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Aula 06 - Constitucional

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DIREITO CONSTITUCIONAL PARA DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR FREDERICO DIAS 
 
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Aula 6 – Poder Executivo: Atribuições e Responsabilidades do 
Presidente da República. Forma e sistema de governo. Chefia de 
Estado e chefia de governo. Funções essenciais à Justiça. 
Segurança pública. 
 
Olá, caro aluno, 
Hoje vamos tratar de Poder Executivo. Quais são as atribuições do Presidente 
da República? O que acontece quando ele comete um crime? São assuntos 
interessantíssimos, e serão tratados hoje aqui. 
Posteriormente, falaremos sobre funções essenciais à justiça. Por fim, vamos 
discutir como a Constituição da República organizou a segurança pública no 
Brasil e de que forma a Polícia Federal (seu próximo órgão) se enquadra 
nessa estrutura. 
Tenho certeza de que você “sairá” desta aula com esses assuntos muito bem 
aprendidos... 
Vejamos nosso conteúdo. 
1 - Forma de Governo 
2 - Sistema de Governo 
3 – Poder Executivo 
3.1 – Atribuições do Presidente da República 
3.2 – Responsabilidades do Presidente da República 
4 – Ministério Público 
4.1 – Princípios institucionais do Ministério Público 
4.2 – Garantias e vedações 
4.3 – Funções 
4.4 – Conselho Nacional do Ministério Público 
4.5 – Ministério Público Especial junto aos tribunais de contas 
4.6 – Prerrogativa de foro 
5 – Outras funções essenciais à justiça 
5.1 – Advocacia Pública 
5.2 – Advocacia 
5.3 – Defensoria Pública 
6 – Segurança Pública 
 6.1 – Polícia Federal 
6.2 – Polícia Rodoviária Federal e Ferroviária Federal 
6.3 – Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militares 
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Preparado então? Vamos lá! 
 
1 – Forma de Governo 
Ao apresentar os princípios fundamentais, a nossa Constituição demonstra qual 
foi a sua opção no que tange à forma de Governo (República). 
É o que podemos observar também com a leitura do art. 18 da CF/88. 
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do 
Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, 
todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
A forma de Governo diz respeito à relação entre governantes e 
governados no tocante à aquisição e o exercício do poder. 
É saber como se dá a instituição do poder na sociedade, como são escolhidos 
os governantes e como eles se relacionam com os governados. Podem-se 
dividir as formas de governo em: república e monarquia. 
De início, vale ressaltar que o Brasil adota a república como forma de 
Governo. 
A república é a forma de governo que tem as seguintes características: (i) 
eletividade (na medida em que os governantes são eleitos); (ii) temporalidade 
(pois o exercício do poder se dá por um período transitório – período certo); e 
(iii) responsabilidade ou dever de prestar contas (já que os administradores 
têm o dever de prestar contas sobre a gestão da coisa pública). 
A monarquia é a forma de governo que tem as seguintes características: (i) 
hereditariedade (os governantes chegam ao poder pelo critério hereditário); 
(ii) vitaliciedade (mandatos sem prazos determinados); (iii) irresponsabilidade 
(na medida em que o monarca não presta contas dos seus atos). 
Sintetizando: 
 
 
relação entre governantes e governados Forma de 
Governo 
Monarquia 
República 
Eletividade 
Temporalidade 
Responsabilidade dever de prestar contas 
Hereditariedade 
Vitaliciedade 
Irresponsabilidade 
não há obrigação de prestar 
contas perante os governados 
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1. (CESPE/ANALISTA MINISTERIAL – ESPECIALIDADE CIÊNCIAS 
JURÍDICAS/MINISTÉRIO PÚBLICO – TO/2006) Decorre do princípio 
republicano a regra constitucional de que o mandato do presidente da 
República será de quatro anos. 
De fato, o mandado de quatro anos do Presidente decorre do princípio 
republicano. Trata-se da “temporalidade”, relacionada à alternância no 
exercício do poder. 
Item certo. 
2. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO /SEGER/ES/2008) A 
forma republicana pressupõe, modernamente, que o representante do 
governo seja eleito pelo povo, que este seja representado em câmaras ou 
assembléias populares e que os mandatos eletivos sejam temporários. 
São características da república (como visto no esquema): eletividade e 
temporalidade. 
Item certo. 
 
2 - Sistema de Governo 
Estudar sistemas de governo é examinar a relação entre os Poderes 
Executivo e Legislativo. Poderá haver maior independência, ou então maior 
colaboração entre eles, de acordo com o sistema adotado. No Brasil, adota-se 
o sistema presidencialista, de acordo com o Plebiscito de 1993. 
O presidencialismo é o sistema de governo marcado pelas seguintes 
características: (i) independência entre os poderes; (ii) mandatos por prazo 
certo (membros do Executivo e do Legislativo exercem mandatos por prazo 
certo, que não podem ser abreviados); e (iii) chefia monocrática ou unipessoal 
(as chefias de Estado e de Governo estão concentradas numa mesma pessoa). 
Veja que é o caso do Brasil. O Presidente é eleito para um mandato de quatro 
anos, e tem direito a cumpri-lo integralmente, até o último dia de seu governo, 
sem nenhuma interferência do Legislativo. Não é dado ao Legislativo abreviar o 
mandato do chefe do Poder executivo. E vice-versa: o Presidente não pode 
determinar a dissolução do Congresso Nacional, a fim de abreviar o mandado 
dos congressistas. 
Ademais, no Brasil o Presidente da República exerce, simultaneamente, a 
chefia de Estado e a chefia de Governo. 
Ele figura como chefe de Estado quando representa a República Federativa do 
Brasil frente a outros Estados soberanos ou perante organizações 
internacionais (quando celebra um tratado internacional, por exemplo). Ou 
mesmo quando corporifica internamente a unidade nacional (quando decreta a 
intervenção federal para manter a integridade nacional – art. 34, I -, por 
exemplo). 
Já o exercício da chefia de governo se dá quando o Presidente da República 
cuida dos negócios internos de interesse da sociedade brasileira (quando atua 
como administrador, por exemplo). 
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Por outro lado, o parlamentarismo é o sistema de governo marcado pelas 
seguintes características: (i) maior interdependência, proximidade e 
colaboração entre os Poderes Executivo e Legislativo; (ii) mandatos por prazo 
incerto; (iii) chefia dual (na medida em que as chefias de Estado e de Governo 
são exercidas por duas pessoas distintas: a chefia de Estado é exercida pelo 
Monarca ou Presidente da República, conforme seja a forma de governo 
Monarquia ou República; e a chefia de Governo é exercida pelo Primeiro 
Ministro). 
Explicando melhor o funcionamento do Parlamentarismo: 
a) o povo elege o parlamento; e 
b) o chefe de Estado (chefe do Executivo) escolhe seu chefe de Governo (o 
Primeiro Ministro); este último submete seu plano de governo ao Parlamento, 
que passa a se responsabilizar também por ele. 
Daí então, se estabelece uma relação de interdependência entre os poderes, 
na medida em que o Primeiro Ministro só se sustenta se tiver apoio do 
Parlamento. Por outro lado, o governo tem o poder de dissolver o Parlamento e 
convocar novas eleições parlamentares. 
Sintetizando: 
 
