei Complementar nº 101/2000 (Lei de 
Responsabilidade Fiscal). 10.14 Formas de provimento e 
vacância dos cargos públicos. 10.15 Exigência constitucional 
de concurso público para investidura em cargo ou emprego 
público. 
 
AULA 10: 13.4 Lei nº 9.784/1999. 
 
AULA 11: 9 Controle da administração pública. 9.1 Conceito, 
tipos e formas de controle. 9.2 Controle interno e externo. 
9.3 Controle parlamentar. 9.4 Controle pelos tribunais de 
contas. 9.5 Controle administrativo. 9.6 Recurso de 
administração. 9.7 Reclamação. 9.8 Lei de Improbidade 
Administrativa (Lei nº 8.429/1992 e suas alterações). 9.9 
Sistemas de controle jurisdicional da administração pública: 
contencioso administrativo e sistema da jurisdição una. 9.10 
Controle jurisdicional da administração pública no direito 
brasileiro. 9.11 Controle da atividade financeira do Estado: 
espécies e sistemas. 9.12 Tribunal de Contas da União (TCU) 
e suas atribuições; entendimentos com caráter normativo 
exarados pelo TCU. 9.13 Sistema de correição do poder 
executivo federal: Decreto nº 5.480/2005, Decreto nº 
5.683/2006, Decreto nº 7.128/2010, Portaria CGU nº 
335/2006. 9.14 Pedido de reconsideração e recurso 
hierárquico próprio e impróprio. 9.15 Prescrição 
administrativa. 9.16 Representação e reclamação 
administrativas. 9.17 Advocacia pública consultiva. 9.18 
Hipóteses de manifestação obrigatória. 9.19 
Responsabilidades do parecerista e do administrador público 
pelas manifestações exaradas, quando age em acordo ou em 
desacordo com tais manifestações. 
 
AULA 12: 12 Responsabilidade civil do Estado. 12.1 
Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da 
administração pública: evolução histórica e fundamentos 
jurídicos. 12.2 Teorias subjetivas e objetivas da 
responsabilidade patrimonial do Estado. 12.3 
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Responsabilidade patrimonial do Estado por atos da 
administração pública no direito brasileiro. 
 
AULA 13: 2.3 Servidor: cargo e funções. 2.4 Atribuições. 2.5 
Competência administrativa: conceito e critérios de 
distribuição. 2.6 Avocação e delegação de competência. 2.7 
Ausência de competência: agente de fato. 10 Agentes 
públicos e servidores públicos. 10.1 Agentes públicos 
(servidor público e funcionário público). 10.2 Natureza 
jurídica da relação de emprego público. 10.3 Preceitos 
constitucionais. 10.4 Servidor efetivo e vitalício: garantias. 
10.5 Estágio probatório. 10.6 Servidor ocupante de cargo em 
comissão. 10.7 Direitos, deveres e responsabilidades dos 
servidores públicos civis. 10.8 Lei nº 8.112/1990 e suas 
alterações. 10.9 Regime jurídico peculiar dos funcionários 
policiais civis da União e do Distrito Federal (Lei nº 
4.878/1965). 10.10 Regime disciplinar e processo 
administrativo-disciplinar. 13 Direito administrativo 
disciplinar. 13.1 Fontes; princípios; ilícito de direito 
administrativo disciplinar; procedimentos disciplinares da 
administração pública. 13.2 Lei nº 4.878/1965. 13.3 Lei nº 
8.112/1990: regime disciplinar. 13.5 Decreto nº 
59.310/1966. 13.6 Lei nº 9.266/1996 e suas alterações. 13.7 
Lei nº 11.358/2006. 
 
Assim, serão duas aulas por semana, de modo que as 
disponibilizaremos sempre as terças e sextas, trazendo primeiro a 
teoria e depois as questões dos concursos mais recentes, ou seja, 
2009 a 2012. Porém, em algumas situações, em razão da matéria, 
poderão ser abordadas questões mais antigas. 
 
Então, nesta aula demonstrativa vamos tratar sobre 
dois temas específicos, a desconcentração x descentralização e o 
princípio da supremacia x indisponibilidade do interesse 
público. 
 
 
 
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TEORIA 
 
1. Desconcentração x Descentralização 
 
Para iniciarmos os nossos estudos devemos partir da 
noção de Estado, e isso se obtém a partir da organização político-
administrativa, de modo que é importante conhecermos um pouco da 
teoria dos setores e daí concebermos a função administrativa e 
organização da Administração Pública. 
 
Pois bem. É sabido que o Estado, instituição política, 
foi criado para cuidar dos interesses coletivos. Por isso, devemos 
considerá-lo como sendo o 1º setor, visto ser uma das primeiras 
instituições criada pelo homem. 
 
No Estado, 1º setor, como regra, tem-se a submissão 
ao regime de direito público (regime especial), a prevalência do 
interesse público (supremacia do interesse público sobre o privado), 
bem como a indisponibilidade desse interesse. Por tudo isso, dizemos 
que se trata de setor público, de modo que as pessoas que são 
criadas neste setor são pessoas jurídicas de direito público. 
 
Posteriormente, o homem quis se libertar das amarras 
do Estado, de modo que criou um setor em que este não se 
intrometesse (laissez faire, laissez passer), sobre o prisma do 
liberalismo econômico. 
 
