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PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL

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PRINCIPIOS NO DIREITO PENAL:
São normas de conteúdo abrangente, positivados ou não, que servem para aplicação e conhecimento do direito positivo. Portanto, constituem os pilares sobre os quais irão se desenvolver as instituições jurídicas penais.
CLASSIFICAÇÃO:
Constitucionais: Se encontram na Constituição Federal.
Infraconstitucionais: Se encontram na Legislação Extravagante e não está na C.F.
Explícitos: São os princípios que estão positivados (escritos) na Legislação ou na C.F.
Implícitos: São os princípios que estão nas entrelinhas, por isso é necessário empregar as técnicas de interpretação. (Ex: Princípio da Proporcionalidade).
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE E SEUS DESDOBRAMENTOS:
Art. 5°, XXXIX, CF. e Art. 1°, CP.
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;”
A lei só pode punir fatos posteriores à sua vigência, ou seja, a lei deve ser anterior ao fato praticado.
LEGALIDADE = RESERVA LEGAL + ANTERIORIDADE
Proibição de que a lei, se aplique a fatos pretéritos (passados).
Proibir a RETROATIVIDADE de uma lei penal incriminadora:
Art. 5°, XL, CF. “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;”
Proibir o uso da ANALOGIA.
Abolição de crime: 
Art. 2°, CP. “Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.”
Aplicação súmula 611, STF. “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao Juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna.”
(Ex: Crime de adultério, lei de 2005)
Consequência: Retroage, afastando os efeitos penais da sentença penal condenatória, porém os efeitos extrapenais permanecem.
Efeitos penais: Podem ser diretos ou indiretos.
 a) Efeito diretos: O efeito direto da condenação é o cumprimento da pena imposta;
 b) Efeitos indiretos: São as consequências provocadas pela condenação, tais como a reincidência, os maus antecedentes, a revogação de algum benefício etc.
Efeitos extrapenais: Podem ser genéricos ou específicos.
Efeitos Genéricos: São efeitos automáticos, ou seja, não precisam ser abordados pelo juiz na sentença, e são aplicáveis a qualquer crime. (Art. 91°, CP.)
Efeitos Específicos: Esses efeitos não são automáticos e só se aplicam a determinados crimes e em situações específicas. Cabe ao juiz mencioná-los expressamente na sentença, sob pena de perda de sua eficácia (efeitos).
EXTRA-ATIVIDADE DA LEI PENAL:
É a capacidade da lei se movimentar no tempo, atingindo fatos praticados antes da sua vigência (retroatividade), ou alcançando fatos ocorridos após a sua vigência (ultra-atividade). Ambas serão realizadas, somente em benefício do réu, e nunca em seu prejuízo.
Retroatividade: É a possibilidade conferida à lei penal de retroagir no tempo, a fim de regular os fatos ocorridos anteriormente à sua vigência.
Ultra-atividade: Ocorre quando a lei, mesmo depois de revogada, continua a regular os fatos ocorridos durante a sua vigência.
Novatio Legis In Mellius e Novatio Legis In Pejus
A lei nova, editada posteriormente à conduta do agente, pode conter dispositivos que beneficiem ou que prejudiquem o mesmo.
Se beneficiá-lo, será considerada uma ‘novatio legis in mellius.’
Se prejudica-lo será considerada uma ‘novatio legis in pejus.’
Art 2°, CP, Parágrafo único. “A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.” 
É IMPORTANTE LEMBRAR DATA DO CRIME E DATA DA VIGÊNCIA DA LEI!
ATENÇÃO:
Súmula 711, STF. “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.”
Portanto, tanto no crime permanente quanto no crime continuado será aplicada a lei mais grave, desde que não cessadas a permanência ou continuidade quando da entrada em vigência dessa lei.
CRIME PERMANENTE – é o crime cuja execução se prolonga, se perpetua no tempo. Existe uma ficção jurídica de que o agente, a cada instante, enquanto durar a permanência, está praticando atos de execução. Na verdade, a execução e a consumação do delito acabam se confundindo.
