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Edilson direito administrativo 01

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Direito Administrativo
Professor Edilson Vitorelli
Procurador da República. Ex-juiz federal. Mestre em direito 
pela UFMG, doutorando pela UFPR
www.edilsonvitorelli.com
Introdução
Bibliografia:
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antonio. Curso de Direito Administrativo.
As funções do Estado
• O Estado existe, em primeiro lugar, para satisfazer as necessidades do cidadão. 
Todavia, a forma de fazer isso variou ao longo da história. 
• Durante a maior parte da história da humanidade, vigorou a concentração de 
poderes nas mãos de algum tipo de grupo. Em Roma: 
• Realeza
• República 
• Principado
• Dominiato
• Apesar das mudanças de governo, o poder de gerência do Estado, entendido em 
sentido amplo, sempre esteve concentrado. 
• Idade média: feudalismo – legislação local e costumeira. Domínio, pelo senhor 
feudal, de todos os aspectos da vida civil. 
• Idade moderna: absolutismo. The king can do no wrong. 
O Estado moderno
• A idade moderna, apesar de ainda consagrar a irresponsabilidade do monarca, é a responsável 
pela geração do Estado moderno: 
• Com a Inglaterra sob os Tudors, Espanha com os Habsburgos, e França com Bourbons, a Europa 
embarcou em uma variedade de programas destinados a aumentar o controle político e 
econômico centralizado, adquirindo cada vez mais muitas dos aspectos institucionais que 
caracterizam o "Estado moderno". Essa centralização do poder político envolveu a delimitação das 
fronteiras, como monarcas europeus gradualmente derrotados ou co-optados outras linhas de 
poder, tais como a Igreja Católica e a nobreza.
• Em lugar do sistema fragmentado das leis feudais, com muitas vezes reivindicações territoriais, 
grandes territórios definitivos emergiram. Este processo deu origem à alta centralização e cada 
vez mais formas burocráticas de leis absolutistas do séculos XVII e XVIII, quando as principais 
características do sistema estatal contemporâneo tomou forma, incluindo a introdução de um 
exército permanente, uma sistema de tributação central, relações diplomáticas permanentes com 
as embaixadas, bem como o desenvolvimento da política econômica do 
Estado mercantilista.
• Segundo Weber, o Estado moderno monopoliza os meios de legítima violência física, ao 
longo de um território bem definido.
• Elementos do Estado:
– Povo
– Território
– Soberania
• Características do Estado: 
• Burocracia administrativa: 
• Tropas permanentes: As forças militares que antes obedeciam a cada senhor feudal 
deixaram de existir.
• Unificação das leis e da aplicação da justiça
• Unificação do sistema tributário.
• O Estado centralizado não é só uma conquista. É uma necessidade. 
O Estado moderno
A separação de poderes
• Uma das principais características do Estado moderno é a ideia de separação das atividades do
Estado. Há uma consciência de que é ruim a concentração de todas essas atividades em apenas
um órgão.
• Prevalece a ideia da obra de Montesquieu: O Espírito das leis. Rigorosamente, a ideia original do
filósofo era a separação de 2 poderes, Executivo e Legislativo. O Judiciário não era considerado
um Poder.
• Acabou prevalecendo na maior parte dos países ocidentais a divisão em 3 poderes, embora isso
não seja necessário. O Brasil já teve 4 poderes e outros países do mundo têm, atualmente, mais
de 3 poderes.
• Mas o que é um poder?
• É uma função do Estado que não se subordina a qualquer outra
• A separação de poderes não é absoluta. Há uma coordenação 
entre os poderes. 
Funções do Estado
• Funções do Estado em sentido formal: 
• Em sentido formal, os atos jurídicos são classificados segundo o poder do qual emanam: 
• Atos do Poder Executivo = atos administrativos
• Atos do Poder legislativo = atos legislativos
• Atos do Poder Judiciário = atos judiciais ou jurisdicionais
• Em sentido material, entretanto, a situação é diferente: 
• Atos legislativos = atos que produzem normas jurídicas gerais, abstratas, obrigatórias e inovadoras. São, 
predominantemente, os previstos no art. 59 da Constituição: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções. 
