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Revista Embalagem Marca 049 Setembro 2003

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Ano V • Nº 49 • Setembro 2003 • R$ 6,00
www.embalagemmarca.com.br
BANDA ESTREITA IMPULSIONA FLEXOGRAFIA • CACHAÇAS EM PAUTA
Embalagens podem
agregar valor e
multiplicar compras
por impulso 
Pela memória da embalagem
m ano atrás, quando
planejamos lançar
uma edição Especial de
Almanaque, reproduzindo
páginas da seção de mes-
mo nome publicada regu-
larmente na última página
da revista, movia-nos o in-
teresse em dar uma contri-
buição para a memória das
embalagens e das marcas
no mundo e, principal-
mente, no Brasil. Aquela
iniciativa agradou muito
os leitores, dos quais pas-
samos a receber inúmeros
pedidos para repetir a
dose. Anuncio que já esta-
mos elaborando o Almana-
que EMBALAGEMMARCA
número 2. Aguardem!
Quero aproveitar para rei-
terar uma espécie de con-
vocação que temos feito
em todas as oportunida-
des: que as empresas con-
tribuam para a consolida-
ção dessa memória. Como
dissemos na apresentação
daquela edição histórica,
os registros que mostram
a evolução das embala-
gens e das marcas revelam
parte importante da traje-
tória da sociedade de con-
sumo em que hoje vive-
mos.
Por isso, as páginas de EM-
BALAGEMMARCA, que já
vêm dando uma contribui-
ção, ainda que modesta, à
tarefa de resgatar uma par-
te daquela trajetória, estão
abertas para publicar fatos
nem sempre muito conhe-
cidos e fotografias de em-
balagens que ajudem o
Brasil a se conhecer um
pouco melhor. Nessa li-
nha, faço aos demais veí-
culos especializados da
área uma sugestão cons-
trutiva (embora os hábitos
comerciais vigentes reco-
mendassem que lhes dés-
semos o máximo possível
de maus conselhos): en-
trem nessa cruzada, aju-
dem a resgatar a memória
da embalagem brasileira,
com reportagens, seções
específicas, edições espe-
ciais. 
Até outubro.
Wilson Palhares
U
A evolução das
embalagens e das
marcas revela
parte importante
da trajetória da
sociedade de 
consumo em que
hoje vivemos
ENTREVISTA
Luiz Cláudio Cury, 
presidente da Ampaq
(Associação Mineira dos
Produtores de Cachaça
de Qualidade), comenta
importância do esmero 
e da diferenciação 
visual para a bebida
MAKING OF
Como foram criadas
as embalagens dos
produtos da Natura
que usam o apelo
da brasilidade
CAPA: CANDIES
Novos perfis de ponto-
de-venda e busca por
maior valor agregado
aumentam importância
das embalagens de 
confeitos e gomas 
de mascar
8
32
42
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
Reportagem
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
Guilherme Kamio
guma@embalagemmarca.com.br
Leandro Haberli
leandro@embalagemmarca.com.br
Colaboradores
Josué Machado e Luiz Antonio Maciel 
Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado
arte@embalagemmarca.com.br
Assistente de Arte
José Hiroshi Taniguti
Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Eunice Fruet (Diretora Financeira)
Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br
Karin Trojan
Wagner Ferreira
Circulação e Assinaturas
Marcella de Freitas Monteiro
assinaturas@embalagemmarca.com.br
Assinatura anual: R$ 60,00
Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados
com a cadeia de embalagem. 
Filiada ao
Impressa em Image Art 145 g/m2 (capa) e
Image Mate 115g/m2 (miolo) da Ripasa
Impressão: Congraf
EMBALAGEMMARCA é uma publicação 
mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
FILIADA À
www.embalagemmarca.com.br
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
cadas nesta revista sem autorização da Bloco
de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
matérias assinadas não refletem necessaria-
mente a opinião da revista.
3 Editorial
Pelo resgate da memória das
embalagens e das marcas
6 Cartas
Opinião, sugestões e
críticas dos leitores
38 Display
Lançamentos e novidades – e
seus sistemas de embalagem
43 Marcas
Dilemas no licenciamento
de personagens nos rótulos
44 Panorama
Movimentação na indústria de
embalagens e seus lançamentos
48 Painel Gráfico
Novidades do setor, da criação
ao acabamento de embalagens
49 Mercado
Antilhas inaugura fábrica up to
date com o estado da arte
50 Almanaque
Fatos e curiosidades do mundo
das marcas e das embalagens
16
FO
TO
 
D
E 
CA
PA
: S
TU
DI
O
 A
G
setembro 2003
IMPRESSÃO
As inovações em
equipamentos de 
banda estreita ampliam
os horizontes da
flexografia 
PRÊMIO
Quais foram os 
ganhadores deste ano
do Prêmio Abre do
Design & Embalagem
ICES
O PET busca
um lugar na noite
22
12
4 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
Especial Luxo
P arabéns pela primorosa edição
Especial Luxo. Ela foi muito bem
diagramada e apresenta excelente
conteúdo. Agradecemos a inclusão
dos nossos produtos Domina Suave
e Segredo do Patriarca na belíssima
reportagem sobre a cachaça, sem
dúvida a bebida do Brasil.
Régis A. Barros
Casa Règis Armmont
(ex-Destilaria Pedra do Cedro)
Brumadinho, MG
V ocês conseguiram o que eu jul-
gava ser impossível: fazer uma edi-
ção especial de EMBALAGEMMARCA
(Especial Luxo) que suplantou as
normais em termos de qualidade.
Acabei de recebê-la e adorei. está
sensacional, em todos os sentidos. 
Nós, da Mega Plast, queremos sin-
ceramente parabenizá-los, não só
por essa fantástica edição, mas pela
revista em si. 
Attilio Alemi
Gerente Comercial
Mega Plast S/A
São Paulo, SP
P arabéns pela edição Especial
Luxo. Está primorosa . Alías, a re-
vista tem sido sempre assim, tanto a
impressão como o conteúdo. Fico
feliz pelo amigo e torço pelo contí-
nuo sucesso!
Alexandre Côrte
Cobram – Cia. Brasileira
de Marketing
São Paulo, SP
P rimeiramente, gostaria de para-
benizar EMBALAGEMMARCA pela
Edição Especial Luxo. Agradeço a
citação de nossa empresa na maté-
ria “Em Pé nas Gôndolas”, na pági-
na 71 (Café Três Corações). Gosta-
ria apenas de informar que o nome
correto de nossa empresa é Embala-
gens Flexíveis Diadema, e não Dia-
dema Embalagens, como citado na
reportagem. Certa de contar sempre
com o apoio da EMBALAGEMMAR-
CA, agradeço a atenção.
Patricia Metropolo
Marketing
Embalagens Flexíveis Diadema
São Paulo, SP
Referência no segmento
C ada edição de EMBALAGEM-
MARCA surpreende os leitores pela
qualidade do material apresentado.
A revista cresce a cada número,
tanto no que se refere ao conteúdo
quanto à apresentação gráfica e à
qualidade do material publicitário.
Seus anúncios inovam e acrescen-
tam informações importantes para
o leitor especializado, mostrando
novos filmes, papéis, ilustrações e
até pequenos objetos, como o
atraente caminhãozinho da Lingraf.
EMBALAGEMMARCA torna-se, as-
sim, a publicação de referência no
segmento de embalagens. Quero
me referir, também, na edição de
agosto, à correta matéria de capa
sobre marcas próprias, que revela o
crescimento desse tipo de produtos,
antes vistos como de segunda linha
pelos consumidores. Aguardo, com
interesse, a próxima edição! 
Antonio Alberto Prado 
Consultor em Comunicação
Empresarial 
São Paulo, SP
Bisnagas plásticas
E m nome da Cebal Brasil gosta-
ria de parabenizá-los pela ótima re-
portagem de capa sobre o mercado
brasileiro de bisnagas (EMBALA-
GEMMARCA nº 47) e agradecer a
ajuda de vocês no processo de di-
vulgação de informações esclareci-
das e confiáveis.
Apesar de o primeiro semestre ter
sido bem devagar, estamos muitootimistas quanto aos próximos me-
ses, esperando fechar o ano com
chave de ouro. Torcemos para que
EMBALAGEMMARCA feche o ano de
forma esplendorosa.
Valdivo Begalli
Cebal do Brasil Ltda
Mogi das Cruzes, SP
N. da R.: Na citada reportagem, o
telefone da representante brasileira
da suíça Aisa (Titana Tecnologia)
foi erroneamente informado. O nú-
mero correto é (19) 3281-2441.
Quarto aniversário
P arabéns pelos quatro anos de
EMBALAGEMMARCA! Que vocês
continuem brindando os leitores
com essa publicação de alto nível
por muitos e muitos anos.
Ernani Paulino Filho
Diretor – Packnology!
Campinas, SP
P arabéns pelo quarto glorioso
aniversário do “principal referen-
cial jornalístico da cadeia de emba-
lagem”. Que o sucesso continue e
aumente!
Nemércio Nogueira
Diretor – RP Consult
São Paulo, SP
E MBALAGEMMARCA é a melhor
revista sobre embalagem. Conti-
nuem assim! Sucesso para todos.
Carlos Honda
Estudante
Unopar – Universidade 
do Norte do Paraná
Londrina, PR
Sonho cor de rosa
A cabo de receber sua primorosa
revista e ela me fez ficar nostálgica
com a matéria sobre o refrigerante
da minha terra, o Guaraná Jesus
(EMBALAGEMMARCA nº 46, junho
de 2003). O sonho cor de rosa é
realmente um exemplo de resistên-
cia e preservação de uma marca. As
6 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
Redação: Rua Arcílio Martins, 53
CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel (11) 5181-6533
Fax (11) 5182-9463
redacao@embalagemmarca.com.br
As mensagens recebidas por carta, e-
mail ou fax poderão ter trechos não es-
senciais eliminados, em função do es-
paço disponível, de modo a dar o maior
número possível de oportunidades aos
leitores. As mensagens poderão tam-
bém ser inseridas no site da revista
(www.embalagemmarca.com.br).
MENSAGENS PARA EMBALAGEMMARCA
pessoas consideram a cor rosa
kitsch, mas acho que seu grande su-
cesso advém disso. Além do mais, é
um chazinho de canela gaseificado
que evoca boas lembranças da in-
fância. Parabéns pela revista!
Marilane Borges
Embaixada da França no Brasil –
Ubitec França – Bureau de Divul-
gação das Empresas e Tecnologias
Francesas 
São Paulo, SP
Almanaque
G ostaríamos de parabenizá-los
pela seção Almanaque. A cada nú-
mero ela se torna ainda melhor.
