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Civilização Romana

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A CIVILIZAÇÃO ROMANA 
 
Goiânia, 30 de Agosto de 2011 
Disciplina: História • Professor: Norberto • 
 
 
Rua T-53 Qd. 92 Lt. 10/11 - Setor Bueno – Goiânia-GO - Fone: 3285-7473 – www.colegioclasse.com.br 
- 1 - 
A CIVILIZAÇÃO ROMANA 
 
 
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA E POVOAMENTO DA PENÍNSULA ITÁLICA 
Geograficamente, a Península Itálica divide-se em quatro regiões bem delimitadas: no extremo norte, uma região montanhosa, 
entrecortada de rios; a planície do rio Pó; a região Apenina; a costa litorânea dos mares Adriático e Tirreno. O solo dessa península era mais 
fértil do que o solo grego, o que tornou possível o atendimento das necessidades alimentares dos romanos dentro da própria Itália. 
O processo de povoamento da península Itálica foi bastante complexo, distinguindo-se vários povos que ali se estabeleceram em 
diferentes épocas. De acordo com pesquisas arqueológicas, pode-se estabelecer um povoamento anterior ao dos povos de origem indo-
européia, cujos representantes, já nos tempos históricos, seriam os sicanos, da Sicília, os lígures, do noroeste e os messápios e iapígios, do sul. 
Os grupos de origem indo-européia teriam chegado à Itália por volta de 2200 a.C., tendo os povos denominados itálicos ou italiotas 
ocupado o centro-sul da península, e a Sicília. Os dois principais subgrupos dos itálicos eram os samnitas e os latinos. 
Os samnitas habitavam a parte sul da Itália, próximo às colônias fundadas pelos gregos a partir de sua expansão, entre os séculos VIII 
e VI a.C. Os samnitas, organizados em clãs pastoris, que se reuniam em tribos, viviam em constante luta contra os gregos, na disputa pela 
riquíssima região da Campânia. Essas disputas e, conseqüentemente, os contatos com o mundo grego, levaram ao desenvolvimento do seu 
poderio bélico, à fortificação de cidades, à conquista de colônias gregas e à expulsão dos etruscos. 
Os latinos habitavam o curso inferior do rio Tibre, região que jamais foi conquistada pelos etruscos ou pelos gregos. Seus maiores 
adversários eram os volscos, tribo montanhesa que habitava os contrafortes dos montes Apeninos, entre o Lácio e a Campânia, e que vivia 
essencialmente do pastoreio. Nas montanhas habitavam também os équos e sabinos, tribos que viviam do pastoreio e do saque, também 
subgrupos dos itálicos. 
A expansão da colonização grega (Segunda Diáspora Grega) no sul da Itália, região conhecida como Magna Grécia, provocou atritos 
com os fenícios, que povoavam a Sicília, e seus aliados, os etruscos, no mar Tirreno. 
Os etruscos, outro povo que colonizou a Itália, é de origem até hoje desconhecida. Seu território inicial estava localizado entre o mar 
Tirreno, a oeste, e os montes Apeninos, a leste, entre o rio Arno, ao norte, e o Timbre, ao sul. Há pesquisadores que os consideram autóctones 
e outros que os consideram oriundos da Ásia Menor. O que se sabe é que sua língua não é de origem indo-européia, apresentando apenas 
algumas afinidades com a língua falada pelos habitantes da ilha egéia de Lemnos, na fase anterior à conquista ateniense. 
Já por volta do século VII a.C., os etruscos estavam organizados em um império que constituía, na prática, uma liga de várias cidades-
estados. Ocupavam-se da agricultura, do pastoreio, do trabalho manufaturado e do comércio, que não podia ser separado da pirataria. Eram 
comerciantes ativos no mar Mediterrâneo, aliados à cidade fenícia de Cartago. Seus produtos metalúrgicos e têxteis chegavam a todo o Oriente 
e a todo o Mundo Grego por intermédio dos cartagineses e dos colonos gregos. O povoamento da Itália se completou com a chegada dos 
gauleses, no início do século IV a.C., que se estabeleceram ao norte, no vale do rio Pó 
(Gália Cisalpina). 
 
 
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- 2 -A 
A ORIGEM DE ROMA 
O Poeta Romano Virgilio, conta a lenda da fundação de Roma em sua Obra Eneida. Esta obra foi escrita no início do período imperial 
romano. É considerada, simultaneamente, uma obra de tom mitológico e histórico: mitológico porque narra a história do herói Enéias e seus 
descendentes, utilizando-se de lendas tradicionais do povo romano; histórico, porque utiliza este argumento para exaltar Roma e o imperador 
Augusto, procurando valorizar tanto os feitos do imperador quanto os feitos mais remotos do seu povo. Desta forma, o poeta conseguiu realizar 
a tarefa que Augusto lhe incumbira, compondo a epopéia latina por excelência, capaz de equiparar-se à Ilíada e à Odisséia, consagradas 
epopéias homéricas. Todavia, esta não era a única preocupação da Eneida: Virgílio procurou retratar, também, os valores e virtudes que 
fundamentavam a sociedade romana. 
De acordo com a tradição lendária, Roma teria sido fundada em meados do século VIII a.C. por Rômulo, juntamente com Remo, filhos 
gêmeos da princesa latina Réia Sílvia e do deus Marte (Ares para os gregos). Rômulo teria sido então o iniciador da realeza romana. 
Outra importante obra sobre as origens de Roma, que tem como autor Tito Lívio, é a Ab Urbe Condita, que pode ser traduzido como 
"Desde a fundação da cidade", deixa claro que o autor pretendia narrar a história de Roma desde a sua mítica fundação. A obra está concebida 
como uma narrativa analítica (ou seja, em "anais"), modelo característico da historiografia romana, sobre seções cronológicas marcadas pelos 
eventos mais importantes de cada ano, tais como a eleição de cônsules, que são usados como pontos de referência e datação. Tito Lívio mesmo 
nos diz como a falta de documentação anterior a 390 a.C., próxima à época do saque de Roma pelos gauleses, tornou mais imprecisa e insegura 
a narração dos fatos mais antigos da história da cidade, que então se baseou em boa parte em relatos míticos, como o dos antigos reis. 
As pesquisas arqueológicas têm confirmado alguns dados apresentados pela tradição, como por exemplo, a época de fundação da 
cidade. Em meados do século VIII a.C. já existia no local da cidade de Roma uma aldeia latina que não se comparava, entretanto, em brilho e 
importância, às cidades etruscas e gregas existentes na península Itálica, no mesmo período. Os latinos, habitantes da primitiva Roma, eram 
basicamente povos agricultores e pastores, mas que realizavam algumas trocas com outros povos da região. 
A partir do final do século VII a.C., acentuou-se a urbanização de Roma, com o aparecimento de templos e edifícios públicos, abertura 
de ruas mais regulares e pavimentação rudimentar. Portanto, já teria existido em Roma um processo de urbanização anterior à dominação 
etrusca, que corresponderia ao período lendário dos reis latinos e sabinos. 
A acelerada urbanização dessa aldeia latina se justifica pela sua posição geográfica estratégica, no baixo vale do rio Tibre, 
representando o ponto de confluência de várias rotas de comunicação com as regiões vizinhas, particularmente com a Etrúria e a Magna 
Grécia. A presença de mercadores etruscos e gregos já era acentuada no século VI a.C. Foi exatamente sua posição estratégica que levou os 
etruscos à conquista de Roma, em meados do século VI a.C., o que a transformou na principal cidade da região do Lácio. 
 
DIVISÃO DA HISTÓRIA ROMANA 
MONARQUIA 753 - 509 a.C. 
REPÚBLICA 509 - 27 a.C. 
IMPÉRIO 27 a.C.- 476 d.C. 
 
SUBDIVISÃO DO PERÍODO IMPERIAL ROMANO 
ALTO IMPÉRIO OU PRINCIPADO 27 a.C. – 235 d.C (séc. I a.C.- III d.C.) 
BAIXO IMPÉRIO OU DOMINATO 235 - 476 d.C. (séc. III - V d.C.) 
 
A MONARQUIA ROMANA (753 a.C. a 509 a.C.) 
O período monárquico iniciou-se com a fundação da cidade de Roma e terminou em 509 a.C., quando uma revolta da aristocracia 
depôs o último rei – Tarquínio, o Soberbo e estabeleceu a República. 
Durante a monarquia, a organização social básica do mundo romano era a gens (COMUNIDADES GENTÍLICAS PATRIARCAIS), que 
pode ser definida como uma comunidade formada por um grupo extenso de pessoasque se reconhecem como descendentes de um 
antepassado comum e que organizam sua vida econômica e social baseada na solidariedade e subsistência. A gens romana, entretanto, não 
tinha características de comunidade igualitária, pois constituía uma organização aristocrática, muitas vezes proprietária de escravos. 
As propriedades e as fortunas não saíam do interior da gens porque imperava o direito paterno, que excluía as mulheres da herança, 
uma vez que, a partir do casamento, deixavam de pertencer à gens paterna para se vincularem à do marido. A vinculação com uma gens criava 
laços de solidariedade obrigatórios. A gens tinha uma sepultura comum para os seus mortos, cultos particulares aos seus antepassados míticos 
(denominados LARES) e o hábito de reuniões para tomada de decisões coletivas. 
A organização em gens era restrita à população nativa da cidade. Seus membros eram conhecidos como PATRÍCIOS, denominação 
derivada da palavra latina pater, que significa pai ou chefe da família, elemento que tinha direito de vida e morte sobre os outros membros. 
A reunião de dez gens constituía uma cúria, e da reunião de dez cúrias formava-se uma tribo. Cada cúria tinha suas práticas religiosas, 
seus santuários e seus sacerdotes. Das tribos saía o chefe militar e grande sacerdote. O conjunto das três tribos formava o POPULUS 
ROMANUS (povo romano). Só pertencia ao povo romano o membro de uma gens, que era, também, a partir desta, membro de uma cúria e de 
uma tribo. 
Os membros das tribos submetidas pela população romana nativa não faziam parte das gens e eram chamados de PLEBEUS. Eram 
homens livres; podiam possuir propriedades territoriais, pagavam impostos e prestavam serviços militares, sem, no entanto, terem o direito de 
exercer funções públicas ou partilhar da repartição das terras conquistadas pelo Estado Romano. Os plebeus, portanto, não eram cidadãos e 
sim súditos de Roma. 
Além dos patrícios e plebeus existiam os CLIENTES, homens livres, mas dependentes de um aristocrata romano, em virtude de algum 
favorecimento (OBSEQUIUM) político ou material concedido por um patrício (PATRONUS). 
Os escravos eram constituídos, sobretudo, por prisioneiros de guerra e por aqueles que não conseguindo pagar suas dividas 
perdiam a liberdade. Durante o período monárquico os escravos eram pouco numerosos. A escravidão só atingiu maiores proporções a 
partir da República devido as guerras de conquistas e expansão territorial. Os escravos eram utilizados em diversas atividades: serviços 
domésticos, secretários, professores, artesãos etc. 
 
