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Controle difuso incidental (concreto) O interessado busca o direito violado por uma lei inconstitucional perante o Poder Judiciário. O controle é cha- mado de difuso, pois deve ser verificado por qualquer juiz ou tribunal. No tribunal, a declaração de inconstitucionalida- de depende do art. 97 da CF/88 (cláusula de reserva de plenário), de modo que só pode haver a declaração por maioria absoluta do plenário ou do órgão especial. Não pode haver a declaração de inconstitucionalidade por um órgão fracio- nário, ou seja, a reserva de plenário impede a declaração de inconstitucionalidade de uma lei por um órgão fracionário. O órgão especial é aquele previsto no art. 93, XI da CF/88: “nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno”. Enquanto o órgão competente não declarar a inconstitucionalidade de uma lei, ela se presume constitucional. Nesse sentido, a súmula vinculante n. 10: “viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de ór- gão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte”. Podemos citar algumas situações que não precisam ser submetidas à cláusula de plenário, vejamos, o art. 481, p. único do CPC; turmas recursais declarando inconstitucionalidade da lei e turmas recursais reconhecendo a não recep- ção de uma lei anterior à constituição não compatível com a constituição atual. No tocante ao meio cabível para suscitar a declaração de inconstitucionalidade de uma lei, pode ser realizada por qualquer ação, inclusive por meio de ação civil pública, devendo a inconstitucionalidade ser incidente no processo, jamais como objeto principal. O controle difuso incidental pode ser suscitado por qualquer pessoa, tanto autor como réu de uma ação, o Mi- nistério Público, terceiros intervenientes no processo, inclusive o juiz, de ofício. Ademais, em sede de controle difuso incidental, todos os atos são passíveis de controle, tais como lei ordinária, complementar, delegada, etc. A decisão no controle difuso incidental é inter partes, ou seja, vale apenas para as partes do processo. A partir de casos concretos, o STF expede súmula vinculante cujo enunciado vincula a todos, com efeitos gerais. Após reiteradas decisões acerca da validade, interpretação e da eficácia de uma lei sobre a qual paire uma controvérsia judicial ou administrativa, causando grave insegurança jurídica ou relevante multiplicação de processos, o STF pode editar uma súmula, que vinculará os demais órgãos do judiciário e a administração pública, direta e indireta. Transcendência dos motivos determinantes A teoria da transcendência dos motivos determinantes diz que os motivos que fundamentam a decisão extrapo- lam os limites da causa para alcançar situações semelhantes. Controle concentrado e abstrato O objeto desse controle é a impugnação da lei, havendo quatro ações de controle concentrado e abstrato: ADIN (ação direta de inconstitucionalidade); ADC (ação declaratória de constitucionalidade); ADPF (arguição de descumpri- mento de preceito fundamental) e ADO (ação direta de constitucionalidade por omissão). ADIN É a ação principal de controle de constitucionalidade, sendo a mais utilizada para impugnar as leis e atos norma- tivos em tese. Após a EC 45 os legitimados da ADIN são os mesmos legitimados para as demais ações, com as mesmas peculia- ridades. Os legitimados são o Presidente da República, Mesa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, o Procu- rador-Geral da República, o Conselho Federal da OAB, partido político com representação no Congresso, governador de estado e do DF, Mesa Legislativa dos Estados e da Câmara Legislativa do DF, confederação sindical e entidade de classe de âmbito nacional. � Procedimento: Lei n. 9.868/99 � Desistência: não é cabível; � Intervenção de terceiros: não é cabível; � Recurso cabível: contra a decisão do Supremo que declara a inconstitucionalidade, o único recurso cabível é a de Embargos de Declaração. � Medida cautelar: serve para suspender o ato impugnado enquanto a ação esteja sendo julgada. � Efeito repristinatório: concedida a cautelar, voltam a surtir efeitos as leis revogadas. � Efeitos da decisão: erga omnes (todos aqueles que estão sob a égide da lei são atingidos pela declaração de in- constitucionalidade); vinculante (uma vez declarada a inconstitucionalidade de determinada lei em sede de ADIN, juí- zes e tribunais devem respeitar a vontade do Supremo). � Princípio da contemporaneidade: a análise da constitucionalidade da lei só pode ser feita diante da constitui- ção vigente na sua elaboração. � Princípio da inconstitucionalidade progressiva: quando a lei transita de um estado de constitucionalidade plena para uma inconstitucionalidade flagrante. � Modulação temporal dos efeitos: pelo voto de dois terços dos ministros, o STF pode escolher a partir de qual momento a norma não produzirá mais efeitos. � Princípio da parcelaridade: quando declarada a inconstitucionalidade, o STF pode declarar de toda a lei ou de uma parte dela.
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