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PRESCRIÇÃO NO DIREITO PENAL

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- A Prescrição no Direito Penal – 
- Roteiro e conteúdo de autoria do Prof. Marcio Riski.
- Direito Penal II – 
1 – Amparo Legal:
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
(...)
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
Prescrição antes de transitar em julgado a sentença
Art. 109 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:(Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
Prescrição das penas restritivas de direito
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - A prescrição, de que trata o parágrafo anterior, pode ter por termo inicial data anterior à do recebimento da denúncia ou da queixa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 1o  A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
§ 2o  (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). (Revogado pela Lei nº 12.234, de 2010).
Termo inicial da prescrição antes de transitar em julgado a sentença final
Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.      (Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012)
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Prescrição da multa
Art. 114 - A prescrição opera-se em dois anos, quando a pena de multa é a única cominada, foi a única aplicada ou é a que ainda não foi cumprida.  HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm" \l "art114" (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
Redução dos prazos de prescrição
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Causas impeditivas da prescrição
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Causas interruptivas da prescrição
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - pela sentença condenatória recorrível; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena;  HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm" \l "art117" (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
        VI - pela reincidência.  HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm" \l "art117" (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.  (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 118 - As penas mais leves prescrevem com as mais graves. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Rehabilitação
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobrea pena de cada um, isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
2 – Prólogo:
-- O Estado é o único detentor do jus puniendi (direito também exclusivo e indelegável);
-- Tal direito existe em abstrato, ainda que não ocorra a infração. No instante em que esta ocorre, o direito passa a ser pretensão individual e concreta;
 ↓↓esta pretensão,
que é a disposição em submeter interesse alheio em interesse próprio,
 ↓↓também se chama
 Punibilidade.
-- Mas há prazos para o Estado satisfazer tal pretensão ou para executá-la;
-- Mesmo na Ação Penal Pública de Iniciativa Privada, apenas a iniciativa é do particular,
 ↓↓ tanto que, 
O Estado pode conceder Anistia mesmo na ação penal privada.
3 – Conceito:
1º caso: 
É a perda do prazo em satisfazer uma pretensão individual e concreta (punibilidade), aplicando a pena (prescrição da pretensão punitiva)
 ↓↓só ocorre
 antes do Trânsito em Julgado de Sentença Penal Condenatória.
2º caso:
É a perda do prazo em satisfazer a execução da pena.
 ↓↓só ocorre
 depois do Trânsito em Julgado de Sentença Penal Condenatória.
4 – Natureza Jurídica:
-- Instituto de Direito Penal;
-- Causa Extintiva da Punibilidade;
-- Causa que extingue, por consequência, também o processo;
-- Direito Individual de qualquer acusado: Interpretação a contrário sensu: casos de imprescritibilidade do art. 5º da CF/88)
5 – Justificativas para a Prescrição:
-- A idéia de vingança penal quando a pena é aplicada muito tempo após a prática da infração;
-- O Estado não seria intimidado ou compelido a agir dentro de prazos (luta pela princípio da eficiência).
6 – Prescrição e Decadência: distinção.
-- A prescrição atinge 1º o direito de punir do Estado (jus puniendi do Estado) 
 ↓↓ e, por consequência,
 extingue o direito de ação.
-- A decadência atinge 1º o direito de ação penal privada do ofendido,
 ↓↓ e, por consequência,
 Extingue o direito de punir do Estado.
7 – Casos de Imprescritibilidade:
a) Os crimes de racismo (Lei 7.716/89 c/c art. 5º, XLII, CF/88);
b) Ação de Grupos Civis e Militares armados contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrático (Lei 7.170/83 – LSN - c/c art. 5º, XLIV, CF/88);
8 – Não são imprescritíveis (ao contrário do que muitos pensam, ambos prescrevem):
a) Os crimes de tortura;
b) Os crimes hediondos.
10 – Prescrição da Pretensão Punitiva (PPP):
a) Conceito: vide ítem 3.
b) Efeitos:
1º: Impede o início da persecução penal; logo, tranca-se o IP;[2: Persecução Penal é a soma do Inquérito Policial com a Ação Penal.]
2º: Afasta todos os efeitos da condenção, penais e extrapenais, principais e acessórios.
