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APOSTILA PROCESSO PENAL II

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CURSO DE DIREITO
PROCESSO PENAL I
PROFESSOR : RENÉ ALMEIDA
PROCESSO PENAL I
Conteúdo Programático 
1. Direito Processual Penal 
1.1. Conceito, evolução e finalidade
1.2. Características
1.3. Princípios e garantias
1.4. Fontes
2. Lei processual penal 
2.1. Interpretação e aplicação
2.2. Lei processual no tempo
2.3. Lei processual no espaço 
3. Sistemas Processuais 
3.1. Sistema Inquisitivo
3.2. Sistema Acusatório
3.3. Sistema Misto
4. Procedimentos de investigação preliminar
5. Inquérito Policial 
5.1. Conceito e finalidade
5.2. Natureza jurídica
5.3. Características
5.4. Valor probante ou probatório
5.5. Procedimentos e prazos
5.6. Encerramento, arquivamento e desarquivamento
6. Ação Penal
6.1. Conceito, características, classificação, condições e pressupostos
6.2. Princípios
6.3. A ação pública incondicionada
6.4. A ação pública condicionada
6.5. A ação privada
7. Denúncia e queixa
7.1. Conceito, finalidade, características e prazos
7.2. Recebimento, aditamento e rejeição
8. Ação civil “ex delicto”
9. Jurisdição e competência
10. Questões e processos incidentes
11. Sujeitos processuais
REFERÊNCIAS BÁSICAS 
● NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo Penal e Execução Penal. 3 ed. São Paulo: RT, 2007.
● OLIVEIRA, Eugênio Pacelli. Curso de Processo Penal. 10 ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008.
● TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. Vols. 1 e 2. São Paulo: Saraiva, 2007. 
● ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Princípios Fundamentais do Processo Penal. São Paulo: RT, 1973.
● BRASIL, Código de processo penal. 48.ed.São Paulo: Saraiva. 2008.
● JARDIM, Afrânio Silva. Bases Constitucionais para um Processo Penal Democrático in Direito Processual Penal. 7 ed, Rio de Janeiro, Forense, 1999.
● CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
● CARNELUTTI, Francesco. As misérias do processo penal. São Paulo, Edicamp, 2001.
● MIRABETE, Júlio Fabbrini. Processo Penal. São Paulo: Atlas. 
● MOREIRA, Rômulo de Andrade. Direito Processual Penal. Rio de Janeiro: Forense, 2003._________. Direito Processual Penal. Salvador: Podivm, 2007.
● RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 11 ed. Rio de Janeiro, Lumen Júris, 2006.
● TAVORA, Nestor & ALENCAR, Rosmar A.R.C de. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: Podivm, 2009. 
CONCEITO
Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do Direito Penal objetivo.
Na definição de José Frederico Marques, “é o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos da função jurisdicional e respectivos auxiliares” (Elementos de direito processual penal, 2. ed., Forense, v. 1, p.20). 
CONTEUDO DO PROCESSO PENAL
A finalidade do processo é propiciar a adequada solução jurisdicional do conflito de interesses entre o Estado-Administração e o infrator, através de uma sequência de atos que compreendam a formulação da acusação, a produção das provas, o exercício da defesa e o julgamento da lide.
O processo compreende:
● Instauração de uma relação jurídica processual triangularizada pelo juiz (sujeito imparcial a quem compete a solução da lide) e pelas partes (acusação no polo ativo e defesa no polo passivo)
● A realização de uma sequência ordenada de atos, chamadas de procedimentos, art. 394 do CPP a qual abrange, necessariamente, a formulação de uma acusação (pública ou privada) o exercício do direito de defesa, a produção das provas requeridas pelos polos acusatórios e defensivo e a decisão final.
CARACTERÍSTICAS
Autonomia: o direito processual não é submisso ao direito material, isto porque tem princípios e regras próprias.
 b) Instrumentalidade: é o meio para fazer atuar o direito material penal, consubstanciado o caminho a ser seguido para a obtenção de um provimento jurisdicional válido.
 c) Normatividade: é uma disciplina normativa, de caráter dogmático, inclusive com codificação própria (Código de Processo Penal: Dec-Lei nº 3.689/41)
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E CONSTITUCIONAIS
● Princípio da Verdade Real: no processo penal, devem ser realizadas as diligências necessárias e adotadas todas as providências cabíveis para tentar descobrir como os fatos realmente se passaram, de forma que o jus puniendi seja exercido com efetividade em relação àquele que praticou ou concorreu para a infração penal. O juiz tem o dever de investigar como os fatos se passaram na realidade, não se conformando com a verdade formal constante dos autos. (art. 156,II do 	CPP, Lei nº 11.690/2008). Art. 5.º, LXIII, da CF e do art. 186 do CPP.
● Princípio ne procedat judex ex officio ou da iniciativa das partes: O juiz não pode dar início ao processo sem a aprovação da parte. Cabe ao Ministério Público promover privativamente a ação penal pública (CF, 129,I) e ao ofendido, a ação penal privada, inclusive a subsidiária da pública (CPP, arts. 29 e 30; CF, art. 5º, LXI). Neste contexto, os artigos 26 e 531, CPP, não foram recepcionados pela Constituição de 1988, não se admitindo mais que nas contravenções penais a ação penal tenha início por portaria baixada pelo delegado ou magistrado (chamava de judicialiforme). 
● Princípio do devido processo legal: Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei. O art. 5º, inc. LIV da CF assegura que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
● Vedação à utilização de provas ilícitas: São aquelas que afrontam direta ou indiretamente garantias tuteladas pela Constituição Federal, não poderão, em regra, ser utilizadas no processo criminal como fator de convicção do juiz. Constituem uma limitação de natureza constitucional (art. 5º., LVI) ao sistema do livre convencimento estabelecido no ar. 155 do CPP, segundo o qual o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial. Ver art. 157 do CPP. 
● Princípio da presunção de inocência ou de não culpabilidade ou estado de inocência: Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (art. 5º, LVII, CF). O reconhecimento da autoria de uma infração criminal pressupõe sentença condenatória transitada e julgado.
● Princípio da obrigatoriedade de motivação das decisões judiciais: As decisões judiciais precisam sempre ser motivadas (Art. 93,IX, da CF; art. 381 do CPP). É atributo constitucional-processual que possibilita às partes a impugnação das decisões tomadas no âmbito do Poder Judiciário, conferindo, ainda, à sociedade a garantia de que essas deliberações não resultam de posturas arbitrárias, mas sim de um julgamento imparcial, realizado de acordo com a lei. 
● Princípio da publicidade: Previsto expressamente no art. 93, IX, 1ª parte, da CF e no art. 792, caput, do CPP, representa o dever que assiste ao Estado de atribuir transparência a seus atos, reforçando, com isso, as garantias da independência, imparcialidade e responsabilidade do juiz.
Na definição Julio Fabbrini Mirabete, “os direitos de assistência, pelo público em geral, dos atos processuais, a narração dos atos processuais e a reprodução de seus termos pelos meios de comunicação e a consulta dos autos e obtenção de cópias, extratos e certidões de quaisquer deles” (Código de Processo Penal, 11. ed. São Paulo: atlas, 2003. pg. 1841).
Essa garantia não é absoluta, exceções chamada publicidade restrita – CF, art. 5º., inciso X e inciso LX, no CPP, art. 201 § 6º e art. 485 § 2º, art. 793 § 1º. Legislação especial Lei 9.296/1996, art. 1º e mais recente Lei 12.015/2009, art. 234-B, do CP.
● Princípio da imparcialidade do juiz: Significa que o magistrado, situando-se no vértice da relação processualtriangular entre ele, a acusação e a defesa, deve possuir capacidade objetiva para solucionar a demanda, vale dizer, julgar de forma absolutamente neutra, vinculando-se apenas às regras legais e ao resultado da análise das provas do processo. O juiz interessado deve ser afastado, e os permissivos legais para tanto se encontram no artigo 254 do CPP (hipóteses de suspeição) e no art.252 (hipótese de impedimentos). Reconhecida ex officio pelo juiz.
● Princípio da isonomia processual: As partes em juízo, devem contar com as mesmas oportunidades e ser tratados de forma igualitária. É o desdobramento do principio da garantia constitucional assegurada pela CF, no art. 5º., caput, ao dispor que todas as pessoas serão iguais perante a lei em direitos e obrigações. 
● Princípio do Contraditório: Trata-se do direito assegurado às partes de serem cientificadas de todos atos e fatos havidos no curso do processo, podendo manifestar-se a respeito e produzir as provas necessárias antes de ser proferida a decisão jurisdicional. Art. 5º., LV, da CF, no CPP, art. 409 e art. 479.
