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Vladimir Correia poder judiciario 06

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Poder Judiciário 
 
Art. 93, Constituição Federal 
No art. 93 da CF/88 encontramos alguns princípios que regem a magistratura: 
I. O estatuto da magistratura será uma lei complementar de inciativa do supremo. A matéria de disciplinar a 
carreira dos magistrados deverá ser feita por lei complementar (caput). 
II. A CF exige que o ingresso na carreira da magistratura ocorra por concurso público de provas e títulos, exigindo-
se três anos de prática jurídica. O concurso deverá ter a participação da OAB fiscalizando a realização do concurso. Os 
três anos de prática também são exigidos no concurso para ingresso na carreira de promotor de justiça. 
 
v As regras do art. 93 também são aplicáveis aos membros do Ministério Público. 
 
A prática jurídica significa atividade privativa de bacharel em direito, assim, estágios e atividades de bacharel em 
direito não contam como prática jurídica. 
Nesse sentido, o Conselho Nacional de Justiça expediu resolução disciplinando o que é prática jurídica e como 
ela será exigida. Inclusive, o CNJ não aceita mais o curso de pós-graduação como prática jurídica. 
O momento para analisar se o candidato preenche os requisitos será no momento da inscrição definitiva do 
concurso, sendo esse o entendimento dominante do STF. 
Após o ingresso na carreira, a promoção do magistrado ocorrerá alternadamente, por antiguidade e 
merecimento. No caso da antiguidade, será promovido o magistrado mais antigo, sendo que a antiguidade é em 
relação a carreira, e não a idade. O Tribunal poderá afastar o mais antigo e chamar o segundo, por decisão 
fundamentada de dois terços dos seus membros. Nesse caso, aquele que for preterido terá direito ao contraditório e a 
ampla defesa. Além disso, na promoção por merecimento será promovido aquele que mais se destacar e merecer, 
sendo analisados critérios objetivos. Para decidir a promoção, será elaborada uma lista tríplice. Ainda, para estar na 
lista, o magistrado deverá estar a pelo menos 2 (dois) anos no cargo e ser um dos 20% mais antigos. A decisão será do 
presidente do tribunal. 
Por oportuno, aquele que constar três vezes consecutivas ou cinco vezes alternadas na lista de merecimento 
será promovido obrigatoriamente. Isso ocorre, pois há uma presunção que se ele aparece na lista é porque ele 
preenche os requisitos. 
De outro lado, o magistrado que reter os autos além do prazo não poderá ser promovido. 
§ Subsídios dos magistrados 
Os limites remuneratórios também estão no art. 93, que diz o seguinte: o teto do poder judiciário será o subsídio 
dos ministros do STF, e o subsídio dos demais será escalonado, não podendo a diferença ser inferior a 5% ou maior que 
10%. 
§ Regras específicas 
O número de juízes de cada local será proporcional à demanda e a população. Os juízes devem residir na 
comarca, salvo autorização do tribunal. A atividade judicial será ininterrupta, sendo vedada férias coletivas no tribunal. 
O fato de ser ininterrupta significa dizer que por 24h deverá haver juízes trabalhando. A distribuição dos processos será 
imediata em todos os graus de jurisdição. 
Os juízes podem delegar aos servidores atos de mero expediente, sem cunho decisório, que visam movimentar 
os processos. 
 
 
 
 
 
As decisões devem ser públicas e fundamentadas, entretanto, a lei pode restringir a publicidade às partes e aos 
advogados quando a privacidade o exigir. 
O art. 93, XI trata do órgão especial: tribunais com mais de 25 membros podem criar um órgão especial, 
formado com 11 a 25 membros. Esse órgão é criado para exercer funções delegadas do plenário. 
O art. 97 da CF/88 prevê a reserva de plenário, sendo que a declaração de inconstitucionalidade no tribunal deve 
se submeter à reserva de plenário. Somente por maioria absoluta do tribunal ou do órgão especial poderá uma lei ser 
declarada inconstitucional. 
§ Garantias do poder judiciário 
As prerrogativas atinentes a este órgão serão tratadas no item garantias do poder judiciário. Nesse poder, 
também é necessário analisar as garantias que detém, visando permitir a atuação livre e desimpedida do magistrado. 
I. Garantias institucionais: protege uma instituição como um todo; 
 
· Autonomia administrativa (art. 99 e 96/CF/88): se refere à possibilidade de os tribunais se 
autoadminsitrarem. O poder judiciário terá autonomia financeira, que se refere a capacidade de elaborar a sua 
própria proposta orçamentária, o que não significa que o próprio poder judiciário irá elaborar o projeto de lei. 
 
