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Teoria Geral do Processo Civel

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1 . Quais os meios de resolução de conflitos? Cite-os e explique-os sucintamente.
R: Como meio de resolução de conflito temos quatro conceitos: autotutela, autocomposição, arbitragem e jurisdição. Autotutela: é a autodefesa, inexistência de um 3º imparcial, uso da força como resolução do conflito, desforço imediato. Autocomposição: existem três formas: renuncia (autor renuncia), submissão (réu aceita o que o autor alega) e a transação (cada parte sede de um lado). Também sem um 3º imparcial, uma conciliação entre as partes para a resolução do conflito. Arbitragem: facultativa, um sacerdote era escolhido para mediação ou obrigatória (era de Justiniano) onde o juiz era escolhido através de nomeação. Jurisdição: pode/dever do Estado de resolver conflitos.
2. Conceitue direito processual civil.
R: Direito processual civil é a base para todos os processos. É a ciência que estuda a função jurídica do Estado, dedica-se ao estudo das normas jurídicas que regem a atividade jurisdicional, voltada à resolução de conflitos entre os indivíduos da sociedade.
3. Quais as fases metodológicas do processo? Explique-as.
R: Adjetiva: auxiliar do direito.
Autônomo: processo é uma ciência autônoma porque tem uma ação só dele, função e codificação só dele.
Autônoma instrumental: O processo civil alcança seu objeto, tornando um sistema que atenta a escopos sociais, políticos e jurídicos. Ele deixa de preocupar-se somente com os seus pressupostos internos e ganha contornos sociais. 
4. Quais os elementos que devem existir para que se possa falar em acesso à justiça? Explique-os.
R: Acesso à justiça é o direito dado a tal cidadão de provocar a jurisdição na busca da resolução do conflito. Os elementos são: admissão do processo - qualquer pessoa, que se sentir lesada ou na iminência de ter seus direitos violados, pode e deve recorrer ao Poder Judiciário para restituir ou fazer valer seus direitos. Respeito ao devido processo legal: o ato praticado por autoridade, para ser considerado válido, eficaz e completo, deve seguir todas as etapas previstas em lei. Decisão justa: uma decisão justa não pode demorar a ponto de não resolver a lide, e deve dar ao autor aquilo que ele poderia receber espontaneamente se não houvesse conflito. Decisão util: deve haver a correta aplicação do direito aos fatos.
5. Quais os princípios informativos do processo? Explique-os e informe se atingimos o ideal em algum deles. 
R: Lógico: busca da verdade com a menor chance de erro possível. Politico: devem ser observadas as garantias sociais, com um mínimo de sacrifício das liberdades individuais. Juridico: juiz aplicar certamento o direito ao caso concreto. Economico: processo não seja tão caro que precise de defensoria pública, processo acessível e com economia de tempo (processo rápido).
6. Quais as garantias dadas aos juízes na busca da imparcialidade? E quais as proibições?
R: As garantias são: vitaliciedade: o juiz passa por um estágio probatório de dois anos. Durante este período, pode ser exonerado pelo tribunal ao qual pertence; depois de dois anos, sua exoneração deverá passar por processo, com sentença transitada em julgado. Inamovibilidade: o juiz não é obrigado a sair da comarca em que se encontra, salvo por interesse público. I Irredutibilidade de subsídios: o juiz não pode ter reduzidos os seus subsídios. Ao juiz é proibido: exercer outro cargo além do magistrado, exceto pelo cargo de magistério; receber custa ou qualquer tipo de participação do processo; ter atividade político-partidária; receber, sob qualquer pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, exceto o que prevê a lei; exercer a advocacia antes de três anos decorridos do seu afastamento, seja por aposentadoria ou por exoneração.
7. Se o juiz for impedido ou suspeito, poderá declarar-se de ofício? E se não o fizer?
R: O juiz tem o dever de declarar-se impedido ou suspeito, quando a situação assim requerer, para garantir o princípio de imparcialidade do juiz. Se não o fizer, será aberto um processo para verificar o fato. Se comprovado o impedimento ou a suspeição do juiz, este será afastado do caso e seus atos dentro do processo em questão serão decretados nulos
8. No seu entendimento a prerrogativa de prazos para a Fazenda Pública, a inversão do ônus da prova nas relações de consumo, afrontam o princípio da igualdade? Justifique sua resposta.
R: A prerrogativa de prazos para a Fazenda Pública se deve ao fato da grande demanda processual que temos atualmente. Já a inversão do ônus da prova é algo para tirar a desigualdade nas relações de consumo, uma vez que os consumidores são hipossuficientes em relação as empresas. Não afrontam o princípio da igualdade uma vez que são prerrogativas que visam dar melhores condições aos processos. 
