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Ano V • Nº 49 • Setembro 2003 • R$ 6,00 www.embalagemmarca.com.br BANDA ESTREITA IMPULSIONA FLEXOGRAFIA • CACHAÇAS EM PAUTA Embalagens podem agregar valor e multiplicar compras por impulso Pela memória da embalagem m ano atrás, quando planejamos lançar uma edição Especial de Almanaque, reproduzindo páginas da seção de mes- mo nome publicada regu- larmente na última página da revista, movia-nos o in- teresse em dar uma contri- buição para a memória das embalagens e das marcas no mundo e, principal- mente, no Brasil. Aquela iniciativa agradou muito os leitores, dos quais pas- samos a receber inúmeros pedidos para repetir a dose. Anuncio que já esta- mos elaborando o Almana- que EMBALAGEMMARCA número 2. Aguardem! Quero aproveitar para rei- terar uma espécie de con- vocação que temos feito em todas as oportunida- des: que as empresas con- tribuam para a consolida- ção dessa memória. Como dissemos na apresentação daquela edição histórica, os registros que mostram a evolução das embala- gens e das marcas revelam parte importante da traje- tória da sociedade de con- sumo em que hoje vive- mos. Por isso, as páginas de EM- BALAGEMMARCA, que já vêm dando uma contribui- ção, ainda que modesta, à tarefa de resgatar uma par- te daquela trajetória, estão abertas para publicar fatos nem sempre muito conhe- cidos e fotografias de em- balagens que ajudem o Brasil a se conhecer um pouco melhor. Nessa li- nha, faço aos demais veí- culos especializados da área uma sugestão cons- trutiva (embora os hábitos comerciais vigentes reco- mendassem que lhes dés- semos o máximo possível de maus conselhos): en- trem nessa cruzada, aju- dem a resgatar a memória da embalagem brasileira, com reportagens, seções específicas, edições espe- ciais. Até outubro. Wilson Palhares U A evolução das embalagens e das marcas revela parte importante da trajetória da sociedade de consumo em que hoje vivemos ENTREVISTA Luiz Cláudio Cury, presidente da Ampaq (Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade), comenta importância do esmero e da diferenciação visual para a bebida MAKING OF Como foram criadas as embalagens dos produtos da Natura que usam o apelo da brasilidade CAPA: CANDIES Novos perfis de ponto- de-venda e busca por maior valor agregado aumentam importância das embalagens de confeitos e gomas de mascar 8 32 42 Diretor de Redação Wilson Palhares palhares@embalagemmarca.com.br Reportagem redacao@embalagemmarca.com.br Flávio Palhares flavio@embalagemmarca.com.br Guilherme Kamio guma@embalagemmarca.com.br Leandro Haberli leandro@embalagemmarca.com.br Colaboradores Josué Machado e Luiz Antonio Maciel Diretor de Arte Carlos Gustavo Curado arte@embalagemmarca.com.br Assistente de Arte José Hiroshi Taniguti Administração Marcos Palhares (Diretor de Marketing) Eunice Fruet (Diretora Financeira) Departamento Comercial comercial@embalagemmarca.com.br Karin Trojan Wagner Ferreira Circulação e Assinaturas Marcella de Freitas Monteiro assinaturas@embalagemmarca.com.br Assinatura anual: R$ 60,00 Público-Alvo EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que ocupam cargos técnicos, de direção, gerência e supervisão em empresas fornecedoras, con- vertedoras e usuárias de embalagens para ali- mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos, materiais de limpeza e home service, bem como prestadores de serviços relacionados com a cadeia de embalagem. Filiada ao Impressa em Image Art 145 g/m2 (capa) e Image Mate 115g/m2 (miolo) da Ripasa Impressão: Congraf EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda. Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463 FILIADA À www.embalagemmarca.com.br O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é resguardado por direitos autorais. Não é permi- tida a reprodução de matérias editoriais publi- cadas nesta revista sem autorização da Bloco de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em matérias assinadas não refletem necessaria- mente a opinião da revista. 3 Editorial Pelo resgate da memória das embalagens e das marcas 6 Cartas Opinião, sugestões e críticas dos leitores 38 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagem 43 Marcas Dilemas no licenciamento de personagens nos rótulos 44 Panorama Movimentação na indústria de embalagens e seus lançamentos 48 Painel Gráfico Novidades do setor, da criação ao acabamento de embalagens 49 Mercado Antilhas inaugura fábrica up to date com o estado da arte 50 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens 16 FO TO D E CA PA : S TU DI O A G setembro 2003 IMPRESSÃO As inovações em equipamentos de banda estreita ampliam os horizontes da flexografia PRÊMIO Quais foram os ganhadores deste ano do Prêmio Abre do Design & Embalagem ICES O PET busca um lugar na noite 22 12 4 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 Especial Luxo P arabéns pela primorosa edição Especial Luxo. Ela foi muito bem diagramada e apresenta excelente conteúdo. Agradecemos a inclusão dos nossos produtos Domina Suave e Segredo do Patriarca na belíssima reportagem sobre a cachaça, sem dúvida a bebida do Brasil. Régis A. Barros Casa Règis Armmont (ex-Destilaria Pedra do Cedro) Brumadinho, MG V ocês conseguiram o que eu jul- gava ser impossível: fazer uma edi- ção especial de EMBALAGEMMARCA (Especial Luxo) que suplantou as normais em termos de qualidade. Acabei de recebê-la e adorei. está sensacional, em todos os sentidos. Nós, da Mega Plast, queremos sin- ceramente parabenizá-los, não só por essa fantástica edição, mas pela revista em si. Attilio Alemi Gerente Comercial Mega Plast S/A São Paulo, SP P arabéns pela edição Especial Luxo. Está primorosa . Alías, a re- vista tem sido sempre assim, tanto a impressão como o conteúdo. Fico feliz pelo amigo e torço pelo contí- nuo sucesso! Alexandre Côrte Cobram – Cia. Brasileira de Marketing São Paulo, SP P rimeiramente, gostaria de para- benizar EMBALAGEMMARCA pela Edição Especial Luxo. Agradeço a citação de nossa empresa na maté- ria “Em Pé nas Gôndolas”, na pági- na 71 (Café Três Corações). Gosta- ria apenas de informar que o nome correto de nossa empresa é Embala- gens Flexíveis Diadema, e não Dia- dema Embalagens, como citado na reportagem. Certa de contar sempre com o apoio da EMBALAGEMMAR- CA, agradeço a atenção. Patricia Metropolo Marketing Embalagens Flexíveis Diadema São Paulo, SP Referência no segmento C ada edição de EMBALAGEM- MARCA surpreende os leitores pela qualidade do material apresentado. A revista cresce a cada número, tanto no que se refere ao conteúdo quanto à apresentação gráfica e à qualidade do material publicitário. Seus anúncios inovam e acrescen- tam informações importantes para o leitor especializado, mostrando novos filmes, papéis, ilustrações e até pequenos objetos, como o atraente caminhãozinho da Lingraf. EMBALAGEMMARCA torna-se, as- sim, a publicação de referência no segmento de embalagens. Quero me referir, também, na edição de agosto, à correta matéria de capa sobre marcas próprias, que revela o crescimento desse tipo de produtos, antes vistos como de segunda linha pelos consumidores. Aguardo, com interesse, a próxima edição! Antonio Alberto Prado Consultor em Comunicação Empresarial São Paulo, SP Bisnagas plásticas E m nome da Cebal Brasil gosta- ria de parabenizá-los pela ótima re- portagem de capa sobre o mercado brasileiro de bisnagas (EMBALA- GEMMARCA nº 47) e agradecer a ajuda de vocês no processo de di- vulgação de informações esclareci- das e confiáveis. Apesar de o primeiro semestre ter sido bem devagar, estamos muitootimistas quanto aos próximos me- ses, esperando fechar o ano com chave de ouro. Torcemos para que EMBALAGEMMARCA feche o ano de forma esplendorosa. Valdivo Begalli Cebal do Brasil Ltda Mogi das Cruzes, SP N. da R.: Na citada reportagem, o telefone da representante brasileira da suíça Aisa (Titana Tecnologia) foi erroneamente informado. O nú- mero correto é (19) 3281-2441. Quarto aniversário P arabéns pelos quatro anos de EMBALAGEMMARCA! Que vocês continuem brindando os leitores com essa publicação de alto nível por muitos e muitos anos. Ernani Paulino Filho Diretor – Packnology! Campinas, SP P arabéns pelo quarto glorioso aniversário do “principal referen- cial jornalístico da cadeia de emba- lagem”. Que o sucesso continue e aumente! Nemércio Nogueira Diretor – RP Consult São Paulo, SP E MBALAGEMMARCA é a melhor revista sobre embalagem. Conti- nuem assim! Sucesso para todos. Carlos Honda Estudante Unopar – Universidade do Norte do Paraná Londrina, PR Sonho cor de rosa A cabo de receber sua primorosa revista e ela me fez ficar nostálgica com a matéria sobre o refrigerante da minha terra, o Guaraná Jesus (EMBALAGEMMARCA nº 46, junho de 2003). O sonho cor de rosa é realmente um exemplo de resistên- cia e preservação de uma marca. As 6 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 Redação: Rua Arcílio Martins, 53 CEP 04718-040 • São Paulo, SP Tel (11) 5181-6533 Fax (11) 5182-9463 redacao@embalagemmarca.com.br As mensagens recebidas por carta, e- mail ou fax poderão ter trechos não es- senciais eliminados, em função do es- paço disponível, de modo a dar o maior número possível de oportunidades aos leitores. As mensagens poderão tam- bém ser inseridas no site da revista (www.embalagemmarca.com.br). MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA pessoas consideram a cor rosa kitsch, mas acho que seu grande su- cesso advém disso. Além do mais, é um chazinho de canela gaseificado que evoca boas lembranças da in- fância. Parabéns pela revista! Marilane Borges Embaixada da França no Brasil – Ubitec França – Bureau de Divul- gação das Empresas e Tecnologias Francesas São Paulo, SP Almanaque G ostaríamos de parabenizá-los pela seção Almanaque. A cada nú- mero ela se torna ainda melhor. Ana Cláudia Konichi/Luiza Estima Estima Comunicação Empresarial São Paulo, SP Embalagens com braile P osso estar errado, mas não co- nheço e nunca vi embalagem de qualquer produto na qual a preocu- pação com o consumidor deficiente visual seja lembrada. Será que o de- ficiente visual não merece uma atenção por parte dos especialistas em marketing e embalagens? Va- mos olhar esse consumidor! José Rogério Rodrigues Mo Administrador de empresas Duque de Caxias, RJ N. da R.: Algumas empresas já gra- vam informações em braile em ró- tulos e em em cartuchos de papel cartão de seus produtos, como EM- BALAGEMMARCA já mostrou em re- portagens. De qualquer forma, fica o recado para aquelas que ainda não implementaram esse serviço. Correções: Na nota sobre a participação da PP Payne na Fispal (edição nº 47, pági- na 34), informamos incorretamente o nome de um dos produtos atendi- dos pela empresa. Onde se lê Fari- nha Láctea Nestlé, leia-se Farinha Láctea da Unilever Bestfoods. Na reportagem “Sem Medo do Frio” (edição nº 46, página 14) o design gráfico das latinhas da cerveja Itai- pava foi desenvolvido pela Mediter- rânea Pantani, e não pela agência a10 Design, como publicado. 