3º: Se o réu foi condenado e beneficiado pela prescrição, tal condenação não pode constar na F.A.C, salvo quando requisitado por juiz criminal.
c) Tempo em que deve a PPP ser declarada:
-- Em qualquer tempo da ação penal de ofício pelo juiz ou a requerimento das partes (art. 61 do CPP).
d) O mesmo juiz que proferiu sentença condenatória contra o réu, pode conceder-lhe a PPP?
e) O juiz que declara a PPP pode julgar o mérito que ensejou a ação penal?
-- Os efeitos da PPP são tão amplos quanto a Sentença Absolutória.
f) Espécies de PPP:
1ª) PPP propriamente dita: 
-- Calculada em cima do maior valor previsto na pena do tipo legal (pena in abstrato).
2ª) PPP intercorrente ou superveniente à sentença condenatória de 1ª instância:
-- Calculada em cima do valor final da pena fixada na sentença condenatória de 1ª instância.
3ª) PPP retroativa:
-- Calculada em cima do valor final da pena fixada na sentença condenatória de 1ª instância, mas aplicável da sentença condenatória para trás.
4ª) PPP antecipada, projetada, perspectiva e virtual:
-- É calculada antecipadamente com base na provável e futura pena a ser fixada na condenação.
f) Termos iniciais para a contagem da PPP (art. 111, I, II, III, IV e V do CP):
1º => A partir da consumação do crime: 
-- Escolheu-se aqui a teoria do resultado, apesar de ter o CP adotado a teoria da atividade em caso de aplicação da lei penal no tempo (Art. 4º, do CP).
2º => No caso de tentativa: conta-se do dia em que cessou a atividade.
3º => Nos crimes permanentes: conta-se do dia em que cessou a permanência.
4º => nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil:
-- Conta-se da data em que o fato se tornou conhecido: embora a lei não diga, deve ser conhecido da autoridade (policial, juiz ou promotor).
-- E quando se pode afirmar ser o fato conhecido dessas autoridades? Pela instauração do IP de ofício, por requisição do MP ou do juiz.
5º => Nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos neste Código ou em legislação especial (incluído pela Lei nº 12.650, de 2012):
 -- Conta-se da data em que a vítima completar 18 (dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal.      
6º => Nos crimes continuados:
-- Conta-se a partir da consumação de cada um dos crimes isoladamente da cadeia delitiva, como se não houvesse crime continuado (art. 119 do CP).
7º => No Concurso Formal e Material:
-- Segue-se a mesma regra do crime continuado acima (art. 119). Ex: Homem atropela 2 pessoas. O 1º morre na hora e o outro só morre 6 meses depois.
 ↓↓logo,
A prescrição do 1º homicídio começa a correr 6 meses antes do 2º homicídio.
g) Inclusão do dia de início na contagem:
-- Incluí-se o dia de início na contagem excluindo-se o dia final => trata-se de prazo penal (art. 10 do CP):
Contagem de prazo(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
-- O prazo é fatal e improrrogável: significa que não importa se o dia final cai em domingo, feriado ou férias.
h) O cálculo do prazo da PPP incide sobre a PPL:
 -- Nunca sobre a valor da multa ou sobre a PRD;
-- A regra é que a prescrição corre da consumação e o cálculo da PPP p.d é feito em cima do valor maior da pena in abstrato (pela pior das hipóteses)
 ↓↓ já que,
Estamos falando de prescrição da pretensão punitiva (antes da Sentença Transitada em Julgado) e não se pode saber o valor final da pena.
i) Tabela do Prazo da PPP (antes de transitar em julgado – Art. 109 do CP):
Art. 109.  A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:(Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze;
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito;
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro;
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois;
VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
j) A influência das Circunstâncias no cálculo da PPP:
1ª) Judiciais => não influenciam, já que, no cálculo da pena-base (1ª fase do critério trifásico), esta não pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo.
2ª) Agravantes e Atenuantes => também não influenciam (2ª fase do critério trifásico)
 ↓↓ (vide Súmula 231 do STJ)
E por mais que agravem ou atenuem, a não podem deixar apena abaixo do mínimo ou acima do máximo (com isso discorda Greco)
-- Exceções em que atenuantes reduzem o prazo da PPP (embora sejam atenuantes genéricas)
Art. 115 do CP: São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta) anos.