 
 
 
 
 
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- 3 -A 
 DIVISÃO SOCIAL ROMANA NA MONARQUIA 
 
 PATRÍCIOS 
eram grandes proprietários de terras, rebanhos e 
escravos. Desfrutavam de direitos políticos e podiam 
desempenhar altas funções públicas no exército, na 
religião, na justiça ou na administração. Eram os 
cidadãos romanos. 
 
 PLEBEUS 
eram homens e mulheres livres que se dedicavam ao 
comércio, ao artesanato e aos trabalhos agrícolas. 
Apesar da conotação do nome, havia plebeus ricos. 
 
 CLIENTES 
eram homens livres que se associavam aos patrícios, 
prestando-lhes diversos serviços pessoais em troca de 
auxílio econômico e proteção jurídica e social 
(obsequium). 
 
 ESCRAVOS 
Representavam uma propriedade, e, assim, o senhor 
tinha o direito de castigá-los, de vendê-los ou de alugar 
seus serviços. Nesse período a escravidão era incipiente 
. Predominava a escravidão por dívidas (nexum). 
 
Quanto à organização política da monarquia romana, podemos afirmar que Roma era governada por um rei, que tinha o título de 
REX SACRORUM. Era ao mesmo tempo chefe militar, juiz supremo e sumo sacerdote, sendo escolhido entre os chefes militares e religiosos 
saídos das três tribos romanas. O conselho dos anciãos formava o SENADO, que prestava assistência ao rei. Seus membros eram recrutados 
entre as mais ricas e nobres famílias romanas. Todos os homens adultos pertencentes ao populos romanus reuniam-se em assembléias, por 
cúrias - COMITIA CURIATA -, onde elegiam os chefes, declaravam a guerra ou firmavam a paz. 
Segundo a tradição, a monarquia romana teve sete reis, sendo: 
 
 
Quatro de origem latina 
• Rômulo (753-716 a.C.); 
• Numa Pompílio (716-673 a.C.); 
• Túlio Hostílio (673-641 a.C.); 
• Anco Márcio (641-616 a.C.) 
 
Três de origem etrusca 
• Tarquínio Prisco (616-578 a.C.); 
• Sérvio Túlio (578-534 a.C.); 
• Tarquínio “o Soberbo” (534-509 a.C.) 
 
 
 
 
 
INSTITUIÇÕES POLÍTICAS DA MONARQUIA ROMANA 
REX era escolhido pelo senado e aprovado pela assembleia 
curiata. Acumulava funções: legislativa, militar, judicial 
e religiosa. 
SENADO ROMANO era uma espécie de conselho de anciãos, formado 
apenas pelas famílias patrícias mais importantes da 
cidade. Essas famílias constituíam a aristocracia de 
Roma. Era função do senado escolher o rex (rei), 
discutir as propostas apresentadas pelo monarca e 
vetá-las, caso violassem as tradições e os interesses dos 
patrícios. Seus membros recebiam, provavelmente, a 
designação de pater. 
ASSEMBLEIA CURIATA (CURIAE) compunha-se de todos os cidadãos em idade militar; 
também era dominada pelos patrícios. Cabia à 
assembleia aprovar o nome do rex sacrorum escolhido 
pelo senado, declarar guerra e firmar paz. Também lhe 
era creditado o poder de aprovar e rejeitar leis. 
Contudo, conforme a tradição, as decisões do soberano 
não eram contestadas. 
 
É possível que a presença etrusca em Roma seja anterior ao governo do rei Tarquínio, o Antigo, primeiro dos três reis etruscos em 
Roma. A presença dos reis etruscos em Roma reflete as lutas entre as cidades-estado pela hegemonia na Península Itálica. Durante todo o 
período de reinado etrusco, estes reis tentaram limitar o poder dos patrícios, aliando-se aos comerciantes plebeus, destacando-se as reformas 
de Sérvio Túlio. 
 
 
 
 
 
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- 4 -A 
A REFORMA DE SÉRVIO TÚLIO (REFORMA SERVIANA) 
Sérvio Túlio dividiu a população em cinco classes, de acordo com a renda de cada indivíduo. Cada classe deveria contribuir com certo 
número de soldados para o exército. As questões militares passaram a ser decididas nas assembléias das centúrias, que eram divisões do 
exército romano em cem homens, comandados pelo centurião. As centúrias patrícias conseguiam impor sua posição porque eram em maior 
número. A reforma implementada por Sérvio Túlio parece Ter concedido alguns direitos aos plebeus, entre eles o acesso ao serviço militar. A 
partir de então as questões militares passaram a ser decididas nas ASSEMBLEIAS DAS CENTÚRIAS – (Comitia Centuriata) divisões do exército 
romano com cem homens, comandados por um centurião. As centúrias patrícias conseguiam impor sua vontade porque eram em maior 
número. Sérvio Túlio construiu uma das primeiras grandes muralhas para proteger Roma. 
 
A REPÚBLICA ROMANA (509 a.C. a 31 a.C.) 
De acordo com a tradição lendária, a monarquia teve fim em 509 a.C., quando a aristocracia rebelou-se contra a dominação etrusca e 
a tirania do rei Tarquínio, que foi deposto. O senado assumiu o poder, transformando-se na mais poderosa instituição política do mundo 
romano. 
Nos primeiros tempos da República a aristocracia continuou a ser a classe que dominava a vida econômica e política da cidade, 
ocorrendo uma tendência para uma estratificação mais acentuada da sociedade romana. O endividamento dos pequenos proprietários levava 
ao aumento do número de escravos, dos trabalhadores servis e mesmo dos clientes. Acirraram- se os conflitos entre patrícios e plebeus. 
Entretanto, também entre os plebeus começou a se evidenciar uma estratificação: os plebeuspobres passaram a lutar pela abolição das 
dívidas, da servidão por dívidas e pela repartição das terras, enquanto os plebeus mais ricos preocupavam-se principalmente com o acesso aos 
cargos públicos. 
Ao mesmo tempo, a cidade de Roma, após consolidar sua hegemonia sobre a liga das cidades do Lácio, passou a organizar lutas 
contra seus vizinhos, os volscos, équos e hérnicos. As lutas tinham inicialmente caráter defensivo, passando depois a um caráter nitidamente 
expansionista, visando o controle de toda a Itália meridional.____________________________________________________________ 
Durante a República o número de escravos chegou a ser quatro vezes maior do que o restante da população de Roma. Daí as 
rebeliões de escravos. Todavia, essas rebeliões fracassaram diante do poder do Estado. O fracasso das rebeliões pode ser explicado pela 
forma desigual de exploração da população escrava. "Havia, por exemplo, uma profunda diferença entre o grau de exploração de um 
escravo urbano, que trabalhava como secretário, e de um escravo rural, que sofria no penoso trabalho agrícola. Essas diferenças de 
condições de exploração tornavam a classe dos escravos bastante desigual quanto ao nível de disposição de lutar pela liberdade do grupo 
como um todo" Pode-se ainda destacar que a luta dos escravos possuía apenas um caráter de rebelião e não de 
revolução.___________________________________ 
 
A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA DA REPÚBLICA 
A base da República Romana era o Senado, formado por trezentos patrícios, com a responsabilidade de propor leis. Os cargos eram 
vitalícios, abrigando outras funções: garantir a integridade da tradição e da religião, supervisionar as finanças públicas, conduzir a política 
externa e administrar as províncias. A presidência do senado era exercida pelo magistrado, que o convocava, podendo ser um cônsul, um 
pretor ou um tribuno. 
Até o século III a.C., quando se iniciou a expansão romana pelo Mediterrâneo Ocidental, a República possuiu um caráter 
essencialmente aristocrático, ou seja, os patrícios mantinham a direção das instituições do Estado. 
Existiam assembleias encarregadas de votar as leis sugeridas pelo senado. A Assembleia Curiata, que perdeu quase toda a sua 
importância política inicial, voltando-se para os assuntos religiosos durante a República. A Assembleia Centuriata, formada pelas centúrias 
(divisões políticas e militares compostas por cem cidadãos), a quem cabia de fato discutir e votar as propostas. Cada centúria possuía um 
voto, apesar dos plebeus poderem participar dessa assembleia desde a reforma serviana, ainda durante a monarquia etrusca, a hegemonia 
permaneceu durante muito tempo sob o controle dos patrícios. A Assembleia Centuriata elegia os Cônsules e votava as leis. A Assembléia 
Popular teve sua importância política aumentada, pois, de simples órgão que registrava os editos reais, passou a votar as questões que lhe 
eram apresentadas pelos cônsules. 
O poder executivo era exercido pelos MAGISTRADOS, pertencentes, na maioria das vezes, à classe dos patrícios. Com exceção do 
censor, todos os magistrados eram eleitos pela Assembléia Centuriata para um mandato de um ano. Coletivas, as magistraturas exigiam a 
presença de dois ou mais magistrados para cada cargo. Os magistrados eram os seguintes: 
- CÔNSULES: Detinham o maior poder, equivalente ao dos antigos reis. Eram dois eleitos para um período de um ano. Eles tinham como 
atribuições comandar o exército, convocar o Senado e presidir os cultos. Nos períodos de crise, indicavam um DITADOR, que exercia o poder 
de forma absoluta durante o período máximo de seis meses; 
- PRETORES: Tinham por função administrar a justiça. Era posto privativo das famílias patrícias, até 337 a.C., quando os plebeus puderam 
ascender ao cargo. Os pretores, cujo cargo era vitalício, estabeleciam as audiências do fórum. Ao longo do tempo, o número foi aumentando 
devido às crescentes necessidades administrativas da República Romana. Havia vários tipos de pretores, entre eles o "Pretor Urbano", que 
cuidava da cidade de Roma, e o "'Pretor Peregrino", que cuidava da zona rural e da relação com os peregrini (as comunidades sem cidadania 
romana). Os "Pretores Provinciais" destinados a governar os países conquistados e comandar os exércitos, quando havia vários campos de 
operação. O cargo de pretor detinha uma escolta de 6 litores; 
_____________________________________________________________________ 
Litores cuidavam da segurança eram encarregados de ir a frente de um magistrado com feixes de varas denominados fasces, abrindo espaço 
para que esse passasse. O seu número variava de acordo com o grau de importância do magistrado. Eram também encarregados de convocar o 
réu, quando fosse solicitado pelo magistrado, para solução da lide.____________________________________________________ 
 
