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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA ... Processo nº: ... MATHEUS, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade..., inscrito no CPF sob o n.º ..., residente e domiciliado..., neste ato devidamente representado por seu advogado (procuração anexa), com endereço profissional, para fins do artigo 38 do CPP, nos autos da AÇÃO PENAL que lhe move a Justiça Pública, vem oferecer, com base no art. 396-A perante V.Exa. RESPOSTA PRELIMINAR em razão dos seguintes fatos e fundamentos: I DOS FATOS MATHEUS foi denunciado porque, em agosto de 2010 supostamente teria se dirigido à residência de MAÍSA e a constrangido a com ele manter conjunção carnal, resultando assim na gravidez da suposta vítima, conforme laudo de exame de corpo de delito. Narra ainda a exordial que, embora não se tenha se valido de violência real ou de grave ameaça para a prática do ato, o réu teria se aproveitado do fato de MAÍSA ser incapaz de oferecer resistência ao propósito criminoso, assim como de validamente consentir, por se tratar de deficiente mental, incapaz de reger a si mesma. II PRELIMINAR Preliminarmente, há que se destacar a ilegitimidade do Ministério Público para a propositura da presente ação, tendo em vista a inexistência de manifestação dos genitores da vítima neste sentido. Como se vê pelo artigo 225 do Código Penal, somente se procede mediante ação penal pública condicionada nos casos de hipossuficiência financeira da vítima e de seus genitores. Trata-se, portanto, de ação penal pública condicionada à representação, sendo esta uma manifestação do ofendido ou de seu representante legal, no sentido de autorizar o Ministério Público a iniciar a ação penal. A representação é, nestes termos, uma condição de procedibilidade. Sobre a imprescindibilidade da representação nos casos em que a lei a exige, interessante trazer à lume o entendimento jurisprudencial: ‘‘Indispensabilidade da representação: – STJ: “Representação. A ação penal, dependente de representação, reclama manifestação do ofendido para atuação do Ministério Público. Sem essa iniciativa, a ação penal nasce com vício insanável”. (RSTJ 104/436) – (MIRABETE – Código Penal Comentado – Editora Atlas – pg. 643)’’ Diante de tal situação, há que se comentar que a representação é uma condição específica para este tipo de ação, sem a qual a ação penal se quer deveria ter sido ajuizada. Nesses termos, o que se denota é a ocorrência de uma da causa de nulidade, sendo esta, de modo específico, prevista no artigo 564, III, a do Código de Processo Penal. No que diz respeito ao mérito, devemos nos atentar para o fato de que o réu desconhecia a alegada condição de tratar-se a vítima de débil mental, sendo este um dos requisitos previstos em lei para que se presuma a violência. Senão vejamos: Art. 224 – Presume-se a violência, se a vítima: […] b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância. Não sendo a debilidade aparente, e, portanto, desconhecida pelo réu, os atos sexuais, nas circunstâncias em que foram praticados, deram-se de forma não criminosa por manifesta atipicidade. Não bastassem tais circunstâncias, compulsando os autos, observa-se ainda a inexistência de Laudo Pericial comprovando a alegada debilidade mental, que aliás, não pode ser presumida. III DO PEDIDO Diante do exposto, requer: a) a declaração de nulidade da presente ação penal, com fulcro no art. 564, II do CPP, devendo a exordial ser rejeitada com fulcro no art. 395, II do CPP. b) vencida a preliminar, requer a absolvição sumária do acusado por ser matéria de justiça, conforme demonstrado e provado art. 397, III do CPP. c) caso não seja o entendimento deste Meritíssimo Juízo, vencidas as preliminares e o pedido de absolvição, requer a improcedência do pedido com a absolvição do acusado como restará demonstrado após a instrução Para deporem sobre os fatos ora narrados requer sejam notificadas as testemunhas a seguir arroladas: Testemunha 1 – Romilda, qualificada à fl. __ Testemunha 2 – Geralda, qualificada à fl. __. Local e Data Advogado OAB/UF
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