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RESOLUÇÃO N 02 2015 OVO CODIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DA OAB

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RESOLUÇÃO Nº 02/2015
Aprova o Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do 
Brasil – OAB.
 O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS 
DO BRASIL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 33 e
54, V, da Lei n. 8.906, de 04 de julho de 1994 - Estatuto da Advocacia e da
OAB, e considerando o decidido nos autos da Proposição n. 
49.0000.2015.000250-3/COP;
Considerando que a realização das finalidades institucionais da Ordem dos 
Advogados do Brasil inclui o permanente zelo com a conduta dos 
profissionais inscritos em seus quadros;
Considerando que o advogado é indispensável à administração da Justiça, 
devendo guardar atuação compatível com a elevada função social que 
exerce, velando pela observância dos preceitos éticos e morais no 
exercício de sua profissão;
Considerando que as mudanças na dinâmica social exigem a inovação na 
regulamentação das relações entre os indivíduos, especialmente na atuação
do advogado em defesa dos direitos do cidadão;
Considerando a necessidade de modernização e atualização das práticas 
advocatícias, em consonância com a dinamicidade das transformações 
sociais e das novas exigências para a defesa efetiva dos direitos de seus 
constituintes e da ordem jurídica do Estado Democrático de Direito;
Considerando que, uma vez aprovado o texto do novo Código de Ética e 
Disciplina, cumpre publicá-lo para que entre em vigor 180 (cento e 
oitenta) dias após a data de sua publicação, segundo o disposto no seu art. 
79;
Considerando que, com a publicação, tem-se como editado o Código de 
Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB: RESOLVE:
Art. 1º Fica aprovado o Código de Ética e Disciplina da Ordem dos 
Advogados do Brasil – OAB, na forma do Anexo Único da presente 
Resolução.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação, 
revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 19 de outubro de 2015.
Marcus Vinicius Furtado Coêlho
Presidente Nacional da OAB
ANEXO ÚNICO DA RESOLUÇÃO N. 02/2015 – CFOAB
CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA 
DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL – OAB
 O CONSELHO FEDERAL DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASIL, ao instituir o Código de Ética e Disciplina, norteou-se por 
princípios que formam a consciência profissional do advogado e 
representam imperativos de sua conduta, os quais se traduzem nos 
seguintes mandamentos: 
 Lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento 
da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que o ordenamento 
jurídico seja interpretado com retidão, em perfeita sintonia com os fins 
sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; ser fiel à verdade 
para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; 
proceder com lealdade e boa-fé em suas relações profissionais e em todos 
os atos do seu ofício; empenhar-se na defesa das causas confiadas ao seu 
patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando-
lhe a realização prática de seus legítimos interesses; comportar-se, nesse 
mister, com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo 
humildes e poderosos; exercer a advocacia com o indispensável senso 
profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o 
anseio de ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho; 
aprimorar-se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência 
jurídica, de modo a tornar-se merecedor da confiança do cliente e da 
sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade 
pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a correção dos profissionais que
honram e engrandecem a sua classe.
Inspirado nesses postulados, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelos arts. 33 e 54,
V, da Lei n. 8.906, de 04 de julho de 1994, aprova e edita este Código, 
exortando os advogados brasileiros à sua fiel observância. 
TÍTULO I
DA ÉTICA DO ADVOGADO
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com os 
preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos 
Provimentos e com os princípios da moral individual, social e profissional.
Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor 
do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias 
fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, 
cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada
função pública e com os valores que lhe são inerentes. 
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da 
profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da 
advocacia; 
II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, 
lealdade, dignidade e boa-fé;
III - velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e 
profissional; 
V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; 
VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os 
litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios;
VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de 
viabilidade jurídica; 
VIII - abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; 
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; 
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a 
honestidade e a dignidade da pessoa humana; 
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono 
constituído, sem o assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante 
autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos 
direitos individuais, coletivos e difusos; 
X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à 
administração da Justiça; 
XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados 
do Brasil ou na representação da classe; 
XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa 
dos necessitados.
Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de 
mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é 
um instrumento para garantir a igualdade de todos.
Art. 4º O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, 
mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de
serviços, ou como integrante de departamento jurídico, ou de órgão de 
assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e 
independência.
Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de 
causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a
direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha 
manifestado anteriormente. 
Art. 5º O exercício da advocacia é incompatível com qualquer 
procedimento de mercantilização.