 
3. (CESPE/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – ACRE/2006) O parlamentarismo e 
o presidencialismo são formas de governo previstas no texto constitucional. 
Essa questãoé clássica em concursos públicos: confundir o candidato 
misturando os conceitos de forma de governo e sistema de governo. A questão 
está errada, já que presidencialismo e parlamentarismo não são formas de 
governo, mas sim sistemas de governo (formas de governo são república e 
monarquia). 
Item errado 
4. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA 
PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) A CF adota o presidencialismo como 
forma de Estado, já que reconhece a junção das funções de chefe de Estado 
e chefe de governo na figura do presidente da República. 
relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo Sistema de 
Governo 
Presidencialismo 
Parlamentarismo 
• Interdependência (maior colaboração entre os 
poderes) 
• Mandatos por prazo incerto 
• Chefia dual 
• Independência entre os Poderes Executivo e 
Legislativo 
• Mandatos por prazo certo 
• Chefia monocrática ou unipessoal 
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De fato, a junção das funções de chefe de Estado e chefe de governo na 
mesma pessoa (chefia monocrática) é característica do presidencialismo. 
Entretanto, presidencialismo e parlamentarismo são sistemas de governo (e 
não formas de Estado). 
Item errado. 
5. (CESPE/AGENTE ADMINISTRATIVO/AGU/2010) O Brasil, desde a 
promulgação da Constituição de 1946, tem adotado o presidencialismo 
como forma de governo. Assim, a atividade executiva está concentrada na 
figura do presidente da República, que é, ao mesmo tempo, chefe de 
governo, chefe de Estado e chefe da administração pública. 
De fato, o presidencialismo adota uma chefia monocrática, em que a 
atividade executiva está concentrada no presidente da República, que é, ao 
mesmo tempo, chefe de governo, chefe de Estado e chefe da administração 
pública. 
Entretanto, a questão está errada. Primeiro porque presidencialismo é sistema 
de governo. 
Ademais, há um outro erro. O Brasil chegou a adotar o parlamentarismo 
durante o início governo do presidente João Goulart. Tratou-se de um curto 
período, entre 1961 e 1963. Hoje, somos um país presidencialista. 
Item errado. 
6. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO / SEGER / ES / 2008) 
A forma republicana pressupõe, modernamente, que o representante do 
governo seja eleito pelo povo, que este seja representado em câmaras ou 
assembleias populares e que os mandatos eletivos sejam temporários. 
A escolha da forma de governo diz respeito à relação entre governantes e 
governados no tocante à aquisição e o exercício do poder. 
A assertiva está correta, pois eletividade (governantes são eleitos pelo povo) e 
temporalidade (exercício do poder se dá por um período transitório) são 
características da república. 
Item certo. 
7. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO / SEGER / ES / 2008) 
Saber a forma de governo de determinado Estado é o mesmo que saber 
quem deve exercer o poder e como este se exerce. 
Estudar as formas de governo é estudar como se dá a relação entre 
governantes e governados no tocante à aquisição e ao exercício do poder. É 
saber como é escolhido o governante, de que forma ele exerce o poder e como 
se dá a relação entre ele e seus governados. 
Objetivamente, as formas de governo (república x monarquia) não se 
confundem com os sistemas de governo (presidencialismo x 
parlamentarismo). 
8. (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO/AGENTE DE ESCOLTA E VIGILÂNCIA 
PENITENCIÁRIO/SEJUS/ES/2009) Na qualidade de chefe de Estado, o 
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presidente da República exerce a liderança da política nacional por meio da 
orientação das decisões gerais e da direção da máquina administrativa. 
Ao exercer a liderança da política nacional e dirigir a máquina administrativa, o 
Presidente da República estará atuando como chefe de governo. 
Item errado. 
9. (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2008) O Brasil adota o sistema de 
governo presidencialista, no qual o Poder Executivo é exercido de maneira 
monocrática, com as funções de chefe de Estado e de chefe de governo 
estando confiadas a um só agente político. 
O Brasil adota o sistema de governo presidencialista. Como comentado, essa 
foi a escolha dos cidadãos brasileiros, mediante plebiscito (ADCT, art. 2º). 
Nesse caso, a chefia do Poder Executivo é do tipo monocrática ou unipessoal, 
concentrando-se na mesma pessoa – Presidente da República – as funções de 
chefe de Estado e chefe de governo. 
Item certo. 
10. (CESPE - ADAPTADO/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) No 
sistema de governo presidencialista, o chefe de governo é também o chefe 
de Estado. 
De fato, o presidencialismo é o sistema de governo que tem, dentre as suas 
características, a chefia monocrática (ou unipessoal), vale dizer, a chefia de 
governo e a chefia de Estado concentram-se numa mesma pessoa. 
Item certo. 
11. (CESPE - ADAPTADO/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) 
Quando o presidente da República celebra um tratado internacional, o faz 
como chefe de governo. 
Quando o Presidente da República celebra um tratado internacional ele está 
exercendo uma função de chefe de Estado. Como chefe de governo, o 
Presidente da República cuida dos negócios internos do país. 
Item errado. 
 
