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EXERCICIOS DE ÉTICA(1).docx

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127
 ALUNO: RICARDO MIRANDA 
Plano de Aula 1: 
Unidade 1 – Ética e a profissão
1.1. O que é Ética?
1.2. Objetos de estudo da Ética.
1.3. Objetos de estudo da Ética Profissional.
 
Antes da análise do conteúdo previsto, a legislação da OAB, temos que ressaltar que ao falarmos em ética temos que buscar sua origem na Filosofia, porque foram os gregos que deram um tratamento filosófico e não teológico à questão ética. [1] 
A filosofia entende a ética como “teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano”[2]. Sua origem etimológica decorre do termo grego ethos que significa por um lado hábito ou costume e, por outro, modos de ser ou caráter. 
Para Aristóteles, ambos os sentido estão interligados, pois por meio do hábito se desenvolve o caráter de um homem e assim o destino de uma pólis. Deste modo, a ética é vista como parte da Filosofia e enquanto tal estuda os princípios filosóficos universais, porque a Filosofia é o tronco comum de vários ramos do saber desenvolvidos pelo homem. 
Nesse ponto, aprendemos com o saber filosófico que, não podemos confundir ética com moral, uma vez que moral significa o conjunto de normas ou regras destinadas a regular as relações dos indivíduos numa determinada sociedade. Percebemos, por conseguinte que a moral é histórica e acompanha o devir no mundo da vida enquanto modo de comportar-se específico do homem. 
A ética deita suas raízes na Grécia, sendo certo que a origem etimológica do termo moral nos remete à tradição latina a partir dos termos mos, mores, significando conjunto de normas ou regras adquiridas por hábito.
Assim, acreditamos que a contemporânea preocupação com as questões Éticas e com a estruturação de uma Ética Profissional desvela a necessidade de um estudo aprofundado no sentido de buscar fundamentos e tornar inteligível a moral de nossa época, em particular, o conjunto de valores que predominam na OAB e que são inerentes à atividade advocatícia. Por conseguinte, quando pensamos em Ética Profissional ou Deontologia Jurídica apontamos para um conjunto de valores que devem fundamentar o exercício da advocacia. 
Dessa forma, o código de conduta que nos acostumamos a chamar de Código de Ética personifica o conjunto de valores partilhados em determinado momento histórico. Assim, um código contém regras deontológicas fundamentais para as profissões. Também merece esclarecimento o termo deontologia. Este conceito significa o estudo dos deveres e, quando acompanhado da palavra “jurídica”, significa o estudo acerca dos fundamentos do direito sob o ponto de vista da Ética. 
No dicionário de língua portuguesa, por exemplo, significa o estudo dos princípios, fundamentos e sistemas de moral. Por conseguinte, o Código de Ética e Disciplina da OAB, de 4 de julho de 1994, com fundamento no art. 33 da Lei 8.906/94, tem como  finalidade fortalecer nos advogados a consciência de seus compromissos com os ditames éticos, valores que devem pautar sua conduta, como cidadãos e como profissionais engajados na defesa do Direito, da Justiça e do bem comum.
Ademais, importa observar que a advocacia figura na Constituição de 1988, ao lado do Ministério Público e da Magistratura e a sua dignidade está expressa no art. 133, CR/88.
 
[1] Para um aprofundamento sobre Filosofia remeto o leitor às obras introdutórias  tais como CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ática ou  MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia. Zahar. Interessante conferir também o clássico  livro sobre ética: Vasquez, Adolfo Sanchez. Ética. RJ: Civilização Brasileira, 1993.
[2] Vasquez, Adolfo Sanchez. Ética. RJ: Civilização Brasileira, 1993, p. 12-13.
Aplicação Prática Teórica
Os conteúdos ministrados nesta aula demonstram sua aplicabilidade prática e teórica quando: 
 
• Evidenciam a importância da reflexão sobre as implicações morais e éticas na conduta do advogado;
 
• Colaboram na compreensão dos conceitos estudados: ética, moral e ética profissional. 
 
O aluno deverá consultar seu material didático a fim de responder aos seguintes casos concretos:
 
Caso 1 - Ética e Moral
 
O exercício da profissão implica uma pesada servidão. O advogado regula, por si só, a sua conduta. É o único árbitro de sua atuação, o que o obriga a um meticuloso escrúpulo. Deve dominar não só as próprias paixões, mas as daqueles que o rodeiam. Não deve ceder nunca à solicitação suspeita, tanto mais sedutora quanto, a serem atendidas, poderiam facultar-lhe vantagem rendosa. A sua honestidade, a sua independência e a sua moderação que inclui a firmeza, devem estar acima de toda suspeita; a sua autoridade será tanto maior quanto menos pasto der à crítica.
Na verdade, a autoridade de que o advogado desfruta, deve estrear-se numa moralidade intransigente; é somente quando a sua pessoa e o seu caráter forem inatacáveis que o advogado será respeitado e poderá exercer plenamente a sua missão. Não deve contentar-se de ser honesto, deve ser excessivamente escrupuloso. (Pacheco, Sidney Alves. Eu, o advogado criminalista. 2ed. Rio de Janeiro, Adjuris, 1987, p.17).
 
Leia o texto acima e responda as questões propostas:
Como a tradição filosófica diferenciou os conceitos de ética e moral?
R= A filosofia entende a ética como “teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade, ou seja, é ciência de uma forma específica de comportamento humano”, não podemos confundir ética com moral, haja vista que a moral é histórica e acompanha o devir no mundo da vida enquanto modo de comportar-se específico do homem. 
b) De que maneira o autor relaciona os conceitos de ética e moral com a advocacia?
R= A autoridade de que o advogado desfruta, deve estrear-se numa moralidade intransigente; é somente quando a sua pessoa e o seu caráter forem inatacáveis que o advogado será respeitado e poderá exercer plenamente a sua missão. Não deve contentar-se de ser honesto, deve ser excessivamente escrupuloso.
Caso 2 - Ética e Direito
 
Ética e Direito sempre têm de andar de mãos dadas
por Levy Pinto de Castro Filho
Ao noticiar a eventual incompatibilidade da cumulação de cargos de Carlos Lupi como ministro do Trabalho e presidente do PDT, os jornais divulgaram que autoridade envolvida no caso teria dito que “nada estaria acima da lei” e que "nenhuma interpretação de nenhuma comissão e nenhum cidadão estaria acima da Constituição".
Não se pretende aqui examinar a legitimidade do exercício simultâneo de cargos, uma vez que as questões relacionadas à juridicidade e à constitucionalidade da ocupação simultânea de cargos já estariam sendo examinadas pelo órgão jurídico competente, a AGU.
Espera-se, somente, que a conclusão — em qualquer sentido — seja benéfica para o fortalecimento e credibilidade dos órgãos, devendo ser revelada para a sociedade mesmo diante da renúncia expressa a um dos cargos aparentemente incompatíveis entre si, pois tal fato não deve afastar a continuidade do debate sobre a tese apresentada, a fim de evitar futuras controvérsias em casos análogos.
Todavia, é necessário que se façam alguns esclarecimentos quanto à influência da ética sobre as leis, a fim de que as distorções divulgadas pelos meios de comunicação acarretem um mal maior que ocasionará um errôneo aprendizado dos conceitos elementares que circundam o universo do saber jurídico.
As leis são construídas a partir de diversos conceitos e, dentre as chamadas fontes legislativas externas, se inserem as noções acadêmicas e históricas sobre costume, política, religião, moral e ética.
Em países, como o Brasil, onde impera o positivismo jurídico, a vocação legiferante é maior do que a própria eficácia das normas legais, o que acarreta, não raras vezes, a redução do Direito ao conceito de lei quando, em verdade, a noção de Direito é muito mais abrangente do que o mero significado léxico do vocábulo lei.
Mais do que um simples conjunto de leis, o Direito é construído por valores inafastáveis que devemnortear sua efetiva aplicabilidade para que as normas jurídicas possam atender, com perfeição, as demandas sociais, econômicas, financeiras e políticas.
Neste sentido, a ética deve ser vista e respeitada como a norma matriz que impulsiona o Direito, sob pena deste ser injusto imoral e, em última análise, antiético.
Por conseguinte, como a ética faz parte do Direito, é inaceitável qualquer forma de dissociação de ambos, razão pela qual os textos legais jamais prevalecerão sobre a ética. Caso contrário, estar-se-ia negando o próprio Estado Democrático de Direito, este sim, preponderante sobre todas as demais instituições. (Revista Consultor Jurídico, 15 de abril de 2008). 
 
Leia o texto acima e responda as questões propostas:
É possível uma separação entre a ética e  Direito?
R=Não, pois Ética está atrelado ao direito, está vinculado a valores deixado por nossos pais e familiares, ética é a ideia de um comportamento ideal, no qual é viver em sociedade e obedecer as regras impostas por esta sociedade que é o direito.
A redução do Direito ao conceito de lei afasta o próprio Direito dos valores éticos como a justiça? 
R= A redução do Direito ao conceito de lei quando, em verdade, a noção de Direito é muito mais abrangente do que o mero significado léxico do vocábulo lei.
 
