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Dosimetria da pena

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DA APLICAÇÃO DA PENA: 
As penas são previstas nos tipos penais em patamares mínimos e máximos. 
O Código Penal fornece os critérios a ser utilizados na sentença para individualizar a pena. 
Sistemas de individualização da pena: 
a. Estanque: a lei fixa exatamente o montante da pena, portanto não pode ser modificado pelo juiz. 
b. Indeterminado: a legislação não fixa qualquer parâmetro, de modo que cabe ao juiz estabelecer o montante da pena. 
c. Parcialmente Indeterminado: a lei fixa apenas o seu patamar máximo, deixando ao arbítrio do juiz o montante mínimo. 
d. Determinado: a legislação fixa os montantes mínimo e máximo e estabelece critérios para que o juiz fixe a pena dentro de tais limites. 
 
Como proceder na fixação da pena? 
I. O juiz faz a adequação típica (encontra o parâmetro mínimo e máximo) . 
II. Faz a dosimetria da pena. 
O juiz utiliza-se do critério trifásico (art. 68, CP): 
a. 1ª Fase: pena base (Circunstâncias judiciais / art. 59, CP) 
b. 2ª Fase: agravantes (art. 61 e 62, CP) e atenuantes (art. 65 e 66, CP) 
c. 3ª Fase: casos de aumento e diminuição de pena (previstas na Parte Geral ou na Parte Especial do Código). 
 
CUIDADO!!! O Juiz deve observar que não pode utilizar duas vezes uma mesma circunstância, ou fator, nas fases da dosimetria. (non bis in idem) 
 Se uma circunstância, ou fator, puder ser utilizada em duas ou mais fases, escolher a última. 
 
1ª FASE DA FIXAÇÃO DA PENA: 
 Na aplicação da pena, o Juiz primeiramente deve fixar a chamada pena base tendo com fundamento as chamadas circunstâncias judiciais ou 
inominadas do artigo 59 do CP. Tal dispositivo menciona que o juiz deve considerar: 
a) Culpabilidade: diz respeito a maior ou menor reprovabilidade da conduta. Analisa a intensidade do dolo. 
b) Antecedentes: trata-se dos fatos da vida pregressa do autor da infração (folhas de antecedentes criminais). 
Os antecedentes são condenações anteriores. 
c) Conduta social: comportamento do agente no trabalho, na família e na sociedade. 
d) Personalidade do acusado: é a índole do sujeito, seu perfil psicológico e moral / aquele vinculado a periculosidade. 
e) Motivos do crime: razões que levam ao agente a agir de modo criminoso. Fatores que desencadearam a ação delituosa. 
OBS.: se a motivação constituir qualificadora, causa de aumento ou diminuição de pena ou, ainda, agravante ou atenuante 
genérica, não poderá ser considerada como circunstância judicial. Por isso, é rara a utilização do motivo do crime na apli-
cação da pena -base. 
f) Circunstâncias do crime: trata-se do modo de agir (modus operandi). Diz respeito aos instrumentos do crime, tempo de sua duração, 
forma de abordagem, comportamento do acusado em relação às vítimas, local da infração etc. 
g) Consequências do crime: sequelas deixadas na vítima ou familiares. 
h) Comportamento da vítima: analisa se o comportamento da vítima de alguma maneira estimulou a prática do crime ou influenciou nega-
tivamente o agente. 
CUIDADO!!! Este aspecto é utilizado mais para beneficiar o réu, de outra forma deve ser desconsiderado. 
 Como deve o juiz agrava ou reduzir a pena nesta primeira fase? 
Nesta fase o juiz possui muita discricionariedade e a lei não forneceu de forma explícita o quanto para cada circunstância. Os tribunais e a dou-
trina fornecem o critério de 1/6 para aumentar ou diminuir. (para melhorar e facilitar o cálculo, utilizar anos). 
 
 Poderá ocorrer que em um mesmo caso apresente, ao mesmo tempo, circunstâncias favoráveis e desfavoráveis. Uma circunstância favorável eli-
mina uma desfavorável. 
 CUIDADO!!! Na primeira fase a pena-base não pode ser abaixo do mínimo e nem acima do máximo estabelecido. 
 2ª FASE DA FIXAÇÃO DA PENA: 
 Nesta fase será aplicada as: 
a. Agravantes: (artigos 61 e 62, CP) 
b. Atenuantes: (artigos 65 e 66, CP) 
 
CUIDADO!!! Poderá ocorrer de uma agravante também ser uma qualificadora. Se usar como qualificadora, não pode usar como agravante. 
 
 Na primeira fase o juiz tem certa discricionariedade, bem como, maior liberdade no montante a ser utilizado. Na segunda fase o juiz começa a 
perder a discricionariedade, pois é obrigado a usar as agravantes e atenuantes. 
 A pena não pode finalizar abaixo do mínimo ou acima do máximo estabelecido no preceito secundário. 
 
 AGRAVANTES: 
1. Reincidência: (artigo 61, I, CP) 
o O artigo 63 do Código Penal traz o conceito de reincidência, que é “quando o agente comete novo crime, depois de transitar em jul-
gado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior”. 
o As condenações anteriores sem trânsito em julgado são maus antecedentes. 
o Poderá ocorrer da pessoa ser primária, mas de maus antecedentes. 
 
o Consequência da reincidência: 
a) Impede obtenção de benefícios. 
b) Aumenta prazos de cumprimento de pena. 
c) Causa a revogação de benefícios. 
d) Interrompe e aumenta prazos de prescrição. 
 
o OBS.: (Art. 120, CP) O perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência. 
 
