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Caderno de Direito Romano e História do Direito

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* Plano de ensino
- avaliações:
-> 30 ptos (prova)
-> 20 ptos (trabalho)
-> 20 ptos (trabalho)
-> 30 ptos (global)
* textos
1) O Direito entre poder e ordenamento (Paolo Grossi)
--------
* Introdução histórica ao direito
(John Gilissen)
* O direito na história
(José Reinaldo Lima Lopes)
--------
* O direito nos impérios ocidentais
-> Mesopotâmia (virada do III para o II milênio a.C.)
- Babilônia
- Suméria
- Acádia
-> Egito
Características gerais do "direito" e das sociedades
- Indistinção (entre público e privado, por exemplo; o direito não se distingue da moral, da política, da religião, etc)
- Hierarquização (superior/inferior; reflete nas penas, com estas sendo mais severas para os subalternos; imponência da superioridade; o centro era o locus de poder)
- Drasticidade (as penas, em termos gerais, são quase sempre corporais e espetaculares; amputação de membros, pena capital)
- Misto de concretude e abstração (concretude se relaciona a sociedades rudimentares, que se centram na oralidade; abstração já está ligada à escrita, a registros; essa mistura de concretude e abstração se dava em todas áreas da sociedade)
"Código" de Hamurabi (+/- 1750 a.C.) -> rei Hamurabi, rei da Babilônia, registrou uma série de preceitos, que ficou conhecida como um código. Mas é apenas um termo metodológico. Não há nenhuma similitude com o código civil brasileiro, por exemplo. É um ajuntamento caótico de preceitos (regras jurídicas são criações do direito moderno), fundamentalmente religiosos, com aspectos morais, políticos, econômicos. Os preceitos são um misto de concretude e abstração.
Direito no Egito:
- havia uma regularidade climática -> portanto, não havia uma escassez alimentar
- o faraó é o próprio deus, por isso não ocorre muitos conflitos (o direito é o que ele dizia). Foi uma sociedade mais calma, com menos conflitos. Por isso, houve um menor desenvolvimento do direito egípcio.
Direito na Mesopotâmia:
- mais desenvolvido que o egípcio
- instabilidade climática -> levou à necessidade de fazer embarcações, aventurar-se em rios, porquanto a escassez era evidente e, por isso, era premente o contato com outros povos.
Daí nasce o direito privado, para regular as relações privadas (relações comerciais)
- o rei era tida como uma pessoa abençoada por deus, e, obviamente, passível de críticas. O que ele dizia nunca foi prontamente aceito, o que acarretava em maiores tensões sociais. Isso levou a um maior desenvolvimento do direito na Mesopotâmia.
-> A civilização hebraica
- O Antigo Testamento retrata a história da civilização hebraica.
- Religião monoteísta; um deus que escolheu e elegeu seu povo. É um deus carregado pelo caráter mitológico. Relação de amor e ódio com seu povo.
Lei de Talião - antes do Código de Hamurabi
- "olho por olho, dente por dente"
* proporcionalidade que não existia antes (e que nem foi adotada no Código de Hamurabi)
* elimina um pouco da hierarquização
-> A civilização greco-ateniense
- período pré-clássico
(séculos VIII - VI a.C.)
- período clássico
(séculos V - IV a.C.)
- período helenístico ou pós-clássico
(séculos III a.C.)
* +/- 620 a.C. -> Drácon -> um primeiro personagem histórico, porque ele teria sido o primeiro legislador; ele teria se dado o trabalho de registrar os preceitos; uma legislação estrita, confusa, com vários preceitos religiosos, morais, etc; um registro histórico que divide o ambiente público do privado, que não existia desde então; declaração informal que assevera que todos conflitos devem ser resolvidos numa assembleia. Drácon era da elite agrária ateniense, um aristocrata. Destarte, sua legislação foi conservadora, sem mudanças sociais; um sentido tradicionalista. Sociedade marcada pela religiosidade (mitologia grega).