Criou-se, então, o 2º setor (que denominamos 
mercado), no qual os interesses são privados, onde vige, em regra, 
a liberdade, a autonomia da vontade, as relações são constituídas 
com base na igualdade. Por isso, a submissão ao regime jurídico de 
direito privado, isto é ao regime comum. 
 
Com efeito, considerando as pessoas naturais (pessoas 
físicas), as pessoas constituídas nesse ambiente, são pessoas 
jurídicas de direito privado. 
 
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Essas pessoas são constituídas pela união de duas ou 
mais pessoas (físicas ou jurídicas) que formam uma sociedade, ou 
por uma só (empresário), que vão/vai exercer a atividade 
(empresa) com a finalidade de obter lucro1. 
 
Além desses dois setores, nas décadas de 40/50, se 
começa a constatar uma onda de preocupação com as questões 
ligadas ao meio ambiente, ao futuro, aos desamparados ou aos 
excluídos, ou seja, questões inerentes à solidariedade, ao campo ou 
setor social, movimento que culminou com a criação das 
denominadas ONG’s (organizações não governamentais). 
 
Trata-se, na verdade, de um novo setor, distinto do 
Estado e do Mercado, trata-se do terceiro setor, conhecido como 
setor social, constituído por pessoas jurídicas de direito privado, 
cujos interesses são filantrópicos, ou seja, de ajudar, fomentar, 
auxiliar em diversas atividades, tal como saúde, educação, 
desenvolvimento social, dentre outras áreas. 
 
É importante percebermos que, nesse setor, temos 
pessoas que se unem para ajudar ao próximo (associação) ou que 
destacam parte de seu patrimônio para isso (fundação), almejando, 
sobretudo, atender aqueles que estejam em situação de desigualdade 
ou para propósitos sociais comuns (lazer, educação, saúde etc). 
 
Como disse, a união dessas pessoas com tal propósito 
dá origem a uma associação (exemplo Associação Comercial do DF 
– ACDF, Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças 
Portadoras de Câncer e Hemopatias – ABRACE, Associaçãodos 
Servidores do TCDF - ASSECON/DF, dentre outras) ou a uma 
fundação, quando alguém destaca parte de seu patrimônio para 
constituir essa pessoa (exemplo Fundação Bradesco, Fundação Ayrton 
Senna, Fundação Roberto Marinho, Fundação Cafu etc). 
 
Na atualidade há autores que ainda afirmam a 
existência do quarto e quinto setores, não havendo uniformidade 
 
1
 Observe que para o Direito Empresarial, empresa é a atividade realizada pelo 
empresário ou pela sociedade empresária. 
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quanto a esse ponto. 
 
Todavia, é forte a constatação acerca de um 
contingente considerável de pessoas que se relacionam, porém à 
margem do Estado, não se inserindo de forma regular no mercado, 
tampouco com interesses filantrópicos, exercendo atividades 
irregulares, por vezes até mesmo ilícitas, o que se tem denominado 
de 4º setor ou de economia informal, que seria, por exemplo, o 
ambulante, o camelô, dentre outras atividades. 
 
Dessa forma, podemos dizer que a sociedade se divide 
em setores, sendo: 1º setor o Estado; 2º, Mercado; 3º, Social; 4º, 
Mercado Informal. 
 
Com efeito, o Estado (1º setor) é compreendido 
como um ente ou uma entidade. Isto é, trata-se de uma 
pessoa jurídica, politicamente organizada, de modo a 
contemplar três elementos essenciais, sendo povo, território e 
soberania ou governo. Há quem ainda inclua a finalidade. 
 
Essa definição parte dos estudos formulados por 
Montesquieu, para quem o Estado, organização política, é concebido 
para bem promover os interesses coletivos (finalidade) e, portanto, 
ser democrático. 
 
Com base nesse entendimento, para considerarmos o 
Estado como democrático deve-se contemplar a existência da 
separação de poderes, ou seja, não pode haver a concentração 
de funções (Poder) ou atividades em um único órgão ou 
pessoa, sob pena desse Estado se tornar absolutista. 
 
Por isso, formulou Montesquieu a chamada separação 
de poderes estatais, que fora adotada por nossa Constituição 
(tripartição de poderes), ao prevê a existência de funções distintas a 
ser conferida a órgãos distintos do Estado, ou seja, ao Executivo, 
Legislativo e Judiciário. 
 
Esse processo, de separar poderes, criando órgãos 
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distintos para realizar cada uma de suas funções políticas é 
denominado de desconcentração política. 
 
Lembre-se: O Estado é uma organização 
política, dotada de personalidade jurídica 
de direito público, que, modernamente, 
congrega três funções ou poderes 
(Legislativo, Judiciário e Executivo). 
 
Perceba que a função executiva também é 
denominada administrativa e, por isso, muitas vezes se confunde o 
Poder Executivo com a Administração Pública. Todavia essa 
simplificação não é de todo correta na medida em que a 
Administração Pública se encontra inserida nos três poderes, 
conforme se constata do art. 37, caput, da Constituição Federal: 
 
Art. 37. A administração pública direta e 
indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios obedecerá aos princípios de 
legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade e eficiência e, também, ao 
seguinte: 
 
Explico Isso. 
 
É que, muito embora haja essa divisão de funções 
(legislativa, executiva e judiciária), sendo cada função exercida de 
forma primordial ou principal por um órgão independente (além de 
seus órgãos auxiliares), ou seja, como função típica, é possível 
verificar que há funções atípicas ou anômalas que também serão 
exercidas concomitantemente por tais órgãos de Poder. 
 