II. Garantias funcionais: servem para proteger a função exercida pelo membro da magistratura. 
 
· Independência funcional: as garantias de independência visam assegurar uma atuação livre, de modo que ele 
saiba que poderá decidir de acordo com seu convencimento, sabendo que não sofrerá nenhuma sanção. As 
garantias de independência são três: 
ð Vitaliciedade: o magistrado não pode perder o cargo, salvo em razão de sentença judicial transitada em 
julgado. É uma cláusula de reserva de jurisdição. Lembrando que após 2 (dois) anos de exercício se adquire 
a vitaliciedade (estágio probatório). Enquanto estiver em estágio probatório, o magistrado poderá perder o 
cargo por processo administrativo disciplinar. A decisão do processo administrativo deve ser decidida por 
maioria absoluta dos membros do tribunal; 
ð Estabilidade: a diferença da estabilidade com a vitaliciedade, é que aquela se adquire após 3 (três) anos no 
cargo, e a perda do cargo do servidor estável ocorre de quatro maneiras distintas: (a) decisão judicial; (b) 
processo administrativo disciplinar; e (c) avaliação periódica de desempenho; e (d) redução de gastos da 
administração pública; 
ð Inamovibilidade: significa que os magistrados não podem ser removidos compulsoriamente, ex officio, pois 
a remoção do magistrado deve ocorrer com a sua aquiescência. A única exceção admissível é na hipótese 
do art. 93, VII, CF/881 (interesse público e voto da maioria do tribunal em que está vinculado); 
ð Irredutibilidade de subsídios: os subsídios dos magistrados não podem ser reduzidos, sendo que ela se 
refere ao valor previsto em lei; e 
ð Prerrogativa de foro: não está previsto no art. 93 da CF/88, mas também deve ser observado. 
 
· Imparcialidade: é um princípio inerente ao poder judiciário, até porque ele que resolve conflitos entre partes 
diferentes. As vedações são: o magistrado não pode exercer outro cargo ou função pública, salvo a de 
magistério; não pode receber custas ou participação no processo; não pode receber contribuições, seja de 
pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas; não pode exercer atividade político-partidária; e, por fim, a 
quarentena, que diz que o magistrado não pode exercer, antes de decorridos três anos, a advocacia, no juízo 
ou tribunal do qual se ausentou. 
 
 
1 Prevê o inc. VIII do art. 93 da CF/88: “o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-
á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa”. 
 
 
 
 
 
§ Organização do poder judiciário 
 
a) Supremo Tribunal Federal (órgão de cúpula, que está no ápice do poder judiciário, bem como é o defensor 
da Constituição Federal); 
b) Superior Tribunal de Justiça; 
c)Tribunal Superior do Trabalho; 
d) Tribunal Superior Eleitoral; 
e) Superior Tribunal Militar; 
f) Conselho Nacional de Justiça (órgão administrativo do Estado); 
g) Tribunal de Justiça - justiça do estado – turmas recursais dos juizados; 
h) Tribunal de Justiça do Distrito Federal – Justiça DF; 
i) Tribunal regional federal – justiça federal – turmas recursais dos juizados; 
j) Tribunal regional do trabalho – justiça do trabalho; 
k) Tribunal regional eleitoral – justiça eleitoral/juntas;l) Juízes de paz (art. 98/CF/88) – são cidadãos eleitos por voto universal e direto, com mandato de 4 anos. O juiz 
de paz celebra atos conciliatórios e casamento, basicamente. 
 
Somente os tribunais de justiça e os juízes estaduais pertencem aos estados, todos os outros pertencem à união. 
Os estados podem criar sua própria justiça militar, com competência para julgar os seus militares que 
cometerem crimes e infrações disciplinares, caso contrário, os juízes estaduais deverão julgar esses militares. A justiça 
militar da união só julgará os militares federais (marinha, exército e aeronáutica). Se um estado tiver mais de vinte mil 
militares, ele poderá criar um tribunal militar. 
Composição justiça militar: se trata de um conselho, formado por quatro militares e um juiz militar concursado. 
No tocante à justiça do Distrito Federal, parte da autonomia do DF é relativizada, pois alguns órgãos são 
tutelados e mantidos pela união, por exemplo, o Poder Judiciário. 
O STF tem um posicionamento no sentido de que as Turmas Recursais integram o Tribunal, mas não são 
considerados tribunais. 
A justiça eleitoral, por sua vez, não tem uma estrutura e carreira própria, de modo que não há cargo de juiz 
eleitoral em 1º grau, sendo exercida a função por juízes estaduais por delegação. 
§ Quinto constitucional – art. 94, CF/88 
De acordo com o art. 94, um quinto dos tribunais (TJ/TRF) será composto por advogados com notório saber, 
reputação ilibada, bem como com mais de 10 anos de prática jurídica e por membros do Ministério Público, com mais 
de 10 anos de carreira. 
A escolha dos advogados e dos promotores ocorrerá com a elaboração pelo órgão representativo da classe de 
uma lista sêxtupla. O tribunal na qual a vaga será provida transformará a lista em tríplice. Após, o chefe do executivo 
respectivo escolherá um dos três. Se a vaga for para o Tribunal de Justiça, a decisão será do governador, e se for para o 
TRF, a escolha caberá ao presidente da república 
O advogado que ingressar no tribunal pelo quinto constitucional se tornará vitalício imediatamente, então, é 
uma exceção à regra que exige dois anos para se tornar vitalício. Já o representante do Ministério Público, ele será 
vitalício quando ingressar no tribunal. 
 