• Atos jurisdicionais: atos que decidem, de modo definitivo, uma controvérsia ou situação jurídica.
• Atos administrativos: polêmica: aplicação da lei de ofício ou função residual 
(Diogo de Figueiredo Moreira Neto). 
Os poderes e as funções
• Os poderes do Estado devem ser nomeados de acordo com a função que exercem de modo 
precípuo, mesmo que também exerçam outras funções. 
• Conclusão: as funções do Estado não são exclusivas dos poderes que levam seus nomes. O 
nome corresponde apenas à função precípua ou predominante daquele poder. 
• Logo, há atos:
• Formalmente administrativos, materialmente administrativos: decreto expropriatório.
• Formalmente administrativos, materialmente legislativos: medida provisória
• Formalmente administrativos, materialmente jurisdicionais: decisão do conselho de 
contribuintes. 
Formalmente legislativos, materialmente administrativos: licitação feita pela câmara 
municipal. 
Formalmente legislativos, materialmente legislativos: lei.
Formalmente legislativos, materialmente jurisdicionais: julgamento do presidente da 
república e dos ministros em caso de crimes de responsabilidade: art. 52, I e II da 
CF. 
Formalmente jurisdicionais, materialmente administrativos: nomeação de servidor 
pelo Tribunal de Justiça. 
Formalmente jurisdicionais, materialmente legislativos: sentença normativa da 
justiça do trabalho
Formalmente jurisdicionais, materialmente jurisdicionais: sentença. 
Observações: 
• 1) Função Política: há quem distinga, dentro da função administrativa, também a função 
política, denominando os atos praticados pelos mais altos dignitários da administração de 
atos políticos. Ex: declaração de guerra, veto a projeto de lei. 
• Celso de Albuquerque Mello, “A conceituação de um crime como político é (...) um ato 
político em si mesmo, com toda a relatividade da política” (Extradição. Algumas 
observações. In: O Direito Internacional Contemporâneo. Org: Carmen Tiburcio; Luís Roberto 
Barroso. Rio de Janeiro: Renovar, 2006. p. 222-223).]
• O STF aceitou essa distinção no caso Batisti: (Ext 1085 PET-AV, Relator(a): Min. GILMAR 
MENDES, Relator(a) p/ Acórdão: Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 08/06/2011, 
DJe-060 DIVULG 02-04-2013 PUBLIC 03-04-2013 EMENT VOL-02686-01 PP-00001) 
• 2) E o Ministério Público? 4º Poder ou compõe o executivo? 
Direito administrativo: conceito
1) o critério do “poder público”, baseado na distinção entre atos de império e atos de
gestão, entendendo-se que o direito administrativo se ocuparia dos atos de império,
decorrentes do “poder de comando”.
2) o critério da noção de “serviço público”, baseado nas atividades desenvolvidas pelo
Poder Público (foi abandonada em razão da crise do serviço público).
3) O critério da “utilidade pública e interesse geral”.
4) O critério da “puissance publique” (algo parecido como Poder Público, em português),
que também estaria vinculado à ideia de atos de autoridade.
5) O critério do poder público (item 4), mas como uma concepção mais ampla no sentido
de “gestão pública”.
• É o conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao interesse público, 
regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre estes e a 
coletividade a que devem servir (José dos Santos Carvalho Filho). 
• Em sentido objetivo, administração pública é a função administrativa. 
• Em sentido subjetivo, Administração Pública é o conjunto de pessoas que exerce 
atividadeadministrativa, em qualquer dos Poderes. (maiúsculas e minúsculas 
segundo Hely Lopes Meirelles).
• Função precípua da administração: atender ao interesse público (para alguns: 
primário=coletividade secundário= do Estado enquanto pessoa jurídica). 