Observe que cada função é exercida por órgãos 
especiais definidos como Poder Executivo, Poder Judiciário e 
Poder Legislativo, significando dizer que um não está subordinado 
aos outros (independentes), tendo suas limitações e prerrogativas 
conferidas constitucionalmente, muito embora um controle o outro 
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(harmônicos = check and balance – sistema de freios e contrapesos). 
 
Então, vale ressaltar que cada Poder (órgão que 
exerce a função política do Estado) além de sua função típica 
(finalística), exerce outras funções, de forma atípica ou 
anômala. 
 
Por exemplo, ao Poder Executivo cabe o exercício da 
função típica administrativa, que é de gerir a máquina estatal, 
realizar os serviços públicos e concretizar as políticas públicas, dentre 
outras atividades, mas cabe, de forma atípica, o exercício das funções 
legislativas (tal como a edição de Medidas Provisórias, regulamentos 
internos) e de julgar2 (condução de processos administrativos etc). 
 
Por outro lado, aos demais Poderes, isto é, ao 
Legislativo e ao Judiciário caberá o exercício de forma atípica ou 
anômala das funções que seriam funções típicas de outro poder. 
 
Assim, além de legislar e fiscalizar os gastos públicos, 
ao Legislativo cabe realizar a organização e funcionamento de suas 
atividades (função administrativa), bem como julgar os 
parlamentares por falta de decoro ou, no âmbito do Senado, por 
exemplo, julgar o Presidente por crime de responsabilidade (função 
judiciária). 
 
De igual forma, ao Poder Judiciário, além de dizer o 
direito no caso concreto, promovendo a pacificação social, resolvendo 
os conflitos de interesse (função judiciária), também terá que gerir 
seus serviços, seus servidores, realizando concursos, licitações etc 
(função administrativa) e elaborar seu regimento interno e expedir 
resoluções administrativas (função legislativa). 
 
Por isso, ante essa complexidade de atuações e as 
inúmeras atividades que devem desempenhar o Estado, além de suas 
 
2
 Parte da doutrina não admite o exercício da função jurisdicional por parte do 
Executivo, sob o fundamento de que suas decisões, em processos 
administrativos, não teriam a força de coisa julgada, ou seja, não seria 
definitiva, ante a possibilidade de revisão pelo Judiciário. 
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funções primordiais (poderes), é necessária uma organizada estrutura 
administrativa a fim de promover seus objetivos, qual seja, de 
atender os interesses coletivos. 
 
Nesse sentido, e como já ressaltamos, foi estabelecida 
essa divisão de funções entre os três órgãos ou poderes 
(desconcentração política). 
 
Porém, no nosso caso, é possível percebermos que 
esses órgãos estão na estrutura de um Ente Político que, conforme a 
Constituição Federal, se chama República Federativa do Brasil. 
 
Observe então que nosso Estado (República Federativa 
do Brasil), antes constituído como um Império deixou de ser um 
Estado Central, ou seja, aquele que não tem divisão política 
interna de competências, para ser uma Federação. Significa 
dizer que promoveu uma distribuição de competências entre outros 
Entes Políticos internos. (Forma de Estado: Federativa) 
 
Cuidado. Perceba que temos dois momentos distintos. 
Um quando se repartiu o Poder, criando funções distintas e 
conferindo-as a órgãos distintos. Outro quando o Estado, antes 
central, reparte-se em Unidades Políticas internas, com competências 
próprias. 
 
Podemos fazer o seguinte esquema: 
 
 
 
 
Sem divisão (absoluto) 
 
Concentrado 
 • Poder 
 Dividido (separação) DesconcentradoEstado 
 Sem divisão (Unitário) Centralizado 
 • Território 
 Dividido (federação) Descentralizado 
 
 
Com efeito, essa distribuição de competências entre 
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unidades políticas distintas do Ente Central (R. F. Brasil), ou seja, a 
criação da Federação decorre da necessidade de aproximar a 
realização das atividades Estatais ao povo. 
 
É que o Estado centralizado, na dimensão do nosso, 
torna-se mais lento, com dificuldades de atender aos reclamos 
populares e a necessidade de se promover determinados serviços 
públicos. 
 
Por isso, empreendeu-se uma repartição (territorial) 
de atribuições – competências políticas -, criando-se outros 
entes políticos, o que se denomina de descentralização 
política. 
 
Importante compreender que essa descentralização é 
realizada por força da Constituição, conforme a criação dos Entes 
Federados, nos moldes do art. 18 da CF/88, sendo: a União, os 
Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios. Vejamos: 
 
Art. 18. A organização político-administrativa 
da República Federativa do Brasil compreende 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos 
desta Constituição. 
 
Então, vamos relembrar: 
 
O Estado (República Federativa do Brasil) exerce 
três funções primordiais por órgãos criados para isso 
(desconcentração política). Funções que integrarão as 
competências distribuídas aos entes políticos internos que 
foram criados para exercer tais competências que decorrem 
do Ente central (descentralização política). 
 
Logo se percebe que o exercício da função 
administrativa é concebido para ser realizado pelo Estado ou 
seus entes políticos. Desse modo, quando o Estado ou os entes 
políticos estão exercendo a função administração serão chamados de 
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Administração Pública. 
 