● Princípio da ampla defesa: Implica o dever de o Estado proporcionar a todo acusado a mais completa defesa, seja pessoal (autodefesa), seja técnica (efetuada por defensor) (CF, art. 5º, LV), e o de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados (CF, art. 5º, LXXIV), no CPP, após ouvir a acusação arts. 402, 403, e 534. 
● Princípio do duplo grau de jurisdição: Assegura a possibilidade de revisão das decisões judiciais, através do sistema recursal, onde as decisões do juízo a quo podem ser reapreciada pelos tribunais. Decorre da própria estrutura atribuída ao Poder Judiciário, incumbindo-se a Constituição, nos arts. 102, II e III, 105, II e III, 108, II, de outorga competência recursal aos diversos tribunais do pais. Sumula 347 STJ. “o conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão”.
● Principio do juiz natural: Consagra que ninguém será processado nem sentenciado se não pela autoridade competente, art. 5º., LIII, da CF. E a vedação constitucional à criação de juízos ou tribunais de exceção (art. 5º, inc. XXXVII da CF) Em outras palavras, tal principio impede a criação casuística de tribunais pós-fato, para apreciar um determinado caso. 
● Princípio do promotor natural: Também deflui da regra constante do art. 5º, LIII, da CF, e significa que ninguém será processado senão pelo órgão do Ministério Público, dotado de amplas garantias pessoais e institucionais, de absoluta independência e liberdade de convicção e com atribuições previamente fixadas e conhecidas. O STF, em plenário vedou a designação casuística de promotor (HC 67.759/RJ, rel. Min. Celso de Mello).
● Princípio da legalidade ou obrigatoriedade: Os órgão aos quais é atribuída a persecução penal não possuem poderes discricionários para agir em determinadas situações segundo critérios de conveniência e oportunidade. A autoridade policial é obrigado a instaurar o inquérito policial sempre que tomar conhecimento da ocorrência de um crime. Também o Ministério Público esta obrigado ao ajuizamento da ação pública quando dispuser dos elementos necessários a essa finalidade.
● Princípio da oficialidade: os órgão incumbidos da persecução penal devem proceder ex officio, não devendo aguardar provocação de quem quer que seja, ressalvados os casos de ação penal privada e de ação penal pública condicionada à representação do ofendido (CPP, arts. 5º, §§ 4º e 5º, e 24).
● Princípio do impulso oficial: uma vez instaurado o processo criminal, o juiz, de oficio, ao encerrar cada etapa procedimental, deve determinar que se passe à seguinte, sem que,para esse fim, seja necessário requerimento das partes. Justifica-se o principio na circunstância de que ao Estado compete o jus puniendi, que o seu interesse em exercê-lo independe de ser titular da ação penal o Ministério Público ou o particular. 
● Princípio da oficialidade: Possui fundamento legal nos arts. 129, I, e 144, § 4º.,ambos da CF, bem como no art. 4º. Do CPP. Importa, no sistema vigente, em atribuir a determinados órgãos do Estado a apuração de fatos delituosos (persecução penal), bem como aplicação da pena que vier, eventualmente, a ser fixada. Assim, à autoridade policial e ao Ministério Público incumbida a atividade persecutória, enquanto aos órgãos do Poder Judiciário caberá a prestação jurisdicional penal, todos, como se vê, órgãos públicos.
● Princípio da indisponibilidade: A autoridade policial não pode determinar o arquivamento do inquérito policial (CPP, art. 17) e o Ministério Público não pode desistir da ação penal pública, nem de recurso interposto (CPP, arts. 42 e 576). Exceção, mais uma vez, nos crimes de ação penal de iniciativa privada, em que se admite o perdão, a perempção e a desistência, dada a disponibilidade sobre o conteúdo do processo. 
● Princípio da identidade física do juiz: Consiste na vinculação obrigatória do juiz aos processos cuja instrução tivesse iniciado, de sorte que não poderia o feito ser sentenciado por magistrado distinto. Esta consagrado em nível infraconstitucional pela Lei 11.719/2008 ao CPP, no art, 399, § 2º., estabelecendo que o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.
● Princípio do in dubio pro reo ou favor rei: A dúvida sempre beneficia o acusado. Se houver duas interpretações, deve-se optar pela mais benéfica; na duvida, absolve-se o réu, por insuficiência de provas; só a defesa possui certos recursos, como os embargos infringentes; só cabe ação rescisória penal em favor do réu (revisão criminal). O juiz absolverá o réu quando não houver provas suficientes para a condenação, art. 386, VII do CPP.
Obs.: na decisão de pronúncia, adota-se o in dubio pro societate. 
FONTES 
Conceito: Entende-se a origem e a forma como se exteriorizam as normas, os preceitos e os princípios jurídicos que informam o processo penal e cuja observância é condição para seu desenvolvimento regular. Classificam-se em fontes materiais (são aquelas que criam o direito) e fontes formais (são aquelas que revelam o direito).
● Fontes materiais ou fontes substanciais ou fontes de produção: É o Estado. Compete privativamente à União legislar sobre direito processual (CF, art. 22, I). Lei complementar federal pode autorizar os Estados a legislar em processo penal, sobre questões especificas de interesse local (art. 22, parágrafo único, da CF). A União, os Estados e o Distrito Federal possuem competência concorrente para legislar sobre criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas (art. 24, I, e §§ 1º e 2º, da CF). Sobre procedimento em matéria processual, a competência para legislar é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal, conforme o inciso XI do art. 24 da CF. 
● Fonte formal ou fonte de revelação de cognição ou de classificação: Traduzem as formas pelas quais o direito se exterioriza.
▪ Fontes formais imediatas ou diretas: as leis (CF, legislação infraconstitucional–direito penitenciário/custas dos serviços forenses/processo do juizado de pequenas causas/procedimentos em matéria processual, os tratados, convenções e regras de direito internacional / § 3º do art. 5º da CF-EC nº 45/2004).
▪ Fontes formais mediatas ou indiretas: compreendem-se os princípios gerais do direito, a analogia, os costumes, a doutrina, e a jurisprudência. 
A doutrina: consiste na opinião manifestada pelos operadores do direito ou estudiosos sobre determinado tema.
Os princípios gerais de direito: exteriorizam-se, muitas vezes, por meio dos brocardos jurídicos, “ o direito não socorre a quem dormem”; “ o réu não poderá ser obrigado à auto-incriminação”; “o juiz conhece o direito”, enfim apesar de não estarem escrita informam o sistema jurídico.
A analogia: consiste em estender a um caso não previsto aquilo que o legislador previu para outro caso,desde que em igualdade de condições. Sumula 696 do STF.
Os costumes: são regras de conduta reiterada, às quais se agrega uma consciência de obrigatoriedade.
Ajurisprudência: é o entendimento consubstanciado em decisões judiciais reiteradas sobre um determinado assunto. 
A depender dos princípios que venham a informá-lo, o processo penal materializa-se em inquisitivo, acusatório e misto. É o que Tourinho Filho enquadra como tipos de processo.
SISTEMA PROCESSUAIS PENAIS
● Sistema inquisitivo: Típico dos sistemas ditatoriais, é o que concentra em figura única (juiz) as funções de acusar, defender e julgar. Não há contraditório ou ampla defesa. O procedimento é escrito e sigiloso. O julgador inicia de oficio a persecução, colhe as provas e profere decisão. O réu, mero figurante, submeter-se ao processo numa condição de absoluta sujeição, sendo em verdade mais um objeto da persecução do que sujeito de direitos. (Adepto-Denilson Feitosa / art. 5º., II; art. 156; art. 311 do CPP)
● Sistema acusatório: É o adotado no Brasil. Tem por características fundamentais: separação entre as funções de acusar, defender e julgar, conferidas a personagens distintos. Os princípios do contraditório, da ampla defesa e da publicidade regem todo processo; o órgão julgador é dotado de imparcialidade; o sistema de apreciação das provas é o do livre convencimento motivado. É de se destacar que a existência do inquérito policial não descaracteriza o sistema acusatório, pois se trata de uma fase pré-processual, que visa dar embasamento à formação da opinio delicti pelo titular da ação penal, onde não há partes, contraditório ou ampla defesa. Contudo, essa regra de ser o inquérito puramente inquisitivo deve ser aplicada com cautela, máxime quando se esta diante de produção de provas que não seja passível de ratificação em juízo. (art. 93, IX; art. 5º., LIV; LV; LVII da CF).
● Sistema misto: Aquele que abrange duas fases processuais distintas: uma, a fase inquisitiva, destituída de contraditório, publicidade e ampla defesa, na qual são realizadas uma investigação preliminar e uma instrução preparatória, sob o comando do juiz; e outra, a fase do julgamento, em que são asseguradas ao acusado todas as garantias do processo acusatório, em especial a isonomia processual, o direito de manifestar-se a defesa depois da acusação e a publicidade. 