+/- 590 a.C. -> Sólon -> um personagem extraordinário, no sentido positivo, meio místico; ele teria sido o responsável por uma ruptura muito grande; ele é tido como um rei que foi um grande poeta; Solon pertencia a uma classe de comerciantes, algo como uma classe social intermediária. Ele era um grande administrador dos seus negócios; ele, aplicando esse tino pros negócios, resolveu um tanto de coisas diferentes; ele teria aberto Atenas aos estrangeiros, procurando agregar novos conhecimentos aos atenienses e estimular o comércio; com isso, Atenas vai se tornando multicultural; com o choque cultural, a sociedade vai se desenvolvendo. Sólon foi conhecido como o governador que minimizou o conservadorismo.
- séc.V a.C.
a virada sofística -> o discurso; a argumentação; a retórica -> logografo; sicofanta (é a partir da virada sofística que leva a um momento democrático; os sofistas são pouco lembrados mas tiveram muito impacto, no que tange aos seus discursos, à argumentação; "o homem como medida de todas as coisas"; não existem verdades, e sim discursos mais ou menos convincentes; verdade é um artifício para os sofistas, por isso eles se apoiavam na retórica, para persuadir as pessoas; os conflitos da Pólis são resolvidos a partir da argumentação, num processo democrático, nas assembleias)
O pensamento sofista era tão poderoso que eles eram conhecidos como mestres da oratória.
Logógrafo -> embrião da figura do advogado; normalmente um sofista, mas certamente uma pessoa que falava muito bem. Técnica da retórica. Era contratado por outros para falar nas assembleias; não possuia conhecimento técnico de direito, apenas uma grande retórica.
Sicofanta -> cidadão ateniense dotado de recursos retóricos, possivelmente um sofista, que aplica toda a sua habilidade para tirar vantagem de toda situação. Forja uma situação, é mentiroso, é um grande fraudador.
- séc. IV a.C.
A filosofia socrática:
* Platão
* Aristóteles
* A função das tragédias clássicas atenienses
-> Platão/Sófocles
Platao: quando a pessoa sai da caverna e vai para o mundo das ideias, ela volta com um direito e o positiva para todos. Legitima a imposição do direito.
- A pólis que está no centro e não o indivíduo.
- As tragédias clássicas só reforçam essa ideia. Ex.: O Édipo, que tentou fugir do seu destino, só foi, cada vez mais, de encontro a ele.
- As pessoas deveriam se manter no seu lugar, não transgredindo o que o destino as impõe.
Antígona x Creonte simboliza o embate entre direito positivo e natural (divino, no contexto)
------------
1) Elabore um texto trazendo as principais características do "direito e das sociedades" do oriente próximo.
2) Escreva sobre o uso dogmático e uso crítico da história aplicada ao direito. Para sua orientação, contraponha a história como narrativa verdadeira dos fatos e como ficção.
3) Elabore um texto sobre a civilização greco-ateniense, considerando:
a) as principais características do pensamento mitológico
b) a relação entre as reformas de Sólon e a virada sofística
c) a relação entre o direito e a retórica
d) as principais características do pensamento filosófico clássico e a função do direito neste contexto.
-----------
*Breves considerações sobre a pseudo-modernidade da constituição jurídico-filosófica clássica
- Platão
Direito como antídoto que nos deixaria longe de sujeitos como Édipo. Sujeito que precisa ser regulado. A ideia de um rei filósofo legitimado é autoritária. 
- Aristóteles
Igualdade aritmética - rígida - mesmo tratamento -> justiça comutativa (relação entre iguais)
Igualdade geométrica (proporcional) -> justiça distributiva (proporcionalidade, não mais um tratamento rígido)
Como Platão, Aristóteles também possuia uma visão elitista, aristocrática. Ele acreditava na sociedade hierarquizada, com elitismo social. Na justiça distributiva, as pessoas com mais méritos tinham mais benefícios.
-> Elo com as "mitologias jurídicas da modernidade" (Grossi)
Esforço de simplificação do Direito. Direito é o que está contido nos códigos, com cada artigo contendo um significado. O intérprete do direito como "boca da lei", pois o direito não é interpretativo, basta se subsumir o comportamento à norma (raciocínio mecânico, em série).Isso daria conta de todos problemas da sociedade (discurso do positivismo exegético). Segundo Grossi, isso é uma mitologia jurídica.
-> História do Direito e Direito positivo na formação do jurista do nosso tempo
--> "Estado democrático de Direito" (!)