Ocorre que o Estado Central (República Federativa do 
Brasil) passa a atuar no campo externo (internacional), deixando que 
no campo interno atuem seus entes políticos (Estado 
descentralizado). Assim, quando os entes políticos atuam 
internamente é o próprio Estado quem estará realizando 
diretamente a função administrativa. 
 
Nesse sentido é que o Decreto-Lei nº 200/67, em que 
pese não se atentar para o exercício de funções atípicas pelos demais 
poderes e tratando do plano federal, estabeleceu o conceito de 
Administração Pública Direta, vejamos: 
 
Art. 4° A Administração Federal compreende: 
I - A Administração Direta, que se constitui 
dos serviços integrados na estrutura 
administrativa da Presidência da República e 
dos Ministérios. 
 
Portanto, a Administração Pública Direta 
compreende os próprios Entes Políticos, ou seja, União, Estados-
membros, Distrito Federal e Municípios, todos com 
personalidade jurídica de direito público à semelhança do Estado 
Central (República Federativa do Brasil) no exercício da função 
administrativa. 
 
Pois bem. Podemos concluir o seguinte: 
 
O Estado inicialmente concentrado e centralizado 
reparte internamente suas funções políticas entre órgãos de poder 
denominados Executivo, Legislativo e Judiciário (desconcentração 
política), depois se reparte em diversos entes políticos a fim de 
dividir, distribuir, a titularidade de certas competências e o exercício 
de suas atribuições, criando a União, os Estados-membros, o Distrito 
Federal e os Municípios (descentralização política). 
 
Desconcentração e Descentralização Administrativa 
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É certo que, olhando isoladamente cada ente político, 
temos uma representação menor do próprio Estado. Assim, cada ente 
no exercício da função administrativa, ou seja, atuando como 
Administração Pública, o faz de igual modo ao Estado central. 
 
Por isso, até o presente momento, devemos entender 
também que cada ente político que compõe o Estado exerce de 
forma centralizada a função administrativa, de maneira que a 
Administração Pública Direta também se denomina de 
Centralizada, pois ainda não houve o desmembramento, a 
distribuição, dessa atividade (administrativa). 
 
Significa dizer que a cada ente político fora distribuído 
uma gama de competências administrativas pelo Ente Central (vide, 
por exemplo, art. 22 a 24 da CF/88), e que estes mesmos entes, 
diretamente, deverão exercê-las. E, assim, vistos isoladamente são 
entes centralizados também. 
 
Ademais, também devemos nos ater que, nesse 
momento, tínhamos apenas a repartição de funções política 
(poderes). Assim, o ente político criado pelo Ente central, é criado 
para exercer a função parte da função administrativa como um todo, 
ou seja, sem qualquer organização ou distribuição interna. 
 
Ocorre que, como sabemos, são amplas as atividades 
administrativas a serem exercidas. 
 
Dessa forma, tais entes políticos a fim de agirem 
organizadamente e obterem uma atuação satisfatória, verificam a 
necessidade de distribuição interna dessas atividades (como o fora 
feito no aspecto político), ou seja, de criarem setores, de modo que 
cada um tenha funções específicas e, assim, possa a engrenagem 
funcionar de forma coordenada. 
 
É que tais entes políticos – pessoas jurídicas de direito 
público – (Administração Pública Direta), também deve ser 
organizar internamente, de modo a realizar suas funções por meio de 
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estruturas organizacionais internas, a fim de que possam distribuir 
suas funções, competências, ou atividades administrativas. 
 
Com efeito, primeiro vão se organizar internamento. 
Para tanto, criarão repartições, departamentos, setores, quer dizer 
órgãos, os quais receberão atribuições desses entes políticos a fim 
de realizar sua finalidade. 
 
Essa necessidade de organização interna da atividade 
administrativa, a fim de melhor desempenhá-la, distribuindo-a 
através da criação de órgãos em uma mesma estrutura interna 
denomina-se desconcentração administrativa. 
 
Portanto, a desconcentração administrativa é a 
criação de órgãos dentro da estrutura administrativa de um 
ente (ou entidade), para desempenhar atribuições, competências 
dessa pessoa. 
 
Assim, a Administração Pública Direta ou centralizada 
cria órgãos, ou seja, núcleos de atuação interna em que são 
distribuídas as diversas atribuições. Opera-se a 
desconcentração administrativa, na medida em que há a 
repartição interna da função administrativa num mesmo ente (pessoa 
jurídica). 
 
É importante lembrar que o órgão, departamento, 
setor, é uma parte do ente que o criou, de maneira que não 
tem vida própria, ou seja, não se trata de uma pessoa jurídica, 
não detém, portanto, personalidade jurídica. 
 
É sabido, no entanto, que somente tal repartição 
interna não consegue atingir a todos os interesses e serviços que o 
Estado deve realizar. Isso porque, mesmo organizado internamente, 
continuamos a ter uma única pessoa a realizar o complexo de 
atividades administrativas. 
 
Por isso, tendo como parâmetro aquilo que havia sido 
empreendido pela própria Constituição em dado momento 
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(descentralização política) e considerando, pois, a necessidadede 
melhor realizar as funções administrativas, concebe-se nova 
descentralização, agora não mais sob a vertente política 
(constitucional), mas sob a ótica administrativa. 
 