9. A concessão de uma tutela de urgência, sem a ouvida da parte, infringe o princípio do contraditório e da ampla defesa? Justifique sua resposta.
R: Não infringe, já que a tutela de urgência é concedida ao autor/réu por vez da constatação de sua urgência para tal ato, em vista da possível demora para a resolução do conflito. 
10. Quais os fundamentos da teoria que é contra e que a favor do duplo grau de jurisdição?
R: A teoria contra baseia-se no fato de muitos recursos serem possíveis, portanto o processo demora muito para terminar. A teoria a favor visa a possibilidade de recorrer dentro da democracia.
11. O que significa princípio da demanda?
R: Principio da ação/demanda é quando o juiz é obrigado a decidir no limite do pedido, não pode julgar diferente, a mais ou deixar de julgar aquilo que foi pedido.
12. Uma citação nula pode ser aproveitada? Se a resposta for afirmativa, com base em qual princípio?
R: Não. Em caso de demanda extrapetita, em que o magistrado decide diferente daquilo que foi pedido, a sentença é nula mediante recurso.
13. Quais os princípios da jurisdição?
R: Os princípios são: juiz natural: Juiz aprovado em concurso público, tomou posse e está exercendo atividade em um território delimitado pelo presidente do Tribunal de Justiça. Indelegabilidade: não pode delegar. Aderência ao território: limite territorial onde o juiz exerce sua função. Indeclinabilidade: jurisdição não pode declinar-se, negar a julgar.
14. Quais as características da jurisdição?
R: Inerte: o juiz só pode prestar tutela jurisdicional, se for provocado, provoca-se através da ação. 
Una: jurisdição é uma só, juiz é juiz em qualquer lugar, mas só julga na sua cidade.
Secundária: segundo meio de resolução de conflitos, o primeiro é forma de acordo e o terceiro é arbitro/juiz.
Substitutiva: decisão do juiz substitui a vontade das partes.
Cria ou não cria direito: depende do modo de vista/ cria por que nem sempre o juiz julga quanto à norma e não cria, pois, o juiz só aplica o que já existe. 
15. O que é competência?
R: Competência é a delimitação do território onde a jurisdição é exercida.
16. Como se classifica a competência?
R: Originária: competência que o juiz possui para conhecer e julgar a causa pela primeira vez. Derivada: competência para julgar o caso em grau de recurso, em um segundo momento. Absoluta: – ocorre em razão da matéria e da hierarquia. As regras de competência absoluta são criadas para proteger o interesse público. Relativa: – é referente ao local da ação (foro/comarca). Para atender interesse particular, todo o seu regime jurídico pode ser alterado. 
17. Se o juízo for incompetente, como deve ser alegada a incompetência? Difere a forma de alegação se a incompetência for absoluta ou relativa?
R: A alegação de incompetência deve ser realizada da seguinte maneira:
Absoluta – pode ser declarada ex oficio pelo juiz. Não extingue o processo, tampouco preclui, apenas outro juízo é escolhido para dar prosseguimento ao processo. Pode ser alegada a qualquer tempo, por qualquer uma das partes.
Relativa – somente pela provocação feita ao juízo. A exceção é quando se trata de ação referente a contrato de adesão, que contenha cláusula de eleição de foro, e que estaescolha prejudique a parte hipossuficiente; aí sim o juiz pode alegar incompetência relativa ex oficio. Pode ser alegada também pelo réu, em preliminar de contestação. Se não houver alegação, a declaração de incompetência preclui. O autor da ação não pode alegar incompetência relativa.
18. Qual a regra geral para a fixação da competência relativa?
R: Primeiro, é preciso verificar se a competência é internacional, se a competência é de cunho interno, ou seja, se o litígio pode ser submetido ao Estado Brasileiro. Caso seja de competência internacional, verificar se é de matéria obrigatória (em que o Brasil se torna obrigatoriamente competente) ou de matéria concorrente. Não sendo de competência internacional, passa-se a verificar a competência interna. Deve-se fixar qual será o órgão jurisdicional a cuidar do caso.
19. O que significa jurisdição internacional? 
R: É o poder que o Estado possui fora de seu território para resolver litígios que envolvem outros Estados. Ela pode ser concorrente (em que o juízo estrangeiro não pode ser excluído, porém não inibe ação em território brasileiro. A sentença que transitar em julgado primeiro será a válida e valerá para ambos os processos) ou obrigatória (onde não é autorizado a concorrência do processo com outro juízo, além do brasileiro. A sentença que por ventura venha a ser proferida por tribunal estrangeiro, não será considerada válida para o nosso sistema judiciário.)
