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Análise da Possibilidade jurídica da adoção por casais homoafetivos

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SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
 476
ANÁLISE DA POSSIBILIDADE JURÍDICA DA ADOÇÃO POR CASAIS 
HOMOAFETIVOS: SEUS ASPECTOS POSITIVOS E NEGATIVOS 
 
 
Crislaine Lima de Souza1 
Luis Gustavo dos Santos2 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução; 1 Da adoção; 2 Da possibilidade jurídica de adoção por casais 
homoafetivos; 2.1 Do princípio da dignidade da pessoa humana; 2.2 Do princípio da 
igualdade; 3 Dos aspectos positivos da adoção por casais homoafetivos; 4 Dos 
aspectos negativos da adoção por casais homoafetivos; Considerações Finais; 
Referência. 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem como objetivo investigar a possibilidade de adoção por 
casais homoafetivos. A questão se estabelece a partir da lacuna deixada pelos 
legisladores e é extremamente conturbada na jurisprudência: alguns tribunais 
reconhecem a possibilidade da adoção e outros negam essa possibilidade. 
Inicialmente, investiga-se como se dá o processo de adoção no Brasil. Em segundo 
momento, traz-se a possibilidade jurídica da adoção por não haver expressa 
vedação legislativa. Essa possibilidade é amparada pelo prisma principiológico da 
dignidade da pessoa humana e da igualdade. Finalmente, avaliam-se os aspectos 
positivos e negativos dessa adoção para a criança ou adolescente adotado. Quanto 
à Metodologia, foi utilizada a base lógica indutiva, além das Técnicas do Referente, 
da Categoria, do Conceito Operacional e da Pesquisa Bibliográfica. 
 
Palavras-chave: Adoção. Casais homoafetivos. Possibilidade jurídica. 
 
INTRODUÇÃO 
 
Existem inúmeras crianças e/ou adolescentes em situação de total 
abandono e desamparo espalhados por abrigos e orfanatos de todo o Brasil. 
Crianças que não possuem qualquer apoio, recurso ou forças de uma família, que se 
encontram desvalidas e desprotegidas. 
É até difícil de assimilar o drama vivido por cada criança, que apesar da 
tenra idade, já são alvos da orfandade. 
 
1Estudante do 9º Período de Bacharelado em Direito da Universidade do Vale do Itajaí, e-mail: 
crislainelimasouza@gmail.com, tel: (047)9625-5889. 
2Advogado em Santa Catarina. Especialista em Direito e Organizações Públicas e Privadas pela 
Universidade do Vale do Itajaí. Mestrando em Ciência Jurídica pela mesma universidade. Professor 
de Direito Civil em cursos para concursos públicos e Exame de Ordem. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
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Abrigo no dicionário português significa: lugar seguro, ambiente que 
proporciona proteção, segurança. Contudo, não passa na realidade de um lugar 
coletivo, em que dificilmente amor, carinho, atenção e proteção poderão ser dados 
de forma especial e individual. 
Pensando no bem estar dessas crianças, o legislador criou o instituto da 
adoção, possibilitando àqueles que querem, mas muitas das vezes não podem ter 
filhos, à constituição de uma família. 
O conceito de família tem sido objeto de intensa transformação em razão da 
mudança de valores. Deste modo, sem ter a pretensão de levantar nenhuma 
bandeira, pró ou contra, mas apenas relatar uma propensão dos dias atuais de uma 
sociedade moderna, desenvolverá a seguir a possibilidade jurídica da adoção por 
casais homoafetivos. 
Quanto à Metodologia, o relato dos resultados será composto na base lógica 
Indutiva3. Nas diversas fases da Pesquisa, serão utilizadas as Técnicas do 
Referente4, da Categoria5, do Conceito Operacional6 e da Pesquisa Bibliográfica7. 
 
1 A ADOÇÃO 
A adoção8 é regida pelo Código Civil Brasileiro9 e pelo Estatuto da Criança e 
do Adolescente10 que sofreu algumas alterações com o advento da Lei n. 12.010 de 
agosto de 2009 – Lei Nacional da Adoção. 
Trata-se de uma modalidade de constituição de vínculo de paternidade e 
filiação entre duas pessoas, e como tal, atribui ao adotado a situação de filho 
encerrando qualquer vínculo com os pais e parentes consanguíneos11. 
 
3[...] pesquisar e identificar as partes de um fenômeno e colecioná-las de modo a ter uma percepção 
ou conclusão geral [...]. (PASOLD, Cesar Luis. Metodologia da pesquisa jurídica: Teoria e prática. 
11 ed. Florianópolis: Conceito editorial/Milleniuum, 2008. p. 86). 
4[...] explicitação prévia do(s) motivo(s), do(s) objetivo(s) e do produto desejado, delimitando o 
alcance temático e de abordagem para a atividade intelectual, especialmente para uma pesquisa.” 
(PASOLD, Cesar Luis. Metodologia da pesquisa jurídica: Teoria e prática. p. 53). 
5[...] palavra ou expressão estratégica à elaboração e/ou à expressão de uma idéia.” (PASOLD, Cesar 
Luis. Metodologia da pesquisa jurídica: Teoria e prática. p. 25). 
6[...] uma definição para uma palavra ou expressão, com o desejo de que tal definição seja aceita 
para os efeitos das idéias que expomos [...]. (PASOLD, Cesar Luis. Metodologia da pesquisa 
jurídica: Teoria e prática. p. 37). 
7
“Técnica de investigação em livros, repertórios jurisprudenciais e coletâneas legais.” (PASOLD, 
Cesar Luis. Metodologia da pesquisa jurídica: Teoria e prática. p. 209). 
8Fundada no art. 227, §§ 5º e 6º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
9Capítulo IV (arts. 1.618 e 1.619) da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 
10Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
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Inicialmente, é bom tornar claro que, o Estatuto da Criança e do 
Adolescente12, tem como objetivo garantir o desenvolvimento físico, mental, moral, 
espiritual e social em condições de liberdade e de dignidade, uma vez que estes 
gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. 13 
Dito isso, o art. 19 deste Estatuto diz que é direito de toda criança ou 
adolescente ser criado e educado no seio da sua família14 e, excepcionalmente em 
família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária em ambiente livre 
da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes. 
A Lei n. 12.010 de 03 de agosto de 200915 em seu art. 1º, § 2º dispôs: 
 Art. 1º. [...] 
§ 2º. Na impossibilidade de permanência na família natural, a 
criança e o adolescente serão colocados sob adoção, tutela ou 
guarda, observadas as regras e princípios contidos na Lei nº 8.069, 
de 13 de julho de 1990, e na Constituição Federal. (grifo nosso) 
 