Direito administrativo: conceito
Conceito de administração pública
Hely Lopes Meirelles:
Formal: é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo.
Material: é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral.
Operacional: é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços 
próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade.
Objeto do direito administrativo
Sistema europeu-continental: o direito administrativo tem amplitude muito maior, 
abrangendo o direito administrativo descritivo, que se preocupa em delimitar o 
estatuto dos órgãos públicos administrativos do Estado e das coletividades locais, 
a estrutura dos serviços púbicos e os mecanismos de procedimentos referentes a 
certas atividades 
Sistema anglo-americano: mais restrito, pois grande parte das relações jurídicas é 
regida pelo direito comum.
Princípios do direito administrativo
• Normas jurídicas = regras e princípios. Diferenciação de Robert Alexy:
• Princípios são mandados de otimização, normas que ordenam que algo seja feito na maior 
medida possível, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas do caso. 
• Regras tem o caráter de mandados definitivos, normas que só podem ser cumpridas ou não, 
sendo realizadas por meio da lógica "tudo ou nada".
• Solução de conflitos entre regras e colisões entre princípios: subsunção e sopesamento 
(ponderação de interesses). 
• CANOTILHO:
• a) Grau de abstracção: os princípios são normas com um grau de abstracção relativamente 
elevado; de modo diverso, as regras possuem uma abstracção relativamente reduzida.
• b) Grau de determinabilidade na aplicação do caso concreto: os princípios, por serem vagos 
e indeterminados, carecem de mediações concretizadoras (do legislador, do juiz), enquanto 
as regras são susceptíveis de aplicação directa.
c) Carácter de fundamentalidade no sistema das fontes de direito; os princípios são 
normas de natureza estruturante ou com um papel fundamental no ordenamento 
jurídico devido à sua posição hierárquica no sistema das fontes (ex.: princípios 
constitucionais) ou à sua importância estruturante dentro do sistema jurídico (ex.: 
princípio do Estado de Direito).
d) “Proximidade” da idéia de direito: os princípios são “standards” juridicamente 
vinculantes radicados nas exigências de “justiça” (Dworkin) ou na “ideia de direito” 
(Larenz); as regras podem ser normas vinculativas com um conteúdo meramente 
funcional.
e) Natureza normogenética: os princípios são fundamento de regras, isto é, são normas 
que estão na base ou constituem a ratio de regras jurídicas, desempenhando, por 
isso, uma função normogenética fundamentante
Princípios implícitos e explícitos
Norma básica dos princípios expressos do direito administrativo: Constituição Federal, art. 37, caput. LIMPE 
Celso Antônio Bandeira de Mello:
a) princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, oriundo da própria ideia de Estado;
b) princípio da Legalidade;
c) princípio da finalidade, oriundo do Princípio da Legalidade;
d) princípio da razoabilidade - também oriundo da Legalidade;
e) princípio da proporcionalidade, como aspecto específico da razoabilidade;
f) princípio da motivação - exigência do Estado Democrático de Direito;
g) princípio da impessoalidade;
h) princípio da publicidade;
i) princípio da moralidade administrativa;
j) princípio do controle judicial dos atos administrativos;
k) princípio da responsabilidade do Estado por atos administrativos
Princípio da Legalidade
• É o vetor fundamental da ideia de Estado de Direito
• Rule of law, not of men
• Conceito: Celso Antônio Bandeira de Mello: "é a consagração da ideia de que a Administração Pública 
só pode ser exercida na conformidade da lei e que, de conseguinte, a atividade administrativa é 
atividade sublegal, infralegal, consistente na expedição de comandos complementares à lei." 
• Enquanto o particular pode fazer todo o que a lei não proíbe, o administrador só pode fazer o que a 
lei autoriza.
• Toda a comunidade se submete à lei (considerada em sentido amplo: norma geral, abstrata, 
obrigatória e inovadora), inclusive os mais altos detentores do poder. 
• Implicação mais importante: o administrador se subordina à lei. Ele não inova no ordenamento 
jurídico. Deve ser um fiel cumpridor de suas disposições. 