Ana Cláudia Konichi/Luiza Estima
Estima Comunicação Empresarial
São Paulo, SP
Embalagens com braile
P osso estar errado, mas não co-
nheço e nunca vi embalagem de
qualquer produto na qual a preocu-
pação com o consumidor deficiente
visual seja lembrada. Será que o de-
ficiente visual não merece uma
atenção por parte dos especialistas
em marketing e embalagens? Va-
mos olhar esse consumidor!
José Rogério Rodrigues Mo
Administrador de empresas
Duque de Caxias, RJ
N. da R.: Algumas empresas já gra-
vam informações em braile em ró-
tulos e em em cartuchos de papel
cartão de seus produtos, como EM-
BALAGEMMARCA já mostrou em re-
portagens. De qualquer forma, fica
o recado para aquelas que ainda
não implementaram esse serviço.
Correções:
Na nota sobre a participação da PP
Payne na Fispal (edição nº 47, pági-
na 34), informamos incorretamente
o nome de um dos produtos atendi-
dos pela empresa. Onde se lê Fari-
nha Láctea Nestlé, leia-se Farinha
Láctea da Unilever Bestfoods. 
Na reportagem “Sem Medo do Frio”
(edição nº 46, página 14) o design
gráfico das latinhas da cerveja Itai-
pava foi desenvolvido pela Mediter-
rânea Pantani, e não pela agência
a10 Design, como publicado.
8 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
mbora a produção de cachaças
artesanais possa ser vista em
grande parte das regiões inte-
rioranas do país, os alambiques
espalhados pelo ondulado solo
mineiro têm a fama de destilar
a mais pura aguardente de cana que o
país oferece. Abrigando mais de 8 000
produtores, o Estado provê grande parte
das marcas de cachaças que são vendidas
em bares e restaurantes de grandes
cidades do país a preços que às vezes não
deixam a dever para o de bebidas como
conhaques, uísques e vinhos. No centro
desse processo de valorização está a Am-
paq – Associação Mineira dos Produto-
res de Cachaça de Qualidade. Uma das
primeiras organizações que despertaram
para a necessidade de consolidação da
imagem da cachaça como um produto de
qualidade, capaz de competir no merca-
do brasileiro e internacional com outras
categorias de bebidas, a entidade está
completando quinze anos convicta de
que é possível expandir o contingente de
consumidores da bebida.
Luiz Cláudio Cury, presidente da Am-
paq, fala nessa entrevista sobre a impor-
tância da embalagem como elemento de
diferenciação das cachaças premium,
além de relatar as queixas do setor quan-
to à falta de opções no fornecimento de
garrafas adequadas para esse tipo de pro-
duto. “É um ponto crítico para nós, pois
sem uma boa estratégia de marketing vi-
sual, nunca competiremos em igualdade
com outras bebidas finas”, ele diz. As
principais diferenças entre as cachaças
artesanais e as cachaças industriais, além
do apreço de grandes personalidades da
política nacional pelo mais legítimo des-
tilado brasileiro, são comentados por
Cury a seguir. 
De uns tempos para cá está se firmando a
convicção de que as exportações de cacha-
ça passam por um boom e que vão disparar.
Essa expectativa tem fundamento?
Acreditamos num futuro promissor para
E
LUIZ CLÁUDIO CURY,
presidente da Ampaq -
Associação Mineira dos
Produtores de Cachaça
de Qualidade -, analisa a
importância do marketing
visual no processo de
aumento do contingente
de consumidores e na
estratégia de valorização
da aguardente de cana
entrevista
D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
“Vale a pena investir em marca”
set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 9
importante dentro dessa trajetória está sen-
do concretizado agora. É o lançamento de
uma marca única de cachaças do Sistema
Ampaq. Essa marca é fruto de uma coope-
rativa central, que reúne pequenos produto-
res. A idéia é agregar qualidade e volume,
além de permitir que esses produtores se-
jam incorporados pelo mercado formal de
cachaça. Para se ter idéia, Minas Gerais tem
hoje 8 500 alambiques, dos quais 85% são
clandestinos. Acreditamos que essa medida
pode contribuir muito para a geração de
empregos e a fixação dos trabalhadores no
campo. É uma iniciativa que deveria ser se-
guida por outros Estados. Aqui em Minas,
quando o governador Aécio Neves
conheceu o projeto, se encantou, e
deu ordens para todos os seus secre-
tários nos apoiarem.
Aliás, há notícias de que ele próprio
é um apreciador de cachaças...
Sim, mesmo porque a família Neves
é uma tradicional produtora de ca-
chaça, bem como a do vice-presiden-
te, José Alencar. Sem dúvida (rindo),
estamos bem amparados, agora pre-
cisamos agir. Até o Lula já declarou
que adora uma cachaça, o que mostra
que esse é definitivamente o grande
momento da bebida.
Em editorial em “Cachaça – Revista
do Sistema Ampaq” de julho último,
o senhor disse que a cadeia produti-
va de cachaça em Minas Gerais “peca pela
adoção de políticas individualistas, ...”.
Por outro lado, empresas que produzem
cachaça industrial queixam-se de que os
produtores artesanais estariam criando
uma discriminação perigosa ao fazer esse
tipo de diferenciação. Argumentam que isso
coloca seu produto num patamar inferior,
prejudicando a imagem da cachaça em seu
todo. Como o senhor responde a isso?
Não nos cabe provar que nosso produto é
melhor ou pior do que uma cachaça indus-
trial. Essa avaliação deve ser feita pelo con-
sumidor. O que temos de fazer é nosso de-
ver de casa, ou seja, investir numa estraté-
gia de marketing que seja capaz de divulgar
as virtudes da cachaça artesanal. Não temos
nenhum interesse em cultivar qualquer tipo
nossas exportações, embora as vendas para
fora representem apenas 1,2% dos cerca de
1,3 bilhão de litros de cachaça produzidos a
cada ano no Brasil. A expectativaotimista
se baseia no crescimento da procura. As re-
messas vêm aumentando com a ajuda de
novos mercados. O continente asiático, por
exemplo, vem sinalizando crescente inte-
resse pela cachaça brasileira. Mas, além de
ampliar mercados, precisamos aumentar as
exportações de produto acabado. Hoje cer-
ca de 30% das remessas de cachaças che-
gam lá fora em tonéis. As empresas estran-
geiras é que acabam engarrafando a bebida
e vendendo-a com a marca delas. É um pro-
cesso que acontece principalmente
com as cachaças industriais, até por-
que elas respondem pela quase tota-
lidade de nossas exportações.
Quais são as diferenças entre “ca-
chaça artesanal” e “cachaça indus-
trial”?
Primeiramente, uma cachaça artesa-
nal utiliza cana-de-açúcar livre de
agrotóxico e cuja colheita não é feita
mediante a queima do canavial. O
preparo do caldo e a própria fermen-
tação também são diferentes. Não é
permitido a uma cachaça artesanal
adicionar qualquer aditivo químico
para acelerar seu processo de fer-
mentação. Ele deve ser feito de ma-
neira totalmente natural. Além disso,
é necessário usar alambiques de co-
bre, e, no resultado da destilação, desprezar
o que chamamos de cabeça e cauda. A ca-
chaça artesanal utiliza apenas 80% do volu-
me destilado. É o chamado coração do
alambique. Por fim, a cachaça artesanal
também precisa passar por um processo de
envelhecimento, que é normalmente feito
em tonéis de madeira.
Fale um pouco sobre o trabalho da Ampaq.
Quais as mais importantes iniciativas da
entidade hoje?
A Ampaq foi fundada em 1988, para traba-
lhar em favor dos produtores de cachaça ar-
tesanal do Estado de Minas Gerais. Hoje
evoluímos para o Sistema Ampaq, mas nos-
so objetivo se mantém o mesmo: primar
pela qualidade da bebida. Um ponto muito
Os produtores
de cachaças 
artesanais precisam
fazer seu dever 
de casa. Ou seja,
apostar em
estratégias de 
marketing e em
embalagens que
sejam capazes de
divulgar a pureza
e a qualidade de 
seu produto
de rixa com os produtores de cachaça in-
dustrial. Por ser mais cara e ter alguns valo-
res agregados, a cachaça artesanal não con-
corre com cachaças industriais, e sim com
bebidas como o conhaque, o uísque e o vi-
nho. Se há algum tipo de desunião, ela pre-
cisa ser combatida. Afinal, as leis brasilei-
ras são claras ao definir que cachaça é ca-
chaça. Não há, desse ponto de vista, ne-
nhum tipo de diferenciação. 
Como se dá a relação qualidade x preço no
mercado de cachaça? As cachaças pre-
mium devem custar necessariamente caro?
Na minha visão, o conceito de cachaça pre-
mium está um pouco distorcido.
Basta o preço estar lá em cima para
uma cachaça ser classificada dessa
maneira. Na verdade, é preciso haver
uma definição mais clara quanto a
critérios de qualidade. E é exatamen-
te isso que estamos fazendo na Am-
paq. Nosso selo de qualidade é a pro-
va de que na garrafa onde ele está
aplicado há uma excelente cachaça
artesanal. Para obter essa certifica-
ção, o produto precisa passar por tes-
tes que são feitos da maneira mais
séria possível. O que posso dizer é
que nem sempre as cachaças caras
têm boa qualidade. 
Falando em custo, há notícias de ca-
chaças da região mineira de Salinas
sendo vendidas a mais de 200 reais
a garrafa. O que justifica isso? A
matéria-prima e o processo de produção
não são os mesmos dos de outras cachaças
da região, vendidas a preços infinitamente
menores? A embalagem não chega a ser di-
ferente. . .
Normalmente isso tem relação com a tradi-
ção da marca e com o trabalho de marke-
ting feito por seus produtores. É difícil de-
finir como esses produtores conseguiram
isso, mas não há dúvidas de que é um pre-
ço totalmente atípico. Pessoalmente acho
que nada justifica vender um destilado na-
cional tão caro. Mas também é preciso tirar
o chapéu para essas empresas, pois elas fi-
zeram um trabalho que de certa maneira
abriu as portas do mercado para a cachaça
artesanal. Além disso, esses casos revelam
o quanto é importante, e também altamente
recompensador, investir em marca. 
A embalagem dessas marcas vedetes em
geral é muito pobre – uma garrafa de cer-
veja de 600ml, com tampa crown e rótulo
pouco elaborado. Isso não pode vir a ser
uma ameaça à marca, sobretudo quando se
considera que nos bares e restaurantes há o
costume de se dosar as cachaças na mesa,
diante do consumidor?
