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EMENTA: INSTITUTO DA DETRAÇÃO PENAL – CÓMPUTO DE PENA – DIREITO PENAL (CP – CPP – LEP).

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RESENHA
 
EMENTA: INSTITUTO DA DETRAÇÃO PENAL – CÓMPUTO DE PENA – DIREITO PENAL (CP – CPP – LEP).                                     
INTRODUÇÃO
O instituto da detração penal consiste no cálculo do tempo da prisão processual, para subtração desta temporada no quantum da pena privativa de liberdade, influenciando de mesmo modo quanto para a determinação do regime inicial de cumprimento da pena imputada ao agente que já em custodia do Estado. Absolvido o condenado em sede recursal, o tempo de sua privação de liberdade será computado sobre o todo da pena de nova sentença de processo que verse sobre crime praticado anterior aquela primeira prisão, conforme o posicionamento da corrente majoritária. Não podendo ser levada em consideração a detração para condutas típicas futuras a aquela condenação que se achou absolvido o apenado. Compreendendo-se, portanto, nesta ótica que não caberá ao preso que absolvido em primeira instância ou sede recursal, seja por prisão cautelar ou condenatória, reparação por detração sobre ilícitos penal futuros. 
A DETRAÇÃO DA PENA NO DIREITO PENAL BRASILEIRO
Em nosso ordenamento jurídico o instituto da detração penal está previsto no art. 42, caput, do CP, com recente incumbência de aplicação data ao juiz sentenciante no art. 387, § 2º, do CPP (nova redação data pela Lei 12.736, de 30/11/2012) e clássica operabilidade aplicada pela VEP¹, o que previsto no art. 111, caput, da Lei 7.210 de 11 de julho de 1984.
Código Penal: 
 Art. 42, do CP - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) [1]
Código de Processo Penal:
Art. 387, § 2º, do CPP - O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.736, de 2012) [2]
Lei de Execução Penal: 
Art. 111, da LEP - Quando houver condenação por mais de um crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração ou remição. [3]
Assentada nos dispositivos legais comunicados, é indubitável o conceito e objeto do instituto da detração, no entanto, o conflito quanto a aplicabilidade da detração mora no quando de sua aplicação, se apenas para penas nascidas de crimes anteriores a prisão a que se pretende o cômputo da pena considerando a detração (1º posicionamento) ou apenas na conexão ou continência de crimes de diferentes processos (2º posicionamento). Logo o que se percebe é existência de duas correntes, restando apenas saber qual é a majoritária, e qual seja a adotada pelo ordenamento jurídico. 
Antes, cabe ressaltar que uma ou outra corrente acima posta, se quer versa sobre a possibilidade do chamado “credito da pena”, ou seja, ambas as corretes afastam a possibilidade de utilização do instituto de detração para ensejo de redução do cálculo de pena sobre crime futuro a prisão que se busca a detração penal. 
Quanto ao primeiro posicionamento, é perceptível que a doutrina majoritária é neste sentido, bem como as jurisprudências do STF e do STJ, a saber:
Fernando Capez: 
“Prisão provisória em outro processo: é possível descontar o tempo de prisão provisória de um processo, cuja sentença foi absolutória, em outro processo de decisão condenatória? Há três posições:
a) sim, desde que o crime pelo qual o réu foi condenado tenha sido praticado antes da prisão no processo em que o réu foi absolvido, para evitar que o agente fique com um crédito para com a sociedade;
b) sim, desde que o crime pelo qual houve condenação tenha sido anterior à absolvição no outro processo;
c) sim, desde que haja conexão ou continência entre os crimes dos diferentes processos.
Nossa posição: a primeira. É possível a detração penal em processos distintos, ainda que os crimes não sejam conexos, de acordo com o que dispõe a LEP, art. 111.” (Curso de Direito Penal, 16ª ed., parte geral 1, Saraiva, 2012). [4]
Rogério Greco:
“O agente foi absolvido, tempos atrás, de uma imputação que lhe fora feita. Naquela oportunidade, havia sido decretada sua prisão cautelar, tendo permanecido preso durante sessenta dias, até que sobreveio sua absolvição. Um ano depois de ter sido absolvido, o agente cometeu um crime, e por esse fato veio a ser condenado a dois anos de pena privativa de liberdade. Pergunta-se: Poderá, nesse caso, ser realizada a detração? Não. Isso porque, segundo entendemos, para que haja detração os processos devem tramitar simultaneamente. ” (Curso de Direito Penal, Parte Geral, vl.1, Impetus, 2015). [5]
Jurisprudência do STF:
“Por unanimidade, a Turma deferiu o habeas corpus, para reconhecer a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva quanto ao crime de que cogita a Ação Penal no 1.067/72, originária da 24ª Vara Criminal da Comarca de São Paulo. Ainda, por unanimidade, recomendou ao Juiz da Vara das Execuções Criminais o Exame da possibilidade de aplicação da detração de 6 meses quanto ao restante das penas que o paciente deve cumprir, tudo nos termos do voto do Relator.” (HC 71797 / SP - SÃO PAULO - HABEAS CORPUS - Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA).[6]
Jurisprudência do STJ:
“Sob a luz desse canon constitucional, é de se entender que o art. 42, do Código Penal, e o art. 111, da Lei das Execuções Penais, devem ser interpretados de modo a brigar a tese de que o tempo de prisão provisória imposta em processo no qual o réu foi absolvido seja computado para detração da pena imposta em processo relativo a crime anterior mente cometido.
A relação temporal é de especial relevância, pois não seria moral e juridicamente admissível que se efetuasse a detração de pena imposta por crime praticado anteriormente à absolvição. ” (Resp. nº 61.899-1/SP – 6ª Turma – Relator Ministro Vicente Leal).[7]
Por conseguinte, com base nos acórdãos do SFT e do STJ, temos, portanto, definida a leitura do art. 42, do CP e do Art. 111, da LEP. Nos quais deve-se ler “seja computado para detração da pena imposta em processo relativo a crime anterior mente cometido”.
Em minha conclusão, defendo o afastamento de ambiguidade quanto ao instituto da detração com nova redação dada ao art. 42, do CP, considerado este, explicitamente, apenas sobre crimes anteriores a prisão processual ou absolvição a que se pretende tal direito.
Rio de Janeiro, 17 de março de 2016
Resenhista: Rodrigo M. P. Nogueira
Referencias
CAPEZ, Fernando – Curdo de Direito Penal, 16ª Ed. Parte Geral 1, Saraiva, 2012. 
GRECO, Rogério - Curso de Direito Penal, Parte Geral, vl.1, Impetus, 2015. 
JURIS WAY – O QUE VEM A SER DETRAÇÃO PENAL. Disponível em:< http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=888> Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs02min.
AGENCIA SENADO - Regras para prisões. Disponível em: < http://www.senado.gov.br/noticias/agencia/quadros/qd_180.html>. Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs04min.
CARTA CAPITAL - Brasil possui a quarta maior população prisional do mundo. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/brasil-possui-a-quarta-maior-populacao-prisional-do-mundo-7555.html>. Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs05min.
MIGALHAS - A nova lei de detração penal: dúvidas interpretativas e o "jeitinho brasileiro". Disponível em: < http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI168482,41046-A+nova+lei+de+detracao+penal+duvidas+interpretativas+e+o+jeitinho>. Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs10min.
WIKIPEDIA - Detração. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Detra%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs11min.
CONJUR CONSULTOR JURÍDICO - EXECUÇÃO PENAL - Nem toda prisão provisória pode ser usada para detração. Disponível em: < http://www.conjur.com.br/2012-dez-26/rejane-jungbluth-nem-toda-prisao-provisoria-usada-detracao>.Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs15min.
ÂMBITO JURÍDICO - O instituto da detração da pena e sua aplicabilidade em face das novas medidas cautelares previstas no Código de Processo Penal. Disponível em: < http://ambito-juridico.com.br/site/?artigo_id=10921&n_link=revista_artigos_leitura>. Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs20min.
TJRJ – HC Nº 2876/04. Disponível em: < http://www1.tjrj.jus.br/gedcacheweb/default.aspx?UZIP=1&GEDID=0003494C9DECF1C4A8A257FEE49AA47BFD0219D4C33A3559&USER=>. Acesso em 17 de março de 2016, às 01hs48min. 
Notas
[1]CÓDIGO PENAL, DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm>. Acesso em: 01:12
[2]CÓDIGO DE PROCESSO PENAL, DECRETO-LEI Nº 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm>. Acesso em: 01:30
[3] LEI DE EXECUÇÃO PENAL, LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7210.htm>. Acesso em: 01:21
[4] CAPEZ, Fernando – Curdo de Direito Penal, 16ª Ed. Parte Geral 1, Saraiva, 2012. 
[5] GRECO, Rogério - Curso de Direito Penal, Parte Geral, vl.1, Impetus, 2015. 
[6] HC 71797 / SP - SÃO PAULO - HABEAS CORPUS - Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA. Disponível em:http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=73338>. Acesso em: 01:21 
[7] Resp. nº 61.899-1/SP – 6ª Turma – Relator Ministro Vicente Leal. Disponível em:http://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/IT/RESP_61899_SP_1309824517466.pdf?Signature=xPZ7HpDqUJExT4QTl8Q58wG4ZWg%3D&Expires=1458272445&AWSAccessKeyId=AKIAIPM2XEMZACAXCMBA&response-content-type=application/pdf&x-amz-meta-md5-hash=2e1486b3c6e666a6fe8835b3c66d20cc. Acesso em: 01:25
¹ Lei de Execução Penal

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