CRIME CONTINUADO – ocorre quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os crimes subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (art. 71, do CP).
Art. 71°, CP. “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicasse-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. ”
O Princípio da Legalidade comporta quatro desdobramentos:
LEX PREVIA: A lei deve ser anterior ao fato praticado.
LEX SCRIPTA: É a lei escrita, devendo esta ser assim disposta nos códigos não só pelo sistema positivo adotado pelo Brasil, mas também pelo reconhecimento de que, já prévia, deve constar na lei de forma que haja acesso a qualquer cidadão
LEX STRICTA: Indica a proibição de fundamentação ou agravamento da punibilidade pela analogia (analogia in malam partem).
LEX CERTA: proibição de leis penais indeterminadas, de conteúdo vazio, incertas e ininteligíveis; esse desdobramento revela o princípio da taxatividade.
Proibir INCRIMINAÇÕES VAGAS; ABERTAS; ABSTRATAS: 
Princípio da DETERMINAÇÃO/TAXATIVIDADE: 
O Princípio da Taxatividade, subprincípio da legalidade, determina ao legislador o dever de delinear com clareza os elementos fundantes do tipo de injusto, oferecendo um texto que prime pela determinação da conduta ilícita, das elementares, circunstâncias e fatores influenciadores na configuração dos contornos da tipicidade e sua respectiva consequência jurídica.
PRINCIPIO DA HUMANIDADE OU DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:
A dignidade da pessoa humana é em si, qualidade intrínseca e indispensável do ser humano. Constitui elemento que o qualifica como tale dele não pode ser separado. Não é algo concedido ao indivíduo, pois lhe pertence de forma inata. Por isso é irrenunciável e inalienável, e é uma característica de todo ser humano.
A dignidade da pessoa humana, deve ser compreendida como qualidade integrante e irrenunciável da condição humana, podendo ser reconhecida, respeitada, promovida e protegida, não podendo, ser criada, concedida ou retirada, já que é inerente ao ser humano.
 Art. 1°, III, CF. “a dignidade da pessoa humana;”
O Direito Penal não pode se atentar contra o direito humano, sem violar:
Integridade Física;
Integridade Psíquica;
Integridade Moral;
O Princípio da Humanidade visa garantir ao indivíduo um mínimo existencial:
ENFOQUE OBJETIVO: 
Sob o ponto de vista objetivo, abrange-se a segurança do mínimo existencial ao indivíduo, que precisa atender as suas necessidades básicas para a sobrevivência.
EXEMPLO: Art. 7°, IV, CF. “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;"
ENFOQUE SUBJETIVO: 
Já no enfoque subjetivo, o sentimento de respeitabilidade e autoestima do ser humano, o destaca como indivíduo, desde o nascimento até o final de sua trajetória, durante a qual forma sua personalidade e relaciona-se em comunidade, merecendo particular consideração do Estado.
 ASPECTOS DO PROCESSOS X DIREITOS DA PESSOA HUMANA
 (Princípio da Humanidade – Luís Flávio Gomes e Cesar Peluso.)
PENAS NÃO ADMITIDAS EM NOSSO ORDENAMENTO: 
 ART. 5°, XLVII, CF.
 Nãohaverá penas:
De morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; 
(Só quem poderá declarar guerra é o Presidente da República.)
De caráter perpétuo;
De trabalhos forçados; (É o trabalho escravo, que não traz nenhum benefício.)
De banimento; (Obrigar alguém a residir em outro lugar ou não aceitar o ingresso de alguém em algum lugar.)
Cruéis;
PRINCÍPIO DA LESIVIDADE OU OFENSIVIDADE:
Para existência de condutas criminosas existe a necessidade de que essa conduta cause uma lesão ou perigo de lesão ao bem juridicamente tutelado.
“Nullum crime sine injuria” 
Lesão ou Perigo de Lesão
Perigo Abstrato x Perigo Concreto: 
 Perigo Abstrato = Perigo de Lesão
 Perigo Concreto = Expondo a risco 
 
 EXEMPLO: Porte de arma desmuniciada e embriaguez.
PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE:
“Nullum crimen sinen culpa”. (Culpa = Responsabilidade)
Responsabilidade penal subjetiva, ou seja, deve haver DOLO ou CULPA.
Culpa em sentido AMPLO:
DOLO = INTENÇÃO: Pressupõe a vontade de praticar uma conduta.
CULPA EM SENTIDO ESTRITO: É a falta de um dever objetivo de cuidado, que podem ser:
NEGLIGÊNCIA: Deixar de fazer algo, é uma conduta negativa.
IMPRUDÊNCIA: É praticar algo, é uma conduta positiva.
IMPÉRICA: Falta de capacidade técnica, é uma conduta negativa.
Art. 18, CP
“Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.”
CONSEQUÊNCIA: SEM DOLO/CULPA, FATO ATÍPICO (é o fato que não é criminoso):
Pode existir ofensa a bem jurídico sem que, contudo, essa ofensa configurem um ato ilícito, sendo então, um Fato Atípico.
EXEMPLO: Atropelamento de carro que invadiu a pista, professor de penal.
TEORIA DO FINALISMO:
O que caracteriza o crime é a sua INTENÇÃO.
No CAUSALISMO, a conduta humana se caracterizava pelo resultado causado; 
No FINALISMO, a conduta humana, se caracteriza pela finalidade do agente ao mover-se, por isso, o dolo e a culpa são elementos que caracterizam a ação humana, portanto sem dolo/culpa a conduta será atípica.
PRINCÍPIO DA ALTERIDADE (ALTERATIVIDADE) OU TRANSCENOTENTALIDADE:
Proíbe a incriminação de atitude meramente interna, subjetiva do agente, pois essa razão, revela-se incapaz de lesionar o bem jurídico.
Não pune AUTOLESÃO.
ART. 28, Lei das drogas:
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
 III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MINÍMA
O princípio da intervenção mínima consiste em que o Estado de direito utilize a lei penal como seu último recurso (ultima ratio), havendo extrema necessidade, para as resoluções quando são afetados os bens jurídicos mais importantes em questão. É uma forma de disciplinar a conduta do indivíduo, no direito brasileiro, pois se pune a conduta e não o indivíduo 
Direito penal deve intervir minimamente na vida do indivíduo.
Só pode agir em caso de relevante ameaça a bens jurídicos.
Princípio voltado ao legislador.
“Ultima Ratio” = “Ultima razão” ou “último recurso”.
ULTIMA RATIO: É uma expressão com origem no Latim e frequentemente empregada no Direito. Diz-se que o Direito Penal é a ultima ratio, ou seja, é o último recurso ou último instrumento a ser usado pelo Estado em situações de punição por condutas castigáveis, recorrendo-se apenas quando não seja possível a aplicação de outro tipo de direito, por exemplo, civil, trabalhista, administrativo, etc.
Decorrentes:
6.1) PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE:
6.2) PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE:
1° VERTENTE: O direito penal seleciona os bens jurídicos mais relevantes para incriminar as correntes que se complementam.
2° VERTENTE: O direito penal em contra disposição em diversas legislações, não sendo exclusivamente encontrada no Código Penal.
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA
O direito penal não pode incriminar condutas que não causem uma relevante lesão ao bem jurídico. 
 Se aplica na TIPICIDADE MATERIAL, excluindo a tipicidade formal.
DEFINIÇÃO DE CRIME: É todo fato típico, antijurídico e culpável.
O crime pode ser observado a partir de três pontos de vista:
Material: O crime constitui dano ou perigo de dano a um bem jurídico;
Formal: O crime é o fato proibido por lei, sob risco de pena;
Analítico: O crime é um fato típico, antijurídico, culpável e punível.
a. Fato Antijurídico ou Fato Ilícito: É aquele ato praticado na contra mão do que dita a lei ou norma.
b. Fato Típico: É a conduta criminosa positivada em lei. Se divide em Tipicidade Formal e Material. (No Princípio da Insignificância aplica-se somente na TIPICIDADE FORMAL)
c. Fato Culpável: É a capacidade do indivíduo responder pelo crime praticado. 
d. Ação culpável. É a conduta humana que recebe censura jurídica do ponto de vista subjetivo. 