3 – Poder Executivo 
O Poder executivo é abordado pela nossa Constituição entre os arts. 76 e 91. 
Ele exerce a função típica de administrar. Isso compreende funções de 
governo e de administração da coisa pública. 
Como as funções estatais não são atribuídas aos órgãos de forma exclusiva, o 
Poder Executivo também exerce funções atípicas: 
I) função legislativa: edição de medidas provisórias e decretos autônomos; 
II) função de julgamento: no âmbito de processos administrativos. 
Agora, entremos exatamente no que o seu edital está cobrando. 
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3.1 – Atribuições do Presidente da República 
O art. 84 da Constituição Federal estabelece quais são as atribuições do 
Presidente da República. Observe abaixo, atentando para os destaques em 
negrito. 
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; 
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da 
administração federal; 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos na 
Constituição; 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus 
representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo 
do Congresso Nacional; 
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; 
X - decretar e executar a intervenção federal; 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião 
da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as 
providências que julgar necessárias; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos 
órgãos instituídos em lei; 
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus 
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; 
XIV - nomear, após aprovaçãopelo Senado Federal, os Ministros do Supremo 
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o 
Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e 
outros servidores, quando determinado em lei; 
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de 
Contas da União; 
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o 
Advogado-Geral da União; 
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XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; 
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
Nacional; 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo 
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das 
sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, 
a mobilização nacional; 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; 
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; 
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças 
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente; 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de 
diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta 
Constituição; 
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias 
após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício 
anterior; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; 
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62; 
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição. 
Com uma leitura atenta, você pode observar que diversas competências dessa 
lista são bem intuitivas. Ou seja, está na cara que se referem a atividades de 
responsabilidade do Presidente da República. 
Isso facilita a sua vida, certo? Afinal, a quem mais competiria competências 
como as seguintes: nomear ministros; exercer a direção da administração 
pública; iniciar, sancionar, promulgar, fazer publicar e vetar projetos de lei; 
manter relação outros Estados e celebrar tratados internacionais; decretar 
estado de defesa, de sítio e intervenção; enviar ao Congresso seu plano de 
governo, leis orçamentárias e prestar contas; entre outras? 
Sugiro que você dê mais uma lida com esse foco: observar que a grande 
maioria das competências naturalmente são associadas à figura do Presidente 
da República. 
Observe que, no que for pertinente, essas atribuições serão estendidas aos 
governadores e prefeitos municipais. 
As questões comentadas logo a seguir auxiliarão a memorização dessas 
competências. 
Antes, entretanto, preciso mencionar os detalhes mais importantes para 
concursos: (i) distinção entre o decreto regulamentar e decreto autônomo; e 
(ii) delegação de competências aos ministros de Estado, AGU e PGR. 
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Poder regulamentar e decreto autônomo 
Trata-se da distinção entre as competências previstas nos incisos IV e VI do 
art. 84 da CF/88. Vejamos: 
Compete privativamente ao Presidente da República: 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir 
decretos e regulamentos para sua fiel execução; 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
Esse assunto é campeão em concursos! 
Tenha em mente que até a EC 32/2001 nossa Constituição autorizava ao 
Presidente da República apenas a edição de decretos regulamentares (CF, 
art. 84, IV). Trata-se de prerrogativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo de 
editar decretos e regulamentos (normas infralegais) que visem a regulamentar 
leis. 
E o que significa poder editar decretos regulamentares? É a competência de 
que dispõe Presidente da República de editar decretos que detalhem as leis, 
especifiquem como aquela lei será aplicada, na prática. Ou seja, primeiro o 
Congresso Nacional aprova uma lei geral, depois o Presidente da República 
edita um decreto que regulamente aquela lei. 
O fato é que, antes, o Presidente só podia editar esse tipo de decreto: decreto 
regulamentar (ato infralegal, situado abaixo das leis). 
Pois bem, a EC 32/2001 deu ao chefe do poder executivo competência para a 
edição dos chamados decretos autônomos (atos normativos com força de 
lei, ou seja, independentemente de lei anterior), exclusivamente nas seguintes 
hipóteses (CF, art. 84, VI): 
I - organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
II - extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Ou seja, hoje, o chamado decreto autônomo (atos primários, diretamente 
hauridos no texto da Constituição, com força de lei) está expressamente 
autorizado, mas apenas nessas situações restritas explicitadas no inciso VI do 
art. 84 do texto constitucional. 
Portanto, os decretos regulamentar (inc. IV) e autônomo (inc. VI) não se 
confundem. E você não pode confundi-los! 
Repetindo. 
O decreto regulamentar (CF, art. 84, IV) é editado para assegurar a fiel 
execução das leis, tem fundamento de validade na lei e status de 
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norma secundária, infralegal. Quanto ao decreto autônomo (CF, art. 84, 
VI), ele tira seu fundamento de validade diretamente da Constituição e 
tem status de norma primária, equiparado às leis. 
Como veremos logo a seguir, o decreto regulamentar não é delegável. Já o 
decreto autônomo poderá ser delegado pelo Presidente da República aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral 
da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações (CF, 
art. 84, parágrafo único). 
Competências delegáveis aos ministros de Estado, ao AGU e ao PGR 
O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais 
cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância. Esse dispositivo 
enumera as atribuições do Presidente da República que são delegáveis aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República (PGR) ou ao Advogado-
Geral da União (incisos VI, XII e XXV, primeira parte). 
Assim, as competências delegáveis são apenas: 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Quanto a este último ponto, fique atento! 
Compete privativamente ao Presidente da República prover e extinguir os 
cargos públicos federais, na forma da lei (CF, art. 84, XXV). 
O provimento pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao Procurador-
Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. A extinção não! 
Entretanto, se o cargo estiver vago, trata-se da extinção de cargos vagos, 
que o Presidente da República pode realizar por meio de decreto autônomo 
(nos termos do art. 84, VI, “b” da CF/88). Nesse caso, se é decreto 
autônomo, pode ser delegado também. 
Cabe comentar que o provimento e a extinção dos cargos públicos por ato do 
Presidente abrangem os cargos do Poder Executivo. 
Outro detalhe interessante é que, para o Supremo Tribunal Federal, a 
competência para prover cargos públicos (CF, art. 84, XXV, primeira parte) 
abrange a de desprovê-los. Portanto,a competência de desprover os cargos 
públicos é suscetível de delegação a Ministro de Estado (CF, art. 84, parágrafo 
único). 
Com isso é válida a Portaria de um Ministro de Estado que, no uso de 
competência delegada, aplica a pena de demissão a servidor (MS 25.518, Rel. 
Min. Sepúlveda Pertence, 10-8-2006). 
Repare que, ao enumerar expressamente as matérias que são delegáveis, de 
certa forma, a Constituição está também fixando as matérias que são 
indelegáveis (demais incisos do art. 84 da CF/88). 
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E, antes que alguém me pergunte, o “indulto” é uma espécie de graça 
processual penal. Trata-se de ato de clemência do Poder Executivo, que 
extingue a punibilidade (o poder de punir por parte do Estado para aquele 
condenado). 
Por favor, não marque bobeira! Memorize essas hipóteses em que o decreto 
autônomo se aplica, bem como as competências do Presidente que podem ser 
delegadas. E vá para sua prova tranquila (ou tranquilo)... 
12. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) A CF atribuiu ao presidente da República 
a competência privativa para prover e extinguir os cargos públicos 
federais, na forma da lei. 
Trata-se da competência prevista no inciso XXV do art. 84. Houve alunos meus 
que erraram essa questão, argumentando que só seria competência do 
presidente da República extinguir os cargos públicos quando eles estiverem 
vagos. 
Veja que uma coisa é a competência prevista no inciso XXV de extinção dos 
cargos, que será exercida na forma da lei (nos limites que a lei determinar). 
Essa competência está expressa na Constituição, e a questão foi mera 
transcrição. Portanto, está correta. 
Por outro lado, há a competência para extinguir cargos vagos mediante 
decreto autônomo, de acordo com o art. 84, VI, “b”. Observe que o decreto 
autônomo tira fundamento de validade diretamente da Constituição. 
Item certo. 
13. (CESPE/ANALISTA/ANEEL/2010) O presidente da República não dispõe de 
competência constitucional para conceder indulto, por se tratar de 
competência exclusiva do Poder Judiciário. 
Compete privativamente ao Presidente da República conceder indulto e 
comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei 
(CF, art. 84, XII). Saiba essa competência, pois ela é delegável. 
Item errado. 
14. (CESPE/PROMOTOR/MPE-SE/2010) O presidente da República pode, 
mediante decreto, delegar todas as atribuições privativas que a CF lhe 
reserva, observados os limites traçados nas delegações. 
O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais 
cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância. Esse dispositivo 
enumera as atribuições do Presidente da República que são delegáveis (incisos 
VI, XII e XXV, primeira parte). 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Se a Constituição enumera expressamente as matérias delegáveis, de certa 
forma, ela fixa também indelegáveis (demais incisos do art. 84). 
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A questão está errada, pois nem todas as competências privativas do 
Presidente são delegáveis. 
Item errado. 
15. (CESPE/AGENTE/PF/2012) Como são irrenunciáveis, todas as atribuições 
privativas do presidente da República previstas no texto constitucional não 
podem ser delegadas a outrem. 
Como vimos, a Constituição Federal autoriza ao Presidente da República 
delegar algumas de suas competências, quais sejam: 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Item errado. 
16. (CESPE/TJDF/CONTROLE INTERNO/2008) O presidente da República tem 
competência para delegar, aos presidentes dos tribunais, a competência 
