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aula8 associações fundações

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PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
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Código Civil
 Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
 I - as associações;
 II - as sociedades;
 III - as fundações.
 IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
 V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
 VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
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- As sociedades são reguladas pelo artigo 966 do Código Civil (Livro II – Do direito de Empresa);
- Os partidos políticos, conquanto considerados associações civis, são regulados por legislação específica (Lei nº. 9.096/95);
- As organizações religiosas são reguladas pelo artigo 44, IV e § 1º do Código Civil. O Decreto nº 7.107/2010 regula a Igreja Católica no Brasil.
- A parte geral do Código Civil trata sobre as associações e fundações (arts. 53 e 62).
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ASSOCIAÇÕES
 - Universitas personarum:
 Código Civil
 Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
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Diferenciação entre associação e sociedade
 Associação é aquela que se propõe a realizar atividades não destinadas a proporcionar interesses econômicos aos associados; sociedade é a que oferece vantagem pecuniária aos seus componentes. (Caio Mário da Silva Pereira) 
 Tem-se a associação quando não há fim lucrativo ou intenção de dividir o resultado, embora tenha patrimônio, formado por contribuição de seus membros para obtenção de fins culturais, educacionais, esportivos, religiosos, recreativos, morais etc. (Maria Helena Diniz) 
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 Segundo Maria Helena Diniz, as associações podem ser subdivididas em:
a) altruísticas: associações beneficentes;
b) egoísticas: associações literárias, esportivas ou recreativas;
c) econômicas não-lucrativas: associação de socorro mútuo.
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Liberdade de associação
 - A CRFB garante, em seu artigo 5º, XVII, a liberdade plena de associação para fins lícitos:
 Art. 5º. (…)
 XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
 
 - A Lei de Registros Públicos também estabelece algumas limitações à liberdade de associação:
 Lei nº. 6.015/73
 Art. 115. Não poderão ser registrados os atos constitutivos de pessoas jurídicas, quando o seu objeto ou circunstâncias relevantes indiquem destino ou atividades ilícitos ou contrários, nocivos ou perigosos ao bem público, à segurança do Estado e da coletividade, à ordem pública ou social, à moral e aos bons costumes
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 - A associação não gera direitos e obrigações recíprocas entre os associados, mas apenas entre eles e a própria pessoa jurídica:
Art. 53. (...)
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
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Estatuto das associações
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
I - a denominação, os fins e a sede da associação;
II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
III - os direitos e deveres dos associados;
IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; 
VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. 
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 - Em regra, é vedada qualquer discriminação entre os associados. Todavia, por disposição estatutária, podem ser instituídas categorias especiais de associados (como, por exemplo, sócios remidos):
 
 Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais.
 
 - A admissão no quadro social é personalíssima. Por isso, em regra, a mera propriedade de quota ou fração do patrimônio da associação não confere a qualidade de associado:
 Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
 Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a transferência daquela não importará, de per si, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto. 
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 - Exclusão do associado: apenas por justa causa, em procedimento que propicie o contraditório e a ampla defesa:
 
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. 
 
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 - Atribuições exclusivas da assembléia geral:
 
Art. 59. Compete privativamente à assembléia geral:
I – destituir os administradores; 
II – alterar o estatuto. 
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembléia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. 
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. (Redação dada pela Lei nº 11.127, de 2005)
 
 
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Dissolução da associação
a) convencional: deliberação dos membros;
b) legal: implemento da condição a que está subordinada sua existência ou decurso do seu prazo de duração;
c) administrativa: nas hipóteses em que a associação depende de autorização do Poder Público e prática atos opostos a seus fins (ex. Cooperativas de Crédito, art. 192 da CRFB).
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Dissolução da associação
Destinação do patrimônio:
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
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Alguns exemplos de associações (segundo Maria Helena Diniz)
 
a) associações beneficentes ou filantrópicas: APAE;
b) associações secretas com fins lícitos: Maçonaria;
c) associações estudantis: UNE;
d) associações culturais: Academia de Letras;
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Alguns exemplos de associações (segundo Maria Helena Diniz)
 
e) associação desportivas: Iate Clube, Tênis Clube;
f) associações de amigos do bairro;
g) Cooperativas: Lei nº. 5.764/71 – associações sob forma de sociedade;
h) Caixas de socorro: formadas por empregados de companhias, fábricas, para obtenção de subsídios e pensões para os familiares, mediante contribuições.
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FUNDAÇÕES PARTICULARES
 (…) universalidades de bens, personalizadas pela ordem jurídica, em consideração a um fim estipulado pelo fundador, sendo este objeto imutável e seus órgãos servientes, pois todas as resoluções estão delimitadas pelo instituidor. (Maria Helena Diniz)
 O que se encontra, aqui, é a atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina a uma finalidade social. (Caio Mário da Silva Pereira) 
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FUNDAÇÕES PARTICULARES
 
 Art. 62. (...)
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
 Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
 § 1o Se funcionarem no Distrito Federal, ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. (Vide ADIN nº 2.794-8)
 § 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público.
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Fases de criação da fundação
 - Na primeira fase da criação da fundação, ela é constituída pelo ato de dotação dos bens e indicação dos fins a que se destinam:
 Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
 (...)
 Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
 Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
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Fases de criação da fundação
 
- A segunda fase é a elaboração do estatuto da fundação. Tal estatuto pode ser elaborado pelo próprio instituidor (elaboração direta) ou por pessoa por ele designada (elaboração fiduciária);
 Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
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Fases de criação da fundação
 
- A terceira fase é a de aprovação do estatuto. Elaborado o estatuto, este deverá ser submetido à aprovação do Ministério Público Estadual, com recurso ao Juiz:
 Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
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Fases de criação da fundação
 
- A quarta e última fase na criação da fundação particular é a de registro do estatuto no registro civil de pessoas jurídicas. 
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Alteração do estatuto da fundação
 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias.
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Extinção da fundação
 
 Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
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