De acordo com o pautado acima, na falta de família natural16 ou família 
extensa17, o infante ou adolescente será inserido em uma família substituta, 
mediante guarda, tutela ou adoção – este último foco da presente pesquisa. 
A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer 
apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança e do adolescente 
da família natural ou extensa, inteligência do art. 39, §1º do Estatuto da Criança e do11SILVA, Ulisses Simões da. Adoção por Casal Homoafetivo e o Conservadorismo da Nova Lei 
de Adoção. Revista IOB de Direito de Família, v. 11, n. 57, dez/jan 2010. p. 39. 
12Dispõe sobre a proteção integral a criança e ao adolescente. - Lei n.8.069, de 13 de julho de 1990 – 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
13
“A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, 
sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros 
meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, 
moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.” artigo 3º do Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 
14Para Clóvis Beviláquia, “família é todo conjunto de pessoas ligadas pelo vínculo da 
consanguinidade” (BEVILÁQUA, Clóvis. Direito de Família. Rio de janeiro:Rio, 1976. p. 16). Já para 
o Estatuto da Criança e do Adolescente “família é o agrupamento humano”. E, para a nossa Carta 
Magna “a família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.” – vide art. 226. 
15Dispõe sobre adoção; altera as Leis nos 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do 
Adolescente, 8.560, de 29 de dezembro de 1992; revoga dispositivos da Lei no 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002 - Código Civil, e da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo 
Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943; e dá outras providências 
16Aquela que é formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. – vide art. 25 do Estatuto 
da Criança e do Adolescente. 
17Aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por 
parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e 
afetividade – art. 25, parágrafo único do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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Adolescente. E, somente será deferida quando representar reais vantagens ao 
adotando, uma vez que o Estatuto prioriza a criança e/ ou adolescente18. 
Na espécie, as pessoas aptas a adotar são aquelas maiores de 18 (dezoito) 
anos, independentemente de seu estado civil, bem como de sua orientação sexual, 
ou seja, aquelas que preencham os requisitos legais. 
Vale dizer que, para a adoção por casais é indispensável que os adotantes 
sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade 
da família19. 
O legislador em nada obstou o poder judiciário quanto à possibilidade de 
conceder a adoção aos casais homoafetivos. 
Bem, o processo da adoção20 será instruído sempre que possível da oitiva 
da criança ou adolescente21, e terá sua opinião devidamente considerada. Já no 
caso de adotando maior de 12 (doze) anos será necessário o seu consentimento22. 
E, assim interpreta Valdirene Laginski e Denis Ricoy Bassi sobre a previsão 
de oitiva da criança ou do adolescente: 
[...] procura garantir que a criança ou adolescente, que possuam um 
grau de maturidade suficiente para compreender a situação, possam 
opinar sobre seu desejo de passar ou não a conviver com outra 
família, evitando-se, desta forma, a sua inserção em família que não 
 
18A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em 
motivos legítimos, art. 43 do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
19“Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham 
união estável, comprovada a estabilidade da família.” art. 42, §2º do Estatuto da Criança e do 
Adolescente 
20À adoção se transformou em um processo (art. 197-A do Estatuto da Criança e do Adolescente), 
com petição inicial, que deve ser acompanhada de uma série de documentos, entre eles comprovante 
de renda e de domicílio, atestado de sanidade física e mental, certidão de antecedentes criminais e 
negativa de distribuição cível. O Ministério Público de preparação psicossocial e jurídica (art. 50, § 3º 
do Estatuto da Criança e do Adolescente), mediante frequência obrigatória à programa de preparação 
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças maiores ou adolescentes, com 
necessidades específicas de saúde ou com deficiências, e de grupos de irmãos (art. 197-C, § 1º do 
Estatuto da Criança e do Adolescente). Aliás, a título de disposições transitórias, é imposta a todos os 
figurantes no cadastro, no prazo máximo de um ano, a obrigação de sujeitarem-se à preparação 
psicossocial e jurídica, sob pena de cassação da inscrição (art. 6º). [...] nenhuma adoção poderá ser 
deferida enquanto não se submeterem as pessoas já habilitadas ao indigitado procedimento 
preparatório. E, caso não seja disponibilizado dito programa pela justiça, no prazo legal, 
simplesmente todas as inscrições estarão automaticamente canceladas. (DIAS, Maria Berenice. O 
Lar que não chegou. v. 11. São Paulo: Revista IOB de Direito da Família, n. 57 dez/jan 2010. p. 07). 
21Procedida sempre por equipe interprofissional. 
22
“Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu 
consentimento.” art. 45, §2º do Estatuto da Criança e do Adolescente. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
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apresente nenhuma afinidade ou interesse ou, ainda, em ambiente 
que não lhes proporcione desenvolvimento saudável e equilibrado.”23 
Posteriormente, a Autoridade Judiciária fixará um período probatório de 
convivência com a criança ou adolescente, do qual sempre será acompanhado por 
equipe interprofissional, a fim de que sua colocação na família substituta seja 
precedida de uma preparação gradativa24. 
Aloizio Sinuê da Cunha Medeires critica o processo da adoção: 
“A Lei n. 12.010 revelou-se, muito burocrático, dificultando 
bastante, desde o início, a habilitação para a adoção, transformando-a 
em um verdadeiro processo com vários documentos a serem juntados, 
petição inicial, audiência, preparação psicossocial e jurídica. Parece 
até que não temos oitenta mil crianças desejando um lar, crescendo e, 
ao atingir a maioridade, sendo despejadas nas ruas.”25 
 
 No mesmo sentido, Douglas Phillipis Freitas: 
“A adoção no Brasil é extremamente problemática, tanto pela falta de 
estrutura – processos de habilitação (para que o adotante se torne 
apto para a adotar) chegam a levar um a dois anos, em algumas 
comarcas –, como também, pela própria cultura de adoção no Brasil 
(ainda muito recente), onde o perfil exigido pelos adotantes geralmente 
são de crianças brancas, sem irmãos e recém nascidas, ao contrario 
de outros países (onde a adoção é praticada em grande volume desde 
a primeira Grande Guerra) que adotam crianças mais velhas, 
geralmente com irmãos e independentemente da cor.”26 
 
Posteriormente, será apresentado o relatório minucioso acerca da 
conveniência de deferimento da medida, onde então, o juiz proferirá a sentença e se 
julgada procedente a medida, deverá ser esta inscrita no registro civil, momento este 
em que será constituído o vínculo da adoção. 
O Estatuto da Criança e do Adolescente procura evitar que a adoção seja 
deferida para adotantes que não possam oferecer ambiente familiar adequado, 
justamente para evitarque a criança ou o adolescente venha a passar por situações 
que possam provocar qualquer tipo de desequilíbrio emocional e/ou psicológico ou 
 
