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IED 13, 14 E 15

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO
AULAS 13 / 14 / 15
				Aula 13
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro - É um decreto-lei revestido da natureza jurídica de lei complementar) – regula:
 a vigência;
 a validade;
 a eficácia;
 a aplicação;
 a interpretação 
e a revogação de normas no direito brasileiro.
Delimita alguns conceitos como:
o ato jurídico perfeito;
 a coisa julgada e o
 direito adquirido.
Consagra a irretroatividade como regra no ordenamento jurídico, ao mesmo tempo  em que define as condições para a ocorrência de ultratividade e efeito repristinatório. 
Caracteriza-se por ser um metadireito ou supradireito, na medida em que dispõe sobre a própria estrutura e funcionamento das normas, coordenando, assim, a aplicação de toda e qualquer lei, e não apenas dos preceitos de ordem civil. 
Vigência da Lei - É o tempo durante o qual uma coisa vige ou vigora”
Em termos jurídicos, vigência é o atributo da norma jurídica que, em um determinado tempo e espaço, é destinada a produzir efeitos no mundo jurídico.
A validade é uma qualidade da norma jurídica que faz parte de um ordenamento jurídico em determinado momento. Portanto, dizer que uma regra é válida, significa dizer que tal norma faz parte de um ordenamento jurídico.
Interpretação da lei é o processo pelo qual a lei é interpretada e aplicada.
Vacatio legis– vazio da lei - está na incubadora 
	– aplicar a lei anterior. Finalidade -conhecimento geral.
REGRA GERAL: Artigo 1° da antiga LICC – salvo disposição em contrário - 45 dias após a publicação – regra que comporta exceções. 
NO PERÍODO DO VACATIO LEGIS VIGORA A LEI ANTIGA
 O artigo 8º , § 1o da Lei Complementar nº 95/98 estabelece a contagem de prazo para entrada em vigor das leis: 
“A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqüente à sua consumação integral”. 
ENTRADA EM VIGOR DE LEI BRASILEIRA NO EXTERIOR – art.1o , § 1o , LINDB - 3 meses.
APLICABILIDADE DA VACATIO LEGIS
Decretos e regulamento: não há Vacatio Legis, pois não há inovação, não modificam e nem extinguem direitos, limitam-se a detalhar. (corrente majoritária). A corrente minoritária defende que necessitam de vacatio legis, pois, trariam novos procedimentos.
LEI TRIBUTÁRIA – a lei tributária quando cria um tributo ou quando majora a alíquota de um tributo, essa lei tributária só passa a vigorar no exercício financeiro seguinte após a sua publicação (p. da anualidade ou anterioridade). Art. 104, do CTN – Exceção: art. 153, I, II, IV e V da CF e 154, II e 150, § 1º da CF.
ATOS ADMINISTRATIVOS –atos praticado pela Administração Geral - art. 5o, Dec 572/1.890
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS
Artigo 1 º e 3° da antiga LICC . A ignorância ou má interpretação da lei não justifica a falta do seu cumprimento nem isentam as pessoas das sanções nela estabelecidas.
Ninguém poderá se escusar do cumprimento da lei, as leis são de observância obrigatória, salvo nas situações de ERROR JURIS (art. 139, III, do CC) que em latim significa erro de direito: Em regra, o erro de direito não justifica: error juris non excusat, salvo quando for a causa única ou principal do negócio jurídico (ex: contratação de importação de mercadoria ignorando que a lei proíba importação de tal mercadoria – negócio pode ser anulado)
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DAS LEIS
Artigo 2° da antiga LICC. A Lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
Exceções : 
Leis Temporárias, que apresentam termo inicial e final de sua vigência. Ex.: Se o Brasil entrar em guerra será decretado o Estado de Sítio e 
Leis excepcionais (destinadas a uma vigência limitada enquanto persistirem as condições que determinaram a existência da lei ex: estado de calamidade pública).
CESSAÇÃO DA EFICÁCIA DA NORMA
As leis nascem, vivem e morrem. A lei pode perder sua eficácia de várias maneiras:
por ter vigência temporária;
ou em decorrência de outra norma posterior. Neste caso temos a REVOGAÇÃO (morte da lei – modificação dos valores sociais – NÃO PRODUZ MAIS EFEITOS).