O Direito Penal brasileiro, a esse título, discrimina o dolo e a culpa.
APLICAÇÃO:
Critério estabelecido pelo STF:
Mínima ofensividade da conduta;
Ausência de periculosidade social da ação;
Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
Inexpressividade da lesão;
APLICA-SE AOS SEGUINTES CASOS:
Reincidência não específica;
Crime de descaminho (Até 20,000,00) Não pagar impostos.
Furto simples
Peculato – Furto: Apropriação indébita praticada por funcionário público. (Art. 312,CP.)
Crime ambiental de pesca proibida. (Art. 34, Lei 9605/90).
NÃO SE APLICA AOS SEGUINTES CASOS:
Reincidência especifica Quando um novo crime ofender o mesmo bem jurídico anterior.
Crimes de roubo ou outro que envolver violência. 
Exceção: Lesão LEVISSIMA.
Furto de fiação elétrica
Atividade clandestina de telecomunicações de GRANDE MONTA. (Rádio Pirata) 
Obs: Para rádio pirata com ‘baixa potência’ aplica-se o P. da Insignificância, pois não interfere nos sinais de aeronaves.
Contrabando Mercadoria proibida.
Danos contra o bem público.
Crime militar.
Ofensa a programas sociais do governo.
Moeda falsa.
Tráfico internacional de armas.
PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL
Considerado criminoso, mas não afeta sentimento de justiça social.
Deve haver relevância social.
Exemplo: Art. 229, CP = Casa de prostituição e Motel.
CRÍTICA: 
A crítica sobre o Princípio da Adequação Social sustenta que um costume (Fato ocasional não escrito) não pode revogar uma lei. Pois uma lei só pode ser revogada, expressa ou tacitamente por outra lei.
PRINCÍPIO DO “NE BIS IN IDEM”
Ninguém pode ser punido ou processado duas ou mais vezes pelo mesmo fato.
*NÃO DUPLA PUNIÇÃO PELO MESMO FATO*
BIS IN IDEM PROIBIDO
NE BIS IN IDEM ACEITO
Visa assegurar a segurança jurídica.
Exemplo: Art. 217 – A conjugado com Art. 61 ‘h’, CP = Causa agravante, ou seja, é uma causa que visa aumentar a pena do indivíduo. 
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Legislador 22, I, CF.
Custo beneficio
DOIS ENFOQUES:
1° Para que o tipo penal seja criado, deve haver relevância social, não podendo essa conduta causar um intenso temor público.
2° A penalidade deve ser proporcional ao mal praticado.
OBS! ESTE PRINCÍPIO NÃO POSSUI PREVISÃO CONSTITUCIONAL.
PRINCÍPIO DA CONFIANÇA
Não comete crime aquele que, agindo de acordo com o direito, acaba por se envolver em situação que terceiro descumpriu seu dever delealdade e cuidado.
O princípio da confiança baseia-se na expectativa de que as outras pessoas ajam de um modo já esperado, ou seja, normal. Consiste, portanto, na realização da conduta de uma determinada forma na confiança de que o comportamento do outro agente se dará conforme o que acontece normalmente.
Exemplo: O motorista que, conduzindo seu veículo pela preferencial, passa por um cruzamento, confia que o outro automóvel, que se encontra na via secundária, aguardará sua passagem. Havendo acidente, não terá o primeiro agido com culpa.
PRINCÍPIO DA AUTORRESPONSABILIDADE
Os resultados danosos que decorram da ação livre e inteiramente responsável de alguém, só pode ser imputado a este e não aquele que o tenha motivado.
 Exemplo: O sujeito aconselha por outra a praticar esportes radicais, resolve-se pular de paraquedas, acaba sofrendo um acidente e vindo a falecer. O resultado morte não pode ser imputado a ninguém mais além da vítima, pois a sua vontade livre, e consciente e responsável que a impeliu a correr riscos.