23LAGINSKI, Valdirene; BASSI, Denis Ricoy. As regras da Adoção na Legislação Brasileira, com 
as Alterações trazidas pela Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009. Revista Síntese Direito da 
Família. v. 12, n. 61, ago/set. São Paulo: IOB, 2010. p. 129. 
24 “A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo que 
a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.” art. 46 do Estatuto da Criança e 
do Adolescente. 
25MEDEIRES, Aloizio Sinuê da Cunha. Breves Considerações sobre a Nova Lei de Adoção. v. 11. 
São Paulo: Revista IOB de Direito da Família, n. 57 dez/jan 2010. p.07. 
26FREITAS, Douglas Phillipis. Adoção por casal homoafetivo. Disponível em: 
<http://www.ibdfam.org.br/_img/artigos/Ado%C3%A7%C3%A3o%20casal%20homoafetivo%2017_11
_2011.pdf>. Acesso em 24 out 2012. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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quaisquer outros danos de ordem geral que interfiram no seu desenvolvimento 
regular.27 
2 DA POSSIBILIDADE JURÍDICA DE ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS. 
 
Como dito anteriormente, para adotar criança ou adolescente de forma 
conjunta basta que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham uma 
união estável, comprovada a solidez da família. 
A Constituição da República Federativa do Brasil não veda a formação de 
família por pessoas do mesmo sexo, haja vista de que não proíbe nada a ninguém 
senão em face de um direito ou de proteção de um legítimo interesse de outrem, ou 
de toda a sociedade. E, também, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo 
senão em virtude lei.28 
Assim, diante da ausência de Lei Federal regulamentando os efeitos das 
uniões homoafetivas no Brasil, autorizados estão os magistrados da Vara da 
Infância e da Juventude de continuarem valendo-se da analogia como instrumento 
de integração legislativa, conduzindo-se, assim, a aplicação da legislação da união 
estável aos pleitos de pares com o mesmo sexo, atribuindo-lhes todo o plexo de 
direitos familiares – INCLUSIVE, para efeito de adoção em conjunto de crianças e 
adolescentes.29 
Neste viés, o princípio de nº 24 de Yogyakarta30, traduz a seguinte 
recomendação aos Estados Nacionais: 
Toda pessoa tem o direito fundamental de constituir família, 
independentemente de sua orientação sexual ou de identidade de 
 
27
“Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, 
incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.” art. 29 do 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
28DIVERGÊNCIAS LATERAIS QUANTO À FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO. Anotado de que os 
Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Cezar Peluso convergiram no particular 
entendimento da impossibilidade da impossibilidade de ortodoxo enquadramento da união 
homoafetiva nas espécies de família constitucionalmente estabelecidas. Sem embargo, 
reconheceram a união entre parceiros do mesmo sexo com uma nova forma de entidade familiar. 
Matéria aberta à conformação legislativa, sem prejuízo do reconhecimento da imediata auto-
aplicabilidade da Constituição, ADPF 132, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado 
em 05/05/2011, DJe�198 DIVULG 13�10�2011 PUBLIC 14�10�2011 EMENTA VOL� 02607�01 
PP�00001. (BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.gov.br> Acesso em 
24 out 2012). 
29JUNIOR SILVA. Enézio de Deus. A possibilidade jurídica de adoção por casais homossexuais. 
ed 3. Curitiba:Juruá. 2007. Disponível em: <http://napontadosdedos.wordpress.com/2009/07/23/nova-
lei-de-adocao/>. Acesso em 24 out 2012. 
30Comissão Internacional de Juristas e do Serviço Internacional dos Direitos Humanos, realizada em 
novembro de 2006, na Indonésia. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
 482
gênero. A família resultante da união homoafetiva não pode sofrer 
discriminação, cabendo-lhe os mesmos direitos, prerrogativas, 
benefícios e obrigações que se mostrem acessíveis a parceiros de 
sexo distinto que integrem uniões heteroafetivas.”31 
 
 
Valdirene Laginski e Denis Ricoy Bassi afirmam “se não há restrição de 
ordem legal e o que não é proibido é permitido cabe ao PoderJudiciário, na análise 
de cada caso concreto, ponderar pelo deferimento ou não da adoção.”32 (Revista 
Síntese Direito da Família. v. 12, n 61, ago/set. 2010. São Paulo: Síntese Autoridade 
em Publicações Jurídicas. p. 135). 
No mesmo sentido, Ulisses Simões da Silva: 
o silêncio da norma não pode servir de argumento para se negar o 
direito de paternidade a entidades familiares distintas do modelo 
tradicional e, principalmente, para impedir que se efetive no caso 
concreto o princípio do melhor interesse para a criança; afinal, 
manter uma criança afastada no núcleo familiar afetivo por ausência 
de previsão normativa colide com tal preceito constitucional.”33 
 
Até porque seria inconcebível privar algum ser humano de um direito, em 
razão de sua orientação sexual. 
Nas palavras do Ministro Ayres Britto, a adoção merece ser conferida as 
uniões homoafetivas que se caracterizam pela durabilidade, conhecimento do 
público (não – clandestinidade, portanto) e continuidade, além do próprio ou 
verdadeiro anseio de constituir uma família.34 
Cézar Fiúza leciona que, a ideia de família é um tanto complexa e variável 
no tempo e no espaço. Em outras palavras, cada povo tem a sua ideia de família, 
dependendo do momento histórico e cultural vivenciado. Com a Constituição de 
1988, atentou-se para um fato importante: não existe mais um modelo de família 
como queriam o Código Civil de 1916 e a igreja. A ideia de família plural que sempre 
 