Art. 6º É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via 
administrativa falseando deliberadamente a verdade e utilizando de má-fé. 
Art. 7º É vedado o oferecimento de serviços profissionais que implique, 
direta ou indiretamente, angariar ou captar clientela.
CAPÍTULO II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 8º As disposições deste Código obrigam igualmente os órgãos de 
advocacia pública, e advogados públicos, incluindo aqueles que ocupem 
posição de chefia e direção jurídica.
§ 1º O advogado público exercerá suas funções com independência 
técnica, contribuindo para a solução ou redução de litigiosidade,sempre 
que possível.
§ 2º O advogado público, inclusive o que exerce cargo de chefia ou direção
jurídica, observará nas relações com os colegas, autoridades, servidores e o
público em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e 
consideração, ao mesmo tempo em que preservará suas prerrogativas e o 
direito de receber igual tratamento das pessoas com as quais se relacione.
CAPÍTULO III
DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE
Art. 9º O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, 
quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que 
poderão advir da demanda. Deve, igualmente, denunciar, desde logo, a 
quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qualquer circunstância que possa 
influir na resolução de submeter-lhe a consulta ou confiar-lhe a causa. 
Art. 10. As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança 
recíproca. Sentindo o advogado que essa confiança lhe falta, é 
recomendável que externe ao cliente sua impressão e, não se dissipando as 
dúvidas existentes, promova, em seguida, o substabelecimento do mandato
ou a ele renuncie. 
Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da 
parte, cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça 
mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, 
antes, procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada. 
Art. 12. A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, 
extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, 
valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu
poder, bem como a prestar-lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo 
de esclarecimentos complementares que se mostrem pertinentes e 
necessários.
Parágrafo único. A parcela dos honorários paga pelos serviços até então 
prestados não se inclui entre os valores a serem devolvidos.
Art. 13. Concluída a causa ou arquivado o processo, presume-se cumprido 
e extinto o mandato.
Art. 14. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono
constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente 
justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. 
Art. 15. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as 
causas sob seu patrocínio, sendo recomendável que, em face de 
dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que 
lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.
Art. 16. A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que
a determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo 
acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo previsto em lei 
(EAOAB, art. 5º, § 3º).
§ 1º A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por danos 
eventualmente causados ao cliente ou a terceiros.
§ 2º O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto 
a documento ou informação que lhe devesse fornecer para a prática 
oportuna de ato processual do seu interesse.
Art. 17. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o 
desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como 
não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em 
eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente 
em face do serviço efetivamente prestado.
Art. 18. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso 
de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento.
Art. 19. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou 
reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem 
representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos. 
Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não 
conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência 
e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado 
sempre o sigilo profissional. 
Art. 21. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex-cliente 
ou ex-empregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo 
profissional. 
Art. 22. Ao advogado cumpre abster-se de patrocinar causa contrária à 
validade ou legitimidade de ato jurídico em cuja formação haja colaborado
ou intervindo de qualquer maneira; da mesma forma, deve declinar seu 
impedimento ou o da sociedade que integre quando houver conflito de 
interesses motivado por intervenção anterior no trato de assunto que se 
prenda ao patrocínio solicitado. 
Art. 23. É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem 
considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. 
Parágrafo único. Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao 
advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja concedido 
tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob a égide das 
garantias constitucionais. 
Art. 24. O advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver
com ele atuando outros advogados, nem fica na contingência de aceitar a 
indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo. 
Art. 25. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, 
simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente. 
Art. 26. O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato 
pessoal do advogado da causa. 
§ 1º O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o 
prévio e inequívoco conhecimento do cliente. 
§ 2º O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar 
antecipadamente seus honorários com o substabelecente.
CAPÍTULO IV
DAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS, 
AUTORIDADES, SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS
Art. 27. O advogado observará, nas suas relações com os colegas de 
profissão, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e terceiros em
geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração,
ao mesmo tempo em que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo 
exigir igual tratamento de todos com quem se relacione. 
§ 1º O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma forma, nos atos
e manifestações relacionados aos pleitos eleitorais no âmbito da Ordem 
dos Advogados do Brasil.
§ 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, 
adotar-se-ão as medidas cabíveis, instaurando-se processo ético-disciplinar
e dando-se ciência às autoridades competentes para apuração de eventual 
ilícito penal.
Art. 28. Consideram-se imperativos de uma correta atuação profissional o 
emprego de linguagem escorreita e polida, bem como a observância da boa
técnica jurídica. 
