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CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 1 Bom dia, pessoal. Ótima semana, vamos fortes, concentrados e determinados a alcançar nosso objetivo. Hoje o tema é interessante e, sem dúvida, objeto de cobrança em todos os concursos. Então, não será diferente no nosso. Por isso, atenção. Nesta aula vamos estudar o seguinte: AULA 13: 2.3 Servidor: cargo e funções. 2.4 Atribuições. 2.5 Competência administrativa: conceito e critérios de distribuição. 2.6 Avocação e delegação de competência. 2.7 Ausência de competência: agente de fato. 10 Agentes públicos e servidores públicos. 10.1 Agentes públicos (servidor público e funcionário público). 10.2 Natureza jurídica da relação de emprego público. 10.3 Preceitos constitucionais. 10.4 Servidor efetivo e vitalício: garantias. 10.5 Estágio probatório. 10.6 Servidor ocupante de cargo em comissão. 10.7 Direitos, deveres e responsabilidades dos servidores públicos civis. 10.8 Lei nº 8.112/1990 e suas alterações. 10.9 Regime jurídico peculiar dos funcionários policiais civis da União e do Distrito Federal (Lei nº 4.878/1965). 10.10 Regime disciplinar e processo administrativo-disciplinar. 13 Direito administrativo disciplinar. 13.1 Fontes; princípios; ilícito de direito administrativo disciplinar; procedimentos disciplinares da administração pública. 13.2 Lei nº 4.878/1965. 13.3 Lei nº 8.112/1990: regime disciplinar. 13.5 Decreto nº 59.310/1966. 13.6 Lei nº 9.266/1996 e suas alterações. 13.7 Lei nº 11.358/2006. A propósito, recomendo a leitura das Leis 4.878/1965, 9.266/1996 e 11.358/2006, e do Decreto nº 59.310/1966, ante a falta de questões. Vamos ao que interessa. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 2 Agente Administrativo Para compreendermos o alcance da expressão agente administrativo, necessário antes entendermos e termos a noção de agente público. Nesse sentido, o termo atualmente mais usual, e podemos dizer mais adequado, inclusive com previsão legal, de agente público está expresso no art. 2º da Lei 8.429/92, que assim dispõe: Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. É preciso, no entanto, descortinarmos o alcance da expressão agente público, e, para tanto, utilizamos a classificação clássica de Hely Lopes Meirelles, segundo a qual os agentes públicos são divididos em: a) Agentes políticos b) Agentes administrativos c) Agentes honoríficos d) Agentes delegados e) Agentes credenciados Agentes políticos são aqueles que ocupam cargos que compõe os órgãos constitucionais independentes, ou seja, dotados de independência funcional, prerrogativas do cargo e sujeitos a regime especial, cujas funções advêm diretamente da Constituição, investidos, normalmente, por meio de eleição, nomeação ou designação. Dentre esses estariam compreendidos os magistrados, os membros do Ministério Público, dos Tribunais de Contas, além dos CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 3 representantes do Poder Executivo (Presidente, Governador, Prefeito, e seus auxiliares diretos, Ministros, Secretários etc) e do Poder Legislativo (Deputados, Senadores, Deputados Estaduais, Distritais e Vereadores). Por outro lado, há forte corrente que defende serem os agentes políticos tão-somente aqueles que erigidos aos cargos eletivos, tal como o Presidente, Governador, Senador, Deputado, Vereador etc. Nesse sentido, vale salientar, e vocês precisam ficar atentos a isto, que o STF tem entendido que os agentes políticos são todos aqueles que exercem atribuições decorrentes diretamente da Constituição, não sendo, pois, apenas os detentores de cargos eletivos, de modo que englobam também outros agentes públicos tal como os magistrados, conforme orientação firmada no Informativo 263. Vejamos: Informativo 263 (RE-228977) Dano Moral e Atos Judiciais (Transcrições) RE 228.977-SP* (v. Informativo 259) Relator: Min. Néri da Silveira EMENTA: - Recurso extraordinário. Responsabilidade objetiva. Ação reparatória de dano por ato ilícito. Ilegitimidade de parte passiva. 2. Responsabilidade exclusiva do Estado. A autoridade judiciária não tem responsabilidade civil pelos atos jurisdicionais praticados. Os magistrados enquadram-se na espécie agente político, investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica. (...) (...) os magistrados se enquadram na espécie agente político. Estes, são investidos para o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica, requisitos, aliás, indispensáveis ao exercício de suas funções decisórias. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 4 (...) É o que elucida o saudoso HELY LOPES MEIRELLES, em sua obra "Direito Administrativo Brasileiro" (18ª ed., pág. 72): "Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e quase-judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. São as autoridades públicas supremas do Governo e da Administração na área de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à independência dos juizes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de responsabilidade civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder. Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os membros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos)..." Por outro lado, agentes administrativos são todos aqueles agentes que estão submetidos à hierarquia funcional, não sendo membro de poder, não exercendo funções políticas ou governamentais, estando sujeitos ao regime jurídico da entidade a que servem. Nesse conceito estão todos os que têm com os entes Políticos (Administração Direta) e entidades administrativas (Administração Indireta) vínculo funcional ou relação laboral, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 5 Por isso, dividem-se em: servidores públicos, empregados públicos e funcionários ou servidores temporários. Servidores públicos são todas as pessoas físicas que ocupam um cargo público mantendo vínculo de subordinaçãocom o Estado ou com suas entidades mediante retribuição pecuniária. Nesse sentido, vale lembrar que cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas em uma estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor (art. 3º, Lei nº 8.112/90), que são criados por lei e com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, cujo provimento poderá ser em caráter efetivo ou em comissão. Assim, teremos servidores públicos de cargos efetivos (concursados) e servidores públicos de cargos comissionados (cargos de Direção e Assessoramento Superior). Os empregados públicos são pessoas físicas que ocupam emprego público, ou seja, são os contratados sob o regime da legislação trabalhista (celetistas) por prazo indeterminado. Em regra tais agentes estão no âmbito das estatais, submetidos ao regime laboral, na medida em que tais entidades são regidas, preponderantemente, pelo regime de direito privado. Ocorre, no entanto, que com a EC 19/98, permitiu-se à Administração direta, autárquica e fundacional também contratar sob o regime celetista. Disposição que restou suspensa pela decisão proferida pelo STF na ADI 2.135. Servidores ou funcionários temporários, ou simplesmente temporários, são agentes contratados de forma temporária, por excepcional interesse público, para exercer função por prazo determinado, conforme estabelece a Constituição Federal em seu art. 37, inciso IX, ao permitir a contratação