Por incrível que pareça, há clientes que gos-
tam das garrafas de cerveja. Mas de uma
maneira geral, a tendência é essa embala-
gem ser substituída. Afinal, o produto pre-
cisa ser mostrado ao consumidor, e
para isso é necessária uma garrafa
transparente. Não há dúvidas de que
temos de investir em marketing vi-
sual para a cachaça, adotando não só
garrafas, mas também rótulos, tam-
pas e embalagens secundárias cada
vez mais atraentes. No entanto, é pre-
ciso lembrar que, na parte específica
das garrafas, há um problema grave
para o setor hoje: a oferta é muito res-
trita. Há pouquíssimos modelos na-
cionais disponíveis, e dependemos
basicamente de dois fornecedores. As
opções importadas muitas vezes são
excessivamente caras, de modo que
muitos produtores enfrentam dificul-
dades para encontrar embalagens
adequadas.
Pelo menos uma empresa estrangei-
ra está tentando ocupar espaço para a
oferta de garrafas de luxo, para cachaças
que se colocam como produtos premium.
Na sua opinião, há espaço para isso?
Sim, há espaço, principalmente para as es-
tratégias de exportação de cachaça, porque
as garrafas disponíveis hoje para isso são
muito fracas. É uma promessa estimulante,
mas inicialmente essa empresa vai trabalhar
com distribuidores locais. A idéia é come-
çar a importar as garrafas, que chegariam
no Brasil custando uma média de 2 euros.
Não são garrafas baratas, mas, em compen-
sação, são produtos que têm uma aparência
excepcional, parecem feitos de cristal. Brin-
cadeiras à parte, numa garrafa dessas a ca-
chaça muda até de gosto…
Nada justifica
vender uma garrafa
de destilado nacional
a 200 reais. Por 
outro lado, é preciso
tirar o chapéu 
para as cachaças
que alcançaram 
esse patamar de
preço, pois elas vêm
mostrando que 
compensa fortalecer
a marca
v
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ja 
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e
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ge
m
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ca
.c
om
.b
r
10 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
Brasilidade
a toda prova
ão diversos os trabalhos de de-
sign nos quais alegadas in-
fluências das riquezas naturais
e do folclore do Brasil acabam
incorrendo em estereótipos ou descam-
bando ao kitsch. A bem da verdade, essa
constatação é só o pavio de uma discus-
são ainda longe de ter respostas definiti-
vas: como ser original e genuíno ao se
lastrear projetos de marcas, produtos e
embalagens nos aspectos típicos do nosso
making of
S
Natura mistura
materiais para
embalar itens
inéditos no país
país? Embora na teoria não haja consen-
so, não se pode negar que certos desenhos
têm brasilidade convincente. Exemplos à
mão são as embalagens de dois lança-
mentos da Natura em sua linha Ekos, o
Perfume do Brasil e a Água de Banho.
Voltadas ao público feminino, as duas
novidades têm caráter inovador. O Perfu-
me do Brasil carrega o pomposo nome
por ser a primeira fragrância nacional ca-
tegorizada como eau de parfum, pelos
seus 18% de concentração. Na classifica-
ção própria do setor de cosméticos, o pa-
norama brasileiro até agora só acolhia as
colônias, a grande maioria, e as eaus de
toilette, produtos de menor finesse. Por
sua vez, a Água de Banho, para ser usada
no corpo todo no pós-banho, também é,
segundo a Natura, um produto inédito no
país. Traz os mesmos componentes ativos
do perfume, só que numa concentração
de 5%.
É a composição dos produtos, aliás, a
principal justificativa da carona que o es-
merado projeto das embalagens pegou
em aspectos naturais e culturais tupini-
quins. Ambosos itens trazem, em suas
fórmulas, o breu branco, resina oriunda
de uma árvore homônima nativa da flo-
resta amazônica que, como salienta a Na-
tura, está sendo utilizada pela primeira
vez na perfumaria mundial, e o cumaru,
semente de odor singular, também típica
da região Norte.
Pedra e semente
“Como essas especiarias são difíceis de
serem extraídas, são preciosidades, bus-
camos, no desenvolvimento da embala-
gem primária do Perfume do Brasil,
transmitir a imagem de uma jóia da natu-
reza”, afirma Filomena Padron, designer
da Natura que capitaneou o projeto. O re-
Água de Banho, da 
linha Ekos da Natura: 
cabaça como 
fonte de inspiração
sultado foi um frasco de vidro, de 30ml,
com formato que remete a um seixo (pe-
dra de rio). “Essa relação dá a idéia de um
objeto trabalhado, lapidado pela nature-
za”, explica a profissional. 
Para a obtenção do frasco, foram fei-
tos testes com vidrarias nacionais. Os
protótipos, porém, não “casaram” com as
especificações do projeto. A saída foi
buscar uma solução no exterior, obtida
com a tecnologia da francesa Pochet,
como relata Filomena. O recipiente de vi-
dro ficou, então, como o único compo-
nente estrangeiro no projeto. Vale deta-
lhar que o frasco não possui válvula aco-
plada, já que é indicado para ser usado
atrás das orelhas e dos punhos.
Numa edição especial de lançamento,
compreendida por 30 000 unidades, uma
cerâmica artesanal exclusiva, criada pelo
joalheiro Renato Camargo com base em
trabalhos indígenas e saída da olaria Co-
res da Terra, funciona como embalagem
secundária do Perfume. Para proteger o
frasco, esse “berço” é forrado com palha
natural de folha de coco. “O conjunto se-
gue o conceito de uma semente: por fora
há uma casca bruta, rústica, que protege o
núcleo, a essência que origina a vida”,
observa Filomena, ressaltando que a mis-
tura de materiais “revela a miscigenação
típica do Brasil”.
PET para a toalete
Já para a outra novidade, a Água de Ba-
nho, priorizou-se um recipiente plástico.
Isso porque o produto é indicado para
ser aplicado no pós-banho, ain-
da no banheiro, onde o ma-
nuseio de recipientes de vi-
À guisa de uma
semente, conjunto
da edição de
lançamento do
Perfume do Brasil
tem cerâmica 
artesanal como
embalagem
secundária 
14 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
dro pode representar risco. Assim, a Água
ganhou um recipiente plástico de inusita-
do formato irregular, de 360ml. Seu dese-
nho, curvilíneo e retorcido, remete às for-
mas de cuias, cabaças e moringas. Filo-
mena conta que essa idéia “veio da lem-
brança de que em diversas regiões do
Brasil há o costume de se transportar e de
se guardar água nesses objetos”.
Devido à concepção assimétrica e ao
gargalo afunilado, que deveria ser centra-
lizado para permitir o envase, o sopro do
frasco representou uma prova de fogo
para a fabricante dos recipientes. “Foi um
trabalho desafiador, pois nos deparamos
com um frasco tecnicamente difícil de ser
soprado e estirado”, comenta André
Bornschein Silva, diretor executivo da
provedora catarinense de embalagens AB
Plast. “Levamos cerca de sete meses en-
tre a adequação do projeto, a confecção e
os ajustes do molde, tryouts e testes de
decoração, até iniciarmos a produção da
embalagem”, ele reconstitui.
Vencida a complexidade do formato,
AB Plast
(47) 451-9103
vendas@abplast.com.br
Bristol e Pivaudran
(11) 6465-7000
www.bristolepivaudran.com.br
Cores da Terra
(73) 537-2281
www.coresdaterra.com.br
Greco Prete
(11) 3659-5599
www.embalagensgreco.ind.br
Ibema
(42) 220-7400
www.ibema.com.br
Pack Plan
(41) 324-3151
Pochet
(11) 4432-1350
belgomat@uol.com.br
Rio Verde
(47) 521-0440
www.rioverde.ind.br
Ripasa
0800 113257
www.ripasa.com.br
após baterias de testes em estações de so-
pro da grife japonesa Aoki, o fornecedor
do frasco partiu, com o objetivo de valo-
rizar ainda mais a apresentação do produ-
to, para uma aproximação do frasco plás-
tico com uma peça de vidro. Para isso, a
espessura da parede do frasco foi aumen-
tada, o que, além do efeito visual deseja-
do, resultou numa embalagem mais resis-
tente. O frasco da Água, como o do Per-
fume, também não possui válvula, e é ve-
dado com uma tampa de alumínio “deco-
rada por dupla anodização”, como infor-
ma Cláudio Miranda, gerente de vendas
da Bristol e Pivaudran, fabricante do fe-
chamento. 
Quê de pirogravura
Pontos em comum, nos frascos de vidro e
de PET, é que seus corpos recebem ins-
crições em serigrafia, numa simulação de
manuscrito e que, à primeira vista, parece
resultar de pirogravura. No Perfume do
Brasil, estão gravados os nomes do pro-
duto e dos dois principais componentes
ativos; na Água de Banho, apenas estes
últimos.
Cartuchos, fabricados pela Greco Pre-
te, também entram no mix de embalagens
dos produtos. O do Perfume possui em
sua estrutura, dividida em base, tampa e
berço, papelão ondulado da Rio Verde,
micro-ondulado da Pack Plan e papéis
cartão da Ibema e da Ripasa. Já o da
Água da Banho é confeccionado inteira-
mente com papel cartão processado pela
Ibema.
A linha Ekos, aliás, segundo informa-
ções de bastidores, será a plataforma para
o plano da Natura de ganhar maior inter-
nacionalização. Nesse objetivo, o Perfu-
me do Brasil e a Água de Banho já nas-
cem como potenciais xodós, ao que vale
registrar que a Natura terá exclusividade
no uso do breu branco em seus perfumes
por dois anos. “São produtos que abrem
uma nova etapa para a perfumaria nacio-
nal”, exalta Elisabete Pereira, gerente da
linha Ekos, cuja expectativa para o mer-
cado nacional é de que os dois novos pro-
dutos respondam, já neste segundo se-
mestre, por quase um terço do faturamen-
to da sua unidade.
Os frascos assimétricos
em PET, com o gargalo
afunilado e centralizado,
levaram sete meses
para ser desenvolvidos
o longo dos anos, a idéia de que
boas embalagens constituem
um investimento incompatível
com produtos de baixo valor
agregado contribuiu para uma enxurrada de
marcas de questionável apresentação nas
gôndolas. As duras lições do mercado ensi-
naram, porém, que apresentação sedutora e
sistemas de acondicionamento bem elabo-
rados são imprescindíveis na maioria das
seções de um supermercado. Mas pergunta-
se: haveria espaço para diferenciação visual
entre produtos de alto giro e que custam
centavos, poucas vezes mais do que 1 real?