8 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 mbora a produção de cachaças artesanais possa ser vista em grande parte das regiões inte- rioranas do país, os alambiques espalhados pelo ondulado solo mineiro têm a fama de destilar a mais pura aguardente de cana que o país oferece. Abrigando mais de 8 000 produtores, o Estado provê grande parte das marcas de cachaças que são vendidas em bares e restaurantes de grandes cidades do país a preços que às vezes não deixam a dever para o de bebidas como conhaques, uísques e vinhos. No centro desse processo de valorização está a Am- paq – Associação Mineira dos Produto- res de Cachaça de Qualidade. Uma das primeiras organizações que despertaram para a necessidade de consolidação da imagem da cachaça como um produto de qualidade, capaz de competir no merca- do brasileiro e internacional com outras categorias de bebidas, a entidade está completando quinze anos convicta de que é possível expandir o contingente de consumidores da bebida. Luiz Cláudio Cury, presidente da Am- paq, fala nessa entrevista sobre a impor- tância da embalagem como elemento de diferenciação das cachaças premium, além de relatar as queixas do setor quan- to à falta de opções no fornecimento de garrafas adequadas para esse tipo de pro- duto. “É um ponto crítico para nós, pois sem uma boa estratégia de marketing vi- sual, nunca competiremos em igualdade com outras bebidas finas”, ele diz. As principais diferenças entre as cachaças artesanais e as cachaças industriais, além do apreço de grandes personalidades da política nacional pelo mais legítimo des- tilado brasileiro, são comentados por Cury a seguir. De uns tempos para cá está se firmando a convicção de que as exportações de cacha- ça passam por um boom e que vão disparar. Essa expectativa tem fundamento? Acreditamos num futuro promissor para E LUIZ CLÁUDIO CURY, presidente da Ampaq - Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade -, analisa a importância do marketing visual no processo de aumento do contingente de consumidores e na estratégia de valorização da aguardente de cana entrevista D IV UL G AÇ ÃO “Vale a pena investir em marca” set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 9 importante dentro dessa trajetória está sen- do concretizado agora. É o lançamento de uma marca única de cachaças do Sistema Ampaq. Essa marca é fruto de uma coope- rativa central, que reúne pequenos produto- res. A idéia é agregar qualidade e volume, além de permitir que esses produtores se- jam incorporados pelo mercado formal de cachaça. Para se ter idéia, Minas Gerais tem hoje 8 500 alambiques, dos quais 85% são clandestinos. Acreditamos que essa medida pode contribuir muito para a geração de empregos e a fixação dos trabalhadores no campo. É uma iniciativa que deveria ser se- guida por outros Estados. Aqui em Minas, quando o governador Aécio Neves conheceu o projeto, se encantou, e deu ordens para todos os seus secre- tários nos apoiarem. Aliás, há notícias de que ele próprio é um apreciador de cachaças... Sim, mesmo porque a família Neves é uma tradicional produtora de ca- chaça, bem como a do vice-presiden- te, José Alencar. Sem dúvida (rindo), estamos bem amparados, agora pre- cisamos agir. Até o Lula já declarou que adora uma cachaça, o que mostra que esse é definitivamente o grande momento da bebida. Em editorial em “Cachaça – Revista do Sistema Ampaq” de julho último, o senhor disse que a cadeia produti- va de cachaça em Minas Gerais “peca pela adoção de políticas individualistas, ...”. Por outro lado, empresas que produzem cachaça industrial queixam-se de que os produtores artesanais estariam criando uma discriminação perigosa ao fazer esse tipo de diferenciação. Argumentam que isso coloca seu produto num patamar inferior, prejudicando a imagem da cachaça em seu todo. Como o senhor responde a isso? Não nos cabe provar que nosso produto é melhor ou pior do que uma cachaça indus- trial. Essa avaliação deve ser feita pelo con- sumidor. O que temos de fazer é nosso de- ver de casa, ou seja, investir numa estraté- gia de marketing que seja capaz de divulgar as virtudes da cachaça artesanal. Não temos nenhum interesse em cultivar qualquer tipo nossas exportações, embora as vendas para fora representem apenas 1,2% dos cerca de 1,3 bilhão de litros de cachaça produzidos a cada ano no Brasil. A expectativaotimista se baseia no crescimento da procura. As re- messas vêm aumentando com a ajuda de novos mercados. O continente asiático, por exemplo, vem sinalizando crescente inte- resse pela cachaça brasileira. Mas, além de ampliar mercados, precisamos aumentar as exportações de produto acabado. Hoje cer- ca de 30% das remessas de cachaças che- gam lá fora em tonéis. As empresas estran- geiras é que acabam engarrafando a bebida e vendendo-a com a marca delas. É um pro- cesso que acontece principalmente com as cachaças industriais, até por- que elas respondem pela quase tota- lidade de nossas exportações. Quais são as diferenças entre “ca- chaça artesanal” e “cachaça indus- trial”? Primeiramente, uma cachaça artesa- nal utiliza cana-de-açúcar livre de agrotóxico e cuja colheita não é feita mediante a queima do canavial. O preparo do caldo e a própria fermen- tação também são diferentes. Não é permitido a uma cachaça artesanal adicionar qualquer aditivo químico para acelerar seu processo de fer- mentação. Ele deve ser feito de ma- neira totalmente natural. Além disso, é necessário usar alambiques de co- bre, e, no resultado da destilação, desprezar o que chamamos de cabeça e cauda. A ca- chaça artesanal utiliza apenas 80% do volu- me destilado. É o chamado coração do alambique. Por fim, a cachaça artesanal também precisa passar por um processo de envelhecimento, que é normalmente feito em tonéis de madeira. Fale um pouco sobre o trabalho da Ampaq. Quais as mais importantes iniciativas da entidade hoje? A Ampaq foi fundada em 1988, para traba- lhar em favor dos produtores de cachaça ar- tesanal do Estado de Minas Gerais. Hoje evoluímos para o Sistema Ampaq, mas nos- so objetivo se mantém o mesmo: primar pela qualidade da bebida. Um ponto muito Os produtores de cachaças artesanais precisam fazer seu dever de casa. Ou seja, apostar em estratégias de marketing e em embalagens que sejam capazes de divulgar a pureza e a qualidade de seu produto de rixa com os produtores de cachaça in- dustrial. Por ser mais cara e ter alguns valo- res agregados, a cachaça artesanal não con- corre com cachaças industriais, e sim com bebidas como o conhaque, o uísque e o vi- nho. Se há algum tipo de desunião, ela pre- cisa ser combatida. Afinal, as leis brasilei- ras são claras ao definir que cachaça é ca- chaça. Não há, desse ponto de vista, ne- nhum tipo de diferenciação. Como se dá a relação qualidade x preço no mercado de cachaça? As cachaças pre- mium devem custar necessariamente caro? Na minha visão, o conceito de cachaça pre- mium está um pouco distorcido. Basta o preço estar lá em cima para uma cachaça ser classificada dessa maneira. Na verdade, é preciso haver uma definição mais clara quanto a critérios de qualidade. E é exatamen- te isso que estamos fazendo na Am- paq. Nosso selo de qualidade é a pro- va de que na garrafa onde ele está aplicado há uma excelente cachaça artesanal. Para obter essa certifica- ção, o produto precisa passar por tes- tes que são feitos da maneira mais séria possível. O que posso dizer é que nem sempre as cachaças caras têm boa qualidade. Falando em custo, há notícias de ca- chaças da região mineira de Salinas sendo vendidas a mais de 200 reais a garrafa. O que justifica isso? A matéria-prima e o processo de produção não são os mesmos dos de outras cachaças da região, vendidas a preços infinitamente menores? A embalagem não chega a ser di- ferente. . . Normalmente isso tem relação com a tradi- ção da marca e com o trabalho de marke- ting feito por seus produtores. É difícil de- finir como esses produtores conseguiram isso, mas não há dúvidas de que é um pre- ço totalmente atípico. Pessoalmente acho que nada justifica vender um destilado na- cional tão caro. Mas também é preciso tirar o chapéu para essas empresas, pois elas fi- zeram um trabalho que de certa maneira abriu as portas do mercado para a cachaça artesanal. Além disso, esses casos revelam