de servidor CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 6 visando atender necessidade temporária em razão de excepcional interesse público. Nesse sentido, a Lei nº 8.745/93 regulamentou na esfera federal a contratação de pessoal para o exercício de atividade temporária, dispondo que as pessoas jurídicas de direito público poderiam contratar pessoal observando as condições e os requisitos legais. Agentes delegados são particulares que, por força de contrato ou ato administrativo em que se delega a realização de uma atividade, obra ou serviço público, a executam sob sua conta e risco, sob fiscalização do Estado, por isso atuando em colaboração a este (descentralização por colaboração). Temos como exemplo os delegatários de serviço público, tal como os concessionários, permissionários, tabelião, leiloeiros etc. Agentes honoríficos são particulares que, em razão de sua condição cívica, honra, ou de sua notória capacidade profissional, são requisitados ou designados pelo Estado para exercerem, de forma provisória, certa atividade ou função, podendo ser remunerados ou não. (Ex. Mesário, Jurado, Membros dos Conselhos Tutelares das crianças e adolescentes etc). Por fim, temos ainda os chamados agentes credenciados, ou seja, aqueles que o Estado dá a incumbência de representá-lo para certa e específica atividade ou para um ato determinado, mediante remuneração. É possível, ademais, constatarmos a existência de outras classificações, a exemplo daqueles que colocam dentre tais agentes os militares e os terceirizados (agentes em colaboração). É o que explica a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em relação aos militares que antes da EC 18/98 enquadravam-se na categoria de servidores públicos, porém após a emenda retirou-se a expressão, por isso não são considerados como servidores, CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 7 figurando-se como mais uma categoria de agente público, denominados simplesmente de militares. Cuidado, pois há pessoas que ainda utilizam a expressão funcionário público de forma indistinta para qualificar todos os agentes públicos. Trata-se de uma expressão já bastante ultrapassada, prevista no Código Penal Brasileiro no art. 327, que se refere a qualquer agente público para fins penais tão somente. Regime Jurídico do Servidor Público Inicialmente, é preciso observar que a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da Administração Pública direta, autárquica e fundacional de adotar regime jurídico único para seus servidores, conforme assim expresso: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. No âmbito Federal foi editada a Lei nº 8.112/90, que criou o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, o denominado Regime Jurídico Único (RJU). Eis que veio a Emenda Constitucional nº 19/98 (reforma do Estado) e promoveu alteração no art. 39, caput, da CF/88, retirando a obrigatoriedade de se adotar um único regime jurídico para dispor sobre os servidores públicos, de maneira que se abriu possibilidade de a Administração Pública direta, autárquica e fundacional de adotar outros regimes, tal como o celetista, para provimento de emprego nos seus quadros, por exemplo. No entanto, recentemente, em controle de constitucionalidade, no julgamento da ADI 2135-4 o Supremo Tribunal Federal (STF) deferiu medida cautelar para suspender a redação do caput do artigo 39, CF/88, dada pela EC 19/98, por vício CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 8 de inconstitucionalidade formal, voltando a vigorar a redação anterior à essa emenda, ou seja, a redação original da Constituição. É de se esclarecer, portanto, que temos novamente a obrigatoriedade de se adotar regime jurídico único. No entanto, cumpre dizer que o STF conferiu efeito ex-nunc, ou seja, a decisão não tem efeito retroativo. Com isso, toda a legislação editada durante a vigência do artigo 39, caput, com a redação da EC nº 19/98, continua válida a regular o período de 1998 até a decisão do STF, ressaltando que, dessa forma, ficam resguardas as situações consolidadas, até que o mérito da ADI 2135-4 seja julgado em definitivo. Lembre-se, portanto, que a Lei nº 8.112/90 institui o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais, sendo denominada de RJU (regime jurídico único), por força do art. 39, caput, da CF/88. E, nos termos do RJU, considera-se servidor a pessoa legalmente investida em cargo público, e cargo público, o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Então, para estudarmos o RJU, temos também de aliar o estudo à parte constitucional que dispõe acerca dos servidores públicos. Regime Jurídico Único (RJU) Os servidores públicos são regidos por um conjunto de regras que estabelecem seus direitos, deveres, obrigações e responsabilidades. Trata-se do regime jurídico dos servidores públicos. Com efeito, após a Constituição de 1988 estipulou-se a CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 9 necessidade de os servidores públicos serem regidos por regime jurídico único. Com isso, foi editada a Lei nº 8.112/90, que criou o Regime Jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, o denominado Regime Jurídico Único (RJU). A Lei nº 8.112/90 delimita os critérios, direitos, deveres e demais regras que estabelecem as obrigações e responsabilidadesdos servidores públicos federais. É fato que esse vínculo, do servidor com o Estado, se inicia com nomeação, posse e exercício no cargo. Cargo Público Nos termos do art. 3º da Lei nº 8.112/90, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. De outro lado, conforme a própria Lei nº 8.112/90, art. 2º, estabelece, servidor é pessoa legalmente investida em cargo público. Assim, somente haverá cargos públicos no âmbito da Administração direta, autárquica e fundacional (fundações públicas de direito público). Nas demais entidades administrativas, ou seja, nas fundações públicas de direito privado e nas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) não teremos cargos públicos, teremos empregados públicos. Investidura A Lei nº 8.112/90 estabeleceu os requisitos para investidura em cargo público, conforme art. 5º, que assim dispõe: CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 10 Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos políticos; III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; V - a idade mínima de dezoito anos; VI - aptidão física e mental Deve-se observar que tais requisitos devem ser demonstrados no ato da posse, não se estabelecendo qualquer limite de idade para efeito de inscrição em concurso. Importante dizer que o Supremo Tribunal Federal tem firme entendimento no sentido de que estabelecer limite de idade para inscrição em concurso público depende de expressa previsão legal, conforme a súmula 14, que assim dispõe: Súmula 14: Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público. Esse entendimento foi aplicado, inclusive, recentemente, conforme Informativo nº 580, que assim veiculou: INFORMATIVO Nº 580 TÍTULO: Forças Armadas: Limite de Idade para Concurso de Ingresso e Art. 142, § 3º, X, da CF - 2 PROCESSO: RE - 600225 ARTIGO A Min. Cármen Lúcia, relatora, negou provimento ao recurso por entender que, tendo a Constituição Federal determinado, em seu art. 142, § 3º, X, que os requisitos para o ingresso nas Forças Armadas são os previstos em lei, com referência expressa ao critério de idade, não caberia regulamentação por meio de outra espécie normativa. Considerou, por conseguinte, não recepcionada pela Carta Magna a expressão “e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 11 Aeronáutica”, contida no art. 10 da Lei 6.880/80, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares (“Art. 10 O ingresso nas Forças Armadas é facultado mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da marinha, do exército e da aeronáutica.”