* O Direito entre o poder e o ordenamento
I - Operações para resgatar o contato e o diálogo do historiador de Direito.
1) recuperação da complexidade do universo jurídico
2) relativização crítica das convicções do jurista
3) resgate da percepção da unidade da ciência jurídica
II - O sistema jurídico medieval
- muito mais rico e interessante que o direito moderno (extremamente simplificado)
-> obs:. Da transição do direito civil (romano) pós-clássico p/os direitos na alta idade média
O conto fundador de Roma é importantíssimo, porquanto dá suporte às figuras do pater familias e do Senado (que, em latim, remete à velhice; são os mais velhos, os que possuem maior proximidade com os fundadores de Roma). Cada pater familia agregava homens à sua estrutura (escravos, agregados, etc).
O direito romano clássico não tem nada a ver com o direito romano que herdamos. O direito romano clássico (praetores, jurisconsultos, etc) refletiu-se no direito common law. O nosso direito (romano-germânico; direito legislado-codificado) pegou o direito romano em crise (pós-clássico).
Os romanos fizeram algo como um primeiro esboço de codificação do direito.
As invasões bárbaras (de tribos e clãs do norte europeu), realizadas por não-romanos, estes que eram indóceis, levou à destruição de Roma. Houve embate devido ao racismo romano e ao fascínio dos germânicos sobre a cultura romana.
O direito romano pós-clássico se afirmou como direito legislado-codificado (que não era racional, coerente; era uma estrutura de rudimentos de direito positivo), por meio das leis criadas pelos imperadores.
A referência cultural romana é tão grande que a tomada de Roma dá início ao período medieval (473 d.C.)
-> Regressão generalizada (!)
- encantamento
- pluralismo cultural
- precariedade do poder político
Tudo isso levou à vulgarização do Direito Romano.
* Grossi - cap.2
-> o sistema jurídico medieval e a civilização medieval
- a complexidade da ordem jurídica medieval -> um universo de autonomias:
- ius commune (direito canônico + direito romano)
- ius proprium (direito local)
Ler o livro do Paolo Grossi p/dia 29/03
* O sistema jurídico e a civilização medievais
Obs: -> transição p/modernidade
-> da sociedade de sociedades à insularidade do Estado
Do Ius commune de projeção universal à lei de projeção estatal
Ius commune -> o direito comum europeu (global?) e a referência do direito canônico
-> as missões -> as penitenciais -> a pena e a expiação do pecado se identificam; o crime e o pecado se identificam; isso só é superado na modernidade; vai acontecendo uma catequização; codificação dos pecados.
-> os concílios da igreja romana -> grandes reuniões de todas as igrejas, com o intento de se reorganizar
-> o sacro-império romano-germânico -> Carlos Magno foi ganhando batalhas consecutivamente, angariando novas terras, cada vez mais poderoso. Ele queria ser reconhecido como o novo imperador da Europa. A alta idade média é marcada pela pluralidade de poder, enquanto a baixa idade média possui uma tendência a já centralização do poder. 
Ocorre um pacto entre Carlos Magno (grande senhor terreno) e o Papa (grande senhor em perspectiva espiritual). Carlos Magno queria ser canonizado como grande rei, em troca de terras para a Igreja. Assim, ele vem a ser o imperador do Sacro-império romano-germânico. A partir daí a Igreja e os chamados nobres começam a trocar regalias. Com a morte dele há uma instabilidade, mas o modelo carolíngio se mantém por mais uns 150 anos.
-> a guerra das investiduras -> fim do modelo carolíngio (=pacto de reciprocidade entre Igreja e nobres); Papa Gregório VII fez uma campanha de retomar os valores e a identidade da Igreja. Ele teve uma ascenção meteórica dentro da Igreja. O modelo carolíngio, nesse momento, passa por uma desestabilização. O Papa Gregório VII insiste em não mais trocar favores, afirmando-se como liderança superior. Ele lança uma bula papal, a Guerra das Investiduras, que leva a uma guerra entre a Igreja e a nobreza. Eventualmente a Igreja vence, por angariar mais pessoas devido ao seu discurso sobrenatural (boa parte da nobreza estava fidelizada à Igreja). Os episódios das Cruzadas são decorrentes disso (discurso religioso poderoso).
