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DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL
II
AULA 4: TRIPARTIÇÃO DOS PODERES
Professor: Rodrigo Eduardo Rocha Cardoso
Email: rodrigoerc@hotmail.com
Facebook: Rodrigo Rocha Cardoso
FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
CURSO DE DIREITO 
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OS TRÊS PODERES
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
O tema da separação de poderes tem sido objeto de considerações ao longo da história;
Platão – “A República”;
Aristóteles – “A Política”;
Maquiavél – “O Príncipe” (Século XVI); 
Locke – “Segundo Tratado sobre o Governo Civil” (Século XVII)
Montesquieu – “O Espírito das Leis” 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Platão – “A República”:
Abordou pontos que deixaram clara a concepção de uma teoria que consistia em subdividir as funções do Estado, de forma que estas funções não se concentrassem apenas nas mãos uma pessoa, o que poderia dar ensejo a trágicos fins.
 Foi o primeiro a falar sobre separação das funções da cidade na instituição da cidade, quando discorreu sobre a Pólis perfeita. Sustentava que deveria haver uma distribuição de funções dos entes da comunidade, ou seja, cada pessoa deveria realizar a sua função junto ao grupo social. 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Aristóteles – “A Política”;
Admitia existir três órgãos separados a quem cabiam as decisões do Estado: o poder Deliberativo, o Poder Executivo e o Poder Judiciário.
Sistema político e social estruturado, participação das classes. 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Maquiavél – “O Príncipe” (Século XVI); 
 Discutiu a necessidade da França contar com três poderes bastante distintos: Legislativo (representado pelo Parlamento), Executivo (materializado na figura do Rei) e um Judiciário autônomo. 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Locke – “Segundo Tratado sobre o Governo Civil” (Século XVII):
Para que um lei fosse imparcial era necessária que aplicação ocorresse por meio de pessoas diversas daquelas que a criou. 
Poder supremo é o legislativo, os demais poderes dele derivam e a ele estão subordinados. Compete ao poder executivo, cuja existência é perene, a aplicação das leis.
 Poder federativo, ao qual incumbe o relacionamento com os estrangeiros. 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Montesquieu – “O Espírito das Leis” 
“Quando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de Magistratura, o Poder Legislativo é reunido ao Executivo, não há liberdade. Porque pode temer-se que o mesmo Monarca ou mesmo o Senado faça leis tirânicas para executá-las tiranicamente”. (MONTESQUIEU, 2000, p. 163-168). 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Montesquieu – “O Espírito das Leis” 
“Também não haverá liberdade se o Poder de Julgar não estiver separado do Legislativo e do Executivo. Se estivesse junto com o Legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria arbitrário: pois o Juiz seria o Legislador. Se estivesse junto com o Executivo, o Juiz poderia ter a força de um opressor. Estaria tudo perdido se um mesmo homem, ou um mesmo corpo de principais ou nobres, ou do Povo, exercesse estes três poderes: o de fazer as leis; o de executar as resoluções públicas; e o de julgar os crimes ou as demandas dos particulares.” (MONTESQUIEU, 2000, p. 163-168). 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Assim é que a formulação da doutrina da separação dos poderes, como técnica para a limitação do poder, é posta em prática nas Revoluções Liberais Burguesas dos séculos XVII e XVIII – Revolução Gloriosa, Inglaterra 1688/89, Independência Norte-Americana, 1776, e Revolução Francesa, 1789 – em resposta aos abusos resultantes, entre outros fatores, da concentração de poderes nas mãos do soberano, típica do Absolutismo da Idade Moderna. 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Montesquieu – “O Espírito das Leis”. 
 A proposta da separação dos poderes, além de buscar a proteção da liberdade individual, tinha por base também aumentar a eficiência do Estado.
 A teoria de Montesquieu culminou com a diminuição do absolutismo dos governos.
 Passagem do Estado Absolutista para o Estado Liberal, fato que influenciou vários textos constitucionais.
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Montesquieu – “O Espírito das Leis”. 
 Influenciou alguns momentos históricos com a Declaração de Direitos da Virgínia de 1776, porém o maior enfoque se dá através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada na França em 1789, no seu artigo 16:
 “Toda sociedade na qual a garantia dos direitos não está assegurada, nem a separação de poderes estabelecida não tem constituição.” 
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1. TRIPARTIÇÃO/SEPARAÇÃO DE PODERES
Montesquieu – “O Espírito das Leis”. 
 Os Poderes interpenetram-se na esfera de atribuição um do outro, a fim de que se aplique o mecanismo de freios e contrapesos, desenvolvido por Montesquieu, como o verdadeiro caracterizador da harmonia entre os poderes.