LEI PROCESSUAL PENAL: EFICÁCIA NO TEMPO E NO ESPAÇO
Por eficácia da norma processual compreende-se a sua aptidão para produzir efeito. No âmbito do processo penal, essa eficácia não é absoluta, encontrando limitação em determinados fatores, entre os quais sobressaem:
● Fatores de ordem espacial: são aqueles que, sustentados em aspectos de territorialidade, impõe à norma a produção de seus efeitos em determinados lugares e não em outros.
● Fatores de ordem temporal: corresponde ao período de atividade ou extratividade (retroatividade e ultratividade) da lei, tornando-a apta a vigorar e produzir seus efeitos apenas em determinados intervalo de tempo. 
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
Adotou o art. 1º do CPP o principio da territorialidade como regra geral de solução de conflitos:
 Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
        I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; (apreciado por tribunal estrangeiros) 
        II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); (não são julgados pelo poder judiciário e sim Poder legislativo) 
        III - os processos da competência da Justiça Militar;(art.124 da CF, Justiça Militar para julgar crimes militar) 
        IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); (art. 109, IV, CF) 
        V - os processos por crimes de imprensa. 
        Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
O art. 2º do CPP dispõe que a lei processual penal será aplicada desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. Incide o principio do efeito imediato ou da aplicação imediata da lei processual, significando que o tempo rege a forma como deve revestir-se o ato processual e os efeitos que dele podem decorrer. Logo, se no curso de um processo criminal sobrevier nova lei processual, os atos já realizados sob a égide da lei anterior manterão sua validade normal. Contudo, os atos posteriores serão praticados segundo os termos da nova normatização.
Ex. de retroatividade: preso por trafico em 2005, lei 6.368/1976, entrada da lei 11.343/2006.
Ex. de ultratividade: Lei nº 8.072/90 crime hediondos, progressão de regime só com um sexto da pena, lei nº 11.464/07, atribui nova redação com o mínimo de dois quinto da pena se o condenado for primário ou três quinto se reincidente. Súmula vinculante nº 26. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
 Interpretação é a atividade que consiste em extrair da norma seu exato alcance real significado. Deve buscar a vontade da lei , não importando vontade de quem fez.
● Quanto ao sujeito que a elabora:
Autentica ou legislativa: feita pelo próprio órgão encarregado da elaboração do texto. Pode ser contextual (feita pelo próprio texto interpretado) ou posterior (quando feita após a entrada em vigor da lei). Ex. art.327 do CP, conceito de funcionário público.
Doutrinário ou cientifico: feita pelos estudiosos do direito. Ex. Artigos cientifico - doutrinários.
Judicial ou jurisprudencial: feita pelos órgãos jurisdicional
● Quanto aos meios empregados:
Interpretação gramatical, literal ou sintática: considera a letra fria da lei, vale dizer, o sentido literal dos termos incorporados ao texto legal
Interpretação teleológica ou lógica: busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins e à sua posição dentro do ordenamento jurídico. Ex. art. 109 IX da CF, “crimes cometidos a bordo de navio”.
● Quanto ao resultado:
a) Interpretação declarativa: busca corresponder o sentido das palavras expressas no texto interpretado com a vontade da lei, evitando restringir-lhes ou aumentar-lhe o significado. Ex. art. 141, III, do CP, “varias pessoas”, possui o sentido de “mais de duas pessoas”. 
b) Interpretação restritiva: Ocorre quando o intérprete conclui que a letra escrita da lei foi além de sua vontade, impondo-se, pois, restringir-lhe o alcance até que se consiga chegar ao sentido real. Ex. o art. 806, § 2º, do CPP determina que a falta de preparo importará em deserção do recurso interposto.
c) Interpretação extensiva: Ocorre quando o intérprete detecta que a letra escrita da lei encontra-se aquém de sua vontade, impondo-se, se assim, estender-lhe o alcance para que se possa chegar ao verdadeiro significado. Ex. art. 581 do CPP elenca as hipóteses de cabimento do recurso em sentido estrito.
d) Interpretação progressiva (adaptativa ou evolutiva): É aquela que, ao longo do tempo, adapta-se às mudanças político-sociais e às necessidades do presente. Ex. art. 68 do CPP. (Defensor Público na comarca) 
INQUÉRITO POLICIAL
۷ Conceito;
۷ Natureza jurídica;
۷ Finalidade do Inquérito Policial;
۷ Destinação;
۷ Características;
۷ Formas de instauração do Inquérito Policial;
۷ Diligências Investigatórias;
۷ Indiciamento;
۷ Incomunicabilidade do indiciado preso;
۷ Prazo para conclusão do inquérito;
۷ Arquivamento do Inquérito Policial;
۷ Recursos cabíveis.
CONCEITO
“Inquérito Policial é, pois, o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária para a apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo”. (Fernando da Costa Tourinho Filho. Processo Penal, 17ª ed., p. 109).
“O inquérito policial é uma peça escrita, preparatória da ação penal, de natureza inquisitiva”. (Vicente Greco Filho. Manual de Processo Penal, 3ª ed., p. 81)
“InquéritoPolicial é todo procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da pratica de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de uma instrução provisória, preparativa, informativa, em que se colhem elementos por vezes difíceis de obter na instrução judiciária, como auto de flagrante, exames periciais, etc”. (Julio Fabbrini Mirabete. Processo Penal, 7ª ed., p.78).
TERMO CIRCUNSTANCIADO
Esse termo circunstanciado nada mais é senão um boletim de ocorrência, simplificando-se toda a formalidade do inquérito policial. (art. 69 e 77, § 1º da lei), Lavrado pela autoridade policial (delegado de policia), no qual constará uma narração dos fatos, bem como a indicação da vitima, do autor do fato e das testemunham número máximo de três seguindo em anexo um boletim médico ou prova equivalente, quando necessário comprovar a materialidade delitiva (dispensando o laudo de exame de corpo de delito). Será encaminhado ao Juizado de Pequenas Causas Criminais. Não haverá prisão em flagrante, quando o autor assumir o compromisso de comparecer ao juizado, ficando proibida a lavratura do auto de prisão em flagrante, independente do pagamento de fiança. (art. 69, parágrafo único da lei).
Será cabível em relação às infrações de menor potencial ofensivo, que são:
● Contravenções (Decreto-Lei nº 3688/41);
● Crimes cuja pena máxima não seja superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa, sujeitos ou não a procedimento especial. Ex. desacato.
POLÍCIA JUDICIÁRIA E POLÍCIA ADMINISTRATIVA
● Polícia Administrativa ou de Segurança 
De caráter eminentemente preventivo, com o seu papel ostensivo de atuação, impedir a ocorrência de infrações. No exercício dessa função, atua a policia com discricionariedade e independente de autorização judicial. Ex: Policia Militar dos Estados.
● Polícia Judiciária (art.4º. Do CPP)
De atuação repressiva, age após a ocorrência de infração, visando angariar elementos para apuração da autoria e constatação da materialidade delitiva possibilitando assim a instauração de ação penal pelo MP (persecução penal) contra os respectivos autores. Ex: Policia Federal (art.144 § 1º, IV da CF) e Policia Civil (art. 144, § 4º).
NATUREZA JURÍDICA 
Procedimento administrativo, portanto, não se trata de processo.
Explica Rogério Sanches:” também por se tratar de um procedimento administrativo é que se entende que eventuais vícios nesta fase não afetam a ação penal, gerando efeitos apenas no âmbito do inquérito policial.Desse modo se, por exemplo, na prisão em flagrante não se expedir nota de culpa, a consequência será o relaxamento da prisão com a liberação do preso, não evitando, contudo, que venha a ser processado mais à frente.”
FINALIDADE
Apurar crime e autoria
DESTINAÇÃO
Destina-se a servir de base para uma futura ação penal (art. 12, CPP)
Art. 12 O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.
CARACTERÍSTICAS 
● ESCRITO – não existe inquérito oral (art. 9, CPP)
Art. 9. Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.
Atente: O art. 405, § 1º, CPP, modificado pela Lei nº 11.719/08
● INSTRUMENTAL – é o instrumento utilizado pelo Estado para reunir prova e materialidade e indícios de autoria.
● OBRIGATORIO – havendo um mínimo de elementos o delegado deve instaurar o IP.
● DISPENSAVEL – quando o MP contar com provas autônomas poderá dispensar o IP. (art. 39, § 5°, CPP).
Art. 39. (...)
§ 5º O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia
● INFORMATIVO – os elementos reunidos no IP só servem para a propositura da ação penal, jamais para sustentar uma condenação.
● SIGILOSO – não há publicidade, visto que é necessário para a eficiência da investigação. No entanto, poderá tomar parte do inquérito o Juiz, Promotor e Advogado. (art. 20, CPP).
Art. 20 A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.
Art. 7º São direitos do advogado: 
XIV - examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos;
● INQUISITIVO – não há contraditório e ampla defesa em sede do IP. Porque não existe lide, partes, logo não há conflito de interesses.