O mercado de candies – confeitos, ba-
las, dropes e gomas de mascar – vem pro-
vando que, a despeito do baixo valor unitá-
rio para o consumidor final, diferenciais de
embalagem se tornaram realmente indis-
pensáveis em quase
todas as categorias
do varejo. A pro-
reportagem de capa
Investimentos em apresentação ajudam a valorizar chicles e balas
Por Leandro Haberli
mercado
gressiva atenção que as marcas do setor dis-
pensam às suas apresentações pode ser ex-
plicada por vários motivos. Respondendo
por 70% dos mais de 1,5 bilhão de reais que
a venda de balas e chicletes movimenta a
cada ano no Brasil, o público infantil sem-
pre demandou dos fabricantes de candies
constante reciclagem de apelos de venda,
invariavelmente acompanhada por novas
embalagens. Nos 30% restantes, ações com
figurinhas, personagens lúdicos e brindes
colecionáveis costumam ficar fora dos re-
manejamentos de marcas e produtos.
Aversão ao “mercado de moeda”
Isso, porém, não significa que descuidos
com apresentação passem desapercebidos.
Na verdade, o público adulto vem sendo
cada vez mais disputado, levando as empre-
sas do setor a investir alto para distanciar
suas marcas do chamado mercado de
moeda e, assim, au-
mentar a rentabilidade
com a ajuda de emba-
lagens cada vez mais
sofisticadas.
Esse novo direcio-
namento tem ligação
com o processo de ex-
pansão dos pontos-de-
venda de candies para
ST
UD
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além de bares, padarias e lancho-
netes.Sem implicar em concor-
rência com os pontos tradicio-
nais, onde também são vistos
invólucros crescentemente ela-
borados, drugstores, lojas de conveniência
e supermercados vêm tendo seu papel sem-
pre aumentado na estratégia de comerciali-
zação de confeitos e gomas de mascar. A
expansão de fronteiras lançou nova luz so-
bre a função da embalagem como ferra-
menta de diferenciação e ainda abriu cam-
po para o surgimento de multipacks que
cada vez menos se limitam aos cartuchos
celulósicos que acondicionam chicletes a
granel nos caixas de padarias. Demar-
cam espaço crescente no setor fil-
mes flexíveis e também embalagens
múltiplas rígidas feitas de plástico,
metal ou papel cartão. Em alguns
casos elas chegam a conferir um
apelo de presente aos candies.
“Apesar das mudanças no perfil de
ponto-de-venda, o mercado de confeitos e
gomas se mantém bastante atrelado à com-
pra por impulso”, observa Newton
Soler Ruiz, gerente de de-
senvolvimento de produ-
tos da Jofer Embalagens,
uma das grandes fornece-
doras de cartuchos de papel
cartão para balas e chicles no Brasil.
“Por isso os fabricantes do setor exigem
soluções que realmente chamem a aten-
ção do consumidor”, ele completa.
Além do papel de diferenciação, as
embalagens assumem a função de ele-
mentos de suporte de marcas, como
mostra um projeto recentemente desen-
volvido pela própria Jofer para a gi-
gante Adams. Para divulgar sua
extensa linha, que inclui marcas
como Trident, Bubbaloo, Clorets
e Halls, a empresa colocou no
mercado o Festival Adams, pro-
duto que reúne alguns de seus
principais itens numa única embalagem.
Lembrando caixas de bombons sortidos,
os cartuchos de papel cartão em que o
Festival é vendido contam com acaba-
Multipacks flexíveis
acentuam exposição
nas gancheiras dos
supermercados 
Conceito de caixa 
de bombons para 
sortidos da Adams
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18 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
mento fosco, aplicações de verniz UV e
impressão em alto-relevo.
“Sempre consideramos im-
portante investir em marca,
em embalagens atraentes e
até em rodízio de sabores”, con-
ta Marcel Sacco, diretor de marke-
ting da Adams. Aliás, tal tradição de-
verá ser posta em prática de maneira
ainda mais dinâmica na empresa. Depois
de muitos anos controlada por laboratórios
farmacêuticos, a Adams foi recentemente
comprada pela britânica Cadbury, num ne-
gócio que a livrou das mãos da americana
Pfizer e formou um dos maiores participan-
tes do mercado global de can-
dies. “Finalmente nos uni-
mos a um grupo que apre-
senta total sinergia com nos-
so negócio”, diz o executivo.
A estréia da Cadbury Adams,
como a empresa passa a ser chamada, já
impulsionou alguns lances estratégicos no
Brasil, como a entrada do Trident no pro-
missor mercado de chicles funcionais, a
partir da estréia da versão White, que é do-
tada de substâncias branqueadoras de den-
tes, segundo a empresa. Na parte da emba-
lagem, chama atenção o emprego de blis-
ters plásticos com fundo de alumínio, en-
Aço perde espaço para plástico, mas mantém apelos
As mudanças de embala-
gens das pastilhas Valda
mostram que nem a força
da tradição pode resistir a
apelos dos consumidores.
Depois de quase um sécu-
lo sendo vendidos em lati-
nhas de aço, os produtos,
que foram inventados em
1902 pelo farmacêutico
francês Henri Canonne e
começaram a ser produzi-
dos no Brasil em 1914,
abandonaram definitiva-
mente os recipientes metá-
licos no ano 2000. As anti-
gas latas de aço foram
mundialmente substituídas
por outras, de plástico.
Mas com o formato cilín-
drico e achatado mantido,
a migração de material
nem sempre é notada à
primeira vista. “A mudança
só é perceptível quando o
consumidor toca na emba-
lagem”, conta André Gole-
biovski, gerente de marke-
ting da Valda.
Sem revelar quem são os
fornecedores do sistema, a
empresa diz que a altera-
ção foi impulsionada por
protestos dos consumido-
res. “Havia muita reclama-
ção quanto à dificuldade
de abertura”, conta o exe-
cutivo, acrescentando que
o açúcar das balas travava
as tampas, além de causar
um “incômodo ruído”
quando eram giradas para
abrir ou fechar. Com as
mudanças de embalagem,
em cuja esteira as vendas
aumentaram mais de 25%,
segundo a Valda, tais pro-
blemas foram oficialmente
transpostos. “Até hoje,
quase três anos depois da
reformulação, recebemos
mensagens de consumido-
res que voltaram a com-
prar as pastilhas graças à
mudança das embala-
gens”, fala Golebiovski.
Vale lembrar que a substi-
tuição de embalagens dos
produtos Valda foi muito
além da aposentadoria das
latas de aço. Hoje a empre-
sa trabalha também com
cartuchos de papel cartão
com tampa flip top, além
de ter linhas vendidas em
flow-packs, como a recém-
lançada Valdinha Fibras.
Mas uma coisa não mu-
dou: os produtos conti-
nuam sendo comercializa-
dos exclusivamente em
farmácias. “Nossos produ-
tos são voltados para con-
sumidores que buscam
saúde”, afirma o gerente
de marketing da Valda.
“Nem sempre quem vai a
um bar está preocupado
com isso”, ele acredita.
Indiferente às novas políti-
cas de embalagem da Val-
da, as latas de aço estão
longe de desaparecer do
mercado de candies. O fa-
moso Drops Supra Sumo,
da DM Indústria Farmacêu-
tica, e as balas Flópi, da
gaúcha Florestal, são
exemplos de que a possi-
bilidade de ampliação da
visibilidade da marca, nor-
malmente gerada pelo
aproveitamento das latas
mesmo após o término
dos produtos, faz esse sis-
tema de acondicionamento
ser bem aceito no setor.
No caso das balas Flópi,
as latas são fornecidas
pela Tapon Corona.
Luvas de papel
cartão e blisters
aluminizados se
tornam padrão em
chicles funcionais
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20 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
voltos por uma luva de pa-
pel cartão, também da Jo-
fer Embalagens, onde apa-
recem os grafismos da
marca. Por sua vez, o
Halls, produto tradicional
no formato stick, foi há
pouco lançado em caixi-
nhas celulósicas dotadas
de tampas flip top. 
Marcel Sacco diz que as mudanças de
embalagem foram feitas para atender às
exigências de comodidade dos consumido-
res. Isso é verdade, mas a impressão que se
tem é que a Adams, como outros grandes
fabricantes do setor, vem se esforçando
para vender itens de maior valor agregado.
Sem desmerecer produtos tradicionais
como o Chiclets, que se tornou sinônimo de
categoria, a empresa começou a depositar
mais fichas em fortalecimento e ampliação
de linhas. “Como os investimentos são cada
vez mais altos, é vantajoso projetar esforços
em marcas já existentes”, considera o dire-
tor de marketing da Cadbury Adams.
Embalagens da vez
Com extensões de linha ou umbrella
brands, os fabricantes demonstram a inten-
ção de agrupar públicos diferentes sob uma
mesma chancela. Nessa estratégia, os cartu-
chos com fechamento flip top – também
conhecidos como push-top-box, em função
do sistema de travas de suas tampas –, e as
cartelas para gomas de mascar funcionais
parecem ser as embalagens da vez no mer-
cado de candies.
As duas soluções também marcam pre-
sença na linha de produtos da gigante ítalo-
holandesa Perfetti Van Melle. Marcas tradi-
cionais da empresa, como a de pastilhas
Mentos e a de chicles Vivi-
dent, já têm boa parte das
vendas atrelada às caixi-
nhas. “Elas geram excelente visibilidade,
pois têm uma face maior do que os sticks”,
aponta Kátia Guerra, gerente de marcas da
empresa. “Além disso, protegem bem o
produto e contam com tampas que facilitam
o consumo”, completa a executiva. 
Já os blisters podem ser vistos no
Happydent White, chicle com
flúor e bicarbonato de sódio,
trunfo da Perfetti Van Melle
no mercado de gomas funcio-
nais. Sinalizando uma espé-
cie de padrão de embalagens
nesse nicho, o produto, que
está prestes a estrear um
novo visual, também éenvol-
to em luvas de papel cartão, onde a palavra
White aparece com acabamento holográfi-
co. A solução é fornecida pela Jofer Emba-
lagens e pela gráfica Nova Página.
No outro extremo do merca-
do de gomas de mascar, o
dos chicles de bola,
também chamados de
tijolinhos, em função
da geometria retan-
gular, as apostas
em brindes e fi-
gurinhas para
estimular o natu-
ral vínculo com a crian-
çada continuam. Para
quem desconfia da impor-
tância do setor para a cadeia de
embalagem, vale dizer que,
embora custem entre 5 e 10
centavos, os tijolinhos são res-
ponsáveis por cerca de 60% do
mercado brasileiro de gomas de
mascar, que movimenta 730 mi-
lhões de reais por ano.
