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Vladimir Correia Controle Difuso 08

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Controle difuso incidental (concreto) 
O interessado busca o direito violado por uma lei inconstitucional perante o Poder Judiciário. O controle é cha-
mado de difuso, pois deve ser verificado por qualquer juiz ou tribunal. No tribunal, a declaração de inconstitucionalida-
de depende do art. 97 da CF/88 (cláusula de reserva de plenário), de modo que só pode haver a declaração por maioria 
absoluta do plenário ou do órgão especial. Não pode haver a declaração de inconstitucionalidade por um órgão fracio-
nário, ou seja, a reserva de plenário impede a declaração de inconstitucionalidade de uma lei por um órgão fracionário. 
O órgão especial é aquele previsto no art. 93, XI da CF/88: “nos tribunais com número superior a vinte e cinco 
julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o 
exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se 
metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno”. 
Enquanto o órgão competente não declarar a inconstitucionalidade de uma lei, ela se presume constitucional. 
Nesse sentido, a súmula vinculante n. 10: “viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de ór-
gão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do 
Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”. 
Podemos citar algumas situações que não precisam ser submetidas à cláusula de plenário, vejamos, o art. 481, p. 
único do CPC; turmas recursais declarando inconstitucionalidade da lei e turmas recursais reconhecendo a não recep-
ção de uma lei anterior à constituição não compatível com a constituição atual. 
No tocante ao meio cabível para suscitar a declaração de inconstitucionalidade de uma lei, pode ser realizada 
por qualquer ação, inclusive por meio de ação civil pública, devendo a inconstitucionalidade ser incidente no processo, 
jamais como objeto principal. 
O controle difuso incidental pode ser suscitado por qualquer pessoa, tanto autor como réu de uma ação, o Mi-
nistério Público, terceiros intervenientes no processo, inclusive o juiz, de ofício. 
Ademais, em sede de controle difuso incidental, todos os atos são passíveis de controle, tais como lei ordinária, 
complementar, delegada, etc. 
A decisão no controle difuso incidental é inter partes, ou seja, vale apenas para as partes do processo. 
A partir de casos concretos, o STF expede súmula vinculante cujo enunciado vincula a todos, com efeitos gerais. 
Após reiteradas decisões acerca da validade, interpretação e da eficácia de uma lei sobre a qual paire uma controvérsia 
judicial ou administrativa, causando grave insegurança jurídica ou relevante multiplicação de processos, o STF pode 
editar uma súmula, que vinculará os demais órgãos do judiciário e a administração pública, direta e indireta. 
 
Transcendência dos motivos determinantes 
A teoria da transcendência dos motivos determinantes diz que os motivos que fundamentam a decisão extrapo-
lam os limites da causa para alcançar situações semelhantes. 
 
 Controle concentrado e abstrato 
O objeto desse controle é a impugnação da lei, havendo quatro ações de controle concentrado e abstrato: ADIN 
(ação direta de inconstitucionalidade); ADC (ação declaratória de constitucionalidade); ADPF (arguição de descumpri-
mento de preceito fundamental) e ADO (ação direta de constitucionalidade por omissão). 
 
 
 
 
 
ADIN 
É a ação principal de controle de constitucionalidade, sendo a mais utilizada para impugnar as leis e atos norma-
tivos em tese. 
Após a EC 45 os legitimados da ADIN são os mesmos legitimados para as demais ações, com as mesmas peculia-
ridades. Os legitimados são o Presidente da República, Mesa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o Procu-
rador-Geral da República, o Conselho Federal da OAB, partido político com representação no Congresso, governador de 
estado e do DF, Mesa Legislativa dos Estados e da Câmara Legislativa do DF, confederação sindical e entidade de classe 
de âmbito nacional. 
� Procedimento: Lei n. 9.868/99 
� Desistência: não é cabível; 
� Intervenção de terceiros: não é cabível; 
� Recurso cabível: contra a decisão do Supremo que declara a inconstitucionalidade, o único recurso cabível é a 
de Embargos de Declaração. 
� Medida cautelar: serve para suspender o ato impugnado enquanto a ação esteja sendo julgada. 
� Efeito repristinatório: concedida a cautelar, voltam a surtir efeitos as leis revogadas. 
� Efeitos da decisão: erga omnes (todos aqueles que estão sob a égide da lei são atingidos pela declaração de in-
constitucionalidade); vinculante (uma vez declarada a inconstitucionalidade de determinada lei em sede de ADIN, juí-
zes e tribunais devem respeitar a vontade do Supremo). 
 
� Princípio da contemporaneidade: a análise da constitucionalidade da lei só pode ser feita diante da constitui-
ção vigente na sua elaboração. 
 
� Princípio da inconstitucionalidade progressiva: quando a lei transita de um estado de constitucionalidade plena 
para uma inconstitucionalidade flagrante. 
 
� Modulação temporal dos efeitos: pelo voto de dois terços dos ministros, o STF pode escolher a partir de qual 
momento a norma não produzirá mais efeitos. 
� Princípio da parcelaridade: quando declarada a inconstitucionalidade, o STF pode declarar de toda a lei ou de 
uma parte dela.

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