de prover e extinguir os cargos públicos federais no âmbito da 
administração pública direta, o que abrange o Poder Judiciário. 
A competência para prover cargos públicos em tribunais é do próprio Poder 
Judiciário (e não do Presidente da República). 
“Art. 96. Compete privativamente: 
I - aos tribunais: 
(...) 
c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira 
da respectiva jurisdição; 
(...) 
e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o 
disposto no art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração 
da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;” 
Item errado. 
17. (CESPE/SGA/AC/Escrivão de Polícia/2008) A extinção de funções ou 
cargos públicos vagos é competência privativa do presidente da República, 
exercida por meio de decreto. 
Trata-se do chamado decreto autônomo, previsto no art. 84, VI da CF/88, que 
faculta ao Presidente extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos e 
dispor sobre a organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos. 
Item certo. 
18. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) No exercício do 
poder regulamentar, compete ao presidente da República dispor, mediante 
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decreto, sobre a criação e a extinção de órgãos, funções e cargos públicos, 
quando tal ato não implicar aumento de despesa. 
Por decreto autônomo, o chefe do poder executivo pode (CF, art. 84, VI): 
I - organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
II - extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Ou seja, não se admite a criação ou extinção de órgãos públicos por 
meio de decreto. 
Item errado. 
19. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Compete privativamente ao 
presidente da República extinguir os cargos públicos federais, na forma da 
lei. 
De fato, nos termos do art. 84, XXV da CF/88, compete ao presidente da 
República prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei. 
Observe um detalhe: quanto a esse inciso, a Constituição estabelece que seria 
delegável apenas a competência prevista na “primeira parte”. 
Como as competências desse inciso são (i) prover e (ii) extinguir, entende-se 
que o presidente pode delegar o provimento dos cargos, mas não a extinção 
de cargos ocupados. 
Se o cargo estiver vago, aí sim. Ele cai na regra do decreto autônomo (CF, art. 
84, VI, “b”) e aí pode ser delegado. 
Item certo. 
20. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Conforme entendimento do STF, o 
presidente da República pode delegar aos ministros de Estado, por meio 
de decreto, a atribuição de demitir, no âmbito das suas respectivas 
pastas, servidores públicos federais. 
Compete ao presidente da República prover os cargos públicos federais (CF, 
art. 84, XXV, primeira parte). Nos termos do parágrafo único do art. 84, essa 
competência poderá ser delegada aos ministros de Estado, ao Procurador Geral 
da República e ao Advogado Geral da União. 
Pois bem, segundo o STF, essa competência para prover cargos públicos 
abrange a competência de desprovê-los. Assim, pode o ministro de Estado, 
com base em competência delegada, aplicar pena de demissão a servidor. 
Item certo. 
21. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) Algumas 
competências privativas do presidente da República podem ser delegadas 
aos ministros de estado. Entre elas está a de presidir o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa quando não estiver presentena sessão. 
A competência para presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa 
não pode ser delegada. 
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Tenho certeza de que você não errou essa! 
Item errado. 
22. (CESPE/TECNICO/ANVISA/2007) Violaria a Constituição Federal um 
decreto do presidente da República que extinguisse a ANVISA e 
transferisse as competências dessa agência para um órgão do MS. 
De fato, esse ato violaria a Constituição, na medida em que, por meio de 
decreto autônomo, até poderia o presidente dispor sobre organização e 
funcionamento da administração federal, desde que não implicasse aumento 
de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (CF, art. 84, VI, 
“a”). 
Item certo. 
23. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DP/SE/2005) O poder regulamentar do 
presidente da República, conforme texto atual da Constituição Federal, 
não autoriza a extinção de cargos públicos, matéria esta afeta ao princípio 
da legalidade. 
No direito administrativo, a doutrina denomina de Poder regulamentar as 
competências do chefe do Poder executivo para editar atos normativos, 
englobando também o chamado decreto autônomo. 
De acordo com o art. 84, VI, “b”, o Presidente da República pode, por meio de 
decreto, dispor sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando 
vagos. 
Item errado. 
24. (CESPE / ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA / TST / 2008) 
O presidente da República pode, por meio de decreto presidencial, 
transferir para um órgão da Presidência determinada competência 
atribuída ao Ministério do Trabalho. 
Desde que não aumente de despesa ou acarrete criação/extinção de órgão 
público, pode o Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre 
organização e funcionamento da administração federal (CF, art. 86, VI). 
Item certo. 
25. (CESPE/JUIZ/ TRT 1ª REGIÃO (RJ)/2010) A CF admite a possibilidade de o 
advogado-geral da União conceder indulto e comutar penas, com 
audiência dos órgãos instituídos em lei, se necessário. 
O parágrafo único do art. 84 enumera as atribuições do Presidente da 
República que são delegáveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da 
República ou ao Advogado-Geral da União: 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas, com audiência, se necessário, dos 
órgãos instituídos em lei (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Memorize isso, por favor! 
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Bem, se o Presidente pode delegar ao AGU a concessão de indultos e a 
comutação de penas podemos considerar que a Constituição admite sim a 
possibilidade de que o Advogado-Geral da União conceda indulto e comute 
penas, com audiência dos órgãos instituídos em lei, se necessário. 
Item certo. 
26. (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) De acordo com a CF, o presidente 
da República pode, em caráter excepcional, delegar aos ministros de 
Estado sua competência para editar medidas provisórias. 
A Constituição assegura ao Presidente da República competência privativa para 
editar medidas provisórias com força de lei (CF, art. 84, XXVI). Todavia, tal 
competência não está entre aquelas que podem ser delegadas aos Ministros de 
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União (CF, 
art. 84, parágrafo único). 
Item errado. 
27. (CESPE/AGENTE DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) O presidente da República 
pode delegar aos ministros de Estado, conforme determinação 
constitucional, a competência de prover cargos públicos, a qual se estende 
também à possibilidade de desprovimento, ou seja, de demissão de 
servidores públicos. 
Como comentado, segundo o STF a competência de prover os cargos públicos 
inclui a competência de demitir os servidores públicos. 
Assim, como o parágrafo único do art. 84 da Constituição estabelece que seria 
delegável o provimento dos cargos públicos federais, podemos entender que 
também a demissão poderia ser delegada. 
Fique atento! Essas competências que podem ser delegadas são as mais 
importantes para concursos. 
Item certo. 
28. (CESPE/DIPLOMATA/IRB/2011) De acordo com a CF, incluem-se entre as 
competências privativas do presidente da República as de manter relações 
com Estados estrangeiros, acreditar seus representantes diplomáticos e 
celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo 
do Congresso Nacional. 
De fato, compete ao Presidente da República manter relações com Estados 
estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos (CF, art. 84, VII). 
Trata-se de competência a ser desempenhada no exercício da função de chefe 
de Estado. 
Item certo. 
29. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/ES/2011) A concessão de indulto é uma 
atribuição do presidente da República que pode ser delegada ao ministro 
da justiça. 
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De fato, a concessão de indulto é uma competência delegável do Presidente da 
República. Portanto, poderá ser delegada a qualquer ministro de Estado (CF, 
art. 84, parágrafo único). 
Item certo. 
30. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/ES/2011) Em que pese a existência do 
princípio da legalidade, é possível, perante a CF, que o chefe do Poder 
Executivo, mediante decreto, extinga órgãos, funções ou cargos públicos 
na administração direta do Poder Executivo. 
Esta questão deve ser respondida com base no art. 84, VI, da CF/88, que 
permite que o Presidente a edição de decreto autônomo nas seguintes 
hipóteses: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Ou seja, a assertiva está incorreta, pois mediante decreto autônomo o 
presidente não pode criar/extinguir órgãos públicos, nem cargos ou funções 
ocupadas. 
Item errado. 
31. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/ES/2011) As competências privativas 
atribuídas ao presidente da República pelo texto constitucional não 
podem, pela sua natureza, em nenhuma hipótese, ser objeto de 
delegação. 
Vimos que diversas competências do Presidente da República podem ser 
delegadas, nos termos do art. 84, parágrafo único, da CF/88. 
Item errado. 
32. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2011) O presidente da República 
pode delegar a atribuição de concessão de indultos ao ministro da Justiça. 
Observe como as questões ficam repetidas... Por isso é importante resolver 
tantos exercícios. 
O parágrafo único do art. 84 permite que o Presidente da República delegue 
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União as seguintes competências: 
I) edição do decreto autônomo (CF, art. 84, VI); 
II) conceder indultos e comutar penas, com audiência, se necessário, dos 
órgãos instituídos em lei (CF, art. 84, XII); 
III) prover os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Item certo. 
33. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2011) O presidente da República 
pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento da 
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administração federal, promovendo a extinção de funções ou cargos 
públicos que julgar desnecessários e inconvenientes para o serviço 
público. 
O Presidente pode editar decreto autônomo para dispor sobre organização e 
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumentode 
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (CF, art. 84, VI, I). 
Item errado. 
34. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA I/TRE/MT/2010) De 
acordo com a CF, o presidente da República poderá delegar a atribuição 
de conferir condecorações e distinções honoríficas. 
Compete privativamente ao Presidente da República conferir condecorações e 
distinções honoríficas. Todavia, tal competência é indelegável (CF, art. 84, XXI 
c/c parágrafo único). 
Item errado. 
35. (CESPE/JUIZ/TJ/CE/2012) De acordo com o STF, é indelegável a 
competência do chefe do Poder Executivo federal para aplicar pena de 
demissão a servidores públicos federais. 
Uma das competências delegáveis do Presidente da República é a de prover 
os cargos públicos federais (CF, art. 84, XXV, primeira parte). 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, a competência para prover cargos 
públicos abrange a de desprovê-los. Portanto, a competência de desprover 
os cargos públicos também é suscetível de delegação a Ministro de Estado (CF, 
art. 84, parágrafo único). 
Diante disso, pode o Presidente da República delegar a Ministro de Estado a 
competência para aplicar pena de demissão a servidor. 
Item errado. 
 