Marca White tem
acabamento 
holográfico nas
cartelas da goma
branqueadora da
Perfetti Van Melle
Sistema flip top
e impressão 
com encontro 
de imagens nos
fechamentos das
push-top-box
Muito além dos sticks:
depois de flow packs, 
Halls recorre a cartuchos
Tampas com trava e
aumento da visibilidade:
vantagens das caixinhas
Chicles de
bola: demanda
só avança com
promoção
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set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 21
“A demanda vem
crescendo, e para atendê-la são
necessários consideráveis investimen-
tos em promoção”, diz Isael Pinto, diretor-
presidente da General Brands, empresa ori-
ginária do mercado de refrescos em pó, que
hoje domina quase 20% das vendas de chi-
cles de bola no Brasil. O feito se deve à
marca Gang, lançada em 1999, e que, de
negócio secundário no início, já responde
por 25% do faturamento da General
Brands. “O chicle de bola é daqueles produ-
tos que crescem mesmo em meio a cri-
ses”, avalia o executivo da General
Brands.
A trajetória dos produtos Gang,
que já são exportados para África do
Sul e América Central, ilustra a eficá-
cia de acessórios de estímulo à venda
no setor. Depois de figurinhas sobre a
história das Copas do Mundo de futebol, a
marca vem obtendo resultados de dar água
na boca com uma linha de noventa tatua-
gens, fornecida pela Embalagens Flexíveis
Diadema.
Quem não investe
perde mercado
Reconhecendo a eficácia da tática,
a General Brands já planeja lançar
figurinhas e transfers com ima-
gens da floresta amazônica.
Os futuros investimentos
mostram que não dá para fi-
car parado no setor. “Nos últi-
mos três anos, a demanda de proje-
tos de embalagens para chicles de bola
cresceu quase 40%”, diz Laerte Camargo
Leme, gerente comercial da Embalagens
Flexíveis Diadema, empresa que também
atende fabricantes como Riclan e Parati
Alimentos. Para ele, as marcas intermediá-
rias conseguiram ganhar mercado porque a
Adams, dona do Ping Pong Ploc – produto
que é fruto da fusão de duas das mais tradi-
cionais e outrora concorrentes chancelas de
chicles de bola do país –, diminuiu o ritmo
de novidades nos últimos anos. “Mas agora
que eles voltaram a ser controlados por uma
empresa do ramo, a Cadbury, creio que in-
vestirão forte para retomar o espaço perdi-
do”, prevê Leme.
No mercado de balas, os fabricantes de
produtos de menor valor também não pare-
cem inclinados a economizar com ações de
embalagem. “Para nós, vale muito o ditado
de que a primeira impressão é a que
fica”, resume Verno Arend, diretor
comercial da Florestal Alimentos,
um dos maiores fabricantes de pi-
rulitos e balas do sul do país. Proje-
tando um faturamento de 160 mi-
lhões de reais em 2003, a empresa,
que recentemente adquiriu da italiana
Parmalat a tradicional marca gaúcha de
chocolates Neugebauer, foi uma das pionei-
ras no uso de flow packs individuais para
balas duras. Entre os itens de maior valor
agregado, o destaque fica para as multi-
packs de plástico rígido, da Artel Embala-
gens, que têm formato de coração estilizado
e transformam a linha Balinha do Coração
num item de presente. “O espaço destinado
a candies está aumentando nos supermerca-
dos”, assinala o diretor da Florestal Alimen-
tos. “Por isso precisamos de embalagens
que se diferenciem e tragam vantagens.”
Nada indica, porém, que bares e lancho-
netes estejam ameaçados como pontos-de-
venda de candies. Mas com o aumento do
auto-serviço, o reduzido valor de venda de
confeitos, balas, dropes e chicletes será um
ponto cada vez mais secundário nos planos
de investimentos em embalagem. Pode até
parecer exagero, mas, no que depender da
apresentação, não é demais prever que che-
gará o dia em que todo mundo vai querer le-
var bala e chiclete na falta de troco.
Artel Embalagens 
(54) 522-1790
Embalagens Flexíveis Diadema
(11) 4066-7833
www.embdiadema.com.br
Gráfica Nova Página
(11) 3277-5020
www.novapaginagrafica.com.br
Jofer Embalagens 
(18) 643-4000
www.jofer.com.br
Tapon Corona
(11) 3835-8662
www.tapon-corona.com.br
Fenômeno: com
cartuchos verticais
e tatuagens 
colecionáveis, Gang
encostou nas líderes
Criatividade e plásti-
co rígido igual a...
balas com apelo de
presente
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22 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
aso pudessem materializar
um velho sonho da ficção
científica e embarcar numa
máquina do tempo, saltando
aos dias atuais, os operários gráficos do
início do século passado certamente fi-
cariam pasmos ao notar o nível atingido
pelo método de impressão derivado da
tipografia que, em sua época, ainda res-
pondia pelo nome de anilina e dava os
primeiros passos. Desde então, muita
água, para não dizer um oceano, passou
sob a ponte dessa tecnologia, rebatizada
na década de 50 como flexografia. Nos
últimos anos, sobretudo, a maré tem
sido das mais favoráveis.
O balanço da Associação Brasileira
Técnica de Flexografia (Abflexo/FTA
impressão
Flexografia de banda estreita busca novos horizontes
Por Guilherme Kamio
Mais que rótulos
Brasil), que congrega a cadeia de negó-
cios do processo, diz que o setor cresceu
numa média anual de 12% nos últimos
cinco exercícios. Isso não somente devi-
do a maiores escoamentos das embala-
gens flexíveis, o maná da indústria fle-
xográfica, “mas principalmente pela mi-
gração para a flexo de serviços anterior-
mente executados em rotogravura e até
mesmo em offset”, detalha Ezequiel Re-
belo Fernandez, diretor da clicheria
Cliart e presidente da entidade de classe. 
Esse fenômeno sublinhado pelo exe-
cutivo se escora em grande parte na pro-
pagação das chamadas impressoras de
banda estreita (narrow web). Por meio
delas é que a flexografia vem se es-
praiando com ímpeto para a seara dos
C
Amostras de
variados 
trabalhos com
papel cartão
feitos em
impressora da
Mark Andy
Comco: 
flexibilidade 
na produção
ST
UD
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 A
G
rótulos. Agora, numa tendência que ga-
nha força no mundo, tais máquinas vice-
jam em outros segmentos, como no das
próprias flexíveis e no de cartuchos de
papel cartão, na confecção de embala-
gens de pequenas dimensões.
Ocorre que a banda estreita, por defi-
nição a gravação em suportes com até
cerca de 700mm de largura, vem origi-
nando impressoras altamente versáteis,
que podem trabalhar com vários substra-
tos – entre eles papéis, filmes plásticos,
cartão e até folhas de alumínio.
Apelo multifuncional
“Vale dizer que, além de garantirem cus-
tos menores na etapa de pré-impressão,
como na gravação de clichês, em com-
paração com as tradicionais impressoras
de banda larga, elas são de rápido setup
e permitem incorporar diversos sistemas
de saída e de acabamentos em linha”,
detalha Aislan Baer, professor de produ-
ção gráfica do Senac, sócio-diretor da
agência de desenvolvimento de embala-
gens Projetopack e gerente técnico da
revista Rotoflexo & Conversão.
Na prática, uma banda estreita possi-
bilita, numa única passagem, imprimir
em diversas cores, cortar e refilar, aplicar
acabamentos como cold stamping, hot
stamping, vernizes UV ou relevos em li-
nha e ainda dar vazão, digamos, a um
cartucho já cortadoe vincado. Isso já é
realidade em certos países. Por aqui, ain-
da não, ao que vale lembrar não se tratar
da conversão de cartões em flexográficas
de banda larga, processo que a Rigesa,
por exemplo, bancou até recentemente.
Conforme relata Alexandre Dalama,
gerente comercial e
de produto do braço
nacional da fabrican-
te espanhola de im-
pressoras de banda
estreita Rotatek, já
Packs de papel 
cartão para cigarros
já estão sendo
impressos em banda
estreita no país, com
máquina da Rotatek
24 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
se cogitou no Brasil a fabrica-
ção de cartuchos de cremes
dentais através da tecnolo-
gia, interesse que arrefe-
ceu. “De concreto, temos
atualmente uma máquina
nossa rodando embalagens flip top
para cigarros”, ele afirma. 
Rubens Wilmers, gerente de produ-
to da Gutenberg, que distribui no país a
marca de banda estreita Mark Andy
Comco, não titubeia ao afirmar que se
trata de um território profícuo a ser ex-
plorado. “Numa máquina corretamente
configurada e com apenas um operador,
você entra com papel cartão em bobina e
já sai com o produto pronto”, diz. Se-
gundo Wilmers, certos trabalhos que em
offset levam uma semana para ficar
prontos “podem ser feitos em banda es-
treita com o mesmo cartão e na mesma
quantidade em três dias”.
Workflow otimizado
Na aquisição de uma impressora desse
tipo, a possibilidade evidente é a de,
com uma só máquina, entrar em diversos
segmentos. 
Entretanto, uma vantagem interme-
diária é a de, ao combinar sistemas tradi-
cionais com a banda estreita, os prove-
dores de soluções cartonadas ou de fle-
xíveis otimizarem o fluxo de trabalho,
lançando para determinada máquina os
trabalhos mais adequados a ela, com
base em variáveis como tiragem, aspec-
tos que o produto acabado deve ter, pra-
zo exigido pelo cliente etc.
Trata-se de um benefício talvez mais
visível no campo das embalagens flexí-
veis tradicionalmente impressas em ro-
togravura ou flexo banda larga, outra
frente que a banda estreita visa explorar.
Isso porque tiragens menores, deficitá-
rias nas grandes raias por exigirem tro-
cas de serviço que podem durar de três a
quatro horas e com custos fixos de pré-
impressão que “não se pagam”, são pala-
táveis à banda estreita. 
Uma vantagem para os convertedores
é a redução do lead time, ou seja, do tem-
po que separa a entrada dos pedidos do
seu faturamento. Já os usuários da emba-
lagem podem reforçar sua administração
on demand, reduzindo estoques e produ-
zindo de acordo com a saída de produtos,
e potencializar a estratégia de segmentar
suas marcas e linhas. Aliás, esses são fa-
tores que também explicam a penetração
da narrow web no segmento de rótulos.
Os possíveis ganhos, contudo, ainda
não fizeram a cabeça dos convertedores
nacionais. “As máquinas banda estreita
ainda são vistas com certa desconfian-
ça”, assinala Dalama, da Rotatek. Para
Wilmers, da Gutenberg, o problema é
cultural. “A oferta excessiva de máqui-
nas de banda larga no mercado, muitas
fabricadas no país e com preços relativa-
mente baixos, origina um choque quando
o preço maior das impressoras banda es-
treita é posto à mesa”, ele afirma. Assim,
convertedores fecham a porta de imedia-
to, sem pensar nas vantagens competiti-
vas que a narrow web pode lhes trazer.
“Para não perder um grande cliente,
muitos convertedores geralmente acei-
tam rodar tiragens deficitárias para má-
quinas de banda larga”, analisa Wilmers.