Art. 29. O advogado que se valer do concurso de colegas na prestação de 
serviços advocatícios, seja em caráter individual, seja no âmbito de 
sociedade de advogados ou de empresa ou entidade em que trabalhe, 
dispensar-lhes-á tratamento condigno, que não os torne subalternos seus 
nem lhes avilte os serviços prestados mediante remuneração incompatível 
com a natureza do trabalho profissional ou inferior ao mínimo fixado pela 
Tabela de Honorários que for aplicável. 
Parágrafo único. Quando o aviltamento de honorários for praticado por 
empresas ou entidades públicas ou privadas, os advogados responsáveis 
pelo respectivo departamento ou gerência jurídica serão instados a corrigir 
o abuso, inclusive intervindo junto aos demais órgãos competentes e com 
poder de decisão da pessoa jurídica de que se trate, sem prejuízo das 
providências que a Ordem dos Advogados do Brasil possa adotar com o 
mesmo objetivo.
CAPÍTULO V
DA ADVOCACIA PRO BONO
Art. 30. No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como defensor 
nomeado, conveniado ou dativo, o advogado empregará o zelo e a 
dedicação habituais, de forma que a parte por ele assistida se sinta 
amparada e confie no seu patrocínio.
§ 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e 
voluntária deserviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins 
econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não 
dispuserem de recursos para a contratação de profissional.
§ 2º A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas naturais 
que, igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio
sustento, contratar advogado.
§ 3º A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins político-
partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais 
objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela.
CAPÍTULO VI
DO EXERCÍCIO DE CARGOS E FUNÇÕES NA OAB 
E NA REPRESENTAÇÃO DA CLASSE
Art. 31. O advogado, no exercício de cargos ou funções em órgãos da 
Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe junto a 
quaisquer instituições, órgãos ou comissões, públicos ou privados, manterá
conduta consentânea com as disposições deste Código e que revele plena 
lealdade aos interesses, direitos e prerrogativas da classe dos advogados 
que representa.
Art. 32. Não poderá o advogado, enquanto exercer cargos ou funções em 
órgãos da OAB ou representar a classe junto a quaisquer instituições, 
órgãos ou comissões, públicos ou privados, firmar contrato oneroso de 
prestação de serviços ou fornecimento de produtos com tais entidades nem
adquirir bens postos à venda por quaisquer órgãos da OAB. 
Art. 33. Salvo em causa própria, não poderá o advogado, enquanto exercer 
cargos ou funções em órgãos da OAB ou tiver assento, em qualquer 
condição, nos seus Conselhos, atuar em processos que tramitem perante a 
entidade nem oferecer pareceres destinados a instruí-los. 
Parágrafo único. A vedação estabelecida neste artigo não se aplica aos 
dirigentes de Seccionais quando atuem, nessa qualidade, como legitimados
a recorrer nos processos em trâmite perante os órgãos da OAB. 
 
Art. 34. Ao submeter seu nome à apreciação do Conselho Federal ou dos 
Conselhos Seccionais com vistas à inclusão em listas destinadas ao 
provimento de vagas reservadas à classe nos tribunais, no Conselho 
Nacional de Justiça, no Conselho Nacional do Ministério Público e em 
outros colegiados, o candidato assumirá o compromisso de respeitar os 
direitos e prerrogativas do advogado, não praticar nepotismo nem agir em 
desacordo com a moralidade administrativa e com os princípios deste 
Código, no exercício de seu mister. 
CAPÍTULO VII
DO SIGILO PROFISSIONAL
Art. 35. O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome 
conhecimento no exercício da profissão. 
Parágrafo único. O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado 
tenha tido conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem 
dos Advogados do Brasil. 
Art. 36. O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de 
solicitação de reserva que lhe seja feita pelo cliente. 
§ 1º Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza 
entre advogado e cliente.
§ 2º O advogado, quando no exercício das funções de mediador, 
conciliador e árbitro, se submete às regras de sigilo profissional.
Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias 
excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça
ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.
Art. 38. O advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento
judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar
sigilo profissional.
CAPÍTULO VIII
DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL
Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente 
informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo 
configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão.
Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser 
compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados:
I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão;
II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de 
publicidade;
III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer 
espaço público;
IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras 
atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras;
V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em 
colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados
na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de
rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo 
permitida a referência a e-mail;
VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas 
assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela.
Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios 
de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e 
inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas 
no artigo 39.
Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação 
social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor
a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela.
Art. 42. É vedado ao advogado:
I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos 
meios de comunicação social;
II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de 
outro advogado;
III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da 
instituição que o congrega;
IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas;
V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas.
Art. 43. O advogado que eventualmente participar de programa de 
televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem 
televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para manifestação 
profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, 
educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou 
profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados 
por seus colegas de profissão.
Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por 
qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de 
interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido de 
promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter 
sensacionalista.
Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e 
material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome 
ou o da sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na 
OAB.
§ 1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as 
distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as 
instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se 
dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a 
fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o 
cliente poderá ser atendido.
§ 2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões
de visitas do advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou 
função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo
o de professor universitário.
Art. 45. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de 
eventos ou publicações de caráter científico ou cultural, assim como a 
divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria 
cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita
a clientes e a interessados do meio jurídico.
Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios 
eletrônicos deverá observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo.
Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo
de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos,
desde que estasnão impliquem o oferecimento de serviços ou representem 
forma de captação de clientela.
Art. 47. As normas sobre publicidade profissional constantes deste capítulo
poderão ser complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar, 
observadas as diretrizes do presente Código.
CAPÍTULO IX
DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS
Art. 48. A prestação de serviços profissionais por advogado, 
individualmente ou integrado em sociedades, será contratada, 
preferentemente, por escrito.
§ 1º O contrato de prestação de serviços de advocacia não exige forma 
especial, devendo estabelecer, porém, com clareza e precisão, o seu objeto,
os honorários ajustados, a forma de pagamento, a extensão do patrocínio, 
esclarecendo se este abrangerá todos os atos do processo ou limitar-se-á a 
determinado grau de jurisdição, além de dispor sobre a hipótese de a causa 
encerrar-se mediante transação ou acordo.
§ 2º A compensação de créditos, pelo advogado, de importâncias devidas 
ao cliente, somente será admissível quando o contrato de prestação de 
serviços a autorizar ou quando houver autorização especial do cliente para 
esse fim, por este firmada.
§ 3º O contrato de prestação de serviços poderá dispor sobre a forma de 
contratação de profissionais para serviços auxiliares, bem como sobre o 
pagamento de custas e emolumentos, os quais, na ausência de disposição 
em contrário, presumem-se devam ser atendidos pelo cliente. Caso o 
contrato preveja que o advogado antecipe tais despesas, ser-lhe-á lícito 
reter o respectivo valor atualizado, no ato de prestação de contas, mediante
comprovação documental.
§ 4º As disposições deste capítulo aplicam-se à mediação, à conciliação, à 
arbitragem ou a qualquer outro método adequado de solução dos conflitos.
§ 5º É vedada, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários 
contratados em decorrência da solução do litígio por qualquer mecanismo 
adequado de solução extrajudicial.
§ 6º Deverá o advogado observar o valor mínimo da Tabela de Honorários 
instituída pelo respectivo Conselho Seccional onde for realizado o serviço,
inclusive aquele referente às diligências, sob pena de caracterizar-se 
aviltamento de honorários.
§ 7º O advogado promoverá, preferentemente, de forma destacada a 
execução dos honorários contratuais ou sucumbenciais.
Art. 49. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, 
atendidos os elementos seguintes: 
I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões 
versadas; 
II - o trabalho e o tempo a ser empregados; 
III - a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros 
casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; 
IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para 
este resultante do serviço profissional; 
V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente 
eventual, frequente ou constante;
VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do 
advogado ou de outro;
VII - a competência do profissional;
VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos. 
Art. 50. Na hipótese da adoção de cláusula quota litis, os honorários 
devem ser necessariamente representados por pecúnia e, quando 
acrescidos dos honorários da sucumbência, não podem ser superiores às 
vantagens advindas a favor do cliente.
§ 1º A participação do advogado em bens particulares do cliente só é 
admitida em caráter excepcional, quando esse, comprovadamente, não 
tiver condições pecuniárias de satisfazer o débito de honorários e ajustar 
com o seu patrono, em instrumento contratual, tal forma de pagamento.
§ 2º Quando o objeto do serviço jurídico versar sobre prestações vencidas 
e vincendas, os honorários advocatícios poderão incidir sobre o valor de 
umas e outras, atendidos os requisitos da moderação e da razoabilidade.