• Nenhum ato infralegal que contrarie a lei será considerado válido (decretos, regulamentos, portarias 
etc.) 
Princípio da Legalidade
• Luís Roberto Barroso: legalidade e seus desdobramentos:
• a) princípio da preeminência da lei: todo ato infralegal que não esteja de acordo 
com a lei será considerado invalido. 
• b) princípio da reserva da lei: determinadas matérias somente podem ser 
reguladas por lei.
Carmem Lúcia Antunes Rocha: princípio da juridicidade: a Administração Pública é o 
próprio Direito tornada movimento realizador de seus efeitos para intervir e 
modificar a realidade social sobre a qual incide. Quem está submetido à lei é o 
administrador. 
Supremacia do interesse público
O interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular. 
1) Toda atividade administrativa deve ser orientada no sentido de satisfazer o interesse 
público. Qualquer desvio nesse sentido fere a legalidade; 
2) A administração atua sob o chamado regime jurídico administrativo, um conjunto de 
prerrogativas e sujeições que tem por objetivo, por um lado, viabilizar a atividade 
administrativa, colocando a administração acima dos particulares (poder de império) e, de 
outro, permitir que ela se submeta a controle. 
Indisponibilidade do interesse público: verticalidade da relação entre a administração e o 
particular, quando a situação está regida pelo Regime Jurídico Administrativo. 
Relação jurídico-administrativa: relação mantida entre a Administração 
Pública e os administrados.
Presunção de legalidade dos atos 
administrativos
Os atos administrativos são presumidos verdadeiros quanto aos fatos que os 
embasaram e legais em relação ao seu enquadramento com a lei. 
Presunção relativa (juris tantum). 
Em razão dessa presunção, os atos administrativos podem ser aplicados 
imediatamente, cabendo a quem deles discorda a sua impugnação. 
Regras de interpretação do direito 
administrativo (doutrina tradicional)
1) a desigualdade jurídica entre a Administração e os administrados
2) a presunção de legitimidade dos atos da Administração
3) a necessidade de poderes discricionários para a Administração atender ao 
interesse público
Princípio da indisponibilidade do 
interesse público
O interesse público não é apenas superior ao interesse privado, mas ele também é 
indisponível para a administração. 
Consequências:
A administração não pode dispor de seus bens que estejam afetados a uma 
finalidade pública. 
A administração não pode elevar os gastos públicos livremente (é preciso lei). 
É por isso que a administração pública, como diz Celso Antonio Bandeira de Mello, 
não tem poderes-deveres, mas sim deveres-poderes. 
Legalidade em crise
• Apesar de parecer um princípio tão óbvio, a legalidade hoje vive uma crise 
considerável, com movimentos complementares e contraditórios: 
• 1) A inviabilidade de se regulamentar, por lei, um mundo tão complexo. As “soft law”. 
• 2) Caráter técnico de inúmeros aspectos da vida do Estado, submetidos mais a normas 
técnicas do que à lei. 
• 3) Tendência à transferência dos serviços públicos para entes privados, submetidos ao 
princípio de modo menos intenso.
• A supremacia deve ser vista sob uma ótica democrática,não como uma justificativa 
para que a administração viole os direitos dos particulares. V. Gustavo Binembojm: A 
crise dos paradigmas do direito administrativo. A dialética entre a lógica da autoridade 
e a lógica da liberdade.
• Será que o interesse público está sempre acima do interesse privado? 
Um cuidado
SÚMULA Nº 636 do STF
NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO POR CONTRARIEDADE AO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL 
DA LEGALIDADE, QUANDO A SUA VERIFICAÇÃO PRESSUPONHA REVER A INTERPRETAÇÃO 
DADA A NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS PELA DECISÃO RECORRIDA.