Sabendo, pois, que a descentralização política deu 
surgimento aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios), a 
descentralização administrativa dará surgimento a entes ou 
entidades administrativas. 
 
É preciso ficar atento, no entanto, pois há mais de uma 
forma de descentralização administrativa, sendo uma delas a que dá 
ensejo à criação de entidades administrativas. 
 
 Lembre-se: 
 
 
 O (Oncentração) criação de órgãos 
• DESC 
 E (Entralização) criação de entidades 
 
 
Como disse, a descentralização administrativa é a 
distribuição de competências entre pessoas jurídicas distintas 
(entidades administrativas), dando ensejo à criação da Administração 
Pública Indireta. 
 
Contudo, há outras formas de descentralização 
administrativa, ou seja, de distribuição de competências materiais 
entre pessoas jurídicas distintas, de modo que podemos organizá-la 
sob três modalidades distintas, sendo: 
 
• Descentralização territorial ou geográfica; 
• Descentralização técnica, funcional ou por serviço; 
• Descentralização por colaboração. 
 
A descentralização geográfica ou territorial é 
aquela em que há a criação de um ente dentro de certa localidade 
territorial, geograficamente delimitado, com personalidade jurídica de 
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direito público para exercício, de forma geral, de todas ou de uma 
grande parcela de atividades administrativas (capacidade 
administrativa genérica). 
 
Configura, basicamente, um Território Federal, com 
capacidade de auto-administração e às vezes até legislativa, 
conforme se depreende do art. 33, §3º, CF/88 ao estabelecer que 
“nos Territórios com mais de cem mil habitantes, além do Governador 
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de 
primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e 
defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a 
Câmara Territorial e sua competência deliberativa”. 
 
A descentralização por serviços, funcional ou 
técnica se dá por meio da criação de uma pessoa jurídica pelo ente 
político, para a qual este outorga, isto é, transfere a titularidade e a 
execução, certa atividade administrativa específica. (exemplo: 
entidades da administração indireta) 
 
A descentralização por colaboração ocorre com a 
delegação da execução de certa atividade administrativa (serviço 
público) para pessoa particular para que a execute por sua conta e 
risco, mediante remuneração, por meio de contrato ou ato 
administrativo. (Exemplo delegatários, concessionárias, 
permissionárias de serviço público) 
 
Assim, no âmbito da descentralização administrativa 
teremos dois institutos importantes, a outorga (descentralização 
legal) e a delegação (descentralização negocial). 
 
Na outorga, cria-se uma pessoa jurídica é lhe transfere 
a titularidade e o exercício de determinada atividade administrativa, 
de modo que se torne especialista nesse ramo. 
 
Na delegação, transfere-se a outra pessoa a execução 
de determinado serviço público para que o execute por sua conta e 
risco, mas visando atender ao interesse público. 
 
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2. Supremacia x Indisponibilidade 
 
Em relação aos princípios administrativos, como tema 
introdutório, é importante destacar a dicotomia entre Supremacia x 
indisponibilidade do interesse público 
 
Esses dois princípios, é importante dizer, são 
considerados por parte da doutrina como super-princípios, ou pedras 
angulares do Direito Administrativo, na feliz expressão de Celso 
Antônio Bandeira de Mello, na medida em que dão origem aos demais 
princípios administrativos e ao próprio regime jurídico administrativo. 
 
Significa dizer que o regime jurídico de direito público 
está assentado em dois postulados primordiais, a supremacia do 
interesse público e a indisponibilidade desse interesse. 
 
O princípio da supremacia do interesse público 
traduz-se na idéia de que o interesse público deve prevalecer sobre o 
interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um 
confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar 
primazia ao interesse público. 
 
Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição 
estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais que, mesmo 
em confronto com o interesse público, devem ser respeitados, 
resguardados. 
 
Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do 
interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes 
especiais conferidos à Administração Pública. 
 
De outro lado, o princípio da indisponibilidade do 
interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe 
restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse interesse, 
eis que ela não é sua proprietária, detentora do interesse público, 
apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representa a coletividade, 
de modo que não pode dispor do que não lhe pertence. 
 
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Significa dizer que, de um modo geral, não há 
possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, 
daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da 
administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal 
como dever de prestar contas, concurso público, licitações etc. 
 
É por força da supremacia que a Administração Pública 
atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, 
impondo-lhe obrigações de forma unilateral, com a inserção de 
cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo 
presunção de legitimidade aos atos da Administração etc. 
 
No entanto, como dito, junto a tais poderes, surgem 
limitações, restrições à atuação da Administração Pública, traduzindo-
se na idéia que a Administração Pública atua como mera gestora do 
interesse público, por isso, não lhe é dado abdicar, dispor, negociar 
esse interesse. 
 
Portanto, pode-se afirmar que o sistema administrativo 
está fundado nesses postulados centrais, isto é nestes dois princípios 
primordiais (na supremacia e na indisponibilidade do interesse 
público). 
 
É isso, vamos às questões. 
 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (JUIZ FEDERAL – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O Estado 
compõe o primeiro setor, ao passo que o mercado configura o 
segundo setor. 
 
Comentário: 
 
O Estado é o primeiro setor, sendo o mercado o 2º e o 
3º é composto das entidades que atuam no âmbito social. 
 
Gabarito: Certo. 
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2. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A 
desconcentração pressupõe a existência de, pelo menos, duas 
pessoas entre as quais se repartem competências. 
 