Formas de revogação: 
1) quando a lei expressamente o declare; 
2) quando seja com ela incompatível; 
3) quando regule inteiramente a matéria que se tratava a lei anterior. 
A revogação pode ser:
 expressa (cláusula de revogação) e
 tácita (incompatibilidade da convivência da norma anterior com a posterior, revogação implícita). 
Há também revogação tácita quando a lei posterior regula inteiramente certa matéria tratada por lei anterior, sem que, ao final, diga expressamente que revogou a lei antiga (revoga todas as disposições em contrário). 
Essa revogação pode dar-se de duas maneiras: 1ª e 2ª parte do § 1°, do artigo 2° da LINDB. 
A revogação é um gênero que admite duas espécies:
 derrogação ou revogação PARCIAL e ab–rogação ou revogação TOTAL .
ULTRATIVIDADE
 Existem leis temporárias (destinadas a uma vigência limitada ao tempo prefixado. ex: tabela de preço) e lei excepcionais (destinadas a uma vigência limitada enquanto persistirem as condições que determinaram a existência da lei ex: estado de calamidade pública). A ultratividade da lei é exatamente a aplicação dos seus dispositivos após cessada a sua vigência, mas tendo por incidência os fatos anteriores ocorridos enquanto a lei ainda vigora. Ex: comerciante desrespeita a antiga "Tabela Oficial de Preços" 
REPRISTINAÇÃO
 Restabelecimento, restauração da lei revogada após a perda da vigência da lei revogadora. Tal fato, não é possível em nosso ordenamento jurídico, conforme estabelece o artigo 2°, § 3°, da LICC, salvo disposição expressa em contrário. A Repristinação não é permitida em nosso ordenamento jurídico por significar uma regressão, salvo disposição em contrário. 
Tal dispositivo não se aplica às leis temporárias. - art. 2º, caput: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou  revogue.
RECEPÇÃO
Se não há incompatibilidades ocorre a recepção. Não revoga e nem modifica a lei anterior. Prossegue com vida no nosso ordenamento jurídico (art. 2°, § 2° da LINDB). Pode ser: 
EXPRESSA: nas hipóteses em que a recepção é solenizada pelo novo texto constitucional, é explícita ou 
TÁCITA: - Será recepcionada pelo não confrontamento com o novo texto constitucional, é implícita e constitui a regra. 
Dentre as leis que caem pelo desuso, vale lembrar a problemática da validade das leis injustas. 
Há quatro posições distintas a respeito:
Positivista - Considera as leis injustas válidas e obrigatórias, desde que estejam em vigor.  O não reconhecimento de sua validade ameaçaria a segurança jurídica, anseio primordial da sociedade
Jusnaturalista - Nega a validade das leis injustas. O Direito, sendo criado pelos homens, deve por estes ser dominado e não se erigir em dominador do próprio homem
Posição eclética - Apesar de considerar as leis injustas ilegítimas, reconhece a validade daquelas cujo mal provocado não chega a ser insuportável. A não observância de uma lei injusta pode, às vezes, gerar mal maior, daí porque sua tolerância em alguns casos.
Posição de Kelsen - Nega a existência das chamadas leis injustas, já que considera a justiça apenas relativa. Ele só considera injusta a não aplicação da norma jurídica ao caso concreto
Conclusão: Sendo o Direito um sistema, uma lei injusta normalmente será um corpo estranho no ordenamento jurídico, estabelecendo-se um conflito com os outros mandamentos ali inseridos. O juiz, então, deverá manter-se fiel ao sistema, afastando a lei injusta por critérios interpretativos.
QUESTÕES OBJETIVAS
1.    No que concerne à vigência e aplicação das leis, de acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasieliro, é correto afirmar que
a) salvo disposição em contrário, a lei revogada se restaura por ter a lei revogadora  perdido a vigência.
b) não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra
a modifique ou revogue.
c) a lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes modifica a lei anterior.
d) a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida nos Estados estrangeiros se inicia dois meses depois de oficialmente publicada.
e) as correções a texto de lei já em vigor não consideram-se lei nova.