3.2 – Responsabilidades do Presidente da República 
Nos arts. 85 e 86, a Constituição estabelece os crimes de responsabilidade 
do Presidente da República, bem como o procedimento de sua 
responsabilização. 
Os crimes de responsabilidade são infrações político-administrativas 
cometidas no desempenho da função. 
A Constituição estabelece rol exemplificativo de crimes de responsabilidade, 
como sendo os atos do Presidente da República que atentem contra a 
Constituição Federal e, especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério 
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
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IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais. 
Esses crimes serão definidos em lei federal, que estabelecerá as normas de 
processo e julgamento. 
Atenção! Lei federal é que estabelecerá os crimes de responsabilidade, 
mesmo os dos governadores ou prefeitos, uma vez que compete à União 
legislar sobre direito penal. 
São da competência legislativa da União a definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e 
julgamento. (Súmula 722 do STF) 
Pois bem, além dos crimes de responsabilidade, o Presidente da República 
também será responsabilizado por infrações penais comuns, ou crimes 
comuns, se tiverem relação com o exercício do mandato. Explicarei 
melhor esse aspecto ao tratar das imunidades do Presidente da República. 
Antes eu gostaria de detalhar como funciona o processo de responsabilização 
do Presidente, nos termos do art. 86 da CF/88. 
Como veremos logo a seguir, a Câmara deve autorizar o processo de 
responsabilização do Presidente. Pois bem, uma vez admitida a acusação 
contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, 
será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas 
infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de 
responsabilidade (CF, art. 86). 
Infrações penais comuns → STF 
Crimes de responsabilidade → Senado Federal 
Em suma, o processo de responsabilização do Presidente da República passa 
por duas fases sequenciais: 
a) admissão da acusação, por dois terços da Câmara dos Deputados; 
b) julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais 
comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
Significa dizer que primeiro há um juízo de admissibilidade da ação (Câmara 
dos Deputados). Depois é há o julgamento em si (STF ou Senado) 
A repetição é que ajuda a memorização...rs 
Uma vez admitida a acusação pela Câmara dos Deputados, o Presidente ficará 
suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): 
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo 
Supremo Tribunal Federal; 
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo 
Senado Federal. 
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Entretanto, essa suspensão das atividades presidenciais não poderá 
ultrapassar o prazo de cento e oitenta dias. Com efeito, decorrido o prazo 
de 180 dias sem que o julgamento esteja concluído, cessará o afastamento do 
Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, art. 86, 
§ 2º). 
Seguem algumas observações importantes acerca desse processo de 
responsabilização do Presidente da República. 
I) A autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus 
membros, não implica a suspensão do Presidente da República do exercício de 
suas funções. 
Essa suspensão só ocorrerá posteriormente, após a instauração do processo 
pelo Senado Federal (nos casos de crime de responsabilidade) ou se recebida 
a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal (nos casos de 
crimes comuns). 
II) Como destaquei para você, a autorização da Câmara dos Deputados 
vincula o Senado Federal, mas não vincula o STF. 
É o seguinte: se a Câmara dos Deputados admitir a acusação, o Senado 
Federal estará obrigado a instaurar o processo contra o Presidente da 
República. 
Por outro lado, o mesmo não acontece com o STF. Se a Câmara dos Deputados 
admitir a acusação, o STF avaliará se recebe ou não a denúncia ou queixa-
crime contra o Presidente da República (não estará obrigado). 
A condenação do Presidente por crime de responsabilidade acarretará a perda 
do cargo e a inabilitação, por oito anos, para o exercício de função 
pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis (CF, art. 52, 
parágrafo único). 
A condenação por crime comum em decisão transitada em julgado do STF 
também ocasionará a perda do cargo decorrente da suspensão de direitos 
políticos do Presidente da República. 
Deixe-me falar um pouco das imunidades do Presidente da República, 
disciplinadas em dispositivos do art. 86 da Constituição Federal e resumidas 
logo abaixo. 
Em primeiro lugar, uma coisa que confunde muita gente... O aluno aprende 
que os parlamentares têm imunidade material. Ou seja, são invioláveis, civil 
e penalmente, por suas manifestações, por suas palavras. Afinal, ora, trata-
se do parlamento! 
Aí, o aluno sai carregando essa imunidade material... Achando que todo mundo 
tem imunidade material... Não. 
Você, que está em alto nível, não pode mais achar que são a mesma coisa a 
imunidade material e a imunidade formal. Não, meu caro, você não pode 
confundi-las (sua banca vai tentar fazer isso em algumas questões). 
O Presidente da República não dispõe de imunidade material, isto é, ele 
não é inviolável, civil e penalmente, por suas manifestações, ainda que 
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estritamente ligadas ao exercício de suas funções presidenciais (essa 
imunidade é restrita aos membros do Poder Legislativo). Observe que se 
relaciona com as manifestações (que não estão protegidas por imunidade 
material no caso do presidente). 
Entretanto, o Presidente da República dispõe de três imunidades 
processuais (ou formais), a saber: 
a) necessidade de autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços 
de seus membros, para que seja julgado pelo STF, nas infrações comuns, oupelo Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (CF, art. 86, caput); 
b) não submissão às prisões cautelares (em flagrante, temporária ou 
preventiva), haja vista que ele somente poderá ser preso quando sobrevier 
sentença condenatória (CF, art. 86, § 3º); 
c) irresponsabilidade temporária, na vigência de seu mandato, por atos 
estranhos ao exercício de suas funções presidenciais (CF, art. 86, § 4º). 
Atenção! Uma questão batida de concurso é perguntar quais dessas 
imunidades são estendidas aos governadores. Guarde isso: dessas três 
imunidades, só se aplica ao governador a primeira (autorização do 
Poder Legislativo para que possa seja julgado). 
No que tange à terceira imunidade, ela assegura ao Presidente da República 
uma irresponsabilidade temporária em relação a certos atos, haja vista que, na 
vigência do seu mandato, ele não poderá ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º). 
Essa terceira imunidade refere-se à prática de crime comum pelo Presidente da 
República, situação em que teremos o seguinte: 
a) se o crime comum praticado pelo Presidente da República tiver relação 
com o exercício de suas funções presidenciais, ele responderá por esse 
crime, na vigência do mandato, perante o STF, ficando suspenso de suas 
funções desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime pelo STF, por até 
180 dias; 
b) se o crime comum praticado pelo Presidente da República for estranho ao 
exercício de suas funções, ele não responderá por esse crime na vigência do 
seu mandato. Aliás, ele só responderá por esse crime após o término do 
mandato, perante a justiça comum, haja vista que, com o término do 
mandato, expira-se o direito ao foro especial por prerrogativa de função. 
Você consegue identificar a distinção entre o crime comum conexo e o crime 
comum estranho ao exercício das funções? 
Por exemplo, matar alguém é um tipo de crime comum. Mas, uma coisa é a 
nossa presidenta da república assassinar um ministro do TCU que embargou 
uma obra de uma estrada por desvio de recursos públicos (tem relação com o 
exercício da sua função como presidenta). Outra coisa diferente é matar o 
cunhado por causa de uma dívida ou o cabeleireiro por causa de um penteado 
mal feito (não tem nada a ver com o cargo de presidente). 
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No primeiro caso, o crime foi cometido na condição de Presidente da 
República (conexo com o exercício de suas funções). Assim, ele (ou ela) 
responderá, na vigência do mandato, perante o STF (situação em que ficará 
suspenso de suas funções desde o recebimento da denúncia ou queixa-crime 
pelo STF, por até 180 dias). 
No segundo exemplo, o crime foi cometido na condição de cidadão comum 
(sem nenhuma conexão com o exercício das suas funções). Nesse caso, 
ele (ou ela) não responderá por esse crime na vigência do mandato perante o 
STF (ele só responderá por este crime após o término do mandato, perante a 
justiça comum). 
Observe atentamente os principais aspectos no esquema abaixo. 
Sintetizando: 
 
