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Resumo 7 Dir Empresarial 2014 2 Guilhon

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FAP/ESTÁCIO
Disciplina: Direito Empresarial II
Professor: Mauro Marques Guilhon
RESUMO DE AULA 7
UNIDADE II: SOCIEDADE ANÔNIMA (4ª PARTE): 2.9 OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS. 2.10 ACIONISTA.
OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS
Debêntures (arts 52 a 74/LSA).
Debênture é um título de dívida, de médio e longo prazo, que confere a seu detentor um direito de crédito contra a companhia emissora. Quem investe em debêntures se torna credor dessas companhias.
No Brasil, as debêntures constituem uma das formas mais antigas de captação de recursos por meio de títulos. Todas as características desse investimento, como prazo, remuneração etc., são definidas na escritura de emissão.
É uma espécie de valor mobiliário representativo de um contrato de mútuo em que a sociedade anônima emitente é o mutuário e o debenturista é o mutuante. É emitida a partir de um documento que se chama escritura de emissão de debêntures, que apresentará todas as condições da emissão. Tal documento conterá:
· o valor de cada debênture;
· o prazo de resgate;
· a remuneração do debenturista;
· as garantias que a sociedade anônima oferece ao debenturista.
De acordo com o art. 63 da LSA, as debêntures devem adotar obrigatoriamente a forma nominativa, devendo ser utilizados livros próprios para o registro de emissão e alienação destas. Por essa razão, não são considerados títulos de crédito próprios, porque não preenchem os requisitos de cartularidade, literalidade e autonomia. Mesmo porque a emissão de certificados é facultativa.
Classificação das debêntures.
As debêntures podem ser classificadas de acordo com a garantia que oferecem ao debenturista:
· debênture com garantia real: confere a seu titular (ao debenturista) um direito real de garantia – pode ser hipoteca, penhor etc.;
· debênture com garantia flutuante: confere ao seu titular um privilégio geral em caso de falência da sociedade anônima emitente;
· debênture quirografária: confere um crédito de natureza quirografária ao seu titular (crédito quirografário: aquele que não tem garantia nem privilégio);
· debênture subordinada ou sub-quirografária: confere ao seu titular uma preferência em relação aos acionistas, em caso de falência da sociedade anônima emitente.
Competência para emissão de debêntures.
A emissão de debêntures é de competência privativa da Assembleia Geral Extraordinária (AGE). Em relação à companhia aberta, o art. 59 da Lei n. 6.404/76, prevê a possibilidade do conselho de administração, deliberar sobre a emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações e sem garantia real. (§ 1.º do art. 59, da Lei 6.404/76).
Agente fiduciário de debenturista.
As debêntures são emitidas por S/As fechadas ou abertas (para o mercado de capitais – Bolsa de Valores e Mercado de Balcão). Se a emissão for feita para o mercado de capitais, a escritura de emissão obrigatoriamente indicará um agente fiduciário de debenturistas que os representará em todas as relações com a sociedade anônima. 
Agente fiduciário de debenturista pode ser pessoa física ou jurídica. Se for jurídica, deve ser uma instituição financeira. Os requisitos para o exercício dessa importante função estão previstos no art. 66 da LSA. As hipóteses de sua substituição, bem como, sua fiscalização e remuneração, estão previstas no art. 67 da LSA. 
Por fim, as debêntures podem ser convertidas em ações, a depender da escritura de emissão.
“Art. 57. A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão, que especificará:
I - as bases da conversão, seja em número de ações em que poderá ser convertida cada debênture, seja como relação entre o valor nominal da debênture e o preço de emissão das ações;
II - a espécie e a classe das ações em que poderá ser convertida;
III - o prazo ou época para o exercício do direito à conversão;
IV - as demais condições a que a conversão acaso fique sujeita.
§ 1º Os acionistas terão direito de preferência para subscrever a emissão de debêntures com cláusula de conversibilidade em ações, observado o disposto nos artigos 171 e 172.
§ 2º Enquanto puder ser exercido o direito à conversão, dependerá de prévia aprovação dos debenturistas, em assembléia especial, ou de seu agente fiduciário, a alteração do estatuto para:
a) mudar o objeto da companhia;
b) criar ações preferenciais ou modificar as vantagens das existentes, em prejuízo das ações em que são conversíveis as debêntures.”
Partes beneficiárias. 
São títulos negociáveis, sem valor nominal e representativo do capital social, que conferem direitos de crédito contra a sociedade, consistente na participação dos lucros, em no máximo, 10% do lucro liquido anual. O crédito é considerado “eventual”, pois nada poderá ser reivindicado daquela sociedade, se ela não tiver tido lucro naquele exercício social.