20. O que significa perpetuatio jurisdiciones?
R: O domicílio escolhido para ocorrer o processo normalmente é o do réu. Uma vez escolhido, não poderá ser modificado, exceto quando o órgão competente for extinto.
21. Qual a teoria da ação adotada pelo direito brasileiro?
R: É a teoria elaborada por Enrico Tulio Lieberman, a teoria eclética. Ele afirma que o direito de ação não pode ter relevância no processo, ele deve ser apenas o pressuposto pelo qual se orienta a ação processual. Para ele, o direito de ação não deve ser confundido com a ação processual em si, por mais que elas se fundam na prática; a ação processual é a “materialização” do direito de ação. A ação não dependo do reconhecimento do reconhecimento do direito material ou do resultado positivo da causa. Independentemente do resultado ou da tutela do direito material, o direito de ação é dado a todos, e é satisfeita com a sentença, seja ela favorável e desfavorável.
22. Quais as condições da ação? Se elas não estiverem presentes, no caso concreto, como será a sentença do juiz?
R: As condições da ação são: legitimidade das parte e interesse processual. Legitimidade das partes: autor deve demonstrar que ele é capaz de formular o pedido. Privado não pode pedir por outra pessoa. Interesse processual: buscar no poder judiciário um resultado que seja útil para o autor. Caso não estejam presentes as condições o processo será extinto sem resolução de mérito. 
23. Quais os elementos da ação?
R: Os elementos da ação são: partes, pedido e causa de pedir.
24. Quais os tipos de processo existentes no CPC?
R: Conhecimento: busca a resolução do conflito; partes dão ao juiz elementos de conhecimento para que este forme seu convencimento. 
Execução: execução de título extrajudicial; meio coercitivo para que o devedor cumpra com sua obrigação.
25. Qual a regra de aplicação da norma processual no tempo?
R: Respeitam-se todos os atos jurídicos já realizados, os novos serão regidos pela nova lei.
26. O que é litisconsórcio? Classifique-o.
R: Litisconsórcio é a pluralidade de pessoas no polo ativo ou passivo do processo (mais de um autor ou mais de um réu). Pode ser classificado em: facultativo (quando as partes demonstram vontade de se unir), necessário (quando a lei obriga a se unirem), ativo, passivo, misto, inicial (se forma no momento do ajuizamento) e ulterior (se forma depois do ajuizamento).
27. Quais as modalidades de intervenção de terceiros existentes no CPC/2015? Explique-as, dando um exemplo de cada.
R: Assistência - Simples: 3º com interesse jurídico, mas o interesse não é no pedido e sim no resultado da ação, que pode acarretar na sua carreira. Litisconsorcial: titular do direito, pôde ser, mas não foi parte inicial do processo, entrou depois.
Denunciação da lide: intervenção de 3º, provocada, não obrigatória, provocada pelo autor ou réu para fazer parte do processo, os dois são legitimados. Ação de regresso entre denunciante e denunciado. 
Chamamento ao processo: intervenção provocada, exclusivamente pelo réu na contestação – ampliação do polo passivo da demanda – cabe chamamento ações condenatórias; ocorre para que o réu “divida a conta” com outros.
Amicus curiae: “amigo da corte”; é o terceiro que ingressa no processo para ajudar a formar o convencimento do juiz.
Desconsideração da personalidade jurídica: sócio paga pela dívida da empresa.
28. Diferencie assistência de amicus curiae.
R: A diferença entre eles é que o amicus curiae auxilia o tribunal, o Estado-juiz a resolver a lide; já o assistente pende para um dos lados, a fim de garantir que a verdade seja trazida à tona e o processo seja realizado de forma justa.
29. Explique a desconsideração da pessoa jurídica e a desconsideração inversa.
R: É aplicável a regra da desconsideração da personalidade jurídica na forma inversa quando o devedor se vale da empresa ou sociedade à qual pertence para ocultar bens que, se estivessem em nome da pessoa física, seriam passíveis de penhora. A desconsideração só se dá quando configurada fraude ou abuso de direito com esse objetivo. A desconsideração da personalidade jurídica é quando o sócio paga pela dívida da empresa.
30. Como é efetuada a contagem dos prazos processuais?
R: Exclui-se a data da publicação e conta 5 dias uteis, incluindo o dia do vencimento. Processo físico deve respeitar o horário de funcionamento do fórum, o virtual pode ser feito até as 23:59:59h do dia de vencimento. Caso o fórum abra com atraso ou feche antecipadamente do previsto, o prazo é prorrogado para o próximo dia útil. 
31. Classifique os prazos.
R: Legais: são aqueles prazos que são fixados em lei.
Judiciais: prazos fixados pelo critério do juiz.
Convencionais: o prazo é estabelecido de acordo com o que foi convencionado entre as partes.

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