 
Vamos ver como o Cespe tem cobrado esses assuntos. 
36. (CESPE/ANALISTA/CÂMARA DOS DEPUTADOS/2012) O presidente da 
República só pode ser processado, pela prática de infrações penais comuns 
ou crimes de responsabilidade, após juízo de admissibilidade por dois 
terços dos membros da Câmara dos Deputados. 
Tanto em crimes comuns quanto em crimes de responsabilidade, a 
responsabilização do Presidente da República depende de autorização (juízo de 
admissibilidade) por dois terços da Câmara dos Deputados. 
Item certo. 
37. (CESPE/JUIZ/TRF5/2006) O fato de que o presidente da República, na 
vigência de seu mandato, não possa ser responsabilizado por atos 
Presidente da 
República 
Imunidades 
Responsabilização 
Não dispõe de imunidade material 
Formais 
Necessidade de autorização da CD (art. 86, caput) 
Proteção contra prisões cautelares (art. 86, §3°) 
Não será responsabilizado por atos estranhos às suas 
funções (art. 86, §4°) 
Admissão 
Julgamento 
Afastamento 
2/3 da Câmara dos Deputados 
crimes comuns 
Responsabilidade 
STF 
SF ( Condenação por 2/3 ) 
Crimes 
comuns 
→ se recebida a denúncia pelo STF 
Responsabilid. → após a instauração pelo SF 
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estranhos ao exercício de suas funções revela hipótese de imunidade 
material. 
O Presidente da República não dispõe de imunidade material (essa 
imunidade é restrita aos membros do Poder Legislativo). Entretanto, o 
Presidente da República dispõe de três imunidades processuais (ou 
formais), uma delas é a irresponsabilidade temporária, na vigência de seu 
mandato, por atos estranhos ao exercício de suas funções presidenciais (CF, 
art. 86, § 4º). 
Ou seja, a questão está errada já que a não responsabilização por atos 
estranhos às suas funções não consubstancia imunidade material. 
Item errado. 
38. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Os crimes de responsabilidade 
praticados pelos ministros de Estado, sem qualquer conexão com o 
presidente da República, serão processados e julgados pelo STJ. 
De acordo com o art. 102, I, “c”, os ministros de Estado são julgados pelo STF 
tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade. Todavia, 
essa regra tem uma exceção. No caso de crimes de responsabilidade 
cometidos em conexão com delito praticado pelo Presidente da 
República a competência para julgamento será do Senado Federal (art. 52, 
I). Em suma, o erro da questão é atribuir ao STJ competência para julgar os 
ministros de Estado. 
Item errado. 
39. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRT 17ª REGIÃO/2009) 
São crimes de responsabilidade os atos do presidente da República que 
atentem contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais. 
Como vimos, e segundo o art. 85 da CF/88, são crimes de responsabilidade os 
atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, 
especialmente, contra: 
I - a existência da União; 
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério 
Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação; 
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais; 
IV - a segurança interna do País; 
V - a probidade na administração; 
VI - a lei orçamentária; 
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.” 
Item certo. 
40. (CESPE/JUIZ/TRF 5.a Região/2009) Para que o presidente da República 
seja julgado pelo STF por crimes comuns, é necessária a autorização de 
dois terços da Câmara dos Deputados, por força da qual fica ele suspenso 
das suas funções. 
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De fato, para que o presidente da República seja julgado pelo STF por crimes 
comuns, é necessária a autorização de dois terços da Câmara dos Deputados. 
Todavia, ele só fica suspenso das suas funções se o STF receber a denúncia ou 
queixa-crime (CF, art. 86, § 1°, I). 
Item errado. 
41. (CESPE/ANALISTA EM CT/INCA/2010) Os ministros de Estado, nas 
infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, como regra 
geral, serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça. 
De acordo com o art. 102, I, “c”, os ministros de Estado são julgados pelo STF 
tanto nos crimes comuns quanto nos crimes de responsabilidade. 
Lembrando que, se os crimes de responsabilidade tiverem conexão com 
delito praticado pelo Presidente da República, a competência para julgamento 
será do Senado Federal (CF, art. 52, I). 
Item errado.42. (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA/POLÍCIA CIVIL/PB/2008) O presidente da 
República responde por crimes comuns e de responsabilidade perante o 
Senado Federal, depois de autorizado o seu julgamento pela Câmara dos 
Deputados. 
Como vimos, nas infrações penais comuns o Presidente é julgado pelo STF, 
e não pelo Senado. Pelo Senado ele é julgado no caso de crimes de 
responsabilidade. 
Item errado. 
43. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) As infrações penais praticadas pelo 
presidente da República durante a vigência do mandato, sem qualquer 
relação com a função presidencial, serão objeto de imediata persecutio 
criminis. 
Nesse caso, não haverá a persecução criminal, não haverá a responsabilização 
do Presidente. Na vigência de seu mandato, o Presidente da República não 
pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, 
art. 86, § 4°). 
Item errado. 
44. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/CENSIPAM/2006) Quando a 
Constituição Federal estabelece que o presidente da República não será 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções, durante 
a vigência de seu mandato, não estabelece, com isso, uma imunidade 
penal, mas simplesmente uma imunidade temporária ao processamento 
criminal. 
De fato, a não responsabilização por atos estranhos ao exercício da função 
apenas suspende a possibilidade de se apurar e processar esses crimes quando 
cometidos pelo Presidente. Entretanto, após o mandato ele poderá ser 
processado normalmente, tendo em vista que se trata de uma imunidade 
temporária, e não absoluta. 
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Item certo. 
45. (CESPE/AGENTE JURÍDICO/MPE-AM/2008) A imunidade formal relativa à 
prisão do presidente da República não se aplica ao Poder Executivo 
estadual. 
Segundo a jurisprudência do STF, de todas as imunidades formais do 
Presidente da República, somente pode ser estendida aos governadores de 
Estado uma única: a necessidade de autorização do Poder Legislativo para o 
processo, por dois terços de seus membros. 
É dizer que poderá a Constituição do Estado dispor que o Governador só será 
processado e julgado pelo STJ após prévia autorização da Assembléia 
Legislativa, por decisão de dois terços de seus membros. 
Item certo. 
46. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 5ª 
REGIÃO/2008) Caso haja recebimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de 
queixa-crime contra o presidente da República pela prática de infração 
penal, este terá suspensas as suas funções. 
Já comentei isso. Nas infrações penais comuns, o Presidente da República 
ficará suspenso de suas funções se recebida a denúncia ou queixa-crime 
pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 86, § 1º). De se destacar que o STF 
não está obrigado a instaurar processo de impeachment contra o Presidente. 
Ao contrário, nos crimes de responsabilidade, a autorização da Câmara dos 
Deputados obriga o Senado Federal a instaurar o processo de impeachment do 
Presidente da República. 
Item certo. 
47. (CESPE/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ABIN/2008) Presidente da República 
que praticar crime eleitoral na disputa pela reeleição pode ser julgado pelo 
Senado Federal por crime de responsabilidade, após aprovação de dois 
terços dos membros da Câmara dos Deputados. 
Nesse caso, como não se trata de crime de responsabilidade, será ele julgado 
perante o STF, após autorização da Câmara dos Deputados por dois terços de 
seus membros (CF, art. 86). 
Item errado. 
48. (CESPE/CONTADOR/STF/2008) Compete ao STF processar e julgar 
originariamente o vice-presidente da República nas infrações penais 
comuns. 
Assim, como ocorre com o Presidente da República, o Vice será julgado pelo 
Senado nos crimes de responsabilidade. E assim como ocorre com o 
presidente, compete ao STF processar e julgar o Vice nas infrações penais 
comuns. 
Item certo. 
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49. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/SEGURANÇA JUDICIÁRIA/TRE/BA/2010) 
Para que seja instaurado processo contra ministro de Estado, é necessária 
autorização do Senado Federal. 
Segundo a Constituição, compete à Câmara dos Deputados autorizar, por 
dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e 
o Vice-Presidente da República, bem como contra os ministros de Estado 
(CF, art. 51, I). 
Logo, incorreta a questão. 
Ao interpretar esse dispositivo, o Supremo Tribunal Federal deixou assente 
que, no caso de ministros de Estado, a autorização da Câmara só é 
necessária se o crime for conexo com o do Presidente da República. 
Ou seja, só existe a necessidade de autorização da Câmara se o crime 
cometido pelo Ministro de Estado tiver alguma conexão com crime cometido 
pelo Presidente da República. 
Item errado. 
50. (CESPE/JUIZ/TRT/1ª REGIÃO/2010) Nos casos de crimes de 
responsabilidade conexos com os do presidente da República e de crimes 
comuns, os ministros de Estado serão processados e julgados perante o 
STF. 
Compete ao STF processar e julgar os ministros de Estado por crimes comuns 
e de responsabilidade (CF, art. 102, I, “c”). Entretanto, se o crime de 
responsabilidade por eles praticado for conexo com o do Presidente o 
julgamento é de competência do Senado Federal (CF, art. 52, I). 
Item errado. 
51. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/STM/2011) Os crimes de responsabilidade 
relativos ao presidente da República devem ser processados e julgados no 
Senado Federal, após autorização de pelo menos 2/3 da Câmara dos 
Deputados. 
A responsabilização do Presidente por crimes de responsabilidade passa por 
duas etapas (CF, art. 86, caput c/c art. 51, I e art. 52, I): 
I) Juízo de admissibilidade na Câmara dos Deputados (em que os deputados só 
podem autorizar a instauração do processo por voto de dois terços); 
II) Processo e Julgamento pelo Senado Federal cuja condenação depende do 
voto de dois terços dos membros. 
O esquema abaixo serve para você observar o que acontece quando o 
Presidente da República comete um crime. 
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Sintetizando: 
 