 
Plano de Aula 2:
Título
Tem
Estrutura do Conteúdo
Unidade 2 – A ordem dos Advogados do Brasil 
2.1. OAB: criação e evolução histórica. 
2.2. Legislação: Estatuto, CED, RGOAB.
2.3. Fins da OAB e Organização.
2.5. Eleições e mandatos
 
Nesta aula, deve-se pontuar o surgimento da Ordem dos Advogados do Brasil em 1930, por intermédio do Decreto 19.408, de 18 de novembro de 1930, bem como a criação de seu primeiro estatuto, a Lei 4.215/63. Em seguida, apresentar a sua legislação atual: a Lei 8.906/94, o Código de Ética e Disciplina, o Regulamento Geral da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil e Provimentos.
As informações históricas podem ser obtidas no site do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, disponível em: http://www.oab.org.br/
 
A seguir, deve-se estudar do art. 44 ao 62 do Estatuto (doravante EOAB). Acrescentando o detalhamento ofertado pelo Regulamento Geral (doravante RGOAB), nos artigos 44 ao 54, que tratam dos fins e organização da OAB.
O tema eleições e mandatos encontram-se nos art. 63 a 67, do EOAB, bem como nos art. 128 a 137 do RGOAB. A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena do mês de novembro, do último ano do mandato, mediante cédula única e votação direta dos advogados regularmente inscritos. Critérios e procedimentos: RGOAB. Comparecimento obrigatório.
O voto é obrigatório para todos os advogados inscritos da OAB, sob pena de multa equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da anuidade, salvo ausência justificada por escrito, a ser apreciada pela Diretoria do Conselho Seccional. O eleitor faz prova de sua legitimação apresentando sua carteira ou cartão de identidade profissional e o comprovante de quitação com a OAB, suprível por listagem atualizada da Tesouraria do Conselho ou da Subseção.
 
Aplicação Prática Teórica
Caso1 - O papel da OAB na construção da sociedade democrática brasileira - Carlos Alexandre de A. Campos.
 
A OAB desempenha um papel de representação da sociedade civil, histórica e culturalmente, que pode se assemelhar àquele papel típico da imprensa. É bom que a Ordem dos Advogados Brasil permaneça absolutamente desatrelada do Poder Público. Longe de ser fiscalizada pelo Poder Público, ela deve fiscalizar com toda autonomia, com toda independência, o Poder Público, tal como faz a imprensa. (Carlos Ayres Britto - Ministro do STF). É comum que a sociedade, e até mesmo os próprios advogados, vinculem a Ordem dos Advogados do Brasil a um papel de mero promotor da defesa, representação e disciplina dos advogados em toda a República Federativa do Brasil. Não obstante a OAB realmente cumprir tão honrosa missão, é ainda mais certo que nossa ordem jurídica não lhe reservou apenas finalidades típicas dos órgãos de fiscalização profissional, pelo contrário, tanto a legislação constitucional quanto a infraconstitucional, historicamente, tem reservado à nossa entidade, e também aos advogados que a compõem, o papel singular de defensores da Lei, da Justiça, dos Direitos Humanos, da Ética, da Constituição Brasileira e de nosso Estado Democrático de Direito. (adaptado do site www.oab-rj.org.br)
 
Com base na leitura do texto acima responda:
Quais são as finalidades da Ordem dos Advogados do Brasil?
R= a finalidade da OAB é defender o Estado democrático de direito, os direitos humanos e promover com exclusividade a representação de defesa, a seleção e disciplina dos advogados do Brasil, art. 44 do EOAB,
Podemos considerar a OAB uma autarquia? Justifique.
R= Não, é pessoa jurídica de personalidade pública, constituído de serviço público no território nacional.
Quais os órgãos que integram a OAB?
R= Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as subseções, as Caixas de Assistência dos Advogados. (art.45, EOAB)
 
Questões Objetivas:
 
1. Sobre o Conselho Federal da OAB, é CORRETO afirmar que: 
a) é competente para criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados; 
b) é competente para decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários nas Seccionais; 
X (c) é competente para editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina Provimentos que julgar necessário; 
d) é competente para fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas dos advogados e estagiários.
2. Assinale a alternativa CORRETA: 
X (a) a OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação a seus bens, rendas e serviços; 
b) o Presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros e os agraciados com a?Medalha Rui Barbosa? Podem participar das sessões do Conselho Pleno do Conselho Federal da OAB, com direito a voz e a voto; 
c) cabe recurso ao Conselho Federal de todas as decisões definitivas proferidas pelo Conselho Seccional, sendo unânimes ou não, ou que contrariem o Estatuto da Advocacia e da OAB e seus Provimentos; 
d) o prazo para qualquer recurso em processos da OAB é de 5 (cinco) dias, contados do recebimento da notificação pelo interessado no recurso ou pelo agente dos Correios.
3. Assinale a opção correta em relação ao Estatuto da OAB. 
a) Juntamente com a eleição do Conselho Seccional e da Subseção, os advogados elegem diretamente o Conselho Federal da OAB. 
X (b) Uma subseção pode abranger um ou mais municípios e, ainda, partes de município. 
c) Uma seccional pode abranger um ou mais estados da Federação. 
d) Uma Caixa de Assistência aos Advogados não tem personalidade própria, mas o Conselho Seccional a que ela se vincula, sim.
4. Sobre as Caixas de Assistência dos Advogados, é incorreto afirmar: 
 X (a) possuem personalidade jurídica própria, destinando-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule. 
b) em benefício dos advogados, a Caixa pode promover a seguridade complementar. 
c) em caso de sua extinção, tem seu patrimônio revertido ao Conselho Federal da OAB. 
d) pode sofrer intervenção, mediante deliberação do Conselho Seccional a que se vincule.
5. A intervenção nas Subseções do Conselho Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil poderá ocorrer por deliberação. 
a) da maioria dos membros do Conselho Federal. 
b) da maioria dos membros do Conselho Seccional, referendada pelo Conselho Federal. 
c) de 2/3 dos membros do Conselho Federal. 
X (d) de 2/3 dos membros do Conselho Seccional.
6. Não é da competência privativa dos Conselhos Seccionais: 
a) fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas. 
b) realizar o Exame de Ordem. 
c) determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional. 
X (d) disporsobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os símbolos privativos.
7. Qual é a natureza jurídica da Ordem dos Advogados do Brasil? 
a) É uma autarquia federal; 
b) É uma associação de classe, sem fins lucrativos; 
c) É uma pessoa jurídica, de direito público; 
 X (d) É uma instituição “sui generis”, com personalidade jurídica e forma federativa, constituindo um serviço público de âmbito nacional, gozando seus bens, rendas e serviços de imunidade tributária total. 
 
8. São órgãos da OAB: 
a) O Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as Caixas de Assistência dos advogados e os Tribunais de Ética e Disciplina. 
X (b) O Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as Subseções e as Caixas de Assistência dos Advogados. 
c) O Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as Subseções e os Tribunais de Ética e Disciplina. 
d) O Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as Subseções, as Caixas de Assistência dos Advogados e os Tribunais de Ética e Disciplina.
9. Compete ao presidente do Conselho Federal da OAB: 
a) alienar ou onerar bens móveis.
b) presidir o Órgão Especial, com direito a voto de qualidade, no caso de empate.
c) definir os critérios para despesas com transporte e hospedagem dos conselheiros, membros das comissões e convidados.
X (d) aplicar penas disciplinares, no caso de infração cometida no âmbito do Conselho Federal.
 
10. Assinale a opção correta acerca das caixas de assistência dos advogados. 
a) O estatuto da Caixa de Assistência dos Advogados deve ser aprovado pela diretoria dessa entidade e registrado pelo presidente na secretaria estadual da fazenda. 
X (b) A coordenação nacional das caixas de assistência é o órgão de assessoramento do Conselho Federal da OAB para a política nacional de assistência e seguridade dos advogados. 
c) A Caixa de Assistência dos Advogados tem caráter nacional e é administrada pelo presidente do Conselho Federal da OAB.
d) As caixas de assistência dos advogados, no âmbito dos estados, têm personalidade jurídica própria, não podendo sofrer intervenção dos respectivos conselhos seccionais. 
 
11. No que se refere às eleições na OAB, assinale a opção correta. 
a) Estagiários inscritos na OAB poderão integrar chapas que tenham em seus programas a Comissão OAB Jovem. 
b) Os advogados que compõem a comissão eleitoral poderão integrar as chapas concorrentes, estando apenas o presidente da comissão impedido de integrá-las. 
X (c) Para integrar uma chapa, o advogado deverá exercer efetivamente advocacia há mais de cinco anos, excluída o período de estagiário. 
d) São permitidas candidaturas isoladas ou que integrem mais de uma chapa. 
Plano de Aula 3:
Título
O Exame de Ordem e a Advocacia
Tema
Unidade 3 – O exame de ordem e a advocacia
3.1. O Provimento 144/2011 e o Exame de Ordem. 
3.2. Inscrição nos Quadros da OAB. Requisitos. Advogados e Estagiários.
3.3. Licença e cancelamento da inscrição.
3.4. Atuação fora Seccional de origem: inscrição suplementar. 
3.5. Advocacia Pública e o Advogado Estrangeiro.
 
Nesta aula, deve-se observar os  artigos do prov. 144/2011, que apresentam as normas gerais do Exame de Ordem. Em seguida, 
Observar que o Estatuto estabelece que  os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade postulatória. Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos requisitos para ingresso os quadros da advocacia. Assim, organiza-se a leitura sistemática do EOAB e Provimentos pertinentes, da seguinte maneira:
Da inscrição na OAB – art. 8º ao 14, EOAB;
Da inscrição principal e suplementar: art. 10, EOAB c/c 26, RGOAB; 34, § 1º do RGOAB;
Cancelamento e Licença – art. 11 e 12, EOAB;
Nulidade dos atos privativos – art. 4º, EOAB;
Da Advocacia Pública – Prov. 114/2006;
Dos Advogados Estrangeiros – Prov. 91/2000  e  129/2008.
 