Gidue E-Combat,
vedete da Comprint
na área de narrow
web que pode
acoplar diversos 
sistemas de saída
Além de
rótulos,
pequenas
embalagens
flexíveis 
também são
palatáveis 
à banda estreita
28 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
“No entanto é preciso considerar que, no
bolo do seu faturamento, a competitivi-
dade e a crescente segmentação de li-
nhas estão fazendo a fatia que é efetiva-
mente lucrativa diminuir.”
Aos que quiserem investir nas novas
possibilidades com banda estreita, as op-
ções high-end não são poucas. 
No balcão de vendas da Comprint,
Ainda que a escalada vertiginosa do uso das embala-
gens plásticas flexíveis tenha impulsiona-
do o desenvolvimento da flexografia
como um todo nos últimos anos, no que
se incluem impressoras, tintas, substra-
tos e demais equipamentos e insumos,
o parque flexográfico brasileiro sempre
recebeu certas críticas quanto à sua
qualidade. “Isso ocorria especialmente
porque não havia preocupação com a
pré-impressão”, afirma Aislan Baer,
especialista na área gráfica. Ele
exemplifica dizendo que muitos utili-
zavam, para flexo, softwares com de-
faults bolados para offset.
Felizmente, o panorama mudou.
Hoje, o setor gráfico tem consciência do papel
crucial da pré-impressão para a flexo de boa qualidade.
“Contudo, também é salutar que as empresas usuárias
saibam que, com controles precisos, não só da pré-im-
pressão como também da impressão, a flexografia atin-
ge resultados fantásticos”, salienta Clodoaldo José
Pontim, diretor geral da clicheria Kromos. Da manga,
ele tira um trabalho recente para a Guabi, a embalagem
da ração Sabor & Vida, anteriormente feita em rotogra-
vura (no canto superior esquerdo). “Modéstia à parte,
ficou com qualidade melhor em flexografia”, ele diz.
Segundo Baer, indo além das ferramentas para o ge-
renciamento de cores, para controle densitométrico e
de outros aspectos da pré-impressão, uma grande no-
vidade é o computer-to-plate (CtP) para a flexografia,
tecnologia que dispensa o uso de filmes, gravando di-
reto dos arquivos para as chapas de fotopolímeros.
Uma das empresas que aposta nessa tecnologia é a
Creo, representada no Brasil pela Alphaprint, com sua
linha Thermoflex de gravadoras (foto no canto inferior
direito). Todavia, ainda são poucas as clicherias que
dispõem dessa tecnologia: por enquanto, apenas três
unidades da Creo estão instaladas no país. “O interes-
se é alto, porém a situação econômica não ajuda”, diz
Eduardo Sousa, do marketing da Alphaprint. “Devido
ao custo, os especialistas vêm estudando processos
convencionais mais baratos e que também proporcio-
nam alta qualidade, como o sistema de cópia OLEC
com luz puntiforme e softwares especializados para ca-
libração das imagesetters, como o FlexoCal”, ilustra
Eudes Scarpeta, gerente industrial da Zaraplast.
“Com a globalização, hoje o parque industrial brasileiro
está apto a fornecer todos e quaisquer tipos de mate-
riais, equipamentos e periféricos antes encontrados so-
mente em outros países”, expõe Ezequiel Rebelo Fer-
nandez, diretor da Cliart e presidente da Abflexo/FTA
Brasil. “Porém toda essa revolução tecnológica não
poderia ser absorvida se não ocorresse o principal,
que é especialização da mão-de-obra”. Eudes Scarpeta,
da Zaraplast, concorda. “O grande ganho, nos últimos
anos, foi o do conhecimento.”
Com tecnologia e know-how, maior qualidade
que representa a grife italiana Gidue, es-
pecializada em flexográficas narrow
web, a novidade é a E-Combat, impres-
sora totalmente servo-controlada (shaft-
less, ou seja, sem o sistema mecânico
convencional de engrenagens) e que im-
Proglide MSP, da
Mark Andy Comco,
tida como uma das
mais versáteis do
mercado, é trazida
ao Brasil pela
Gutenberg
rente comercial Alexandre Dalama,
“combinar grupos de offset, flexografia
e serigrafia”, e a flexográfica Ecoflex.
Notícia digna de registro é que, segundo
Dalama, a Rotatek irá inaugurar em
breve uma fábrica no Brasil, “o que irá
reverter em preços atrativos”. 
Outra grife de renome, a dinamarque-
sa Nilpeter, representada no país pela
IPP, aposta em flexográficas como a FA-
2500, para substratos com largura de
280mm, e a FA-3300, para largura de
340mm. No caso desta última, o sistema
para troca rápida de serviços atende pelo
nome Quick-Lock.
Na verdade, os atributos dessas im-
pressoras são tantos que seriam necessá-
rias laudas e laudas paradescrevê-los
com profundidade. Por envolverem tec-
nologia de ponta, tais equipamentos im-
plicam num considerável investimento.
Contudo, os fornecedores argumentam
que, na ponta do lápis, analisando o cus-
to e o benefício e vislumbrando um dife-
rencial competitivo num mercado pulve-
rizado como o de conversão de embala-
gens, o gasto compensa. 
“A nossa crença é que uma pequena
melhora da economia abrirá o mercado”,
resume Wilmers. É uma probabilidade
que os convertedores não descartam.
“Não ignoramos essa tecnologia e nada
impede que façamos investimentos nela,
mas o momento não é favorável”, alega
Célio Magalhães, diretor de marketing da
Brasilgráfica, grande fornecedora nacio-
nal de cartuchos que baseia seu
parque no offset. “Com uma
pequena melhora da econo-
mia, acredito que até faltará
oferta de unidades de banda
estreita no mercado”, ante-
vê, com otimismo, o execu-
tivo da Gutenberg.
30 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
Alphaprint
(11) 3816-4747
www.alphaprint.com.br
Cliart
(11) 6942-8133
www.cliart.com.br
Comprint
(11) 3371-3371
www.comprint.com.br
Etirama
(15) 223-3332
www.etirama.com.br
Gutenberg
(11) 3225-4400
www.gutenberg.com.br
IPP
(11) 5522-5999
www.intergrafica-online.com.br
Kromos
(19) 3879-9500
www.kromos.com.br
Projetopack
(11) 9760-9718
projetopack@yahoo.com.br
Rotatek
(11) 4195-9888
www.rotatek.com.br
Zaraplast
(11) 3952-3000
www.zaraplast.com.br
prime em diversos substratos entre
280mm e 530mm. “Ela possui interface
amigável e sua eletrônica facilita os se-
tups, diminuindo ao máximo os desper-
dícios”, destaca Eduardo Xavier Pinto,
gerente de vendas da área gráfica da
Comprint. “Outro trunfo”, ele continua,
“é que todos os componentes eletrônicos
são do mesmo fornecedor, a Siemens, o
que facilita manutenções e upgrades”.
Uma novidade é que a E-Combat tam-
bém permite acoplar um sistema de saí-
da especial para produzir rótulos in-
mold, como mostrado na edição anterior
de EMBALAGEMMARCA.
Por enquanto, espera
Opção que também destaca o sistema
shaftless, só que de fabricação nacional
e especialmente dedicada a rótulos, é a
Superflex SF 250, da Etirama, impresso-
ra modular de dez cores. De acordo com
a empresa, o embarque dessa tecnologia
garante maior sincronismo das estações,
o que resulta em maior produtividade e
facilidade de ajustes.
Do lado da Gutenberg, a vedete é
sem dúvida a Mark Andy Comco Progli-
de MSP, que abrange larguras de 406mm
a 660mm e cuja sigla MSP (Multi-Subs-
trate Press, impressora multi-substrato)
reforça a flexibilidade de poder proces-
sar vários materiais. “Ponto positivo é
que seu sistema de cassetes agiliza tro-
cas de trabalhos, que podem ser feitos
em menos de cinco minutos, pois o ser-
viço seguinte pode ser ajustado off-
line”, ressalta Wilmers. Por sua vez, a
Rotatek tem como carros-chefe no país a
MP-150 Combi, máquina modular que
permite, num exemplo citado pelo ge-
MP-150 Combi, da Rotatek,
permite combinar grupos
de flexografia, offset e serigrafia 
FA-3300, da
Nilpeter, com
tecnologia Quick-
Lock para troca
rápida de serviços
32 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
o último dia 27 de agosto, no hotel Uni-
que, em São Paulo, a Abre – Associação
Brasileira de Embalagem anunciou os ga-
nhadores do seu Prêmio de Design &
Embalagem 2003. Foram 24 categorias, incluindo as
especiais Estudante e Voto Popular, além de um prê-
mio especial para a Natura Cosméticos, eleita a Em-
presa do Ano por seus investimentos e inovações em
embalagens. 
O júri, que escolheu entre os cerca de 350 traba-
lhos inscritos, foi formado por profissionais ligados
ao desenvolvimento de embalagens, design, marke-
ting e varejo, e por pessoas da mídia especializada. 
As embalagens vencedoras do Prêmio Abre de
Design & Embalagem, que podem ser vistas na se-
qüência, terão a oportunidade de concorrer ao
WorldStar, prêmio promovido pela WPO, Organiza-
ção Mundial de Embalagem, e estarão expostas na
mostra Showcase of Packaging Innovations, durante
a Pack Expo Las Vegas, em outubro próximo.
prêmio
Abre anuncia vencedores do seu prêmio de embalagens
Os nomes da vez
N
Design Alimentos Doces 
Tortas Doces Apreciatta
Perdigão
Vencedor: SPO Comunicação
Design: SPO Comunicação
Convertedor: Box Print Grupograf
Usuário: Perdigão 
Design Alimentos Salgados 
Sopas Instantâneas Knorr 
Vencedor: Usina Escritório de
Desenho 
Design: Usina Escritório de
Desenho 
Convertedor: Inapel Embalagens
Usuário: Unilever Bestfoods 
Design Alimentos para o
Público Infantil 
Ketchup Kid´s
Rocket 
Vencedor: Sleever
International
Design: Target 
Convertedores:
Olveplast - Olvebra
Industrial S.A e
Sleever 
Usuário: Só Fruta
Ind. Alimentícia
Design Bebidas
Alcoólicas
Skol Beats 
Vencedor: Cisper
Design: Narita Design 
Convertedor: Cisper
Usuário: AMBEV - Cia
Brasileira de Bebidas
Design Bebidas 
Não-Alcoólicas 
Santàl 
Vencedor: 100% Design 
Design: 100% Design 
Convertedor: Tetra Pak Ltda 
Usuário: Parmalat Brasil S.A Ind.
de Alimentos 
Design Higiene e Limpeza 
Omo Progress com janela 
Vencedor: Dixie Toga S.A. 