Item certo. 
52. (CESPE/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC/ES/2011) O julgamento do presidente 
da República por crime de responsabilidade será feito pelo Senado 
Federal, em sessão presidida pelo presidente do Supremo Tribunal 
Federal, e a condenação dependerá da aprovação de dois terços dos votos 
de todos os membros do Senado. 
De fato, nos crimes de responsabilidade o Presidente será processado e 
julgado pelo Senado Federal (CF, art. 52, I). Nessa hipótese, funcionará como 
Presidente o do Supremo Tribunal Federal e a condenação será proferida por 
dois terços dos votos (CF, art. 52, parágrafo único). 
Item certo. 
 
4 – Ministério Público 
Nos termos do art. 127 da CF/88, o Ministério Público (MP) é instituição 
permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a 
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis. 
A Constituição Federal posiciona o Ministério Público em capítulo especial, fora 
da estrutura dos demais poderes da República. Assim, ganha relevo sua 
autonomia e independência no exercício de suas funções em defesa dos 
direitos, garantias e prerrogativas da sociedade. 
O Ministério Público abrange (i) o Ministério Público da União e (ii) o Ministério 
Público dos Estados. Observe que se trata de dois ramos distintos do Ministério 
Público. O MP dos Estados não integra o MPU! 
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Veja como art. 128 da Constituição estruturou o MP: 
 
Eu preciso que você observe essa figura e perceba o destaque (em vermelho) 
do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, dentro do MPU. Ou seja, 
o MPDFT integra o MPU, e não tem nada a ver com o Ministério Público 
dos Estados, como às vezes a lógica nos faria pensar. 
Aliás, é importante você saber que compete à União organizar e manter o 
Poder Judiciário e o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (CF, 
art. 21, XIII). 
Esse detalhe é importante, pois irá impactar diversos aspectos que 
abordaremos hoje. 
Ainda falando sobre a estrutura, vale observar que, ao estruturar o Ministério 
Público (art. 128), a Constituição não menciona o Ministério Público 
Especial, que atua junto aos Tribunais de Contas. 
Apenas no art. 130, a Constituição estabelece que aos membros do Ministério 
Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as disposições sobre o 
Ministério Público Comum pertinentes a direitos, vedações e forma de 
investidura (CF, art. 130). 
Observe que não aparece na estrutura acima o Ministério Público Eleitoral. É 
que ele não dispõe de estrutura própria e será integrado por membros do MP 
federal e membros do MP estadual. 
O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República 
(PGR). 
Aliás, estabelece a Constituição Federal que o Procurador-Geral da República 
deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos 
os processos de competência do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 103, § 
1º). 
O PGR será nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da 
carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome 
pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de 
dois anos, permitida a recondução (CF, art. 128, § 1°). 
Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios 
formarão lista tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei 
respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral de Justiça (PGJ), que será 
nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, 
permitida uma recondução. 
Objetivamente: 
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Nomeação do PGR (MPU) Nomeação do PGJ (MP dos estados) 
- Presidente da República; 
- integrantes da carreira; 
- 35 anos; 
- maioria absoluta do Senado; 
- mandato de 2 anos; 
- permitidas várias reconduções. 
- Governador; 
- lista tríplice dentre os integrantes; 
- mandato de 2 anos; 
- permitida uma única recondução. 
A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da 
República, deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado 
Federal (CF, art. 128, § 2º). 
Já a destituição do Procurador-Geral de Justiça nos Estados-membros é 
competência da respectiva Assembléia Legislativa, por decisão de maioria 
absoluta dos seus membros (CF, art. 128, § 4º). 
Objetivamente: 
PGR → tanto a nomeação quanto a destituição são submetidas ao Senado; 
PGJ → somente a destituição é submetida à Assembléia Legislativa; 
Agora a pergunta que vale um milhão... Quem é competente para nomear o 
Procurador-Geral de Justiça do Distrito Federal e Territórios? O governador? 
Nada disso... Se o MPDFT é organizado pela União e faz parte do MPU, a 
autoridade competente para nomear o PGJ do DF e Territórios é o Presidente 
da República. 
Veja outro aspecto... De acordo com o mesmo raciocínio, a destituição do 
Procurador-Geral de Justiça do DF e Territórios é competência de quem? Da 
Câmara Legislativa do DF? Na verdade não. 
Trata-se de competência do Senado Federal, por decisão da maioria absoluta 
de seus membros. 
O Ministério Público do DF e Territórios ainda se distingue do Ministério Público 
dos Estados em outros aspectos. 
I) Quem organiza e mantém o Ministério Público dos Estados são os próprios 
estados, mas quem organiza e mantém o MPDFT não é o DF, é a União. 
II) Enquanto os projetos de lei de organização do MP estadual são 
apresentados perante a Assembléia Legislativa, o MPDFT os apresenta perante 
o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados). 
Voltando ao chefe do MPU, deixe-me apresentar algumas funções do PGR: 
a) propor as ações do controle concentrado de constitucionalidade (incluindo a 
ADIN Interventiva, para a qual é o único legitimado); 
b) desempenhar funções delegadas pelo Presidente da República (nos termos 
do art. 84, parágrafo único); 
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c) desempenhar funções relacionadas ao CNJ (indicar dois dos membros e 
oficiar perante o CNJ) e presidir o CNMP; 
d) suscitar, perante o STJ, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal, nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, como 
veremos ao falar sobre Poder Judiciário (CF, art. 109, § 5º). 
 