31Recurso Extraordinário 477.554 de Minas Gerais. Rel. Ministro Celso Melo, publicado em 1º de julho 
de 2011. (BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.gov.br>. Acesso em 
24 out 2012) 
32LAGINSKI, Valdirene; BASSI, Denis Ricoy. As regras da Adoção na Legislação Brasileira, com 
as Alterações trazidas pela Lei n. 12.010, de 03 de agosto de 2009. Revista Síntese Direito da 
Família. v. 12, n. 61, ago/set. São Paulo: IOB, 2010. p. 129. 
33SILVA, Ulisses Simões da. Adoção por Casal Homoafetivo e o Conservadorismo da Nova Lei 
de Adoção. Revista IOB de Direito de Família, v. 11, n. 57, dez/jan 2010. p. 39. 
34Recurso Extraordinário 477.554 de Minas Gerais. Rel. Ministro Celso Melo, publicado em 1º de julho 
de 2011. BRASIL, Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.gov.br>. Acesso em 24 
out 2012. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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foi uma realidade, passou a integrar a pauta jurídica constitucional, e portanto,de 
todo o sistema. Reconhecem-se hoje, não só a família modelar formada pelos pais e 
filhos, mas além dela, a família monoparental constituída pelos filhos e um dos pais, 
a família fraterna, consistente na vida comum de irmão, e até mesmo as famílias 
simultâneas, dentre outras, são reconhecidas.35 
O rol contemplado no art. 226 da Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988 não é restritivo. E como diz o Magistrado Menandro Taufner Gomes, 
mesmo à míngua de norma expressa permissiva, deixar à margem da proteção 
estatal as relações homoafetivas, justo por serem homoafetivas, implicaria em violar 
os princípios da paridade e da isonomia, além da garantia fundamental da dignidade 
e da não violação da intimidade.36 
O Supremo Tribunal Federal reconheceu assistir, a qualquer pessoa, o 
direito fundamental à orientação sexual, havendo proclamado a plena legitimidade 
ético-jurídica da união homoafetiva como entidade familiar, permitindo assim em 
favor dos parceiros relevantes consequências no plano do direito, notadamente na 
esfera das relações sociais e familiares, e, também no campo previdenciário.37 
Neste ponto, o Egrégio Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e o Egrégio 
Tribunal Federal da 4ª Região, defendem a aplicação dos princípios constitucionais 
da dignidade humana e da igualdade para solucionar o caso em concreto.38 
Sobre o mesmo prisma, a Carta Magna garante o direito à vida, à liberdade, à 
igualdade e à intimidade39 e prevê como objetivo fundamental, o bem de todos, “sem 
 
35Direito Civil. ed 9. Belo Horizonte: Del Rey. 2006, p. 939 a 942. 
36BRASIL. Poder Judiciário do Espirito Santo Comarca de Colatina, Vara da Fazenda Estadual, 
Registros Públicos, e Meio Ambiente. Disponível em: 
<http://s.conjur.com.br/dl/homoafetividade.pdf.>. Acesso em 24 out 2012. 
37RE nº 477.554/MG, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJe de 26/8/11. (BRASIL. 
Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.gov.br>. Acesso em 25 out 2012. 
38Relação homoerótica – união estável – aplicação dos princípios constitucionais da dignidade 
humana e da igualdade – analogia – princípios gerais do direito – visão abrangente das entidades 
familiares – regras de inclusão (...) – Inteligência dos arts. 1.658, 1.723 e 1.725 do Código Civil de 
2002 – Precedentes jurisprudenciais. Constitui união estável a relação fática entre duas mulheres, 
configurada na convivência pública, contínua, duradoura e estabelecida com o objetivo de constituir 
verdadeira família, observados os deveres de lealdade, respeito e mútua assistência. Superados os 
preconceitos que afetam ditas realidades, aplicam-se, os princípios constitucionais da dignidade da 
pessoa, da igualdade, além da analogia e dos princípios gerais do direito, além da contemporânea 
modelagem das entidades familiares em sistema aberto argamassado em regras de inclusão. Assim, 
definida a natureza do convívio, opera-se a partilha dos bens segundo o regime da comunhão parcial. 
Apelações desprovidas.” (Apelação Cível 70005488812, Rel. Des. JOSÉ CARLOS TEIXEIRA 
GIORGIS, 7ª Câmara Civil). (BRASIL, Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Disponível em: 
<http://www.tjrs.jus.br>. Acesso em 24 out 2012). 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação”40. Dispõe, ainda, que “a lei punirá qualquer discriminação atentatória 
dos direitos e liberdades fundamentais”41. Portanto, sua intenção é a promoção do 
bem dos cidadãos, rechaçando qualquer forma de exclusão social ou tratamento 
desigual.42A procura pelo exercício da parentalidade por pares homossexuais 
demonstra a existência de fato social que, agregado ao princípio da pessoa humana 
e ao princípio da igualdade, no atual Estado Democrático de Direito, aponta para a 
necessidade de dar força normativa aos princípios da Constituição da República 
Federativa do Brasil de 1988 e aos direitos fundamentais.43 
2.1 Princípio da Dignidade da Pessoa Humana 
Nas palavras de Alexandre de Moras, a dignidade é um valor espiritual e 
moral inerente à pessoa, que se manifesta singularmente na autodeterminação 
consciente e responsável da própria vida e que traz consigo a pretensão ao respeito 
por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo invulnerável que todo 
estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente excepcionalmente, possam 
ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas sempre sem 
menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres 
humanos.44 
No sistema jurídico brasileiro, o princípio da dignidade da pessoa humana 
vem se colocando como o primeiro dos princípios e matriz da Constituição. De 
 
39
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade[...].” art. 5º, caput da Constituição da República Federativa do Brasil 
de1988. 
40
“[…] promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação.” art. 3º, IV da da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988. 
41
“A lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.” art. 5º, XLI 
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
42CONJUR TJ reconhece união estável de casal homossexual. Disponível em: 
<http://www.conjur.com.br/2006-jan-10/tj_gaucho_reconhece_uniao_estavel_casal_homossexual>. 
Acesso em 24 out 2012. 
43SANTOS, Marcella Corrêa Marques Gonçalves dos. Adoção por casais homoafetivos. Revista 
Jurídica da Faculdade de Direito. Fundação Armando Alvares Penteado. v 5. Jan/junho/2011. São 
Paulo: FAAP, 2010. p 82-89. 
Disponível em: <http://www.faap.br/revista_faap/miolo_rev_direito_vol_5.pdf>. Acesso em 24 out 
2012. 
44MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 24. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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maneira que, todas as normas constitucionais, bem como o restante da ordem 
jurídica deverão ser interpretadas à luz deste princípio. 45 
 
Vale destacar que a dignidade humana é princípio que unifica e centraliza 
todo o sistema normativo, assumindo especial prioridade, principalmente quando se 
está diante de questões que suscitem respostas, por envolver, de um lado, o 
exercício da maternidade/paternidade e, de outro, a possibilidade de crianças e 
adolescentes possuírem um ambiente de afeto e respeito, que assegurem a 
primazia de pessoas em desenvolvimento.46 
2.2 Princípio da igualdade 
O princípio da igualdade de direitos prevê que todos os cidadãos têm direito 
de tratamento idêntico pela lei, em consonância com os critérios albergados pelo 
ordenamento jurídico.47 
Para Alexandre de Moraes, a igualdade se configura como uma eficácia 
transcendente, de modo que toda situação de desigualdade persistenteà entrada 
em vigor da norma constitucional deve ser considerada não recepcionada, se não 
demonstrar compatibilidade com os valores que a Constituição, como norma 
suprema, proclama.48 
E ainda ensina que, a desigualdade na lei se produz quando a norma 
distingue de forma não razoável ou arbitrária um tratamento específico a pessoas 
diversas. Assim, para que as diferenciações normativas possam ser consideradas 
não discriminatórias, torna-se indispensável que exista uma justificativa objetiva e 
razoável, de acordo com critérios e juízos valorativos geneticamente aceitos, cuja 
exigência deve aplicar-se em relação à finalidade e efeitos da medida considerada, 
devendo estar presente por isso uma razoável relação de proporcionalidade entre os 
 