Art. 51. Os honorários da sucumbência e os honorários contratuais, 
pertencendo ao advogado que houver atuado na causa, poderão ser por ele 
executados, assistindo-lhe direito autônomo para promover a execução do 
capítulo da sentença que os estabelecer ou para postular, quando for o 
caso, a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor em seu 
favor.
§ 1º No caso de substabelecimento, a verba correspondente aos honorários 
da sucumbência será repartida entre o substabelecente e o substabelecido, 
proporcionalmente à atuação de cada um no processo ou conforme haja 
sido entre eles ajustado.
§ 2º Quando for o caso, a Ordem dos Advogados do Brasil ou os seus 
Tribunais de Ética e Disciplina poderão ser solicitados a indicar mediador 
que contribua no sentido de que a distribuição dos honorários da 
sucumbência, entre advogados, se faça segundo o critério estabelecido no 
§ 1º.
§ 3º Nos processos disciplinares que envolverem divergência sobre a 
percepção de honorários da sucumbência, entre advogados, deverá ser 
tentada a conciliação destes, preliminarmente, pelo relator.
Art. 52. O crédito por honorários advocatícios, seja do advogado 
autônomo, seja de sociedade de advogados, não autoriza o saque de 
duplicatas ou qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, 
podendo, apenas, ser emitida fatura, quando o cliente assim pretender, com
fundamento no contrato de prestação de serviços, a qual, porém, não 
poderá ser levada a protesto.
Parágrafo único. Pode, todavia, ser levado a protesto o cheque ou a nota 
promissória emitido pelo cliente em favor do advogado, depois de 
frustrada a tentativa de recebimento amigável.
Art. 53. É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para 
o recebimento de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante 
credenciamento junto a empresa operadora do ramo.
Parágrafo único. Eventuais ajustes com a empresa operadora que 
impliquem pagamento antecipado não afetarão a responsabilidade do 
advogado perante o cliente, em caso de rescisão do contrato de prestação 
de serviços, devendo ser observadas as disposições deste quanto à 
hipótese.
Art. 54. Havendo necessidade de promover arbitramento ou cobrança 
judicial de honorários, deve o advogado renunciar previamente ao mandato
que recebera do cliente em débito.
TÍTULO II
DO PROCESSO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS PROCEDIMENTOS
Art. 55. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante 
representação do interessado.
§ 1º A instauração, de ofício, do processo disciplinar dar-se-á em função do
conhecimento do fato, quando obtido por meio de fonte idônea ou em 
virtude de comunicação da autoridade competente.
§ 2º Não se considera fonte idônea a que consistir em denúncia anônima.
Art. 56. A representação será formulada ao Presidente do Conselho 
Seccional ou ao Presidente da Subseção, por escrito ou verbalmente, 
devendo, neste último caso, ser reduzida a termo.
Parágrafo único. Nas Seccionais cujos Regimentos Internos atribuírem 
competência ao Tribunal de Ética e Disciplina para instaurar o processo 
ético disciplinar, a representação poderá ser dirigida ao seu Presidente ou 
será a este encaminhada por qualquer dos dirigentes referidos no caput 
deste artigo que a houver recebido.
Art. 57. A representação deverá conter:
I - a identificação do representante, com a sua qualificação civil e 
endereço;
II - a narração dos fatos que a motivam, de forma que permita verificar a 
existência, em tese, de infração disciplinar;
III - os documentos que eventualmente a instruam e a indicação de outras 
provas a ser produzidas, bem como, se for o caso, o rol de testemunhas, até
o máximo de cinco; 
IV - a assinatura do representante ou a certificação de quem a tomou por 
termo, na impossibilidade de obtê-la.
Art. 58. Recebida a representação, o Presidente do Conselho Seccional ou 
o da Subseção, quando esta dispuser de Conselho, designa relator, por 
sorteio, um de seus integrantes, para presidir a instrução processual.§ 1º Os atos de instrução processual podem ser delegados ao Tribunal de 
Ética e Disciplina, conforme dispuser o regimento interno do Conselho 
Seccional, caso em que caberá ao seu Presidente, por sorteio, designar 
relator.
§ 2º Antes do encaminhamento dos autos ao relator, serão juntadas a ficha 
cadastral do representado e certidão negativa ou positiva sobre a existência
de punições anteriores, com menção das faltas atribuídas. Será 
providenciada, ainda, certidão sobre a existência ou não de representações 
em andamento, a qual, se positiva, será acompanhada da informação sobre 
as faltas imputadas.