o quanto é importante, e também altamente recompensador, investir em marca. A embalagem dessas marcas vedetes em geral é muito pobre – uma garrafa de cer- veja de 600ml, com tampa crown e rótulo pouco elaborado. Isso não pode vir a ser uma ameaça à marca, sobretudo quando se considera que nos bares e restaurantes há o costume de se dosar as cachaças na mesa, diante do consumidor? Por incrível que pareça, há clientes que gos- tam das garrafas de cerveja. Mas de uma maneira geral, a tendência é essa embala- gem ser substituída. Afinal, o produto pre- cisa ser mostrado ao consumidor, e para isso é necessária uma garrafa transparente. Não há dúvidas de que temos de investir em marketing vi- sual para a cachaça, adotando não só garrafas, mas também rótulos, tam- pas e embalagens secundárias cada vez mais atraentes. No entanto, é pre- ciso lembrar que, na parte específica das garrafas, há um problema grave para o setor hoje: a oferta é muito res- trita. Há pouquíssimos modelos na- cionais disponíveis, e dependemos basicamente de dois fornecedores. As opções importadas muitas vezes são excessivamente caras, de modo que muitos produtores enfrentam dificul- dades para encontrar embalagens adequadas. Pelo menos uma empresa estrangei- ra está tentando ocupar espaço para a oferta de garrafas de luxo, para cachaças que se colocam como produtos premium. Na sua opinião, há espaço para isso? Sim, há espaço, principalmente para as es- tratégias de exportação de cachaça, porque as garrafas disponíveis hoje para isso são muito fracas. É uma promessa estimulante, mas inicialmente essa empresa vai trabalhar com distribuidores locais. A idéia é come- çar a importar as garrafas, que chegariam no Brasil custando uma média de 2 euros. Não são garrafas baratas, mas, em compen- sação, são produtos que têm uma aparência excepcional, parecem feitos de cristal. Brin- cadeiras à parte, numa garrafa dessas a ca- chaça muda até de gosto… Nada justifica vender uma garrafa de destilado nacional a 200 reais. Por outro lado, é preciso tirar o chapéu para as cachaças que alcançaram esse patamar de preço, pois elas vêm mostrando que compensa fortalecer a marca v e ja m ais : w w w . e m ba la ge m m ar ca .c om .b r 10 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 Brasilidade a toda prova ão diversos os trabalhos de de- sign nos quais alegadas in- fluências das riquezas naturais e do folclore do Brasil acabam incorrendo em estereótipos ou descam- bando ao kitsch. A bem da verdade, essa constatação é só o pavio de uma discus- são ainda longe de ter respostas definiti- vas: como ser original e genuíno ao se lastrear projetos de marcas, produtos e embalagens nos aspectos típicos do nosso making of S Natura mistura materiais para embalar itens inéditos no país país? Embora na teoria não haja consen- so, não se pode negar que certos desenhos têm brasilidade convincente. Exemplos à mão são as embalagens de dois lança- mentos da Natura em sua linha Ekos, o Perfume do Brasil e a Água de Banho. Voltadas ao público feminino, as duas novidades têm caráter inovador. O Perfu- me do Brasil carrega o pomposo nome por ser a primeira fragrância nacional ca- tegorizada como eau de parfum, pelos seus 18% de concentração. Na classifica- ção própria do setor de cosméticos, o pa- norama brasileiro até agora só acolhia as colônias, a grande maioria, e as eaus de toilette, produtos de menor finesse. Por sua vez, a Água de Banho, para ser usada no corpo todo no pós-banho, também é, segundo a Natura, um produto inédito no país. Traz os mesmos componentes ativos do perfume, só que numa concentração de 5%. É a composição dos produtos, aliás, a principal justificativa da carona que o es- merado projeto das embalagens pegou em aspectos naturais e culturais tupini- quins. Ambosos itens trazem, em suas fórmulas, o breu branco, resina oriunda de uma árvore homônima nativa da flo- resta amazônica que, como salienta a Na- tura, está sendo utilizada pela primeira vez na perfumaria mundial, e o cumaru, semente de odor singular, também típica da região Norte. Pedra e semente “Como essas especiarias são difíceis de serem extraídas, são preciosidades, bus- camos, no desenvolvimento da embala- gem primária do Perfume do Brasil, transmitir a imagem de uma jóia da natu- reza”, afirma Filomena Padron, designer da Natura que capitaneou o projeto. O re- Água de Banho, da linha Ekos da Natura: cabaça como fonte de inspiração sultado foi um frasco de vidro, de 30ml, com formato que remete a um seixo (pe- dra de rio). “Essa relação dá a idéia de um objeto trabalhado, lapidado pela nature- za”, explica a profissional. Para a obtenção do frasco, foram fei- tos testes com vidrarias nacionais. Os protótipos, porém, não “casaram” com as especificações do projeto. A saída foi buscar uma solução no exterior, obtida com a tecnologia da francesa Pochet, como relata Filomena. O recipiente de vi- dro ficou, então, como o único compo- nente estrangeiro no projeto. Vale deta- lhar que o frasco não possui válvula aco- plada, já que é indicado para ser usado atrás das orelhas e dos punhos. Numa edição especial de lançamento, compreendida por 30 000 unidades, uma cerâmica artesanal exclusiva, criada pelo joalheiro Renato Camargo com base em trabalhos indígenas e saída da olaria Co- res da Terra, funciona como embalagem secundária do Perfume. Para proteger o frasco, esse “berço” é forrado com palha natural de folha de coco. “O conjunto se- gue o conceito de uma semente: por fora há uma casca bruta, rústica, que protege o núcleo, a essência que origina a vida”, observa Filomena, ressaltando que a mis- tura de materiais “revela a miscigenação típica do Brasil”. PET para a toalete Já para a outra novidade, a Água de Ba- nho, priorizou-se um recipiente plástico. Isso porque o produto é indicado para ser aplicado no pós-banho, ain- da no banheiro, onde o ma- nuseio de recipientes de vi- À guisa de uma semente, conjunto da edição de lançamento do Perfume do Brasil tem cerâmica artesanal como embalagem secundária 14 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 dro pode representar risco. Assim, a Água ganhou um recipiente plástico de inusita- do formato irregular, de 360ml. Seu dese- nho, curvilíneo e retorcido, remete às for- mas de cuias, cabaças e moringas. Filo- mena conta que essa idéia “veio da lem- brança de que em diversas regiões do Brasil há o costume de se transportar e de se guardar água nesses objetos”. Devido à concepção assimétrica e ao gargalo afunilado, que deveria ser centra- lizado para permitir o envase, o sopro do frasco representou uma prova de fogo para a fabricante dos recipientes. “Foi um trabalho desafiador, pois nos deparamos com um frasco tecnicamente difícil de ser soprado e estirado”, comenta André Bornschein Silva, diretor executivo da provedora catarinense de embalagens AB Plast. “Levamos cerca de sete meses en- tre a adequação do projeto, a confecção e os ajustes do molde, tryouts e testes de decoração, até iniciarmos a produção da embalagem”, ele reconstitui. Vencida a complexidade do formato, AB Plast (47) 451-9103 vendas@abplast.com.br Bristol e Pivaudran (11) 6465-7000 www.bristolepivaudran.com.br Cores da Terra (73) 537-2281 www.coresdaterra.com.br Greco Prete (11) 3659-5599 www.embalagensgreco.ind.br Ibema (42) 220-7400 www.ibema.com.br Pack Plan (41) 324-3151 Pochet (11) 4432-1350 belgomat@uol.com.br Rio Verde (47) 521-0440 www.rioverde.ind.br Ripasa 0800 113257 www.ripasa.com.br após baterias de testes em estações de so- pro da grife japonesa Aoki, o fornecedor do frasco partiu, com o objetivo de valo- rizar ainda mais a apresentação do produ- to, para uma aproximação do frasco plás- tico com uma peça de vidro. Para isso, a espessura da parede do frasco foi aumen- tada, o que, além do efeito visual deseja- do, resultou numa embalagem mais resis- tente. O frasco da Água, como o do Per- fume, também não possui válvula, e é ve- dado com uma tampa de alumínio “deco- rada por dupla anodização”, como infor- ma Cláudio Miranda, gerente de vendas da Bristol e Pivaudran, fabricante do fe- chamento. Quê de pirogravura Pontos em comum, nos frascos de vidro e de PET, é que seus corpos recebem ins- crições em serigrafia, numa simulação de manuscrito e que, à primeira vista, parece resultar de pirogravura. No Perfume do Brasil, estão gravados os nomes do pro- duto e dos dois principais componentes ativos; na Água de Banho, apenas estes últimos. Cartuchos, fabricados pela Greco Pre- te, também entram no mix de embalagens dos produtos. O do Perfume possui em sua estrutura, dividida em base, tampa e berço, papelão ondulado da Rio Verde, micro-ondulado da Pack Plan e papéis cartão da Ibema e da Ripasa. Já o da Água da Banho é confeccionado inteira- mente com papel cartão processado pela Ibema. A linha Ekos, aliás, segundo informa- ções de bastidores, será a plataforma para o plano da Natura de ganhar maior inter- nacionalização. Nesse objetivo, o Perfu- me do Brasil e a Água de Banho já nas- cem como potenciais xodós, ao que vale registrar que a Natura terá exclusividade no uso do breu branco em seus perfumes por dois anos. “São produtos que abrem uma nova etapa para a perfumaria nacio- nal”, exalta Elisabete Pereira, gerente da linha Ekos, cuja expectativa para o mer- cado nacional é de que os dois novos pro- dutos respondam, já neste segundo se- mestre, por quase um terço do faturamen- to da sua unidade. Os frascos assimétricos em PET, com o gargalo afunilado e centralizado, levaram sete meses para ser desenvolvidos o longo dos anos, a idéia de que boas embalagens constituem um investimento incompatível com produtos de