- CENSORES: eram eleitos em número de dois pela Assembleia das Centúrias. A função dos censores incluía o recenseamento dos cidadãos, com 
base em sua riqueza, a elaboração do Álbum Senatorial (lista que designava as pessoas em condições de serem escolhidas para o Senado), 
orientação da construção pública e fiscalização da conduta moral dos cidadãos; 
- QUESTORES: eram responsáveis pela administração da fazenda pública, ou seja, controle o erário do Estado e cobrança dos tributos; 
- EDIS (EDIL): eram encarregados da preservação da cidade, do abastecimento, da polícia dos mercados e das ações penais correlatas, bem 
como da jurisdição civil contenciosa nas questões ali ocorridas. 
- TRIBUNOS DA PLEBE: era o magistrado PLEBEU que atuava junto ao Senado em defesa dos direitos e interesses da plebe. (foi cargo 
conquistado pelos plebeus a partir de 494 a.C.). 
 
 
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- 5 -A 
INTENSIFICAÇÃO DA LUTA ENTRE PATRÍCIOS E PLEBEUS 
Para se compreender a intensa luta travada entre plebeus e patrícios é necessário ter-se uma visão geral de estrutura econômica e 
social vigente em Roma, pelo menos até o final da república. 
A agricultura era a atividade básica, predominando a pequena propriedade rural, cultivada pelo próprio dono, às vezes auxiliado por 
escravos. As mesmo tempo, as terras pertencentes ao Estado – ager publicus – aumentavam consideravelmente principalmente quando se 
acentuou a tendência expansionista. Essas terras deveriam ser cedidas aos membros da comunidade: os terrenos desocupados seriam cedidos 
como pastos, e os terrenos já ocupados, na época da conquista, estariam sujeitos ao pagamento de taxas. A maior parte das terras públicas, 
porém, era abandonada e inculta, sendo ocupada por particulares, sem o pagamento de qualquer taxa. 
Na apropriação dessas terras, a aristocracia patrícia sempre levava vantagem, principalmente porque eram seus membros que 
ocupavam os principais cargos públicos. O senado e a magistratura eram monopólio dos patrícios. A participação dos plebeus na COMITIA 
CENTURIATA (assembléia da centúria) era puramente formal, pois a aristocracia detinha o poder de decisão, uma vez que as centúrias patrícias 
eram mais numerosas. Os plebeus também não podiam casar com patrícios nem podiam ser sacerdotes. 
Essa situação foi se agravando cada vez mais, porque os plebeus também passaram a ter participação na vida militar; e como as 
campanhas militares se intensificavam, os pequenos proprietários, que se mantinham muito tempo afastados de suas propriedades, ficavam 
sujeitos à ruína, enquanto as propriedades dos patrícios eram aumentadas, progressivamente, com as novas conquistas. 
No ano de 494 a.C., os plebeus abandonaram Roma e foram para o Monte Sagrado, próximo à cidade. Essa retirada significou em 
enfraquecimento do exército romano, o que levou os patrícios a admitirem uma série de concessões aos plebeus. A principal concessão foi o 
direito de eles elegeram um tributo da plebe, com poder de veto sobre as decisõesdos magistrados, com exceção das decisões militares. Esses 
tribunos, inicialmente em número de dois e mais tarde de dez, gozavam de inviolabilidade pessoal e residencial, pois suas casas eram 
consideradas lugares de “asilo”. Tornaram-se verdadeiros protetores da plebe, já que, além das atribuições já citadas, podiam impedir qualquer 
ação do Estado contra os plebeus, através da simples oposição a essa medida – intercessio. 
As leis romanas eram baseadas na tradição e interpretadas pelos patrícios. Os plebeus, num processo semelhante ao ocorrido na 
Grécia, passaram a exigir leis escritas, o que levou ao aparecimento, em 450 a.C., do primeiro código de leis escrito da história romana – a Lei 
das Doze Tábuas -, redigido por uma comissão de decuriões composta de patrícios e plebeus. 
Uma década depois, por proposta dos tribunos da plebe Licínio e Séxtio, os plebeus conseguiram conquistar o direito de um dos 
cônsules ser de origem plebéia. Mais tarde, obtiveram também o direito de ocupar o cargo de ditador. 
A aristocracia romana, porém, soube absorver as conquistas sociais e políticas dos plebeus e manteve o controle do Estado, fosse 
através do sistema de votação na comitia centuriata, que inviabilizava a participação dos cidadãos mais pobres, fosse através da 
arregimentação dos clientes, que foi perdendo seu caráter de base eleitoral. 
Em 445 a.C., foram permitidos os casamentos entre plebeus e patrícios, o que levou a uma associação entre as famílias plebéias mais 
ricas e os patrícios, fazendo surgir uma nova aristocracia – a nobilitas -, composta de um número reduzido de famílias que, durante muito 
tempo, controlaram o acesso aos mais elevados cargos do Estado. 
Com a expansão militar romana, novas magistaturas foram criadas: os pretores, que cuidavam dos assuntos juriciários; os censores, 
que dividiam os cidadões segundo os bens e preparavam a lista dos senadores; os edis, que cuidavam do abastecimento e da vigilância da 
cidade de Roma; os questores, que administravam o tesouro público. Os plebeus conseguiram ter acesso a todos esses cargos, porém, cada vez 
mais se acentuava a divisão interna da camada plebéia entre pobres e ricos. 
 
PRINCIPAIS CONQUISTAS DOS PLEBEUS 
 
- 494 a.C. O primeiro passo foi a conquista de um órgão político de defesa de seus interesses, O TRIBUNATO DA PLEBE. Essa conquista ocorreu 
depois que os plebeus ameaçaram criar, em 494 a. C., uma sociedade plebéia separada da dos patrícios, nas vizinhanças de Roma. 
- 471 a.C. Concilium Plebis ou Comitia Plebis, assembleia que legislava apenas para os plebeus. Conquistaram, também, o direito de eleger 10 
tribunos da plebe. 
- 450 a.C. Lex Duo Décima Tabularum ou Lei das Doze Tábuas, primeiro código de leis escritas em Roma. 
- 445 a.C. Lei Canuléia, permitia o casamento entre patrícios e plebeus. 
- 367 a.C. Leis Licinias-Sextias, dividiu o Consulado entre patrícios e plebeus; determinaram a divisão de terras públicas, o ager publicus; 
proibiram que o corpo fosse garantia de dívidas. 
- 326 a.C. Lex Poetelia Papiria, aboliu definitivamente os escravos por dívidas. 
- 300 a.C. Lei Olgúnia, determinou a igualdade religiosa, isto é, plebeus seriam eleitos para o cargo de Pontífice. Pontífice era o magistrado 
eleito para cuidar dos cultos públicos romanos, tem mandato de um ano e é parte de um Colégio Pontifício, liderado pelo Pontífice Máximo. 
- 286 a.C. Lei Hortência, determinou que todas as resoluções aprovadas pelo plebeus na comitia plebis, o plebiscito, adquirissem força de lei e, 
portanto, aplicada a todos os cidadãos sem requerer a aprovação do Senado Romano. 
 
 
EXPANSÃO ROMANA: AS CONQUISTAS 
Foi durante o período republicano que Roma se transformou de simples cidade- estado em um grande domínio territorial, voltando-se 
inicialmente para a conquista da Itália e mais tarde de todo o mundo mediterrâneo. 
A expansão imperialista provocou profundas transformações na vida econômica, social e política de Roma, podemos identificar 
diferentes fatores para justificá-la em épocas determinadas da história romana. Para simplificar o estudo desses fatores, dividiremos a 
expansão em duas fases: a primeira, que se estende até o século III a.C., identificada com a conquista da Itália; e a Segunda, que corresponde à 
formação do poderoso domínio mediterrâneo. 
Na primeira fase, o fator determinante da expansão foi a necessidade de novas terras cultiváveis, numa sociedade onde o 
desenvolvimento das forças produtivas era limitado e o conflito entre aristocracia e pequenos proprietários bastante acentuado. A disputa 
pelas terras do Estado, que aumentava, ao mesmo tempo em que encontrava na conquista uma válvula de escape e uma motivação para a luta, 
acirrava as lutas internas entre a aristocracia e a plebe. A aristocracia rural, através da conquista, ampliava seus domínios territoriais e seu 
poder político e militar, estabelecendo alianças com as aristocracias dos Estados conquistados aumentando os contingentes de seu exército, 
uma vez que Roma integrou, progressivamente, as regiões conquistadas ao seu sistema político, admitindo seus habitantes como cidadãos 
romanos, em graus diferenciados 
 
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Para as massas camponesas, a conquista representava um alívio, na medida em que possibilitava o aumento das unidades de 
produção familiares, sempre sujeitas a profunda fragmentação pelo direito de herança e pagamento de dotes. Além desse fator, a participação, 
ainda que minoritária, na divisão das presas ou saques de guerra. 
Na Segunda fase imperialista, quando os latifúndios escravistas (propriedades aristocráticas, com mão-de-obra escrava e produção 
especializada, voltada para o mercado) dominaram a economia romana, o fator determinante do expansionismo militar passou a ser 
recrutamento da mão-de-obra escrava, obtida a partir das populações vencidas. Estudaremos mais detalhadamente esse período na transição 
da república para o império e na fase imperial. 
 