Obs: no Art. 110, caput do CP, a reincidência influi apenas no prazo da PPE e não da PPP. Embora discordando, ainda assim o STJ editou a Súm. 220:
“A reincidência não influi no prazo da prescrição da pretensão punitiva”.
3ª) Causas de Aumento e Diminuição da Pena:
-- influem, já que podem aumentar acima do máximo e abaixo do mínimo (3ª fase do critério trifásico);
 ↓↓ logo,
Se influem no prazo da PPP, e este baseia-se no maior valor da pena in abstrato, busca-se também o maior valor da Causa de Aumento ou diminuição.
-- Exs: 
 Na Tentativa (art. 14) => diminui-se a pena de 1 a 2/3; logo, a maior pena possível é de 1/3.
 Na participação de menor importância (art. 29, § 1º) => a pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3; logo, a maior pena possível é de 1/3.
 Segue-se o mesmo raciocínio no crime continuado (art. 71) e na responsabilidade diminuída (art. 26, § único).
L) Causas Interruptivas da Prescrição (obstam o curso do prazo da prescrição com o seu reinício do zero). Dada a um dos autores, aproveita-se aos demais (art. 117, § 1º):
Vide Art. 117 do CP:
1ª) Recebimento da Denúncia ou Queixa:
-- A partir da publicação do despacho que recebe a denúncia ou a queixa (data em que o juiz entrega no cartório decisão):
Art. 389, do CPP.  A sentença será publicada em mão do escrivão, que lavrará nos autos o respectivo termo, registrando-a em livro especialmente destinado a esse fim.
-- O aditamento à denúncia ou à queixa não interrompe, exceto quando se trata de novo crime (e se interrompe só para esse novo crime).
-- A rejeição à denúncia ou queixa não interrompe tal prazo;
-- O despacho de recebimento da Denúncia ou queixa (ato de cunho decisório) não interrompe o prazo se feito por juiz incompetente (Art. 567 do CPP):
 Art. 567.  A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
2ª) Publicação da Sentença de Pronúncia:
-- Vale não só para os crimes dolosos contra a vida, como também para os conexos;
-- Se houver desclassificação (para outro crime doloso contra a vida), ainda assim a pronúncia anterior não perde seu efeito interruptivo (Súm. 191 do STJ).
A pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime.
 ↓↓
-- Ex. interessante de Fernando Capez:
Réu é pronunciado pelo juiz por tentativa de homicídio. Todavia, mais adiante os jurados (e não o juiz da pronúncia) desclassifica tal crime para a do Art. 132 (expor a vida a perigo). Como o prazo da PPP para homicídio é bem maior do que para o art. 132, como agir?
Solução:
Mesmo com a desclassificação, haverá interrupção e uma nova recontagem, como se nunca tivesse ocorrido a pronúncia. Todavia, há que se observar os mesmos marcos de interrupção:
Fato (consumação) Denúncia Pronúncia Sentença
↑--------------------------↑--------------↑--------------↑
(D.D) 
-- Há autores que entendem que nesta recontagem dever-se-ia tirar o marco interruptivo da pronúncia (pois nunca houve crime doloso contra a vida). 
-- Outros dizem que não se pode tirar tal marco interruptivo, pois ao tempo da pronúncia “havia” crime doloso contra a vida (tempus regit actum).
3ª) Acórdão Confirmatório da Pronúncia
4ª) Publicação da Sentença Condenatória Recorrível
-- Antes o Art. 117, IV do CP não mencionava o termo publicação. Hoje está assim:
IV - pela sentença condenatória recorrível; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007).
-- A Sentença que concede o Perdão Judicial não interrompe a prescrição, já que se trata também de C.E.P.
-- A Sentença que reconhece a Semi-imputabilidade já interrompe a prescrição pois é sentença condenatória.
5ª) Publicação do Acórdão Condenatório Recorrível:
-- Antes só se fazia menção à publicação de Acórdão Condenatório da Pronúncia.
M) Causas Suspensivas da Prescrição (chamadas pelo art. 116 de impeditivas):
-- Suspendem a contagem do prazo; mas superada a causa suspensiva, o prazo é contado de onde parou.
Estão no CP e fora dele:
No CP, art. 116:
1ª) Enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime (questões prejudiciais)
2ª) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro (salvo, como é óbvio, se o fato for atípico no Brasil).