Aplicação Prática Teórica
Caso 1: Pertence: volto à advocacia fiel a valores éticos desde a juventude
Brasília, 03/09/2007 – O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), José Paulo Sepúlveda Pertence, foi homenageado hoje (03) em sessão especial e conjunta do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e da Seccional da OAB do Distrito Federal, durante a qual recebeu a carteira da entidade (OAB/DF 578) que marca o seu retorno à advocacia. Na solenidade dirigida pelo presidente nacional da OAB, Cezar Britto, e pela presidente da OAB-DF, Estefânia Viveiros, Pertence foi saudado pelo jurista e medalha Rui Barbosa do Conselho Federal da entidade, Fábio Konder Comparato, e aplaudido por diversos ministros do STF e dos Tribunais Superiores, além de desembargadores, conselheiros federais, membros honorários vitalícios e presidentes de diversas seccionais da OAB. “Orgulha-me, realmente, voltar à advocacia com a sensação de não ter traído os valores da juventude”, afirmou Pertence em agradecimento. 
Analise o caso acima e responda com fundamentação legal:
a)Quais são os requisitos para ingresso nos quadros da OAB?
R= 1-Capacidade civil; 2-Graduação em direito (diploma ou certidão); 3-Titulo de eleitor e quitação do serviço militar; 4- Aprovação em exame de Ordem; 5-Não exercer atividade incompatível com a advocacia; 6-Idoneidade moral; 7-prestar compromisso perante o conselho.
b)A inscrição principal deve ser requerida necessariamente no local onde o bacharel concluiu seu curso de graduação? Justifique.
R=Não, a inscrição principal do advogado deverá ser feita onde pretende estabelecer o seu domicilio profissional, onde pretende exercer atividade, na duvida o domicilio da pessoal física do advogado, (art.10,§1º, EOAB).
c)Quais são os requisitos para uma inscrição suplementar?
R= Quando passar a exercer habitualmente a profissão, que exceder de cinco causas por ano. (art.10,§2º).
o ministro Sepúlveda Pertence terá que se submeter ao exame de Ordem? Há exceções à regra?
R= não, para um novo pedido de inscrição, porque estava exercendo uma atividade definitiva que era incompatível com advocacia , por isso teve o seu cancelamento ,só terá que fazer prova de requisitos do art. 8º, I,V,VI,VII, assim como prova de reabilitação sem exceções para um novo pedido de inscrição
 
Questões Objetivas:
 
1. O estagiário regularmente inscrito pode praticar diversos atos de advocacia em conjunto com o advogado e outros sob responsabilidade deste. No entanto, ele não pode: 
 
a) retirar e devolver autos, assinando a respectiva carga. 
b) assinar em conjunto com o advogado petições diversas. 
X (c) fazer parte, como sócio, de Sociedade de Advogados, regularmente inscrita na OAB. 
d) isoladamente, exercer atos extrajudiciais, quando receber autorização ou substabelecimento do advogado.
 
2. O advogado JOSÉ DA SILVA, com inscrição principal (e única na OAB/RJ), foi procurado por um cliente para patrocinar uma causa cível na Comarca de Juiz de Fora/MG. Pergunta-se: O que José da Silva pode fazer? 
a) Ele só pode patrocinar aquela causa se fizer uma inscrição suplementar na OAB/MG; 
X(b) Ele pode patrocinar aquela causa sem nada fazer na OAB/MG; 
c) Ele pode patrocinar aquela causa sem fazer inscrição suplementar na OAB/MG, mas é obrigado a comunicar aquele patrocínio à OAB/MG; 
d) Ele só pode patrocinar aquela causa se transferir sua inscrição para a OAB/MG.
3. O advogado, tendo se submetido ao Exame da Ordem e obtido sua inscrição definitiva em sua seccional, estará apto e autorizado para: 
a) patrocinar ilimitado número de causas judiciais em todo e qualquer Estado brasileiro; 
b) patrocinar causas judiciais apenas no território da seccional onde estiver inscrito; 
c) patrocinar causas judiciais no território da seccional onde estiver inscrito e nas seccionais vizinhas; 
X (d) patrocinar causas judiciais no território de qualquer seccional do país, desde que, em cada uma delas promova inscrição suplementar, depois de determinado limite anual. 
4. Figurando o advogado em instrumento de mandato utilizado na sede de outras seccionais, poderá: 
a) exercer asua atividade profissional sem qualquer limitação; 
b) exercer a sua atividade profissional, desde que comunique suas causas ao presidente da subsecção onde estiver atuando; 
X(c) promover sua inscrição suplementar nos conselhos seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão, considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano; 
d) promover sua inscrição suplementar nos conselhos seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão, considerando-se habitualidade a intervenção judicial, extrajudicial ou consultoria que exceder de seis por ano.
5. Ana, residente domiciliada em Salvador – BA, é uma advogada inscrita somente no Conselho Seccional da OAB na Bahia (OAB/BA). Além de atuar em oito causas perante o Poder Judiciário baiano, Ana atua, também, em treze processos que correm na justiça estadual de Pernambuco e em dois processos que correm perante varas da justiça federal em São Paulo. Considerando a situação hipotética acima, 
Assinale a opção correta. 
a)Ana deve solicitar a transferência de sua inscrição para a OAB/PE, pois ela atua em mais processos na justiça pernambucana que na justiça baiana. 
X (b) Ana somente tem o dever de solicitar inscrição suplementar na OAB/PE. 
c) Ana deve solicitar inscrição suplementar no Conselho Seccional da OAB/PE e no da OAB/SP. 
d) A situação de Ana é regular, pois a inscrição na OAB tem caráter nacional, podendo ela advogar em todo o território brasileiro.
6. Leia atentamente as afirmativas abaixo: 
I – A inidoneidade do requerente de inscrição nos quadros da OAB somente pode ser suscitada por advogados regularmente inscritos na OAB ou pelas autoridades competentes. 
II – O estagiário pode requerer sua inscrição como tal junto ao Conselho Seccional perante o qual se localize seu curso de graduação, ou onde possua seu domicílio. 
III – É facultado ao Conselho Seccional suspender o pedido de transferência ou inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal. 
IV – A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional perante o qual tenha prestado e obtido aprovação no Exame de Ordem. 
 
Sobre as afirmativas acima é correto afirmar: 
a) Somente as afirmativas I e III estão corretas. 
b) Somente as afirmativas II e IV estão corretas. 
c) Somente a afirmativa IV está correta. 
X (d) Nenhuma das afirmativas está correta.
7. Sobre a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, é correto afirmar: 
 
a) Admite-se o licenciamento por doença mental curável, assim reconhecida por sentença judicial em processo de interdição; 
b) O advogado tem direito adquirido ao exercício da advocacia após aperfeiçoada sua inscrição, que é insuscetível de cancelamento mesmo diante de prova de inidoneidade moral superveniente; 
c) A indicação do número de inscrição na OAB em documento elaborado pelo advogado no exercício de sua atividade é substituível pela indicação do número de sua identidade civil ou de inscrição no CPF/MF; 
X (d) Permite-se ao ex-advogado inscrever-se novamente na OAB, sem restaurar, entretanto o número da inscrição anterior. (art.11,§2º, EOAB)
 
8. Assinale a opção correta de acordo com as disposições do Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. 
a) É vedado ao requerente pleitear inscrição nos quadros da OAB sem ter, regularmente registrado, diploma de bacharel em direito, não suprindo sua falta nenhum outro documento. 
b) O estagiário inscrito na OAB pode praticar, isoladamente, todos os atos próprios de advogado, desde que sua inscrição esteja regular. 
X (c) O compromisso que o requerente à inscrição nos quadros da OAB deve fazer perante o conselho seccional, a diretoria ou o conselho da subseção é indelegável, haja vista sua natureza solene e personalíssima. Art. 20 e § 1º, RG 
d)Toda vez que figurar como indiciado em inquérito policial, por qualquer espécie de infração, o advogado deve ser assistido por um representante da OAB, sem prejuízo da atuação de seu defensor.
9. Aponte a alternativa incorreta quanto à prova dos requisitos para obtenção de nova inscrição principal nos quadros de seccional 
competente:  
a) idoneidade moral; 
b) não exercer atividade incompatível com a advocacia; 
c) prestar compromisso perante o Conselho; Questões do Exame de Ordem. 
X (d) número de inscrição como estagiário.
10. O Regulamento Geral da OAB determina que o requerente à inscrição principal no quadro de advogados está obrigado a prestar, perante o Conselho Seccional, a Diretoria ou o Conselho da Subseção, o compromisso de? Exercer a advocacia com dignidade e independência, observar a ética, os deveres e prerrogativas profissionais e defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático, os direitos humanos, a justiça social, a boa aplicação das leis, a rápida administração da justiça e o aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas. Esse compromisso deve ser prestado: 
X (a) Pessoalmente; 
b) Pode ser prestado por procuração; 
c) Pode ser prestado por escrito, na impossibilidade do compromissando de exercê-lo pessoalmente; 
d) Pode ser prestado através do cônjuge, na impossibilidade de ser feito pessoalmente.
Plano de Aula 4:
 
Unidade 4 – Da atividade advocatícia
4.1. A atividade da advocacia: mandato judicial e extrajudicial. 
4.2. Atos privativos de advocacia e o Habeas Corpus.
4.3. Comprovação do efetivo exercício da advocacia e o exercício ilegal da profissão. 
4.4. Renúncia, destituição, revogação e substabelecimento.
 