45SANTOS, Marcella Corrêa Marques Gonçalves dos. Adoção por casais homoafetivos. Revista 
Jurídica da Faculdade de Direito. Fundação Armando Alvares Penteado. v 5. Jan/junho/2011. São 
Paulo: FAAP, 2010. p 82-89. 
Disponível em: <http://www.faap.br/revista_faap/miolo_rev_direito_vol_5.pdf>. Acesso em 24 out 
2012. 
46PIOVESAN, Flávia; MOSCHETTA, Sílvia Ozelame Rigo. Homoparentalidade: direito à adoção e 
reprodução humana assistida por casais homoafetivos. Curitiba: Juruá, 2009, p. 118. 
47MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 40. 
48MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 40. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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meios empregados e a finalidade perseguida, sempre em conformidade com os 
direitos e garantias constitucionalmente protegidos.49 
Celso Antonio Bandeira de Mello apregoa que os tratamentos normativos 
diferenciados são compatíveis com a Constituição Federal quando verificada a 
existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado.50 
 
Dentro dessa ideia de igualdade51, o que se veda são as diferenciações 
arbitrárias, as discriminações absurdas, pois, o tratamento desigual dos casos 
desiguais, na medida em que se desigualam, é exigência tradicional do próprio 
conceito de justiça.52 
Torna-se imperioso, nesse momento, a lição de San Tiago Dantas: 
Quanto mais progredirem e se organizarem as coletividades, maior é 
o grau de diferenciação a que atinge seu sistema legislativo. A lei 
raramente colhe no mesmo comando todos os indivíduos, quase 
sempre atende a diferenças de sexo, de profissão, de atividade, de 
situação de todos os bens, quase sempre se distingue conforme a 
natureza, a utilidade, a raridade, a intensidade de valia que ofereceu 
a todos; raramente qualifica de um modo único as múltiplas 
ocorrências de um mesmo fato, quase sempre os distingue conforme 
as circunstâncias em que se produzem, ou conforme a repercussão 
que têm no interesse geral. Todas essas situações, inspiradas no 
agrupamento natural e racional dos indivíduos e dos fatos, são 
essenciais ao processo legislativo e, não ferem o princípio da 
igualdade. Servem, porém, para indicar a necessidade de uma 
construção teórica, que permita distinguir as leis arbitrárias das leis 
conforme o direito, e eleve até esta alta triagem a tarefa do órgão do 
Poder Judiciário.53 
 
Desta forma, o não deferimento de adoção para casais homoafetivos, deve 
de no mínimo vir acompanhado de justificativas objetivas e razoáveis, sob pena de 
verdadeira discriminação. 
 
3 DOS ASPECTOS POSITIVOS DA ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS 
 
49MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 41. 
50MELLO, Celso Antonio Bandeira. Princípio da isonomia: desequiparações proibidas e 
permitidas. Revista Trimestral de Direito Público, nº 1, p.79. 
51Deve, contudo, buscar não somente esta aparente igualdade formal [...], mas, principalmente, a 
igualdade material, na medida em que a lei deverá tratar igualmente os iguais e desigualmente os 
desiguais, na medida de suas desigualdades.” (LENZA, Pedro. Direito Constitucional 
Esquematizado. 10 ed. São Paulo: Método, 2006, p. 531). 
52MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 40. 
53DANTAS, San Tiago. Igualdade perante a lei e due processo of law: contribuição ao estudo da 
limitação constitucional do Poder Legislativo. v. 116. Rio de Janeiro: Forense, 1948. p. 357-367. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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Em outros países, casais homoafetivos adotam crianças mais velhas, muitas 
vezes com irmãos, independentemente da cor, pois, por sofrerem tanto preconceito, 
geralmente não possuem uma postura discriminatória. A prática da adoção por 
casais homoafetivos encontra-se exatamente na parcela de crianças aptas para tal, 
mas que ninguém os quer adotar. 54 
 
Somente nos Estados Unidos, segundo estimativa da Escola de Direito da 
Universidade da Califórnia, 1 milhão de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais 
criam atualmente cerca de 2 milhões de crianças. E cada vez mais casais gays 
optam por criar seus próprios filhos. Segundo o mesmo instituto, em 2009, 21.740 
casais homossexuais adotaram crianças - quase o triplo do número de 2000. A 
estimativa é que cerca de 14 milhões de crianças, em todo o mundo, convivam com 
um dos pais gays. Por aqui, onde mais de 60 mil casais gays vivem numa união 
estável (reconhecida perante a lei55 apenas no ano passado), a história é mais 
recente.56 
A adoção por casais homoafetivos, é assunto recente – embora seja objeto 
de inúmeras pesquisas científicas nos corredores das faculdades brasileiras – e por 
isso gera dúvidas, preconceitos e medos. 
As perguntas mais corriqueiras57: Quais são as consequências na 
personalidade de uma criança se ela for criada por um casal homoafetivo? A Criança 
não necessita da figura paterna e da materna? As crianças terão problemas 
psicológicos em razão do preconceito? A possibilidade de essas crianças serem 
vítimas de abuso sexual? 
 
54FREITAS, Douglas Phillipis. Adoção por casal homoafetivo. Disponível em 
<http://www.ibdfam.org.br/_img/artigos/Ado%C3%A7%C3%A3o%20casal%20homoafetivo%2017_11
_2011.pdf>. Acesso em 24 out 2012. 
55
 Não se trata de lei e sim do recente julgamento do Supremo Tribunal Federal, que 
reconheceu a união estável entre casais do mesmo sexo. Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277 
do Distrito Federal. 
56CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
57Nas disputas judiciais envolvendo a temática de nosso estudo, tem-se alegado contra a 
possibilidade de adoção por homossexuais argumentos de variada matiz, tais como o (1) perigo 
potencial de a criança sofrer violência sexual (2) o risco de influenciar-se a orientação sexual da 
criança pela do adotante (3) a incapacidade de homossexuais serem bons pais e (4) a po 
ssíveldificuldade de inserção social da criança em virtude da orientação sexual do adotante. (RIOS, 
Roger Raupp. A Homossexualidade no Direito. 19.ª edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 
2001, p. 141). 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavodos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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Na edição do mês de fevereiro de 2012, a revista Superinteressante 
respondeu as indagações na matéria: 04 mitos sobre filhos de pais gays - O gays 
lutaram e conquistaram direitos iguais no casamento. O próximo passo é pensar em 
família e filhos58. 
 