Design: Rex Design 
Convertedor: Dixie Toga S.A. 
Usuário: Unilever do Brasil 
34 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
Design Cosméticos,
Cuidados Pessoais
Lorence Shower Gel e
Desodorante Corporal 
Vencedor: Kanitz 1900
Cosméticos 
Design: Kanitz 1900 Cosméticos
Convertedores: Neoplástica e
Rionil
Usuário: Kanitz 1900 Cosméticos 
Design -
Cosméticos,
Cuidados
Pessoais
Infantil 
Rótulo Sundown
Kids 
Vencedor:
Prodesmaq
Indústria Gráfica 
Design: Seragini
Farné 
Convertedor: Prodesmaq
Indústria Gráfica 
Usuário: Johnson & Johnson 
Design Marcas Próprias 
Sucrilhos Extra 
Vencedor: BrandGroup Design e
Comunicação S/C Ltda 
Design: BrandGroup Design e
Comunicação S/C Ltda 
Convertedor: New Graphic Ind. e
Com. de Embalagens Ltda 
Usuário: Extra Hipermercados 
Design Bricolagem 
Pó Xadrez 
Vencedor: Müller Associados
Marketing e Comunicação Ltda 
Design: Müller Associados
Convertedor: Ibratec Artes
Gráficas Ltda 
Usuário: Bayer S.A. 
Design Família de Produtos 
Free For Life Massas de Grano
Duro e Grano Duro Integrais 
Vencedor: Rieger Brand Marketing 
Design: Rieger Brand Marketing 
Convertedor: Magistral
Impressora 
Usuário: SLC Alimentos 
Design Miscelânea 
DVD Rouge 
Vencedor: Rigesa Celulose, Papel
e Embalagens Ltda 
Design: Sony Music Entertainment 
Convertedor: Rigesa Celulose,
Papel e Embalagens Ltda 
Usuário: Sony Music
Design Industrial 
Luiza Brunet Night da Avon 
Vencedor: M Design
Comunicação Ltda 
Design: M Design
Convertedores: Augros do Brasil,
Magistral
Impressora,
ARE
Embalagens
Ltda e
Wheaton do
Brasil
Usuário:
Avon
Embalagem Destaque -
Alimentos 
Pavê de Nozes Miss Daisy -
Sadia 
Vencedor: Ibratec Artes Gráficas
Ltda 
Design: Ibratec Artes Gráficas
Ltda 
Convertedor:
Ibratec Artes
Gráficas
Ltda 
Usuário:
Sadia S/A
Embalagem Destaque -
Bebidas 
Suco Hé 
Vencedor:
Sinimplast
Indústria e
Comércio Ltda 
Design: 3D
Modeling 
Convertedor:
Sinimplast
Indústria e
Comércio Ltda 
Usuário: Tiuá 
set 2003 • EMBALAGEMMARCA – 35
Embalagem Destaque -
Higiene e Limpeza 
Coperalcool Gel 
Vencedor: Copersucar 
Design: Oficina D'Design 
Convertedor: Copersucar 
Usuário: Copersucar
Embalagem Destaque -
Cosméticos e Cuidados
Pessoais 
Luiza Brunet Night da Avon 
Vencedor: M Design 
Design: M Design
Converte-
dores: Augros
do Brasil,
Magistral
Impressora,
ARE
Embalagens e
Wheaton do
Brasil 
Usuário: Avon 
Embalagem Destaque -
Miscelânea 
DVD Band of Brothers 
Vencedor: Rigesa 
Design: T&M Arte Studio 
Convertedor: Rigesa 
Usuário: Warner Bros Home Vídeo 
Embalagem Destaque -
Promocional 
Coca-Cola São Paulo Fashion
Week 
Vencedor: Sleever
International Ltda 
Convertedores:
Sleever Internationale Cisper 
Usuário: Coca-Cola 
Embalagem
Destaque -
Inovação
Tecnológica 
Skol Beats 
Vencedor: Cisper
Design: Narita
Design 
Convertedor:
Cisper
Usuário: AMBEV -
Cia Brasileira de
Bebidas 
Embalagem Destaque
Exportação 
Baycolor 
Vencedor: Müller Associados
Design: Müller Associados
Convertedor: Ibratec Artes
Gráficas Ltda 
Usuário: Bayer S.A. 
Embalagem Destaque -
Ecodesign 
Embalagem Brinquedo IGO 
Vencedor: IGO Design Ind. e
Com. Ltda ME 
Design: IGO Design
Ind. e Com. Ltda ME
Convertedor: IGO
Design Ind. e
Com. Ltda ME 
Usuário: IGO
Design Ind. e
Com. Ltda ME 
Voto Popular 
Coca-Cola São Paulo Fashion
Week 
Vencedor: Sleever
International Ltda 
Convertedor: Sleever
International Ltda /
Cisper 
Usuário: Coca-Cola 
Estudante 
Embalagem Conceito - 
Leite Vitalac 
Vencedor: Hérnan Daniel
Scavino 
Água em papel
reciclado
A Linha Águas de Natura de colô-
nias adotou embalagens de papel
cartão recicláveis e recicladas para
os seus produtos. Produzidas com o
papelcartão Ecopack da Ripasa,
78% reciclado e 100% reciclável, as
embalagens têm impressão na parte
interna, valorizando o produto e
mantendo seu lado pardo do lado
externo, refletindo um apelo ecológi-
co. O cartucho possui uma tarja ho-
rizontal no meio e foi impresso em
duas cores, proporcionando um as-
pecto clean. Em destaque na emba-
lagem há também o uso de alto re-
levo e informações em braile.
Linha Seda Keraforce ganha novas embalagens
Lançada em novembro de 2000, a li-
nha de xampus para cabelos cres-
pos quimicamente tratados Seda Ke-
raforce com Kerobá (extrato de fru-
tas da Amazônia e proteína) e óleo
de silicone, está chegando
ao mercado com nova fra-
grância e embalagens re-
novadas. As tampas, pro-
duzidas pela Caria e pela
Seaquist, estão com nova
cor, acobreada e cintilante,
enquanto os rótulos, da
Baumgarten, trazem a
marca Seda em hot stam-
ping dourado e uma nova
arte, que destaca a presença de
uma nova modelo, para gerar maior
identificação com a consumidora
com esse tipo de cabelo. Os fras-
cos são da Sinimplast e da Alpla.
O novo logotipo
da Ypê
A Benchmark desenvolveu para a
Química Amparo o novo logotipo de
sua marca de detergentes Ypê. Com
o objetivo de modernizar a marca, a
agência utilizou uma tipologia mais
moderna e a ampliou o nome Ypê
dentro da esfera do logotipo. Além
disso, o slogan “Produtos de qualida-
de” passa a aparecer sob o logotipo.
PARA ELES E PARA ELAS
Belas embalagens e fragrâncias
masculinas e femininas são as car-
tadas da Art-Bel Cosméticos para
ganhar participação no mercado de
perfumes nacionais. Sob a marca Di
Amante, a empresa está lançando
as colônias He e She. Fornecidos
pela Wheaton, os frascos de vidro
de 50ml dos produtos têm duas co-
lorações: lilás para o perfume femi-
nino, e azul para o masculino. Cria-
das pelo designer Marcos Eugênio
Vega, as tampas das colônias, da In-
com, remetem a diamantes. Para
ressaltar ainda mais a marca aos
olhos do consumidor, as colônias
ainda contam com cartuchos plásti-
cos da Sografe. 
Recheados
renovados
A LU Aymoré acaba de renovar sua
linha de biscoitos recheados. As gu-
loseimas sofreram alterações na for-
mulação e agora trazem o recém-ba-
tizado índio Ayri, mascote da marca,
gravado em alto relevo em cada uni-
dade dos biscoitos. “O personagem
também interage com os produtos
nas embalagens, usando um biscoito
como prancha de surfe, por exem-
plo”, diz Sandra Rietjens, gerente de
assuntos corporativos da LU. De acor-
do com ela, o novo visual das emba-
lagens – do tipo envelope, fabrica-
das pela Itap Bemis – desperta maior
appetite appeal e diferencia mais as
versões na gôndola. Ademais, ela
diz, “a presença do mascote permite
uma identificação com as crianças,
fiéis consumidoras dos biscoitos, em
particular dos recheados”.
38 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
VCP lança novas embalagens do papel Copimax
A VCP – Votorantim Celulose e Papel –
está lançando as novas embalagens do
papel Copimax, papel reprográfico para
impressoras e copiadoras. Um dos car-
ros-chefe da empresa, com 30% das
vendas, a linha Copimax está substituin-
do a cor branca das embalagens dos
papéis de 75 e 90 gramas, respectiva-
mente, pelas cores verde e azul.
As novas embalagens, que têm forte im-
pacto visual, permitem reconhecer facil-
mente os dois tipos de papéis, que
atendem diferentes segmentos de con-
sumo – do grande público ao setor cor-
porativo. Também fazem parte de
uma estratégia de alinhamento da
comunicação global da empresa,
tanto no mercado interno quan-
to externo. No desenvolvimento
e lançamento dessas embala-
gens, a VCP investiu R$ 500 mil.
Para desenvolver o design da nova em-
balagem, trabalho que ficou a cargo da
agência de design Müller & Associados,
a VCP teve como base pesquisas feitas
junto aos clientes, contatos junto aos
distribuidores e também uma pesquisa
realizada com embalagens de 60 mar-
cas de todo o mundo.
De acordo com a empresa, as novas
embalagens são as únicas no mercado
brasileiro com o novo sistema de sela-
gem a quente, Heat Sealing, que prote-
ge o produto da umidade, pois não usa
cola para o fechamento. 
As embalagens são 100% recicláveis,
contando com o filme flexível BOPP
(polipropileno biorientado), em ambos
os lados, enquanto as embalagens dos
demais fabricantes nacionais restrin-
gem-se a utilizar filme flexível (BOPP)
mais papel.
A Glico Alimentos,
detentora da marca
Ebicen, está lançan-
do o Croc-Cen, salga-
dinho assado feito de
amendoins, com leve
sabor adocicado, ca-
mada crocante e sem
gordura saturada
nem colesterol. O
produto chega às lo-
jas em flow packs de
30g e 60g, fabricadas
pela Shellmar.
Nestlé renova linha Maggi
Como resultado de uma
modernização e de um
novo posicionamento, a
Nestlé resolveu reformu-
lar e padronizar a identi-
dade visual da chancela
Maggi FoodServices.