.). Afirmou ser inquestionável a prerrogativa das Forças Armadas de instituir por regulamento de cada Força, e até mesmo nos editais de concursos, os procedimentos relativos a todo o certame. Aduziu que o conteúdo definido constitucionalmente como sendo objeto de cuidado a ser levado a efeito por lei haveria de ser desdobrado, de forma detalhada, nos atos administrativos, tais como os regulamentos e editais. Observou, contudo, que esses atos não poderiam inovar nos pontos em que a legislação não tivesse estatuído. Registrou, ainda, que, no item específico relativo à definição dos limites de idade, a fixação do requisito por regulamento ou edital, categoria de atos administrativos, esbarraria, inclusive, na Súmula 14 do STF (“Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público.”). RE 572499/SC, rel. Min. Cármen Lúcia, 25.3.2010. (RE-572499) Vale destacar que a Constituição Federal estabeleceu a necessidade de reserva de vagas aos portadores de necessidades especiais, tendo, nesse aspecto, remetido à lei para regulamentar tal disposição. Desse modo, a Lei nº 8.112/90, em seu artigo 5º, §3º, estabeleceu que até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos serão reservadas aos portadores de necessidades especiais. Deve-se atentar para o fato de que se ocorrer fração, na fixação do percentual, deverá ser arredondado o número de vagas para o próximo inteiro. Por exemplo, um concurso estabelece 19 vagas e 10% são destinadas aos portadores de necessidades CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 12 especiais. Assim, teríamos 1,9 (um inteiro e nove décimos), ou seja, apenas uma vaga? Não. Teríamos duas vagas destinadas a PNE, eis que se arredonda sempre para o próximo número inteiro. Ademais, vale lembrar que no plano federal, o Decreto 3.298/99, em seu artigo 37, trouxe previsão de que no mínimo 5% (cinco por cento) das vagas serão destinadas aos candidatos portadores de necessidades especais, conforme o seguinte: Art. 37. Fica assegurado à pessoa portadora de deficiência o direito de se inscrever em concurso público, em igualdade de condições com os demais candidatos, para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que é portador. § 1º O candidato portador de deficiência, em razão da necessária igualdade de condições, concorrerá a todas as vagas, sendo reservado no mínimo o percentual de cinco por cento em face da classificação obtida. § 2º Caso a aplicação do percentual de que trata o parágrafo anterior resulte em número fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subseqüente. É de se observar, ademais, que, de acordo com a Constituição, os cargos públicos também podem ser acessíveis aos estrangeiros, na forma da lei. Para tanto, a Lei nº 8.112/90, em seu art. 5º, §3º, estabelece que “as universidades e instituições de pesquisas científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e procedimentos desta Lei”. Do Provimento Provimento é o ato de preencher cargo público. Com efeito, há duas formas de provimento, o denominado originário, ou CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 13 seja, quando o agente não tem vínculo anterior com o cargo a ser ocupado, e o provimento derivado, quando há um vínculo anterior. O derivado poderá ser vertical (elevação funcional) ou horizontal (mudança de cargo do mesmo nível). Assim, conforme disposto no art. 8º da Lei nº 8.112/90, são formas de provimento: a) nomeação; b) promoção; c) readaptação; d) reversão; e) aproveitamento; f) reintegração; e, g) recondução. Vejamos: Art. 8o São formas de provimento de cargo público: I - nomeação; II - promoção; III - ascensão;(Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) IV - transferência; (Execução suspensa pela RSF nº 46, de 1997) (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - readaptação; VI - reversão; VII - aproveitamento; VIII - reintegração; IX - recondução. A nomeação é a única forma de provimento originário, todas as demais são provimentos derivados. Nomeação é a indicação de uma pessoapara ocupar um cargo público, podendo ser de provimento efetivo, que se dará em virtude de aprovação em concurso público de provas ou provas e títulos, ou, comissionado, que é de livre nomeação e exoneração. A nomeação é sempre ato administrativo unilateral que não gera, por si só, qualquer obrigação para o servidor, mas sim o direito subjetivo para que esse formalize seu vínculo com a Administração, por meio da posse. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 14 Posse é ato jurídico bilateral de investidura do servidor no cargo. Importante salientar que somente haverá posse no provimento originário, ou seja, por nomeação. O prazo para o nomeado tomar posse é de trinta dias, improrrogáveis, contados da nomeação, ressalvando-se as seguintes hipóteses de licenças e afastamento, quando o prazo será contado a partir do término do impedimento. Art. 81, inc. I Licença em virtude de doença em pessoa da família Art. 81, inc. III Licença para prestar serviço militar obrigatório Art. 81, inc. V Licença capacitação Art. 102, inc. I Férias, Art. 102, inc. IV Treinamento regularmente instituído ou pós-graduação stricto sensu Art. 102, inc. VI Júri e outros serviços obrigatórios por lei Art. 102, inc. VIII, “a” Licença gestante, adotante e paternidade Art. 102, inc. VIII, “b” Licença para tratamento de saúde Art. 102, inc. VIII, “d” Licença em virtude de acidente em serviço ou doença profissional Art. 102, inc. VIII, “e” Licença capacitação Art. 102, inc. VIII, “f” Convocação para serviço militar Art. 102, inc. IX Deslocamento por remoção Art. 102, inc. X Participação em competição representando o país A lei permite que a posse se dê mediante procuração específica, ou seja, que seja exclusiva no sentido de outorgar poderes ao terceiro para proceder à investidura no cargo em nome do nomeado, nos termos do art. 13, §3º, que assim dispõe: Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei. § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 15 Acaso o nomeado não tome posse no prazo fixado, torna-se sem efeito o ato de nomeação. Com a posse abre-se o prazo quinzenal (15 dias) para o empossado entrar em exercício. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público, de modo que não poderá ser conferido a terceiro (é personalíssimo). Não entrando o empossado em exercício no prazo legal será exonerado. No caso de função de confiança o exercício, em regra, coincide com a data da designação e acaso não se entre em exercício torna-se sem efeito a designação. Os servidores têm jornada de trabalho com duração máxima semanal de quarenta horas, devendo observar o limite mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias. As demais formas de provimento são derivadas. A vertical é a promoção, a horizontal é a readaptação, as outras são por reingresso. Readaptação é a investidura de servidor, ocupante de cargo efetivo, em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental. Aqui se aplica ao servidor estável ou não, e sempre é precedida de inspeção médica, pois se o servidor for julgado incapaz será aposentado. A readaptação deverá observar o seguinte: atribuições condizentes com sua limitação; habilitação exigida para o cargo; mesmo nível de escolaridade e equivalência de vencimentos. Reintegração é o retorno, ou investidura, do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em razão de ter sido invalidada, por decisão administrativa ou judicial, sua demissão. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 16 O servidor reintegrado terá direito ao ressarcimento de todas as vantagens durante o período de seu afastamento. Se o cargo que ocupava tiver sido transformado em outro, voltará para o cargo objeto da transformação. Se extinto, ficará em disponibilidade. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de inabilitação em estágio probatório ou por reintegração do anterior ocupante. Aproveitamento é o retorno do servidor posto em disponibilidade e, por isso, estável, a cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. Reversão é o retorno à atividade do servidor aposentado. Ocorre nos casos de aposentadoria por invalidez quando Junta Médica declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria, ou por aposentadoria voluntária, no interesse da administrativa, e desde que não tenha ocorrido há mais de cinco anos, sendo o servidor estável quando em estava na ativa, havendo cargo vago, e ter ocorrido a solicitação de retorno. Promoção é a elevação funcional do servidor dentro de uma carreira, ou seja, é a passagem de um servidor de uma categoria/classe para outra. Assim, por exemplo, Delegado de Polícia de terceira categoria, sendo promovido, por antiguidade ou merecimento, para Delegado de Polícia de segunda categoria, depois, primeira e, por fim, para a categoria especial. É importante destacar que a Lei nº 8.112/90 trazia a previsão da ascensão e da transferência, duas formas que eram tidas por inconstitucionais, já que violavam o princípio da acessibilidade por meio de concurso público. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 17 A ascensão era a modalidade de provimento por transposição ou verticalidade, de modo que o indivíduo tinha acesso a outro cargo, de nível superior ao que ocupava, sem concurso público. Referida modalidade foi revogada pela Lei nº 9.527/97, pois estava suspensa pelo STF que certamente a declararia inconstitucional. Na transferência o servidor passava de um cargo para outro em órgãos ou entidades distintas. Por também ser inconstitucional, foi objeto de revogação pela Lei nº 9.527/97. Vacância A vacância é o ato administrativo pelo qual o cargo público fica vago, em razão de exoneração, demissão, aposentadoria, promoção, falecimento, posse em outro cargo inacumulável, conforme estabelece o art. 33, que assim dispõe: Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: I - exoneração; II - demissão; III - promoção; IV - ascensão; (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) V - transferência (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) VI - readaptação; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulável; IX - falecimento. Estabilidade x Vitaliciedade A Lei nº 8.112/90 não estabelece qualquer garantia de vitaliciedade ou inamovibilidade para servidores públicos. Tais garantias estão previstas constitucionalmente para algumas carreiras, consideradas típicas de Estado, tal como a magistratura, membros do Ministério Público (promotores de justiça, procuradores da República) e para Defensores Públicos. Para os servidores públicos, ocupantes de cargos CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 18 efetivos,a Lei nº 8.112/90, nos moldes preconizados pela Constituição Federal (art. 41), possibilita a estabilidade no serviço público, após três anos de efetivo exercício. Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público São requisitos para a estabilidade que o servidor tenha sido aprovado em concurso público, nomeação para cargo público efetivo, ter três anos de efetivo exercício do cargo (conforme entendimento do STF e STJ), bem como ter realizado e ter sido aprovado na avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Direitos e Vantagens Conforme estabelece o art. 40 do RJU, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. E, a remuneração, de acordo com o art. 41, é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. O servidor público além do vencimento poderá perceber indenizações, gratificações e adicionais, conforme art. 49 que assim estabelece: Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizações; II - gratificações; III - adicionais. No entanto, as indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito, incorporando-se apenas as gratificações e adicionais, conforme art. 49, §§1º e 2º do CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 19 RJU. Indenizações a) Ajuda de custo (arts. 53 a 57) É destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente. A Administração assume, ainda, as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. Valor máximo: 3 meses de remuneração. O servidor é obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 dias. b) Diárias (arts. 58 e 59) A Lei nº 8.112/90, conforme art. 58, dispõe que o servidor que se afastar, em caráter eventual e transitório, para outro ponto do território nacional ou do exterior, a serviço fará jus a passagens e diárias, nestes termos: Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimentação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) É importante salientar que as diárias serão concedidas, com base em regulamento, por dia de afastamento, sendo devida pela metade no caso de não haver pernoite fora da sede. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 20 § 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.(Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) § 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. Assim, quando não houver o afastamento da sede não serão devidas as diárias, ficando o servidor obrigado a devolvê-las, no prazo de cinco dias, conforme o art. 59, do RJU, que assim estabelece: Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. De igual forma, quando se tratar de região metropolitana, aglomerados urbanos ou microrregiões, ou seja, municípios limítrofes também não serão devidas as diárias, conforme o art. 58, §3º, que assim dispõe: § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) c) Indenização de transporte (art. 60) É devida ao servidor que realiza serviços externos CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 21 utilizando meio de transporte próprio. Gratificações a) Pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento. É o acréscimo à remuneração que ocorre pelo exercício de cargo comissionado (DAS). b) gratificação natalina Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano, sendo fração igual ou superior a 15 (quinze) dias considerada como mês integral para efeito de cálculo (art. 63). Adicionais a) adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas Insalubridade: devido ao servidor que, em razão de suas funções, está em constante contato com substâncias ou elementos