2 - A propósito da Lei de Introdução às Normas doDireito Brasileiro, salvo disposição em contrário, a lei, depois de oficialmente publicada, começa a vigorar em todo o país em:
a) 30 dias
b) 40 dias
c) 45 dias.
d) 60 dias
e) 90 dias.
3 - No que se refere à revogação da Norma Jurídica, há as seguintes possibilidades: 
I. Total, também chamada de ab-rogação e tácita, também chamada de Aberratio. 
II. Total, também chamada de ab-rogação e Parcial, chamada de derrogação. 
III. Expressa ou tácita. 
IV. Expressa, chamada de ab-rogação e tácita, chamada de derrogação. 
(a) Apenas opções I e II estão corretas. 
(b) Apenas opções II e IV estão corretas. 
(c) Apenas opções II e III estão corretas. 
(d) Apenas opções I e IV estão corretas.
AULA 14 
CONFLITOS DE LEI NO TEMPO
O conflito de leis no tempo nasce da colisão da lei nova com a lei velha, reclamando uma definição acerca da aplicabilidade só de uma, só da outra, ou de ambas, sendo uma até um dado momento e a outra a partir daí. Assim, denomina-se Direito Intertemporal ao conjunto de regras jurídicas que se destinam a dar soluções aos conflitos de leis no tempo. O Direito Intertemporal é também chamado de Direito transitório, e contém as regras a serem seguidas para solucionar tais conflitos de leis no tempo.
IRRETROATIVIDADE DA LEI
É o princípio pelo qual a lei nova não deve abranger situações jurídicas disciplinadas pela lei velha. A lei entrando em vigor em uma determinada data somente deverá aplicar-se daí para o futuro. Atuar para o passado, em tese, seria instabilizar o ordenamento social. (art. 5°, XXXVI, da CF c/c art. 6° da LICC). A regra geral é a da irretroatividade. Porém, nada impede que fora dos casos de direito adquiridos, ato jurídico perfeito e coisa julgada, o legislador ordinário possa, em determinadas hipóteses estabelecer efeito retroativo.
A retroatividade é exceção da regra, só tem admissibilidade em caráter de absoluta excepcionalidade:
 a) direito penal – lei que de certa forma seja mais benigna ao acusado, ainda que isso implique em alcançar o ato jurídico perfeito, direito adquirido e coisa julgada. - artigo 2°. P. Único do CP c/c 5º XL da CF – art. 1º CP c/c 5º XXXXIX da CF – princípio da reserva legal;
 b) quando de normas interpretativas;
 c) quando a lei nova expressamente prevê em suas disposições transitórias, efeitos retroativos; 
d)normas de ordem pública:
1ª corrente: minoritária – pode retroagir pois as leis de ordem pública visam satisfazer o bem comum, os direitos de toda coletividade. 
2ª corrente: majoritária – não pode pois está previsto na CF que é o diploma maior do nosso ordenamento jurídico, caso admita estaria violando a CF.
A lei não pode retroagir para ferir o Direito Adquirido, à Coisa Julgada e ao Ato Jurídico Perfeito. (art. 5°, XXXVI da CF c/c art. 6° da LICC)
Direito Adquirido:
É o que se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade de seu titular. Não exerceu o direito subjetivo – aquisição e exercício do direito – fato se consumou. (art. 6º, § 2º da LINDB).
 Teria da Retroatividade das Leis e o Direito Adquirido:
 A teoria subjetivista defende a idéia de que as novas leis não devem retroagir sobre aqueles direitos subjetivos que sejam considerados juridicamente como adquiridos pelo seu titular. Lassalle e Gabba basearam suas teorias no direito adquirido, sendo a de Gabba a que mais se destacou. 
Teoria de Gabba – é a adotada no nosso ordenamento jurídico, que estabelece: “É adquirido todo o direito que:
 a) for conseqüência de um fato idôneo para produzir, em face da lei vigente ao tempo no qual esse fato se realizou, ainda que a ocasião de fazê-lo valer não se tenha apresentado antes da atuação de uma lei nova sobre tal fato e que; = direito subjetivo; b) sob o domínio da lei, durante cujo império ocorreu o fato de que se origina, entrou imediatamente a fazer parte do patrimônio de quem o adquiriu”. 