As partes beneficiárias têm o prazo máximo de duração de 10 anos, exceto aquelas atribuídas às associações de empregados, que têm prazo de duração indeterminado. Revestem-se obrigatoriamente da forma nominativa (art. 49, III c/c art. 50/LSA). É possível que as partes beneficiárias sejam convertidas em ações, mediante capitalização de reserva criada para esse fim, com a consequente elevação proporcional do capital social. 
A emissão de partes beneficiárias não pode ser feita pela companhia aberta e sua criação está limitada a uma classe ou série. Aos titulares é permitido fiscalizar a atuação dos administradores, podendo comparecer às Assembleias Gerais, mas sem direito a votar. Podem, ainda, solicitar à companhia informações de seus interesses.
Pode ser emitido para incentivar, por exemplo, os empregados (principalmente os administradores). Só é possível a emissão de partes beneficiárias nas SA de capital fechado, que não seja instituição financeira. 
O pagamento das partes beneficiárias antecede o dos acionistas, na forma dos arts. 189 e 190 da LSA.
Bônus de subscrição (art. 75 a 78 da LSA).
São títulos nominativos e negociáveis, emitidos pelas SA, que confere aos seus titulares o direito de conversão em ações. E somente isso! Direito de preferencia de compra de uma ação. São títulos de emissão exclusiva da companhia de capital autorizado (LSA, arts. 168 a 172), que vem a ser a companhia que tem autorização para aumento de capital social independentemente de reforma estatutária, como veremos adiante.
Para Fábio Ulhoa Coelho, “bônus de subscrição é o valor mobiliário que atribui ao seu titular o direito de preferência para subscrever novas ações da companhia emissora, quando de futuro aumento do capital social” (COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. São Paulo, Saraiva, 2002 e 2008).
Vejamos os dispositivos legais:
“Características
Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição".
Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações.
Competência
Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus de subscrição compete à assembleia-geral, se o estatuto não a atribuir ao conselho de administração.
Emissão
Art. 77. Os bônus de subscrição serão alienados pela companhia ou por ela atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritos de emissões de suas ações ou debêntures.
Parágrafo único. Os acionistas da companhia gozarão, nos termos dos artigos 171 e 172, de preferência para subscrever a emissão de bônus.
Forma, Propriedade e Circulação
Art. 78. Os bônus de subscrição terão a forma nominativa. 
Parágrafo único. Aplica-se aos bônus de subscrição, no que couber, o disposto nas Seções V a VII do Capítulo III.”
Opção de compra de ações (art. 168, §3º da LSA).
“§ 3º O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembleia-geral, outorgue opção decompra de ações a seus administradores ou empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia ou a sociedade sob seu controle.”
Opções de compra são aquelas que dão ao titular o direito, mas não a obrigação, de comprar um ativo em uma data futura, por um preço previamente estabelecido. No caso de opções de compra de ações, o direito é o de comprar as ações pelo preço pré-estabelecido.
Commercial Paper. ADRs.
ADRs.
Conforme afirma o mestre Fábio Ulhoa:
Os American depositary receipts (ADR) são valores mobiliários, emitidos por bancos norte-americanos, que possibilitam a captação de recursos, no mercado de capitais dos Estados Unidos, por sociedades anônimas sediadas fora desse país.
Trata-se de um funcionamento singelo, por exemplo, um banco sediado na Alemanha adquire ações de uma sociedade anônima alemã e as mantêm em custódia. Paralelamente um banco nos Estados unidos emite títulos para subscrição por investidores norte-americanos. Os titulares americanos possuem então um espelho da ação, pois seus direitos estão “lastreados” pelas ações da companhia alemã.
Os ADRs são utilizados na viabilização de investimentos em companhias sediadas em qualquer país, fora dos Estados Unidos. Empresas brasileiras podem negociar a emissão de ADRs para captar investimentos norte-americanos, usando para isto suas próprias ações como lastro.
A recíproca também é permitida, quando capital brasileiro é investido em empresas sediadas em outros países. Para estes casos temos o certificado de valores mobiliários, ou o Brazilian depositary receipts (BDRs). A emissão e distribuição do certificado dependem de prévio registro na CVM. 
Commercial Paper.
São títulos de curto prazo emitidos por empresas sociedades por ações, exceto as instituições financeiras, as sociedades corretoras e distribuidoras de valores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing), com a finalidade de captar recursos no mercado interno para financiar suas necessidades de capital de giro, como a compra de estoques, o pagamento de fornecedores, etc.
É uma alternativa às operações de empréstimos bancários convencionais, pois, geralmente permitem uma redução nas taxas de juros pela eliminação da intermediação financeira, ou seja, elimina o spread bancário.