* Podemos transplantar a noção de "Estado" para a civilização medieval?
* O direito medieval como ordem objetiva -> "ordo"
Exegese:
Juiz boca da lei -> só podia chegar a meras deduções (subsumir fatos a normas) -> isso tirava sua autonomia -> não deixa o juiz produzir um novo direito -> reafirma o direito produzido pelo legislador
* O Sistema Jurídico Medieval
-> A sociedade medieval como tecido de autonomias
-> A teia medieval
- Universo de redes
Ius commune: direito canônico e direito civil (direito romano)
Ius proprium: direitos consuetudinários e locais (exs: direito agrário e comercial)
No medievo, para Grossi, há grupos que detêm mais ou menos poder, mas todos detêm poder. Nenhum possui um amplo poder, segundo Grossi. Com esse universo de redes há uma distribuição de autonomias muito mais salutar, dando maior legitimidade para o Direito. Cada grupo tem autonomia e legitimidade para produzir seu direito.
Ius commune: havia pretensão de um direito comum a toda a Europa; a Igreja romana que a possuia;
A partir do século XII, o direito comum absorve tudo.
--------
1) Elabore um texto demonstrando a complexidade da ordem jurídica medieval, enquanto um universo de autonomias.
2) Elabore um texto demonstrando a insularidade do Estado e do Direito modernos.
3) Elabore um breve texto sobre o Direito Contemporâneo, tendo em vista o fenômeno da globalização.
--------
* O direito e a civilização romana
Referências -> O direito na história (José Reinaldo Lima Lopes)
Roma (periodização)
1) Realeza/Monarquia
750 a.C. - 510 a.C.
2) República
510 a.C. - 27 a.C.
3) Império
* Alto Império (Principado)
27 a.C. - 284 d.C.
* Baixo Império (Dominato)
* Periodização jurídica
1) Direito romano arcaico
750 a.C. - 149 a.C.
Ações de lei (direito quiritário)
2) Direito romano clássico
149 a.C. - 284 d.C.
Direito pretoriano/cognição extraordinária
Jurisprudencial
3) Direito romano pós-clássico
Direito codificado
Editos imperiais
Realeza/Monarquia
Pater familias -> senhor absoluto da sua porção de terra; figura completamente mística, totalmente relacionada à imagem de Rômulo.
- Sociedade extremamente patriarcal.
- Roma era uma roça grande, um condomínio; Cada propriedade era uma unidade de produção e era a base da família; O que caracteriza os vínculos familiares é a dependência, não sangue ou afetos; Familias com até 10 mil pessoas; cidadelas (e não casas); o Pater familias era um latifundiário extremamente poderoso e a família é uma empresa.
Clientes -> estrangeiros; escravos não são da família, porém são agregados.
Ius civile (quirité) -> aplica-se ao "cive" = cidadão, que nesse período era o patrício romano (aristocracia). Direito civil, neste caso, caracteriza-se pela restrição das pessoas que têm acesso a lei.
Os pater familias se organizavam e formavam dois organismos: Senado e o Colégio dos Pontífices.
Senado -> senectude (=velhice); anciãos com legitimidade para tomar decisões.
Colégio dos pontífices (sacerdotes) -> teriam poder de se comunicar com as divindades.
São 2 instituições que se afirmam desde a época mais remota de Roma; são compostas pelos patriarcas romanos. Possuíam muito poder político.
O rei era manipulado pelo Senado e pelos pontífices; a figura do Rei era muito importante em termos simbólicos, pois sempre possibilita uma contenção social.
O Rei (Rex) era um estrangeiro (não plebeu), escolhido pelo Senado/Pontífices, para ser controlado mais facilmente. Assim as coisas fluíam melhor.Os herdeiros do Reis não o sucediam. A plebe não entrava como povo. O povo era composto por pater familias, e possuíam direitos e deveres (a plebe - estrangeiros subordinados aos romanos - não possuia direitos).
Comícios curiatos (comícios de patrícios) -> curia é o coletivo do povo romano; o Rex provocava-os, e o Senado ratificava ou rejeitava as leis. Essa possibilidade quase nunca era exercitada.