Comentário: 
 
A desconcentração é a criação de órgãos, ou seja, a 
distribuição de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – 
CESPE/2009) A desconcentração pressupõe a existência de 
apenas uma pessoa jurídica. 
 
Comentário: 
 
A desconcentração, por criar órgãos, pressupõe a 
existência de apenas uma pessoa jurídica. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
4. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009)A desconcentração 
consiste na distribuição de competência de uma para outra 
pessoa física ou jurídica. 
 
Comentário: 
 
A desconcentração, como já observamos, pressupõe 
apenas uma pessoa, ou seja, é a organização ou distribuição interna 
de competências no âmbito interno de uma pessoa jurídica. 
 
Gabarito: Errado. 
 
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5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – 
CESPE/2009) Caso o TRE distribua competências no âmbito de 
sua própria estrutura, é correto afirmar que ocorreu 
descentralização. 
 
Comentário: 
 
O TRE, assim como o TSE, é um órgão. Assim, quando 
esse órgão distribui competências internas, estaremos diante da 
mesma pessoa, portanto, teremos uma desconcentração. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – 
CESPE/2010) A descentralização administrativa ocorre 
quando se distribuem competências materiais entre unidades 
administrativas dotadas de personalidades jurídicas distintas. 
 
Comentário: 
 
A descentralização administrativa é a distribuição de 
competências de uma pessoa jurídica para outra. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – 
CESPE/2009) A descentralização é simples técnica 
administrativa, utilizada apenas no âmbito da administração 
direta. 
 
Comentário: 
 
A descentralização não é uma simples técnica 
administrativa, é uma complexa técnica de repartição de 
competências, com a criação de pessoas jurídicas para exercer e/ou 
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titularizar funções administrativas. Ademais, pode ocorrer a 
descentralização não só na administração direta, como também na 
indireta. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
8. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A 
descentralização administrativa é o fenômeno no qual o 
Estado atua por meio de entes que lhe são juridicamente 
distintos. 
 
Comentário: 
 
A descentralização é a criação de pessoas para 
titularizar e/ou exercer atividade administrativa em substituição ao 
Estado, ente político. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
9. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A divisão 
de determinado tribunal em departamentos visando otimizar o 
desempenho, para, posteriormente, redistribuir as funções no 
âmbito dessa nova estrutura interna, é um exemplo de 
descentralização. 
 
Comentário: 
 
Veja que temos uma organização administrativa, onde 
se cria internamente departamentos, ou seja, temos uma 
desconcentração. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – 
CESPE/ 2010) A criação de um ministério na estrutura do 
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Poder Executivo federal para tratar especificamente de 
determinado assunto é um exemplo de administração 
descentralizada. 
 
Comentário: 
 
É para não ter mais confusão. Vejam, Os ministérios 
são órgãos integrantes da estrutura da União, pessoa jurídica de 
direito público. Assim, quando criamos órgãos na estrutura de uma 
pessoa, estamos desconcentrando. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
11. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A 
descentralização pode ser feita por qualquer um dos níveis de 
Estado: União, DF, estados e municípios. 
 
Comentário: 
 
A descentralização pode ser política ou administrativa. 
Na política, empreendida pela Constituição, cria-se os entes políticos: 
União, estados, DF e municípios. 
 
Na administrativa, criam-se entes ou entidades 
administrativas: Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública e 
Sociedade de Economia Mista. Assim, quaisquer dos entes políticos, 
ou seja, a União, Estados, Distrito Federal e Municípios, poderá 
promover a descentralização administrativa, distribuindo 
competências entre outras entidades dotadas de personalidade 
jurídica. 
 
Gabarito: Certo. 
 
12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – 
CESPE/2009) Por meio do processo de descentralização 
vertical da administração pública, são criadas entidades com 
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personalidade jurídica, às quais são transferidas atribuições 
conferidas pela Constituição (CF) aos entes políticos. 
 
Comentário: 
 
A descentralização política cria entes políticos todos 
dotados de autonomia política e administrativa, ou seja, sem 
qualquer dependência ou vinculação, cada qual respondendo por seus 
atos e, em regra, nenhum podendo interferir na atuação do outro, 
salvo situação excepcional que poderia levar a intervenção da União 
nos estados e DF ou dos estados nos municípios. 
 
Veja que essa descentralização é operada pela 
Constituição ao criar níveis ou esferas distintas de atuação em nosso 
Estado (Federal, Estadual e Municipal) e com isso promover a 
repartição vertical de competências conforme prevê os artigos 21 a 
24, 25 e 30 da CF/88, dentre outros. 
 
Com efeito, tivemos uma repartição de competência 
que, em tese, considera uma verticalização entre os entes 
federativos, partindo da esfera federal (União) para a local 
(Município). Por isso, a descentralização política é denominada por 
alguns autores como descentralização vertical. 
 
Nesse sentido Lucas Furtado afirma que “ocorre a 
descentralização vertical quando a própria Constituição Federal 
promove a distribuição de atribuições entre as diferentes entidades 
políticas ou primárias – União, Estados, Municípios e Distrito Federal”. 
 