§ 3º O relator, atendendo aos critérios de admissibilidade, emitirá parecer 
propondo a instauração de processo disciplinar ou o arquivamento liminar 
da representação, no prazo de 30 (trinta) dias, sob pena de redistribuição 
do feito pelo Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção para outro 
relator, observando-se o mesmo prazo.
§ 4º O Presidente do Conselho competente ou, conforme o caso, o do 
Tribunal de Ética e Disciplina, proferirá despacho declarando instaurado o 
processo disciplinar ou determinando o arquivamento da representação, 
nos termos do parecer do relator ou segundo os fundamentos que adotar.
§ 5º A representação contra membros do Conselho Federal e Presidentes de
Conselhos Seccionais é processada e julgada pelo Conselho Federal, sendo
competente a Segunda Câmara reunida em sessão plenária. A 
representação contra membros da diretoria do Conselho Federal, Membros
Honorários Vitalícios e detentores da Medalha Rui Barbosa será 
processada e julgada pelo Conselho Federal, sendo competente o Conselho
Pleno.
§ 6º A representação contra dirigente de Subseção é processada e julgada 
pelo Conselho Seccional.
Art. 59. Compete ao relator do processo disciplinar determinar a 
notificação dos interessados para prestar esclarecimentos ou a do 
representado para apresentar defesa prévia, no prazo de 15 (quinze) dias, 
em qualquer caso.
§ 1º A notificação será expedida para o endereço constante do cadastro de 
inscritos do Conselho Seccional, observando-se, quanto ao mais, o 
disposto no Regulamento Geral. 
§ 2º Se o representado não for encontrado ou ficar revel, o Presidente do 
Conselho competente ou, conforme o caso, o do Tribunal de Ética e 
Disciplina designar-lhe-á defensor dativo.
§ 3º Oferecida a defesa prévia, que deve ser acompanhada dos documentos
que possam instruí-la e do rol de testemunhas, até o limite de 5 (cinco), 
será proferido despacho saneador e, ressalvada a hipótese do § 2º do art. 73
do EAOAB, designada, se for o caso, audiência para oitiva do 
representante, do representado e das testemunhas.
§ 4º O representante e o representado incumbir-se-ão do comparecimento 
de suas testemunhas, salvo se, ao apresentarem o respectivo rol, 
requererem, por motivo justificado, sejam elas notificadas a comparecer à 
audiência de instrução do processo.
§ 5º O relator pode determinar a realização de diligências que julgar 
convenientes, cumprindo-lhe dar andamento ao processo, de modo que 
este se desenvolva por impulso oficial.
§ 6º O relator somente indeferirá a produção de determinado meio de 
prova quando esse for ilícito, impertinente, desnecessário ou protelatório, 
devendo fazê-lo fundamentadamente. 
§ 7º Concluída a instrução, o relator profere parecer preliminar, a ser 
submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina, dando enquadramento legal 
aos fatos imputados ao representado. 
§ 8º Abre-se, em seguida, prazo comum de 15 (quinze) dias para 
apresentação de razões finais.
Art. 60. O Presidente do Tribunal de Ética e Disciplina, após o 
recebimento do processo, devidamente instruído, designa, por sorteio, 
relator para proferir voto.
§ 1º Se o processo já estiver tramitando perante o Tribunal de Ética e 
Disciplina ou perante o Conselho competente, o relator não será o mesmo 
designado na fase de instrução. 
§ 2º O processo será incluído em pauta na primeira sessão de julgamento 
após a distribuição ao relator, da qual serão as partes notificadas com 15 
(quinze) dias de antecedência.
§ 3º O representante e o representado são notificados pela Secretaria do 
Tribunal, com 15 (quinze) dias de antecedência, para comparecerem à 
sessão de julgamento.
§ 4º Na sessão de julgamento, após o voto do relator, é facultada a 
sustentação oral pelo tempo de 15 (quinze) minutos, primeiro pelo 
representante e, em seguida, pelo representado.
Art. 61. Do julgamento do processo disciplinar lavrar-se-á acórdão, do 
qual constarão, quando procedente a representação, o enquadramento legal
da infração, a sanção aplicada, o quórum de instalação e o de deliberação, 
a indicação de haver sido esta adotada com base no voto do relator ou em 
voto divergente, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes 
consideradas e as razões determinantes de eventual conversão da censura 
aplicada em advertência sem registro nos assentamentos do inscrito.
Art. 62. Nos acórdãos serão observadas, ainda, as seguintes regras:
§ 1º O acórdão trará sempre a ementa, contendo a essência da decisão.