Na CF/88, art. 53, §§ 3º ao 5º
3ª) Em caso de Suspensão Parlamentar do Processo:
No Jecrim (Lei 9.099/95) (art. 89, § 6º)
4ª) Durante a Suspensão Condicional do Processo
No CPP
5ª) Citação por Edital sem comparecer o réu
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312.  (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
-- E se o réu, citado por edital, é encontrado 50 anos depois? Mesmo assim retoma-se a contagem do prazo? A suspensão dura ad eternum?
 ↓↓ Para Capez,
A duração da suspensão ad eternum seria o mesmo que imprescritibilidade esta só existe em casos expressos na CF/88. Então, qual a solução?
 ↓↓ Sugere sabiamente o autor:
Usa-se, por analogia, o valor máximo da pena in abstrato para saber o tempo máximo da suspensão. A isso soma-se a Súm. 145 do STJ:
SÚMULA-145
No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente Responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.
-- O art. 366 do CPP é híbrido, pois tem uma parte penal (suspensão da prescrição) e outra processual (suspensão do processo). 
 ↓↓
Qual delas reotrage para benefício do réu? 
 A parte Penal.
6ª) Art. 368 do CPP: 
Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996)
N) Prescrição nos Crimes Complexos
-- A prescrição no tocante a um dos crimes contidos no tipo complexo não se estende ao outro ou aos outros.
 ↓↓Ex.
Na extorsão mediante sequestro, a PPP do sequestro não faz gera a PPP da extorsão.
O) Prescrição do crime conexo
-- Não afeta a agravação da pena do outro crime por causa da conexão. 
 ↓↓Ex.
Homicídio qualificado para ocultar crime anterior. Prescrito o crime anterior, nem por isso prescreverá a qualificadora do homicídio.
11 - PPP Intercorrente, posterior ou superveniente à Sentença Condenatória (Art 110 , § 1º) (entre o Trânsito em julgado para a acusação e o Trânsito em Julgado para a defesa)
-- Ocorre após o Trânsito em Julgado para a Acusação (e não para a defesa que ainda pode recorrer);
-- Antes da 1ª instância, o prazo para a PPP p.d. era calculado pela pena máxima, prazo que corria a partir da consumação; 
-- Já na PPP intercorrente é calculado pelo valor único fixado na sentença de 1ª instãncia.
-- E se a acusação recorre só para evitar o trânsito em julgado para a acusação e impedir o cálculo da prescrição pela pena in concreto?
 ↓↓resposta
Não adiantará nada, caso o recurso seja improvido, pois o cálculo incidirá ainda na pena concreta, como se ele nunca tivesse recorrido.
-- E se o recurso da Acusação forprovido para aumentar a pena? Ex: a pena que era de 1 ano passou a ser de 3.
 ↓↓mesmo assim:
O cálculo será baseado na pena única fixada, pois a PPP intercorrente sobe de 2 para 4 anos entre a publicação da sentença e o trânsito em julgado.
 ↓↓logo,
Passados 4 anos deste intervalo, haverá a PPP intercorrente.
-- E se for aplicada MS ao inimputável e ao semi-imputável? 
 ↓↓para a Jurisprudência:
Como não se tem um valor final da pena, o cálculo da PPP intercorrente é o valor mínimo da pena in abstrato e não o valor máximo.
12 – PPP retroativa: (vide art. 110, § 1º)
-- é contada da data de publicação da sentença condenatória de 1ª instância (trãnsito em julgado para a acusação ou improvido o seu recurso) para trás (e não da publicação desta sentença até o trânsito em julgado);
-- Serve para que se corrija uma injustiça: quando o réu tenha sido condenado a uma pena inferior ao máximo da pena in abstrato.
 ↓↓ Ex:
Tício, acusado de furto simples, teve o prazo de sua PPP p.d. calculada com base na pena máxima de 4 anos, mas condenado inicialmente a pena de 1 anos
 ↓↓logo,
Se pela nova pena pode ter havido a prescrição em marcos anteriores, necessária uma recontagem. A PPP p.d que era de 8, passou a ser de 4 anos.