A teoria objetivista
Já no século XX, os doutrinadores que se opunham à teoria dos direitos adquiridos procuraram objetivar as questões de direito intertemporal, ao formular a necessidade de manter intactas certas situações jurídicas constituídas na vigência da lei anterior, como critério da não aplicação da lei nova. 
Para os objetivistas, o conflito de leis no tempo resolve-se através da identificação da lei vigente no momento em que os efeitos dos fatos são produzidos. Dentre os doutrinadores objetivistas, destaca-se o francês Paul Roubier, cuja teoria foi acolhida pelo legislador brasileiro.
Paul Roubier preferia utilizar a expressão "situação jurídica" em lugar da designação "direito adquirido", ao argumento de que aquela seria superior ao termo direito adquirido, por não ter um caráter subjetivo e poder ser aplicada a situações como a do menor, do interdito e do pródigo.
 
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A teoria de Roubier gira, basicamente, em torno da distinção entre efeito retroativo e efeito imediato. O primeiro seria a aplicação da lei ao passado, enquanto o segundo seria a aplicação da lei ao presente. 
Se se pretendesse aplicar a lei às situações realizadas (facta praeteria), ela seria retroativa; se se pretendesse aplicá-la às situações em curso (facta pendentia), seria necessário traçar uma linha divisória entre o que é anterior à mudança do legislador e o que lhe é posterior, de modo a se definir sobre o que a lei nova poderia incidir. Quanto às situações futuras (facta futura), obviamente que não teria cabimento falar em retroatividade.
Roubier buscou, também, em sua teoria, um critério que permitisse identificar, no caso concreto, quando se está diante de um efeito retroativo e quando se está diante de um efeito imediato da lei nova. 
Assim, faz distinção entre uma fase dinâmica, que corresponde ao momento da constituição e extinção da situação, e uma fase estática, que corresponde ao momento em que essa situação produz seus efeitos.
 
Alexandre de Moraes assim ensina acerca do direito adquirido: "De difícil conceituação, o direito denomina-se adquirido quando consolidada sua integração ao patrimônio do respectivo titular, em virtude da consubstanciação do fator aquisitivo (requisitos legais e de fato) previstos na legislação." (MORAES, Alexandre de. Constituição do Brasil interpretada e legislação constitucional. São Paulo: Atlas, 2005, p. 299.).
Nota-se a grande influência da Teoria dos Direitos Adquiridos de Gabba na doutrina brasileira, uma vez que, para os autores brasileiros supracitados, indispensável é que o direito tenha se tornado parte do patrimônio individual para ser considerado adquirido.
OBS. 
A expectativa de direito é a possibilidade de se vir a ter um direito.  Ela não confere direitos.
Conclusão: A lei nova atinge as expectativas de direito.
Coisa Julgada:
decisão judicial definitiva, qual não cabe mais qualquer recurso. Pode ser questionada através de ação rescisória (art. 485 do CPC) – Art. 6, § 3º da LICC.
Sentença que não transita em julgado: alimentos.
Ato Jurídico Perfeito:
é todo ato celebrado e consumado de maneira válida à luz do ordenamento jurídico em vigor à época de sua elaboração. São atos perfeitos e acabados porque satisfizeram todos os requisitos técnicos de validade exigidos pela lei em vigor. DIREITO EXAURIDO.
Ex: compra e venda de um imóvel com todas as solenidades exigidas pela lei.
OBS.: Faculdade Jurídica é um mero poder conferido a determinada pessoa para realizar determinada ação.  Não é propriamente um direito.
Ex.: Casar-se, conferir um mandato, comprar, vender, etc.
Conclusão: A lei nova atinge a faculdade jurídica.
Obs. 1: A expectativa de direito é a possibilidade de se vir a ter tem o indivíduo de
exercer certo direito.
 Ex.: casar-se, conferir um mandato, comprar, vender, etc. Conclusão: A lei nova atinge a faculdade jurídica.
FATO OCORREU?