O monopólio do Direito (interpretação/aplicação) pertencia ao Colégio dos Pontífices. O Direito era revelado aos Pontífices, através de rituais solenes. Num processo judicial entre patrícios, a sentença era dada pelos Pontífices. Para um ato jurídico ser considerado válido, na maioria das vezes, era necessário passar por rituais solenes. Os Pontífices evocavam os deuses, e estes falavam o que era o direito.
Plebiscitos -> leis produzidas pelos não romanos; mínimas; os Plebiscitos eram desejados pela plebe e produzidos pelo Rei.
Um certo Rei etrusco (Tarquínio o Soberbo) decide não ser mais subordinado ao Senado/Pontífices e toma o poder. Os romanos se organizaram posteriormente e expulsaram os etruscos. Daí ocorre uma transição ampla para a República, para que não ocorresse mais algo assim (um estrangeiro tomar o poder de Roma).
Direito extremamente arcaico; sem distinção; drasticidade, concretude.
O direito romano arcaico subsistiu durante a Realeza inteira e parte da República (até 149 a.C.)
Ações de lei -> seriam a forma de interpretação e aplicação do direito romano no seu momento mais remoto; monopolizado pelo Colégio dos Pontífices.
Houve uma laicização gradual do Direito romano, vez que os ritos passavam a se tornar irrefletidos, mecânicos.
República
Senado permanece, Colégio dos Pontífices permanece, e surgem os magistrados romanos (funcionários da República romana; Edis, Censores, Questores, Pretores, Cônsules).
Edis -> funcionários que exerciam um poder de fiscalização (polícia)
Censores -> funcionários que faziam o censo (taxas de natalidade, etc)
Questores -> possuíam a função de administrar as finanças.
Pretores -> algo como os magistrados modernos; a função é de administrar a justiça, a aplicação do direito.
Cônsules -> magistrado hierarquicamente superior; maior que o poder do Rex na Realeza; senhor das armas; administravam os exércitos e o tesouro. Eram 2 cônsules por ano.
Os pretores eram atores sociais muito destacados, porém submissos aos Pontífices. Até 149 a.C. eles foram atrelados aos Pontífices.
Os magistrados romanos eram eleitos pelo Senado. Isto é, a República romana era aristocrática (ou seja, faticamente havia pouca coisa de república)
Lei das XII tábuas -> foi disposta pelas ruas de roma; ordenamento positivado, grosso modo. Direito que ganhou clareza, objetividade; trouxe segurança jurídica.
Comissão de notáveis patrícios -> 10 pessoas que supostamente tiveram a missão de visitar Atenas, conhecer a legislação de Sólon (esta que trouxe amplas reformas à civilização ateniense) e estudá-la. Eles se inspiraram nela e criaram a lei dos romanos, que, a princípio, confirma que o Direito civil seria diferente. Em termos objetivos, considera-se que a data das XII foi 450 a.C.
Houve um ulterior incêndio em Atenas que queimou as XII tábuas.
Direito civil ainda bem limitado.
149 a.C. -> direito passou de arcaico à clássico com a Lex Aebutia de Formulis. O pretor tomou o lugar do Colégio dos Pontífices de maior importância no Direito.
Anteriormente a essa data, o Pretor estava submetido aos Pontífices.
Lex Aebutia de Formulis -> dá ao Pretor o poder de resolver qualquer conflito independente dos Pontifices. Radical renovação do direito romano.
Iudex -> juiz; seria o cara que decidiria; atuação parecida com o júri de sentença do júri popular; ele segue o que se sucede no processo (reflete o que o Pretor entendia).
Técnico em Direito -> pessoa com a expertise no Direito; parecido com o logógrafo de Atenas. Conhecidos como jurisprudentes (jurisconsultos; jurisperitos). Eram contratados pelo Pretor. Aí inicia-se uma ampla renovação do Direito Clássico. 
Assim, os pretores e os jurisconsultos produziam as fórmulas.
Éditos dos pretores - solenidade/ritual - discurso solene proclamado no momento de sua posse.
- Programa de trabalho do pretor para aquele próximo ano. Poderia criar o que ele quisesse.
A constante encomendação por parte dos credores da técnica dos jurisconsultos forma uma doutrina, uma jurisprudência.
O jurisconsulto, juntamente com o pretor, analisava todos os detalhes do caso concreto.