A CONQUISTA DA ITÁLIA 
Em princípio do século V a.C., o objetivo fundamental da aristocracia romana era manter sua hegemonia na região do Lácio, o que 
preocupava as cidades etruscas. 
Os latinos que viviam próximos a Roma sabiam que sem a ajuda romana não poderiam conter nova dominação etrusca. Formaram, 
então, uma liga das cidades latinas, a Liga Latina, que foi sob dominada e passou a ser comando de Roma. 
Em 449 a.C., os sabinos foram derrotados pelos romanos, que se apoderaram de boa parte do seu território. Pouco depois, os latinos 
venceram os volscos, que queriam isolá-los do mar, e novas colônias romanas foram instaladas nos territórios ocupados. 
Em 395 a.C., os romanos venceram a cidade etrusca de Veios, numa luta iniciada pelo controle da foz do rio Tibre. Após essa vitória 
seguiu-se uma derrota, por volta de 390 a.C., quando os gauleses que organizavam expedições de saque às regiões do sul da Etrúria chegaram 
ao território romano, saquearam a população e exigiram o pagamento de resgate, em dinheiro, para a libertação da cidade. 
A invasão dos gauleses levou as cidades latinas a refazerem a aliança com Roma, que andava bastante abalada. Até meados do século 
IV a.C., a expansão deveu-se à liga latina, dissolvida em 340 a.C., quando a sublevação das cidades latinas levou Roma a submetê-las totalmente 
à sua hegemonia. A partir daí, a conquista passou a ser feita sob o controle absoluto de Roma, mas as colônias instaladas tinham um caráter 
latino. 
De 327 a 290 a.C., Roma guerreou contra os samnitas pelo domínio da fértil região da Campânia. A maior parte dos samnitas acabou 
se aliando aos romanos. 
Posteriormente, Roma submeteu o norte da Etrúria, cujos domínios compreendiam a Itália central e parte da Itália setentrional. 
Quando a supremacia romana se estendeu ao sul da Itália, algumas cidades gregas,como Nápoles, aliaram-se a Roma, enquanto outras, como 
Tarento, declararam-lhe guerra. 
Em 272 a.C., o sul da Itália, inclusive Tarento, se rendeu. Toda a península Apenina, exceto o vale do Pó, passou ao domínio romano 
Ao conquistarem uma região italiana, pelo menos um terço do território ocupado era apropriado pelo Estado – ager publicus – e 
distribuído aos cidadãos romanos, para várias finalidades: instalação de colônias, distribuição de lotes individuais ou ocupação pela aristocracia, 
que tinha os meios disponíveis para o seu aproveitamento. 
 
A EXPANSÃO FORA DA ITÁLIA 
A expansão fora do território italiano teve início com as Guerras Púnicas (264-146 a.C.), contra - Cartago, cidade-estado, antiga 
colônia fenícia, localizada ao norte da África, que por volta do século III a.C. dominava o comércio do Mediterrâneo possuindo colônias na 
Sicilia, Sardenha, Córsega, “Espanha” e em toda a costa setentrional da África. 
Os conflitos entre Roma e Cartago se iniciaram a partir da expansão romana pela Itália meridional. Quando Roma anexou os portos 
italianos do sul e os interesses de Nápoles e Tarento (colônias gregas rivais de Cartago) se tornaram interesses romanos, a guerra passou a ser 
inevitável. Era quase certo que Roma, como líder dos gregos ocidentais, iria intervir na luta secular entre sicilianos e cartagineses. 
A maior parte da ilha da Sicília era habitada por cartagineses, em luta constante com as colônias gregas ali existentes. Os romanos 
intervieram nessa luta e uma de suas legiões ocupou a cidade de Messina. Os cartagineses declararam guerra a Roma. As forças das duas 
potências eram bastante equilibradas, pois o poderio de ambas era sustentado por uma comunidade de cidadãos e um poderoso exército, 
apoiado por aliados em caso de guerra. 
Nas três Guerras Púnicas (de 264 a.C. a 146 a.C.), os romanos venceram os cartagineses, impondo seu domínio na Sicília, Córsega e 
Sardenha, além da “Espanha”, que só foi totalmente integrada ao império romano após a total submissão dos celtiberos, em 133 a.C. 
“Portugal’, por sua vez, caiu sob o domínio romano em 140 a.C., quando os lusitanos, liderados por Viriato, foram vencidos pelas tropas 
romanas. Parte do norte da África também foi dominada pelos romanos, a partir da queda e destruição de Cartago, em 146 a.C. Todo o 
Mediterrâneo Ocidental passou para o domínio romano (Mare Est Nostrum). 
Ao mesmo tempo em que estava envolvida com as Guerras Púnicas, Roma voltou sua atenção para o Mediterrâneo Oriental, região 
dos reinos helenísticos. 
A Macedônia, aliada a Cartago na Segunda Guerra Púnica, foi derrotada em 197 a.C., tornando-se protetorado romano. 
Posteriormente, com a revolta dos macedônios, Roma dominou totalmente a região, transformando-a em província romana, em 168 a.C. 
A Síria foi vencida em 189 a.C., seguindo-se depois a conquista da Grécia e da Ásia Menor e o estabelecimento de um protetorado 
romano no Egito. 
Com a conquista da Gália Transalpina, efetivada por Júlio César (51 a.C.), a Roma republicana transformou-se no maior império da 
Antigüidade. 
 
CONSEQÜÊNCIAS DA EXPANSÃO ROMANA 
A expansão romana exigiu uma nova forma de administrar as terras conquistadas e, no plano interno, trouxe profundas modificações 
na sociedade. 
A partir da conquista de terras fora da península Apenina, Roma passou a agrupar os territórios anexados em províncias, cujo sistema 
de exploração sofreu profundas transformações. Enquanto na expansão inicial dava-se ênfase à conquista das terras incorporadas ao ager 
publicus, às alianças políticas e ao fornecimento de soldados, na fase posterior da expansão romana destacava-se a cobrança de tributos anuais, 
em espécie ou moeda, o pagamento de indenizações de guerra, a exclusividade na exploração das minas e principalmente o recrutamento de 
escravos entre a população dominada. 
Nas regiões dominadas ficavam o exército e os governadores, que controlavam o poder civil e militar. A arrecadação dos impostos 
provinciais era arrendada pelo Estado romano a particulares - os publicanos - que se tornaram um poderoso grupo, de grande importância nas 
lutas sociais travadas no final do período republicano. A expansão romana provocou transformações radicais na vida econômica e social 
de Roma, sem, no entanto, alterar sua estrutura política. 
 
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Roma continuava sendo uma cidade-estado governada pela aristocracia, através do seu principal órgão político - o senado. A camada 
aristocrática havia alterado sua composição, com a incorporação dos plebeus ricos, mas não havia alterado suas concepções nem seus objetivos 
de controle exclusivo do poder. Mesmo essa nova aristocracia - a nobilitas - só muito lentamente recrutava novos quadros entre as camadas de 
maior renda, os équites ou cavaleiros, que passavam a ser conhecidos como "homens novos", discriminados pela oligarquia que 
tradicionalmente controlava o poder. 
Por outro lado, os plebeus sofreram profunda estratificação interna, e os tribunos da plebe, pertencentes às camadas plebéias ricas, 
afastavam-se cada vez mais das camadas populares. 
Os pequenos proprietários, devido à mobilização permanente para a guerra, foram prejudicados e passaram a ter dificuldades de 
readaptação na vida agrícola, o que levou grandes contingentes populacionais a migrar para as grandes cidades, enquanto outros grupos de 
pequenos proprietários arruinados passaram a trabalhar como camponeses contratados por grandes proprietários – os coloni. 
A concentração de propriedades rurais levou ao aparecimento do latifúndio. Havia, portanto, em Roma, capital abundante nas mãos 
da aristocracia e mão-de-obra disponível, principalmente com o aumento do número de escravos. A especialização agrícola, com produção 
voltada para o mercado, passou a dominar a vida econômica romana. 
Foram essas transformações que geraram tensões, responsáveis pela crise da República: disputa entre a aristocracia da cidade de 
Roma e as elites provinciais; tensões no interior do exército, que necessitava do recrutamento dos camponeses, mas cuja ação só beneficiava os 
senadores e os éqüites; tensões de caráter étnico e cultural, agravadas pela escravização das populações submetidas. 
 