● INDISPONIBILIDADE – o delegado não pode arquivar inquérito policial (art. 17, CPP).
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
● DISCRICIONARIEDADE – o delegado conduz as investigações da forma que entende mais eficiente, não atende a um rito seqüencial vinculatório de diligências (art. 14, CPP).
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
● OFICIALIDADE – o delegado de policia é autoridade que preside o inquérito policial, constitui-se em órgão oficial do Estado (art.144, §4° da CF).
● OFICIOSIDADE – havendo crime de ação penal incondicionada, a autoridade policial deve atuar de oficio, instaurando o inquérito e apurando os fatos. (art. 5º., I, CPP).
● TEMPORÁRIO – com a garantia da razoável duração do IP, não pode ser por prazo indeterminado.
FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO
۷ Requisição: exigência para a realização de algo, fundamentada em lei. Não se confunde com ordem, pois nem o representante do MP, nem tampouco o juiz, são superiores hierárquicos do delegado de policia. (Principio da obrigatoriedade da ação penal pública) 
۷ Requerimento: Solicitação, passível de indeferimento, daí porque não possui a mesma força de uma requisição.
۷ Representação: Consiste na exposição de um fato, acrescida da sugestão de providências. 
Crime de ação penal privada: Requerimento do ofendido e representante legal. (art. 5º, § 5º CPP)
Crime de ação penal pública condicionada: Representação do ofendido e Requisição do Ministro da Justiça. (art. 5º, § 4º, CPP)
Ação penal pública incondicionada: (art. 5º. I, II, §1º, 2º) 
● De Ofício; é instaurado por portaria (art. 5º I) 
● Mediante requisição da autoridade judiciária ou do ministério público;
(art.5º, II)
● A requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo;
Neste caso, a peça inaugural poderá ser a própria petição da vitima ou portaria do delegado. 
Art. 5º. (...)
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
● Flagrante;
● Noticia oferecida por qualquer do povo. É conhecida como Delatio Criminis. a) delação simples (mero aviso de crime, sem qualquer solicitação), b) delação postulatória ( se dá a noticia do fato e se pede a instauração do inquérito) c) delatio criminis anônima (Disque Denuncia - antes de instaurar o inquérito deve verificar a veracidade da noticia/STF (art. 5º, § 3º CPP).
 
NOTITIA CRIMINIS 
É o conhecimento pela autoridade, espontânea ou provocado, de um fato delituoso.
● Cognição imediata/direta (espontânea): A autoridade policial toma conhecimento de fato delituoso por meio de suas atividades rotineiras jornais.
● Cognição mediata/indireta (provocado): A autoridade policial toma conhecimento do fato por expediente escrito. Ocorre quando a própria vitima provoca a atuação da autoridade policial, bem como quando o promotor requisita sua atuação. 
Obs: Delatio criminis: é a denominação dada à comunicação feita por qualquer pessoa do povo à autoridade policial (ou membro do MP ou Juiz) acerca da ocorrência de infração penal que caiba ação penal pública incondicionada (art. 5º, § 3º do CPP). Pode ser feita oralmente ou por escrito. 
● Cognição coercitiva: A autoridade policial toma conhecimento do fato pela apresentação do individuo preso em flagrante. 
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS(art. 6° do CPP)
Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: 
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; 
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais;         
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
 IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
INDICIAMENTO
Indiciar é atribuir à autoria de uma infração penal a uma pessoa. Porém existem exceções. Membros do Ministério Público e Magistrado não poderão ser indiciados.
Art. 33. São prerrogativas do magistrado: 
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou Órgão Especial competente para o julgamento, a fim de que prossiga na investigação.
Art. 18. São prerrogativas dos membros do Ministério Público da União: 
Parágrafo único. Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de infração penal por membro do Ministério Público da União, a autoridade policial, civil ou militar, remeterá imediatamente os autos ao Procurador-Geral da República, que designará membro do Ministério Público para prosseguimento da apuração do fato. O mesmo será aplicável aos membros dos Ministérios Públicos Estaduais.
INCOMUNICABILIDADE DO INDICIADO PRESO (art. 21, do CPP)
Art. 21. A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir. ( Não foi recepcionado pela nova ordem constitucional ).
Art. 5º. (...)
 LXII da CF. “A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada”.
Art. 136. (...) CF
§ 3º. Na vigência do estado de defesa: 
IV – é vedada a incomunicabilidade do preso. 
PRAZO PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO
	CPP 
	Réu preso/Regra
	10 dias
	CPP
	Réu solto/Regra
	30 dias
	CPPM
	Réu preso
	20 dias
	CPPM
	Réu solto
	40 dias
	Justiça Federal
	Réu preso
	15 dias
Pode ser dobrado
	Justiça Federal
	Réu solto
	30 dias
Pode ser dobrado
	Nova Lei de Drogas
	Réu preso
	30 dias
Admite-se uma prorrogação
	Nova Lei de Drogas
	Réu solto
	90 dias
Admite-se uma prorrogação
	Crimes Contra a Economia Popular
	Réu solto/preso
	10 dias
CONCLUSÃO DO IP (art. 10, § 1° do CPP)
Neste momento, determina o CPP que a autoridade policial faça minucioso relatório do que houver apurado, encaminhando, a seguir, os autos de procedimento a juízo (art. 10, § 1º, CPP) juntamente com os instrumentos e objetos que interessarem à prova (art. 11 do CPP).
No relatório, a autoridade policial deverá limitar-se a declinar as providencias realizadas, resumir os depoimentos prestados e as versões da vitima e do investigado, mencionar o resultado das diligencias perpretadas durante as investigações, indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas e a partir de tudo isso, expor o seu entendimento acerca da tipicidade do delito investigado, de sua autoria e materialidade.
Em nenhuma hipótese será licito ao delegado examinar ou tecer considerações no relatório acerca de aspectos relativos à ilicitude da conduta ou à culpabilidade do indiciado. O relatório é o momento adequado para que o delegado de policia proceda à classificação do crime.
Art. 10, (...)
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará os autos ao juiz competente. (Tem Estados-membros, que o TJ determina que o inquérito seja remetido as Centrais de Inquérito do Ministério Público).
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
Tal providencia só cabe ao juiz, a requerimento do MP (CPP, art. 28), que é o exclusivo titular da ação penal pública (CF,art. 129, I). O juiz jamais poderá determinar o arquivamento do inquérito, sem previa manifestação do MP; se o fizer, da decisão caberá correição parcial).
Se o juiz discordar do pedido de arquivamento do representante ministerial, deverá remeter os autos ao procurador-geral de justiça, o qual poderá oferecer denuncia, designar outro promotor para fazê-lo, ou insistir no arquivamento, quando, então, estará o juiz obrigado a atendê-lo (CPP, art. 28).
Súmula 524 do STF, dispondo que “arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas”.
Fundamentos (hipóteses) de acordo com a doutrina o inquérito policial poderá ser arquivado de acordo com os seguintes fundamentos:
Atipicidade; (STF/HC-84.812) em hipóteses de manifesta atipicidade da conduta é possível à impetração de HC pleiteando o trancamento da ação penal.
Excludente da ilicitude;
Excludente de culpabilidade;
Causa extinta da punibilidade;
Ausência de elementos informativos quanto à autoria e materialidade.
Obs: Na hipótese de arquivamento por falta de provas a decisão só faz coisa julgada formal. Ou seja, poderá reabrir o processo (STF – HC 80.560 e HC 85.156). 
Procedimento do arquivamento
Arquivamento na Justiça Estadual ( Discordando o Juiz, ele remeterá os autos ao Procurador de Justiça, eis as possibilidades: (Art. 28 do CPP).
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
۷ Oferecer a denúncia;
۷ Requisitar diligências;
۷ Designar outro membro do MP para oferecer a denúncia;
۷ Insistir do pedido de arquivamento (nesse caso o Juiz estará obrigado a arquivar).
b) Arquivamento na Justiça Federal / Militar da União ( Discordando o Juiz, os autos serão remetidos à câmara de coordenação e revisão, seja ela do MPF, MPM, ou do MPDFT.
Obs: A manifestação da câmara é meramente opinativa, ou seja, quem decidirá é o PGR.
c) Arquivamento na Justiça Eleitoral ( (Art. 357, § 1º da Lei 4.737/65) “Código Eleitoral”.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de dez dias. 
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá a denúncia, designará outro promotor para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. 
Ou seja, discordando o Juiz do pedido de arquivamento fará remessa dos autos ao Procurador-regional eleitoral (é um Procurador da República que atua perante os tribunais).
d) Arquivamento na Justiça Militar da União ( (Art. 14, I, c, da Lei 8.457/92).