Influência do pensamento de Aristóteles - equidade
-> a dinâmica da República se mostra disfuncional para Roma caso eles quisessem dominar o mundo conhecido.
-> Julio Cesar foi o primeiro cônsul a tentar o golpe, porém foi traído por parte do Senado.
-> Otaviano, sobrinho de Júlio César, que também era um cônsul, consegue adesão da ampla maioria do Senado, realiza o golpe e é coroado Imperador romano.
Império - 27 a.C.
- Centralização do poder - os magistrados deixam de existir
- O Imperador continua sendo dirigido pelo Estado
O Imperador delega pessoas para realizar diferentes funções, mas elas não possuíam o mesmo poder dos extintos magistrados.
Aqui, o jurisconsulto se mantém e possui primazia, já que os pretores estavam em extinção.
No Alto Império o Imperador escolhia determinados Editos de pretores tidos como excepcionais para vincular os pretores ainda remanescentes (assim, eles voltam a ser engessados, como eram antes com o Colégio dos Pontífices). Editos perpétuos.
Ainda se aplica o direito romano clássico, porém o protagonista é o jurisconsulto.
--------------
1) Elabore um texto situando os períodos políticos e jurídicos da civilização romana.
2) Elabore um texto trazendo o panorama da monarquia romana, destacando a configuração da família romana e da patriarcalização.
3) Elabore um texto sobre a dinâmica política da República Romana, considerando:
a) o cenário de desconcentração na construção das decisões finais;
b) o elemento aristocrático subjacente às magistraturas e à produção de leis;
4) Elabore um texto trazendo as principais características do direito civil quiritário (arcaico) e do direito civil clássico (pretoriano). Para sua argumentação, considere:
a) as ações de lei;
b) o processo formular;
c) a atuação dos jurisconsultos
5) elabore um texto trazendo as principais características da cognição extraordinária, enquanto modelo do processo civil no contexto do alto Império.
--------------
-> Transição de República para Império
27 a.C.
Alto Império (Principado) - até 284 d.C.
-> Coexistência
* processo formular -> aplica-se o direito de forma marcada pela flexibilidade; direito civil romano aqui venceu o formalismo; direito pretoriano oriundo da República; na transição, porém, elegem-se determinados éditos anteriores, a mando do Imperador, para guiar os pretores remanescentes
* cognição extraordinária -> quem manda em Roma é o Imperador, que delega seu poder a outros; são os delegados do Imperador; o grande agente aqui é o jurisconsulto (Ulpiano, Gaia, etc); agora há a figura do Imperador, que pode conhecer de todos os conflitos e resolvê-los. Quem cuida da aplicação do direito rotineiramente são os delegados do imperador, mas não sempre. 
Novidade histórica -> possibilidade de recurso (apelação); duplo grau de jurisdição; o Imperador podia analisar e julgar casos que ele quisesse.
-> Transição 
* Principado
* Dominato (284 - 476 -> Roma pós-classica)
Virada entre direito romano classico e pós-clássico com Diocleciano (último dos príncipes romanos). Depois dele todos foram dominus. O direito era marcado até então pela problematização (direito romano clássico). No Baixo Império, com cultura romana decadente, as demandas mudam, o tempo fica escasso. A figura dos jurisconsultos se torna escassa por conta do aumento da área de atuação (isto é, por conta do aumento do território romano). Assim, o direito foi simplificado para poder ser aplicado de forma uniforme emtodos os territórios romanos. O direito vai ganhando tornos de abstração, ao contrário do direito romano clássico, que era casuístico (a partir dos casos concretos).
Direito romano pós-clássico -> editos e constituições imperiais
Editos imperiais -> vontade do Imperador documentada, registrada, proclamada; ganha nuance de um comando, uma ordem.
O jurisconsulto do direito romano pós-clássico gasta sua energia para adequar a vontade do dominus à forma dos editos imperiais. Ou seja, a função dele é muito mais protocolar.
Uma coletânea de editos imperiais é chamada de constituição imperial.
Direito focado na eficiência, e não na produção de decisões justas. O direito romano se massifica, se generaliza, se simplifica.
No início do século IV (303, 304,...) o Imperador Constantino fundou Constantinopla e a Igreja Católica Romana. Elas transcendem o Império Romano.