A CRISE DA REPÚBLICA 
É quase impossível determinar, cronologicamente, quando a sociedade romana passou a ser essencialmente escravista. A escravidão 
já existia desde o período da realeza, mas como uma relação de produção sem grande importância para a vida romana. O certo é que, com a 
aceleração do expansionismo romano, o escravo passou a ser a base do sistema produtivo. A partir do século II a.C., essa transformação passa a 
ser bem evidente. 
As revoltas dos escravos foram mais explosivas e constantes no meio rural. Dentre elas destacam-se as ocorridas na Sicília, entre 136 e 
133 a.C., onde os escravos chegaram a tomar o poder, estabelecendo um governo monárquico. Também no reino de Pérgamo, na Ásia Menor, 
escravos e cidadãos pobres, liderados por Aristônico, revoltaram-se contra Roma, sendo derrotados em 130 a.C. Essas revoltas preocuparam a 
aristocracia romana, mas não abalaram o sistema escravista, que se consolidava cada vez mais. 
Os escravos urbanos também participaram das lutas políticas, particularmente daquelas travadas no final da república, mas não como 
uma camada social portadora de reivindicações e sim como massa de manobra de grupos políticos. 
 
A REFORMA DOS IRMÃOS GRACO 
Uma das questões centrais das lutas internas dos romanos era a disputa pela terra entre os ricos e os camponeses pobres. 
Durante a primeira metade do século II a.C., o senado ainda manteve uma política de colonização intensa na Gália cisalpina e na parte 
sul da Itália, mas não na Itália central, onde já predominavam os latifúndios escravistas. Mas a distância entreregiões colonizadas, a pequena 
extensão dos lotes e os poucos recursos disponíveis levaram os colonos a abandonar as zonas de colonização. O fim dessas colônias provocou 
um aumento de tensão em Roma. 
Alguns elementos progressistas da aristocracia romana, influenciados pela cultura grega, bastante forte nesse período, pensaram em 
reformas sociais. Um desses elementos foi o tribuno da plebe Tibério Graco, que preparou, em 133 a.C., um projeto visando melhorar a 
combatividade do exército romano, desmoralizado pela sua rendição, quase sem luta, na Espanha. 
Segundo Tibério Graco, a melhoria da combatividade do exército dependia da melhoria das condições de vida dos camponeses, pois, 
nesse período, o campesinato constituía a base do exército romano. Assim, resolveu conceder terras àqueles que não as possuíam em 
quantidade suficiente para sobreviver. 
Como tal proposta só poderia ser aprovada pela assembléia popular, e só os tribunos podiam apresentar projetos, ele candidatou-se a 
esse posto e venceu as eleições. 
O projeto de Tibério Graco limitava a quantidade máxima de terras públicas que uma família poderia possuir em 500 iugera (uma 
iugera corresponde a aproximadamente a 2.500 m2) para o chefe e 250 por filho (até o máximo de dois). Essas terras se tornariam propriedade 
dos seus concessionários, porém aquelas concedidas aos pobres não se tornariam propriedade particular, pois não poderiam ser vendidas e 
estavam sujeitas ao pagamento de taxas de arrendamento. 
No dia da votação do projeto, uma multidão de camponeses reuniu-se em Roma. Os senadores, para não perderem a votação, 
recorreram a um antigo recurso constitucional romano – o veto de um tribuno a qualquer lei. O veto foi dado por um outro Tribuno da plebe. 
Tibério recorreu a um meio inconstitucional e pediu à plebe que afastasse tal tribuno e aprovasse a lei. 
Para a execução da lei era necessário o apoio dos tribunos, que eram eleitos anualmente. Tibério candidatou-se novamente para o 
posto, além de procurar eleger outros candidatos seus. Como a reeleição de um tribuno era contrária à tradição romana, a aristocracia passou a 
acusá-lo de pretender instalar um governo tirano. No dia das eleições houve um conflito armado, onde Tibério e muitos de seus partidários 
foram mortos. 
Caio Graco, irmão de Tibério, foi eleito tribuno em 124 a.C., e apresentou um projeto de reformas muito mais amplo à assembléia. 
Entre suas propostas, incluíam-se uma lei que estendia a todo o mundo romano as terras concedidas aos pobres; um programa de obras 
públicas para dar ocupação à plebe urbana; uma reforma judiciária que favorecia camadas intermediárias, tirando o papel de juiz dos senadores 
e transferindo-o para os cavaleiros (comerciantes), que passaram também a exercer importante papel nas finanças públicas com o 
arrendamento da cobrança dos impostos provinciais. 
Com a lei frumental, iniciou-se a distribuição de trigo para a população romana, subvencionada pelo Estado. Esse hábito assumiu 
grande importância no século I a.C., tornando-se totalmente gratuito a partir do ano de 58 a.C. 
Caio Graco, em sua campanha à reeleição, sugeriu que a assembléia estendesse os direitos de cidadania a todos os aliados de Roma, 
mas o projeto foi derrotado e o senado ordenou a expulsão de todos aqueles que não eram cidadãos romanos. 
Tentando derrubar Caio Graco, os aristocratas denunciaram-no como sendo inimigo da religião e da pátria, alegando que ele havia 
fundado, em Cartago, uma colônia numa região considerada amaldiçoada. Caio Graco foi perseguido e seus partidários foram derrotados pelo 
senado. Temendo tornar-se prisioneiro, pediu a um escravo que o matasse. 
Os únicos beneficiários das reformas dos Graco foram os cavaleiros, que há muito pretendiam participar das estruturas efetivas de 
poder do Estado. Os camponeses, porém, continuaram a perder suas terras e os latifúndios continuaram sua expansão. As tentativas de 
reforma não conseguiram restaurar a propriedade camponesa nem a estrutura do exército, baseada no recrutamento dos cidadãos. O exército 
passou, progressivamente, a ser profissional, composto por mercenários que faziam da vida militar seu meio de sobrevivência. 
 
 
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A GUERRA CIVIL: MÁRIO E SILA 
A classe senatorial consolidou seu domínio sobre a cidade de Roma e continuou sua política de conquistas. 
Uma das primeiras grandes investidas do exército romano foi sobre a Numídia, ao norte da África. Mas os generais romanos, mais 
preocupados com seus interesses particulares do que com os do Estado, eram subornados pelo rei daquela região e a guerra se tornava 
indefinida. A conquista definitiva da Numídia aconteceu quando a assembléia romana elegeu como chefe das tropas africanas o incorruptível 
Caio Mário, que foi reeleito cônsul e general-chefe. 
Mário iniciou uma série de reformas no exército, ao perceber que sua base de recrutamento - os camponeses - não tinha grande 
interesse em lutar, o que provocava indisciplina e deserção. Passou também a convocar a classe dos proletarii (indivíduos sem bens e com prole 
para sustentar), contrariando a tradição romana, que restringia o recrutamento militar aos proprietários. Os soldados passaram a ser 
assalariados, passo decisivo para a profissionalização militar. 
Nessa época, a situação de Roma era difícil. Explodiram revoltas de escravos na Sicília, e povos itálicos se rebelaram por não gozarem 
do direito de cidadania romana, apesar de serem seus aliados. 
Os dois principais generais romanos, Mário e Sila, foram enviados para submeter os revoltosos. A luta durou três anos, e Roma só 
pôde vencê-la após uma série de expedientes para dividir os aliados. 
Antes do final da revolta dos itálicos, Roma teve de enfrentar outro adversário, Mitridates, rei do Ponto, que conseguiu reunir boa 
parte do Oriente helenizado e massacrar toda a população latina da Ásia Menor. Roma preparou-se para enviar tropas contra Mitridates. Os 
partidos popular e aristocrático apresentaram, como candidatos ao comando das tropas, Mário e Sila, respectivamente. O vencedor foi Sila, que 
partiu para o Oriente. 
Aproveitando-se de sua ausência, Mário e seus seguidores se apossaram do poder em Roma. No entanto, no Oriente, Sila fez um 
acordo com Mitridates e retornou a Roma, onde derrotou Mário e seus partidários. A partir daí (82 a.C.) instaurou uma ditadura em Roma, 
tornando-se ditador vitalício. 
Durante essa ditadura, Sila anulou o poder dos tribunos, limitou os direitos da assembléia popular e entregou o controle da justiça à 
aristocracia senatorial. Em 79 a.C. abdicou, retirando-se para a Sicília. 
 
A CRISE DA REPÚBLICA CONTINUA 
As lutas entre as diferentes facções e partidos políticos acirravam-se cada vez mais. É importante notar que essas lutas eram disputas 
entre a classe aristocrática romana e as elites provinciais. Mas, na desorganização provocada por essas disputas, setores das camadas mais 
pobres e os próprios escravos também manifestavam sua insatisfação. Foi o que ocorreu, por exemplo, na Campânia, no ano 70 a.C., quando 
milhares de escravos, liderados por Espártaco e ajudados pelos proletários rurais da Itália, se rebelaram. Essa rebelião foi reprimida por Crasso, 
homem rico, saído da classe dos cavaleiros. 
Também no Oriente, Roma conseguiu se impor a Mitridates, vencido por Pompeu, que anexou a Síria e a Palestina. 
O partido popular, liderado por Júlio César e financiado por Crasso, voltou a se manifestar em Roma, para tentar controlar o poder na 
cidade, aproveitando-se da ausência de Pompeu, que combatia no Oriente. Seu instrumento foi Catilina, um nobre arruinado e com fama de 
demagogo e conspirador, com grande influência sobre os desclassificados de Roma. Apoiado por Júlio César e Crasso, tentou várias vezes, 
inutilmente, ser eleitocônsul. Em 63 a.C., apoiado por soldados que haviam lutado contra Mário e estavam empobrecidos, tentou organizar 
uma conjuração em Roma. Seu plano foi descoberto e denunciado pelo cônsul Cícero. Catilina foi derrotado e morto pelas forças do senado. 
 