3.1 Quais são as consequências na personalidade de uma criança se ela for 
criada por um casal homoafetivo? 
Segundo Charlote Paterson, pesquisadora do tema há mais de 20 (vinte) 
anos e professora de psiquiatria na Universidade da Virginia: 
As pesquisas mostram que a orientação sexual dos pais parece ter 
muito pouco a ver com o desenvolvimento da criança ou com as 
habilidades de ser pai. Filhos de mães lésbicas ou pais gays se 
desenvolvem da mesma maneira que crianças de pais 
heterossexuais59 
 
Mariana de Oliveira Farias, psicóloga e autora do livro Adoção por 
Homossexuais – A família Homoparental sob o olhar da psicologia jurídica, diz: 
O desenvolvimento da criança não depende do tipo de família, mas 
do vínculo que esses pais e mães vão estabelecer entre eles e a 
criança. Afeto, carinho, regras: essas coisas são mais importantes 
para uma criança crescer saudável do que a orientação sexual dos 
pais.60 
 
O estudo da Universidade Cambridge comparou filhos de mães lésbicas com 
filhos de mães héteros e não encontrou nenhuma diferença significativa entre os 
dois grupos quanto à identificação como gays. Mas isso não quer dizer que não 
existam algumas diferenças. As famílias homoparentais vivem num ambiente mais 
aberto à diversidade - e, por consequência, muito mais tolerante caso algum filho 
queira “sair do armário” ou ter experiências homossexuais.61 
 
3.2 A criança não necessita da figura paterna e da materna62? 
 
58CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
59CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
60CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
61CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
62[...]a ausência de modelo do gênero masculino e feminino pode, eventualmente, tornar confusa a 
própria identidade sexual, havendo o risco de a criança tornar-se homossexual. Aí se confunde 
sexualidade com função parental, como se a orientação sexual das figuras parentais fosse 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
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De acordo com a publicação jornalística63, no Brasil 17,4% das famílias são 
formadas por mulheres solteiras com filhos. No entanto, os papéis masculino e 
feminino continuam presentes como referência mesmo que não seja nos pais. 
 
A psicóloga Marina de Oliveira Farias64 comenta ser importante o contato da 
criança com os dois sexos, contudo, esse contato pode ser de alguém significativo à 
criança, como uma avó, pois ela fará essa escolha mesmo que inconscientemente. 
 
3.3 As crianças não terão problemas psicológicos em razão do preconceito? 
As crianças sofrerão preconceito, mas não serão as únicas. No ambiente 
infantil, qualquer diferença de peso, altura, cor da pele - pode virar alvo de piadas. 65 
Pesquisas que comparam filhos de gays com filhos de héteros mostram que 
os dois grupos registram níveis semelhantes de autoestima, de relações com a vida 
e com as perspectivas para o futuro. Da mesma forma, os índices de depressão 
entre pessoas criadas por gays e por héteros não são diferentes.66 
 
3.4 A possibilidade de essas crianças serem vítimas de abuso sexual? 
A Associação de Psiquiatria Americana diz que homens homossexuais não 
tendem a abusar mais sexualmente de crianças do que homens heterossexuais.67 
Identificar os vínculos homoparentais como promíscuos gera a falsa idéia de 
que não se trata de um ambiente saudável para o seu bom desenvolvimento. Assim, 
 
determinante na orientação sexual dos filhos. A função parental não está contida no sexo, e, sim, na 
forma como os adultos que estão no lugar de cuidadores lidam com as questões de poder e 
hierarquia no relacionamento com os filhos, com as questões relativas a problemas disciplinares, de 
controle de comportamento e de tomada de decisão. [...] Essas atitudes não estão relacionadas ao 
sexo das pessoas. (CASTRO, Maria Cristina D’avila. Adoção: um direito de todos e todas. 
Disponível em: <http://www.psicologiaeadocao.blogpost.com.br/2010/05/adocao-em-familias-
homoafetivas-html>. Acesso em: 25 out 2012). 
63CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
64CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
65CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
66CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
67CASTRO, Carol. 4 mitos sobre filhos de pais. Disponível em: 
<http://super.abril.com.br/cotidiano/4-mitos-filhos-pais-gays-676889.shtml.>. Acesso em 24 out 2012. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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a insistência em rejeitar a regulamentação da adoção por homossexuais tem por 
justificativa indisfarçável preconceito. 68 
 
4 DOS ASPECTOS NEGATIVOS DA ADOÇÃO POR CASAIS HOMOAFETIVOS 
 
Os estudos/pesquisas acima expostos, apontam que o fato de a criança ou 
adolescente serem adotados por casal homoafetivo não gera consequências na sua 
personalidade, mais precisar em sua orientação sexual. Porém, saindo da mesa de 
estudos e indo para realidade, nos deparamos com o caso Thomas Lobel69. 
Trata-se de um menino que reside na Califórnia - Estados Unidos e foi 
adotado aos 02 (dois) anos de idade por um casal de lésbicas, Pauline Moreno e 
Debra Lobel. Segundo a reportagem trazida pelo jornal inglês, Daily Mail70, Thomas 
Lobel aos 07 (sete) anos de idade ameaçou-se emascular, ou seja, mutilar seu 
próprio órgão genital, por acreditar ser uma menina. Motivo que levou as “mães” 
batalharem judicialmente a mudança. 
Pauline Moreno e Debra Lobel, adotantes do infante, afirmam que uma das 
primeiras coisas que Thomas aprendeu a falar foi “sou uma menina”.E, ainda 
defendem que é melhor iniciar a mudança de sexo na infância, isso porque na 
puberdade tudo seria mais complicado. 
No ano seguinte a tentativa de emasculação, Thomas, ou melhor, Tammy, 
passou a ser medicada para impedir o desenvolvimento de ombros largos, voz grave 
e pelos faciais.71 
E de acordo com as informações trazidas pelo jornal, o tratamento hormonal 
permitirá à Tammy ter tempo de “decidir” – repita-se decidir – se é isso mesmo o que 
quer. Caso queira para de tomar a medicação, será possível passar pela puberdade 
 