Quais as atividades privativas da advocacia?
O advogado é indispensável à administração da justiça. Por isso, presta serviço público e exerce função social (art. 2º § 1º, EOAB). O advogado contribui na postulação de decisão favorável ao seu constituinte e seus atos constituem múnus público (art. 2º § 2º, EOAB). 
As atividades privativas da advocacia  estão elencadas no art. 1º do EOAB, a saber: o  procuratório judicial -  art. 1º, inciso I, EOAB; o procuratório extrajudicial: atividade de consultoria, assessoria e direção jurídica – art. 1º, inciso II, EOAB. Observe-se que a função de diretoria e gerência jurídica em qualquer empresa pública ou privada é privativa de advogado (art. 7º, RG).
EXCEÇÕES:
Impetração de HABEAS CORPUS: art. 654, CPP e art. 1º, § 1º do EOAB:
Juizados Especiais Cíveis  - Lei 9.099/95 – art. 9º;
Juizados Especiais Cíveis Federais – Lei 10.259/01 – art. 10;
Justiça do Trabalho – 1ª instância – art. 791 da CLT;
OBS: A indicação de Advogados nos JEC deverá ser promovida pela Subseção ou, na sua ausência, pelo Conselho Seccional (art. 8º, § 2º, RG).
O STF, na  ADI 3.168-6, deu interpretação conforme, para excluir do âmbito de incidência do art. 10 da Lei 10.259/2001 os feitos de competência dos  juizados especiais criminais da Justiça Federal.
Nos Juizados Especiais Criminais, a assistência técnica é absolutamente necessária por força do princípio constitucional expresso no art. 5°, LV, CR/88 que assegura aos acusados a ampla defesa.
São atividades extrajudiciais:  art. 1º, inciso II, EOAB.
Art. 1º,§ 2º do EOAB: assessoria e visto do advogado em atos e contratos de pessoa jurídica.  (C/C art. 2º, § único, do RG; art. 9º, § 2º da LC 123/2006 e o informativo STF, nº 445);
Comprova-se mediante a participação mínima em cinco atos privativos previstos no art. 1º, EOAB, em causas ou questões distintas, conforme exprime o art. 5º do RGOAB. Nesse sentido, o advogado deverá comprovar a prática forense mediante os seguintes documentos:
§  Certidão expedida por cartórios ou secretarias;
§  Cópia autenticada de atos privativos;
§  Certidão expedida por órgão público em que exerceu atividade privativa.
 
Mandato Advocatício 
Paulo Lobo (2009, p. 38) observa que o mandato é o contrato através do qual se outorga poderes ao advogado, para atuar em juízo ou fora dele. Neste documento se regula a forma da prestação do serviço,bem como a remuneração do advogado.
A procuração é um instrumento desse contrato de mandato em que são explicitados os poderes da representação. O art. 5º EOAB estabelece o dever de provar o mandato, quando postular em nome de terceiro.
O parágrafo 1º, do art. 5º do EOAB, estabelece uma exceção quando permite a atividade advocatícia sem procuração, em caso de urgência (ver art. 37, CPC). Neste caso, o prazo para apresentar o instrumento é de quinze dias, prorrogável por igual período. Observa-se que a declaração de urgência feita pelo advogado é dotada de presunção legal de veracidade.
Procuração é o instrumento do mandato. Habilita o advogado a praticar todos os atos do processo. Poderá conter poderes especiais (art. 37, CPC e art. 653, CC). Cláusula geral para o foro (ad judicia): o outorgante confere poderes para pessoa na qualidade de advogado realizar atos em juízo (art. 38, CPC).
Regras deontológicas para o cumprimento do mandato: CED
O mandato judicial ou extrajudicial deve ser outorgado individualmente aos advogados que integrem sociedade de que façam parte, e será exercida no interesse do cliente, respeitada a liberdade de defesa (art. 15, CED).
O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, desde que permaneça a confiança recíproca entre o outorgante e o seu patrono no interesse da causa (art. 16, CED). Concluída a causa ou arquivado o processo, presumem-se o cumprimento  e a cessação do mandato (10 CED).
O advogado não é obrigado a aceitar a imposição de seu cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem aceitar a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo (art. 22 CED).
É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente (art. 23, CED).
Em que consiste o substabelecimento do mandato advocatício?
Quais são as formas de substabelecimento?
Substabelecimento: é a transferência dos poderes outorgados pelo mandante a outrem. Tipos:
•       Com reserva de poderes: nomeação de um substituto para o mandatário, mantendo a intenção de continuar na primitiva condição imposta pelo mandante; 
•       Sem reserva de poderes: ocorre a substituição definitiva por novo mandatário. Exige o prévio conhecimento do mandante; 
 
RENÚNCIA: (Advogado)
 Extinção do mandato feita pelo mandatário, com omissão do motivo; 
 Deverá fazer prova que  notificou o  cliente para que este constitua novo procurador – art. 6º, RG; 
 Durante 10 (dez) dias continuará para os atos urgentes, salvo se substituído antes deste prazo.
REVOGAÇÃO: (Cliente)
 Extinção do mandato por vontade do mandante, com omissão do motivo; 
 Deverá no mesmo ato constituir novo procurador traduzido na juntada de nova procuração aos autos; 
Aplicação Prática Teórica
O aluno deverá consultar seu material didático a fim de responder aos seguintes casos concretos:
 
Caso 1 – Renúncia de mandato por parte de advogado
Diário de um Juiz – Carlos Zamith Junior 
Não é raro o advogado renunciar ao mandato outorgado pelo cliente. Vários motivos conduzem à ruptura do contrato, surgindo como a mais comum a quebra do vínculo de confiança que deve permear a relação entre contratante e contratado. Tudo muito natural na profissão. Agora, eu não entendo o motivo por que grande parte dos profissionais que enfrentam essa situação insistir para o juízo processante “dar ciência” ao cliente da sua renúncia em patrociná-lo.
Por exemplo, um advogado requer ao juízo a providência mencionada, apoiando-se no artigo 45 do Código de Processo Civil. O artigo 45 do CPC estabelece que o advogado pode renunciar o mandato a qualquer tempo, dês que prove ter cientificado o mandante a fim da nomeação  de um substituto. E mais: durante os dez dias seguintes à ciência, o advogado renunciante continuará a representar o mandante para lhe evitar prejuízo. (...)
O Estatuto da OAB, no seu artigo 5º, § 3º também  acompanha a redação do CPC, com uma redação mais enxuta e não menos elucidativa, ao estipular que “o advogado que renunciar ao mandato, continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo”. Como é fácil de observar, seja pelo CPC, seja pelo Estatuto da Ordem, resta claro que inexiste a obrigação do juízo em cientificar o cliente da renúncia do advogado contratado. Esse encargo cabe ao profissional renunciante. (Disponível em: http://www.diariodeumjuiz.com/?p=1559. Acesso em: 18 set. 2011.)
Pergunta-se:
É possível a renúncia do mandato judicial?
R= Sim, permanecendo pelo tempo de dez dias, representando o mandante para que o mesmo possa nomear um substituto, salvo se neste prazo nomear outro substituto.
Segundo o texto e a lei, como deverá proceder aquele que deseja renunciar o mandato conferido em procuração?
R=deve notificar o mandante de sua renuncia por escrito, e assinado pelo mandante do recebimento, com data de recebimento art.45, CPC; art.5,§3º do Estatuto da OAB. 
Questões Objetivas:
1. Assinale a afirmativa incorreta. 
a) O advogado não pode aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo justo ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis.  
X (b) O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes não exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente.   
c) A renúncia ao patrocínio pelo patrono constituído, independentemente do pagamento da verba honorária pendente, desobriga o novo advogado a solicitar autorização do colega para receber procuração daquele cliente inadimplente.  
d) Ao advogado substabelecido com reserva de poderes é vedada a cobrança de honorários do cliente sem a intervenção do colega substabelecente. 
 
2. Em obediência ao que dispõe o Estatuto da Advocacia e da OAB, o advogado que, por motivos pessoais, não mais deseje continuar patrocinando determinada causa deve: 
a)comunicar ao cliente a desistência do mandato e indicar outro advogado para a causa, o qual deve ser obrigatoriamente, contratado pelo cliente. 
b) renunciar ao mandato e continuar representando seu cliente por trinta dias, salvo se este constituir novo advogado antes do término do prazo. 
c)fazer um substabelecimento sem reservas de poderes para outro advogado e depois comunicar o fato ao cliente. 
 X (d) comunicar ao cliente a renúncia ao mandato e funcionar no processo nos dez dias subsequentes, caso outro advogado não se habilite antes.  
3. Assinale a assertiva correta de acordo com o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (Lei no 8.906/1994). 
 
 X (a) A impetração de habeas corpus não se inclui na atividade privativa da advocacia.    
b) As Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional não exercem atividade de advocacia, uma vez que se sujeitam tão-somente a seu próprio regime jurídico.   
c) Ao advogado é assegurado o direito de exercício de sua profissão somente nos limites geográficos do território do Estado/Distrito Federal onde estiver registrado junto ao respectivo Conselho Seccional da OAB.   
d) São anuláveis os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB.  
 
