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01 Filosofia do Direito Introdução

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Prof. Jorge Freire Póvoas
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Filosofia do Direito
Conceito e Objetivo da 
Filosofia do Direito
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Filosofia do Direito
 Para que seja possível investigar o conhecimento jurídico pela via filosófica é necessário uma compreensão da Filosofia pois sem ela não é possível alcançar o pleno entendimento da Filosofia do Direito.
 
 Filosofia é amor ao conhecimento e ela somente prospera no espírito afeito à reflexão e aberto aos grandes temas que envolvem a natureza e o homem. 
 
 Para que o Jurista seja um Jurisfilósofo ele deve exercitar como hábito a atitude filosófica do pensamento dialético, ou seja: ter ao mesmo tempo um saber jurídico organizado e aptidão para alcançar a verdade.
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Filosofia do Direito
 O acervo de conhecimentos da Filosofia e do Direito proporciona três classes de pensadores: Filósofos, Juristas e Jurisfilósofos. 
 
 Como a Filosofia é uma visão universal da realidade e o Direito cuida de temas jurídicos básicos, como os problemas da Justiça e da lei, vamos buscar nos consagrados Filósofos, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino, Kant, Hegel, Marx, Hannah Arendt, Hans Kelsen e John Rawls, suas contribuições à Filosofia do Direito. 
 Enquanto Filósofos e Juristas desenvolvem a reflexão jurídica em campo restrito, com visão parcial e preponderância de enfoque, os Jurisfilósofos, associam o conhecimento das correntes filosóficas à noção de Direito.
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Filosofia do Direito
 Como o objeto do conhecimento, não pode ser considerado parte destacada da realidade e cultivado isoladamente a sua compreensão precisa ser alcançada na visão universal dos fatos e fenômenos. 
 
 Logo, existe um papel relevante a ser cumprido pela Filosofia na esfera jurídica que é como produto da experiência, já que as formações jurídicas não se fazem alheias às correntes de pensamento. 
 O fenômeno jurídico, por influenciar a vida humana, deve ser estudado paralelamente à análise do homem e por ser assim torna-se evidente a necessidade do entendimento existencial da Filosofia.
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Filosofia do Direito
 Como o Direito comporta diferentes planos de estudo, a sua dimensão legal é abordado pela Ciência do Direito.
 
 A Sociologia do Direito trata das relações entre o fenômeno jurídico e a sociedade, com atenção básica para a adaptação do Direito à realidade social. Já a História do Direito analisa sob o aspecto evolutivo, o fenômeno jurídico e o desenvolvimento das instituições através dos fatos históricos. 
 Para Kant, enquanto a Filosofia do Direito responde a pergunta quid jus? (o que é o Direito?), à Ciência Jurídica compete esclarecer a indagação quid juris? (o que é de Direito?)
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Filosofia do Direito
 É missão da Filosofia do Direito questionar as soluções para os problemas vinculados ao Direito. Cabe indagações como: 
 O Direito compõe-se de norma e é a expressão da vontade do Estado? 
 A coação faz parte da essência do Direito? 
 A lei injusta é Direito e, como tal, obrigatória? 
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Filosofia do Direito
 A questão da eutanásia, por exemplo, quando é examinada à luz do que determina o Código Penal é um estudo que está no campo da Ciência Jurídica.
 Porém, quando a atividade intelectual extrapola esse plano, a fim de julgar o critério legal com base nos postulados Éticos, a tarefa desenvolve-se no âmbito e com os métodos da Filosofia do Direito. 
 Logo toda investigação epistemológica que se converge para o Direito é do interesse restrito dos Jurisprudentes e dos Filósofos, pois são pautadas tanto no conhecimento jurídico como no filosófico..
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Filosofia do Direito
 Uma outra questão que se apresenta a Filosofia do Direito consiste no entendimento da “ideia de Direito”.
 Esse conceito se faz necessário para que seja possível conhecer e utilizar bem um sistema jurídico, pois sem a prévia representação intelectual do Direito como se posicionar diante de indagações que envolvem os problemas de obrigatoriedade das leis injustas ou das leis em desuso?
 Esse conceito, uma vez alcançado pelo espírito (razão), será diretor do pensamento e ideias diante de numerosas questões, sem o qual o jurista não poderá desenvolver, por exemplo, a sua teoria da interpretação. 
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Filosofia do Direito
 Logo, Direito é o conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para a realização da segurança, segundo os princípios de justiça. 
 