Sistema de aplicação da Lei
O Brasil adotou o sistema de jurisdição única (ou sistema 
inglês), ou seja, o controle administrativo pelo Poder 
Judiciário, e não o sistema do contencioso administrativo ou 
jurisdição administrativa (sistema francês)
Princípio da impessoalidade
A atividade administrativa deve ser orientada pela satisfação do interesse público, não de 
interesses pessoais. 
Em relação ao administrado, a administração não pode agir com base em preferências. 
Em relação a si mesma, os atos praticados pelo administrador são imputados à administração, 
para o bem ou para o mal: 
Art. 37, § 1º, CF: A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos 
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não 
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de 
autoridades ou servidores públicos.
Aplicações do princípio da impessoalidade
STF: RE 589.998/PI: Os empregados públicos não fazem jus à estabilidade prevista no art. 41 da CF, 
salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/1998. Precedentes. II - Em 
atenção, no entanto, aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por 
concurso publico, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia 
mista que prestam serviços públicos deve ser motivada, assegurando-se, assim, que tais 
princípios, observados no momento daquela admissão, sejam também respeitados por ocasião da 
dispensa.
Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou 
por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma 
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de 
cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública 
direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, 
viola a Constituição Federal.
STF: ARE 680288 AgR/RS: A faculdade de que dispõe a administração pública de criar 
cargos de livre nomeação e exoneração deve observar, além do princípio da 
legalidade, a disposição constitucional que determina a realização de concurso 
público de provas ou de provas e títulos para a investidura em cargos públicos, 
reservando-se a possibilidade de contratação pela via comissionada somente a 
determinadas exceções constitucionais, a fim de garantir o amplo acesso da 
comunidade aos cargos públicos, corolário que é do princípio da impessoalidade. 
Aplicações do princípio da impessoalidade
Princípio da moralidade administrativa
Há uma polêmica se está abrangido ou não pela legalidade. 
Há uma moral institucional que a administração deve respeitar, a partir de um 
senso de honestidade, ética e justiça. 
Lei 9.784/99, art. 2º: a administração deve atuar de acordo com padrões éticos 
de probidade, decoro e boa-fé.
A violação à moralidade administrativa é causa de improbidade administrativa. 
Lei 8.429/92, art. 11. 
Dúvida: como controlar judicialmente a moralidade? Adilson Dallari e Sérgio 
Ferraz: não se deve impor à sociedade as concepções morais do Ministério 
Público e do Poder Judiciário.
Princípio da proteção da confiança
Seria uma decorrência do princípio da moralidade. A administração não pode agir 
contra as legítimas expectativas que criou em seus administrados. É o princípio da 
boa-fé administrativa.Proibição do venire contra factum proprium. 
Dever de agir com boa-fé, lealdade e transparência, respeitando as expectativas 
legítimas geradas nos administrados. 
Ex: a administração dá posse a servidor em situação irregular, o servidor trabalha e a 
administração se recusa a efetuar o pagamento. 
Princípio da especialidade
Quando o Estado cria pessoas jurídicas públicas administrativas - as autarquias -
como forma de descentralizar a prestação de serviços públicos, com vistas à 
especialização de função, a lei que cria a entidade estabelece com precisão as 
finalidades que lhe incumbe atender, de tal modo que não cabe aos seus 
administradores afastar-se dos objetivos definidos na lei.
É um princípio que vem sendo bastante relativizado. 
Princípio do controle ou tutela
Segundo este princípio, compete à administração direta o 
exercício de controle sobre as entidades da administração 
indireta que ela mesma cria. 
Ele assegura o princípio da especialidade. 
Princípio da autotutela
Enquanto pela tutela a Administração exerce controle sobre outra pessoa jurídica por ela mesma 
instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de 
anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso 
ao Poder Judiciário (Súmulas 346 e 473 do STF).
SÚMULA Nº 346 
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE DECLARAR A NULIDADE DOS SEUS PRÓPRIOS ATOS.
SÚMULA Nº 473 
A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍCIOS QUE OS 
TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR 
MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E 
RESSALVADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.