Por outro lado, a descentralização administrativa cria 
uma estrutura vinculada ao ente político (federal, estadual, distrital 
ou municipal), de modo que teríamos uma vinculação da 
Administração Pública direta com a indireta no âmbito de uma mesma 
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esfera de Poder. Por isso, diz-se que a descentralização 
administrativa é horizontal3. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
13. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – 
CESPE/2009) A descentralização territorial ou geográfica se 
verifica quando uma entidade local e geograficamente 
delimitada, com personalidade jurídica de direito público, 
exerce a totalidade ou a maior parte dos encargos públicos de 
interesse da coletividade, sujeitando-se a controle do poder 
central. No Brasil, os estados e territórios podem ser 
categorizados como entes de descentralização territorial. 
 
Comentário: 
 
De fato, os territórios surgem por descentralização 
territorial ou geográfica. Porém, os estados, muito embora 
delimitados territorialmente e havendo mesmo uma divisão territorial 
interna, surgem por descentralização política. 
 
Gabarito: Errado. 
 
14. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – 
CESPE/2009) A descentralização por serviço, técnica ou 
funcional ocorre quando a União, o estado ou os municípios 
criam, por lei, uma pessoa de direito público ou privado e a ela 
atribuem a titularidade e a execução de determinado serviço 
público. Caracteristicamente, essa pessoa legalmente criada 
denomina-se autarquia. No entanto, é possível incluir, por 
exemplo, nessa categoria, as fundações governamentais, 
sociedades de economia mista e empresas públicas, que 
exerçam serviços públicos. 
 
3
 Ressalvo que tal definição não é unnníssona, inclusive podendo ser utilizada sob oaspecto da vinculação/subordinaçãooo 
política, de modo então que as defi ições seriam trocadas e aí a questão seria correta. Todavia, o CESPE adotou 
entendimento firmado pelo Prof. Lucas Rocha Furtado, e considerou o gabarito como errado. 
 
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Comentário: 
 
De fato, a descentralização por serviço (técnica ou 
funcional) ocorre quando o ente político (União, Estados, DF ou 
município) cria pessoa jurídica, de direito público ou privado, para 
titularizar e exercer determinado serviço público. 
 
Essa descentralização depende de lei, por isso é 
denominada de descentralização legal, ocorrendo por outorga. 
 
Contudo, deve-se perceber que nem sempre é a Lei 
quem cria a entidade administrativa. É que a Lei somente criará 
diretamente a pessoa quando se tratar de autarquia ou fundação 
autárquica, ou seja, pessoa jurídica de direito público. 
 
Quando se referir às demais entidades administrativas 
cuja natureza jurídica é de pessoa jurídica de direito privado 
(fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia 
mista) a lei autoriza a criação, que deverá ser conduzida por ato da 
Administração e o devido registro. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
15. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) Segundo a 
doutrina, na descentralização por serviço, o poder público 
mantém a titularidade do serviço e o ente descentralizado 
passa a deter apenas a sua execução. 
 
Comentário: 
 
Percebem que a descentralização por serviço, funcional 
ou técnica ocorre com a outorga (transferência da titularidade e do 
exercício) da atividade administrativa conferida pelo ente político 
(Administração Direta) para a entidade administrativa (Administração 
Indireta). 
 
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De outro lado, na descentralização por colaboração 
transfere-se somente o exercício da atividade (delegação), 
permanecendo a titularidade com o poder público. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – 
CESPE/2009) A outorga e a delegação são formas de 
efetivação da desconcentração. 
 
Comentário: 
 
A outorga e a delegação são formas de se realizar a 
descentralização. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
17. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Quando 
as atribuições de um órgão público são delegadas a outra 
pessoa jurídica, com vistas a otimizar a prestação do serviço 
público, há desconcentração. 
 
Comentário: 
 
Cuidado, pois um órgão integra uma pessoa jurídica. 
Assim, caso este órgão delegue atribuições a outra pessoa, teremos 
uma pessoa delegando atividades para outra, ou seja, teremos a 
descentralização. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
18. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – 
CESPE/2009) A descentralização política ocorre quando os 
entes descentralizados exercem atribuições próprias que não 
decorrem do ente central. Sendo os estados-membros da 
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Federação tais entes e, no Brasil, também os municípios, a 
descentralização política possui os mesmos entes da 
descentralização administrativa. 
 
Comentário: 
 
A descentralização política ocorre com o surgimento 
dos entes políticos, o que dá origem à Administração Pública Direta 
(União, Estados, DF e Municípios), enquanto que na descentralização 
administrativa poderemos ter a criação a criação de entidades 
administrativas (Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública e 
Sociedade de Economia Mista). 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
19. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema 
administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da 
supremacia do interesse público sobre o particular e da 
indisponibilidade do interesse público pela administração. 
 
Comentário: 
 
Os dois princípios fundamentais do sistema 
administrativo são os princípios da supremacia do interesse público e 
o da indisponibilidade. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
20. (AUXILIAR DE PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) 
A doutrina aponta como princípios do regime jurídico 
administrativo a supremacia do interesse público sobre o 
privado e a indisponibilidade do interesse público. 
 
Comentário: 
 
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A doutrina tem entendimento que esses dois princípios 
são os fundamentos basilares do sistema administrativo. 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
21. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/RN – CESPE/2009) O 
princípio da supremacia do interesse público tem como 
objetivo impor ao administrador público não dispensar os 
preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta, 
pois além de verificar os critérios de conveniência e 
oportunidade, deve distinguir o que é honesto do que é 
desonesto. 
 