O PRIMEIRO TRIUNVIRATO 
Em 60 a.C., César, Pompeu e Crasso firmaram um pacto secreto para dividir o governo. Esse acordo denominou-se triunvirato 
(governo de três pessoas). Com a ajuda de Pompeu e Crasso, César conseguiu ser eleito cônsul e tornou-se o elemento encarregado da 
execução de medidas propostas pelos três. Distribuiu terras da Campânia para os soldados de Pompeu; apoiou os partidários de Crasso na 
expulsão de Cícero, senador aristocrático contrário às reformas de Roma; fez com que as soluções adotadas por Pompeu, em relação ao 
Oriente, fossem confirmadas pela assembléia. Para si, garantiu o governo das Gálias cisalpina e transalpina. Toda a Gália foi subjugada por 
César, o que lhe permitiu conquistar uma reputação militar e recursos materiais ilimitados, que tornaram possível comprar a devoção dos seus 
soldados. Nessa fase de acirrada disputa política, os soldados mantinham-se fiéis aos seus generais, em função dos interesses clientelísticos que 
estes pudessem lhes garantir. 
Durante a campanha da Gália, César procurou manter o triunvirato. Após a morte de Crasso (53 a.C.), aumentaram os conflitos entre 
César e Pompeu. César não respeitava as limitações constitucionais do seu cargo e voltava-se contra o senado, que também o temia. 
Com a expiração do mandato de César nas Gálias, o senado propôs-lhe que retornasse a Roma, onde seria candidato a cônsul, e que 
dispersasse seu exército, o que ele se recusou a fazer, pois sabia que isso significava perder seu poder e ser destruído pelo senado. 
César invadiu a Itália e marchou sobre Roma. Os senadores abandonaram a cidade e Pompeu retirou-se para a península Balcânica, 
onde, pouco tempo depois, foi abatido por César, que também derrotou seus exércitos na Espanha. O Egito, onde havia uma disputa pelo poder 
entre os herdeiros, também foi alvo de César. Ele colocou a rainha Cleópatra no poder e deixou o Egito em 47 a.C. 
_____________________________________________________________________ 
ALEA JACTA EST significa, em português, "Os dados estão lançados", mas traduzido comumente como "A sorte está lançada". Foi a frase em 
latim supostamente proferida por Júlio César ao tomar a decisão de cruzar com suas legiões o rio Rubicão, que delimitava a divisa entre a Gália 
Cisalpina (Gália ao sul dos Alpes, que hoje corresponde ao território do norte da Península Itálica) e o território da Itália. Pela lei romana, não 
era permitido às legiões ingressar no território italiano devido a episódios anteriores em que generais romanos como Mário e Sila haviam usado 
seus exércitos para tomar o poder em Roma. Devido a estes precedentes, era proibido a um governador provincial, um Proconsul como César, 
cruzar com suas legiões a divisa com o território italiano. O rio Rubicão demarcava esta divisa entre a Gália, governada por César, e a Itália e ao 
cruzá-lo César declarava um conflito aberto contra o Senado romano e 
Pompeu.______________________________________________________ 
 
_____________________________________________________________________ 
VENI, VIDI, VICI, em português: "Vim, vi, venci" é uma famosa frase latina supostamente proferida pelo general e cônsul romano Júlio César em 
47 a.C.. César utilizou a frase numa mensagem ao Senado Romano descrevendo sua recente vitória sobre Farnaces II rei do Ponto (localizado a 
norte da península da Anatólia, na atual Turquia) na Batalha de Zela. A frase serviu tanto para proclamar seu feito, como também alertar aos 
senadores de seu poder militar.____________________________ 
 
 
 
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A DITADURA DE CÉSAR 
Ao retornar a Roma, César tornou-se o chefe do Estado romano, ocupando, ao mesmo tempo, o cargo de tribuno e de cônsul. 
Procurou manter o funcionamento formal das instituições republicanas, mas submetendo-as totalmente ao seu controle. Na luta contra o 
senado, apoiou-se nas camadas mais baixas da assembléia popular e nos veteranos do exército das províncias ocidentais. 
César foi assassinado pela facção republicana do senado, em 44 a.C., mas seu desaparecimento não restituiu o poder ao senado, que, 
representando a oligarquia, era combatido pelo exército, pela plebe e pelas camadas ricas, que não partilhavam do poder. 
 
O SEGUNDO TRIUNVIRATO 
Com a morte de César, seus seguidores Marco Antônio e Lépido controlaram as tropas e impediram qualquer domínio político por 
parte do senado, que aceitou o acordo proposto por Marco Antônio para garantir todos os atos de César, mas a disputa entre os seguidores 
deste e a classe senatorial continuou. 
Bruto e Cássio, senadores que lideraram a conspiração contra César, escaparam para o Oriente, onde controlaram parte do exército 
sediado na Macedônia, enfraquecendo a posição de Antônio. 
Na Itália, Otávio, sobrinho de César, exigiu participação no governo e devolução do dinheiro retirado do espólio de seu tio. Antônio 
recusou-se a aceitar as exigências impostas e os veteranos de guerra de César ficaram com Otávio, que ofereceu seus serviços ao senado, sendo 
aceito. A maior parte dos soldados do senado passou para o comando de Otávio, que recebeu o título de cônsul e condenou os assassinos de 
César. 
O esperado choque entre Antônio e Otávio não ocorreu. Como nenhum deles conseguiria governar sozinho, acabaram entrando em 
acordo e formaram, juntamente com Lépido, o segundo triunvirato. 
Pelo acordo, dividiram entre si as principais províncias ocidentais do império e receberam poder ilimitado, por cinco anos, para 
reorganizar o Estado. O acordo foi ratificado pela assembléia popular. 
Para garantir a "reorganização do Estado" instaurou-se o terror em Roma, com o objetivo de eliminar a oposição e levantar fundos 
para o pagamento dos soldados. Antônio e Otávio dirigiram-se para a Macedônia, onde derrotaram o exército de Bruto e Cássio. Antônio foi 
para o oriente e Otávio retornou à Itália, onde começou a expropriar terras para doá-las a seus soldados. 
O governo autocrático, instaurado por Antônio no Oriente, reabilitou Otávio junto à população romana, revoltada com os confiscos de 
terra. Quando Marco Antônio começou a doar províncias romanas aos herdeiros de Cleópatra, sua favorita, Otávio apresentou-o aos romanos 
como traidor de seus ideais. O senado apoiou Otávio, e toda a aristocracia da Itália e das províncias lhe jurou fidelidade. 
Em 31 a.C., na batalha de Áctium, Marco Antônio foi derrotado pelo exército romano e, após sua morte e o suicídio de Cleópatra, o 
Egito transformou-se em província romana. Começava a nascer a Roma Imperial. 
 
 
 
O PRINCIPADO E A CENTRALIZAÇÃO DO PODER 
Durante as guerras civis, acumularam-se grandes fortunas em Roma. A anarquia nas províncias e a falta de eficiência do governo 
central propiciaram o enriquecimento extraordinário dos generais e governadores de províncias. Os governadores, juntamente com os équites, 
enriquecidos com a espoliação das províncias, passaram a fazer parte da classe senatorial. 
Roma transformou-se no maior centro comercial e financeiro do mundo antigo. O envio de riquezas do Oriente enriqueceu ainda mais 
a península. Os pequenos proprietários se arruinavam, pois os cereais eram importados das províncias a preços ínfimos. 
Graças à grande entrada de capitais vindos das províncias, houve grande desenvolvimento da manufatura, principalmente após a 
chegada de escravos especializados, vindos da Grécia e do Oriente. Ao mesmo tempo em que Roma florescia, as províncias se empobreciam, 
devido à espoliação dos governadores e dos cavaleiros. 
As classes dominantes de Roma, juntamente com os cidadãosromanos, diante da anarquia gerada pelas guerras civis, sentiram 
necessidade de reformas para integrar efetivamente o enorme território imperial, mantendo uma relativa paz e progresso interno, sem perder 
sua situação privilegiada. Otávio expressou e interpretou esse desejo, estabelecendo um governo centralizador e autocrático – o principado, 
isto é, o governo do primeiro homem do Estado (princeps). 
Entre 31 a 27 a.C., Otávio passou a acumular os principais títulos romanos, entre eles: 
• PRINCEPS SENATUS era o líder do Senado romano. Este cargo era considerado de grande prestígio. Originalmente era atribuído por 
períodos de cinco anos passíveis de renovação. O novo líder do senado era escolhido pelos censores entre os senadores patrícios com estatuto 
consular, isto é, ex-consules. O candidato era normalmente um político respeitado, com provas dadas e respeitado pelos seus pares. As tarefas 
de um princeps senatus incluíam: declarar a abertura e encerramento das sessões do senado; decidir a ordem de trabalhos e o local do 
encontro; impor a ordem e demais regras do senado; representar o senado em reuniões com embaixadas de outros países; escrever as cartas e 
os despachos do senado. Depois da queda da República Romana, o princeps senatus ou princeps passou a ser um cargo exclusivo do imperador. 
• IMPERATOR era um título conferido a alguns generais da República Romana. Esta palavra não é um sinônimo de imperador, apesar de ser 
a sua origem latina. Tradicionalmente, eram as tropas que conferiam o título ao seu general, depois de uma batalha ou campanha bem 
sucedida. Esta aclamação conferia o direito do general pedir a realização de uma parada triunfal ao senado. Uma vez que um triunfo era uma 
das grandes ambições de qualquer político, a história é rica em exemplos de legiões subornadas para chamar alguém de imperator. Depois de 
Otávio estabelecer o Império Romano, o título imperator ficou restrito à pessoa do imperador e a membros da sua família. 
• PONTIFEX MAXIMUS ou SUMO PONTIFEX (literalmente "Máximo construtor de pontes" ou "supremo construtor de pontes") designava o 
sacerdote supremo do colégio dos sacerdotes, a mais alta dignidade na religião romana. Inicialmente somente os patrícios podiam ocupá-lo, até 
um plebeu ser designado para o cargo em 254 a.C.. De posto religioso durante a República, foi gradualmente politizado até ser incorporado 
pelo imperador, a partir de Otávio. 
• AUGUSTUS tinha o significado de Majestade ou Venerável. Nesta acepção, o cognome Augusto servia para identificar a pessoa na qual se 
concentravam os vários ramos do poder do imperador, caracterizando também seu poder como divindade. Com esse título o Estado romano 
passa a se caracterizar como uma teocracia, em virtude da apoteose. A apoteose na Roma Antiga era um rito funerário da religião romana, 
porventura o mais honorífico, e que elevava o falecido à categoria dos deuses. A apoteose era marcada pelo vôo de uma águia desde o leito 
fúnebre até à morada celeste dos deuses. O morto recebia o qualificativo de divinus (divino). Otávio foi o primeiro a receber a apoteose 
segundo a decisão do Senado romano. 
• CAIUS JULIUS CAESAR OTAVIANUS, Otávio visando absorver a aura de poder e prestígio do nome de seu tio, incorporou-o ao seu nome. 
 