Art. 14. Competeao Juiz-Auditor Corregedor: 
I – proceder às correições: 
c) nos autos de inquérito mandados arquivar pelo Juiz-Auditor, representando ao Tribunal, mediante despacho fundamentado, desde que entenda existente indícios de crime e de autoria.
Ou seja, se o Juiz auditor deferir o pedido de arquivamento formulado pelo MPM, discordando o Juiz auditor-corregedor poderá representar ao STM. Se o STM julgar procedente este pedido remete os autos a câmara de coordenação e revisão do MPM (para manifestação opinativa e posteriormente ao Procurador-geral da Justiça Militar).
e) Arquivamento implícito ( O inquérito policial traz dois indiciados, o MP oferece denúncia contra um, não denunciando e nem pedindo arquivamento contra o outro. Será que nesse caso ocorreu um arquivamento implícito? Resposta: Doutrina e Jurisprudência não admitem o arquivamento implícito, pois, toda a decisão do MP deve ser fundamentada.
f) Arquivamento indireto ( o MP pede a remessa dos autos à Justiça competente e o Juiz discorda. Nesse caso aplica-se por analogia o art. 28 do CPP. Ex. crime de competência da justiça federal – moeda falsa.
Recursos Cabíveis:
Em regra, a decisão de arquivamento é irrecorrível, ou seja, não cabe recurso. No entanto, existem exceções: 
● Crime contra a economia popular ( caberá o recurso de oficio. (art. 7º, da Lei 1.521/51). 
● Contravenção do jogo do bicho e corrida de cavalos ( caberá recurso em sentido estrito. 
● Juiz que arquiva inquérito de oficio ( caberá correição parcial.
CONDUÇÃO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL PELO MP 
( Fundamentos contrários:
a) Atenta contra o sistema acusatório – cria um desequilíbrio entre acusação e defesa;
b) MP é dotado do poder de requisição – assim cabe a ele requisitar diligencias ou requisitar a instauração de inquérito policial, porém, o MP não pode presidir um inquérito policial. A presidência do inquérito é atribuição exclusiva da polícia judiciária.
c) Falta de previsão legal e instrumentos aptos para a investigação. 
( Fundamentos favoráveis: (entendimento majoritário)
a) Doutrina/teoria dos poderes implícitos (McCullouch x Maryland – 1819 – surgimento na Suprema Corte Norte Americana): ao conceder uma atividade fim a determinado órgão ou instituição a CF teria implícita e simultaneamente concedido todos os meios necessários para que tal objetivo fosse atingido. CF, art. 129, I – MP como titular da ação penal. Informativo do STF 538, HC 91661 de marco de 2009 – acolheu esta teoria.
b) Polícia judiciária não se confunde com polícia investigativa: somente a polícia judiciária é exclusiva da policia civil e polícia federal. Constituem a polícia investigativa polícia, COAF, CPI e MP.
c) Procedimento investigatório criminal: (regulado pelo CNMP – resolução n° 13) é um instrumento de natureza administrativa e inquisitorial, instaurado e presidido por um membro do Ministério Público, com atribuição criminal, e terá como finalidade apurar a ocorrência de infrações penais de natureza pública, fornecendo elemento para o oferecimento ou não de denúncia.
AÇÃO PENAL PRIVADA
Conceito: é aquela em que o Estado, titular exclusivo do direito de punir, transfere a legitimidade para a propositura da ação penal à vitima ou a seu representante legal. Vale ressaltar, que mesmo na ação privada, o Estado continua sendo o único titular do direito de punir e, portanto, da pretensão punitiva.
O direito de punir todo aquele que cometeu um ilícito penal (jus puniendi) é sempre do Estado. Tanto é assim que somente o Estado, através do juiz, pode aplicar uma pena. Para exercer, em nome do Estado, o direito de acusar em juízo (jus accusationis), há um órgão oficial especialmente concebido para esse fim que é o Ministério Público. Em determinadas situações, porém, o Estado transfere ao particular o direito de acusar. Ou seja, o jus accusationis que, normalmente, tem como titular o MP, em hipóteses expressamente previstas na lei, é transferido para o particular. É o que ocorre na ação penal privada.
São três motivos que justificam a existência da ação penal privada:
O delito atingiu de forma imediata (direta) a vitima e apenas de forma mediata (indireta) a sociedade.
O bem jurídico atingido é muito particular, pessoal,subjetivo, por isso, cabe ao ofendido decidir se quer ou não o processo.
O chamado strepitus processus ou strepitus judicii, ou seja, o escândalo do processo
Fundamento: evitar que o escândalo processual provoque no ofendido um mal maior do que a impunidade do criminoso, decorrente da propositura da ação penal.
Titular: o ofendido ou seu representante legal (CP, art. 100, § 2°, CPP, art. 30). O autor denomina-se querelante e o réu, querelado. No caso de morte do ofendido, o direito de queixa passa a seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art.31). 
( Princípio da oportunidade ou conveniência: o ofendido tem a faculdade de propor ou não a ação de acordo com a sua conveniência, ao contrario da pública. Neste caso a autoridade policial se deparar com uma situação de flagrante delito de ação privada, ela só poderá prender o agente se houver expressa autorização do particular (CPP, art. 5°, § 5°).
( Princípio da disponibilidade: a decisão de prosseguir ou não até o final é do ofendido. É uma decorrência do principio da oportunidade.
( Princípio da indivisibilidade: previsto no art. 48 do CPP, o ofendido pode escolher entre propor ou não a ação. Não pode, escolher dentre os ofensores qual irá processar. Ou processa todos, ou não processa nenhum. O MP, não pode aditar a queixa para nela incluir os outros ofensores, porque estaria invadindo a legitimação do ofendido.
( Princípio da intranscendência: a ação penal só pode ser proposta em face do autor e do participe da infração penal, não podendo se estender a quaisquer outras pessoas.
Espécies de ação penal privada: Exclusivamente privada ou propriamente dita, personalíssima, subsidiária da pública. 
Exclusivamente privada, ou propriamente dita
Pode ser proposta pelo ofendido, se maior de 18 anos e capaz; por seu representante legal, se o ofendido for menor de 18 anos; ou, no caso de morte do ofendido ou declaração de ausência, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CPP, art. 31)
 Ação privada personalíssima
Sua titularidade é atribuída única e exclusivamente ao ofendido, sendo o seu exercício vedado até mesmo ao seu representante legal, inexistindo, ainda, sucessão por morte ou ausência. Falecendo o ofendido, nada há de que se fazer a não ser aguardar a extinção da punibilidade do agente. Só há um exemplo que é o crime de induzimento a erro essencial ou ocultação de impedimento, previsto no CP, artigo 236, parágrafo único. Obs. Seria também o adultério, mais foi revogado este artigo.
Se o ofendido for menor de 18 anos, ou ter enfermidade mental, não poderá ser exercida, devido a incapacidade. Resta apenas aguardar a cessação da sua incapacidade.
Ação privada personalíssima
Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Subsidiária da pública
Proposta nos crimes de ação pública, condicionada ou incondicionada, quando o MP deixar de fazê-lo no prazo legal. É a única exceção prevista na própria CF, à regra da titularidade exclusiva do MP sobre ação pública (CF, art. 5°, LIX, e 129, I).
Só tem lugar no caso de inércia do MP, jamais na hipótese de arquivamento, conforme entendimento pacifico do STF.
 Ação penal secundária
É aquela em que a lei estabelece um titular ou uma modalidade de ação penal para determinado crime, mas, mediante surgimento de circunstancias especiais, prevê, secundariamente, uma nova espécie de açãopara aquela mesma infração.
 Exemplo: crimes contra a dignidade sexual, a ação penal contemplada é pública condicionada à representação do ofendido (CP, art. 255 caput), se a vitima é menor de 18 anos, passará a ser pública incondicionada (CP, art. 255, § único)
Crimes de ação penal privada no CP
calúnia, difamação e injuria (arts. 138, 139 e 140 caput)
Dano (art. 163)
Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia (art. 164 c/c o art. 167) etc.
 Prazo da ação penal privada
 O ofendido ou seu representante legal poderão exercer o direito de queixa dentro do prazo de seis meses, sob pena de decadência, contado do dia em que vierem a saber quem foi o autor do crime ( CPP, art. 38).
 Queixa é a petição inicial na ação penal privada, formulada pela vitima (querelante), assim como a denuncia é na ação penal pública , subscrita pelo MP.
■ DECADÊNCIA: prevista no arts. 38, do CPP e 103, do CP. Consiste na perda do direito de ação por não ter sido ele exercido dentro do prazo legal. É de seis meses e começa a fluir da data em que o ofendido toma conhecimento sobre quem é o autor do ilícito penal.
■ PEREMPÇÃO: prevista no art. 60, do CPP, ele importa na perda do direito de prosseguir com ação penal privada e é aplicada ao querelante que demonstra desinteresse pelo processo. Ex. quando o querelante não comparece a ato relevante do processo ou deixa de pedir a condenação do querelado nas alegações finais.