NÃO – EXPECTATIVA DE DIREITO; 
SIM – DIREITO ADQUIRIDO. 
Obs. 2: Faculdade Jurídica
É um mero poder conferido a determinada pessoa para realizar determinada ação. 
Ex.: procuração
Territorialidade
Toda lei, em princípio, tem seu campo de aplicação limitado no espaço pelas fronteiras do Estado que a promulgou. Chama-se a isto de territorialidade da lei. 
Esse princípio não é absoluto, sem comprometer a soberania nacional e a ordem internacional, os Estados modernos têm permitido, em seu território, e em determinadas hipóteses, a aplicação de normas estrangeiras, admitindo, então, o sistema “da extraterritorialidade”.
 
Os critérios que determinam a vigência territorial ou extraterritorial de certa norma são os seguintes:
a) Aplica-se a lei do domicílio da pessoa nas questões sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família (art. 7º LINDB);
b) Aplica-se a lei do lugar da situação dos imóveis para qualificá-los e reger as relações que lhe forem pertinentes (art. 8º LINDB);
c) Aplica-se a lei do lugar de constituição à qualificação e disciplina das obrigações, sendo que a obrigação resultante de contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente (art. 9º LINDB);
d) Aplica-se a lei do domicílio do defunto ou desaparecido à sucessão por morte ou ausência.
e) Quanto à capacidade para suceder, aplica-se a lei do domicílio do herdeiro ou legatário. Todavia, no caso de a sucessão incidir sobre bens de estrangeiros situado no Brasil, aplicar-se-á a lei brasileira em favor do cônjuge brasileiro e dos filhos do casal, sempre que não lhes for mais favorável à lei do domicílio do falecido (art. 10 da LINDB)
CASO CONCRETO
Haroldo Bernardes celebrou em 10 outubro de 1986 contrato de assistência médico-hospitalar para si e sua família com a empresa de assistência médico-hospitalar S.O.S. HELP S.A. Em novembro de 1987 foi acometido por uma doença cardiovascular que o levou à colocação em seu corpo de um marca-passo, cujo custo foi pago pelo próprio Haroldo Bernardes, uma vez que em seu contrato de assistência médico-hospitalar não havia previsão de tal cobertura.
Em 1995, Haroldo Bernardes ingressa com ação judicial pretendendo a restituição dos valores gastos com os exames e o marca-passo não cobertos por seu plano de assistência, mais danos morais, em razão da recusa ao fornecimento do material, que ele reputa injusta.
Em sua contestação a empresa de assistência médico-hospitalar S.O.S. HELP S.A.  alega que o contrato é anterior à Constituição da República de 1988 e ao Código de Proteção e Defesa do Consumidor, Lei n° 8078/90, que prevêem, respectivamente, a proteção à dignidade humana e a proteção ao consumidor. (Apelação Cível: 2006.001.58180: TJ/RJ).
Você é o juiz que decidirá a questão e estudou na Estácio de Sá.
 
a) Dê a sentença amparado numa pesquisa a respeito dos limites à retroatividade das normas jurídicas, em seu livro Didático de Introdução ao Estudo do Direito.
b) Aproveite e responda: Quais os limites para norma jurídica tenha efeitos retroativos? Explique-os.
.
SUGESTÃO DE GABARITO 
a)    Infelizmente a sentença deverá negar o pedido de Haroldo, posto que, o contrato fora celebrado sob a égide da legislação que vigorava à época de sua celebração. Portanto, não será possível a retroatividade da CF que é de 1988 e do CDC que é de 1990, pois deverá ser respeitado o ato jurídico perfeito como garantia do princípio da irretroatividade da lei e da segurança nas relações jurídicas, afinal o contrato foi assinado em 1986, pois a manutenção da segurança se constitui numa das finalidades do Direito.
b)    Os limites são aqueles estabelecidos no art. 6º da LINDB e no art. 5º , XXXVI, da CF/88. Nesses termos, a lei, nas hipóteses de retroatividade, devem respeitar tanto a decisões judiciais definitivas, quanto os atos jurídicos celebrados perfeitos e acabados e os direitos que já fora incorporados definitivamente ao patrimônio da pessoa.