 
 
 
 
 
§ Supremo Tribunal Federal 
 
É formado por 11 (onze) ministros, os quais são escolhidos pelo presidente da república e aprovados pela 
maioria absoluta do senado. Para ser ministro do SFT, o candidato deve ser brasileiro nato, ter entre 35 e 65 anos, ter 
notório saber jurídico e reputação ilibada. 
Quanto a discussão sobre o indicado ser bacharel em direito para ser ministro, a Constituição não exige 
expressamente, ainda que a doutrina entenda que sim. 
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula e guardião da constituição, não devendo ser visto como um 
órgão recursal, mas sim com um órgão destinado a proteger a constituição. Os recursos que o STF julgar são aqueles 
que colocam em cheque o próprio texto constitucional. 
ð Competência – art. 102, CF/88 
 
I. Originária: as demandas previstas no inciso I serão julgadas pelo STF como única e última instância. 
Na hipótese da alínea “o” do inc. I, a competência para resolver o conflito de competência entre juízes 
vinculados ao mesmo tribunal é do próprio tribunal. Se houver tribunal superior envolvido no conflito, a 
decisão caberá ao STF. Se o conflito ocorrer entre tribunais diferentes e não envolvendo tribunal superior, o 
STJ decidirá o conflito. 
Na alínea “r”, só será competência do STF quando o CNJ ou o CNMP forem a autoridade coatora. 
II. Recurso ordinário: no inciso II encontramos os casos em que o STF julgará em recurso ordinário, se a decisão 
for denegatória. 
III. Crime político: é julgado em 1ª instância pelo juiz federal (art. 109, CF/88), com recurso diretamente ao STF. 
IV. Recurso extraordinário: só é cabível nas hipóteses taxativamente expressas na constituição: (a) quando a 
própria decisão atacada viola a constituição; (b) quando declara a inconstitucionalidade de lei ou tratado 
federal; (c) julgar válido ato de governo local contestado em face da constituição; e (d) julgar válida lei local 
contestada em face de lei federal. 
V. Repercussão geral (art. 102, 3º): o STF só irá apreciar o recurso se tiver repercussão política, econômica, 
jurídica ou social, a ponto de extrapolar os interesses da demanda, colocando em cheque o próprio 
ordenamento. Para afastar o recurso por ausência de repercussão geral, é necessário o voto de dois terços dos 
ministros. 
 
§ Súmula vinculante – art. 103-A, CF/88 
Após reiteradas decisões acerca da validade da interpretação e da eficácia de uma lei sobre a qual paira uma 
controvérsia judicial ou administrativa que cause grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos, o 
Supremo poderá editar uma súmula que vinculará os demais órgão do Poder Judiciário e a administração pública. 
O legislador não fica vinculado às decisões do STF, de modo que se esse declarar a inconstitucionalidade de lei, o 
Poder Legislativo poderá cria-la novamente. 
A disciplina da súmula vinculante está na Lei 11.417/06, a qual dispõe que qualquer tribunal pode iniciar o 
procedimento, o defensor público geral federal e os municípios. 
Na hipótese de a súmula vinculante não ser respeitada, caberá reclamação. 
 
§ Conselho Nacional de Justiça 
É um órgão de controle interno do Poder Judiciário, que tem por atribuição zelar pelo cumprimento dos deveres 
funcionais dos magistrados, ou seja, os magistrados podem se submeter a correição perante o conselho nacional de 
justiça. 
Apesar de integrar o Poder Judiciário, o CNJ não profere decisões judiciais, mas apenas administrativas. 
 
 
 
 
 
ð Composição (15 conselheiros) 
O CNJ é composto pelo presidente do STF, um ministro do STJ e um do TST. Também será composto por um 
desembargador do tribunal de justiça e um juiz estadual, ambos escolhidos pelo STF. Um desembargador do TRF e um 
juiz federal, escolhidos pelo STJ. Um desembargador do TRT e um juiz do trabalho, ambos escolhidos pelo TRT. Ainda, 
dois advogados escolhidos pela OAB, dois membros do MP, um da União e um do Estado, escolhidos pelo Procurador-
Geral da república e, por fim, dois cidadãos, um escolhido pela Câmara e um pelo Senado Federal. 
 O presidente do CNJ será o do STF, e o corregedor o ministro do STJ. 
 
Os membros do CNJ terão o mesmo status de ministro de tribunal superior, com exceção do ministro do STF. 
ð Constitucionalidade do CNJ 
Uma ADIN foi impetrada sob a alegação que o CNJ feria a autonomia dos tribunais, tendo o STF entendido que 
ele é sim constitucional. 
Uma decisão do CNJ pode imputar perda do cargo do magistrado? Não, pois ele só perde o cargo por sentença 
judicial transitada em julgado. 
Ainda, o CNJ não pode fazer a correição dos ministros do STF, pois o STF está acima do conselho nacional de 
justiça, não podendo se submeter a correição de órgão inferior.

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