São, geralmente, de curto prazo: 30 a 180 dias nas Companhias fechadas e 30 a 360 dias nas Companhias abertas. Cada título corresponde a uma emissão. As empresas utilizam-se desse recurso para financiar atividades de curto prazo e necessidades de capital de giro, por exemplo.
Para o investidor a rentabilidade é definida pelos juros pagos pela empresa, podendo ser pré-fixados ou pós-fixados, com um indexador definido no contrato. Há também a emissão em dólares, que são uma oportunidade para quem está buscando aplicar em dólar.
A garantia da aplicação está vinculada à situação financeira da empresa. Assim como as debêntures, há a necessidade de registrar a emissão junto à CVM e contratação de uma instituição financeira para a intermediação.
Há possibilidades de venda antes do vencimento para outro investidor, bastando transferir a titularidade por meio de endosso, e vice-versa, mas para isso é preciso que tenha decorrido o prazo mínimo de 30 dias.
Acionista. 
Conceito. Natureza jurídica.
Acionista é o sócio de uma companhia. De acordo com Rubens Requião: “Aderindo à sociedade anônima, em sua fundação, como “subscritor” este transforma-se em acionista tão logo a sociedade anônima se constitua,(...)”. (Curso de Direito Comercial, 2º volume. 30ª ed. São Paulo. Saraiva. 2013. p. 177).
Para Haroldo Malheiros Dulclec Versoça, “Fundamentalmente, os deveres essenciais dos acionistas são dois: o de contribuir para o capital da sociedade e o dever de lealdade”. (Versoça, Haroldo Malheiros Dulclec. Direito Comercial – 3ª ed. ver., atual e ampl. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2014, p. 2018).
Deveres. Sócio Remisso. 
“Art. 10. A responsabilidade civil dos subscritores ou acionistas que contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do vendedor.
Parágrafo único. Quando a entrada consistir em crédito, o subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.”
A obrigação de integralizar o capital social
“Art. 106. O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas.
 § 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos quanto ao montante da prestação e ao prazo ou data do pagamento, caberá aos órgãos da administração efetuar chamada, mediante avisos publicados na imprensa, por 3 (três) vezes, no mínimo, fixando prazo, não inferior a 30 (trinta) dias, para o pagamento.
 
§ 2° O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou na chamada, ficará de pleno direito constituído em mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da correção monetária e da multa que o estatuto determinar, esta não superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.”
1.8. O acionista remisso (art. 107/LSA).
“Art. 107. Verificada a mora do acionista, a companhia pode, à sua escolha:
I - promover contra o acionista, e os que com ele forem solidariamente responsáveis (artigo 108), processo de execução para cobrar as importâncias devidas, servindo o boletim de subscrição e o aviso de chamada como título extrajudicial nos termos do Código de Processo Civil; ou
II - mandar vender as ações em bolsa de valores, por conta e risco do acionista.
§ 1º Será havida como não escrita, relativamente à companhia, qualquer estipulação do estatuto ou do boletim de subscrição que exclua ou limite o exercício da opção prevista neste artigo, mas o subscritor de boa-fé terá ação, contra os responsáveis pela estipulação, para haver perdas e danos sofridos, sem prejuízo da responsabilidade penal que no caso couber.
§ 2º A venda será feita em leilão especial na bolsa de valores do lugar da sede social, ou, se não houver, na mais próxima, depois de publicado aviso, por 3 (três) vezes, com antecedência mínima de 3 (três) dias. Do produto da venda serão deduzidos as despesas com a operação e, se previstos no estatuto, os juros, correção monetária e multa, ficando o saldo à disposição do ex-acionista, na sede da sociedade.
§ 3º É facultado à companhia, mesmo após iniciada a cobrança judicial, mandar vender a ação em bolsa de valores; a companhia poderá também promover a cobrança judicial se as ações oferecidas em bolsa não encontrarem tomador, ou se o preço apurado não bastar para pagar os débitos do acionista.
§ 4º Se a companhia não conseguir, por qualquer dos meios previstos neste artigo, a integralização das ações, poderá declará-las caducas e fazer suas as entradas realizadas, integralizando-as com lucros ou reservas, exceto a legal; se não tiver lucros e reservas suficientes, terá o prazo de 1 (um) ano para colocar as ações caídas em comisso, findo o qual, não tendo sido encontrado comprador, a assembleia-geral deliberará sobre a redução do capital em importância correspondente.”
Responsabilidade dos Alienantes
“Art. 108. Ainda quando negociadas as ações, os alienantes continuarão responsáveis, solidariamente com os adquirentes, pelo pagamento das prestações que faltarem para integralizar as ações transferidas.
Parágrafo único. Tal responsabilidade cessará, em relação a cada alienante, no fim de 2 (dois) anos a contar da data da transferência das ações.”
Direitos Essenciais e não essenciais.
“Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembleia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:
I - participar dos lucros sociais;
II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;
III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;
IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e172;
V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.
§ 1º As ações de cada classe conferirão iguais direitos aos seus titulares.
§ 2º Os meios, processos ou ações que a lei confere ao acionista para assegurar os seus direitos não podem ser elididos pelo estatuto ou pela assembleia-geral.
§ 3o O estatuto da sociedade pode estabelecer que as divergências entre os acionistas e a companhia, ou entre os acionistas controladores e os acionistas minoritários, poderão ser solucionadas mediante arbitragem, nos termos em que especificar.”
Direito de voto. 
Não é essencial, pode ser suprimido pelo estatuto em duas hipóteses: ações preferenciais e acionista em mora.
As ações preferenciais normalmente não votam, mas situações excepcionais permitem o direito de votar. Ex.: Assembleia de Constituição; se em três exercícios seguidos não se deliberarem os lucros; se a sociedade resolver fechar o seu capital.
Cada ação confere, em regra, um voto nas Assembleias Gerais. É possível o chamado “voto múltiplo” para eleição de membros do Conselho de Administração (art. 141/LSA). O voto múltiplo ocorre quando cada ação confere tantos votos quantos forem os membros do Conselho de Administração
“Art. 110. A cada ação ordinária corresponde 1 (um) voto nas deliberações da assembleia-geral.
§ 1º O estatuto pode estabelecer limitação ao número de votos de cada acionista.
§ 2º É vedado atribuir voto plural a qualquer classe de ações.”
Suspensão do Exercício de Direitos
“Art. 120. A assembléia-geral poderá suspender o exercício dos direitos do acionista que deixar de cumprir obrigação imposta pela lei ou pelo estatuto, cessando a suspensão logo que cumprida a obrigação.”
Voto Conflitante. Voto Abusivo.
A Lei das Sociedades Anônimas reprime, proíbe, o voto irregular. Há duas espécies de voto irregular:
Voto abusivo: é aquele com o qual o acionista tem a intenção de causar dano à sociedade ou aos demais acionistas;
Voto conflitante: é aquele emitido por acionista que tem um interesse pessoal incompatível com o interesse da sociedade. Ex.: o administrador acionista não pode votar sua própria conta.
Nas duas hipóteses, haverá responsabilização civil do acionista.
Se o voto foi abusivo, a Assembleia Geral não será nula. O voto abusivo não causa a invalidação da Assembleia.
O voto conflitante pode causar a invalidade da Assembleia, caso o resultado fosse distinto na hipótese de abstenção.
Acionista controlador: Responsabilidade.
Detém o controle de uma sociedade anônima o acionista ou grupo de acionistas que tiver o poder de comandar a sociedade, elegendo seus administradores e determinando as linhas básicas de atuação desta.
Esse poder de controle ocorre na Assembleia Geral Ordinária. O controlador de uma S/A responde pelos atos que praticar de forma abusiva.
A Lei das Sociedades Anônimas descreve as hipóteses em que se verifica o exercício abusivo do poder de controle (art. 117 da Lei das Sociedades Anônimas).
“Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder.
§ 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:
a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;
b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia, com o fim de obter, para si ou para outrem, vantagem indevida, em prejuízo dos demais acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;
c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de políticas ou decisões que não tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar prejuízo a acionistas minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;
d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;
e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse da companhia, sua ratificação pela assembleia-geral;
f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em condições de favorecimento ou não equitativas;
g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento pessoal, ou deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse saber procedente, ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.
h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social da companhia. (Incluída dada pela Lei nº 9.457, de 1997)
§ 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador ou fiscal que praticar o ato ilegal responde solidariamente com o acionista controlador.
§ 3º O acionista controlador que exerce cargo de administrador ou fiscal tem também os deveres e responsabilidades próprios do cargo.”
Acordo de acionistas (ART. 118 da LSA).
É um contrato que se realiza entre acionistas com o objetivo de estabilizar as relações na companhia. O acordo de acionistas deve estar registrado nos livros da sociedade anônima para que gere efeitos em relação à sociedade. 
Segundo o caput do art. 118 da LSA: Os acordos de acionistas, sobre a compra e venda de suas ações, preferência para adquiri-las, exercício do direito a voto, ou do poder de controle deverão ser observados pela companhia quando arquivados na sua sede”
O acordo de acionista que tem por objeto alienação de ações poderá dispor sobre restrições quanto a alienações dessas.
Pergunta: É possível restrição à transferência de ações em sociedade anônima?
Resposta: Na sociedade anônima aberta não pode haver restrição (exceção: pode-se restringir a circulação de ações que estejam vinculadas em acordo de acionistas). Em sociedade anônima fechada é permitida tal restrição.
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