AULA 15 – O PODER JUDICIÁRIO BRASILEIRO E SUA ESTRUTURA 
O Poder Judiciário é um dos três poderes do Estado moderno na divisão preconizada por Montesquieu em sua teoria da separação dos poderes.
Jurisdição é o poder que o Estado detém para aplicar o direito a um determinado caso, com o objetivo de solucionar conflitos de interesses e com isso resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. 
Jurisdição vem do latim "juris" e "dicere", que significa "dizer direito". A jurisdição atua por meio dos juízes de direito e tribunais regularmente investidos, jurisdição é atividade do juiz, quando aplica o direito, em processo regular, mediante a provocação de alguém que exerce o direito de ação.
As características da jurisdição são:
imparcialidade, monopólio do Estado, lide, substitutividade, definitividade e unidade.
Os princípios que regem a jurisdição são os seguintes: inafastabilidade, improrrogabilidade, investidura, correlação, indelegabilidade e inércia.
A função do Judiciário é garantir e defender os direitos, promover a justiça, resolvendo todos os conflitos que possam surgir na vida em sociedade.
O Poder Judiciário do Brasil é o conjunto dos órgãos públicos com os quais os quais a Constituição Federal brasileira atribuí a função jurisdional.
O Poder Judiciário é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 92 a 126.
Artigo 92 CF- São órgãos do Poder Judiciário:
I - o Supremo Tribunal Federal (STF);
I -A - o Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
II - o Superior Tribunal de Justiça (STJ),
III - os Tribunais Regionais Federais (TRF) e Juízes Federais;
IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho (TRT);
V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;
VI - os Tribunais e Juízes Militares;
VII - os Tribunais e Juízes dos estados e do Distrito Federal e Territórios (TJ).
A Constituição estabelece estruturas paralelas ao poder Judiciário, às quais todos os cidadãos podem recorrer: 
o Ministério Público, 
a Defensoria Pública (para aqueles que não podem pagar um advogado) e
 os advogados particulares, inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB.
CASO CONCRETO
Em seu discurso de posse o novo presidente da Sub-seção OAB de Paranoara do Agresta fez a seguinte referência: "No arranjo da estrutura do Estado Brasileiro, a Constituição Federal vigente conferiu um papel ao Poder Judiciário até então não experimentado quanto à amplitude de suas competências. Os direitos e as garantias fundamentais, notadamente ampliados, bem como o controle sobre o Estado, através da provocação de agentes públicos investidos nas funções próprias e da possibilidade de maior sindicabilidade dos atos e contratos administrativos por iniciativa dos cidadãos, certamente, deram novos contornos às competências jurisdicionais. Agregue-se, a isso, o destaque constitucional conferido às Funções Essenciais à Justiça".
Dona Francisquinha que ouvia atentamente e não entendia nadinha, virou-se para você, estudante de Direito da Estácio de Sá que também assistia a cerimônia de posse, comentou  e perguntou:
a) Esse negócio de "competências jurisdicionais" tem a ver com jurisdição. Então, o que vem a ser jurisdição?
b) Qual a função do Poder Judiciário, afinal?
c) Quais são as Funções Essenciais à Justiça?
Funções Essenciais à Justiça:
1) Ministério Público. É um órgão estatal, é autônomo hierárquico, administrativa e financeiramente (não absoluto, pois depende da apresentação do planejamento do orçamento, aprovação, e remessa dessa verba). Atua dentro do poder judiciário, e ainda assim não está vinculado a nenhum dos três poderes.
Atua como parte legítima as ações, em casos de interesse de incapazes, causas concernentes ao estado da pessoa, tutela, curatela...
E quando a lei determinar, como fiscal das leis(“custos legis”), que terá vistas dos autos, intimação de todos os atos do processo, podendo juntar
documentos, certidões, produzir proas, requerer medidas e diligências necessárias ao descobrimento da verdade. Quando for determinado que deverá exercer essa função, necessariamente ele tem que ser intimado, sob pena de nulidade processual. (A nulidade se dá somente por não intimação do MP, e não por nãomanifestação. (Principio da instrumentalidade das formas).