Assim, as embalagens
da linha agora oferecem
mais serviços e informa-
ções, como receitas e
dicas de uso, além de
estarem mais práticas e
atraentes. No novo lay-
out, o nome de cada
produto é destacado na
parte frontal das emba-
lagens, facilitando a
identificação. O novo
design, que pode inclu-
sive ser visto nas emba-
lagens de três novos
produtos (Caldo Bacon,
Base para Molho Bran-
co e Tempero Gril) ficou
a cargo da B+G Desig-
ners.
Pacote da Shellmar
amplia mix da Glico
SARA LEE INVESTE EM PACK INSTITUCIONAL
A grife Café do Ponto Cafe-
terie, da Sara Lee, destina-
da às lojas da marca, teve
sua embalagem redesenha-
da. O novo projeto gráfico
alinhou o design da emba-
lagem ao do resto da famí-
lia Café do Ponto e estabe-
leceu um link com o concei-
to visual das lojas. Como
não compete diretamente
nas gôndolas com outras
marcas, o Cafeterie ganhou
uma embalagem institucio-
nal, sem ilustrações ou fo-
tos. Para identificar a mar-
ca, adotou-se uma pincela-
da em formato de “S”, que
remete à fumaça, ao calor e
ao aroma próprios do cafe-
zinho, além do fundo dou-
rado envolto por uma faixa
preta que embute a marca.
O novo visual veste as ver-
sões Cafeterie Grãos 1kg e
Cafeterie Grãos Torrados e
Moídos 500g. Multicama-
das, numa estrutura que
combina polipropileno e fil-
mes aluminizados, as em-
balagens são da Embala-
gens Flexíveis Diadema.
42 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
esmo que pareçam detalhes
pequenos, certas peculiarida-
des do canal de venda podem
originar boas oportunidades
para se explorar através de uma
apresentação de produto distinta.
À primeira vista, isso soa ao ób-
vio ululante. Contudo, frente a de-
terminados lançamentos de mer-
cado que pegam carona nessa
idéia, surge uma indagação ine-
vitável: por que ninguém fez
antes? Um caso providencial
é a recente estréia de recipien-
tes de PET no segmento das
bebidas ice, reduto que até
agora era dominado pelas gar-
rafasde vidro.
Ocorre que a produtora
Flying Brasil resolveu vestir
seus drinques Flying Ice,
Flying Strong e Flying Love,
baseados na vodca, com garra-
fas plásticas, ao perceber que em muitas
casas noturnas e em grandes eventos proí-
be-se circular com garrafas de vidro à mão,
a pretexto de garantir a segurança do públi-
co. Como ressalta Luca Sálvia, diretor de
marketing da Flying Brasil, “muitas casas
noturnas costumavam entornar nossos pro-
dutos em copos plásticos, para poder co-
mercializá-los”.
Politicamente correta
Sabendo que a própria empresa perdia em
divulgação da sua marca com essa prática,
o marketing da Flying Brasil teve o insight
da apresentação alternativa. “Não podería-
mos ignorar a penetração do produto no
ambiente noturno, onde há um maciço es-
coamento das ices”, explica Sálvia. “E,
nesse contexto, a versão em plástico é mer-
cadologicamente correta.”
Como o profissional deixa claro, a apre-
sentação em garrafa de PET é para nichos.
ices
Garrafas de PET estréiam no mercado de bebidas ice
Apelo noturno
O plano é direcioná-las especificamente
para pontos-de-dose e grandes eventos. “As
garrafas de vidro ainda continuam no nosso
portfólio, acondicionando cerca de 90% de
nossas ices, até pelo fato de ga-
rantirem, pela alta escala de pro-
dução, maiores margens.”
Na adaptação para o PET, a
empresa priorizou a manutenção
dos mesmos rótulos auto-adesi-
vos que ornam as versões em vi-
dro, produzidos pela Mack
Color, “por uma questão de
identidade”, como frisa Sál-
via. Tal premissa também jus-
tifica o formato da embala-
gem plástica, que emula o
perfil de uma garrafa de vidro
long neck, recipiente hege-
mônico no segmento de ices.
Tal formato foi obtido através
de um projeto com a Alcoa.
“Demos amplo suporte ao de-
senvolvimento dessas embalagens, até a
viabilização correta de seu sopro”, comen-
ta Ricardo Vaz, gerente nacional da divisão
de embalagens PET da Alcoa (que, como
EMBALAGEMMARCA recentemente anun-
ciou, está sendo adquirida pela Amcor). As
ices em plástico, que são engarrafadas
numa linha da paulista New Age Bebidas,
contam ainda com tampas plásticas da car-
teira da Tapon Corona.
Por ora, as novas embalagens podem
ser vistas somente em algumas casas notur-
nas, com as quais a Flying Brasil mantém
contratos de fornecimento. No varejo – ao
que vale dizer que entre os sócios da Flying
Brasil estão os irmãos João Paulo e Pedro
Paulo “Pão de Açúcar” Diniz – pretende-se
manter o vidro. Outra idéia, diz Sálvia, é
estabelecer parcerias com a clientela para
projetos de reciclagem das garrafas de
PET. “São projetos bacanas, que trazem re-
torno em visibilidade à marca.”FO
TO
: S
TU
DI
O
 A
G
Alcoa
(11) 4195-3727
www.alcoa.com.br
Mack Color
(11) 6195-4499
www.mackcolor.com.br
Tapon Corona
(11) 3835-8622
www.tapon-corona.com.br
M
o se fechar contratos de licenciamento para
promover produtos, um dilema pode se abater
sobre as mais variadas indústrias. Vale mais a
pena utilizar, no ponto de vista do posicionamento, a
marca pela qual se está pagando royalties, ou seja, pu-
ramente estampar nas embalagens o nome da atração,
ou “subjugá-la” a uma marca pertencente à empresa?
Num interessante caso, uma linha de produtos está
transitando da primeira para a segunda opção, e por
razões estratégicas, segundo o seu fabricante. Ocorre
que a Homemade Alimentos conseguiu, no fim de
2002, o licenciamento para apadrinhar geléias com a
Turma da Mônica, direito até então pertencente à Uni-
lever, que comercializava seus produtos apenas como
Geléias da Turma da Mônica.
Opção pelo patrimônio
“Ao adquirirmos os direitos, ficamos na dúvida por
qual direção tomar”, rememora Edoardo Magli, diretor
da Homemade. No entanto, a empresa decidiu seguir
pelo caminho de investir numa marca “de casa” após
reflexões. “Sentimos que, a despeito do apoio dos per-
sonagens, ganharíamos um patrimônio e um diferen-
cial com uma marca só nossa”, explica o executivo.
O fabricante achou por bem criar uma nova marca,
“claramente direcionada ao mercado infantil”, nas pa-
lavras de Magli, para diferenciar os novos produtos
das linhas chanceladas pela marca Homemade, de per-
fil mais sóbrio e voltado ao público adulto. Desse
modo, a agência Tônica de Comunicação, além do vi-
sual das embalagens das novas geléias, projetou tam-
bém a imagem da marca infantil, batizada Purifruti.
A opção da Homemade fica clara pelo design dos
rótulos: o logotipo Purifruti é especialmente destaca-
do, e o nome “Turma da Mônica” se faz presente de
modo discreto. “Isso não impede que os personagens
apareçam com ultradinamismo, pois quisemos impri-
mir movimento e abusar do universo presente nos
quadrinhos”, afirma Sérgio Lopes, sócio-diretor da
Tônica de Comunicação.
Nesse sentido, o trabalho final traz as crias de
Maurício de Sousa em diversas situações e atitudes,
tanto nos rótulos auto-adesivos, impressos em seis co-
res em rotogravura pela Prakolar quanto nas litogra-
fias das tampas metálicas, fornecidas pela Rojek. Para
servir de recipiente principal, a Nadir Figueiredo criou
um atrativo copo de vidro para a linha, com desenho
exclusivo – predicado que, aliás, traduz o principal be-
nefício percebido com a criação da Purifruti: um bem
único, que ninguém tasca.
A
Nadir Figueiredo
(11) 6967-1633
www.nadir.com.br
Prakolar
(11) 291-6033
www.prakolar.com.br
Rojek
(11) 4447-7900
www.rojek.com.br
Tônica de Comunicação
(11) 3082-5511
marcas
Cacife dividido
D
IV
UL
G
AÇ
ÃO
Decisão da
Homemade foi
destacar a marca
que criou para o
público infantil
Agribusiness na mira
Especializada em soluções em pa-
pelão ondulado, a Frugis Embala-
gens completou 75 anos em agos-
to. Para comemorar, a empresa
investiu em uma nova linha de
produção de embalagens para
itens hortigranjeiros. Oferecendo
serviços conjugados de impressão
flexográfica, a empresa, que há
um ano obteve a ISO 9001:2000,
quer ampliar sua atuação nesse
setor, que atualmente representa
5% de suas operações.
Big investimento
A Sacoplast, forte em sacos de
polipropileno para uso industrial,
como big bags, irá construir uma
segunda fábrica, em Caruaru (PE),
o que dobrará sua capacidade de
produção. O investimento será de
R$ 50 milhões.
Novo sítio I
A Sonoco do Brasil, subsidiária da
americana Sonoco Products, fabri-
cante de tubos e tubetes de pa-
pelão e plástico, iniciou a constru-
ção de uma unidade em Alfenas
(MG). Na nova unidade, a oitava
do grupo no Brasil, serão investi-
dos R$ 3,85 milhões.
Nov sítio II
A agência paranaense Datamaker
Designers está lançando seu novo
web site (www.datama-
ker.com.br). Nele, o internauta
encontrará a história e os cases
da empresa e um e-zine com di-
cas sobre design de embalagens,
entre outras seções. 
Lucro I
A Dixie Toga anunciou um lucro lí-
quido de R$ 7,4 milhões no primei-
ro semestre, revertendo o prejuí-
zo de R$ 2,97 milhões em igual
período do ano passado. A receita
líquida da empresa cresceu de R$
306 milhões para R$ 400 milhões
de janeiro a junho deste ano.
44 – EMBALAGEMMARCA • set 2003
Vida prolongada garantida
Para alimentos que necessitam de
elevada proteção de sua integridade
e alta shelf life, a Sunnyvale está
apresentando ao mercado novos
equipamentos para embalar a vácuo
ou com atmosfera modificada, fabri-
cados em aço inox pela parceira ita-
liana Tecnovac. A grande novidade é
a embaladora a vácuo T 700bis
(foto), digital, programável e com câ-
mara dupla. Sua bomba de vácuo é
integrada e compacta, permitindo
que a máquina seja deslocada para
qualquer setor produtivo. Outro des-
taque é a Quick 40, seladora de ban-
dejas de diversos tamanhos e que
permite trabalhar com diferentes
composições gasosas. Ela pode ope-
rar em modo mecânico ou pneumáti-
co, permite a programação de até
dez ciclos para diferentes produtos

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