4. Em relação ao exercício da atividade de advocacia, assinale a assertiva incorreta segundo a Lei no 8.906/1994. 
 
a) No exercício de sua profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites da lei.   
 X (b) O estagiário de advocacia regularmente inscrito na OAB não pode exercer atividades de consultoria e assessoria jurídicas, mesmo que em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste, posto que tais atividades são privativas do advogado.   
c) O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração desde que a apresente no prazo de 15 dias, prorrogável por igual período.   
d)  O estatuto social de uma sociedade anônima só pode ser admitido a registro, nos órgãos competentes,se visado por advogado. 
 
5. Assinale a assertiva incorreta segundo o Código de Ética e Disciplina da OAB. 
 
a) É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado.   
 b) É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente.   
c) O substabelecimento do mandato com reserva de poderes é ato pessoal do advogado da causa.   
 X (d) O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes não exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente. 
 
6. Acerca das relações do advogado com o cliente e com seu colega de profissão, é correto afirmar: 
 
a) o advogado jamais deve abandonar uma causa em que, mesmo que seja por justo motivo e tenha seu cliente ciência de tal fato;  
X (b) é direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado; 
c) os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, podem representar em juízo clientes de interesses opostos; 
d) ao advogado é permitido funcionar no mesmo processo, em determinadas situações, como patrono e preposto do empregador ou cliente.   
 
7. Paulo, advogado regularmente inscrito na OAB/PR, descobriu que seu potencial cliente João omitira-lhe o fato de já ter constituído o advogado Anderson para a mesma causa. Na situação apresentada, supondo-se que não se trate de medida judicial urgente e inadiável nem haja motivo justo que desabone Anderson, Paulo deve. 
 
 X (a) recusar o mandato, de acordo com imposições éticas, haja vista a existência de outro advogado já constituído.   
b) denunciar João ao Conselho Federal por litigância de má-fé. 
c) notificar Anderson por intermédio da Comissão de Ética e Disciplina da OAB para que este se manifeste no prazo de quinze dias corridos e, caso Anderson não se manifeste continuar defendendo os interesses de João em consonância com os preceitos éticos da advocacia. 
d) denunciar Anderson ao Tribunal de Ética da OAB por omissão culposa.
 
8. O advogado que renunciar ao mandato continuará a representar o mandante: 
 
a) enquanto não substabelecer seus poderes a outro advogado, para substituí-lo, e prestar suas contas ao ex-cliente. 
X (b) durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo. 
c) durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, mesmo se for substituído antes do término desse prazo. 
d) durante quinze dias seguintes à notificação da renúncia, mesmo se for substituído antes do término desse prazo. 
 
9. Acerca das disposições relativas a mandato judicial previstas no Código de Ética e Disciplina da OAB, julgue os itens subseqüentes. 
 
 I - A revogação do mandato judicial por vontade do cliente desobriga-o do pagamento das verbas honorárias contratadas, sendo, em razão disso, retirado do advogado o direito de receber eventuais honorários de sucumbência. 
 II - Tanto o mandato judicial quanto o extrajudicial devem ser outorgados coletivamente aos advogados que integrem a sociedade de que façam parte e exercidos no interesse do cliente, respeitada a liberdade de defesa. 
 III - Os mandatos judicial e extrajudicial não se extinguem pelo decurso de tempo, desde que permaneça a confiança recíproca entre o outorgante e o seu patrono no interesse da causa.  
 
Assinale a opção correta. 
 
a) Apenas o item I está certo. 
 X (b) Apenas o item III está certo. 
c) Apenas os itens I e III estão certos. 
d)Apenas os itens II e III estão certos.
10. Acerca do que dispõe o Código de Ética e Disciplina da OAB a respeito das relações do advogado com seus clientes, julgue os itens a seguir. 
 
 I - Sobrevindo conflitos de interesse entre constituintes e não estando acordes os interessados, deve o advogado, com a devida prudência e discernimento, optar por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado o sigilo profissional.
   
 II - O advogado, ao postular, judicial e extrajudicialmente, em nome de terceiros, contra ex-cliente ou ex-empregador, deve resguardar o segredo profissional e as informações reservadas ou privilegiadas que lhe tenham sido confiadas.   
 
 III - Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca podem
 
 IV - O advogado deve abster-se de patrocinar causa contrária à ética, à moral e aos bons costumes, bem como atuar em demandas coletivas que questionem as autoridades constituídas ou a validade de ato jurídico em que tenha colaborado, orientado ou conhecido em consulta; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ético quando tenha sido convidado pela outra parte, se esta lhe houver revelado segredos ou obtido seu parecer.
   
Estão certos apenas os itens 
 X (a) I e II. 
b) I e IV. 
c)II e III. 
d) III e IV. 
 
11. Júlio e Lauro constituíram o mesmo advogado para, juntos, ajuizarem ação de interesse comum. No curso do processo, sobrevieram conflitos de interesse entre os constituintes, tendo Júlio deixado de concordar com Lauro com relação aos pedidos. Nessa situação hipotética, deve o advogado. 
 
a) designar, com prudência e cautela, por substabelecimento com reservas, um advogado de sua confiança. 
 X (b) optar, com prudência e discernimento, por um dos mandatos, e renunciar ao outro, resguardando o sigilo profissional. 
c)manter com os constituintes contrato de prestação de serviços jurídicos no interesse da causa, resguardando o sigilo profissional. 
d) assumir, com a cautela que lhe é peculiar, o patrocínio de ambos, em ações individuais.
Plano de Aula 5:
Unidade 4 - Da atividade advocatícia
4.5. Incompatibilidades e impedimentos.
 	
Nesta aula analisaremos as hipóteses elencadas nos artigos 28 a 30 do EOAB. Inicia-se com a leitura do art. 27 do EOAB que contém a definição para os conceitos de incompatibilidade e impedimento. Assim, a incompatibilidade implica a proibição total de advogar ao bacharel em direito que passar a exercer cargos ou funções que o Estatuto expressamente indica. A proibição pode ser permanente ou temporária, dependendo do exercício ou natureza do cargo ou função. A incompatibilidade é sempre total e absoluta, assim para a postulação em juízo como para a advocacia extrajudicial. A incompatibilidade permanente acarreta o cancelamento definitivo da inscrição, que, cancelada, jamais se restaura e extingue todos os efeitos dela decorrentes (LÔBO, 2008, p.160).  Incompatibilidade prévia: impossibilita a inscrição nos quadros da OAB; a incompatibilidade superveniente: resultará na licença (temporário – art. 12, EOAB) ou no cancelamento (permanente -  art. 11, EOAB).
O art. 28, EOAB, observa que a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:
I - chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Ementa 06/2001/OEP. A advocacia, mesmo em causa própria, é incompatível com a atividade de Vice-Prefeito, conforme art. 28, inciso I, do Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94). (Processo 321/2001/OEP. Relator: Conselheiro José Carlos Sousa Silva (MA), julgamento: 09.04.2001, por unanimidade, DJ 01.06.2001, p. 626, S1e).
II - membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como todos os que exerçam função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta; (juiz classista foi extinto com a  Emenda Constitucional n.º 24 de 1999.)
III - ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público;
IV - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão doPoder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Dentista. Função exercida no Poder Judiciário. Condições de serventuário da Justiça tanto sob a égide do atual como do anterior Estatuto. Incompatibilidade. (Proc. nº 4.571/94/PC, Rel. Carmelino de Arruda Rezende, j. 17.10.94, v.u., D.J. de 23.11.94, p. 32.138).
Verifique-se que:  os motoristas, operadores de máquinas reprográficas, porteiros, editor de jurisprudência, vigilantes, telefonistas, recepcionistas, atendentes, desde que sejam servidores ou lhe prestem serviços SÃO INCOMPATÍVEIS.
V - ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;
VI - militares de qualquer natureza, na ativa; (Exército, Marinha e Aeronáutica, como também os Militares Estaduais que integram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros).
VII - ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições para fiscais;
VIII - ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Ementa 046/2003/PCA. Gerente de Instituição Financeira. Atividades funcionais do recorrente ligadas à função primordial da Instituição, que é a de emprestar dinheiro. Sendo o recorrente responsável pela análise e condução de operações de crédito, é de se indeferir a inscrição. Incompatibilidade. Artigo 28, VIII, do Estatuto. (Recurso nº 0280/2003/PCA-MG. Relator: Conselheiro Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira (DF), julgamento: 15.09.2003, por unanimidade, DJ 22.09.2003, p. 635, S1).
Devem-se observar atentamente os parágrafos do art. 28 que apresentam informações importantes sobre a incompatibilidade que permanece mesmo quando o interessado solicita licença no cargo, a regra para aqueles que não detêm poder de decisão e a pertinente aos coordenadores/diretores de cursos jurídicos, a saber:
§ 1º - A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente.
§ 2º - Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a juízo do Conselho Competente da OAB, bem como a administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.
O art. 29, EOAB, estabelece que os Procuradores Gerais, Advogados Gerais, Defensores Gerais e dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional, são exclusivamente legitimados para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura. Deve esclarecer que o artigo menciona a advocacia pública.
No art. 30, EOAB, são impedidos de exercer a advocacia, ou seja, advogam com restrição:
I - os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;
II - os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. Importa mencionar que o parlamentar que ocupa a mesa diretora de sua casa legislativa deixa de ser impedido e se torna incompatível pelo art. 28, I, EOAB. Vejamos uma ementa do Conselho Federal:
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Ementa 005/2002/PCA. Exercício de cargo burocrático em Câmara de Vereadores não gera incompatibilidade para o exercício da advocacia, mas, impedimento, nos termos do artigo 30, I, do EAOAB, restringindo-se aquela aos cargos da mesa diretiva. (Recurso nº 5.608/2001/PCA-SC. Relator: Conselheiro Edson Ulisses de Melo (SE), julgamento: 18.02.2002, por maioria, DJ 25.02.2002, p. 760, S1); 
No art. 30, Parágrafo único do EOAB, encontramos a exceção para os professores de direito das universidades públicas e segundo a regra: não se incluem nas hipóteses do inciso I, logo estão liberados para advogar mesmo contra a fazenda que os remunere. Todavia, se não for professor de disciplina jurídica, alocado no departamento jurídico da universidade pública será alcançado pela restrição. Vejamos uma ementa do Conselho Federal:
EMENTA DO CONSELHO FEDERAL DA OAB: Inscrição na OAB. Funcionário Público Estadual. Professor de Matemática. Inaplicação do disposto pelo parágrafo único do art. 30 da Lei 8.906/94. Inscrição deferida com o impedimento do art. 30, I da referida lei.  (Proc. 5.329/99/PCA, Rel. Paulo Lopo Saraiva (RN), Ementa 026/99/PCA, julgamento: 08.03.99, por unanimidade, DJ 15.03.99, p. 28, S1).
Como fica o assessor de Desembargador? Ficará incompatível.
Inscrição. Assessor de desembargador(...) Exercente de cargo de provimento temporário de Assessor de Desembargador. Desempenha atividade incompatível com a Advocacia, na forma do artigo 28, inciso IV do EOAB. Inaplicáveis os artigos 11 e 12, II, do mesmo EAOAB por não ser a hipótese. Recurso improvido para manter-se a decisão recorrida que nega inscrição ao recorrente no quadro de Advogado. (Proc. 5.497/2000/PCA-RS, Rel. Edson Ulisses de Melo (SE), Ementa 095/2000/PCA, julgamento: 17.10.2000, por unanimidade, DJ 19.12.2000, p. 807, S1e) 
Observe-se que o art. 8° do RG estabelece que a incompatibilidade não se aplica aos advogados que participam dos órgãos como representantes dos advogados, ficando apenas impedidos de exercer a advocacia perante os órgãos em que atuam.
Na Lei 9099/95,  art. 7º, parágrafo único, temos a seguinte regra:
 Conciliador: impedido perante o juizado em que atue. 
 Juiz Leigo: impedido perante os juizados especiais.
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil considera hipótese de incompatibilidade a atuação de advogados na qualidade de conciliadores nos Juizados Especiais, já que não se trata de atividade privativa da advocacia. Na hipótese de Juiz Leigo, atividade privativa da advocacia, há a situação de impedimento, desde que sem caráter permanente. Seguem  duas decisões nesse sentido:
 