68DIAS, Maria Berenice. Adoção homoafetiva. Disponível em: 
<http://www.mariaberenice.com.br/uploads/6_-_ado%E7%E3o_homoafetiva.pdf>. Acesso em 24 out 
2012. 
69DA REDAÇÃO. Menino inicia tratamento de mudança de sexo aos 08 anos. Disponível em: 
<http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/inacreditavel/2011/09/30/285355-menino-inicia-tratamento-de-
mudanca-de-sexo-aos-8-anos>. Acesso 25 out 2012. 
70The little boy who started a sex change aged eight because he (and his lesbian parents) knew 
he always wanted to be a girl. Disponível em: <http://www.dailymail.co.uk/news/article-
2043345/The-California-boy-11-undergoing-hormone-blocking-treatment.html>. Acesso em 25 out 
2012. 
71DA REDAÇÃO. Menino inicia tratamento de mudança de sexo aos 08 anos. Disponível em: 
<http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/inacreditavel/2011/09/30/285355-menino-inicia-tratamento-de-
mudanca-de-sexo-aos-8-anos>. Acesso 25 out 2012. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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como um garoto normalmente, mas caso contrário se resolver se tornar uma mulher 
definitivamente, os remédios ajudarão no desenvolvimento de caraterísticas físicas 
femininas.72 
Para o deputado Marcos Feliciano73, “até onde vai esta liberdade, esta 
liberalidade? O que essa criança vê e ouve de 0 à 07 (sete) anos, pela psicologia de 
Froid [sic] diz que é aquilo que vai ter como base de seu caráter.” 
E, o colunista Carlos Ramalhete da gazeta do povo, registra: 
[...]por mais que haja quem tente “desconstruir a família tradicional”, 
continua sendo biologicamente impossível ser filho de 20 freiras ou 
dois barbados. Uma certidão em que constem dois “pais” e nenhuma 
mãe – ou 20 “mães” e nenhum pai – é um absurdo patente, um 
abuso de autoridade por parte do Estado. 
O Estado reconhece a família porque é nela que a vida é gerada. 
Um homem e uma mulher se unem, geram filhos e os criam, e é 
do interesse de toda a sociedade que isso funcione bem. 
Quando falta uma família, o Estado pode entregar a criança a outra 
família, que a adota como nela houvesse nascido. Conventos, 
comunidades hippies e uniões de pessoas do mesmo sexo, contudo, 
podem ser modos de convívio agradáveis para quem neles toma 
parte, mas certamente não são famílias. Isso é abuso, não adoção.”74 
(grifo nosso) 
 
 
Em face dessa problemática, o deputado Zequinha Marinho apresentou o 
projeto de Lei 7018/201075 que tem como intuito vedar a adoção por casais do 
mesmo sexo. A propósito, colaciono os fundamentos apresentados pelo mencionado 
deputado: 
[...]Tais “casais” – por assim dizer -- não constituem uma família, 
instituição que pode apenas ser constituída por um homem e uma 
mulher unidos pelo matrimônio ou pela estabilidade de sua união. 
 
72The little boy who started a sex change aged eight because he (and his lesbian parents) knew 
he always wanted to be a girl. Disponível em: <http://www.dailymail.co.uk/news/article-
2043345/The-California-boy-11-undergoing-hormone-blocking-treatment.html>. Acesso em 25 out 
2012 
73Adoção de criança por casal do mesmo Sexo. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ClLr5iqXZGQ>. Acesso em 25 out 
2012. 
74RAMALHETE, Carlos. Perversão da Adoção. Disponível em: 
<http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?id=1292008&tit=Perversao-da-adocao>. 
Acesso em 25 out 2012. 
75Art. 1º Esta lei altera o parágrafo 2º do artigo 42 da Lei nº8.069, de 1990 – Estatuto da Criança e do 
Adolescente, para proibir a adoção por casais do mesmo sexo. Art. 2º O parágrafo 2º do artigo 42 da 
Lei nº 8.069, de 1990,passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 42[...]. § 2º Para adoção 
conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, 
comprovada a estabilidade da família, sendo vedada adotantes do mesmo sexo. [...] (NR)” grifo 
nosso. Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/747302.pdf>. Acesso em: 23 out 
2012. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
 492
A adoção por casais homossexuais exporá a criança a sérios 
constrangimentos. Uma criança, cujos pais adotivos mantenham 
relacionamento homoafetivo, terá grandes dificuldades em explicar 
aos seus amigos e colegas de escola porque tem dois pais, sem 
nenhuma mãe, ou duas mães, sem nenhum pai. 
É dever do Estado colocar a salvo a criança e o adolescente de 
situações que possam causar-lhes embaraços, vexames e 
constrangimentos. A educação e a formação de crianças e 
adolescentes deve ser processada em ambiente adequado e 
favorável ao seu bom desenvolvimento intelectual, psicológico, 
moral e espiritual. 
Por essa razão, a lei, adequando-se aos preceitos constitucionais, 
deve resguardar os jovens de qualquer exposição que possa 
comprometer-lhes a formação e o desenvolvimento. 
Note-se que o ordenamento jurídico brasileiro não permite a adoção 
por “casais” homossexuais. Ao mesmo tempo, não torna explícita a 
proibição. 
Essa ambiguidade tem levado certos juizes de primeira instância a 
conceder tais adoções – que são, posteriormente, tornada nulas 
pelos tribunais superiores. 
Creio, portanto, que devemos seguir o exemplo de países como a 
Ucrânia, que recentemente tornou explícita a proibição de que 
estamos a tratar. [...] 
 
Há que se considerar os vários fatores intrínsecos, entre os quais se destaca 
o preconceito, que em muitos casos fundamenta atitudes violentas contra 
homossexuais.76 
A homossexualidade é vista por muitos como misto de doença-pecado-
crime, despertando rejeições de intensidades variadas em diferenciados segmentos 
da sociedade, o que faz com que os homossexuais sejam alvo de atitudes 
preconceituosas, intolerância e discriminação.77 
A Universidade Federal do Piauí – Paraíba, Universidade Federal da Paraíba 
– João Pessoa e a Universidade de São Paulo – São Paulo, realizaram de forma 
conjunta uma pesquisa com seus acadêmicos sobre a adoção de crianças por 
casais homoafetivos. Destaco os dizeres de alguns entrevistados78: 
 
76ARAÚJO, Ludgleydson Fernandes de; OLIVEIRA, Josevânia da Silva Cruz de; SOUSA, Valdiléia 
Carvalho de; CASTANHA, Alessandra Ramos. Adoção de crianças por casais homoafetivos; um 
estudo comparativo entre universitários de direito e de psicologia. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n2/a13v19n2.pdf>. Acesso em 24 out 2012. 
77ARAÚJO, Ludgleydson Fernandes de; OLIVEIRA, Josevânia da Silva Cruz de; SOUSA, Valdiléia 
Carvalho de; CASTANHA, Alessandra Ramos. Adoção de crianças por casais homoafetivos; um 
estudo comparativo entre universitáriosde direito e de psicologia. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n2/a13v19n2.pdf>. Acesso em 24 out 2012. 
78ARAÚJO, Ludgleydson Fernandes de; OLIVEIRA, Josevânia da Silva Cruz de; SOUSA, Valdiléia 
Carvalho de; CASTANHA, Alessandra Ramos. Adoção de crianças por casais homoafetivos; um 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
www.univali.br/ricc - ISSN 2236-5044 
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A criança que é criada entre homossexuais terá desvio de 
personalidade [...] vivendo numa anormalidade de comportamentos 
[...] e numa ausência de figura paterna e materna [...] 
 