 Assim definido, o Direito reúne três elementos primordiais: o fato, valor e norma. (Teoria Tridimensional do Direito - Miguel Reale)
 
 Como processo de adaptação social o Direito nasce dos fatos e se destina a disciplinar fatos. Direta ou indiretamente toda norma jurídica se dirige ao comportamento social. Ao indicar a conduta exigida, o Direito revela juízo de valor. 
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Filosofia do Direito
 Esses 3 três elementos primordiais, a norma, o fato e o valor, dão ao Direito um caráter vital no processo de adaptação social, pois ao possuírem caráter evolutivo fazem com que o Direito também tenha essa finalidade que é universal e necessária. 
 
 O homem depende do meio social para desenvolver o seu potencial criador e manter o equilíbrio psíquico. É no contexto social onde ele vai buscar os recursos que lhe são indispensáveis para isto. 
 
 O funcionamento da sociedade pressupõe comando e ordem e para tanto é preciso, de um lado que se organize a estrutura de poder e de outro, que se estabeleça um ordenamento jurídico. 
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Filosofia do Direito
 Além de criar normas que disciplinam as condutas individuais, institucionalizando os modelos de organização social, o Direito exerce a necessidade imperiosa de se preservarem as condições de vida coletiva. 
 
 O Estado cria o Direito e a ele se submete em suas funções de planejar e promover o bem-estar social. 
 Mediante órgãos distintos o Estado desempenha a tarefa de aplicar o Direito nas relações sociais, embora seja o Direito quem estabelece as condições e os limites de seu exercício. 
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Filosofia do Direito
 O Direito atua como uma espécie de norma constitucional para o jurista e sua coerência lógica é buscada através dos domínios da Filosofia do Direito como campo do entendimento social. 
 Por exemplo, o saber do sujeito cognoscente pode evoluir mediante etapas. 
 Possuidor da noção científica do Direito, o Jurista, que em algum tempo conheceu o Direito apenas parcialmente, no futuro poderá conhecê-lo pela via filosófica, atingido assim um grau maior de entendimento.
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Filosofia do Direito
 Entre as múltiplas correntes filosóficas do Direito, verificamos duas tendências fundamentais, o Direito Natural e o Direito Positivo. 
 De índole espiritualista, o Direito Natural situa a justiça como elemento essencial e preeminente, além de proclamar a existência do Direito eternamente válido, independente de legislação imaginado pelo homem". (Hobbes,
Locke, Rousseau)
 Já o Direito Positivo valoriza apenas os dados fornecidos pela experiência, admitindo por Direito apenas o institucionalizado pelo Estado. Sustenta que as leis feitas pelos homens são obrigatórias e válidas, sem considerar o seu conteúdo moral. (Protágoras, Maquiavel, Kelsen)
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Filosofia do Direito
 O legislador deve atuar com previsibilidade, dispondo de seu mecanismo coercitivo para preservar o equilíbrio na sociedade. Ao elaborar uma lei ele há de prepará-la de tal modo que possa ser um efetivo processo de adaptação social. 
 Para verificar essa qualidade é indispensável que se examinem os efeitos sociais provocados pela lei durante a sua vigência. Se uma lei não logrou efetividade ou não proporcionou bem-estar à sociedade não há como se considerá-la processo de adaptação social. 
 
 Conceber o fenômeno jurídico como processo de adaptação social equivale a identificá-lo como objeto cultural, como algo elaborado pelo homem para suprir as suas carências. 
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Filosofia do Direito
 Ao induzir a conduta o Direito Positivo realiza valor e o valor que tenta realizar é o da justiça. Enquanto realiza sempre valor, expressa apenas uma tentativa de consagração do justo. 
 