 
 
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- 10 -A 
O IMPÉRIO ROMANO (27a.C. a 476 d.C.) 
 
A partir de 27 a.C., Otávio foi acumulando poderes e títulos, entre eles o de augusto, e o de imperador. Otávio Augusto tornou-se, na 
prática, senhor absoluto de Roma. Mas não assumiu oficialmente o título de rei e permitiu que as instituições republicanas (Senado, Comício 
Centurial e Tribal etc.) continuassem existindo na aparência. 
 
ALTO IMPÉRIO ( 27 a.C. - 235 d.C) ou PRINCIPADO: 
O Principado é a fase convencionada pelos historiadores para designar o Império Romano desde 27 a.C., quando o senado investiu 
Otaviano - o futuro Augusto - no poder supremo com a denominação de príncipe ou princeps (primeiro em latim), até 285 d.C., quando iniciou-
se o dominato por Diocleciano. Durante esse período, a verdadeira natureza do regime era escondida atrás de conceitos republicanos e os 
imperadores eram muitas vezes relutantes por falsa modéstia em se assumir como tal. 
O principado apresentava dupla faceta em Roma e nas províncias. Em Roma, era monarquia mitigada, pois o príncipe era apenas o 
primeiro cidadão, que respeita as instituições políticas da república. Nas províncias imperiais, era verdadeira monarquia absoluta, porque o 
princeps tinha, lá, poderes discricionários. 
Em face das peculiaridades que apresenta o principado, há controvérsia entre os autores sobre a natureza desse regime. Alguns 
entendem que ele seja uma diarquia: de um lado o príncipe, e, do outro, o senado. Para outros, seria um protetorado, em que o príncipe é o 
protetor e o Estado Romano o protegido. Há ainda aqueles que vêem nele a superposição de um novo órgão (o princeps) às instituições 
republicanas. 
Sob o principado, o governo autocrático do imperador era ainda escrupulosamente mascarado por formas e convenções herdadas do 
período político da República Romana, sob o lema Senatus Populesque Romanus ou SPQR. Inicialmente a teoria implicava que o "primeiro 
cidadão" tinha que ganhar sua extraordinária posição de poder por mérito, no estilo que o próprio Augusto ganhou a posição de auctoritas 
(ostenta a auctoritas aquela personalidade ou instituição, que tem capacidade moral para emitir uma opinião qualificada sobre uma decisão). A 
propaganda imperial desenvolveu uma ideologia paternalista, apresentando o princeps como a real encarnação de todas as virtudes atribuídas 
ao governante ideal, tais como clemência e justiça, e em troca motivando o princeps a desempenhar o papel desejado na sociedade romana, 
tanto na segurança política como no dever moral. O que era especificamente desejado do princeps parece ter variado ao longo do tempo. 
Durante o longo governo de Otávio Augusto (27 a.C.-14 d.C.), uma série de reformas sociais administrativas foi realizada. Roma 
ganhou em prosperidade econômica. Suas primeiras medidas tinham por finalidade reestruturar a administração do novo Estado Imperial: 
restringiu as funções do Senado; criou uma nova ordem administrativa (as prefeituras); melhorou as formas de cobranças de impostos; instituiu 
a guarda pretoriana com a função de garantir a proteção do imperador. 
Na economia, Otávio incentivou a produção e protegeu as rotas comerciais. Empreendeu a construção de várias obras públicas, o que 
gerou muitos empregos aos plebeus. Para ganhar popularidade, Otávio adotou a política do “pão e circo”. A paz, a prosperidade e as realizações 
artísticas marcaram o governo de Otávio Augusto. O século I, em que transcorreu seu governo, ficou conhecido como “PAX ROMANA”. 
Reorganizou o governo das Províncias, dividindo-as em: 
Senatoriais – eram governadas por Pró-Consules, nomeados pelo Senado, que possuíam somente autoridade civil. 
Imperatoriais – governados por Pró-Pretores, em nome do imperador, tinham autoridade civil e militar. 
Independentes – conservavam os seus reis próprios cujo governo era fiscalizado pelo imperador. 
 
Após a morte de Otavio Augusto , o trono romano foi ocupado por vários imperadores, que pode ser agrupados em quatro dinastias: 
Dinastia dos Julios-Claudius (14-68) – Tibério, Calígula, Claudio e Nero; 
Dinastia dos Flávios (69-96) –Vespasiano e Domiciano; 
Dinastia dos Antoninos (96-192) – Nerva, Trajano, Adriano, Marco Arélio, Antinino Pio e Cômodo. 
Dinastia dos Severos (193-235) – Sétimo, Severo, Caracala, Macrino, Heliogábalo e Severo Alexandre. 
 
 Os romanos não eram dados a perseguir as religiões de outros povos, ao contrário, as absorvia. Porém, como exceção, perseguiram o 
judaísmo e o cristianismo. 
 Perseguição aos Judeus 
 Na fase final da República,em 63 a.C., os romanos dominaram a região de Israel e estabeleceram no reino judeu um protetorado. 
Entretanto, a prática da religião hebraica era constantemente reprimida pelos romanos, que interferiam na administração do Templo e 
atacavam e profanavam os locais de culto. 
Durante o domínio romano, o nacionalismo dos hebreus fortaleceu-se, levando-os a se revoltar contra Roma. No ano 70 d.C., o 
imperador romano Tito, sufocou uma rebelião hebraica e destruiu o segundo templo de Jerusalém. Os hebreus, então, iniciaram sua dispersão 
por várias regiões do mundo. Esse episódio ficou conhecido como Diáspora. Adriano foi Imperador romano de 117 a 138 d.C. sua política 
encontraria sua maior contestação entre os judeus. Adriano, por volta de 131 d.C., mandara reconstruir Jerusalém (destruída por Tito em 70 
d.C.) como uma cidade grega. Os judeus sentiram que a sua cidade sagrada estava sendo profanada por 
estrangeiros. Diante das rebeliões dos judeus, Adriano determinou que as legiões localizadas nas províncias vizinhas atacassem os judeus e os 
destruíssem. Roma decretou a exclusão dos judeus de Jerusalém, que foi reconstruída como cidade grega e passou a chamar-se Aelia Adriana. 
No lugar do antigo templo judaico ergueu-se a estátua de Zeus e junto ao Gólgota (onde foi crucificado Jesus) ergueu-se um templo à deusa 
grega Afrodite. A antiga província da Judéia passou a chamar-se Palestina - forma de tentar apagar a memória da presença judaica na região 
pela recordação 
dos filisteus, também antigos inimigos dos judeus. Tal fato intensificou o processo da diáspora judaica que havia se iniciado em 70 d.C. Os 
judeus dispersaram pelo mundo com a promessa de manterem as suas tradições e de um dia retornarem à terra do Monte Sião. 
 
Principais motivos das perseguições dos romanos aos judeus: 
1 – O judaísmo professa o monoteísmo e se recusa a adorar o imperador romano como divindade; 
2 – O judaísmo é mais que uma religião, representa a própria identidade nacional do povo judeu e é o seu principal instrumento de 
resistência em relação aos seus dominadores. 
3 – A resistência dos judeus poderia servir de exemplo para outros povos sob o domínio romano. 
 
 
 
 
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- 11 -A 
Perseguição aos Cristãos 
 Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do ano 4 a.C, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a 
Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por isso, aspiravam pela chegado do Messias (criam que seria um 
grande homem de guerra e que governaria politicamente), apontado na Toráh como o enviado que os libertaria da dominação romana. 
Até os 30 anos Jesus não tivera expressão e vivia em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Em pouco tempo, 
aproximadamente três anos, reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a região pregando sua doutrina e, segundo a crença, fazendo 
milagres, como ressuscitar pessoas mortas e curar cegos, logo tornou-se conhecido de todos e grandes multidões o seguiam. 
Mas, para as autoridades religiosas judaicas ele era um blasfemo, pois autodenominava-se o Messias. Segundo a elite judaica dos 
fariseus ele não tinha aparência e poder para ser o líder que libertaria a região da dominação romana. Ele apenas pregava paz, amor ao 
próximo. Para os romanos, era um agitador popular. 
As ações e os ensinamentos de Jesus entraram em conflito com os interesses da elite judaica. Tal fato levou a prisão, ao julgamento e 
a execução de Jesus. 
Acompanhado por um grupo de homens armados, Judas chegou ao jardim enquanto Jesus orava, para prendê-lo. Ao beijá-lo na face, 
revelou a identidade de Jesus e este foi preso. Por parte de seus seguidores houve um princípio de resistência, mas depois todos se dispersaram 
e fugiram. 
Os soldados levaram Jesus para a casa do Sumo Sacerdote Caifás. A lei judaica não permitia que o Sinédrio, a suprema corte judaica, 
se reunisse durante o Pessach. Jesus foi acusado primeiramente de ameaçar destruir o templo, mas as testemunhas entraram em desacordo. 
Depois, perguntaram a Jesus se ele era o Messias, o Filho de Deus e rei dos judeus. Jesus respondeu que era, e foi então acusado de blasfemar 
ao dizer-se Deus. 
Após isso, os líderes judeus levaram Jesus à presença do Pró-Cônsul Pôncio Pilatos, que então governava a província romana da 
Judéia. Acusavam-no de estar traindo Roma ao dizer-se rei dos judeus. Como Jesus era galileu, Pilatos enviou-o a Herodes Antipas, filho de 
Herodes, o Grande, que governava a Galileia. Segundo o evangelista Lucas, Herodes zombou de Jesus, recusou-se a julgá-lo, vestindo-o com um 
manto real, e devolveu-o a Pilatos. 
Era de praxe os governantes romanos libertarem um prisioneiro judeu por ocasião do Pessach. Pilatos expôs Jesus e um assassino 
condenado, de nome Barrabás, na escadaria do palácio, e pediu à multidão que escolhesse qual dos dois deveria ser posto em liberdade.
 