baixo valor agregado contribuiu para uma enxurrada de marcas de questionável apresentação nas gôndolas. As duras lições do mercado ensi- naram, porém, que apresentação sedutora e sistemas de acondicionamento bem elabo- rados são imprescindíveis na maioria das seções de um supermercado. Mas pergunta- se: haveria espaço para diferenciação visual entre produtos de alto giro e que custam centavos, poucas vezes mais do que 1 real? O mercado de candies – confeitos, ba- las, dropes e gomas de mascar – vem pro- vando que, a despeito do baixo valor unitá- rio para o consumidor final, diferenciais de embalagem se tornaram realmente indis- pensáveis em quase todas as categorias do varejo. A pro- reportagem de capa Investimentos em apresentação ajudam a valorizar chicles e balas Por Leandro Haberli mercado gressiva atenção que as marcas do setor dis- pensam às suas apresentações pode ser ex- plicada por vários motivos. Respondendo por 70% dos mais de 1,5 bilhão de reais que a venda de balas e chicletes movimenta a cada ano no Brasil, o público infantil sem- pre demandou dos fabricantes de candies constante reciclagem de apelos de venda, invariavelmente acompanhada por novas embalagens. Nos 30% restantes, ações com figurinhas, personagens lúdicos e brindes colecionáveis costumam ficar fora dos re- manejamentos de marcas e produtos. Aversão ao “mercado de moeda” Isso, porém, não significa que descuidos com apresentação passem desapercebidos. Na verdade, o público adulto vem sendo cada vez mais disputado, levando as empre- sas do setor a investir alto para distanciar suas marcas do chamado mercado de moeda e, assim, au- mentar a rentabilidade com a ajuda de emba- lagens cada vez mais sofisticadas. Esse novo direcio- namento tem ligação com o processo de ex- pansão dos pontos-de- venda de candies para ST UD IO A G além de bares, padarias e lancho- netes.Sem implicar em concor- rência com os pontos tradicio- nais, onde também são vistos invólucros crescentemente ela- borados, drugstores, lojas de conveniência e supermercados vêm tendo seu papel sem- pre aumentado na estratégia de comerciali- zação de confeitos e gomas de mascar. A expansão de fronteiras lançou nova luz so- bre a função da embalagem como ferra- menta de diferenciação e ainda abriu cam- po para o surgimento de multipacks que cada vez menos se limitam aos cartuchos celulósicos que acondicionam chicletes a granel nos caixas de padarias. Demar- cam espaço crescente no setor fil- mes flexíveis e também embalagens múltiplas rígidas feitas de plástico, metal ou papel cartão. Em alguns casos elas chegam a conferir um apelo de presente aos candies. “Apesar das mudanças no perfil de ponto-de-venda, o mercado de confeitos e gomas se mantém bastante atrelado à com- pra por impulso”, observa Newton Soler Ruiz, gerente de de- senvolvimento de produ- tos da Jofer Embalagens, uma das grandes fornece- doras de cartuchos de papel cartão para balas e chicles no Brasil. “Por isso os fabricantes do setor exigem soluções que realmente chamem a aten- ção do consumidor”, ele completa. Além do papel de diferenciação, as embalagens assumem a função de ele- mentos de suporte de marcas, como mostra um projeto recentemente desen- volvido pela própria Jofer para a gi- gante Adams. Para divulgar sua extensa linha, que inclui marcas como Trident, Bubbaloo, Clorets e Halls, a empresa colocou no mercado o Festival Adams, pro- duto que reúne alguns de seus principais itens numa única embalagem. Lembrando caixas de bombons sortidos, os cartuchos de papel cartão em que o Festival é vendido contam com acaba- Multipacks flexíveis acentuam exposição nas gancheiras dos supermercados Conceito de caixa de bombons para sortidos da Adams FO TO S: S TU DI O A G 18 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 mento fosco, aplicações de verniz UV e impressão em alto-relevo. “Sempre consideramos im- portante investir em marca, em embalagens atraentes e até em rodízio de sabores”, con- ta Marcel Sacco, diretor de marke- ting da Adams. Aliás, tal tradição de- verá ser posta em prática de maneira ainda mais dinâmica na empresa. Depois de muitos anos controlada por laboratórios farmacêuticos, a Adams foi recentemente comprada pela britânica Cadbury, num ne- gócio que a livrou das mãos da americana Pfizer e formou um dos maiores participan- tes do mercado global de can- dies. “Finalmente nos uni- mos a um grupo que apre- senta total sinergia com nos- so negócio”, diz o executivo. A estréia da Cadbury Adams, como a empresa passa a ser chamada, já impulsionou alguns lances estratégicos no Brasil, como a entrada do Trident no pro- missor mercado de chicles funcionais, a partir da estréia da versão White, que é do- tada de substâncias branqueadoras de den- tes, segundo a empresa. Na parte da emba- lagem, chama atenção o emprego de blis- ters plásticos com fundo de alumínio, en- Aço perde espaço para plástico, mas mantém apelos As mudanças de embala- gens das pastilhas Valda mostram que nem a força da tradição pode resistir a apelos dos consumidores. Depois de quase um sécu- lo sendo vendidos em lati- nhas de aço, os produtos, que foram inventados em 1902 pelo farmacêutico francês Henri Canonne e começaram a ser produzi- dos no Brasil em 1914, abandonaram definitiva- mente os recipientes metá- licos no ano 2000. As anti- gas latas de aço foram mundialmente substituídas por outras, de plástico. Mas com o formato cilín- drico e achatado mantido, a migração de material nem sempre é notada à primeira vista. “A mudança só é perceptível quando o consumidor toca na emba- lagem”, conta André Gole- biovski, gerente de marke- ting da Valda. Sem revelar quem são os fornecedores do sistema, a empresa diz que a altera- ção foi impulsionada por protestos dos consumido- res. “Havia muita reclama- ção quanto à dificuldade de abertura”, conta o exe- cutivo, acrescentando que o açúcar das balas travava as tampas, além de causar um “incômodo ruído” quando eram giradas para abrir ou fechar. Com as mudanças de embalagem, em cuja esteira as vendas aumentaram mais de 25%, segundo a Valda, tais pro- blemas foram oficialmente transpostos. “Até hoje, quase três anos depois da reformulação, recebemos mensagens de consumido- res que voltaram a com- prar as pastilhas graças à mudança das embala- gens”, fala Golebiovski. Vale lembrar que a substi- tuição de embalagens dos produtos Valda foi muito além da aposentadoria das latas de aço. Hoje a empre- sa trabalha também com cartuchos de papel cartão com tampa flip top, além de ter linhas vendidas em flow-packs, como a recém- lançada Valdinha Fibras. Mas uma coisa não mu- dou: os produtos conti- nuam sendo comercializa- dos exclusivamente em farmácias. “Nossos produ- tos são voltados para con- sumidores que buscam saúde”, afirma o gerente de marketing da Valda. “Nem sempre quem vai a um bar está preocupado com isso”, ele acredita. Indiferente às novas políti- cas de embalagem da Val- da, as latas de aço estão longe de desaparecer do mercado de candies. O fa- moso Drops Supra Sumo, da DM Indústria Farmacêu- tica, e as balas Flópi, da gaúcha Florestal, são exemplos de que a possi- bilidade de ampliação da visibilidade da marca, nor- malmente gerada pelo aproveitamento das latas mesmo após o término dos produtos, faz esse sis- tema de acondicionamento ser bem aceito no setor. No caso das balas Flópi, as latas são fornecidas pela Tapon Corona. Luvas de papel cartão e blisters aluminizados se tornam padrão em chicles funcionais FO TO S: D IV UL G AÇ ÃO 20 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 voltos por uma luva de pa- pel cartão, também da Jo- fer Embalagens, onde apa- recem os grafismos da marca. Por sua vez, o Halls, produto tradicional no formato stick, foi há pouco lançado em caixi- nhas celulósicas dotadas de tampas flip top. Marcel Sacco diz que as mudanças de embalagem foram feitas para atender às exigências de comodidade dos consumido- res. Isso é verdade, mas a impressão que se tem é que a Adams, como outros grandes fabricantes do setor, vem se esforçando para vender itens de maior valor agregado. Sem desmerecer produtos tradicionais como o Chiclets, que se tornou sinônimo de categoria, a empresa começou a depositar mais fichas em fortalecimento e ampliação de linhas. “Como os investimentos são cada vez mais altos, é vantajoso projetar esforços em marcas já existentes”, considera o dire- tor de marketing da Cadbury Adams. Embalagens da vez Com extensões de linha ou umbrella brands, os fabricantes demonstram a inten- ção de agrupar públicos diferentes sob uma mesma chancela. Nessa estratégia, os cartu- chos com fechamento flip top – também conhecidos como push-top-box, em função do sistema de travas de suas tampas –, e as cartelas para gomas de mascar funcionais parecem ser as embalagens da vez no mer- cado de candies. As duas soluções também marcam pre- sença na linha de produtos da gigante ítalo- holandesa Perfetti Van Melle. Marcas tradi- cionais da empresa, como a de pastilhas Mentos e a de chicles Vivi- dent, já têm boa parte das vendas atrelada às caixi- nhas. “Elas geram excelente visibilidade, pois têm uma face maior do que os sticks”, aponta Kátia Guerra, gerente de marcas da empresa. “Além disso, protegem bem o produto e contam com tampas que facilitam o consumo”, completa a executiva. Já os blisters podem ser vistos no Happydent White, chicle com flúor e bicarbonato de sódio, trunfo da Perfetti Van Melle no mercado de gomas funcio- nais. Sinalizando uma espé- cie de padrão de embalagens nesse nicho, o produto, que está prestes a estrear um novo visual, também éenvol- to em luvas de papel cartão, onde a