§ 2º O autor do voto divergente que tenha prevalecido figurará como 
redator para o acórdão.
§ 3º O voto condutor da decisão deverá ser lançado nos autos, com os seus 
fundamentos.
§ 4º O voto divergente, ainda que vencido, deverá ter seus fundamentos 
lançados nos autos, em voto escrito ou em transcrição na ata de julgamento
do voto oral proferido, com seus fundamentos.
§ 5º Será atualizado nos autos o relatório de antecedentes do representado, 
sempre que o relator o determinar.
Art. 63. Na hipótese prevista no art. 70, § 3º, do EAOAB, em sessão 
especial designada pelo Presidente do Tribunal, serão facultadas ao 
representado ou ao seu defensor a apresentação de defesa, a produção de 
prova e a sustentação oral.
Art. 64. As consultas submetidas ao Tribunal de Ética e Disciplina 
receberão autuação própria, sendo designado relator, por sorteio, para o 
seu exame, podendo o Presidente, em face da complexidade da questão, 
designar, subsequentemente, revisor.
Parágrafo único. O relator e o revisor têm prazo de 10 (dez) dias cada um 
para elaboração de seus pareceres, apresentando-os na primeira sessão 
seguinte, para deliberação.
Art. 65. As sessões do Tribunal de Ética e Disciplina obedecerão ao 
disposto no respectivo Regimento Interno, aplicando-se-lhes, 
subsidiariamente, o do Conselho Seccional.
Art. 66. A conduta dos interessados, no processo disciplinar, que se revele 
temerária ou caracterize a intenção de alterar a verdade dos fatos, assim 
como a interposição de recursos com intuito manifestamente protelatório, 
contrariam os princípios deste Código, sujeitando os responsáveis à 
correspondente sanção.
Art. 67. Os recursos contra decisões do Tribunal de Ética e Disciplina, ao 
Conselho Seccional, regem-se pelas disposições do Estatuto da Advocacia 
e da Ordem dos Advogados do Brasil, do Regulamento Geral e do 
Regimento Interno do Conselho Seccional.
Parágrafo único. O Tribunal dará conhecimento de todas as suas decisões 
ao Conselho Seccional, para que determine periodicamente a publicação 
de seus julgados.
Art. 68. Cabe revisão do processo disciplinar, na forma prevista no 
Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 73, § 5º).
§ 1º Tem legitimidade para requerer a revisão o advogado punido com a 
sanção disciplinar.
§ 2º A competência para processar e julgar o processo de revisão é do 
órgão de que emanou a condenação final.
§ 3º Quando o órgão competente for o Conselho Federal, a revisão 
processar-se-á perante a Segunda Câmara, reunida em sessão plenária.
§ 4º Observar-se-á, na revisão, o procedimento do processo disciplinar, no 
que couber.
§ 5º O pedido de revisão terá autuação própria, devendo os autos 
respectivos ser apensados aos do processo disciplinara que se refira.
Art. 69. O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar poderá requerer 
reabilitação, no prazo e nas condições previstos no Estatuto da Advocacia 
e da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 41).
§ 1º A competência para processar e julgar o pedido de reabilitação é do 
Conselho Seccional em que tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos 
casos de competência originária do Conselho Federal, perante este 
tramitará o pedido de reabilitação.
§ 2º Observar-se-á, no pedido de reabilitação, o procedimento do processo 
disciplinar, no que couber.
§ 3º O pedido de reabilitação terá autuação própria, devendo os autos 
respectivos ser apensados aos do processo disciplinar a que se refira.
§ 4º O pedido de reabilitação será instruído com provas de bom 
comportamento, no exercício da advocacia e na vida social, cumprindo à 
Secretaria do Conselho competente certificar, nos autos, o efetivo 
cumprimento da sanção disciplinar pelo requerente.
§ 5º Quando o pedido não estiver suficientemente instruído, o relator 
assinará prazo ao requerente para que complemente a documentação; não 
cumprida a determinação, o pedido será liminarmente arquivado.
CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DISCIPLINARES
SEÇÃO I
DOS TRIBUNAIS DE ÉTICA E DISCIPLINA
Art. 70. O Tribunal de Ética e Disciplina poderá funcionar dividido em 
órgãos fracionários, de acordo com seu regimento interno.