Condições para o exercício da autotutela
O exercício da autotutela não é incondicionado. A jurisprudência 
estabeleceu condições: 
1) Obediência ao devido processo legal: 
STF: A jurisprudência predominante do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a 
Administração Pública pode anular os seus próprios atos quando ilegais, conforme o 
disposto na Súmula 473 do Supremo Tribunal, desde que observado o devido processo 
legal, para desconstituir as situações jurídicas consolidadas que repercutem no âmbito dos 
interesses individuais dos administrados.
(AI 730928 AgR, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira 
Turma, julgado em 26/05/2009)
STF: O entendimento da Corte é no sentido de que, embora a Administração esteja 
autorizada a anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais 
(Súmula 473 do STF), não prescinde do processo administrativo, com obediência aos 
princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório. Precedentes
(AI 710085 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, julgado em 
03/02/2009)
2) Prazo: Lei 9.784/99, Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos 
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados 
da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da 
percepção do primeiro pagamento.
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade 
administrativa que importe impugnação à validade do ato.
No STJ: O art. 54 da Lei 9.784/99 prevê um prazo decadencial de 5 anos, a contar da 
data da vigência do ato administrativo viciado, para que a Administração anule 
os atos que gerem efeitos favoráveis aos seus destinatários. Após o transcurso do 
referido prazo decadencial quinquenal sem que ocorra o desfazimento do ato, 
prevalece a segurança jurídica em detrimento da legalidade da atuação 
administrativa. (MS 18.554/DF, Rel. MinistroNAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, 
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 11/12/2013, DJe 07/02/2014)
Princípio da segurança jurídica
Art. 2.º, da Lei n.º 9.784/99 – veda a aplicação retroativa de nova interpretação de 
lei no âmbito da Administração Pública:
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da 
legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, 
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o 
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova 
interpretação.
Princípio da Hierarquia
Os órgãos da Administração Pública são estruturados de tal forma que se cria uma relação de 
coordenação e subordinação entre uns e outros, cada qual com atribuições definidas na lei.
É diferente do Judiciário e do Ministério Público, que são organizados com base na 
independência funcional. 
Institutos da delegação e da avocação:
Lei 9.784/99: Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver 
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que 
estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de 
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente 
justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente 
inferior.
Princípio da Hierarquia
Se uma determinada competência pode ser delegada, automaticamente, esta 
poderá ser avocada, porquanto são dois institutos jurídicos conexos e de "mão 
dupla", em decorrência da própria disposição do princípio da hierarquia que 
estrutura a Administração Pública.
(MS 15.165/DF, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 
08/02/2012, DJe 05/03/2012)
Princípio da continuidade do serviço público
O serviço público, sendo a forma pela qual o Estado desempenha funções essenciais ou necessárias 
à coletividade, não pode parar.
No STJ: 1. O princípio da continuidade do serviço público, assegurado pelo art. 22 do Código de 
Defesa do Consumidor, deve ser temperado, ante a regra do art. 6º, § 3º, II, da Lei nº 8.987/95, 
que prevê a possibilidade de interrupção do fornecimento quando, após aviso, permanecer 
inadimplente o usuário, considerado o interesse da coletividade. Precedentes.
2. A prestação de serviço de água não pode ser interrompida por existência de débito anterior 
consolidado contraído por antigo usuário.
3. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1133507/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 
15/04/2010, DJe 29/04/2010)
Princípio da publicidade
Exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas 
as hipóteses de sigilo previstas em lei.
Também chamado de Princípio da TRANSPARÊNCIA.
Deve ser entendido como o oposto de SECRETO, mas pode ser confundido com 
PROPAGANDA.
Lei 12.527/11: Lei de acesso à informação:
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, que será 
franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, 
clara e em linguagem de fácil compreensão. 
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observadas as normas e procedimentos 
específicos aplicáveis, assegurar a: 
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo acesso a ela e sua divulgação; 
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, autenticidade e integridade; e 
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, observada a sua disponibilidade, 
autenticidade, integridade e eventual restrição de acesso. 