palavra White aparece com acabamento holográfi- co. A solução é fornecida pela Jofer Emba- lagens e pela gráfica Nova Página. No outro extremo do merca- do de gomas de mascar, o dos chicles de bola, também chamados de tijolinhos, em função da geometria retan- gular, as apostas em brindes e fi- gurinhas para estimular o natu- ral vínculo com a crian- çada continuam. Para quem desconfia da impor- tância do setor para a cadeia de embalagem, vale dizer que, embora custem entre 5 e 10 centavos, os tijolinhos são res- ponsáveis por cerca de 60% do mercado brasileiro de gomas de mascar, que movimenta 730 mi- lhões de reais por ano. Marca White tem acabamento holográfico nas cartelas da goma branqueadora da Perfetti Van Melle Sistema flip top e impressão com encontro de imagens nos fechamentos das push-top-box Muito além dos sticks: depois de flow packs, Halls recorre a cartuchos Tampas com trava e aumento da visibilidade: vantagens das caixinhas Chicles de bola: demanda só avança com promoção FO TO S: D IV UL G AÇ ÃO set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 21 “A demanda vem crescendo, e para atendê-la são necessários consideráveis investimen- tos em promoção”, diz Isael Pinto, diretor- presidente da General Brands, empresa ori- ginária do mercado de refrescos em pó, que hoje domina quase 20% das vendas de chi- cles de bola no Brasil. O feito se deve à marca Gang, lançada em 1999, e que, de negócio secundário no início, já responde por 25% do faturamento da General Brands. “O chicle de bola é daqueles produ- tos que crescem mesmo em meio a cri- ses”, avalia o executivo da General Brands. A trajetória dos produtos Gang, que já são exportados para África do Sul e América Central, ilustra a eficá- cia de acessórios de estímulo à venda no setor. Depois de figurinhas sobre a história das Copas do Mundo de futebol, a marca vem obtendo resultados de dar água na boca com uma linha de noventa tatua- gens, fornecida pela Embalagens Flexíveis Diadema. Quem não investe perde mercado Reconhecendo a eficácia da tática, a General Brands já planeja lançar figurinhas e transfers com ima- gens da floresta amazônica. Os futuros investimentos mostram que não dá para fi- car parado no setor. “Nos últi- mos três anos, a demanda de proje- tos de embalagens para chicles de bola cresceu quase 40%”, diz Laerte Camargo Leme, gerente comercial da Embalagens Flexíveis Diadema, empresa que também atende fabricantes como Riclan e Parati Alimentos. Para ele, as marcas intermediá- rias conseguiram ganhar mercado porque a Adams, dona do Ping Pong Ploc – produto que é fruto da fusão de duas das mais tradi- cionais e outrora concorrentes chancelas de chicles de bola do país –, diminuiu o ritmo de novidades nos últimos anos. “Mas agora que eles voltaram a ser controlados por uma empresa do ramo, a Cadbury, creio que in- vestirão forte para retomar o espaço perdi- do”, prevê Leme. No mercado de balas, os fabricantes de produtos de menor valor também não pare- cem inclinados a economizar com ações de embalagem. “Para nós, vale muito o ditado de que a primeira impressão é a que fica”, resume Verno Arend, diretor comercial da Florestal Alimentos, um dos maiores fabricantes de pi- rulitos e balas do sul do país. Proje- tando um faturamento de 160 mi- lhões de reais em 2003, a empresa, que recentemente adquiriu da italiana Parmalat a tradicional marca gaúcha de chocolates Neugebauer, foi uma das pionei- ras no uso de flow packs individuais para balas duras. Entre os itens de maior valor agregado, o destaque fica para as multi- packs de plástico rígido, da Artel Embala- gens, que têm formato de coração estilizado e transformam a linha Balinha do Coração num item de presente. “O espaço destinado a candies está aumentando nos supermerca- dos”, assinala o diretor da Florestal Alimen- tos. “Por isso precisamos de embalagens que se diferenciem e tragam vantagens.” Nada indica, porém, que bares e lancho- netes estejam ameaçados como pontos-de- venda de candies. Mas com o aumento do auto-serviço, o reduzido valor de venda de confeitos, balas, dropes e chicletes será um ponto cada vez mais secundário nos planos de investimentos em embalagem. Pode até parecer exagero, mas, no que depender da apresentação, não é demais prever que che- gará o dia em que todo mundo vai querer le- var bala e chiclete na falta de troco. Artel Embalagens (54) 522-1790 Embalagens Flexíveis Diadema (11) 4066-7833 www.embdiadema.com.br Gráfica Nova Página (11) 3277-5020 www.novapaginagrafica.com.br Jofer Embalagens (18) 643-4000 www.jofer.com.br Tapon Corona (11) 3835-8662 www.tapon-corona.com.br Fenômeno: com cartuchos verticais e tatuagens colecionáveis, Gang encostou nas líderes Criatividade e plásti- co rígido igual a... balas com apelo de presente FO TO S: D IV UL G AÇ ÃO 22 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 aso pudessem materializar um velho sonho da ficção científica e embarcar numa máquina do tempo, saltando aos dias atuais, os operários gráficos do início do século passado certamente fi- cariam pasmos ao notar o nível atingido pelo método de impressão derivado da tipografia que, em sua época, ainda res- pondia pelo nome de anilina e dava os primeiros passos. Desde então, muita água, para não dizer um oceano, passou sob a ponte dessa tecnologia, rebatizada na década de 50 como flexografia. Nos últimos anos, sobretudo, a maré tem sido das mais favoráveis. O balanço da Associação Brasileira Técnica de Flexografia (Abflexo/FTA impressão Flexografia de banda estreita busca novos horizontes Por Guilherme Kamio Mais que rótulos Brasil), que congrega a cadeia de negó- cios do processo, diz que o setor cresceu numa média anual de 12% nos últimos cinco exercícios. Isso não somente devi- do a maiores escoamentos das embala- gens flexíveis, o maná da indústria fle- xográfica, “mas principalmente pela mi- gração para a flexo de serviços anterior- mente executados em rotogravura e até mesmo em offset”, detalha Ezequiel Re- belo Fernandez, diretor da clicheria Cliart e presidente da entidade de classe. Esse fenômeno sublinhado pelo exe- cutivo se escora em grande parte na pro- pagação das chamadas impressoras de banda estreita (narrow web). Por meio delas é que a flexografia vem se es- praiando com ímpeto para a seara dos C Amostras de variados trabalhos com papel cartão feitos em impressora da Mark Andy Comco: flexibilidade na produção ST UD IO A G rótulos. Agora, numa tendência que ga- nha força no mundo, tais máquinas vice- jam em outros segmentos, como no das próprias flexíveis e no de cartuchos de papel cartão, na confecção de embala- gens de pequenas dimensões. Ocorre que a banda estreita, por defi- nição a gravação em suportes com até cerca de 700mm de largura, vem origi- nando impressoras altamente versáteis, que podem trabalhar com vários substra- tos – entre eles papéis, filmes plásticos, cartão e até folhas de alumínio. Apelo multifuncional “Vale dizer que, além de garantirem cus- tos menores na etapa de pré-impressão, como na gravação de clichês, em com- paração com as tradicionais impressoras de banda larga, elas são de rápido setup e permitem incorporar diversos sistemas de saída e de acabamentos em linha”, detalha Aislan Baer, professor de produ- ção gráfica do Senac, sócio-diretor da agência de desenvolvimento de embala- gens Projetopack e gerente técnico da revista Rotoflexo & Conversão. Na prática, uma banda estreita possi- bilita, numa única passagem, imprimir em diversas cores, cortar e refilar, aplicar acabamentos como cold stamping, hot stamping, vernizes UV ou relevos em li- nha e ainda dar vazão, digamos, a um cartucho já cortadoe vincado. Isso já é realidade em certos países. Por aqui, ain- da não, ao que vale lembrar não se tratar da conversão de cartões em flexográficas de banda larga, processo que a Rigesa, por exemplo, bancou até recentemente. Conforme relata Alexandre Dalama, gerente comercial e de produto do braço nacional da fabrican- te espanhola de im- pressoras de banda estreita Rotatek, já Packs de papel cartão para cigarros já estão sendo impressos em banda estreita no país, com máquina da Rotatek 24 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 se cogitou no Brasil a fabrica- ção de cartuchos de cremes dentais através da tecnolo- gia, interesse que arrefe- ceu. “De concreto, temos atualmente uma máquina nossa rodando embalagens flip top para cigarros”, ele afirma. Rubens Wilmers, gerente de produ- to da Gutenberg, que distribui no país a marca de banda estreita Mark Andy Comco, não titubeia ao afirmar que se trata de um território profícuo a ser ex- plorado. “Numa máquina corretamente configurada e com apenas um operador, você entra com papel cartão em bobina e já sai com o produto pronto”, diz. Se- gundo Wilmers, certos trabalhos que em offset levam uma semana para ficar prontos “podem ser feitos em banda es- treita com o mesmo cartão e na mesma quantidade em três dias”. Workflow otimizado Na aquisição de uma impressora desse tipo, a possibilidade evidente é a de, com uma só máquina, entrar em diversos segmentos. Entretanto, uma vantagem interme- diária é a de, ao combinar sistemas tradi- cionais com a banda estreita, os prove- dores de soluções cartonadas ou de fle- xíveis otimizarem o fluxo de trabalho, lançando para determinada máquina os trabalhos mais adequados a ela, com base em variáveis como tiragem, aspec- tos que o produto acabado deve ter, pra- zo exigido pelo cliente etc. Trata-se de um benefício talvez mais visível no campo das embalagens flexí- veis tradicionalmente impressas em ro- togravura ou flexo banda larga, outra frente que a banda estreita