4.1 – Princípios institucionais do Ministério Público 
São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a 
indivisibilidade e a independência funcional (CF, art. 127, § 1°). 
Unidade - Os membros do MP integram apenas um órgão, sob a direção única 
de um só Procurador-geral. 
Essa unidade existe dentro de cada Ministério Público. Assim, não há unidade, 
por exemplo, entre o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público 
Federal. 
Indivisibilidade - Os membros do MP não estão vinculados a qualquer 
processo em que estejam atuando. Assim, podem ser substituídos ao longo do 
processo, de acordo com as regras de direito aplicáveis, sem prejuízo para 
atuação do parquet. O princípio da indivisibilidade decorre do princípio da 
unidade. 
Independência funcional - O MP possui independência no exercício de suas 
funções, não se subordinando a quaisquer outros Poderes da República. Assim, 
seus membros não estão funcionalmente subordinados nem mesmo ao 
Procurador-Geral e podem atuar de acordo com as suas livres convicções 
(existe uma relação hierárquica meramente administrativa). 
Além desses princípios expressos, há também o art. 127, § 2° da CF/88, que 
assegura autonomia funcional e administrativa, podendo propor ao Poder 
Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-
os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política 
remuneratória e os planos de carreira. Pode-se incluir a autonomia financeira, 
como a competência para elaborar sua proposta orçamentária. 
Ademais, a doutrina menciona ainda um outro princípio: o princípio do 
promotor natural. Você, que já conhece o princípio do juiz natural não vai ter 
dificuldades com esse princípio. 
O princípio do promotor natural proíbe designações casuísticas, efetuadas pela 
chefia do Ministério Público, para atuação num determinado processo. Assim, 
não se admite o chamado “promotor de exceção”. Trata-se de garantia da 
imparcialidade de sua atuação. 
Com isso, o critério para a designação de um membro do Ministério Público 
para atuar em certa causa não pode ser abstrato e predeterminado. Ao 
contrário, deve ser composto de regras objetivas e gerais, aplicáveis a todos 
os que se encontrem nas situações nelas descritas. 
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Todavia, a jurisprudência do STF não é nada pacífica a respeito da existência, 
entre nós, do princípio do promotor natural. Vejamos uma questão sobre o 
tema. 
53. (CESPE/ANALISTA/MPU/2010) O princípio do promotor natural decorre da 
independência funcional e da garantia da inamovibilidadedos membros da 
instituição. 
Vejamos como o STF trata o assunto. 
Pois bem, em decisão monocrática, o ministro Celso de Melo admite que: 
“O postulado do Promotor Natural, que se revela imanente ao sistema 
constitucional brasileiro, repele, a partir da vedação de designações 
casuísticas efetuadas pela Chefia da Instituição, a figura do acusador de 
exceção.” 
“A matriz constitucional desse princípio assenta-se nas cláusulas da 
independência funcional e da inamovibilidade dos membros da 
Instituição.” 
(HC 102.147, Celso de Mello em decisão monocrática 16-12-2010). 
Todavia, há outra decisão (não tão antiga assim) em que o STF se posiciona no 
sentido de que: 
“Não há que se cogitar da existência do princípio do promotor natural no 
ordenamento jurídico brasileiro.” (HC 90.277, Rel .Min. Ellen Gracie, 17-6-
2008). 
Diante disso, temos decisões nos dois sentidos. Nesta questão, o Cespe se 
baseou na decisão mais recente do Ministro Celso de Mello, que admitiu a 
existência do princípio do promotor natural entre nós. 
Item certo. 
 
4.2 – Garantias e vedações 
Leis complementares da União e dos Estados (de iniciativa concorrente entre o 
Chefe do Executivo e os respectivos Procuradores-Gerais) vão estabelecer a 
organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, 
observadas, relativamente a seus membros diversas garantias. São elas a 
vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade do subsídio. 
Vitaliciedade - após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo 
senão por sentença judicial transitada em julgado. 
Inamovibilidade - salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do 
órgão colegiado competente do Ministério Público, por voto de maioria 
absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa. 
De se destacar a possibilidade de o Conselho Nacional do Ministério Público 
(CNMP) determinar a remoção de membros do Ministério Público (CF, art. 130-
A, § 2º, III). 
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Irredutibilidade de subsídio – ressalvado o teto remuneratório (CF, art. 37, 
XI) e as tributações sobre os vencimentos (CF, arts. 150, II, 153, III, 153, § 
2º, I). 
Além das garantias, essas leis complementares deverão ainda observar as 
seguintes vedações. 
a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, 
percentagens ou custas processuais; 
b) exercer a advocacia; 
c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; 
d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, 
salvo uma de magistério; 
e) exercer atividade político-partidária; 
f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de 
pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções 
previstas em lei. 
g) exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de 
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração. 
Sintetizando: 
 
Aproveitando a esquematização dos principais aspectos, vamos sintetizar as 
principais iniciativas de lei relacionadas ao Ministério Público, segundo a 
compilação feita no livro dos profs. Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino. 
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I) Lei complementar (LC) de organização do MPU → iniciativa concorrente 
entre o Presidente da República e o PGR (CF, art. 61, § 1º, II, “d” c/c art. 128, 
§ 5º). 
II) Lei de criação e extinção de cargos e serviços auxiliares do Ministério 
Público, a política remuneratória e os planos de carreira → iniciativa é privativa 
do MP, exercida pelo respectivo Procurador-Geral (CF, art. 127, § 2º). 
III) Lei (federal) de normas gerais para a organização do Ministério Público dos 
Estados → iniciativa é privativa do Presidente da República (CF, art. 61, § 1º, 
II, “d”, parte final). 
IV) LC (estadual) de organização do MP do Estado →: iniciativa concorrente 
entre o Governador e o Procurador-Geral de Justiça (CF, art. 61, § 1º, II, “d” 
c/c art. 128, § 5º). 
V) Lei de organização do MP especial que atua junto à Corte de Contas → 
iniciativa privativa do Tribunal de Contas. 
E a iniciativa de lei sobre a organização do MPDFT? 
Observe que se trata de órgão integrante do MPU, organizado e mantido pela 
União. Assim, a iniciativa de lei sobre a sua organização é concorrente entre o 
Presidente da República e o PGR. 
 
4.3 – Funções 
São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de 
relevância pública aos direitos assegurados na Constituição, promovendo 
as medidas necessárias a sua garantia; 
III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e 
coletivos; 
IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para 
fins de intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos na 
Constituição; 
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações 
indígenas; 
VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua 
competência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na 
forma da lei complementar respectiva; 
VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei 
complementar; 
VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito 
policial, indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações 
processuais; 
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IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis 
com sua finalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a 
consultoria jurídica de entidades públicas. 
Essas funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da 
carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo 
autorização do chefe da instituição (CF, art. 129, § 2º). 
O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público 
de provas e títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do 
Brasil em sua realização, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três 
anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações, a ordem de 
classificação (CF, art. 129, § 3º). 
Quanto à ação civil pública, trata-se de instrumento utilizável para evitar danos 
ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico ou paisagístico, ou, então, para promover a 
responsabilidade de quem haja causado lesão a estes bens. 
Observe que compete ao MP: 
- promover, privativamente, a ação penal pública (CF, art. 129, I); 
- promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do 
patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e 
coletivos (CF, art. 129, III); 
Ou seja, a promoção da ação penal pública é privativa do MP. A promoção da 
ação civil pública não é privativa, pois inclui diversos outros legitimados (a 
Defensoria Pública, os entes federados e suas entidades da administração 
indireta, a associação constituída há mais de um ano desde que tenha entre 
suas finalidades as matérias protegidas ação civil pública). 
Vale a pena preparar você para uma questão que sempre cai na prova. 
A ação civil pública pode ser utilizada no âmbito do controle de 
constitucionalidade? 
Segundo o STF, não é admitida a utilização da ação civil pública como 
sucedâneo de ação direta de inconstitucionalidade

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