Consulta 2009.31.05447-03. Origem: Processo Originário. Assunto: Consulta. Função de Conciliador do Juizado Especial Cível. Registro de candidatura. Eleições. Consulente: Subseção de Porto Seguro - OAB/Bahia. Relator: Conselheiro Federal Miguel Oscar Viana Peixoto (CE). Ementa nº 0174/2009/OEP: PLEITO ELEITORAL - ADVOGADO QUE EXERCE FUNÇÃO DE CONCILIADOR EM JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - IMPOSSIBLIDADE DE SE CANDIDATAR A CARGO DA OAB CASO A NORMA LOCAL NÃO DETERMINE QUE OS CONCILIADORES SEJAM ESCOLHIDOS DENTRE ADVOGADOS INDICADOS PELA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. O advogado que exerce função de conciliador nos juizados especiais cíveis é incompatibilizado com a advocacia, nos termos do inc. II do art° 28 do EOAB, com exceção prevista no art° 8º do Regulamento Geral, caso tenha sido indicado pelo Conselho Seccional ou pela Subseção da OAB. Acórdão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os Conselheiros componentes do Órgão Especial do Conselho Federal da OAB, por unanimidade, no sentido de responder à consulta, nos termos do voto do Relator. Brasília, 14 de setembro de 2009. Vladimir Rossi Lourenço - Presidente. Miguel Oscar Viana Peixoto - Conselheiro Federal Relator. (DJ, 23.09.2009, p. 100)
Juiz leigo de Juizado Especial. Função privativa de advogado. Impedimento. 
Juiz leigo de Juizado Especial. Função privativa de advogado com mais de cinco anos de experiência forense. Impedimento. Inteligência do art. 7º, parágrafo único, da Lei 9.099/95 e do art. 8º do Regulamento Geral EOAB. O exercício, sem caráter permanente, de funções de juiz leigo em Juizado Especial, por serem privativas de advogado, não gera a incompatibilidade prevista no art. 28, IV, do EOAB, mas, apenas, impedimento para exercer a advocacia na área daqueles juizados. Conciliador de Juizado Especial. Por não se tratar de função privativa de advogado, mas que deve ser cometida, preferencialmente, a bacharel em direito, implica incompatibilidadee não apenas impedimento. Revisão da decisão proferida na proposição nº 4062/95. Recomendação para que a OAB promova gestões junto ao Congresso Nacional para revogação da privatividade de provimento por advogado da função de juiz leigo, dando-se nova redação ao art. 7º, com revogação do seu parágrafo único, da Lei nº 9.099/95. Decisão por maioria. (Proc. 031/95/OEP, Rel. Marcos Bernardes de Mello (AL), Ementa 07/99/COP, julgamento: 17.05.99, por maioria, DJ 09.06.99, p. 90, S1) 
 
Aplicação Prática Teórica
Os conteúdos ministrados nesta aula demonstram sua aplicabilidade prática e teórica quando: 
 
• Evidenciam a importância da reflexão sobre as implicações morais e éticas do exercício profissional;
 
• Colaboram na compreensão dos conceitos estudados: impedimento e incompatibilidade. 
 
O aluno deverá consultar seu material didático a fim de responder aos seguintes casos concretos:
 
Caso I - DEFENSORES PÚBLICOS E A ADVOCACIA PRIVADA
A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Cultural da Comarca de Macapá, por meio do Promotor de Justiça Adauto Barbosa, recomendou, no dia 03/06/08, ao Governo do Estado do Amapá (Defensor Público Geral) que expedisse ato normativo, no prazo de 15 dias úteis, proibindo aos Defensores Públicos o exercício da advocacia fora das atribuições institucionais, por contrariar a Constituição Federal e, ainda, configurar ato de improbidade administrativa.
Logo após, a Corregedoria-Geral de Justiça do Tribunal de Justiça do Estado do Amapá (CGJ/TJAP) também recomendou aos Juízes do Estado não proibirem o desempenho cumulativo – defensoria e advocacia particular – pelos Defensores Públicos. “Uma clara afronta à norma prevista no art.134, § 1º, da Constituição Federal”, adverte o Promotor de Justiça.
“O Ministério Público Estadual, diante disso, interpôs perante o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) um pedido de controle administrativo, com o objetivo de desconstituir a Recomendação editada pela Corregedoria-Geral de Justiça do TJAP.”, explica o representante ministerial.
Adauto Barbosa esclarece que o processo foi levado a julgamento no dia 02/12/2008, e o CNJ, à unanimidade, julgou procedente o pedido do MP-AP, cassando todos os efeitos da Recomendação nº 003/2008 da CGJ/TJAP.
“Isso impediu os Defensores Públicos de exercerem a advocacia privada e, se assim o fizerem, poderão responder a uma eventual Ação Civil Pública (ACP) por improbidade administrativa”, ressalta o Promotor de Justiça. 05.12.2008. chicoterra.com/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=54&Itemid=62 - 30k 
Analise a notícia acima, e responda:
Como o Estatuto da Advocacia e da OAB classifica a atuação profissional do advogado público, em especial, do defensor público? Fundamente sua resposta no EOAB.
R= O defensor público exerce a Advocacia institucional, própria da defensoria pública, no qual independem de inscrição da OAB e não pode exercer a Advocacia Privada, pois somente os advogados inscritos na OAB podem atuar a Advocacia Privada.
Poderia o juiz decretar a nulidade dos atos praticados pelo Defensor Público impedido? 
R= sim
Questões Objetivas:
1-Um Advogado inscrito na OAB-RJ e Professor foi eleito Diretor da Faculdade de Direito de uma Universidade Pública. Pergunta-se: Como fica a situação deste advogado junto à OAB-RJ e quanto ao exercício da advocacia?
a)      Continuará inscrito na OAB-RJ e exercendo plenamente a advocacia, sem qualquer restrição;
b)      Continuará inscrito na OAB-RJ e exercendo a advocacia, ficando, porém, impedido de advogar contra a Fazenda Pública que o remunera;
c)      Será licenciado pela OAB-RJ e, consequentemente, não poderá exercer a advocacia durante o tempo em que for Diretor da Faculdade de Direito da UFRJ; 
X (d)      Terá sua inscrição na OAB-RJ cancelada e, consequentemente, não poderá mais exercer a advocacia, salvo se fizer nova inscrição na OAB.
 