visa explorar. Isso porque tiragens menores, deficitá- rias nas grandes raias por exigirem tro- cas de serviço que podem durar de três a quatro horas e com custos fixos de pré- impressão que “não se pagam”, são pala- táveis à banda estreita. Uma vantagem para os convertedores é a redução do lead time, ou seja, do tem- po que separa a entrada dos pedidos do seu faturamento. Já os usuários da emba- lagem podem reforçar sua administração on demand, reduzindo estoques e produ- zindo de acordo com a saída de produtos, e potencializar a estratégia de segmentar suas marcas e linhas. Aliás, esses são fa- tores que também explicam a penetração da narrow web no segmento de rótulos. Os possíveis ganhos, contudo, ainda não fizeram a cabeça dos convertedores nacionais. “As máquinas banda estreita ainda são vistas com certa desconfian- ça”, assinala Dalama, da Rotatek. Para Wilmers, da Gutenberg, o problema é cultural. “A oferta excessiva de máqui- nas de banda larga no mercado, muitas fabricadas no país e com preços relativa- mente baixos, origina um choque quando o preço maior das impressoras banda es- treita é posto à mesa”, ele afirma. Assim, convertedores fecham a porta de imedia- to, sem pensar nas vantagens competiti- vas que a narrow web pode lhes trazer. “Para não perder um grande cliente, muitos convertedores geralmente acei- tam rodar tiragens deficitárias para má- quinas de banda larga”, analisa Wilmers. Gidue E-Combat, vedete da Comprint na área de narrow web que pode acoplar diversos sistemas de saída Além de rótulos, pequenas embalagens flexíveis também são palatáveis à banda estreita 28 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 “No entanto é preciso considerar que, no bolo do seu faturamento, a competitivi- dade e a crescente segmentação de li- nhas estão fazendo a fatia que é efetiva- mente lucrativa diminuir.” Aos que quiserem investir nas novas possibilidades com banda estreita, as op- ções high-end não são poucas. No balcão de vendas da Comprint, Ainda que a escalada vertiginosa do uso das embala- gens plásticas flexíveis tenha impulsiona- do o desenvolvimento da flexografia como um todo nos últimos anos, no que se incluem impressoras, tintas, substra- tos e demais equipamentos e insumos, o parque flexográfico brasileiro sempre recebeu certas críticas quanto à sua qualidade. “Isso ocorria especialmente porque não havia preocupação com a pré-impressão”, afirma Aislan Baer, especialista na área gráfica. Ele exemplifica dizendo que muitos utili- zavam, para flexo, softwares com de- faults bolados para offset. Felizmente, o panorama mudou. Hoje, o setor gráfico tem consciência do papel crucial da pré-impressão para a flexo de boa qualidade. “Contudo, também é salutar que as empresas usuárias saibam que, com controles precisos, não só da pré-im- pressão como também da impressão, a flexografia atin- ge resultados fantásticos”, salienta Clodoaldo José Pontim, diretor geral da clicheria Kromos. Da manga, ele tira um trabalho recente para a Guabi, a embalagem da ração Sabor & Vida, anteriormente feita em rotogra- vura (no canto superior esquerdo). “Modéstia à parte, ficou com qualidade melhor em flexografia”, ele diz. Segundo Baer, indo além das ferramentas para o ge- renciamento de cores, para controle densitométrico e de outros aspectos da pré-impressão, uma grande no- vidade é o computer-to-plate (CtP) para a flexografia, tecnologia que dispensa o uso de filmes, gravando di- reto dos arquivos para as chapas de fotopolímeros. Uma das empresas que aposta nessa tecnologia é a Creo, representada no Brasil pela Alphaprint, com sua linha Thermoflex de gravadoras (foto no canto inferior direito). Todavia, ainda são poucas as clicherias que dispõem dessa tecnologia: por enquanto, apenas três unidades da Creo estão instaladas no país. “O interes- se é alto, porém a situação econômica não ajuda”, diz Eduardo Sousa, do marketing da Alphaprint. “Devido ao custo, os especialistas vêm estudando processos convencionais mais baratos e que também proporcio- nam alta qualidade, como o sistema de cópia OLEC com luz puntiforme e softwares especializados para ca- libração das imagesetters, como o FlexoCal”, ilustra Eudes Scarpeta, gerente industrial da Zaraplast. “Com a globalização, hoje o parque industrial brasileiro está apto a fornecer todos e quaisquer tipos de mate- riais, equipamentos e periféricos antes encontrados so- mente em outros países”, expõe Ezequiel Rebelo Fer- nandez, diretor da Cliart e presidente da Abflexo/FTA Brasil. “Porém toda essa revolução tecnológica não poderia ser absorvida se não ocorresse o principal, que é especialização da mão-de-obra”. Eudes Scarpeta, da Zaraplast, concorda. “O grande ganho, nos últimos anos, foi o do conhecimento.” Com tecnologia e know-how, maior qualidade que representa a grife italiana Gidue, es- pecializada em flexográficas narrow web, a novidade é a E-Combat, impres- sora totalmente servo-controlada (shaft- less, ou seja, sem o sistema mecânico convencional de engrenagens) e que im- Proglide MSP, da Mark Andy Comco, tida como uma das mais versáteis do mercado, é trazida ao Brasil pela Gutenberg rente comercial Alexandre Dalama, “combinar grupos de offset, flexografia e serigrafia”, e a flexográfica Ecoflex. Notícia digna de registro é que, segundo Dalama, a Rotatek irá inaugurar em breve uma fábrica no Brasil, “o que irá reverter em preços atrativos”. Outra grife de renome, a dinamarque- sa Nilpeter, representada no país pela IPP, aposta em flexográficas como a FA- 2500, para substratos com largura de 280mm, e a FA-3300, para largura de 340mm. No caso desta última, o sistema para troca rápida de serviços atende pelo nome Quick-Lock. Na verdade, os atributos dessas im- pressoras são tantos que seriam necessá- rias laudas e laudas paradescrevê-los com profundidade. Por envolverem tec- nologia de ponta, tais equipamentos im- plicam num considerável investimento. Contudo, os fornecedores argumentam que, na ponta do lápis, analisando o cus- to e o benefício e vislumbrando um dife- rencial competitivo num mercado pulve- rizado como o de conversão de embala- gens, o gasto compensa. “A nossa crença é que uma pequena melhora da economia abrirá o mercado”, resume Wilmers. É uma probabilidade que os convertedores não descartam. “Não ignoramos essa tecnologia e nada impede que façamos investimentos nela, mas o momento não é favorável”, alega Célio Magalhães, diretor de marketing da Brasilgráfica, grande fornecedora nacio- nal de cartuchos que baseia seu parque no offset. “Com uma pequena melhora da econo- mia, acredito que até faltará oferta de unidades de banda estreita no mercado”, ante- vê, com otimismo, o execu- tivo da Gutenberg. 30 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 Alphaprint (11) 3816-4747 www.alphaprint.com.br Cliart (11) 6942-8133 www.cliart.com.br Comprint (11) 3371-3371 www.comprint.com.br Etirama (15) 223-3332 www.etirama.com.br Gutenberg (11) 3225-4400 www.gutenberg.com.br IPP (11) 5522-5999 www.intergrafica-online.com.br Kromos (19) 3879-9500 www.kromos.com.br Projetopack (11) 9760-9718 projetopack@yahoo.com.br Rotatek (11) 4195-9888 www.rotatek.com.br Zaraplast (11) 3952-3000 www.zaraplast.com.br prime em diversos substratos entre 280mm e 530mm. “Ela possui interface amigável e sua eletrônica facilita os se- tups, diminuindo ao máximo os desper- dícios”, destaca Eduardo Xavier Pinto, gerente de vendas da área gráfica da Comprint. “Outro trunfo”, ele continua, “é que todos os componentes eletrônicos são do mesmo fornecedor, a Siemens, o que facilita manutenções e upgrades”. Uma novidade é que a E-Combat tam- bém permite acoplar um sistema de saí- da especial para produzir rótulos in- mold, como mostrado na edição anterior de EMBALAGEMMARCA. Por enquanto, espera Opção que também destaca o sistema shaftless, só que de fabricação nacional e especialmente dedicada a rótulos, é a Superflex SF 250, da Etirama, impresso- ra modular de dez cores. De acordo com a empresa, o embarque dessa tecnologia garante maior sincronismo das estações, o que resulta em maior produtividade e facilidade de ajustes. Do lado da Gutenberg, a vedete é sem dúvida a Mark Andy Comco Progli- de MSP, que abrange larguras de 406mm a 660mm e cuja sigla MSP (Multi-Subs- trate Press, impressora multi-substrato) reforça a flexibilidade de poder proces- sar vários materiais. “Ponto positivo é que seu sistema de cassetes agiliza tro- cas de trabalhos, que podem ser feitos em menos de cinco minutos, pois o ser- viço seguinte pode ser ajustado off- line”, ressalta Wilmers. Por sua vez, a Rotatek tem como carros-chefe no país a MP-150 Combi, máquina modular que permite, num exemplo citado pelo ge- MP-150 Combi, da Rotatek, permite combinar grupos de flexografia, offset e serigrafia FA-3300, da Nilpeter, com tecnologia Quick- Lock para troca rápida de serviços 32 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 o último dia 27 de agosto, no hotel Uni- que, em São Paulo, a Abre – Associação Brasileira de Embalagem anunciou os ga- nhadores do seu Prêmio de Design & Embalagem 2003. Foram 24 categorias, incluindo as especiais Estudante e Voto Popular, além de um prê- mio especial para a Natura Cosméticos, eleita a Em- presa do Ano por seus investimentos e inovações em embalagens. O júri, que escolheu entre os cerca de 350 traba- lhos inscritos, foi formado por profissionais ligados ao desenvolvimento de embalagens, design, marke- ting e varejo, e por pessoas da mídia especializada. As embalagens vencedoras do Prêmio Abre de Design & Embalagem, que podem ser vistas na se- qüência, terão a oportunidade de concorrer ao WorldStar, prêmio