■ RENÚNCIA: consiste na desistência do direito de ação pela vitima. Antes de ajuizada a ação, tácita ou expressamente, o ofendido revela que não irá propô-la.
■ PERDÃO: representa a desistência do querelante da ação penal privada que promoveu, por ter desculpado o querelado. Só é possível , depois de iniciada a ação penal. Depende da aceitação do querelado.
Obs: se o querelante processou vários querelados e depois os perdoou, caso um deles não aceite o perdão, o processo deverá continuar somente em relação a ele (art. 51 do CPP). Também o perdão em relação a um dos querelados, se estende aos demais (art. 106, I, CP, e 51 do CPP) desde que todos aceite. 
DENÚCIA OU QUEIXA
A denúncia é peça inicial acusatória da ação penal pública e a queixa, da ação penal privada. Ambas devem conter os mesmos requisitos, sendo que diferenciam, formalmente, pelo subscritor: a denúncia é oferecida pelo MP, e queixa, pelo ofendido ou por seu representante legal.
Requisitos da Denúncia e da Queixa-Crime (art. 41 do CPP)
Exposição do fato
 Deve-se atribuir ao acusado o fato com todas as suas circunstâncias. A descrição minuciosa do fato é essencial para o exercício do direito de defesa do acusado (art. 5°, LV, da CF).
 No caso de concurso de agentes, deve-se pormenorizar a conduta de cada um dos acusados.
b) Qualificação do acusado ou esclarecimento que possibilitem sua identificação
 É o conjunto de dados que compõem a identidade civil. É a individualização do acusado. A denúncia ou a queixa deve ser oferecida contra a pessoa certa (nome, apelido, data e local de nascimento, traços característicos etc.).
c) Classificação jurídica do crime
O autor da ação penal deverá indicar o dispositivo legal em que se enquadra a conduta do acusado. A tipificação poderá ser alterada até a sentença, do que se depreende que o juiz não deve rejeitar a peça inicial, caso entenda estar errada a tipificação (art. 383 do CPP).
d) Rol de testemunha da acusação
O momento oportuno para apresentação do rol de testemunhas, para acusação, é a petição inicial. Tal requisito é facultativo e o número de testemunhas dependerá do procedimento.
e) Pedido de condenação
Não precisa ser expresso, bastando que esteja implícito na peça. 
f) O endereçamento da petição
O endereçamento equivocado não impede o recebimento da denúncia, tratando-se de mera, irregularidade sanável com a remessa ou recebimento dos autos pelo juízo competente (é a posição do STF, RHC 60.126 – 1982)
g) O nome, o cargo e a posição funcional do denunciante.
h) A assinatura: a falta de assinatura não invalida a peça, se não houver dúvidas quanto à sua autenticidade.
Requisitos Específicos da Queixa-Crime
A queixa apresenta um requisito a mais que a denúncia, além daqueles comuns a ambas, qual seja: a constituição de advogado via procuração, com poderes especiais, que deverá ser anexada à queixa-crime.
Da procuração deverão constar expressamente os poderes especiais do procurador, o nome do querelado e a menção do fato criminoso que a ele se imputará (art. 44 do CPP). 
As falhas e as omissões da queixa no tocante a formalidade poderão ser sanadas a qualquer tempo até a sentença.
O MP pode aditar a queixa para nela incluir circunstâncias que possam influir na caracterização do crime e na sua classificação, ou ainda na fixação da pena (dia, hora, local, meios, modos, motivos, dados pessoais do querelado etc.) (CPP, art.45).Não poderá, entretanto, aditar a queixa para imputar aos querelados novos crimes, nem incluir novos ofensores, estaria invadindo a legitimidade do ofendido.
Causas de Rejeição da Denúncia ou Queixa (art. 43 do CPP)
O fato narrado evidentemente não constituir crime;
Quando estiver extinta a punibilidade;
For manifesta a ilegitimidade da parte.
 Da decisão que rejeitar a denúncia ou a queixa caberá recurso em sentido estrito (RESE), previsto no art. 581, inciso I do CPP.
 Da decisão que receber denúncia ou queixa, e assim instaurar a ação penal, caberá habeas corpus para trancamento da ação penal, no caso de falecer justa causa (indícios de autoria e prova da materialidade) para a propositura e instauração (art. 648, I do CPP). 
AÇÃO CIVIL EX DELICTO
CONCEITO
Trata-se da ação ajuizada pelo ofendido, na esfera civil, para obter indenização pelo dano causado pela infração penal, quando existente. O dano pode ser material ou moral, ambos sujeitos à indenização, ainda que cumulativa. Art. 91, I do CP. De tal forma que, uma vez transitada em julgado a sentença condenatória proferida pelo juiz penal, pode a vitima, seu representante legal ou seus herdeiros, promoverem, no âmbito civil, ação de reparação de dano, segundo prevê expressamente o art. 63, do CPP.
Logo, reconhecida a responsabilidade do agente pela pratica de um crime, diz-se que essa sentença criminal faz coisa julgada no civil, onde será apenas liquidada.
Caso ocorra um homicídio culposo e ainda não ocorreu uma condenação, cumpre aos herdeiros a comprovação da culpa do agente. O parágrafo único do art. 64, do CPP, permite ao juiz da ação civil a suspensão deste processo, pelo prazo máximo de um ano (art.265, IV, a, e § 5° do CPC), até que julgue a ação criminal, tudo como forma de evitar decisões conflitantes. 
A sentença penal condenatória – repita-se – torna certa a obrigação de indenizar.
Não impedem, ainda, propositura da ação civil, nos termos do art. 67, do CPP:
O despacho de arquivamento do inquérito policial ou das peças de informações;
A decisão que julga extinta a punibilidade;
A sentença absolutória que decidir que o fato imputado não constitui crime (art.386, III);
As Sentenças absolutórias proferidas com base no art. 386, II, IV, V e VI, do CPP.
 Por exemplo, se o réu foi absolvido porque não existia prova suficiente para a condenação (art. 386,VI), nada impede que, no juízo civil, o autor da ação produza a prova que faltou na esfera criminal. Ou ainda, se o réu é absolvido porque o fato não constitui infração penal (art. 386, III), pode ser que tal fato configure um ilícito civil, passível de indenização.
 A legitimidade para propositura da ação, nos termos do art. 63, do CPP, é do ofendido, de seu representante legal e de seus herdeiros. Ou, ainda, do MP quando, segundo o art. 68, o titular do direito à reparação for pobre. A legitimidade passiva é do autor do crime. A competência para a execução da sentença penal condenatória art. 575, IV, CPP, e no juízo civil (arts. 94 e 100, CPC
JURISDIÇÃO
Conceito: É a função estatal exercidacom exclusividade pelo poder judiciário (em razão da independência e da imparcialidade de seus membros) consistente na aplicação de normas de ordem jurídica a um caso concreto com a conseqüente solução do litígio.
É o poder atribuído ao juiz de dizer o direito, isto é, o poder conferido ao juiz de julgar. É própria do Poder Judiciário.
PRINCÍPIOS
No âmbito do processo penal, rege-se a jurisdição pelos seguintes princípios:
Indeclinabilidade da jurisdição ( o Juiz não pode recusar a jurisdição, ou seja, tem que decidir.
b) Princípio do juiz natural ( (também denominado juiz legal, juiz competente ou juiz constitucional). Tem fundamento no art. 5º, XXXVIII e LIII, CF. “LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida”.
c) Investidura: é necessário ser magistrado; só quem estiver legalmente investido como juiz de direito e se encontrar no exercício das respectivas funções pode desempenhar a jurisdição.
d) Inércia: o magistrado depende da iniciativa das partes, não podendo iniciar, ex officio, uma ação judicial. 
e) Improrrogabilidade: salvo em situações excepcionais expressamente previstas, um juiz não pode invadir a competência de outro.
f) Indelegabilidade: este princípio é conseqüência do juiz natural, impedindo que venha um juiz a delegar sua jurisdição a órgão distinto.
g) Irrecusabilidade (ou inevitabilidade): não podem as partes recusar a atuação de determinado juiz, salvo nos casos de impedimento ou suspeição.
h) Unidade: a jurisdição é uma só, ou seja, exercida com a finalidade de aplicação do direito objetivo ao caso concreto.
i) Correlação ou relatividade: o juiz, ao proferir sentença, deverá observar a exata correspondência entre sua decisão e o pedido incorporado à denuncia e à queixa. 
Características
Três são as características fundamentais que devem estar presentes na jurisdição para que possa cumprir sua finalidade de aplicação do direito objetivo ao caso concreto e, desse modo, obter a justa composição da lide.
1) Órgão adequado: a jurisdição deve ser exercida pelo juiz (juiz de direito, desembargador ou ministro), vale dizer, autoridade integrante do poder Judiciário.