A 
multidão, manipulada pela elite judaica, escolheu Barrabás. Pilatos (lavou as mãos para eximir os romanos de qualquer responsabilidade) 
entregou então Jesus para morrer na cruz. A crucificação era uma forma comum de execução romana, aplicada, em geral, aos criminosos de 
classes inferiores. Aqueles que acreditam que Jesus ressuscitou ao terceiro e que voltará para julgar os vivos e os mortos deram origem ao 
CRISTIANISMO. 
Com o tempo o cristianismo foi crescendo, principalmente entre a massa de miseráveis de Roma. O governo imperial se incomodava 
com o crescimento e com os “mistérios” que envolviam os cristãos, que se negavam a participar das cerimônias religiosas regulares realizadas 
pelos romanos, bem como aceitar que o imperador fosse adorado como um deus. 
 
Principais motivos das perseguições dos romanos aos Cristãos: 
Religiosos: As reuniões dos cristãos despertavam suspeitas, por isso foram acusados de praticarem atos imorais e criminosos durante a 
celebração da Ceia do Senhor. Eles se reuniam antes do nascer do sol, ou então à noite, quase sempre em cavernas ou nas catacumbas 
subterrâneas. Eram acusados de incesto, de canibalismo e de praticas desumanas, a ponto de serem acusados de infanticídio em adoração ao 
seu Deus. A saudação com o ósculo santo (beijo) foi transformado em forma de conduta imoral. 
Políticos: Os cristãos rejeitavam a escravidão e a adoração ao imperador. A adoração ao imperador era considerada prova de lealdade. Havia 
estátuas de imperadores reinantes nos lugares mais visíveis para o povo adorar. Só que os cristãos não faziam essa adoração. Pelo fato de 
cantarem hinos e louvores e adorarem a “outro Rei, um tal Jesus”, eram considerados pelo povo como desleais e conspiradores de uma 
revolução. Dentro da crença cristã misturavam escravos com o povo, não havia a divisão: senhor e escravo, os dois eram tratados de forma 
igual. Além do mais o cristianismo tornava-se cada vez mais um fenômeno de massa que escapava ao controle do Estado Romano. 
 
 
 
BAIXO IMPÉRIO ou DOMINATO (235-476) 
O baixo império corresponde à fase final do período imperial. Costuma ser subdividido em: 
BAIXO IMPÉRIO PAGÃO (235-305) – período em que dominava as religiões não-cristãs.Destacou-se o reinado de Dicleciano, que dividiu o 
governo do enorme império entre quatro imperadores (tetrarquia) para facilitar a administração. Esse sistema de governo, entretanto não se 
consolidou. 
BAIXO IMPÉRIO CRISTÃO (306-476) – nesse período, destacou-se o reinado de Constantino, que através do Edito de Milão, concedeu liberdade 
religiosa aos cristãos. Consciente dos problemas de Roma, Constantino decidiu mudar a capital do império para a parte oriental. Para isso 
remodelou a antiga Bizâncio (cidade fundada pelos gregos) e fundou Constantinopla, que significava "cidade de Constantino" 
 
CRISE DO IMPÉRIO ROMANO 
O Baixo Império foi sendo corroído por uma longa crisesocial, econômica e política. Entre os fatores que contribuíram para essa crise, 
destacam-se: 
• Crise do expansionismo romano; 
• Crise do abastecimento de mão-de-obra escrava; 
• Elevados gastos públicos para sustentar a imensa estrutura administrativa e militar; 
• Aumento dos impostos para custear as despesas do exército e da burocracia administrativa; 
• Crise da política de pão e circo; 
• Crescimento do número de miseráveis entre a plebe, os comerciantes e os camponeses; 
• Desordens sociais e políticas provocadas por rebeliões tanto das massas internas quanto dos povos submetidos. 
• Crise da política de acordos com os bárbaros federados; 
• Intensificação das disputas entre os generais (anarquia militar); 
• Enfraquecimento das defesas romanas; 
• Ondas ou vagas de invasões bárbaras que se estenderam do século III ao século X. 
 
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- 12 -A 
No processo de decadência do Império Romano, a partir do século III, com a diminuição das guerras de conquista, esgotou-se a 
principal fonte fornecedora de escravos. Teve início a crise do escravismo que abalou seriamente a economia, provocou o ÊXODO URBANO e 
fez surgir o COLONATO (relação de trabalho servil que se desenvolveu nas vilas, no processo de crise do escravismo romano). Além disso, 
houve disputas pelo poder e as legiões diminuíram. Enfraquecido, o Império Romano foi dividido em dois e a parte ocidental não resistiu às 
invasões dos bárbaros germânicos no século V, destacamos três imperadores: 
 
GOVERNO DE DIOCLECIANO (284-305) 
Imperador romano cujas reformas contribuíram para adiar o declínio de Roma e criaram as bases do que mais tarde viria a ser o 
império bizantino. Depois da morte do imperador Numeriano (284), matou o suposto assassino, Árrio Áper, e assumiu o poder, apoiado pelo 
exército da Anatólia. Reconhecido pelo Senado (285), após o assassínio do irmão de Numeriano, o co-imperador Carino, deu início às reformas 
que marcaram seu governo. Inicialmente dividiu o império em dois (285): do Ocidente e do Oriente, com dois augustos e dois césares, com seu 
homem de confiança, Maximiano, a quem entregou a metade ocidental do império, enquanto ficava com a parte oriental. Em seguida, repartiu 
mais ainda o poder num sistema chamado TETRARQUIA (governo de quatro membros), implantado para acabar com as agitações nas sucessões 
imperiais (293), porém com indiscutível predomínio de sua autoridade e uma progressiva centralização de poder. O governo do Ocidente ficou, 
assim, dividido entre Maximiano, a quem coube a Itália e a África, e Constâncio Cloro, que recebeu a Bretanha, a Gália e a Espanha. Enquanto 
no Oriente, a maior parte, inclusive o Egito, ficava com o próprio Diocleciano, e as regiões do Danúbio e da Ilíria eram confiadas a Galério. 
Embora tenha sido relativamente bem-sucedido enquanto esteve em vigor, o sistema tetrárquico de Diocleciano ruiu logo após sua abdicação, 
diante das disputas dinásticas rivais de Magêncio e Constantino, filhos de Maximiano e Constâncio, respectivamente. 
No campo executivo limitou os poderes do Senado, fortaleceu e ampliou o exército imperial e promoveu reformas tributárias e 
legislativas. No campo judiciário, determinou que se realizassem duas compilações de leis imperiais, os códigos gregoriano e hermogeniano. 
Estabeleceu EDITO SOBRE OS PREÇOS MÁXIMOS, em 301, foi a tentativa de controlar a inflação através do controle de preços. A medida 
fracassou, pois, as mercadorias passaram a serem vendidas no mercado paralelo com ágio. Portanto, tal medida foi malsucedida, 
contraproducente e rapidamente ignorado. 
No campo religioso, tornou obrigatório o culto a Júpiter, com quem se identificou, e ordenou uma violenta perseguição aos cristãos 
(303), que se estenderia por mais de dez anos, na Itália, África e no Oriente. Muito doente, abdicou a 1 de maio (305). Embora tenha sido 
relativamente bem-sucedido enquanto esteve em vigor, o sistema tetrárquico de Diocleciano ruiu logo após sua abdicação, diante das disputas 
dinásticas rivais de Magêncio e Constantino, filhos de Maximiano e Constâncio, respectivamente. 
 
GOVERNO DE CONSTANTINO (306 - 337) 
Constantino era filho de Constâncio Cloro e de sua concubina, Helena. Cresceu na corte do imperador Diocleciano e teve educação 
esmerada. Em 305, juntou-se ao pai, então nomeado "césar" do Ocidente, e participou das campanhas da Britânia (Grã-Bretanha). 
No ano seguinte, com a morte de Constâncio Cloro, foi aclamado imperador pelas legiões que comandava. O título, porém, não foi 
reconhecido em Roma. Em 313, após muitas batalhas e lutas políticas, Constantino conseguiu derrotar seus oponentes, passando a dividir o 
Império com Licínio. No mesmo ano, foi promulgado o EDITO DE MILÃO, reconhecendo a legalidade da religião cristã e estabelecendo a 
liberdade de culto. 
Constantino e Licínio conseguiram revezar-se no poder, junto com os filhos, até 324, quando entraram em conflito. Com Licínio 
derrotado, Constantino tornou-se chefe único do Império Romano. 
Em 325, Constantino convocou o CONCÍLIO ECUMÊNICO DE NICÉIA, que normatizou os dogmas cristãos. Foram convocados mais de 
300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, 
ameaçavam sua autoridade e domínio. 
Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus 
Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou 
que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai. 
Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, 
e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único 
gerado, ou unigênito"), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido 
unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados. Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias 
passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de 
Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina. 
Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse. As sessões regulares, no entanto, começaram somente 
com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos 
procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo. O 
Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em 
algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram 
destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. Mas a 
decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram 
expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. 
Em 326, o imperador iniciou a construção de Constantinopla (atual Istambul), com o fim de transferir para lá a sede oficial do 
governo, que sempre havia sido Roma. A nova cidade foi inaugurada em 330. Dali, Constantino governou até a morte, em 337. Constantino 
ganhou fama de soldado brilhante, pois nunca perdeu uma batalha, mas seu feito

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