2) Advocacia. São as atividades do advogado:
-Advocacia Preventiva: consultoria, assistência...
-Advocacia Privativa: os advogados recebem honorários sucumbenciais, arbitrados pelo juiz entre 10% e 20% – devidos pela parte vencida, sujeita a pagar custas processuais – e contratuais.
-Advocacia Pública: dirigida a um ente estatal como procuradorias do estado, município, união...
3) Defensoria Pública.
 Defende os interesses dos cidadãos sem condições financeiras para um advogado.
4) Advocacia-Geral da União. É a instituição que representa a União, judicial e extrajudicialmente, fornecendo as atividades de consultoria e assessoramente jurídico do Poder Executivo.
GABARITO
a) Esse negócio de "competências jurisdicionais" tem a ver com jurisdição. Então, o que vem a ser jurisdição?
É o poder/dever estatal de formular e tornar efetiva a norma jurídica concreta que deve regular determinada situação jurídica. É ao mesmo tempo poder, dever, função e atividade.
b)  Qual a função do Poder Judiciário, afinal?
A função do Poder Judiciário é garantir os direitos individuais, coletivos e sociais e resolver conflitos entre cidadãos, entidades e Estado. Para isso, tem autonomia administrativa e financeira garantidas pela Constituição Federal. No entanto, três são os fatores que devem ser levados em consideração por quem pretenda valer-se do trabalho dos instrumentos estatais da justiça: a incerteza do direito, a lentidão e o alto custo do funcionamento da máquina judiciária.
Esses fatores levam a algumas consequências: a falta de realização ou a realização tardia, muitas vezes ineficaz, dos ideais da justiça; um sentimento de desconfiança da opinião pública em relação à efetividade da tutela jurisdicional.
c)     Quais são as Funções Essenciais à Justiça?
Ministério Público, Advocacia e Defensoria Pública.
QUESTÕES OBJETIVAS
João é advogado, Marcos é preposto do sindicato patronal,  Mariângela é membro do Ministério Público, Anita é defensora pública, Flávio é juiz do tribunal de justiça desportiva e Raquel é procuradora federal. Indique a opção que aponta os amigos que desempenham funções essenciais à Justiça:
a) João, Marcos e Mariângela
b) Marcos, Mariângela e Anita
c) Anita, Flávio e Raquel
d) João, Raquel e Marcos
e) Anita, Mariângela e Raquel
2. A jurisdição não pode ser delegada, ou seja, não se pode delegar a terceiros o poder de solucionar conflitos. Esta afirmação se refere ao princípio da:
a)  investidura
b)  aderência
c)  indelegalibilidade
d) inevitabilidade
e) proporcionalidade
1. Julgue os itens a seguir, acerca da composição do Poder Judiciário:
I. O Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL) não é um órgão do Poder Judiciário.
II. Não integram o Poder Judiciário os membros do Ministério Público que oficiam perante o TRE.
III. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) integra a estrutura do Poder Judiciário.
a) Todas as afirmativas estão corretas.
b) Todas as afirmativas estão erradas.
c) Somente a afirmativa I está incorreta. II
d) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
e) Somente as afirmativas II e III estão corretas.
4. Questões discursivas:
De acordo com o que você aprendeu neste capítulo, atualmente, em todo o mundo ocidental, há um grande movimento de busca por outras formas substitutivas da justiça estatal, os denominados equivalentes jurisdicionais, as formas alternativas de solução dos conflitos?. Responda:
a)    Quais são as formas alternativas de solução de conflitos conhecidas?
RESPOSTA SUGERIDA. Conciliação, mediação e arbitragem
b)    Que vantagens apresentam em relação à forma tradicional de jurisdição estatal?
RESPOSTA SUGERIDA Economia, celeridade processual, entre outras.
 ACABOU!!!!!
Por mais flores em nossas vidas!!!!
Mais respeito e mais amor!!!!
Se você ama alguém, não perca uma só oportunidade de dizer isso a esta pessoa, a vida passa e as oportunidades se vão.
Obrigada por estarem comigo neste período, sucesso a todos vocês .
Com carinho, 
 
				 
					 
					
				 Luciana Paula 03/06/16

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