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os direitos de 
obter: 
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde 
poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada; 
II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos 
ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos; 
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de 
qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado; 
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada; 
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua 
política, organização e serviços; 
VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos 
públicos, licitação, contratos administrativos; e 
VII - informação relativa: 
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos 
órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; 
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos 
órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios 
anteriores. 
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende as informações referentes a 
projetos de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. 
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação por ser ela parcialmente sigilosa, 
é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio de certidão, 
extrato ou cópia com ocultação da parte sob sigilo. 
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações neles contidas utilizados como 
fundamento da tomada de decisão e do ato administrativo será assegurado com a edição do 
ato decisório respectivo. 
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado aos órgãos e entidades 
referidas no art. 1º, quando não fundamentada, sujeitará o responsável a medidas 
disciplinares, nos termos do art. 32 desta Lei. 
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o interessado requerer à 
autoridade competente a imediata abertura de sindicância para apurar o desaparecimento 
da respectiva documentação. 
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5o deste artigo, o responsável pela guarda da 
informação extraviada deverá, no prazo de 10 (dez) dias, justificar o fato e indicar 
testemunhas que comprovem sua alegação. 
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, independentemente de requerimentos, 
a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de 
interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas. 
Princípio da proporcionalidade e/ou razoabilidade
A conduta administrativa deve ser proporcional e razoável: 
Razoável – correlação entre o fim e meio
(Ex: apreensão de mercadorias vencidas)
Proporcional – adequação da intensidade
com o fim
(Ex: lacração do estabelecimento)
Princípio da motivação
O administrador deve, em regra, expor os motivos que o levam a praticar os atos administrativos.
Lei 9.784/99: 
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, 
quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, 
propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de 
concordância com fundamentos de anteriorespareceres, informações, decisões ou propostas, 
que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que 
reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos 
interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará 
da respectiva ata ou de termo escrito.
No STJ: Não merece prosperar a alegada violação do princípio da motivação dos atos 
administrativos. A decisão que indeferiu a solicitação de dispensa da multa contratual indicou os 
fundamentos de fato e de direito necessários para a imposição da sanção administrativa. O 
motivo de direito foi a previsão legal e contratual expressa da multa. O motivo de fato foram a 
inexecução contratual e a conduta culposa da impetrante.
5. Recurso ordinário desprovido.
(RMS 21.949/PR, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado 
em 15/12/2009, DJe 02/02/2010)
Princípio da motivação: dúvidas
Há fundadas dúvidas acerca da necessidade de motivação de todos os atos 
administrativos. É certo que as hipóteses previstas na lei acabam abarcando quase 
todas as situações, mas há autores que afirmam que qualquer tipo de ato 
administrativo, seja ele vinculado ou discricionário. Trata-se de mais um princípio 
que revela a preocupação de possibilitar maior controle da Administração Pública 
pelo Poder Judiciário, porque, por meio da motivação, é possível verificar a 
existência e veracidade dos motivos e a adequação do objeto aos fins de interesse 
público impostos pela lei.
Problemas dessa concepção: e o ato de exoneração de cargo de provimento em 
comissão? 
Teoria dos motivos determinantes
A validade do ato se vincula aos motivos indicados como seu fundamento, de tal 
modo que, se inexistentes ou falsos, implicam a sua nulidade.
A veracidade e legitimidade dos motivos condicionam a validade do ato 
administrativo, tanto nos atos discricionários ou vinculados.
Questionamento: há quem diga que a teoria gera uma incoerência: se o 
administrador motiva ato que não precisava motivar, estará sujeito à nulidade. Se 
simplesmente não motiva, não estará. 
Princípio da eficiência
O art. 97 da Constituição da Itália o define como uma organização que assegure o bom 
andamento e a imparcialidade da administração. 