2) Contraditório: seu exercício deve implicar permissão às partes em propugnar seus interesses em igualdade de condições.
3) Procedimento: necessária a estrita observância ao modelo legal previsto em lei, o que corresponde à seqüência de atos previamente determinada para a pratica dos atos que conduzirão o processo à fase da sentença.
Lei processual que modifica a competência: 
	Lei posterior pode modificar a competência? Ex: crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil – antigamente era a Justiça Militar, mas depois de da Lei nº. 9.299/1996 passou a ser competente o Tribunal do Júri. Os processos que estavam na 1ª instância foram encaminhados para o Tribunal do Júri, porque a lei tem aplicação imediata. Assim, lei que altera competência tem aplicação imediata (art. 2º, CPP) - Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior – princípio da aplicação imediata – “tempus regium actum”), aos processos em andamento na 1ª instância. Não viola o princípio do juiz natural porque o Tribunal do Júri já existia e não foi criado para julgar estes delitos. 
	Para a doutrina, lei que altera a competência somente poderia ser aplicada aos crimes cometidos após a sua vigência (Ada P. Grinouver e Tourinho Filho), porém para a jurisprudência, lei que altera a competência tem aplicação imediata aos processos em andamento, salvo se já houvesse sentença relativa ao mérito, hipótese em que o processo deveria seguir na jurisdição em que ela foi prolatada. Aplica-se o art. 2° do CPP. (STF HC 76.510). 
COMPETÊNCIA
Conceito: É a medida e o limite da jurisdição, dentro dos quais o órgão jurisdicional pode conhecer e julgar determinados litígios.
Espécies de Competência
Em razão da matéria “ratione materiae” ( estabelecida em razão da natureza do crime praticado; (competência absoluta) jurisdição especial (eleitoral, militar, trabalhista) ou à jurisdição comum (federal ou estadual)
 
Em razão da pessoa “ratione personae” ( estabelecida em virtude da função exercida pelo agente; (competência absoluta)
 
c) Em razão do local “ratione loci” ( de acordo com o local em que foi praticado ou Competência funcional ( fixada conforme função que cada órgão jurisdicional exerce no processo.
■ por fase do processo: de acordo com a fase em que o processo estiver um órgão jurisdicional diferente exercerá a competência. Ex: procedimento bifásico do Tribunal do Júri.
■ por objeto do juízo: cada órgão jurisdicional exerce a competência sobre determinadas questões a serem decidias no processo. Ex: no Tribunal do Júri os jurados decidem matéria referente a existência do crime e autoria, enquanto o juiz presidente é responsável pela fixação da pena.
■ por grau de jurisdição: é a chamada competência recursal. 
Alguns autores ainda dividem em competência horizontal (por fase do processo e por objeto do juízo) e vertical (por grau de jurisdição).consumou-se o crime, ou a o local da residência do seu autor. (competência relativa) art. 69.
Diferença entre competência absoluta e relativa: 
	Competência absoluta 
	Competência relativa 
	Regra de interesse público.
	Regra de interesse da parte.
	Improrrogável/ imodificável
	Prorrogável/derrogável
	Nulidade absoluta : 
- pode ser argüida a qualquer momento;
- prejuízo presumido.
	Nulidade relativa:
- deve ser argüida em momento oportuno, sob pena de preclusão;
- o prejuízo deve ser comprovado.
	Pode ser declarado de ofício.
	Pode ser declarado de ofício 
	Competência em razão da matéria, em razão da pessoa e funcional.
	Competência territorial, competência por distribuição e por prevenção
Guia de Fixação de Competência (Grinover, Scarance, Magalhães) 
	Deve-se passar por ele sempre quando se estiver na dúvida quanto à competência.
Competência de jurisdição: qual é a justiça competente? Justiça comum ou especial?
B) Competência originária: o acusado tem foro privilegiado por prerrogativa de função?
C) Competência de foro ou territorial: qual é a Comarca competente? 
	Ex.: informativo 519 STF: cidadão liga do Rio de Janeiro para uma senhora em Santos constrangendo (extorsão mediante seqüestro). De quem seria a competência territorial, Rio de Janeiro ou Santos? Em regra, em processo penal é no local da consumação da infração, onde a vítima foi constrangida (Santos).
D) Competência de juízo: qual é a vara competente?
E) Competência interna ou de juiz: qual é o juiz competente? 
	Ex.: geralmente há um juiz titular e um substituto.
F) Competência recursal: para onde vai o recurso (qual o órgão recursal competente)?
Justiças Competentes: 
	Pode-se dividir a Justiça em especial e comum:
Justiça especial: dentre a Justiça especial há: 
■ Justiça Militar; 
■ Justiça Eleitoral; 
■ Justiça do Trabalho;
■ Justiça Política ou Extraordinária (Senado). Julgar o presidente e o vice, por crime de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes das Forças Armadas 
B) Justiça comum: subdivide-se em: 
■ Justiça Federal; 
■ Justiça Estadual. 
JUSTIÇA ESPECIAL
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR
Foi estabelecida pelo texto constitucional de 1988, do qual se infere a seguinte divisão: Justiça Militar Estadual e Justiça Militar Federal.
A Justiça Militar Estadual só julga os militares dos estados (polícia militar e corpo de bombeiros), não julgando civis. 
A justiça militar estadual estava na iminência de ser extinta. Mas foi modificada no art. 125, parágrafo 4( da CF, introduzindo-sea competência cível parar julgar ações judiciais contra atos disciplinares.
Ressalta-se que quando a vítima for civil em crime doloso a competência é do júri e que os juízes militares são agora denominados juízes de direito e não mais juízes auditores.
O parágrafo 5( do art. 125 também diz que os crimes militares cometidos contra civis e as ações judiciais disciplinares são agora julgados singularmente pelo juiz de direito sem a participação do Conselho. E o Conselho de Justiça agora é presidido pelo juiz de direito, antigamente era presidido pelo oficial mais antigo.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL
Observação: Na Justiça Militar dos Estados o órgão de acusação é o Ministério Público Estadual.
Observação: O órgão de segunda instancia na Justiça Militar dos Estados é o TJ, sendo exceções os Estados do RGS, MG, SP, que tem seus Tribunais Militares.
Observação: Justiça Militar Estadual – (não julga civil) – só julga PM’S e Bombeiros Militares.
Observação: Crime praticado por um membro da força nacional (policial militar/bombeiro) de quem é a competência?
Resposta: Justiça Militar. (Súmula 78, STJ). “78. Compete à Justiça Militar processar e julgar policial de corporação estadual, ainda que o delito tenha sido praticado em outra unidade federativa”.
 
Observação: Crime de abuso de autoridade praticado por militar, quem julga?
Resposta: Abuso de autoridade, tortura, crimes hediondos não são crimes militares, portanto, não são julgados pela justiça militar. (Súmula 172, STJ). “172. Compete à Justiça Comum processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço”.
Observação: (Súmula 75, STJ). “75. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar o policial militar por crime de promover ou facilitar a fuga de preso de estabelecimento penal”.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR FEDERAL
A justiça Militar da União está prevista no art. 124 caput e julga tanto civis quanto militares. Esta não foi alvo da emenda que alterou a competência da justiça militar estadual.
Observação: Na Justiça Militar da União tem o Ministério Público Militar.
Observação: O órgão de segunda instância na Justiça Militar da União é o STM.
Observação: Justiça Militar Federal – julga membros das forças armadas e civis (exemplo: dano ao patrimônio das forças armadas). 
EX. Soldado do exercito abandona seu posto de serviço e com um fuzil; que portava pratica delito de roubo contra uma padaria. De quem é competência? Com a revogação do art. 9º, II, f pela Lei n. 9.299/96, crime praticado por militar fora do serviço com arma da corporação é da competência da Justiça Comum. Nesse exemplo, o crime de roubo seria julgado pela justiça estadual, enquanto que o crime de abandono de posto seria julgado pela JMU (HC 90279).
 O julgamento de crimes militares, que podem ser:
a) crime propriamente militar: é a infração específica e funcional do militar (somente o militar pode praticar). Ex.: art. 187 do CPM (deserção).
b) crime impropriamente militar: apesar de comum em sua natureza, cuja prática é possível a qualquer cidadão (civil ou militar) passa a ser considerado crime militar porque praticado em uma das condições do art. 9º do CPM. Ex.: pensionista que recebe pensão dos cofres do Exército que morre, os entes próximos deixam de comunicar isso para ficar recebendo essa pensão. Isso é estelionato contra o patrimônio sobre a administração militar (art. 251 c/c art. 9º, III, a do CPM).
Observação: Quem julga homicídio doloso envolvendo Militares em serviço? 
Resposta: Depende.