2. A advocacia é incompatível com as atividades: 
a)      de servidores da administração direta, indireta ou fundacional, contra a fazenda pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora.
X (b)      de membros do poder legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas consideradas concessionárias ou permissionárias de serviço público. ( art.30, II, EOAB)
c)       de ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.
d)      de militares de qualquer natureza, ainda que na reserva.
 
3. Assinale a assertiva INCORRETA conforme o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (Lei no 8.906/1994). 
a)      A incompatibilidade determina a proibição total, e o impedimento, a proibição parcial do exercício da advocacia.
X (b)      Os docentes de cursos jurídicos em universidades públicas não podem advogar contra a fazenda que os remunere.
c)       Estão impedidos de exercer a advocacia os parlamentares em todos os níveis.
 d)      A incompatibilidade com a advocacia permanece mesmo que o ocupante de cargo ou função de direção em órgão da Administração Pública direta solicite uma licença sem vencimentos.
 
4.  Advogados que venham a ocupar, em nível estadual ou municipal, cargo de presidente ou de diretores no Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (PROCON), quanto ao exercício concomitante da advocacia, estão: 
 
a)      impedidos de advogar contra a fazenda pública, órgão que os remunera. 
X (b)      incompatibilizados para o exercício da advocacia. 
c)       incompatibilizados para o exercício da advocacia, podendo, entretanto, patrocinar os interesses do PROCON ao qual estejam subordinados. 
d)      impedidos de advogar contra a União, estados e municípios. 
 
 
5. O que acontecerá a um Advogado, regularmente inscrito na OAB-RJ, que passou a exercer a atividade de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro? 
 
a) Continuará inscrito na OAB-RJ e exercendo a advocacia normalmente, sem qualquer restrição; 
b) Continuará inscrito na OAB-RJ e exercendo a advocacia, ficando, porém impedido de advogar contra a Fazenda Pública que o remunera; 
c) Será licenciado pela OAB-RJ e, consequentemente, não poderá exercer a advocacia durante o tempo em que for Conselheiro do Tribunal de Contas - RJ; 
X (d) Terá sua inscrição na OAB-RJ cancelada e, consequentemente, não poderá mais exercer a advocacia, salvo se fizer nova inscrição na OAB. 
 
6. Um advogado inscrito na OAB/RJ e exercendo regularmente a advocacia, foi nomeado e empossado no cargo de Gerente Geral da Agência Centro-Rio do Banco Bradesco SA. Pergunta-se: Como fica a situação deste advogado junto à OAB/RJ e quanto ao exercício da advocacia? 
 
a) Ele terá sua inscrição na OAB/RJ cancelada, perdendo a condição de advogado e, consequentemente, não poderá mais advogar; 
X (b) Ele ficará licenciado da advocacia e, portanto, totalmente proibido de exercer a advocacia durante o tempo em que for Gerente Geral do BRADESCO; 
c) Ele continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia, ficando apenas impedido de advogar contra o Bradesco e demais instituições financeiras; 
d) Não haverá qualquer alteração para ele, que continuará inscrito na OAB/RJ e exercendo a advocacia sem qualquer restrição. 
 
7. Um advogado, inscrito na OAB/RJ, após ser nomeado e empossado no cargo de Secretário de Ação Social do Estado do Rio de Janeiro, continuou funcionando como advogado num processo de Divórcio em que vinha trabalhando desde o seu início. Pergunta-se: Como ficam os atos praticados por este advogado naquele processo, após sua posse como Secretário de Ação Social? 
 
X (a) Serão considerados nulos; 
b) Serão considerados anuláveis; 
c) Serão considerados válidos, porque a OAB/RJ não promoveu o licenciamento de Marcelo Ribeiro; 
d) Serão considerados válidos, porque não se trata de uma causa contra a Fazenda Pública que remunera Marcelo Ribeiro.8. Um advogado (OAB/RJ) é também Vereador no Município de Niterói/RJ. No exercício da sua função legislativa, o advogado foi eleito Presidente da Câmara de Vereadores de Niterói. Pergunta-se como fica a situação deste advogado no exercício da advocacia e junto à OAB/RJ? 
 	
a) Terá sua inscrição cancelada na OAB/RJ, e não mais poderá advogar. 
b) Terá sua inscrição cancelada enquanto estiver no exercício do cargo eletivo 
X (c) Ficará licenciado da advocacia, e, portanto, proibido totalmente de advogar durante o tempo em que for Presidente da Câmara de Vereadores de Niterói/RJ. 
d) Ficará impedido de advogar somente contra as pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público. 
 
9. O Presidente da Junta Comercial 
a) está impedido de exercer a advocacia contra a Fazenda Pública. b) está incompatibilizado para o exercício da advocacia, salvo em causa própria. 
X (c) está incompatibilizado para o exercício da advocacia, mesmo em causa própria. 
d) não sofre qualquer impedimento para o exercício da advocacia. 
 
10. Já sendo Advogado militante, regularmente inscrito na OAB-RJ e com vários processos judiciais em andamento, Você foi aprovado em concurso e empossado no cargo de Auditor Fiscal do Ministério da Fazenda. Como Você procederia face aqueles processos em andamento? 
 
a) Comunicaria aos clientes e substabeleceria os poderes dos respectivos mandatos, com reservas, e deixaria os processos de imediato; 
b)Substabeleceria os poderes dos respectivos mandatos, sem reservas, e deixaria os processos de imediato, sem comunicação prévia aos clientes; 
X (c) Comunicaria aos clientes e substabeleceria os poderes dos respectivos mandatos, sem reservas, deixando os processos de imediato; 
d)Continuaria funcionando naqueles processos, porque o cargo assumido não gera a proibição total da advocacia e não há nenhum processo contra a Fazenda Pública.
Plano de Aula 6: 
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Estrutura do Conteúdo
Unidade 5 - Dos Deveres e prerrogativas da advocacia
5.1. Prerrogativas da Advocacia.
 
Nesta aula, devem-se estudar com cautela os art. 6º e 7º do EOAB.O art. 6º,EOAB menciona a ausência de hierarquia e subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério público. Bem como as autoridades, servidores públicos e serventuários da justiça. O artigo 7º, EOAB apresenta um rol de direitos e prerrogativas.
 
Argumenta Paulo Lôbo (2008) que  o art. 6º proclama a ausência de hierarquia entre os profissionais do direito que têm a mesma formação (bacharéis em direito). Logo, devem atuar em nível de igualdade no desempenho de seus distintos misteres.
 
O artigo 7º, EOAB apresenta um rol de direitos e prerrogativas. O que significa o termo prerrogativa? Prerrogativa profissional significa direito exclusivo e indispensável ao exercício de determinada  profissão.
 
Há diferença entre privilégios e prerrogativas? Privilégios: regalias legais concedidas pelo direito. Prerrogativas: direito exclusivo e indispensável ao exercício de determinada profissão.
 
De quem é a competência para conhecer fato que possa causar violação de direitos e prerrogativas do advogado? Quais as medidas tomadas após o conhecimento da violação?
 
Compete ao Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção. As providências devem ser judiciais e extrajudiciais cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua plenitude, inclusive, mediante representação administrativa.
 
Art. 7º, inciso I,  EOAB (c/c art. 5º, XIII, CR/88) menciona a liberdade do exercício profissional que no caso da advocacia é plena e condicionada (inscrição suplementar). Em que consiste dizer ser a liberdade de exercício profissional do advogado um poder/dever? Trata-se de um poder/dever pelo fato de o art. 4º do CED estipular que o advogado deve zelar por sua liberdade e independência profissional, mesmo que esteja vinculado ao cliente.
 
 
 
 Art. 7º, II, EOAB: a Lei  11.767 alterou o art. 7º, inciso II do Estatuto e inseriu os parágrafos 6º e 7º no referido artigo, para dispor sobre: o direito à inviolabilidade do local e instrumentos de trabalho do advogado. Inviolabilidade? O que significa? Inviolabilidade é espécie do gênero imunidade e significa que certas pessoas não podem ser processadas criminalmente. Pessoas, documentos e lugares inacessíveis.
 
Antiga redação do inciso II do art. 7º observava a seguinte regra: “II - ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca e apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB.” Esta parte final foi afastada pelo STF no julgamento da ADI 1.127-8.
 
ADI 1.127-8, Informativo 427:
“No que tange ao inciso II do art. 7º da lei ("Art. 7º São direitos do advogado. (...) julgou-se improcedente o pedido, explicitando-se que o âmbito material da inviolabilidade não elide o art. 5º, XII, da CF e que a exigência do acompanhamento da diligência ficará suplantada, não gerando ilicitude da prova resultante da apreensão, a partir do momento em que a OAB, instada em caráter confidencial e cientificada com as cautelas próprias, deixar de indicar o representante”. Brasília, 15 a 19 de maio de 2006 - Nº 427.
 
 A nova redação do inciso II do art. 7º estabelece: II - a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Alterado pela Lei 11.767 de  04 de agosto de 2008.).
 
A referida lei 11.767/2008 nasceu do Projeto de lei da Câmara nº 36, de 2006 (nº 5.245, de 2005, na Câmara dos Deputados), da lavra do Deputado Michel Temer, dispondo sobre o direito à inviolabilidade do local de trabalho do advogado, institui hipóteses de quebra desse direito e dá outras providências.  O projeto visava impedir a possível conduta ilícita do Advogado, sem violar a inviolabilidade do local de trabalho com o que se preserva os direitos do cidadão que confia no Advogado.
 