Art. 71. Compete aos Tribunais de Ética e Disciplina:
I - julgar, em primeiro grau, os processos ético-disciplinares;
II - responder a consultas formuladas, em tese, sobre matéria ético-
disciplinar;
III - exercer as competências que lhe sejam conferidas pelo Regimento 
Interno da Seccional ou por este Código para a instauração, instrução e 
julgamento de processos ético-disciplinares;
IV - suspender, preventivamente, o acusado, em caso de conduta suscetível
de acarretar repercussão prejudicial à advocacia, nos termos do Estatuto da
Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil; 
V - organizar, promover e ministrar cursos, palestras, seminários e outros 
eventos da mesma natureza acerca da ética profissional do advogado ou 
estabelecer parcerias com as Escolas de Advocacia, com o mesmo 
objetivo; 
VI - atuar como órgão mediador ou conciliador nas questões que 
envolvam:
a) dúvidas e pendências entre advogados;
b) partilha de honorários contratados em conjunto ou decorrentes de 
substabelecimento, bem como os que resultem de sucumbência, nas 
mesmas hipóteses;
c) controvérsias surgidas quando da dissolução de sociedade de 
advogados.
SEÇÃO II
DAS CORREGEDORIAS-GERAIS
Art. 72. As Corregedorias-Gerais integram o sistema disciplinar da Ordem 
dos Advogados do Brasil.
§ 1º O Secretário-Geral Adjunto exerce, no âmbito do Conselho Federal, as
funções de Corregedor-Geral, cuja competência é definida em Provimento.
§ 2º Nos Conselhos Seccionais, as Corregedorias-Gerais terão atribuições 
da mesma natureza, observando, no que couber, Provimento do Conselho 
Federal sobre a matéria.
§ 3º A Corregedoria-Geral do Processo Disciplinar coordenará ações do 
Conselho Federal e dos Conselhos Seccionais voltadas para o objetivo de 
reduzir a ocorrência das infrações disciplinares mais frequentes.
TÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 73. O Conselho Seccional deve oferecer os meios e o suporte de apoio
material, logístico, de informática e de pessoal necessários ao pleno 
funcionamento e ao desenvolvimento das atividades do Tribunal de Ética e
Disciplina.
§ 1º Os Conselhos Seccionais divulgarão, trimestralmente, na internet, a 
quantidade de processos ético-disciplinares em andamento e as punições 
decididas em caráter definitivo, preservadas as regras de sigilo.
§ 2º A divulgação das punições referidas no parágrafo anterior destacará 
cada infração tipificada no artigo 34 da Lei n. 8.906/94.
Art. 74. Em até 180 (cento e oitenta) dias após o início da vigência do 
presente Código de Ética e Disciplina da OAB, os Conselhos Seccionais e 
os Tribunais de Ética e Disciplina deverão elaborar ou rever seus 
Regimentos Internos, adaptando-os às novas regras e disposições deste 
Código. No caso dos Tribunais de Ética e Disciplina, os Regimentos 
Internos serão submetidos à aprovação do respectivo Conselho Seccional 
e, subsequentemente, do Conselho Federal.
Art. 75. A pauta de julgamentos do Tribunal é publicada em órgão oficial 
e no quadro de avisos gerais, na sede do Conselho Seccional, com 
antecedência de 15 (quinze) dias, devendo ser dada prioridade, nos 
julgamentos, aos processos cujos interessados estiverem presentes à 
respectiva sessão.
Art. 76. As disposições deste Código obrigam igualmente as sociedades 
de advogados, os consultores e as sociedades consultoras em direito 
estrangeiro e os estagiários, no que lhes forem aplicáveis.
Art. 77. As disposições deste Código aplicam-se, no que couber, à 
mediação, à conciliação e à arbitragem, quando exercidas por advogados.
Art. 78. Os autos do processo disciplinar podem ter caráter virtual, 
mediante adoção de processo eletrônico.
Parágrafo único. O Conselho Federal da OAB regulamentará em 
Provimento o processo ético-disciplinar por meio eletrônico.
Art. 79. Este Código entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após a data 
de sua publicação, cabendo ao Conselho Federal e aos Conselhos 
Seccionais, bem como às Subseções da OAB, promover-lhe ampla 
divulgação.
Art. 80. Fica revogado o Código de Ética e Disciplina editado em 13 de 
fevereiro de 1995, bem como as demais disposições em contrário.
 Brasília, 19 de outubro de 2015.
Marcus Vinicius Furtado Coêlho
Presidente Nacional da OAB.
Paulo Roberto de Gouvêa Medina
Relator originário e para sistematização final

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