promovido pela WPO, Organiza- ção Mundial de Embalagem, e estarão expostas na mostra Showcase of Packaging Innovations, durante a Pack Expo Las Vegas, em outubro próximo. prêmio Abre anuncia vencedores do seu prêmio de embalagens Os nomes da vez N Design Alimentos Doces Tortas Doces Apreciatta Perdigão Vencedor: SPO Comunicação Design: SPO Comunicação Convertedor: Box Print Grupograf Usuário: Perdigão Design Alimentos Salgados Sopas Instantâneas Knorr Vencedor: Usina Escritório de Desenho Design: Usina Escritório de Desenho Convertedor: Inapel Embalagens Usuário: Unilever Bestfoods Design Alimentos para o Público Infantil Ketchup Kid´s Rocket Vencedor: Sleever International Design: Target Convertedores: Olveplast - Olvebra Industrial S.A e Sleever Usuário: Só Fruta Ind. Alimentícia Design Bebidas Alcoólicas Skol Beats Vencedor: Cisper Design: Narita Design Convertedor: Cisper Usuário: AMBEV - Cia Brasileira de Bebidas Design Bebidas Não-Alcoólicas Santàl Vencedor: 100% Design Design: 100% Design Convertedor: Tetra Pak Ltda Usuário: Parmalat Brasil S.A Ind. de Alimentos Design Higiene e Limpeza Omo Progress com janela Vencedor: Dixie Toga S.A. Design: Rex Design Convertedor: Dixie Toga S.A. Usuário: Unilever do Brasil 34 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 Design Cosméticos, Cuidados Pessoais Lorence Shower Gel e Desodorante Corporal Vencedor: Kanitz 1900 Cosméticos Design: Kanitz 1900 Cosméticos Convertedores: Neoplástica e Rionil Usuário: Kanitz 1900 Cosméticos Design - Cosméticos, Cuidados Pessoais Infantil Rótulo Sundown Kids Vencedor: Prodesmaq Indústria Gráfica Design: Seragini Farné Convertedor: Prodesmaq Indústria Gráfica Usuário: Johnson & Johnson Design Marcas Próprias Sucrilhos Extra Vencedor: BrandGroup Design e Comunicação S/C Ltda Design: BrandGroup Design e Comunicação S/C Ltda Convertedor: New Graphic Ind. e Com. de Embalagens Ltda Usuário: Extra Hipermercados Design Bricolagem Pó Xadrez Vencedor: Müller Associados Marketing e Comunicação Ltda Design: Müller Associados Convertedor: Ibratec Artes Gráficas Ltda Usuário: Bayer S.A. Design Família de Produtos Free For Life Massas de Grano Duro e Grano Duro Integrais Vencedor: Rieger Brand Marketing Design: Rieger Brand Marketing Convertedor: Magistral Impressora Usuário: SLC Alimentos Design Miscelânea DVD Rouge Vencedor: Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda Design: Sony Music Entertainment Convertedor: Rigesa Celulose, Papel e Embalagens Ltda Usuário: Sony Music Design Industrial Luiza Brunet Night da Avon Vencedor: M Design Comunicação Ltda Design: M Design Convertedores: Augros do Brasil, Magistral Impressora, ARE Embalagens Ltda e Wheaton do Brasil Usuário: Avon Embalagem Destaque - Alimentos Pavê de Nozes Miss Daisy - Sadia Vencedor: Ibratec Artes Gráficas Ltda Design: Ibratec Artes Gráficas Ltda Convertedor: Ibratec Artes Gráficas Ltda Usuário: Sadia S/A Embalagem Destaque - Bebidas Suco Hé Vencedor: Sinimplast Indústria e Comércio Ltda Design: 3D Modeling Convertedor: Sinimplast Indústria e Comércio Ltda Usuário: Tiuá set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 35 Embalagem Destaque - Higiene e Limpeza Coperalcool Gel Vencedor: Copersucar Design: Oficina D'Design Convertedor: Copersucar Usuário: Copersucar Embalagem Destaque - Cosméticos e Cuidados Pessoais Luiza Brunet Night da Avon Vencedor: M Design Design: M Design Converte- dores: Augros do Brasil, Magistral Impressora, ARE Embalagens e Wheaton do Brasil Usuário: Avon Embalagem Destaque - Miscelânea DVD Band of Brothers Vencedor: Rigesa Design: T&M Arte Studio Convertedor: Rigesa Usuário: Warner Bros Home Vídeo Embalagem Destaque - Promocional Coca-Cola São Paulo Fashion Week Vencedor: Sleever International Ltda Convertedores: Sleever Internationale Cisper Usuário: Coca-Cola Embalagem Destaque - Inovação Tecnológica Skol Beats Vencedor: Cisper Design: Narita Design Convertedor: Cisper Usuário: AMBEV - Cia Brasileira de Bebidas Embalagem Destaque Exportação Baycolor Vencedor: Müller Associados Design: Müller Associados Convertedor: Ibratec Artes Gráficas Ltda Usuário: Bayer S.A. Embalagem Destaque - Ecodesign Embalagem Brinquedo IGO Vencedor: IGO Design Ind. e Com. Ltda ME Design: IGO Design Ind. e Com. Ltda ME Convertedor: IGO Design Ind. e Com. Ltda ME Usuário: IGO Design Ind. e Com. Ltda ME Voto Popular Coca-Cola São Paulo Fashion Week Vencedor: Sleever International Ltda Convertedor: Sleever International Ltda / Cisper Usuário: Coca-Cola Estudante Embalagem Conceito - Leite Vitalac Vencedor: Hérnan Daniel Scavino Água em papel reciclado A Linha Águas de Natura de colô- nias adotou embalagens de papel cartão recicláveis e recicladas para os seus produtos. Produzidas com o papelcartão Ecopack da Ripasa, 78% reciclado e 100% reciclável, as embalagens têm impressão na parte interna, valorizando o produto e mantendo seu lado pardo do lado externo, refletindo um apelo ecológi- co. O cartucho possui uma tarja ho- rizontal no meio e foi impresso em duas cores, proporcionando um as- pecto clean. Em destaque na emba- lagem há também o uso de alto re- levo e informações em braile. Linha Seda Keraforce ganha novas embalagens Lançada em novembro de 2000, a li- nha de xampus para cabelos cres- pos quimicamente tratados Seda Ke- raforce com Kerobá (extrato de fru- tas da Amazônia e proteína) e óleo de silicone, está chegando ao mercado com nova fra- grância e embalagens re- novadas. As tampas, pro- duzidas pela Caria e pela Seaquist, estão com nova cor, acobreada e cintilante, enquanto os rótulos, da Baumgarten, trazem a marca Seda em hot stam- ping dourado e uma nova arte, que destaca a presença de uma nova modelo, para gerar maior identificação com a consumidora com esse tipo de cabelo. Os fras- cos são da Sinimplast e da Alpla. O novo logotipo da Ypê A Benchmark desenvolveu para a Química Amparo o novo logotipo de sua marca de detergentes Ypê. Com o objetivo de modernizar a marca, a agência utilizou uma tipologia mais moderna e a ampliou o nome Ypê dentro da esfera do logotipo. Além disso, o slogan “Produtos de qualida- de” passa a aparecer sob o logotipo. PARA ELES E PARA ELAS Belas embalagens e fragrâncias masculinas e femininas são as car- tadas da Art-Bel Cosméticos para ganhar participação no mercado de perfumes nacionais. Sob a marca Di Amante, a empresa está lançando as colônias He e She. Fornecidos pela Wheaton, os frascos de vidro de 50ml dos produtos têm duas co- lorações: lilás para o perfume femi- nino, e azul para o masculino. Cria- das pelo designer Marcos Eugênio Vega, as tampas das colônias, da In- com, remetem a diamantes. Para ressaltar ainda mais a marca aos olhos do consumidor, as colônias ainda contam com cartuchos plásti- cos da Sografe. Recheados renovados A LU Aymoré acaba de renovar sua linha de biscoitos recheados. As gu- loseimas sofreram alterações na for- mulação e agora trazem o recém-ba- tizado índio Ayri, mascote da marca, gravado em alto relevo em cada uni- dade dos biscoitos. “O personagem também interage com os produtos nas embalagens, usando um biscoito como prancha de surfe, por exem- plo”, diz Sandra Rietjens, gerente de assuntos corporativos da LU. De acor- do com ela, o novo visual das emba- lagens – do tipo envelope, fabrica- das pela Itap Bemis – desperta maior appetite appeal e diferencia mais as versões na gôndola. Ademais, ela diz, “a presença do mascote permite uma identificação com as crianças, fiéis consumidoras dos biscoitos, em particular dos recheados”. 38 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 VCP lança novas embalagens do papel Copimax A VCP – Votorantim Celulose e Papel – está lançando as novas embalagens do papel Copimax, papel reprográfico para impressoras e copiadoras. Um dos car- ros-chefe da empresa, com 30% das vendas, a linha Copimax está substituin- do a cor branca das embalagens dos papéis de 75 e 90 gramas, respectiva- mente, pelas cores verde e azul. As novas embalagens, que têm forte im- pacto visual, permitem reconhecer facil- mente os dois tipos de papéis, que atendem diferentes segmentos de con- sumo – do grande público ao setor cor- porativo. Também fazem parte de uma estratégia de alinhamento da comunicação global da empresa, tanto no mercado interno quan- to externo. No desenvolvimento e lançamento dessas embala- gens, a VCP investiu R$ 500 mil. Para desenvolver o design da nova em- balagem, trabalho que ficou a cargo da agência de design Müller & Associados, a VCP teve como base pesquisas feitas junto aos clientes, contatos junto aos distribuidores e também uma pesquisa realizada com embalagens de 60 mar- cas de todo o mundo. De acordo com a empresa, as novas embalagens são as únicas no mercado brasileiro com o novo sistema de sela- gem a quente, Heat Sealing, que prote- ge o produto da umidade, pois não usa cola para o fechamento. As embalagens são 100% recicláveis, contando com o filme flexível BOPP (polipropileno biorientado), em ambos os lados, enquanto as embalagens dos demais fabricantes nacionais restrin- gem-se a utilizar filme flexível (BOPP) mais papel. A Glico Alimentos, detentora da marca Ebicen, está lançan- do o Croc-Cen, salga- dinho assado feito de amendoins, com leve sabor adocicado, ca- mada crocante e sem gordura saturada nem colesterol. O produto chega às lo- jas em flow packs de 30g e 60g, fabricadas pela Shellmar. Nestlé renova linha Maggi Como resultado de uma modernização e de um novo posicionamento, a Nestlé resolveu reformu- lar e padronizar a identi- dade visual da chancela Maggi FoodServices. Assim, as embalagens da linha agora oferecem mais serviços e informa- ções, como receitas e dicas de uso, além de estarem mais práticas e atraentes. No novo lay- out, o nome de cada produto é destacado na parte frontal das emba- lagens, facilitando a identificação. O novo design, que pode inclu- sive ser visto nas emba- lagens de três novos produtos (Caldo Bacon, Base para Molho Bran- co e Tempero Gril) ficou a cargo da B+G Desig- ners. Pacote da Shellmar amplia mix da Glico SARA LEE INVESTE EM PACK INSTITUCIONAL A grife Café do Ponto Cafe- terie, da Sara Lee, destina- da às lojas da marca, teve sua embalagem redesenha- da. O novo projeto gráfico alinhou o design da emba- lagem ao do resto da famí- lia Café do Ponto e estabe- leceu um link com o concei- to visual das lojas. Como não compete diretamente nas gôndolas com outras marcas, o Cafeterie ganhou uma embalagem institucio- nal, sem ilustrações ou fo- tos. Para identificar a mar- ca, adotou-se uma pincela- da em formato de “S”, que remete à fumaça, ao calor e ao aroma próprios do cafe- zinho, além do fundo dou- rado envolto por uma faixa preta que embute a marca. O novo visual veste as ver- sões Cafeterie Grãos 1kg e Cafeterie Grãos Torrados e Moídos 500g. Multicama- das, numa estrutura que combina polipropileno e fil- mes aluminizados, as em- balagens são da Embala- gens Flexíveis Diadema. 