Como fica a inviolabilidade do Advogado? A inviolabilidade do advogado está expressa no art. 2º, § 3º; art. 7º, inciso II e XIX; §§ 2º e 3º do EOAB. Significa imunidade profissional, por manifestações e palavras; proteção do sigilo profissional; proteção dos meios de trabalho, incluindo local.
 
Essa  proteção diz respeito e reflete a inviolabilidade prevista no art. 133 da CF, que confere inviolabilidade ao advogado no exercício da profissão, sendo esta fundamental  para a garantia do sigilo profissional e, consequentemente, a garantia da ampla defesa (SOUZA; COLNAGO, 2010, p. 33).
 
O art. 133, CRFB estabelece que o advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Devemos, portanto cumular o inciso em comento com os parágrafos 6º e 7º, acrescentados pela lei 11.767/2008, porque verificamos neles a única hipótese em que será possível a quebra da referida inviolabilidade, qual seja, a hipótese de advogado formalmente investigado pela prática de crime. Requisitos:
 
1. Advogado formalmente investigado por prática de crime;
2. Competência exclusiva da autoridade judiciária em decisão motivada;
3. Mandado de busca e apreensão específico e pormenorizado;
4. A presença de representante da OAB.
 
Pode apreender documentos dos clientes do advogado? O § 7o  ressalva o teor do § 6o deste artigo quando menciona que a busca e apreensão não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. Documentos declientes do advogado são alcançados quando estiver na qualidade de partícipe ou coautor pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. Por quê? Porque há o dever de sigilo profissional: 
 
1. art. 154, CP; 
2. art. 25 e 26 do CED;
3. O Juiz encaminhará ofício confidencial ao Presidente do Conselho Seccional ou Subseção;
4. A apreensão deverá ater-se exclusivamente às coisas achadas ou obtidas por meios criminosos, ou para fins criminosos;
 
O que podemos entender por instrumentos de trabalho? São instrumentos de trabalho do advogado, insuscetíveis de apreensão, os bens móveis ou intelectuais utilizados no exercício da advocacia, especialmente seus computadores, telefones, arquivos impressos e digitais, bancos de dados, livros e anotação de qualquer espécie, bem como documentos, objetos de mídias de som e imagem, recebidos de clientes ou terceiros (LÔBO, 2009, p.63).
 
O art. 7º, III, EOAB, menciona que o advogado poderá comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo sem procuração, ainda que considerados incomunicáveis. Ressalte-se que o descumprimento da regra importará em crime de abuso de autoridade – Lei 4898/65, art. 3º, alínea f (c/c art. 5º, LXIII, CR/88). É interessante destacar que a incomunicabilidade do indiciado só poderá ser decretada por juiz de direito e, mesmo incomunicável, poderá conversar com seu advogado, contra quem jamais prevalecerá a incomunicabilidade.  Temos que vincular este direito ao conteúdo expresso no art. 2°, parágrafo único, II do CED. A tutela do sigilo assegura o direito de o Advogado de comunicar-se pessoal e reservadamente com cliente preso, sem qualquer interferência (LÔBO, 2009, p. 64).
 
Esse direito não se limita às hipóteses de clientes presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis, alcançando toda e qualquer situação, uma vez ser a comunicação pessoal e reservada indispensável para o exercício do serviço público prestado pelo advogado ao cidadão, cuja função social é legalmente reconhecida (SOUZA; COLNAGO, 2010, p. 33).
 
          
O art. 7º, IV e § 3º EOAB observa a prerrogativa que envolve a prisão do advogado.  A prisão em flagrante do advogado, por motivo de exercício profissional, só deverá ocorrer em hipótese de crime inafiançável, em nome da liberdade profissional e integridade física. O STF decidiu pela constitucionalidade do inciso, com a ressalva da validade da prisão caso a OAB não envie em tempo hábil, um representante.  Nesta hipótese, cabe à autoridade competente, a prova da comunicação expressa da prisão à OAB. Na hipótese o Presidente da Seccional ou subseção integra a defesa no processo ou inquérito  - art. 16, RGOAB.
 
O art. 7º, V, EOAB menciona a hipótese de uma eventual prisão do advogado por prática de crimes. Assim, ficará em Sala de Estado Maior ou prisão domiciliar até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. Atenção! Em todas as hipóteses em que o advogado deva ser preso, pelo cometimento de crimes comuns, inclusive aqueles não relacionados ao exercício da profissão. É firme a jurisprudência do STF no sentido de que  há de ser deferida a prisão domiciliar aos advogados onde não exista na localidade sala com características daquela prevista no art. 7º, inciso V, da lei 8.906/94 (LÔBO, 2009, p. 68.) O STF declarou a inconstitucionalidade da  expressão “assim reconhecidas pela OAB” constante no dispositivo supra (ADI 1.127- 8, STF, maio de 2006).
 
Informativo 596 do STF: 
(...) A Min. Cármen Lúcia, relatora, julgou procedentes as reclamações, para assegurar o cumprimento da norma prevista no art. 7º, V, da Lei 8.906/94 tal como interpretada pelo Supremo, devendo ser os reclamantes transferidos para uma sala de Estado-maior ou, na ausência dela, para a prisão domiciliar, até o trânsito em julgado da ação penal. Considerou que um dos advogados estaria preso numa cela especial do Centro de Operações Especiais da Capital, no Paraná, a qual, não obstante dotada de condições dignas, não constituiria uma sala com características e finalidades estabelecidas expressamente pela legislação vigente e acentuadas pela jurisprudência deste Tribunal.  (...) Acrescentou que, segundo decidido naquela reclamação, a distinção que se deveria fazer é que, enquanto uma cela teria como finalidade típica o aprisionamento de alguém — e, por isso, de regra conteria grades —, uma sala apenas ocasionalmente seria destinada para esse fim. Além disso, o local deveria oferecer “instalações e comodidades condignas”, isto é, condições adequadas de higiene e segurança. Brasília, 16 a 20 de agosto de 2010 - Nº 596.
 
Art. 7º, VI, alíneas a-d, EOAB: Direito ao ingresso em órgãos judiciários e locais públicos - “Livre acesso” aos locais onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional.
 
1. Salas de sessões dos tribunais;
2. Salas de audiências judiciais;
3. Cartórios, delegacias e prisões;
4. Reunião ou assembleia (procuração com poderes especiais);
       
Art. 7º, VII e VIII, EOAB: reforçam a independência do advogado e a inexistência de vínculo hierárquico, desde que observadas as regras legais e éticas de convivência profissional reciprocamente respeitosa.
1. Permanecer sentado ou em pé;
2. Dirigir-se diretamente a magistrados.
       
 ATENÇÃO! 
O inciso IX  foi declarado inconstitucional pelo STF  no julgamento das ADI 1.127-8 e 1.105-7 (26-05-2006) sob o argumento de que iniciado o julgamento pela manifestação do voto do relator, não poderá ser interrompido;
       
Informativo 427, STF: 
“Quanto ao inciso IX do art. 7º da lei (...), julgou-se procedente, por maioria, o pedido, por se entender que o procedimento previsto afronta os princípios do contraditório, que se estabelece entre as partes e não entre estas e o magistrado, e do devido processo legal. Vencidos, no ponto, os Ministros Marco Aurélio e Sepúlveda Pertence que o julgavam improcedente”. 
       
Art. 7º, X, EOAB: ressalta o uso palavra oral para esclarecimentos e reclamações – a intervenção extraordinária (dever de diligência).
1. Usar a palavra pela ordem;
2. Replicar.
       
Art. 7º, XI e XII, EOAB: observa o direito à reclamação e a ausência de forma específica para seu exercício profissional, podendo fazê-lo sentado ou em pé. Em juízo, tribunal, órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou Poder Judiciário.
       
Art. 7º, XIII ao XV, EOAB: apresenta a prerrogativa do acesso aos autos de processos judiciais ou administrativos findos ou em andamento.
 
1. Direito de vista (pressupõe procuração).
2. Direito de exame (prerrogativa de todos os advogados).
3. Direito de retirada de autos findos.
       
O que significa direito de vista? O advogado tem direito de vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais. Trata-se da abertura de uma oportunidade ativa para que a parte se manifeste no processo, tomando conhecimento, pedindo, impugnando etc (SOUZA; COLNAGO, 2010, p. 36). O que significa direito de examinar?  Entende-se por exame dos autos, o direito irrestrito do advogado, mesmo sem procuração, salvo as exceções previstas em lei, nos art. 155, CPC, incisos I e II que tramitam em segredo de justiça, veja abaixo o § 1º do art. 7°. Importa acrescentar a estes incisos o teor do art. 40 do CPC que assevera que é direito do Advogado o exame doa autos em cartório ou secretaria, bem como requerer vista, como procurador, pelo prazo legal. 
       
O art. 7º, XVII e § 5º, EOAB tratam do desagravo público.  Ser desagravado quando ofendido no exercício da profissão (c/c art. 18 do RGOAB). O desagravo público é  o procedimento formal com o objetivo de registrar o repúdio coletivo ao ofensor. O desagravo não depende nem é prejudicado por processo criminal que o advogado ofendido ajuíze contra o ofensor. E, neste ponto, o art. 18, RGOAB, menciona que o inscrito na OAB, quando

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