 O legislador há de ser também um crítico, pois se de um lado deve zelar para que o ordenamento expresse o sentimento coletivo, deve ter a sua atenção despertada para os valores do justo. 
 Compreender o Direito como objeto cultural ou processo de adaptação social não significa adesão à doutrina positivista, pois o Direito Positivo deve fundar-se no querer social e ainda na ordem natural das coisas.
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 O Direito Positivo conserva a necessidade universal que consagra os princípios do Direito Natural de preservação da vida e da liberdade humana. 
 Ao rejeitar qualquer concepção de índole metafísica a tendência Positivo entende o Direito como Ciência que deve operar os dados práticos e objetivos, visando a aplicabilidade das leis. 
 Já o Direito Natural, por seus princípios básicos, revela ao legislador o suporte jurídico que há de proteger o homem para que possa realizar o seu potencial para o bem, potencial esse que se acha impresso em sua natureza. 
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Filosofia do Direito
 Não há qualquer obstáculo ou dificuldade para se chegar ao Direito como processo de adaptação social. Para que os fatos consagrem os valores do justo e com isto a sociedade alcance equilíbrio e harmonia, há de haver normas práticas e objetivas que indiquem modelos de conduta ou estabeleçam os limites da licitude. 
 A norma é o instrumento prático do Direito, pois regula o fato em função de determinado valor que se pretende adotar socialmente. Como objeto cultural o fenômeno jurídico implica em criação humana que se faz diretamente pelo Estado. 
 O Estado efetiva o Direito pela união do Poder Legislativo com o Poder Judiciário.
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Filosofia do Direito
 O Poder Judiciário enriquece e beneficia o Direito Positivo ao impor ordenamento e induzir regras de comando jurídico. 
 Logo, em última análise, o Direito existe para garantir o funcionamento da sociedade e ao mesmo tempo preservar a dignidade da pessoa humana. 
 Os direitos objetivos ou a norma propriamente dita possibilita que determinações jurídicas possam ser aplicadas, pois a instauração da ordem jurídica visa a tutela dos interesses fundamentais da pessoa humana, aplicando o particular dentro do universal.
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 Ao lado do Direito atuando sobre o comportamento social existem os campos da Moral, Religião e das regras de trato social. Porém o Direito se distingue dos demais instrumentos de controle social sob vários aspectos. Em primeiro lugar apenas ele se subordina ao comando estatal. 
 É também o único instrumento que possui a reserva de força como garantia de sua efetividade. Os demais contam apenas com mecanismo de constrangimento psíquico. 
Ainda que a função do Direito se amplie atualmente para atender ao bem-estar e progresso dos homens, a sua meta básica é a de promover a ordem na sociedade.
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Filosofia do Direito
 O Direito não visa esgotar a potencialidade desse valor nas relações sociais. No convívio social existem, assim, questões de justiça que escapam ao controle das regras jurídicas e se subordinam a outros processos normativos. 
 As normas jurídicas, tanto quanto as demais espécies, impõem deveres, mas apenas elas possuem estrutura imperativo-atributiva, isto é, além de definir deveres atribuem direitos. 
 Quem desrespeita a uma regra de trato social não pode promover reparações. Situação diferente é a do indivíduo que causa danos a alguém, pois o órgão judicial poderá ser acionado pelo lesado para promover o ressarcimento.
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Filosofia do Direito
 Não só o Direito, mas todas as normas de conduta social são dotadas de sanções para a hipótese de quebra do dever. Todavia, a sanção jurídica, diferentemente das demais, atinge o plano material ou de liberdade do indivíduo, enquanto as demais normas alcançam apenas o plano racional. 
 A sanção jurídica pode estabelecer a pena pecuniária ou a privativa de liberdade, mas as demais se limitam à censura, reprovação, expulsão do grupo, remorso.
 As normas jurídicas, em face do princípio da segurança jurídica, estabelecem as sanções que poderão ser aplicadas na hipótese de sua violação, buscando a universalidade na conduta social.
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