Em 476, ocorre o fim do Império Romano do Ocidente com as invasões bárbaras.
-> O Império Romano Oriental (sobrevive até 565; houve acontecimentos marcantes nesse pequeno decurso de tempo até a sua derrocada)
Imperador Justiniano -> em termos gerais, considerado o último Imperador Romano.
Justiniano forma uma equipe de juristas talentosos para fazer um ambicioso trabalho. A missão era de pesquisar e registrar a história do direito romano. Esse trabalho se encerra em 565 porque Constantinopla foi incendiada. Nesses 35 anos de compilações feitas, ter-se-ia o registro histórico do direito romano. Com a morte de Justiniano na tomada de Constantinopla, pensa-se que esse registro tenha se perdido. Séculos depois (6 séculos), diz-se que padres encontraram-no.
* O Corpus Iuris Civilis (Justiniano/ 530 - 565)
- Institutas -> assinadas pelo próprio Justiniano; eram espécies de livros de introdução ao estudo de direito; 
- Digestas -> segundo livro; parte mais rica do Corpus Iuris Civilis; registro da produção do direito romano pelos jurisconsultos clássicos.
- Códex -> código; registro do direito romano pós-clássico (constituições imperiais)
- Novelas -> registro das constituições promulgadas contemporaneamente aos agentes que faziam esse trabalho.
------------
A Verdade e as Formas Jurídicas - Michel Foucault - 20 pontos
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* Verdade e as formas jurídicas (relação entre as formas jurídicas e a produção de verdades e subjetividades)
Michel Foucault
Objetivo:
-> práticas sociais -> domínios de saber
*novos objetos
*novos sujeitos
- Política da verdade (Nietzsche)
-> discurso -> jogo estratégico
* Práticas jurídico-judiciárias
-> modelos de verdade (política, cotidiano, ciência)
-> definição de tipos de subjetividade e formas de saber
-> relações entre o homem e a verdade
-> inquérito
-> exame
- Os monges do século XII, apesar de se referirem constantemente ao direito romano clássico, construíram um direito completamente diferente. O contexto de sua sociedade é inteiramente diferente.
- A referência ao direito clássico é simbólica, não há continuidade, eles estavam construindo algo novo para suprir as demandas da Igreja e da sociedade do século XII.
- A Igreja afirma seu modelo de direito e a sua verdade.
-> saber-poder: o saber que se torna verdade
Ex: um médico que indica tratamento para um leigo em medicina.
- a prisão proferida pelo juiz nada mais é que um tratamento para reabilitação da pessoa na sociedade.
- a Igreja usou o saber-poder para dominar a verdade na Idade Média.
- A verdade não é existe por si, ela é apenas um discurso do mais forte (SEGUNDO os sofistas, Nietzsch, Foucault)
-> a verdade é uma relação de poder
-> se quisermos realmente conhecer alguma coisa deveríamos analisar a dinâmica política
-> política da verdade -> a verdade como um reflexo de uma vitória momentânea em uma batalha política eterna.
-> microfísica do poder -> método de pesquisa do Foucault (qualquer contexto histórico analisado tem relações políticas difusas e caóticas)
-> macropoder -> decorre da mesma linha de pensamento do Platão. Poder da pólis e futuramente de um Estado soberano. Concentração do poder. Análise focada no soberano, Estado.
-> Foucault foca na sociedade, pois ele diz que o poder é algo que está difuso nela e as pessoas reproduzem essas formas de poder de uma forma caótica, assimétrica.
-> pessoas se submetem em um momento, logo depois podem submeter outras pessoas a ela. Subversão do poder.
Prova e inquérito -> formas para aferição da verdade
II- Édipo -> saber-poder
Ilíada -> contestação -> acusação e defesa -> desafio -> prova
III- Inquérito
-> Atenas
-> Idade Média -> jogo da prova
Direito -> maneira regulamentada de fazer a guerra
-> Baixa Idade Média (do dano p/a infração)
- novas formas de práticas/procedimentos/judiciários -> novo modelo de inquérito -> poder exterior (procurador)
Ordálios -> provas divinas com o escopo de provar algum acontecimento (exs: para provar a inocência de certa pessoa, esta deveria caminhar sob chão pegando fogo e sair ileso)

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