PRINCÍPIO DA PERSONALIDADE (INTRANSCEDÊNCIA)
 ART. 5°, XLV, CF: 
“Nenhuma pena passará da pessoa do condenado” 
Só pode ser punido o indivíduo que pratica fato ilícito e antijurídico, não podendo a punição atingir terceiros não envolvidos.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
 ART. 5°, LV, CF: 
“Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
CONTRADITÓRIO: Contrapor-se aos fatos imputados. 
AMPLA DEFESA: É a utilização de elementos técnicos para se chegar ao resultado pretendido.
AUTODEFESA: Quando o próprio acusado apresenta ou não sua versão dos fatos, frisando que o silêncio também é modalidade de autodefesa, não podendo ser utilizado em desfavor do indivíduo.
DEFESA TÉCNICA: É a defesa feita por profissional inscrito no órgão de classe (advogado).
PRINCIPÍO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
ART. 5°, LIV, CF:
“Ninguém será processado, punido, ou privado de seus bens sem o devido processo legal. ”
“DEVE PROCESS OF LAW” = MAGNA CARTA (1715)
PRINCIPÍO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA / DA NÃO CULPABILIDADE / DA NÃO CULPA.
ART. 5°, LVII, CF:
“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. ”
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
ART. 5°, LIII, CF: 
“Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. ”
O juízo competente deve existir antes mesmo da prática do delito, e se for posterior, configura-se a convocação de um tribunal de exceção.
TRIBUNAL DE EXCEÇÃO: É aquele instituído em caráter temporário e/ou excepcional.
OBS! 
O DIREITO BRASILEIRO NÃO ACEITA QUALQUER TIPO DE TRIBUNAL DE EXCEÇÃO!
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO. 
ART. 5°, XXXV,CF:
“A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. ”
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUÍZ
 Para que o processo seja justo e válido, é preciso que o juiz atue de forma imparcial, ou seja, não se exibir de forma tendenciosa para qualquer das partes. 
 O juiz coloca-se entre as partes e acima delas: esta é a primeira condição para que possa exercer a sua função dentro do processo.
 A imparcialidade do juiz é pressuposto para que a relação processual se instaure validamente.
Juiz julga sem “PAIXÃO”
PRINCIPIO DA PUBLICIDADE
ART. 93°, IX, CF:
“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”.
ART. 5°, LX, CF:
“A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem. ”
Exceção: SIGILO quando o interesse social assim exigir.
Ex: Interesse social - Processo de interesse menor de idade.
 - Risco para o réu.
 - Segurança Pública.
PRINCIPIO DA VEDAÇÃO DE PROVAS ILÍCITAS
ART. 5°, LVI, CF:
“São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. 
 Ex: Provas obtidas por meio de tortura.
PRINCIPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES 
ART. 93°, IX, CF:
“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.”
O princípio da motivação determina que a autoridade administrativa deve apresentar as razões que a levaram a tomar uma decisão. 
 A motivação é uma exigência do Estado de Direito, ao qual é inerente, entre outros direitos dos administrados, o direito a uma decisão fundada, motivada, com explicitação dos motivos.
 Sem a explicitação dos motivos torna-se extremamente difícil sindicar, sopesar ou aferir a correção daquilo que foi decidido, por isso, é essencial que se apontem os fatos, as inferências feitas e os fundamentos da decisão. 
 A falta de motivação no ato discricionário abre a possibilidade de ocorrência de desvio ou abuso de poder, dada a dificuldade ou, mesmo, a impossibilidade de efetivo controle judicial, pois, pela motivação, é possível aferir a verdadeira intenção do agente.
PRINCIPIO DA IGUALDADE
ART. 5°, ‘caput’, CF:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”.
O princípio da igualdade prevê a igualdade de aptidões e de possibilidades virtuais dos cidadãos de gozar de tratamento isonômico pela lei. Por meio desse princípio são vedadas as diferenciações arbitrárias e absurdas, não justificáveis pelos valores da Constituição Federal, e tem por finalidade limitar a atuação do legislador, do intérprete ou autoridade pública e do particular.

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