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LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
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LINDB
- Decreto-lei nº. 4.657/42 (Lei de Introdução ao Código Civil, com nova nomenclatura conferida pela Lei n. 12.376/2010);
- Trata-se de uma norma reguladora de todas as demais normas, direcionando sua aplicação, interpretação e entendimento;
- Embora tenha sido, originalmente, instituída como Lei de Introdução ao Código Civil, a LINDB se aplica ao direito privado em geral e, inclusive, ao próprio direito público:
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 Para Wilson de Campos Batalha, a Lei de Introdução é um conjunto de normas sobre normas, isto porque disciplina as próprias normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de aplicação e de entendimento, predeterminando as fontes de direito positivo, indicando-lhes as dimensões espácio-temporais. Isso significa que essa Lei ultrapassa o âmbito do direito civil, vinculando o direito privado como um todo e alcançando o direito público, atingindo apenas indiretamente as relações jurídicas. A Lei de introdução contém, portanto, normas de sobredireito ou de apoio que disciplinam a atuação da ordem jurídica. (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil, v. 01, Teoria geral do direito civil, 31. Ed, p. 73)
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 (...) Cuida-se, na verdade, de introdução a todo o sistema legislativo brasileiro. O mandamento no sentido de que o juiz aplicará a lei tendo em vista seus fins sociais e o bem comum (art. 5º) não se limita ao âmbito do Direito Civil. Nesse sentido pode-se afirmar que a lei de introdução é uma lei que regula as outras leis, direito sobre direito. (Sílvio de Salvo Venosa, Direito Civil, parte geral, 9 ed., p. 103).
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LINDB
 
 - Os artigos 1º a 6º tratam sobre a publicação, a obrigatoriedade e a interpretação das leis. São objeto da disciplina de introdução ao direito civil;
 - Os artigos 7º a 18 tratam, em suma, de regras de direito civil internacional. Por isso, tal parte da LINDB será objeto de estudo na disciplina de direito internacional privado.
 
 
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APLICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
 
 
 