42 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 esmo que pareçam detalhes pequenos, certas peculiarida- des do canal de venda podem originar boas oportunidades para se explorar através de uma apresentação de produto distinta. À primeira vista, isso soa ao ób- vio ululante. Contudo, frente a de- terminados lançamentos de mer- cado que pegam carona nessa idéia, surge uma indagação ine- vitável: por que ninguém fez antes? Um caso providencial é a recente estréia de recipien- tes de PET no segmento das bebidas ice, reduto que até agora era dominado pelas gar- rafasde vidro. Ocorre que a produtora Flying Brasil resolveu vestir seus drinques Flying Ice, Flying Strong e Flying Love, baseados na vodca, com garra- fas plásticas, ao perceber que em muitas casas noturnas e em grandes eventos proí- be-se circular com garrafas de vidro à mão, a pretexto de garantir a segurança do públi- co. Como ressalta Luca Sálvia, diretor de marketing da Flying Brasil, “muitas casas noturnas costumavam entornar nossos pro- dutos em copos plásticos, para poder co- mercializá-los”. Politicamente correta Sabendo que a própria empresa perdia em divulgação da sua marca com essa prática, o marketing da Flying Brasil teve o insight da apresentação alternativa. “Não podería- mos ignorar a penetração do produto no ambiente noturno, onde há um maciço es- coamento das ices”, explica Sálvia. “E, nesse contexto, a versão em plástico é mer- cadologicamente correta.” Como o profissional deixa claro, a apre- sentação em garrafa de PET é para nichos. ices Garrafas de PET estréiam no mercado de bebidas ice Apelo noturno O plano é direcioná-las especificamente para pontos-de-dose e grandes eventos. “As garrafas de vidro ainda continuam no nosso portfólio, acondicionando cerca de 90% de nossas ices, até pelo fato de ga- rantirem, pela alta escala de pro- dução, maiores margens.” Na adaptação para o PET, a empresa priorizou a manutenção dos mesmos rótulos auto-adesi- vos que ornam as versões em vi- dro, produzidos pela Mack Color, “por uma questão de identidade”, como frisa Sál- via. Tal premissa também jus- tifica o formato da embala- gem plástica, que emula o perfil de uma garrafa de vidro long neck, recipiente hege- mônico no segmento de ices. Tal formato foi obtido através de um projeto com a Alcoa. “Demos amplo suporte ao de- senvolvimento dessas embalagens, até a viabilização correta de seu sopro”, comen- ta Ricardo Vaz, gerente nacional da divisão de embalagens PET da Alcoa (que, como EMBALAGEMMARCA recentemente anun- ciou, está sendo adquirida pela Amcor). As ices em plástico, que são engarrafadas numa linha da paulista New Age Bebidas, contam ainda com tampas plásticas da car- teira da Tapon Corona. Por ora, as novas embalagens podem ser vistas somente em algumas casas notur- nas, com as quais a Flying Brasil mantém contratos de fornecimento. No varejo – ao que vale dizer que entre os sócios da Flying Brasil estão os irmãos João Paulo e Pedro Paulo “Pão de Açúcar” Diniz – pretende-se manter o vidro. Outra idéia, diz Sálvia, é estabelecer parcerias com a clientela para projetos de reciclagem das garrafas de PET. “São projetos bacanas, que trazem re- torno em visibilidade à marca.”FO TO : S TU DI O A G Alcoa (11) 4195-3727 www.alcoa.com.br Mack Color (11) 6195-4499 www.mackcolor.com.br Tapon Corona (11) 3835-8622 www.tapon-corona.com.br M o se fechar contratos de licenciamento para promover produtos, um dilema pode se abater sobre as mais variadas indústrias. Vale mais a pena utilizar, no ponto de vista do posicionamento, a marca pela qual se está pagando royalties, ou seja, pu- ramente estampar nas embalagens o nome da atração, ou “subjugá-la” a uma marca pertencente à empresa? Num interessante caso, uma linha de produtos está transitando da primeira para a segunda opção, e por razões estratégicas, segundo o seu fabricante. Ocorre que a Homemade Alimentos conseguiu, no fim de 2002, o licenciamento para apadrinhar geléias com a Turma da Mônica, direito até então pertencente à Uni- lever, que comercializava seus produtos apenas como Geléias da Turma da Mônica. Opção pelo patrimônio “Ao adquirirmos os direitos, ficamos na dúvida por qual direção tomar”, rememora Edoardo Magli, diretor da Homemade. No entanto, a empresa decidiu seguir pelo caminho de investir numa marca “de casa” após reflexões. “Sentimos que, a despeito do apoio dos per- sonagens, ganharíamos um patrimônio e um diferen- cial com uma marca só nossa”, explica o executivo. O fabricante achou por bem criar uma nova marca, “claramente direcionada ao mercado infantil”, nas pa- lavras de Magli, para diferenciar os novos produtos das linhas chanceladas pela marca Homemade, de per- fil mais sóbrio e voltado ao público adulto. Desse modo, a agência Tônica de Comunicação, além do vi- sual das embalagens das novas geléias, projetou tam- bém a imagem da marca infantil, batizada Purifruti. A opção da Homemade fica clara pelo design dos rótulos: o logotipo Purifruti é especialmente destaca- do, e o nome “Turma da Mônica” se faz presente de modo discreto. “Isso não impede que os personagens apareçam com ultradinamismo, pois quisemos impri- mir movimento e abusar do universo presente nos quadrinhos”, afirma Sérgio Lopes, sócio-diretor da Tônica de Comunicação. Nesse sentido, o trabalho final traz as crias de Maurício de Sousa em diversas situações e atitudes, tanto nos rótulos auto-adesivos, impressos em seis co- res em rotogravura pela Prakolar quanto nas litogra- fias das tampas metálicas, fornecidas pela Rojek. Para servir de recipiente principal, a Nadir Figueiredo criou um atrativo copo de vidro para a linha, com desenho exclusivo – predicado que, aliás, traduz o principal be- nefício percebido com a criação da Purifruti: um bem único, que ninguém tasca. A Nadir Figueiredo (11) 6967-1633 www.nadir.com.br Prakolar (11) 291-6033 www.prakolar.com.br Rojek (11) 4447-7900 www.rojek.com.br Tônica de Comunicação (11) 3082-5511 marcas Cacife dividido D IV UL G AÇ ÃO Decisão da Homemade foi destacar a marca que criou para o público infantil Agribusiness na mira Especializada em soluções em pa- pelão ondulado, a Frugis Embala- gens completou 75 anos em agos- to. Para comemorar, a empresa investiu em uma nova linha de produção de embalagens para itens hortigranjeiros. Oferecendo serviços conjugados de impressão flexográfica, a empresa, que há um ano obteve a ISO 9001:2000, quer ampliar sua atuação nesse setor, que atualmente representa 5% de suas operações. Big investimento A Sacoplast, forte em sacos de polipropileno para uso industrial, como big bags, irá construir uma segunda fábrica, em Caruaru (PE), o que dobrará sua capacidade de produção. O investimento será de R$ 50 milhões. Novo sítio I A Sonoco do Brasil, subsidiária da americana Sonoco Products, fabri- cante de tubos e tubetes de pa- pelão e plástico, iniciou a constru- ção de uma unidade em Alfenas (MG). Na nova unidade, a oitava do grupo no Brasil, serão investi- dos R$ 3,85 milhões. Nov sítio II A agência paranaense Datamaker Designers está lançando seu novo web site (www.datama- ker.com.br). Nele, o internauta encontrará a história e os cases da empresa e um e-zine com di- cas sobre design de embalagens, entre outras seções. Lucro I A Dixie Toga anunciou um lucro lí- quido de R$ 7,4 milhões no primei- ro semestre, revertendo o prejuí- zo de R$ 2,97 milhões em igual período do ano passado. A receita líquida da empresa cresceu de R$ 306 milhões para R$ 400 milhões de janeiro a junho deste ano. 44 – EMBALAGEMMARCA • set 2003 Vida prolongada garantida Para alimentos que necessitam de elevada proteção de sua integridade e alta shelf life, a Sunnyvale está apresentando ao mercado novos equipamentos para embalar a vácuo ou com atmosfera modificada, fabri- cados em aço inox pela parceira ita- liana Tecnovac. A grande novidade é a embaladora a vácuo T 700bis (foto), digital, programável e com câ- mara dupla. Sua bomba de vácuo é integrada e compacta, permitindo que a máquina seja deslocada para qualquer setor produtivo. Outro des- taque é a Quick 40, seladora de ban- dejas de diversos tamanhos e que permite trabalhar com diferentes composições gasosas. Ela pode ope- rar em modo mecânico ou pneumáti- co, permite a programação de até dez ciclos para diferentes produtos
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