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
Constituição da República Federativa do Brasil predispõe, em seu artigo 2º, que são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
 A divisão de poderes figura como cláusula pétrea no artigo 60, § 4º, III da CF/88, que estabelece: “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: [...] a separação de poderes
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.1 INDEPENDÊNCIA DOS PODERES
“A independência dos poderes significa: (a) que a investidura e a permanência das pessoas num órgão do governo não dependem da confiança nem da vontade dos outros; (b) que, no exercício das atribuições que lhes sejam próprias, não precisam os titulares consultar os outros nem necessitam de sua autorização (...) (SILVA, 2005, p. 110). 
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.1 INDEPENDÊNCIA DOS PODERES
(c) na organização dos respectivos serviços, cada um é livre, observadas apenas as disposições constitucionais e legais; cabe ao Presidente da República prover e extinguir cargos públicos da Administração federal, exonerar ou demitir seus ocupantes, enquanto é da competência do Congresso Nacional ou dos Tribunais prover os cargos dos respectivos serviços administrativos, exonerar ou demitir seus ocupantes; às Câmaras do Congresso e aos Tribunais compete elaborar os respectivos regimentos internos... (SILVA, 2005, p. 110). 
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.1 INDEPENDÊNCIA DOS PODERES
(c) (...) Agora, a independência e autonomia do Poder Judiciário se tornaram ainda mais pronunciadas, pois passou para a sua competência também a nomeação dos juízes e tomar outras providências referentes à sua estrutura e funcionamento, inclusive em matéria orçamentária (arts. 95, 96, e 99 da CF/88). (SILVA, 2005, p. 110). 
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.2 HARMONIA ENTRE OS PODERES
“A harmonia entre os poderes verifica-se pelas normas de cortesia no trato recíproco e no respeito às prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos têm direito. De outro lado, cabe assinalar que nem a divisão de funções entre os órgãos do poder nem a sua independência são absolutas. Há interferências, que visam ao estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, à busca do equilíbrio necessário à realização do bem da coletividade e indispensável para evitar o arbítrio e o demando de um em detrimento do outro e especialmente dos governados”. (SILVA, 2005, p. 110). 
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.2 HARMONIA ENTRE OS PODERES
“A harmonia entre os poderes verifica-se pelas normas de cortesia no trato recíproco e no respeito às prerrogativas e faculdades a que mutuamente todos têm direito. De outro lado, cabe assinalar que nem a divisão de funções entre os órgãos do poder nem a sua independência são absolutas. Há interferências, que visam ao estabelecimento de um sistema de freios e contrapesos, à busca do equilíbrio necessário à realização
do bem da coletividade e indispensável para evitar o arbítrio e o demando de um em detrimento do outro e especialmente dos governados”. (SILVA, 2005, p. 110). 
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.3 INTERPENETRAÇÃO ENTRE PODERES
LEGISLATIVO:
 Desta forma, o Órgão Legislativo (Poder Legislativo) tem como função típica legislar e exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial do Executivo. 
 Função atípica: dispor sobre sua organização – provendo cargos, concedendo férias, licenças a servidores – (natureza executiva); o julgamento do impeachment do Presidente da República pelo Senado Federal nos crimes de responsabilidade (natureza jurisdicional). (art. 52, I CF/88). 
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.3 INTERPENETRAÇÃO ENTRE PODERES
EXECUTIVO:
Função típica a prática de atos de chefia de Estado, chefia de Governo e atos de administração. 
Função atípica a adoção de medida provisória com força de lei pelo Presidente da República (natureza legislativa – art. 62 CF/88); e o julgamento de defesas e recursos administrativos pelo Poder Executivo (natureza jurisdicional).
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2. SEPARAÇÃO DE PODERES NO BRASIL
2.3 INTERPENETRAÇÃO ENTRE PODERES
JUDICIÁRIO:
Função típica ao dizer o direito no caso concreto, dirimindo os conflitos que lhe são levados, ao aplicar as leis. 
Função atípica quando os Tribunais elaboram seus regimentos internos (natureza legislativa, art. 96, I, “a” CF/88); e também quando os Tribunais concedem licenças e férias aos magistrados e serventuários (natureza executiva art. 96, I, “f”).
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REFERÊNCIAS 
LENZA, Pedro. Direito Constitucional. 10. ed. rev., atual. e. ampl. São Paulo: Editora Método, 2006. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 26. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
MONTESQUIEU, Charles de Secondat, Baron de. Do Espírito das Leis. São Paulo: Saraiva, 2000. 
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 21. ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
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