 
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1. INTERPRETAÇÃO
Norma jurídica x fato: quando o fato da vida se enquadra no conceito abstrato da norma, ocorre o fenômeno da subsunção. Dessa forma, aplicar a norma significa estabelecer qual é o direito aplicável ao caso concreto. 
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1. INTERPRETAÇÃO
- O magistrado é o intermediário entre o fato e a norma, pois a ele incumbe fixar a norma específica que deve regular determinada situação concreta. Para tanto, ele deve interpretar a norma, ou seja, (a) verificar se esta existe; (b) estabelecer seu sentido exato; e (c) verificando se ela se aplica ao caso sub judice. 
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1.1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
- gramatical: baseia-se em regras de linguística, compreendendo o exame de cada termo do texto normativo, da pontuação e da própria origem etimológica das palavras*;
- lógico: busca do sentido e alcance da norma mediante estudo baseado em raciocínio lógico; 
- sistemático: considera o sistema jurídico em que se insere a norma, relacionando-a com outras concernentes ao mesmo objeto;
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1.1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
*Exemplo de interpretação gramatical:
Artigo 72 da Constituição Federal de 1891. 
§ 29 - Os que alegarem motivo de crença religiosa com o fim de se isentarem de qualquer ônus que as leis da República imponham aos cidadãos, e os que aceitarem condecoração ou títulos nobiliárquicos estrangeiros perderão todos os direitos políticos.
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1.1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
- histórico: analisa as circunstâncias históricas que ocasionaram a inclusão da norma, inclusive o próprio processo legislativo;
- teleológico (sociológico): visa a encontrar a finalidade social do preceito normativo, ou seja, qual a intenção do legislador ao elaborar a norma.
LINDB
Art. 5o  Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
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1.1. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
Obs. Os métodos interpretativos não se excluem, mas se completam, podendo e devendo ser utilizados conjuntamente para a descoberta do real sentido das normas.
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2. INTEGRAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
 Consiste nas soluções do ordenamento jurídico para o suprimento de omissões (lacunas) ou de contradições (lacunas de conflito) das normas jurídicas.
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2.1. LACUNAS
 - Quando o magistrado não encontra no ordenamento jurídico uma norma que regule o caso, dá-se o problema da lacuna da lei. Nesses casos, nos quais a legislação não contém dispositivo legal que regule a situação fática, o juiz deve proceder na forma do artigo 4º da LINDB:
Art. 4o  Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
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2.1. LACUNAS
 a) ANALOGIA: aplicação de uma norma para uma hipótese distinta e não prevista, porém semelhante. 
a1) São requisitos para aplicação da analogia a inexistência de norma jurídica específica para o caso e a semelhança essencial entre o caso concreto e aquele previsto na norma a ser aplicada. 
a2) A analogia legis consiste na aplicação de uma norma específica a um caso semelhante, ao passo que a analogia juris consiste na extração de elementos de um conjunto de normas para aplicação a um caso não previsto em Lei.
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2.1. LACUNAS
 b) COSTUMES: constituem fonte jurídica inferior à Lei. Para que tenham repercussão jurídica devem ser dotados de continuidade, de uniformidade, de diuturnidade, de moralidade e de obrigatoriedade. 
Os costumes podem advir da prática dos interessados, da prática judiciária e da doutrina. 
Podem ser, ainda, divididos em secundum legem (art. 597 do CC), praeter legem (cheque pós-datado) e contra legem (jogo do bicho);
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2.1. LACUNAS
 c) PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO: regras não escritas que estão contidas de forma imanente no ordenamento jurídico. Dentre eles, podem-se citar os princípios da moralidade, da igualdade de direitos e deveres, da proibição ao enriquecimento ilícito, da função social da propriedade e do contrato, da presunção da boa-fé e da necessidade de comprovação da má-fé, do equilíbrio dos contratos, entre outros (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil, v. 01, Teoria geral do direito civil, 31. ed., pp. 95/96); 
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2.1. LACUNAS
 d) Além da analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito, o juiz também pode se valer da EQUIDADE nos casos de omissão legislativa. 
Em suma, a equidade consiste na busca pela aplicação do direito ao caso concreto pela forma que reúna maior correção e justiça, ou seja, a procura pela interpretação legal mais adequada ao caso concreto. 
Ex. Art. 20, § 4º, do CPC;
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2.1. LACUNAS
 Obs. O preenchimento das lacunas deve respeitar a ordem de preferência indicada no artigo 4° da LINDB, ou seja, analogia, costumes, princípios gerais e equidade. 
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2.2. ANTINOMIA JURÍDICA (LACUNAS DE CONFLITO) 
 
- Conflito entre duas normas, entre dois princípios ou entre uma norma e um princípio.
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Critérios para solução de conflitos 
a) Critério cronológico: prevalência da norma posterior em detrimento da anterior;
b) Critério da especialidade: prevalência da norma especial sobre a geral;
c) Critério hierárquico: prevalência da norma superior em detrimento da inferior.
Obs. O critério hierárquico é o mais forte, o da especialidade é intermediário e cronológico é o mais fraco.
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2.2. ANTINOMIA JURÍDICA (LACUNAS DE CONFLITO) 
 
- As antinomias ou conflitos podem ser classificados como de 1º ou de 2º graus:
a) Antinomia de 1º grau: envolve apenas um dos critérios de solução de conflitos;
b) Antinomia de 2º grau: envolve dois critérios de solução de conflitos.
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2.2. ANTINOMIA JURÍDICA (LACUNAS DE CONFLITO) 
 
- As antinomias podem ainda ser classificadas de acordo com a possibilidade
ou não de solução pela aplicação dos critérios citados (cronológico, especialidade e hierarquia):
a) Antinomia aparente: a mera aplicação de um dos critérios citados permite a solução do conflito;
b) Antinomia real: o conflito não se resolve apenas pela aplicação dos critérios.
Ex. Conflito entre norma geral superior e norma especial inferior.
 
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