 ↓↓assim,
Caso não tenha havido a PPP intercorrente, o Tribunal pode verificar se houve a PPP retroativa. O novo prazo deve ser conferido nos seguintes marcos:
1º => entre a consumação e o recebimento da denúncia ou queixa (marco revogado pelo novo § 1º do art. 110; logo, não há mais PPP retroativa só para este intervalo)
(...) não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010).
 ↓↓lembrando:
Que esta Lei 12.234/10 é de natureza penal, não se aplicando aos casos de prescrição ante de sua vigência.
2º => entre o recebimento da denúncia/queixa e a pronúncia;
3º => entre a pronúncia e a sua confirmação por acórdão.
4º => entre a pronúncia (ou seu acórdão confirmatório) e a sentença condenatória;
5º => entre a denúnica/queixa e a publicação da sentença condenatória (crimes não dolosos contra vida).
13 – PPP virtural, perspectiva, projetada ou antecipada:
 -- Pela Súmula 448 do STJ, esta prescrição é proibida:
É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. 
-- Deve ser reconhecida (geralmente na fase extrajudicial) com base em provável pena concreta que deverá ser reconhecida futuramente pelo juiz.
-- Ex: Promotor que observa um I.P já está na delegacia há 5 anos por tentativa de furto. Vendo que o acusado é primário e de bons antecendentes, que não há circunstâncias agravantes e já antecipa, de modo imaginário, o valor final da pena que deverá ser fixada pelo juiz e, com efeito, requisitar a prescrição.
-- Crítica de Capez: por que não aceitar a PPP virtual se após a publicação da sentença condenatória, poderá haver a PPP retroativa?
14 – Prescrição da Pretensão Executória (PPE)
a) Distinção com a PPP superveniente (intercorrente):
-- Na PPP superveniente, conta-se o prazo da publicação da sentença condenatória e só ocorre antes do trânsito em julgado para a defesa.
-- Na PPE, conta-se o prazo do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação e só ocorre depois do trânsito em julgado para a defesa (embora o art. 110, § 1º, diga apenas para acusação)
b) Conceito: perda, por parte do Estado, do poder-dever de executar a sanção penal imposta.
c) Efeitos: só extingue a pena principal. Ao contrário da PPP, mantém-se intactos os efeitos secundários penais e extrapenais da condenação;
d) Termos de contagem inicial dos prazos da PPE:
1º) A partir da data do trânsito em julgado da Sentença Condenatória para a Acusação;
-- Crítica: Se a pena só pode ser executada quando transita em julgado também para a defesa, por que então a lei dispõe que a prescrição já começa a correr já a partir do trânsito em julgado apenas para a acusação??
2º) A partir da data em que se profere a decisão que revoga o sursis ou o livramento condicional;
3º) Do dia em que a execução da pena é interrompida por algum motivo.
Obs: 
Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. 
d) Contagem do prazo: calcula-se em cima da pena concreta fixada; prazo contínuo e improrrogável. Usa-se a mesma tabela do art. 109 do CP.
e) Causas Interruptivas da PPE: (art. 117, V e VI):
-- Quando interrompida a PPE para um dos co-autores, não se aproveita aos demais (ao contrário da PPE):
Art. 117 § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI* deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles.
* já que os incisos V e VI dizem respeito às causas interruptivas da PPE e não PPP.
1ª) Início do cumprimento da Pena;
2ª) Continuação do cumprimento da Pena;
3ª) Reincidência.
-- No caso de reincidência, a interrupção do prazo da PPE se dá da data do novo crime e não do trânsito em julgado deste (?!) (RTJ, 107/990);
f) Causas Suspensivas:
A doutrina só cita 1 caso: A prisão do condenado por qualquer outro motivo que não aquele ligado a pena que se pretendia executar; 
 ↓↓Ex:
Tício é condenado na Comarca X em sentença transitada em julgado. Antes que tal pena seja cumprida, descobre-se que ele foi preso na Comarca Y para cumprir condenação definitiva por outro crime.
g) Redução dos prazos de prescrição: (a doutrina diz que não se pode aplicar, subsidiariamente, a regra de idade relativa – 16 a 18 anos - novo C.C.)
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, maior de 70 (setenta)
h) Prescrição da Pena de Multa: (segundo a doutrina, a previsão do art. 114 é apenas para a PPP)
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
I - em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996)
-- No caso da PPE, dispõe a doutrina que as penas mais leves prescrevem junto com as penas mais graves do art. 118;

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