que podem, em longo prazo, provocar deterioração de sua saúde. Periculosidade: é pago ao servidor que coloca em risco sua integridade física em razão do exercício de suas funções. Os adicionais de insalubridade e de periculosidade não podem ser recebidos cumulativamente. Penosidade: pago aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas condições de vida (penosas) o justifiquem. d) adicional pela prestação de serviço extraordinário CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 22 O serviço extraordinário é remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho (art. 73). O limite máximo de horas-extras permitido é de 2 horas por jornada (art. 74). e) adicional noturno (art. 75) É devido pela prestação de serviço no horário compreendido entre 22 horas de um dia e 5 horas da manhã do dia seguinte. O adicional compreende o acréscimo de 25% sobre o valor da hora paga pelo mesmo serviço exercido em horário diurno, considerando-se hora noturna de 52min e 30s. O adicional de serviço noturno é calculado cumulativamente com o adicional de serviço extraordinário (se for o caso de o serviço noturno ser extraordinário). f) adicional de férias Corresponde a 1/3 (um terço) da remuneração do período das férias. No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional. Benefícios da Seguridade Social a) Auxílio-natalidade (art. 196): O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no caso de natimorto, e caso de parto múltiplo será acrescido de 50% por cada nascituro. b) Salário-família: O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico, devendo o valor ser estabelecido em lei. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIAE EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 23 Férias O servidor faz jus a 30 dias de férias anuais, após completar 12 meses de efetivo exercício. Podem ser parceladas em até três etapas, a requerimento do servidor, no entanto, a concessão do parcelamento é discricionária. Podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço. Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 meses de exercício (art. 77, § 1º). O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 dias antes do início do respectivo período (art. 78). As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade (art. 80). Licenças a) Licença por Motivo de Doença em Pessoa da Família Doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva às suas expensas e conste do seu assentamento funcional. Somente será concedida se o servidor comprovar indispensável sua assistência direta e essa não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. É vedado ao servidor o exercício de atividade remunerada durante o período da licença. O período máximo de licença será de 150 dias, sendo CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 24 que os primeiros trinta dias a licença será remunerada. Os trinta dias seguintes poderão ser de licença remunerada, dependendo essa prorrogação de parecer de junta médica oficial. O restante (90 dias) não serão remunerados. O período de licença remunerada é contado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, II). b) Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge Para acompanhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração e o período de fruição não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito. c) Licença para o Serviço Militar Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 dias, sem remuneração, para reassumir o exercício do cargo. O período de licença é considerado como de efetivo exercício (art. 102, VIII, “f”). d) Licença para Atividade Política O servidor poderá obter licença durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. Esse período não é computado como tempo de CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 25 serviço, será sem remuneração. Também poderá obter a licença a partir do registro da candidatura e até o décimo dia seguinte ao da eleição, com a remuneração do cargo efetivo. Nessa hipótese, a remuneração somente será paga pelo período de três meses. Caso o período entre o registro da candidatura e o décimo dia seguinte ao da eleição supere três meses, o servidor poderá permanecer de licença, mas sem direito à remuneração. Esse período de licença será computado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III). e) Licença para Capacitação Após cada cinco anos de efetivo exercício, não acumuláveis, o servidor poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação profissional. Trata-se de ato discricionário, não gerando direito adquirido. Não devendo ser confundido com a licença prêmio, pois esta foi extinta. O período de licença para capacitação é considerado como de efetivo exercício para efeito de contagem do tempo de serviço. f) Licença para Tratar de Interesses Particulares O servidor poderá requerer licença para tratar de interesses particulares, sem remuneração, que poderá durar até três anos e pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 26 É vedada, no entanto, para servidor em estágio probatório. Sendo, ademais, ato discricionário da Administração. O período de licença, evidentemente, não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito. g) Licença para o Desempenho de Mandato Classista O servidor poderá obter licença para desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão. Será de forma não remunerada, sendo, no entanto, ato vinculado, ou seja, obrigatória a concessão. A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleição, por uma única vez. O tempo de fruição da licença é computado como de efetivo exercício para todos os efeitos, exceto para efeito de promoção por merecimento (art. 102, VIII, “c”). h) Licença para Tratamento de Saúde O servidor poderá obter licença para tratamento de sua própria saúde. Trata-se de licença remunerada. O prazo máximo contínuo de licença para tratamento de saúde é de 24 meses. O período de licença é computado como tempo de efetivo exercício até o limite de vinte e quatro meses, cumulativos ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo. A partir de 24 meses, cumulativos ao longo de todo o tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 27 efetivo, o período de licença será considerado como tempo de serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade. i) Licença à Gestante, à Adotante e Licença-Paternidade Gestante: 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Podendo ser prorrogado por mais 60 dias. O direito à licença pode ser exercido pela servidora a partir do primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por prescrição médica. No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. Adotante: (a) 90 dias se a criança tiver até 1 ano de idade; ou (b) 30 dias se a criança tiver mais de 1 ano de idade, que também poderá ser prorrogado, conforme o seguinte: Art. 1o Fica instituído, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, o Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante. Art. 2o Serão beneficiadas pelo Programa de Prorrogação da Licença à Gestante e à Adotante as servidoras públicas federais lotadas ou em exercício nos órgãos e entidades integrantes da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional. § 1o A prorrogação será garantida à servidora pública que requeira o benefício até o final do primeiro mês