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VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
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I - NORMA JURÍDICA NO TEMPO
 
 As normas jurídicas têm vida própria, pois nascem, existem e morrem. Esses momentos dizem respeito à determinação do início de sua vigência, à continuidade de sua vigência e à cessação de sua vigência. (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, v.1, 31 ed., p. 111)
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 1. Início da vigência:
a) Promulgação: é o ato pelo qual a autoridade competente atesta a existência e a validade da nova norma. No Brasil, via de regra, compete ao chefe do poder executivo promulgar as leis ordinárias (art. 66, § 7º, da CRFB);
b) Publicação: instrumento pelo qual se transmite a promulgação da lei a seus destinatários, tornando-a obrigatória:
 Art. 3o  Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
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 As normas nascem com sua promulgação, mas só começam a vigorar com sua publicação no Diário Oficial. De forma que a promulgação atesta a sua existência e a publicação, sua obrigatoriedade (...). (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, v.1, 31 ed., p. 111)
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 1.1. Vacatio legis
- Em regra, a norma não passa a viger na data de sua publicação;
- O intervalo de tempo entre a data de publicação de uma norma e o início de sua vigência se denomina vacatio legis. 
- A lei pode estabelecer o início de sua vigência na própria data de publicação ou em outra data futura. 
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 1.1. Vacatio legis
- Porém, nos casos em que a lei não estabelecer expressamente a data de início de sua vigência, aplica-se a vacatio legis do artigo 1º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
 Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada.
 § 1º Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
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 1.1. Vacatio legis
- Portanto, no território brasileiro, a vacatio legis é, salvo disposição em contrário, de 45 dias; em território estrangeiro, a vacatio legis é de três meses; 
 Obs1. Na antiga lei de introdução, a duração da vacatio legis era progressiva, na medida em que a lei entrava em vigor primeiramente na capital, depois nos grandes centros e, por fim, nos outros estados. Na atual LINDB, contudo, a lei passa a viger de forma simultânea em todo o território nacional, aplicando-se a vacatio legis única;
 Obs2. O prazo da vacatio legis é contado incluindo-se tanto o dia da publicação quanto o do vencimento do prazo, com início da vigência no dia imediatamente subsequente. 
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 - Correção do texto: se a correção é publicada antes do início de vigência, dá-se o reinício do prazo de vigência de toda a lei; se a correção é após a vigência, as correções são consideradas lei nova:
Art. 1º. 
(...)
§ 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
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2. Final da vigência
 a) Normas de vigência temporária: perdem a eficácia na data prevista para o fim de sua vigência. Por exemplo, lei orçamentária anual, lei municipal que concede isenção fiscal temporária a empresas;
 b) Normas de vigência continua: normas editadas sem prazo final de vigência. Geram efeitos até serem revogadas ou modificadas por outras normas, desde que de igual ou superior hierarquia.
 Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
 
 
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2.1. Revogação
 
- Revogar uma norma é torná-la sem efeito, retirando sua obrigatoriedade. 
- Quanto a sua abrangência, a revogação pode ser subdividida em duas espécies:
a) Ab-rogação: supressão total da norma anterior;
b) Derrogação: torna sem efeito apenas uma parte da norma anterior (revogação parcial);
 
 
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2.1. Revogação
 - A revogação ainda pode ser dividida em:
a) Revogação expressa: ocorre quando o legislador declara de forma especifica as normas ou dispositivos revogados;
b) Revogação tácita: ocorre quando se verifica incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, ou quando aquela (a lei nova) passa a regular inteiramente a matéria tratada por esta (a lei antiga);
Art. 2º
§ 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
 
 
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 Obs1. Disposições gerais ou especiais sobre o mesmo assunto: 
Art. 2º
§ 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
 Obs2. Repristinação: a revogação da lei que havia revogado lei anterior não restaura a vigência desta; 
Art. 2º. (...)
§ 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
 
 
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3. Alcance da lei nova
A lei nova só tem vigor para o futuro ou regula situações anteriormente constituídas?
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3. Alcance da lei nova
a) Disposições transitórias: são elaboradas no próprio texto normativo para conciliar a nova lei com as relações já definidas pela norma anterior;
b) Princípio da retroatividade: diz respeito à norma que atinge os atos jurídicos praticados na vigência da norma anterior;
c) Princípio da irretroatividade: refere-se à norma que não se aplica a qualquer situação constituída anteriormente à sua vigência.
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Art. 6º- A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada.
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Art. 6º- (…)
§ 1º - Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
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Art. 6º- (…)
§ 2º - Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
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Art. 6º- (…)
§ 3º – Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
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II – NORMA JURÍDICA NO ESPAÇO
- Em regra, aplica-se o princípio da territorialidade, ou seja, aplica-se a norma no espaço delimitado pelas fronteiras do Estado;
- Porém, na era moderna, diversos países têm admitido a extraterritorialidade, ou seja, a aplicação em seu território de normas estrangeiras em determinadas hipóteses; 
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II – NORMA JURÍDICA NO ESPAÇO
- No Brasil, adota-se o princípio da territorialidade moderada, com aplicação da territorialidade como regra e admissão da extraterritorialidade em situações excepcionais:
a) Territorialidade: a lei brasileira se aplica no território nacional, inclusive o ficto (embaixadas, consulados, navios de guerra em qualquer local, navios mercantes em águas territoriais ou em alto-mar, navios estrangeiros mercantes em águas territoriais);
b) Extraterritorialidade: a lei do domicílio de origem do estrangeiro o acompanha para regular seus direitos em outro país. 
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