 Militar contra civil ( Tribunal do Júri (art. 9º, parágrafo único do CPM);
 Civil que mata PM em serviço ( Tribunal do Júri;
 Civil que mata militar das forças armadas em serviço ( Justiça Militar da União (STJ – HC/ 91.003).
 Soldado que mata soldado em serviço ( se pertence à União, compete a Justiça Militar da União; se militar do Estado, competirá a justiça militar estadual.
 Militar da União que mata militar do Estado ( para o STM competente será a justiça militar da União. Para o STF e STJ os militares dos Estados são considerados civis e, portanto, a competência será do Tribunal do Júri.
 PM que mata militar das Forças Armadas em serviço ( Justiça Militar da União.
Se os jurados desclassificarem para homicídio culposo, a competência não é do juiz presidente, mas sim da justiça militar (STF – RHC/80.718).
Observação: (Súmula 06, STJ). “6. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade”. ( (Súmula cancelada). Se o delito de transito envolve viatura militar em serviço a competência será da justiça militar, seja a vítima militar, seja vítima civil.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL
Prevista, primordialmente, na Constituição Federal, nos arts. 118 a 121, destina-se ao processo e julgamento dos crimes eleitorais tipificados na legislação pertinente. Embora se concentre no Código Eleitoral (Lei 4.737/1965) a maior parte dos tipos penais eleitorais, a este é necessário acrescentar as disposições existentes em leis extravagantes, isto é, outras leis que editadas posteriormente introduziram outros comportamentos típicos visando a adaptar a realidade jurídica às necessidades, peculiares e tecnologia existentes em cada momento histórico.
Compete a ela processar e julgar os crimes eleitorais e conexos. 
Questões: 
■ Crime eleitoral conexo a homicídio doloso. De quem é a competência? Há separação de processos. O crime eleitoral é julgado pela Justiça eleitoral, ao passo que o delito de homicídio será julgado pelo Tribunal do Júri.
■ Crime cometido contra juiz eleitoral ( À competência será da Justiça Federal, pois se trata de um funcionário público federal. (STJ – CC/45.552).
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição (Art. 114, IV, CF).
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
IV – os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
Caso um juiz do trabalho dê voz de prisão a uma pessoa ( quem será competente para julgar o HC será o TRF.
Um juiz estadual julgando um processo trabalhista que vem a decretar a prisão do depositário infiel ( Neste caso o HC deverá ser impetrado no TRT.
A Emenda Constitucional nº. 45/2004 não atribuiu competência criminal genérica a Justiça do Trabalho. (STJ – CC/59.978).
A JT pode julgar um crime, por exemplo, contra a organização do trabalho? O STF entende que não há essa competência. Para o STF, a JT não tem competência criminal genérica para processar e julgar delitos contra a organização do trabalho (ADI 3684).
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA POLÍTICA OU EXTRAORDINÁRIA:
É do Senado Federal, que está no art. 52, I da CRFB/88:
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I – processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
Essa competência estabelecida pela Constituição é em sentido estrito.
Logo, o Senado não tem competência criminal, porque teoricamente ele não está julgando um crime, mas sim uma infração político-administrativa.
Se for crime, a competência é do STF.
JUSTIÇA COMUM
JUSTIÇA FEDERAL
Havendo conexão entre crimes estaduais e federais prevalece à competência da Justiça Federal. (Súmula 122, STJ).  
Súmula n. 122 - STJ 
“Compete a Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de Processo Penal”.
Homicídio de Policial Militar conexo com crime federal ( competênciado Tribunal do Júri da Justiça Federal.
 Hipóteses do art. 109, IV, CF.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
IV – os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
( Crimes políticos ( estão previstos na Lei 7.170/83 “Lei de Segurança Nacional”. Para que possa falar em crime político, necessita de dois requisitos: Motivação política, Lesão real ou potencial pelos bens jurídicos tutelados pelo art. 1º, da Lei 7.170/83.
Observação: (Art. 102, II, b, CF). “Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II – julgar, em recurso ordinário: b) o crime político”. (Ou seja, será julgado por um juiz federal, e o ROC vai diretamente para o STF, sendo este livre para julgar questões de fato e de direito).
( Detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas: 
Observação: Correios ( no caso de exploração direta da atividade pela EBCT a competência é da Justiça Federal. Mas, se o crime for praticado contra uma franquia a competência será da Justiça Estadual. (STJ – HC/39.200).
Observação: (Art. 297, § 4º, CP). “Art. 297. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. § 4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços”. ( A competência é da Justiça Federal, pois é contra interesse de uma autarquia federal. 
Observação: Fundação Pública federal é espécie de autarquia, portanto, nos crimes praticados contra fundação pública, a competência recairá sobre a Justiça Federal.
Observação: Conselhos têm natureza autárquica e a competência, portanto, é da Justiça Federal. (STJ – CC/61.121).
Observação: Crimes contra a OAB ( competência da Justiça Federal.
Observação: Crimes praticados contra sociedade de economia mista ( competência da Justiça Estadual. (Súmula 42, STJ). “42. Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento”.
Observação: Justiça Federal não julga contravenções penais nem atos infracionais, art.109, IV, da CF/88. (se um juiz federal comete uma contravenção será julgado pelo TRF).
(  Bens da união e sua competência (art. 20, CF). 
Observação: Se o bem for tombado pela União será competente a Justiça Federal. Se for tombado por um estado-membro competente será a Justiça Estadual. 
Observação: (Súmulas 208 e 209, STJ). “208. Compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal”. “209. Compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”. (STJ – RHC/ 14.870).
Observação: Competência no crime de contrabando e descaminho ( Competente será o Juiz Federal do local da apreensão dos bens (Súmula 151, STJ). “151. A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens”.
Observação: Competência no crime de uso de passaporte falso ( O crime de uso de passaporte falso se consuma no local de embarque, independente de o policial federal ter percebido ou não a falsificação (súmula 200, STJ). “200. O Juízo Federal competente para processar e julgar acusado de crime de uso de passaporte falso é o do lugar onde o delito se consumou”. (STJ – CC/46.728).
Observação: Crime praticado por ou contra funcionário público federal no exercício das suas funções ( Competência da Justiça Federal. (Súmula 147, STJ). “147. Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função”. (Se o funcionário público federal em diligência “exercício de suas funções” pára em um posto de gasolina e mata o frentista, não há o que se falar em “exercício de suas funções”).
Observação: (Súmulas 98 e 254, TFR). “98. Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra servidor público federal, no exercício de suas funções e com estas relacionadas”.
 ( Falsificação “interesse da união” e sua competência: 
Observação: Falsificação de certificado de conclusão de cursos de 1º e 2º graus. ( (Súmula 31, TFR). “31. Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento de crime de falsificação ou de uso de certificado de conclusão de curso de 1º e 2º graus, desde que não se refira a estabelecimento federal de ensino ou a falsidade não seja de assinatura de funcionário federal”.
Observação: Falsa anotação em carteira de trabalho sem prejuízo para União ( (Súmula 62, STJ). “62. Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa privada”. (se ocorre prejuízo para União a competência será da Justiça Federal).
Observação: Falsificação e uso relativo a estabelecimento particular ( (Súmula 104, STJ) “104. Compete à Justiça Estadual o processo e julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso relativo a estabelecimento particular de ensino”.
 
Observação: Papel moeda grosseiro ( (Súmula 73, STJ). “73. A utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual”.
Observação: Falsificação e falso testemunho na Justiça do Trabalho ( (Súmula 200, TFR e 165, STJ). “200. Compete à Justiça Federal processar e julgar o crime de falsificação ou de uso de documento falso perante a Justiça do Trabalho”. “165. Compete à Justiça Federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista”.
Observação: Falsificação e determinação da competência ( a competência será determinada pelo ente responsável pela emissão do documento. Por sua vez, no crime de uso a competência será determinada pelo ente prejudicado pela conduta. (STF – HC/ 85.773); (STF – HC/ 84.533); (STJ – HC/44.701). 
 Observação: Falsificação de carteira de habilitação de Arrais-amador ( (é atribuição da Marinha do Brasil expedir carteira, razão pela qual a competência para o julgamento da falsificação de carteira de Arrais-amador será firmada na Justiça Militar). (STJ – CC/41.960). Para o STF a competência será da Justiça Federal.
( Crimes ambientais “interesse da união” e sua competência: 
Observação: (Súmula 91, STJ) ( “Compete a Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra a fauna”. (Súmula cancelada). 
Observação: Em regra os julgamentos dos crimes ambientais são de competência da Justiça Estadual.
Observação: Patrimônio nacional não é tão somente de competência da União STF. RE -335.929 ( (art. 225, § 4º, CF) “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”. ( A competência poderá ser dos Estados-membros.
Observação: Um crime ambiental será de competência federal quando o bem for da União. (Ex: Rios que fazem divisa entre Estados; reserva federal).
Observação:

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