após o parto e terá duração de sessenta dias. § 2o A prorrogação a que se refere o § 1o iniciar-se-á no dia subseqüente ao término da vigênciada licença prevista no art. 207 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, ou do benefício de que trata o art. 71 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. § 3o O benefício a que fazem jus as servidoras públicas CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 28 mencionadas no caput será igualmente garantido a quem adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança, na seguinte proporção: I - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que trata o art. 71-A da Lei nº 8.213, de 1991: a) sessenta dias, no caso de criança de até um ano de idade; b) trinta dias, no caso de criança de mais de um e menos de quatro anos de idade; e c) quinze dias, no caso de criança de quatro a oito anos de idade. II - para as servidoras públicas em gozo do benefício de que trata o art. 210 da Lei nº 8.112, de 1990: a) quarenta e cinco dias, no caso de criança de até um ano de idade; e b) quinze dias, no caso de criança com mais de um ano de idade. § 4o Para os fins do disposto no § 3o, inciso II, alínea “b”, considera-se criança a pessoa de até doze anos de idade incompletos, nos termos do art. 2o da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Paternidade: Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade, remunerada, de 5 dias consecutivos. Os períodos de gozo das licenças descritas nesse tópico consideram-se como de efetivo exercício para efeito de contagem do tempo de serviço (art. 102, VIII, “a”). j) Licença por Acidente em Serviço Se do acidente em serviço resultar invalidez permanente do servidor, será ele aposentado com proventos integrais, não importa quanto tempo tenha de serviço. Se, ao término de 24 meses, o servidor for considerado inapto para o serviço, será aposentado por invalidez permanente com CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 29 proventos integrais. A prova do acidente deve ser feita no prazo de 10 dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem. Afastamentos e concessões Afastamentos: (1) Afastamento para Servir a Outro Órgão ou Entidade (art. 93); (2) Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo (art. 94); Afastamento para Estudo ou Missão no Exterior (art. 95) Concessões: Conforme o art. 97 da Lei nº 8.112/90, sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço, por 1 (um) dia, para doação de sangue; por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor; por 8 (oito) dias consecutivos em razão de: a) casamento; b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. Deveres e Responsabilidades do Servidor Os deveres estão previstos no art. 116 do RJU, que estabelece o seguinte: Art. 116. São deveres do servidor: I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; II - ser leal às instituições a que servir; III - observar as normas legais e regulamentares; IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; V - atender com presteza: a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo; CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 30 b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo; VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa; X - ser assíduo e pontual ao serviço; XI - tratar com urbanidade as pessoas; XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. Proibições Além dos deveres, a Lei nº 8.112/90 estabelece um rol de proibições, que conforme art. 117, são os seguintes: I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 31 VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008 XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias; XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput deste artigo não se aplica nos seguintes casos: (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 I - participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 32 cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros; e (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito de interesses. (Incluído pela Lei nº 11.784, de 2008 Penalidades Ao servidor público poderá ser aplicada as seguintes penalidades: Advertência; Suspensão; Demissão; Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; Destituição de cargo em comissão; Destituição de função comissionada. A demissão será aplicada no caso de faltas graves, ou seja, de acordo com o art. 132 da Lei nº 8.112/90, nos casos de: Crime contra a administração pública, ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal, Abandono de cargo, definido como a ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos, inassiduidade habitual, definida como a falta ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses; Improbidade administrativa, ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal; Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; Insubordinação grave em serviço; Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; Aplicação irregular de dinheiros públicos, ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal; Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 33 Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional, ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal; Corrupção, ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal; Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, se comprovada má-fé do servidor. A opção do servidor por um dos cargos até o último dia de prazo para defesa, no processo administrativo disciplinar sumário instaurado para apuração dessa irregularidade, configurará sua boa-fé e o servidor será simplesmente exonerado do outro cargo; Transgressão das proibições enumeradas anteriormente (incisos IX ao XVI do art. 117). Prescrição A prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data em que o fato se tornou conhecido, em: a) 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; b) 2 (dois) anos, quanto à suspensão; c) 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam- se às infrações disciplinares capituladas também como crime. A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente. Responsabilidades Conforme dispõe o art. 121 do RJU, o servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. Com efeito, a responsabilidade civil decorre de ato CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 34 omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função. Vige a independência de instâncias, ou seja, as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. Todavia, a responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria. Da sindicância e do Processo Administrativo Disciplinar A autoridade que tiver ciência de qualquer irregularidade estará obrigada a promover a imediata apuração mediante sindicância, quando se tratar de ilícitos menos grave, ou por meio de processo administrativo disciplinar, ante a gravidade dos fatos, sob pena de condescendência criminosa. Cabe ressaltar que há duas espécies de sindicância, a sindicância investigatória que é aquela utilizada para simples apuração dos fatos (materialidade e autoria) e a sindicância punitiva, sendo aquela utilizada para punições de menor expressão (advertência e suspensão até 30 dias). Essa é a dicção do artigo 145 da Lei nº 8.112/90 ao estabelecer que da sindicância poderá resultar em: a) arquivamento do processo; b) aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 35 até 30 (trinta) dias; c) instauração de processo disciplinar. Significa dizer que não constatada qualquer irregularidade (atipicidade da conduta – ausência de materialidade), bem como não sendo apurada a autoria, a sindicância deverá ser arquivada. De outro lado, se já se souber da autoria e da materialidade do fato, determina-se a abertura de sindicância punitiva, desde que a penalidade seja a advertência ou suspensão. Por fim, tendo em vista a gravidade dos fatos ou a punição em tese a ser aplicada, poderá resultar na abertura de processo administrativo disciplinar. Observe que o processo administrativo disciplinar será obrigatório, nos termos do art. 146 do RJU, sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão. Vê-se, portanto, que não seria a sindicância uma fase do processo administrativo, ela poderia ensejar sua abertura, tendo como prazo para conclusão 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, conforme dispõe o art. 145, parágrafo único, do RJU: Art. 145. Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior. O processo administrativo, por outro lado, como asseverado, é instrumento utilizado para eventual sanção por faltas mais graves. Nesse sentido, esclarece o artigo 151 do RJU que o processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 36 I – instauração II - inquérito administrativo III - julgamento. Nesse sentido, teremos as fases de instauração, mediante publicação do ato que constituir a comissão, inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório, e, por fim, a fase de julgamento. A instauração por ser promovida de ofício pela Administração ou por força de denúncia, que deverá ser formulada por escrito, devendo conter a identificação e o endereço do denunciante, devendo ser confirmada a autenticidade. Se o fato descrito na denúncia não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto. Instauração dá-se pela publicação da portaria de designação da comissão encarregada de proceder aos trabalhos de investigação e apresentar um relatório final conclusivo sobre a procedência ou não das acusações levantadas. A comissão disciplinar será composta de três servidores estáveis designados pela autoridade competente, que terá o prazo de 60 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, a critério da autoridade instauradora, quando as circunstâncias o exigirem, paraconcluir os trabalhos. No inquérito se procederá à tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. Nessa fase, é assegurado ao servidor acusado o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 37 procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. Será promovida a oitiva das testemunhas, que serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. As testemunhas serão inquiridas separadamente e prestarão depoimento oralmente e reduzido a termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito. Assim, concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado. Após tudo isso, e tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas, para então ser citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo na repartição. É importante destacar que se houver mais de um indiciado o prazo será comum, de 20 (vinte) dias, contado da data de ciência do último citado. No caso de citação feita por edital, o prazo para a defesa será de 15 (quinze) dias, contados da data da última publicação do edital. O prazo para defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, pelo presidente da comissão, caso sejam indispensáveis diligências para a realização do ato. Pode ocorrer, no entanto, do indiciado não apresentar defesa, o que se denomina revelia. Todavia, não surge nenhuma presunção legal contra o servidor, ou seja, não equivale à confissão (verdade material). Assim, conforme art. 164, §2º da Lei nº 8.112/90, o CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 38 indiciado que citada não promover sua defesa será considerado revel e, diante disso, será nomeado defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Nesse sentido, O Superior Tribunal de Justiça havia editado a súmula 343 que determinava a presença de advogado nos processos administrativos disciplinares em que o réu fosse revel, considerando trata-se de curadoria de revel. Por isso, tal incumbência recairia sobre os Defensores Públicos que, nos termos da Lei Complementar nº 80/94, têm a incumbência de realizar a curadoria especial nos termos da lei, tal como a de revel em processo disciplinar, segundo entendimento do STJ. No entanto, a súmula do STJ foi cancelada. É que o Supremo Tribunal Federal em posição contrária ao do STJ entendeu que não é necessária a presença de advogado para patrocinar a defesa de servidor em processo administrativo, consoante Súmula Vinculante nº 05: Súmula Vinculante nº 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição. Bem, após apresentada a defesa, a Comissão irá elaborar o relatório, que é o último ato da Comissão. Este deverá sempre ser conclusivo, pela absolvição ou pela punição. Caso o relatório conclua pela responsabilidade do servidor, deverão ser indicados os dispositivos legais ou regulamentares transgredidos, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. Concluído o relatório, o processo é remetido para a autoridade competente realizar o julgamento, fase final do processo administrativo disciplinar, sendo a autoridade competente definida conforme a sanção a ser aplicada. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 39 Assim, nas hipóteses de demissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a penalidade, conforme o Poder, órgão, ou entidade a que se vincula ou servidor, deverá ser aplicada pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo, dos Tribunais e pelo Procurador-Geral da República e os respectivos congêneres em cada esfera. Na hipótese de suspensão superior a 30 dias, a penalidade deverá ser aplicada pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior às descritas acima. Por fim, no caso de penalidades de advertência e suspensão de até 30 dias são aplicadas pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou regulamentos. A destituição de cargo em comissão será aplicada pela autoridade que houver feito a nomeação. A autoridade terá prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, para julgamento. Todavia, o descumprimento não acarreta nulidade. A sua não observância acarreta somente a volta do curso do prazo prescricional. É de se observar que o relatório deverá ser acatado, salvo se sua conclusão for contrária à prova dos autos. Neste caso, a autoridade julgadora, motivadamente, poderá agravar ou abrandar a penalidade proposta ou isentar o servidor de penalidade, devidamente motivado. Da revisão A revisão do processo disciplinar é instrumento destinado a realizar uma reapreciação do julgado. Nesse sentido, estabelece o art. 174 do RJU que o processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 40 ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. Vê-se, portanto, que a revisão poderá ser proposta a qualquer momento, inclusive, poderá ser realizado de ofício. Todavia, em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo. É preciso enfatizar que o ônus da prova cabe ao requerente no pedido de revisão e desse pedido não poderá resultar agravamento de penalidade. Dito isso, vamos às questões. QUESTÕES COMENTADAS 1. (AFCE – TCU – CESPE/2011) Em sentido estrito, todas as pessoas que servem ao poder público, de forma transitória ou definitiva, remuneradas ou não, são consideradas servidores públicos. Comentário: Em sentido amplo, servidor público ou agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades integrantes da Administração Pública ou que prestem serviços públicos. Contudo, em sentido estrito, servidor público é o ocupante de cargo público efetivo ou comissionado. Gabarito: Errado. CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 41 2. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) As pessoas que, nos termos da CF, são contratadas para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, por se constituírem em categoria especial de agentes públicos, não podem ser consideradas servidores públicos em sentido amplo. Comentário:De fato, conforme observado, os servidores ou agentes temporários são considerados agentes administrativos, ou seja, servidores públicos em sentido amplo (lato sensu). Gabarito: Errado. 3. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são entidades integrantes da administração indireta, portanto, aos seus funcionários aplica-se o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Comentário: A CF/88, em seu artigo 39, estabeleceu a obrigatoriedade da Administração Pública Direta, autárquica e fundacional de adotar regime jurídico único para seus servidores, conforme assim expresso: Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Diante disso, como observado, no âmbito federal, foi CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 42 editada a Lei nº 8.112/90, que criou o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais, o denominado Regime Jurídico Único (RJU), que, consoante dispõe o art. 1º: Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Portanto, tal regime não se aplica às empresas públicas e as sociedades de economia mista na medida em que o regime de seus empregados é o contratual (celetista). Gabarito: Errado. 4. (ANALISTA – ECT – CESPE/2011) Os ocupantes de cargo público ou de emprego público têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio, que, no caso da União, é a Lei n.º 8.112/1990. Comentário: Apenas os ocupantes de cargo público é que têm vínculo estatutário e institucional regido por estatuto funcional próprio, que, no caso da União, é a Lei n.º 8.112/1990. Gabarito: Errado. 5. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANTAQ – CESPE/2009) Os servidores civis das fundações públicas federais são regidos pelo regime jurídico único. Comentário: Poderemos ter nas fundações públicas pessoal regido CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 43 por regime estatutário (fundações de direito público) quanto pelo regime celetista (fundações públicas de direito privado). Por isso, a questão não teria resposta na medida em as fundações públicas poderão ter ou não servidores, conforme seu regime jurídico de criação. Lembre-se, ademais, que mesmo as fundações públicas (autarquias) havia a possibilidade de contratar sob o regime celetista com o advento da EC 19/98, que vigorou até a medida cautelar na ADI 2135. Dessa forma, os servidores que ingressaram a partir do julgamento da ADI(MC) 2135, sabemos, com certeza, que se submetem ao regime jurídico único. Todavia, aqueles que ingressaram entre a EC 19/98 e a ADI podem ser celetistas ou estatutários, de modo que a questão teria dupla resposta, por isso foi anulada. Gabarito: ** Anulada 6. (TECNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Acerca da Lei nº 8.112/90. A referida lei estabeleceu, para algumas carreiras específicas, denominadas carreiras de Estado, o direito à vitaliciedade e à inamovibilidade. Comentário: A Constituição Federal estabeleceu para algumas carreiras que exerçam função de Estado, ou seja, que exerça parcela do poder estatal as garantias de inamovibilidade e vitaliciedade. Dentre tais carreiras estão à magistratura (juízes) e membros do Ministério Público (promotores, procuradores da república) que gozam da vitaliciedade e da inamovibilidade (art. 95, inc. I e II c/c art. 128, inc. I, “a” e “b”, ambos da CF/88). CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 44 Também aos Defensores Públicos foi conferida a garantia da inamovibilidade, conforme estabelece o art. 134, §1º, CF/88. Portanto, não foi o regime jurídico dos servidores civis da União (Lei nº 8.112/90) que estabeleceu referidas prerrogativas, devendo ser observado, inclusive, que referido regime somente se aplica supletivamente a tais carreiras. Gabarito: Errado. 7. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) As funções de confiança podem ser exercidas tanto por servidores efetivos quanto por aqueles que, mesmo não detendo vínculo permanente com a administração, trabalham no serviço público e percebem vantagem pecuniária extra, paga em virtude do tipo especial de atribuição que desempenham. Comentário: As funções de confiança somente podem ser exercidas por servidores de carreira, ou seja, servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, consoante estabelece o art. 37, inc. V, da CF/88, assim expresso: V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento Gabarito: Errado. 8. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Cargo CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 45 público é o lugar dentro da organização funcional da administração direta, de suas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções e remuneração fixadas em lei ou diploma a ela equivalente. Comentário: Nos termos do art. 3º da Lei nº 8.112/90, cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. De outro lado, conforme a própria Lei nº 8.112/90, art. 2º, estabelece, servidor é pessoa legalmente investida em cargo público. Assim, somente haverá cargos públicos no âmbito da Administração direta, autárquica e fundacional (fundações públicas de direito público). Nas demais entidades administrativas, ou seja, nas fundações públicas de direito privado e nas estatais não teremos cargos públicos, teremos empregados públicos. Gabarito: Errado. 9. (TECNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Os ocupantes de empregos públicos são designados empregados públicos, contratados sob o regime da legislação trabalhista, ainda que submetidos a todas as normas constitucionais referentes a requisitos para investidura, acumulação de cargos e vencimentos. Comentário: De fato, os empregados públicos são os ocupantes de empregos públicos, na medida em que são contratados sob o regime da legislação trabalhista, ainda que submetidos a todas as normas constitucionais referentes a requisitos para investidura, acumulação CURSO DE DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E EXERCÍCIOS – DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br Página | 46 de cargos e vencimentos. Assim, em que pese o empregado estar submetido a uma relação contratual, há requisitos estabelecidos constitucionalmente aplicáveis a cargos, empregos ou funções, tal como acumulação, acessibilidade e investidura e vencimentos. Gabarito: Certo. 10. (ANALISTA TÉCNICO – ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) O ocupante
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