2. Motivo: 
o Dois tipos: 
a) Fútil: Aplica -se a quem comete o crime por motivo de pequena importância. 
 Ex.: marido que agride a esposa porque ela se atrasou para chegar em casa. 
b) Torpe: É o motivo vil, repugnante, imoral. 
 
3. Conexão delituosa: (art. 61, II, b, CP) 
o Quando o agente comete um crime para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. 
 
4. Modo de execução: (art. 61, II, c, CP) 
o Pode ser: 
a. À traição: o agente se aproveita da prévia confiança que a vítima nele deposita para cometer o delito em um momento inespera-
do. 
b. Dissimulação: o agente, escondendo sua intenção criminosa, utiliza -se de artifícios, de métodos fraudulentos, para se aproximar 
da vítima e então cometer a infração. 
c. Emboscada: é sinônimo de tocaia, situação em que o sujeito fica escondido aguardando a vítima se aproximar para contra ela 
cometer o delito. 
d. “Outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima”: é utilizada em hipóteses como agressões contra pessoa 
que está dormindo, golpe desferido de surpresa ou pelas costas. 
 
5. Meios de Execução: (art. 61, II, d, CP) 
6. Contra CADI: (ART. 61,II, e, CP) 
o Como se trata de norma que agrava a pena, não é possível a utilização da analogia para alcançar crimes praticados contra o compa-
nheiro ou a companheira nos casos de união estável. 
 
e) Obriga inicio de regime mais grave. 
f) Impede privilégios. 
g) Aumenta prazo para a prorrogação de regime. 
h) CONSTITUI CIRCUNSTÃNCIA PREPONDERANTE. 
 
7. Abuso de autoridade, Relações domésticas ou contra a mulher: (art. 61, II, f, CP) 
o O abuso de autoridade refere-se às relações privadas (tutela, curatela, etc.) 
 
8. Abuso de poder ou violação inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão: (art. 61, II, g, CP) 
o Nas duas primeiras hipóteses crime deve ter sido praticado por funcionário que exerce cargo ou ofício público 
o Ministério: se refere ao desempenho de atividades religiosas. Ex.: desviar o dinheiro da doação dos fiéis. 
 
9. Contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou mulher grávida: (art. 61, II, h, CP) 
o Cuidado¹: O ECA define criança como pessoa com menos de 12 anos (art. 2º, do ECA). 
o Cuidado²: No caso de gravidez, só deverá ser levado em consideração se o agente sabia de sua existência. 
o Obs.: a idade da vítima é levada em consideração na data do fato. 
 
10. Ofendido sob proteção da autoridade: (art. 61, II, i, CP) 
11. Ocasião de calamidade ou desgraça do ofendido: (art. 61, II, j, CP) 
12. Embriaguez preordenada: (art. 61, II, l, CP) 
o é necessário que se prove que o agente se embriagou com a específica finalidade de cometer o crime. 
 
 ATENUANTES: Rol não taxativo. Suas incidências são obrigatórias. 
1. Menor de 21 anos na data do fato e maior de 70 na data da sentença: (art. 65, I, CP) 
2. Desconhecimento da lei: (art. 65, II, CP) 
3. Motivo de relevante valor social: (art. 65, III, a, CP) 
4. Ter o agente procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequên-
cias, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano: (art. 65, III, b, CP) 
o O sujeito, após a consumação do delito, tenta evitar ou diminuir as consequências. 
o Cuidado com o artigo 16: Este último constitui causa de diminuição de pena cuja consequência é a redução de um a dois terços 
da reprimenda, desde que o delito tenha sido cometido sem o emprego de violência contra pessoa ou grave ameaça e que a repara-
ção tenha ocorrido antes do recebimento da denúncia ou queixa. 
5. Coação resistível, ordem superior hierárquica, violenta emoção: (art. 65, III, c, CP) 
6. Confessado o crime espontaneamente: (art. 65, III, d, CP) 
7. Influência de multidão em tumulto que não provocou: (art. 65, III, e, CP) 
 Atenuantes inominadas (art. 66, CP) 
 Na 1ª fase uma circunstância favorável elimina uma desfavorável, porém na 2ª fase esta operação não pode ser feita. 
 O artigo 67 informa que existem circunstâncias preponderantes que são: 
a. Reincidência 
b. Motivos 
c. Personalidade 
 A jurisprudência também adota como circunstância preponderante a questão do agente ser menor de 21 anos na data do fato. 
 Atribuindo valores na 2ª fase: 
Utilize o mesmo parâmetro da 1ª fase nas circunstâncias não preponderantes. E para as preponderantes atribua um valor maior. 
 
 
 3ª FASE DA FIXAÇÃO DA PENA: 
 
Causas de Aumento 
 
Causa de Diminuição 
 
 Como aplicar o cálculo na terceira fase? 
1. C.A: Parte Especial Parte Geral 
2. C.D: Parte Especial Parte Geral 
 
Duas causas de aumento 
Uma na P.G 
Uma na P.E 
Aplica as duas 
Duas causas de diminuição 
Uma na P.G 
Uma na P.E 
Aplica as duas 
Uma causa de aumento e 
uma causa de diminuição 
Uma na P.G e outra da P.E 
ou ambas na P.E 
Aplica as duas 
Duas causas de aumento ou 
duas de diminuição 
Ambas na Parte Especial 
O juiz pode aplicar um só 
aumento ou diminuição (a 
maior) 
 
O juiz deve 
considerar 
Na Parte Geral 
Na Parte Especial 
Artigo 68, parágrafo único: traça regra de extrema importância, 
no sentido de que, no concurso de causas de aumento ou de 
diminuição de pena previstas na Parte Especial, pode o juiz 
limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecen-
do, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.

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