As crianças devem desde cedo ter nitidamente uma concepção e 
diferenciação entre as figuras materna e paterna. Além do que é 
possível que sofra preconceito [...] discriminação 
 
A configuração jurídica da estrutura de família carece de uma 
adaptação aos novos tempos [...] aos novos perfis de família [...]. 
Assim, casais homossexuais e famílias monoparentais tem se 
tornado muito frequentes para serem ignoradas pelo direito [...]” 
 
Não acho muito coerente, uma vez que é uma questão de difícil 
assimilação para a criança entender que seus pais são do mesmo 
sexo... e pelo método de comparação social esta criança pode 
desenvolver uma série de traumas [...] ou desequilíbrios [..]. e sofrer 
preconceitos por parte das outras pessoas do seu grupo de pertença 
[..]. 
 
 
Os resultados obtidos expressaram posicionamentos contrários à adoção no 
contexto da homossexualidade, isso porque acreditam no risco de a criança seguir a 
mesma orientação sexual dos adotantes, bem como na ausência do referencial 
materno/paterno, e de serem alvos de preconceito.79 
Ressaltou a pesquisa que se faz necessária a inserção nas pautas de 
investigações e intervenções acerca dos aspectos psicossociais, afetivos e jurídicos 
do processo de adoção no contexto da homossexualidade, para que profissionais de 
saúde e juristas atuem com o escopo de promover o bem-estar aos adotantes e aos 
adotados.80 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
estudo comparativo entre universitários de direito e de psicologia. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n2/a13v19n2.pdf>. Acesso em 24 out 2012. 
79ARAÚJO, Ludleydson Fernandes de; OLIVEIRA, Josevânia da Silva Cruz de; SOUSA, Valdiléia 
Carvalho de; CASTANHA, Alessandra Ramos. Adoção de crianças por casais homoafetivos; um 
estudo comparativo entre universitários de direito e de psicologia. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n2/a13v19n2.pdf>. Acesso em 24 out 2012. 
80ARAÚJO, Ludleydson Fernandes de; OLIVEIRA, Josevânia da Silva Cruz de; SOUSA, Valdiléia 
Carvalho de; CASTANHA, Alessandra Ramos. Adoção de crianças por casais homoafetivos; um 
estudo comparativo entre universitários de direito e de psicologia. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19n2/a13v19n2.pdf>. Acesso em 24 out 2012. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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É bem verdade que o sexo das pessoas, salvo expressa disposição 
constitucional em contrário, não se presta como fator de desigualdade jurídica, isso 
porque o art. 3º, inciso IV da Constituição da República Federativa do Brasil de 
1988, veda o tratamento discriminatório ou preconceituoso em razão do sexo dos 
seres humanos. Tratamento discriminatório ou desigualitário sem causa que, se 
intentado pelo comum das pessoas ou pelo próprio Estado, passa a colidir 
frontalmente com o objetivo constitucional de promover o bem de todos – como já 
fora mencionado. 81 
E como dito pelo Ministro Ayres Britto, nada incomoda mais as pessoas do 
que a preferência sexual alheia, quando tal preferência já não corresponde ao 
padrão social da heterossexualidade. É a velha postura de reação conservadora aos 
que, nos insondáveis domínios do afeto soltam por inteiro as amarras desse navio 
chamado coração. 82 
Ademais, não se pode fechar os olhos e deixar de lado o número expressivo 
de crianças e/ou adolescentes que aguardam na fila da adoção, muitos deles até 
sem perspectiva de serem adotados, em razão de critérios (recém nascidos, 
crianças de pela branca e se possível de “olhos azuis”) escolhidos pela maioria dos 
adotantes, motivo pelo qual conceder a adoção aos pares homoafetivos seria um 
passo importante para a diminuição. 
Nesta seara, a pesquisa levantada nos fez compreender que a possibilidade 
jurídica existe e é legalmente viável, eis que a legislação atual não veda 
expressamente. 
Porém, mais do que a possibilidade jurídica do pedido de adoção e número 
expressivo de crianças na fila, necessário se faz um estudo excessivamente 
aprofundado sobre o tema, pois enquanto pesquisadores, psicólogos e psiquiátricas 
afirmam com grande veemência que as consequências de uma adoção por casal 
homoafetivo são as mesmas da adoção por casal heterossexual, nos deparamos 
com uma realidade totalmente distorcida. 
 
81BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277 do Distrito 
Federal. Rel. Ministro Ayres Britto, publicação em 14/10/2011. Disponível em: 
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628635>. Acesso em 24 out 
2012. 
82BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277 do Distrito 
Federal. Rel. Ministro Ayres Britto, publicação em 14/10/2011. Disponível em: 
<http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=628635>. Acesso em 24 out 
2012. 
SOUZA, Crislaine Lima de; SANTOS, Luis Gustavo dos. Análise da possibilidade jurídica da adoção por casais 
homoafetivos: seus aspectos positivos e negativos. Revista Eletrônica de Iniciação Científica. Itajaí, Centro de 
Ciências Sociais e Jurídicas da UNIVALI. v. 4, n.1, p. 476-498, 1º Trimestre de 2013. Disponível em: 
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No caso, o grau de maturidade de uma criança adotada por casal 
homoafetivo deve ser levado em consideração, porque quanto mais alto for seu grau 
de maturidade, por menores serão as consequências dos impactos (preconceitos, 
discriminação, crise de identidade, orientação sexual) dessa adoção. 
 
E mais, antes de conceder tal instituto aos casais homoafetivos, deverá o 
juiz respaldar a decisão em estudos criteriosos de caso à caso, de plano de bem 
estar e de um bom trabalho psicológico com a criança e/ou adolescente. 
O sucesso ou não dependerá de outros fatores, que não apenas a opção 
sexual dos adotantes. 
 
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promulgada em 05 de outubro de 1988. Disponível em: 
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