Surge no Brasil com a EC-19, o que faz com que seja associado ao chamado movimento da 
reforma (neoliberal) do Estado e, por isso, mal visto por muitos: 
Celso Antônio Bandeira de Mello: Quanto ao princípio da eficiência, não há nada a dizer sobre 
ele. Trata-se, evidentemente, de algo mais do que desejável. Contudo, é juridicamente tão 
fluido e de tão difícil controle ao lume do Direito, que mais parece um simples adorno 
agregado ao art. 37 ou o extravasamento de uma aspiração dos que burilam no texto. De 
toda sorte, o fato é que tal princípio não pode ser concebido (entre nós nunca é demais 
fazer ressalvas obvias) senão na intimidade do princípio da legalidade, pois jamais suma 
suposta busca de eficiência justificaria postergação daquele que é o dever administrativo 
por excelência. Finalmente, anote-se que este princípio da eficiência é uma faceta de um 
princípio mais amplo já superiormente tratado, de há muito, no Direito 
italiano: o princípio da ‘boa administração’"
Princípio da Eficiência
Alexandre de Moraes: princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta e 
indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas 
competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia 
e sempre em busca da qualidade, rimando pela adoção dos critérios legais e morais 
necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se 
desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social.
Maurício Antônio Ribeiro Lopes: eficiência não é princípio, mas consequência da atuação 
administrativa. Nada é eficiente por princípio. 
Lúcia Valle Figueiredo o associa com a economicidade. 
O grande problema é que eficiência só pode ser medida em relação a um fim. Então, a discussão 
se desloca para qual deve ser o fim da administração. Gastar menos? Atender mais aos 
cidadãos? Fazer mais investimentos? Promover atividades culturalmente elevadas? Ou 
atividades populares? Deve produzir riqueza econômica? 
Princípio da eficiência
Dentre outros
Ótimo de Pareto: Uma situação econômica é ótima no sentido de Pareto se não for 
possível melhorar a situação, ou, mais genericamente, a utilidade de um agente, 
sem degradar a situação ou utilidade de qualquer outro agente econômico.
Lógica utilitarista: maximização de benefícios.
Conclusão
Há uma inflação de princípios no meio jurídico brasileiro. A doutrina se esforça em 
desenvolver princípios, cada vez em maior quantidade, cada vez com menos 
determinação. 
Os princípios, ainda que cumpram um papel importante, estão abrindo caminho para 
um grande aumento da subjetividade e da insegurança no direito. Mas, ruim com 
eles, pior sem eles...
	Direito Administrativo
	Introdução
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	Slide Number 4
	Slide Number 5
	Slide Number 6
	Slide Number 7
	Slide Number 8
	Slide Number 9
	Slide Number 10
	Direito administrativo: conceito�
	Slide Number 12
	Conceito de administração pública
	Objeto do direito administrativo
	Slide Number 15
	Slide Number 16
	Princípios implícitos e explícitos
	Slide Number 18
	Slide Number 19
	Supremacia do interesse público
	Presunção de legalidade dos atos administrativos
	Regras de interpretação do direito administrativo (doutrina tradicional)
	Princípio da indisponibilidade do interesse público
	Slide Number 24
	Um cuidado
	Sistema de aplicação da Lei
	Princípio da impessoalidade
	Aplicações do princípio da impessoalidade
	Slide Number 29
	Princípio da moralidade administrativa
	Princípio da proteção da confiança
	Princípio da especialidade
	Princípio do controle ou tutela
	Princípio da autotutela
	Condições para o exercício da autotutela
	Slide Number 36
	Slide Number 37
	Princípio da segurança jurídica
	Princípio da Hierarquia
	Princípio da Hierarquia
	Princípio da continuidade do serviço público
	Princípio da publicidade
	Slide Number 43
	Slide Number 44
	Slide Number 45
	Princípio da proporcionalidade e/ou razoabilidade
	Princípio da motivação
	Slide Number 48
	Princípio da motivação: dúvidas
	Teoria dos motivos determinantes
	Princípio da eficiência
	Princípio da Eficiência
	Princípio da eficiência
	Conclusão

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