Comentário: 
 
O princípio da supremacia traduz prerrogativas, 
poderes à Administração Pública. Contudo, há outros princípios que 
também vão orientar a atividade administrativa, conforme prescreve 
o art. 37, caput, da CF/88. 
 
Gabarito: Errado. 
 
 
22. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/RN – CESPE/2009) O 
princípio da indisponibilidade objetiva a igualdade de 
tratamento que a administração deve dispensar aos 
administrados que se encontrem em idêntica situação jurídica. 
 
Comentário: 
 
O princípio da indisponibilidade estabelece restrições, 
deveres, imposições à Administração Pública no sentido de que atua 
não em benefício próprio, mas da coletividade, que é mera gestora 
dos interesses desses. 
 
Gabarito: Errado. 
 
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Então é isso, espero vocês! 
Até a próxima aula, onde teremos muito mais a estudar. 
Grande abraço. 
 
Prof. Edson Marques 
 
 
QUESTÕES SELECIONADAS 
 
1. (JUIZ FEDERAL – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O Estado compõe 
o primeiro setor, ao passo que o mercado configura o segundo setor. 
 
2. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A 
desconcentração pressupõe a existência de, pelo menos, duas 
pessoas entre as quais se repartem competências. 
 
3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A 
desconcentração pressupõe a existência de apenas uma pessoa 
jurídica. 
 
4. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) A desconcentração 
consiste na distribuição de competência de uma para outra pessoa 
física ou jurídica. 
 
5. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) 
Caso o TRE distribua competências no âmbito de sua própria 
estrutura, é correto afirmar que ocorreu descentralização. 
 
6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A 
descentralização administrativa ocorre quando se distribuem 
competências materiais entre unidades administrativas dotadas de 
personalidades jurídicas distintas. 
 
7. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A 
descentralização é simples técnica administrativa, utilizada apenas no 
âmbito da administração direta. 
 
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8. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A 
descentralização administrativa é o fenômeno no qual o Estado atua 
por meio de entes que lhe são juridicamente distintos. 
 
9. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A divisão de 
determinado tribunalem departamentos visando otimizar o 
desempenho, para, posteriormente, redistribuir as funções no âmbito 
dessa nova estrutura interna, é um exemplo de descentralização. 
 
10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/ 
2010) A criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo 
federal para tratar especificamente de determinado assunto é um 
exemplo de administração descentralizada. 
 
11. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A 
descentralização pode ser feita por qualquer um dos níveis de Estado: 
União, DF, estados e municípios. 
 
12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – 
CESPE/2009) Por meio do processo de descentralização vertical da 
administração pública, são criadas entidades com personalidade 
jurídica, às quais são transferidas atribuições conferidas pela 
Constituição (CF) aos entes políticos. 
 
13. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) 
A descentralização territorial ou geográfica se verifica quando uma 
entidade local e geograficamente delimitada, com personalidade 
jurídica de direito público, exerce a totalidade ou a maior parte dos 
encargos públicos de interesse da coletividade, sujeitando-se a 
controle do poder central. No Brasil, os estados e territórios podem 
ser categorizados como entes de descentralização territorial. 
 
14. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) 
A descentralização por serviço, técnica ou funcional ocorre quando a 
União, o estado ou os municípios criam, por lei, uma pessoa de 
direito público ou privado e a ela atribuem a titularidade e a execução 
de determinado serviço público. Caracteristicamente, essa pessoa 
legalmente criada denomina-se autarquia. No entanto, é possível 
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incluir, por exemplo, nessa categoria, as fundações governamentais, 
sociedades de economia mista e empresas públicas, que exerçam 
serviços públicos. 
 
15. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) Segundo a doutrina, 
na descentralização por serviço, o poder público mantém a 
titularidade do serviço e o ente descentralizado passa a deter apenas 
a sua execução. 
 
16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – 
CESPE/2009) A outorga e a delegação são formas de efetivação da 
desconcentração. 
 
17. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Quando as 
atribuições de um órgão público são delegadas a outra pessoa 
jurídica, com vistas a otimizar a prestação do serviço público, há 
desconcentração. 
 
18. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) 
A descentralização política ocorre quando os entes descentralizados 
exercem atribuições próprias que não decorrem do ente central. 
Sendo os estados-membros da Federação tais entes e, no Brasil, 
também os municípios, a descentralização política possui os mesmos 
entes da descentralização administrativa. 
 
19. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema 
administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da supremacia 
do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do 
interesse público pela administração. 
 
20. (AUXILIAR DE PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) A 
doutrina aponta como princípios do regime jurídico administrativo a 
supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade 
do interesse público. 
 
21. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/RN – CESPE/2009) O princípio da 
supremacia do interesse público tem como objetivo impor ao 
administrador público não dispensar os preceitos éticos que devem 
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estar presentes em sua conduta, pois além de verificar os critérios de 
conveniência e oportunidade, deve distinguir o que é honesto do que 
é desonesto. 
 
22. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/RN – CESPE/2009) O princípio da 
indisponibilidade objetiva a igualdade de tratamento que a 
administração deve dispensar aos administrados que se encontrem 
em idêntica situação jurídica. 
 
GABARITO 
01 C 05 E 09 E 13 E 17 E 21 E 
02 E 06 C 10 E 14 C 18 E 22 E 
03 C 07 E 11 C 15 E 19 C 23 -- 
04 E 08 C 12 E 16 E 20 C 24 --

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